Nº2 - Outubro 2013 - Jornal NBA Portugal

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Jornal NBA Portugal Nº2 - Outubro 2013 Jornal mensal do Fórum NBA Portugal www.nba-portugal.forum-livre.com/forum [email protected]

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editorial

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EDITORIAL

NBA Portugal - Outubro 2013

Diretor De informaçãoDiogo Vasconcelos (diogojcv)

Diretor Gráficoflávio Silva (Pierce#34)

JornaliStaSantónio oliveira (Vince carter)alexandre farripas (farripas)francisco madureira (cobain)

trabalho De ScoutinGtiago Silva (11Slamdunker)

Staff

contactos:[email protected]/forum

Estamos em contagem decrescente para o inicio da regular season, já falta pouco para as noites sem dormir, as manhas passadas no computador a ver os resultados, a ver os highlights, as notícias, todos os NBAdependentes já vão conseguir a sua “droga”. Mas, até começar nós por aqui não paramos e tal como prometido a 2ª edição do Jornal do Fórum está pronta.

Nesta edição iremos abordar alguns temas que susci-tam alguma controvérsia, como por exemplo quem é o melhor estrangeiro a atuar na maior liga do mundo, ou então, quem é o melhor treinador em atividade. Iremos também dar uma olhadela á forma como os atletas tra-balham na off season, bem como ao novo presidente do Sindicato dos Jogadores, enfim, muitas matérias novas estão presentes nesta edição, enquanto uns aproveitam a off season da NBA para descansar, nós no Fórum da NBA continuamos a respirar esta modalidade, por isso para nós não existe descanso, é sempre a viver a NBA!

Espero que gostem desta 2ª edição!

We Love this Game!

Diogo Vasconcelos

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INDICE

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Moneyball, provavelmente já todos viram o filme. Uma história verídica realizada por Bennett Miller, baseada no livro de Michael Lewis. Moneyball conta a história de Billy Beane, diretor-geral dos Oakland Athletics que juntamente com um estudante de Yale revoluciona o baseball nos Estados Uni-dos. Todo o enredo é muito bom, mesmo para quem não gosta e não percebe nada de baseball e traz algumas reflexões impor-tantes. A maior delas, pelo menos para mim, é sobre como os números podem fazer to-dos os conceitos de uma modalidade mudar. Vou tentar explicar o que o Billy Beane fez nos Oakland Athletics, mas transportando para o mundo da NBA. Primeiro, pensem na NBA sem um draft eficiente na distribuição de forças e sem teto salarial. Aí já dá para projetar a diferença econômica surreal que ficaria entre Lakers, Knicks, Celtics e Bulls diante dos Cleveland e dos Golden State. Quem tem mais dinheiro consegue contratar os melhores jogadores disponíveis, sendo que os outros nada podem fazer, pois nem poderão contar com o draft no fim do ano para ter pelo menos uma superstar no roster.

BOSTON CELTICSDa Ficção para a realidade, Moneyball versão NBA

Imaginem o Billy como GM dos Warriors. Ele tinha uma boa equipa, mas o Lakers e os Cel-tics levaram os seus melhores jogadores. Para remontar o roster, ele e alguns colaboradores tiveram uma ideia brilhante: todos pensavam que os melhores jogadores seriam aqueles que tinham as melhores estatísticas de pontos, rebunds e assistências. Mas eles descobriram que os mais eficientes são os que têm bons números de +/- e Wins Shares per 48 Minutes (percentual de vitórias por 48 minutos).

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Aí, eles vão buscar jogadores que têm números maus de pontos, rebounds e assistências, mas bons +/- e WS/48. Como ninguém olha para +/- e WS/48, esses jogadores são desprezados no mercado e estão disponíveis a preços baixos. O Beane monta um elenco cheio de jogadores assim e a equipa começa a jogar bem. Ninguém entende como, mas os Golden State terminam a regular season com o melhor record da liga, batendo o recorde de vitórias seguidas na história da NBA. Transportando o filme para o mundo da NBA foi isto que aconteceu.

E se de repente aparecesse uma história destas na NBA? Pois bem, apresento-vos Drew Cannon. A história deste génio dos números começou em 2004 quando seu pai jantava num restaurante com os seus amigos, este falou para os seus amigos como o seu filho era completamente obcecado por números e como ficava o dia fechado no quarto a inventar formulas e a ler o livro Moneyball foi então que Telep ( Amigo do pai de Drew e Editor de Recrutamento do site da ESPN) quis falar com Drew Cannon.

E assim foi. Sem nunca ter pisado numa cam-po de basket para jogos que não os do seu co-légio, Cannon criou índices, formulou estatísticas diferentes, apresentou a toda a equipa de analis-tas da ESPN especializados em recrutamento de jovens que gostariam de se tornar universitários uma nova maneira de ver não só o basket, mas principalmente o que havia por de trás dos atletas. De acordo com Telep, no começo Cannon era vis-to como um maluco. Mas em pouco tempo tudo o que ele escrevia e falava confirmava-se. O mundo estava perante um novo prodígio.

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Há cerca de 1 ano Brad Stevens (treinador atual dos Boston) ligou para o Telep e disse que queria conhecer o jovem prodígio, Drew Cannon. Com a validação de Telep, Stevens viajou para Chicago com uma missão, con-tratar um novo estatístico para a sua equipa. O Stevens ficou deslumbrado com o miudo de 22 anos, um nerd com espinhas na cara e olheiras de internet que se acabava de for-mar em Estatística na Universidade de Duke e que impressionava com as suas análises de jogadores de segundo grau nos Estados Unidos para o site da ESPN. Cannon criou, no site, uma relação entre índices técnicos, táticos, geográficos, altura, força física e re-centes resultados para mensurar como uma escolha poderia ser realmente eficiente para as Universidades usando coeficientes dificí-limos de serem desvendados por pessoas normais. A conversa entre Brad Stevens e Drew Cannon foi bastante sucinta. Brad dis-se exatamente o que precisava, e Cannon ficou calado por cinco minutos, desenhou

algumas coisas no guardanapo, disse como poderia ajudá-lo e que não seria muito di-fícil a missão. O jovem formado em Duke criou sistemas de análises dos treinos que impressionaram a Stevens, que saía das práticas com os seus jogadores e já recebia relatórios detalhados com o desempenho de cada atleta. Depois vieram os relatorios dos jogos da equipa e seguidamente dos adver-sários de Butler. Mesmo com uma equipa menosprezada pela critica, Butler cresceu a tal ponto que chamou a atenção de todos. Quando foram ver os motivos do sucesso, Cannon ganhou uma reportagem imensa da prestigiosa revista Sports Illustrated com um título pra lá de sugestivo: “A arma secreta de Butler”.

E pronto, é este o tipo de profissional que os Celtics contrataram. Podem dizer o que quise-rem sobre o Danny Angie, mas como diz o meu amigo Indy, “Quem não arrisca não petisca” e parece que o Angie no final vai “petiscar”, talvez demore o seu tempo para recolher os frutos desta aposta. Ainda não se sabe que tipo de trabalho será feito pelo Cannon nos “verdinhos” (se análises de treinos, de adversários, de jogos ou qualquer outra coisa), mas uma coisa é certa os “nerds” chegaram á NBA.

Texto: Diogo Vasconcelos (diogojcv)

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SAN ANTONIO SPURSA Incrivel estrutura do Spurs

Ter um Tim Duncan ajuda. Um treinador com a versatilidade, inteligência e o currículo do Gregg Popovich também. Quando se combina estes dois fatores, já existem grandes chances de percorrer o caminho do sucesso. Mas isso não serve como a única explicação sobre o quão vitoriosa e por um período tão duradou-ro esta equipa tem sido nos últimos 17 anos, desde que o Duncan foi selecionado no Draft de 1997.

Um dos segredos para esta prosperidade está no modelo sustentável de contratações orquestrado justamente pelo Coach Pop e o seu fiel companheiro RC Buford, GM dos Spurs, uma equipa que nunca ficou fora dos playoffs após a chegada do Duncan e, acre-ditem, só perdeu duas vezes na 1ª ronda dos playoff...

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RC Buford, GM

O Buford é um dos responsáveis pelo interminável sucesso dos Spurs. Não que eles não gastem, até porque, para terem mantido o seu BIG 3 ao longo destes anos custou dinheiro, por mais “bonzinhos” e fiéis que sejam. O seu salary cap deste ano, porém, foi apenas o 12º maior da liga, tendo sido de 69,838 milhões nesta época, uma comparação com a folha dos Lakers, a maior deste ano, é de envergonhar a família Buss, que gastou US$ 100,131 milhões numa equipa que levou sweep destes mesmos Spurs.

E como é que os Spurs montaram o seu roster? Quem são estes jogadores baratos que se enquadram no modelo sustentável de gestão? Como é que eles foram buscar estas peças com-plementares? Vamos lá ver então:

Cory Joseph:

PG com apenas 21 anos e ainda está em de-senvolvimento e esse é um dos pontos posi-tivos da equipa, que trabalha muito bem com os seus atletas mais jovens. Joga pouco, mas bem, aproveitando as oportunidades que tem para pontuar e sem cometer turnovers, ajuda a dar descanso ao Parker. Quando chegou á Universidade do Texas não mostrou muitos atributos. Os Longhorns não chegaram sequer a empolgar, sendo que o Joseph foi considera-do muito “verde” e nada preparado para jogar na NBA. Mesmo assim, inscreveu-se no Draft e foi premiado com a 29ª escolha pelos Spurs. O seu salário custa pouco mais de US$ 1 milhão.

Patty Mills:

o 3º PG na rotação do Popovich, é o titular da seleção australiana e, quando o Andrew Bogut não joga, é o principal jogador de uma equipa que dá sempre trabalho às outras se-leções e é treinado, vejam só, por um as-sistente técnico do Popovich, o Brett Brown. Então temos este cenário: um atleta que não saiu muito valorizado da universidade de Saint Mary’s, mas que já tinha prestígio in-ternacional. O Mills foi selecionado apenas na 55ª posição do Draft de 2009, dois anos antes de Joseph. Durante o tempo de lockout da NBA, assinou com os Melbourne Tigers, da Australia. Depois, foi para a China, para defender o Xinjiang Flying Tigers. Uma vez que não tinha mais contrato com os Blazers, quando a temporada chinesa acabou, voltou a ficar disponível para a NBA e assinou com os Spurs. Custa também ele pouco, mais de 1 milhão.

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Gary Neal:

O SG que não teve a carreira universitá-ria mais expressiva e começou a preencher o seu currículo na Europa, a começar pela Turquia. Em 2008, teve uma passagem bas-tante discreta pelo Barcelona ao lado de um envelhecido Pepe Sánchez, mas foi nos Be-netton Treviso que se encontrou. Em 2010, defendeu o Málaga, novamente em Espa-nha. Até que, do nada (do ponto de vista de quem nunca tinha sido falado na NBA), assinou um contrato de três anos com os Spurs. Podemos o considerar um jogador de “saldos”, tem um salário de 854 mil e um aproveitamento de 39,8% nos lançamentos de três pontos e a capacidade de poder ofe-recer um pouco mais em campo quando o Parker e o Ginóbili estão fora. Neste próximo ano vai ser free agent.

Nando De Colo:

SG francês de 25 anos, 1,95 m de altura e um talento natural impressionante, com movi-mentos fluidos, boa visão de jogo e um lança-mento ainda em evolução. Ganhou quase 13 minutos de média durante a regular season, no entanto nos palyoff quase não foi utilizado. De qualquer forma, devido ao que mostrou no primeiro 1º ano na liga, os Spurs já sabem que poderam contar com ele no futuro. Draftado na 53ª posição em 2009, ficou na Europa por mais três anos, progredindo naturalmente, jo-gando na Liga ACB (a liga mais difícil da Euro-pa). Tem um Salário de 1,4 milhões.

Danny Green:

SG de 25 anos formado na tradicional Uni-versidade de North Carolina, pela qual foi campeão em 2009 como titular. O único joga-dor da história dos Tar Heels a somar mais de 1.000 pontos, 500 rebounds, 200 assistên-cias, 100 blocks e 100 steals. E é isto mesmo, fazia um pouco de tudo pela equipa, mas nada excecionalmente bem, a ponto de ser ques-tionado: será que se poderia transformar num jogador de NBA? Os analistas das estatísticas juravam que sim. Foi selecionado pelos Cle-veland Cavaliers do Lebron James em 2009, na 46ª posição (percebam que estamos a fa-lar de mais um caso de jogador escolhido na segunda ronda do Draft). Não foi aproveitado pelos Cavs, sendo dispensado em outubro de 2010. Os Spurs contrataram-no em Novem-bro e dispensaram-no 2 semanas depois. Jo-

gou na D-League até voltar aos Spurs para o que restava da época 2010-2011. Durante o lookout, assinou com o Union Olimpija, da Es-lovênia, clube da Euroliga, e teve muito bem, até que exerceu uma cláusula de libertação quando os Spurs garantiram que fazia parte do roster para a época de 2011-2012. Assinou por 3 anos, sendo que este ano irá receber 3,762,500 Milhões (nada de extraordinário para o jogador que bateu o record de triplos numa final da NBA)

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Kawhi Leonard:

SF de apenas 21 anos, já estava bem co-tado quando se candidatou ao Draft de 2011, mas o interessante foi como os Spurs conse-guiram selecioná-lo. O Leonard passou des-percebido por 14 equipas até ser escolhido pelos Indiana Pacers, a pedido dos Spurs, os Pacers trocaram-no pelo George Hill, al-guém que era natural de Indiana e que se encaixava no plano de reconstrução do Lar-ry Bird. O Hill foi mais um que os Spurs sele-cionaram numa posição nada vantajosa (26ª em 2008) e que estava pronto para receber um aumento salarial que não se enquadrava nos planos do Popovich, mesmo sendo um dos favoritos do técnico. Antes de perdê-lo em troco de nada, fizeram então esta troca mágica. Hoje, o Popovich jura a pés juntos que o Leonard está destinado a virar um All-Star. Vai receber apenas 1,991,760 milhões, um pouco menos que o Hill (8,000,000 mi-lhões).

Boris Diaw:

Uma figura estabelecida na liga, mas, com-pletamente desmotivado em Charlotte, foi dis-pensado pelos Bobcats em março de 2012, com problemas de peso (coloquemos assim, de modo educado). Foi recolhido pelos Spurs no ato, para jogar ao lado de seu melhor ami-go, o Tony Parker. O Diaw é aquele género de jogador que é subestimado na liga, é um bom defensor, lança bem de fora e é ainda um joga-dor bastante inteligente, o tipo de jogador que qualquer equipa queria ter no seu roster para completar a rotação. Renovou por dois anos e recebrá 4,702,500 milhões. Mais um contrato abaixo do valor de mercado e, melhor, de curta duração.

Tiago Splitter:

Foi a 28ª escolha do Draft de 2007. Era uma estrela na Europa, o que deixava a sua contra-tação complicada, ganhava bem pelo Baskonia e a escala salarial de rookie não permitiria que os valores fossem equiparados, sem contar com a multa rescisória exorbitante. Mas tudo bem, os Spurs esperaram 3 anos e consegui-ram mais uma vez ir aos “saldos”, pagando 11 milhões por três anos de vínculo com aquele que era o melhor jogador da liga. Depois de 2 épocas com pouco tempo de jogo, despon-tou este ano como titular e é peça fundamental para o fortalecimento da defesa dos Spurs. É free agente para a próxima época.

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DeJuan Blair:

Cotado como um talento top 10 no Draft de 2009, teve as suas aspirações abaladas pelo exame médico oficial da liga, que constatou problemas estruturais no seu joelho. A ponto de ser escolhido pelos Spurs apenas em 38º. Titular nos 2 primeiros anos, perdeu espaço este ano com a ascensão do Splitter. Teve este ano o seu ultimo ano de contrato, contra-to de apenas 1 milhão.

Matt Bonner:

Escolhido como o 45º do Draft de 2003 pe-los Chicago Bulls, começou a jogar na Itália até voltar aos Bulls e ser trocado para os To-ronto Raptors. Progrediu bem no Canadá e vi-rou alvo do Gregg Popovich. Está na liga por uma só razão, e isso não tem a ver com seu cabelo ruivo, tem aproveitamento de 41,7% na carreira nos lançamentos de longa distân-cia. Habilidade que encaixou com o plano de jogo do Popovich perfeitamente nos últimos anos, levando muitas vezes as outras equipas a defender o perímetro e a abrir o paint, o que permite a jogadores como o Parker e o Dun-can explorar o seu famoso pick n roll. Tem um salário de 3,6 milhões, inferior ao que Steve Novak, ex-Spurs, ganha em Nova York.

Aron Baynes:

mais um australiano observado em primei-ra mão por Brett Brown, o gigante de 2,08 m e 118 kg assinou com os Spurs no meio da época, depois de jogar a grande nível pelo Union Olimpija na Euroliga, com médias de 13,8 pontos e 9.8 rebounds (liderava o cam-peonato neste fundamento até a sua equipa ser eliminada). Recebeu apenas 239 mil este ano, pela metade do campeonato, e tem sa-lário de 788 mil para a próxima época.

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Fazendo um balanço de tudo isto: são 6 jogadores de fora dos Estados Unidos (sem contar Parker e Ginóbili) e mais 2 america-nos que vieram do basket europeu, apenas 1 destes, foi escolhido entre os 20 primei-ros do Draft (Leonard), 5 saíram apenas na 2ª ronda do draft, sendo que Baynes e Neal nem selecionados foram; 3 deles (Mills, Green e Bonner) foram dispensados rapida-mente pelas suas primeiras equipas. Todos eles estão abaixo ou na conta em relação ao valor de mercado da NBA (considerando idade x produção).

Com um departamento de olheiros aten-tos, que não tem limites na sua caça a ta-lentos, uma direção que não dá “tiros no escuro”, assinando contratos curtos e de valores palatáveis para uma cidade como San Antonio, uma das menores da liga, esta equipa estabeleceu um método de trabalho que virou exemplo para toda a concorrên-cia. Hoje são vários os dirigentes formados dentro dos Spurs que gerem outras equipas – Sam Presti, dos Oklahoma City Thunder, é o principal exemplo entre eles.

Moral da história? Não basta ter sorte para ganhar, nem basta draftar um Tim Duncan. É preciso uma estrutura dedicada e muito trabalhadora, atenta a todos os campeonatos espalhados por esse mundo fora para ter a lon-gevidade de sucesso desta equipa, claro que caso seja possível escolher o Tony Parker e Emanuel Ginóbili, respectivamente, nas 28ª e 57ª escolhas do draft, melhor ainda. Por isso, quando me perguntam como será o futuro da equipa quando o seu famoso BIG 3 acabar, eu respondo: Don’t worry child, a estrutura está lá, o melhor treinador da liga também e o Parker ainda é novo.

Texto: Diogo Vasconcelos (diogojcv)

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PoPoVich

GreGG PoPovich Eleito melhor treinador da

liga pelo Fórum

Basquetebol, Futebol e Andebol - Apesar de serem modalidades totalmente diferentes, a pergunta que gira em torno delas é sempre a mesma – “Qual o melhor jogador?”, “ Qual o melhor treinador?” E quando se fala sobre a NBA, o epicentro do basquetebol, a discussão torna-se ainda mais inte-ressante, e para bem dos meus dedos, felizmente a primeira questão não deixa qualquer dúvida portanto só nos resta a segunda e pensando bem, talvez á uns anos atrás esta pergunta também não faria qualquer sentido uma vez que Phil Jackson, melhor treinador de sempre para muitos, estava no ativo, mas agora que este se afastou de tais funções... Quem herdou o seu trono?

São vários os candidatos: Frank Vogel (Pacers), Mark Jackson (GSW), Mike Woodson (NYK), Doc Rivers (Clippers), Tom Thibodeau (Bulls), Gregg Popovich (Spurs) e por fim Erik Spoelstra (Heat). Todos os treinadores, á sua maneira, têm possibilidades de terem tal reconhecimen-to ou de chegarem lá perto. Sim, “á sua maneira”, não se deve apreciar um treinador ape-nas pela quantidade de campeonatos porque se assim fosse muitos dos que foram men-cionados acima estariam fora da lista. Claro que o número de campeonatos é importante, mas também se deve ter em conta que muitos exercem funções em equipas com meno-res recursos ou que estão em período de reconstrução, passam por períodos díficeis como lesões de jogadores importantes e/ou líderes das respetivas equipas, e tudo mais. E como este tipo de questões são geralmente alvo de grande controvérsia e divergências de opinião, uma vez que existem sempre vários pontos de vista diferentes, decidiu-se iniciar uma votação no nosso Fórum de maneira a que se pudesse chegar a uma conclusão sobre quem é o candidato mais forte a “melhor treinador da atualidade” e ao mesmo tempo saber o que os nossos utilizadores acham dos restantes treinadores que constam na lista de candidatos.

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PoPoVich

Eis o resultado das votações:

Mike Woodson - 0%Mike Woodson conseguiu uma excelente temporada

regular na época passada ao serviço dos New York Knicks mas nos Playoffs foram presa fácil para os Pa-cers de Frank Vogel, e a história aqui é quase sempre a mesma – um simples “passeio” pela fase final da NBA.

É dificil treinar uma equipa repleta de jogadores in-dividualistas, mas não é impossível e o melhor trei-nador de uma liga de tais dimensões como a NBA tem de saber meter uma equipa inteira a funcionar como um conjunto e esta equipa ainda não conse-gue jogar como um todo, como uma verdadeira equi-pa. Ainda não conseguiu mudar a mentalidade de jogadores, como Anthony e JR, que são muito cola-dos á bola ou criar um sistema que permita a bola circular livremente por todos aproveitando o rendi-mento e a contribuição de todos os seus jogadores.

Concluindo, não é de todo o mais forte candidato...

Mark Jackson - 0%Mark Jackson está inserido num contexto totalmen-

te diferente. Sem nenhuma superestrela, apesar de Curry ter jogado ao nível de uma nos Playoffs, con-seguiu fazer da sua equipa uma autêntica surpresa quer na época regular quer também nos Playoffs, na temporada anterior. Mas a questão que se coloca é se Mark Jackson conseguirá manter este nível de qua-lidade no futuro? É que só assim poderá ser, even-tualmente, considerado como um dos melhores por-que de momento não tem um “curriculum” suficiente. Não se pode dizer que um treinador é o melhor da atualidade com base numa só temporada de desta-que, ainda por cima quando essa mesma tempora-da de destaque só chegou á 2ª ronda dos Playoffs...

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PoPoVichFrank Vogel - 8%

Apesar do cenário de Frank Vogel ser semelhante ao de Mark Jackson (duas equipas em ascendência com jogadores que se afirmam cada vez mais como lideres das respetivas franquias) o comandante dos Pacers já mostrou mais. Todas as suas temporadas de Frank Vogel foram de destaque porque sempre superou espectativas, mas existe muito mais.

Ser o melhor não se trata apenas em ganhar campeo-natos mas também ganhar noutros aspetos e Vogel, sendo um treinador novo, já o fez. Na época transata os Pacers de Vogel ganharam a nível defensivo con-cedendo apenas 99,8 pontos a cada 100 posses de bola superando os campeões Miami Heat de Spoels-tra e outras equipas como San Antonio Spurs de Greg Popovich e Memphis Grizzlies, mas apesar de todos estes fatores a seu favor, tem que provar muito mais embora seja certo que no futuro se possa tornar num dos melhores senão mesmo, o melhor. Quem sabe...

Doc Rivers - 8%A imagem apresentada ao lado diz tudo

– Nem se precisa de seguir a NBA para sa-ber que é daqueles treinadores experientes que já têm muitos anos de jogo.... Nem mais!

Doc Rivers é sem dúvida uns dos treinadores mais experientes e para além disso já conta com um cam-peonato no seu palmarés. É um treinador que ganha, que cria laços com os jogadores e que os treina mui-to bem e que ás vezes com obstáculos pela frente como jogadores muito importantes lesionados, como era o caso de Rondo na época passada, não baixa a qualidade da sua equipa de forma significativa. Po-rém não tivemos a oportunidade de o ver atuar num cenário de maior dificuldade, como uma rebuild ou uma passagem por uma equipa com mercado mais reduzido que não tivesse nenhuma estrela e o melhor treinador faz um bom trabalho em qualquer cenário.

Mas esperem... até tivemos a oportu-nidade de poder assistir a uma recons-trução em Boston sob o comando do próprio mas assim que esse cenário foi posto em cima da mesa, acabou por fu-gir de cena rumo a Los Angeles para uma equipa que conta com nomes como Chris Paul, Blake Griffin e muitos outros...

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PoPoVich

Tom Thibodeau - 17%Sempre muito atento a todos os detalhes do

jogo, sempre a fazer gestos para os jogadores e a gritar lá para dentro de campo – É aqui que Tom Thibodeau se destaca, no seu rigor, na de-terminação e na garra com que mexe na equipa.

É um treinador que prepara muito bem os jogos, estuda muito bem todos os pormenores da equipa adversária e sabe organizar muito bem uma defesa e além disso, segundo alguns utilizadores do nos-so fórum, é mais um daqueles que com pouco faz muito! Por exemplo nesta ultima temporada, com a ausência de Derrick Rose ainda conseguiu che-gar á segunda ronda dos Playoffs e até ganhar um jogo nessa série frente aos campeões Miami Heat, e embora muitas vezes tenha que pôr “remendos” na sua equipa e arranjar outras alternativas, faz sem-pre frente aos gigantes da liga, o que é algo raro nos treinadores de hoje em dia que sem as suas estre-las baixam o seu rendimento de forma significativa. Mas existe algo em que o treinador dos Bulls fa-lha em grande, existem certas coisas que o melhor treinador nunca pode fazer. Durante a tempora-da regular Thibodeau desgasta os seus jogadores ao máximo a fim de alcançarem uma posição boa para a fase final, mas acontece que como os seus jogadores estão super desgastados, nos playoff não têm um rendimento tão alto como deveriam ter, o que acaba por prejudicar a equipa muitas vezes.

Ainda assim a sua qualidade é inquestionável, e mereceu uma menção honrosa por parte dos nossos utilizadores.

Como repararam, já analisámos grande parte dos candidatos e já foram apresen-tados os seus pontos positivos e negativos, mas aqui só há lugar para um e de-pois de estar concluida a fase regular deste artigo está na altura de entrar nos Playo-ffs, ou melhor, na final dos Playoffs onde teremos o duelo: Erik Spoelstra vs Gregg Popovich que por coinciência se defrontaram também nas finais da NBA este ano....

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Erik Spoelstra - 17%É verdade que ter um Lebron também ajuda, es-

pecial quando ao lado dele se têm Dwyane Wade, Chris Bosh e muitos outros mas não é fácil. Liderar uma equipa repleta de estrelas e fazê-la praticar o basquetebol que os Heat praticam não é para todos. Temos, por exemplo, o caso de Mike Woodson, que foi referido mais acima, que não consegue criar uma solução para que a bola circule livremente por todos os jogadores e também o caso dos Lakers que ti-nham uma equipa que, segundo muitos, ia fazer fren-te, sem problema algum, a estes mesmos Heat de Spoelstra mas que levou “sweap” logo no 1ªronda... Erik Spoelstra não tem problemas em fazer os seus jogadores partilharem o esférico, muito pelo contrário, criou um sistema bonito de se ver jogar: boas combinações entre Chalmers, Wade e James, jogo de perímentro com Battier e Allen, jogo interior entre Birdman e Bosh e aqui-lo que mais se gosta...jogo aéreo com alley oops onde a bola voa de um lado para outro do campo.

Mas não se trata apenas de jogo em si. Erik Spoelstra marcou presença em 3 finais consecu-tivas tendo ganho duas e estando agora em busca de elevar a fasquia, sim, elevar a fasquia. Esta parte em negrito diz tudo pois embora tenha conseguido 2 campeonatos nas suas primeiras 3 temporadas como treinador dos Heat ainda tem mais que pro-var para bater o grande vencedor... Gregg Popovich. Veremos já a seguir o porquê.

Gregg Popovich - 50%É verdade que tal como Spoelstra não está

sozinho, neste caso o ‘Coach Pop’, como lhe cha-mam, conta com Tony Parker, Manu Ginobili e em especial Tim Duncan para o ajudar a chegar a este patamar mas como foi referido acima foi neces-sário construir um sistema dedicado a esta equi-pa, uma fórmula vencedora e duradoura e só mes-mo um treinador como Gregg Popovich consegue. Porquê o melhor treinador da atualidade?

PoPoVich

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PoPoVich

Texto: António Oliveira (Vince Carter)

Foi quatro vezes campeão da NBA em anos próxi-mos (99,03,05,07), está sempre presente nos Playo-ffs desde a época de 97-98 e foi dos treinadores com mais feitos históricos de todo o sempre, como por exem-plo, é o segundo treinador da história da NBA a atingir 900 vitórias na época regular com a mesma equipa! Mas não fiquemos por aqui, nestas ultimas cinco épocas, para além de ter estado sempre nos Playoffs terminou a sua época regular em 1º lugar na respetiva divisão em quatro delas e só existiram duas épocas em que se ficou somente pela primeira ronda dos Playoffs portanto não se trata ape-nas de ser campeão quatro vezes para ser o melhor trata-se sim, também, de criar uma imagem de presença contí-nua do preto e cinzento nos maiores momentos da NBA.

Falando do seu método de treino e da maneira como os seus jogadores jogam dentro de campo, Gregg Popovi-ch adota, por norma, um estilo de jogo baseado na boa circulação de bola com ‘screens’ inovadores e eficazes a ajudar no serviço, bom jogo interior através de Duncan e Parker que faz a bola chegar a este através do pick n’ roll e outras jogadas mas também um excelente jogo exterior com Manu Ginobili o próprio Tony Parker e atualmente Danny Green. É um estilo diversificado e eficaz que forne-ce muitos pontos aos Spurs. Mas não fiquemos por aqui, porque Gregg Popovich para além de adotar um estilo de jogo eficaz tem outra arma secreta no seu arsenal – aproveitar o rendimento dos seus jogadores ao máximo.

Ao contrário de muitos treinadores que fadigam os seus jogadores ou que não aproveitam de forma completa as suas qualidades, ‘Coach Pop’ é conhecido por “espremer” ao máximo os seus jogadores sem fadigá-los ao mesmo tempo – boa gestão de recursos humanos e de tempo;

Para terminar, convém acrescentar que é também alguém que sabe montar uma boa defesa, estu-dando os pontos fortes e fracos do adversário de modo a limitar o mesmo dentro de campo. E é este conjunto de enormes fatores, desde as suas ideias de jogo até á sua presença contínua no patamar mais alto da NBA ao longo desde últimos anos e os inúmeros recordes batidos, mais acima referidos, que o tornam o melhor treinador da atualidade, e deixam os restantes candidatos fora da corrida.

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ParKer

TONY PARKEReleito melhor jogador

estrangeiro da liga pelo fórum

Parece ser unânime que Tony Parker é, nes-te momento, o melhor jogador não-america-no no mundo do basquetebol. Aos 31 anos, já atingiu o auge da carreira, depois de três títulos da NBA (2003, 2005 e 2007, ano em que foi MVP das finais), de cinco participa-ções no jogo All-Star da liga, mais sete pre-senças em campeonatos europeus (2001, 2003, 2005, 2007, 2009, 2011 e 2013). Este ano levou a sua equipa de sempre, os San Antonio Spurs, à final da NBA assinando grandes prestações e perdendo apenas no jogo 7 com os todos poderosos Miami Heat, de LeBron James.

Depois de a ‘Era de Estrangeiros’ na NBA ter sido dominada por Dirk Nowitzki, alemão dos Dallas Mavericks, o genial base francês de 1,88m parece ter conseguido o trono de me-lhor jogador não nascido em solo americano da melhor liga do mundo.

Mas quem diria que a vigésima oitava escolha do Draft de 2001 pudesse ter tal importância na equipa de San Antonio (à qual sempre foi fiel) e até mesmo na liga, tornando-se um exemplo para muitos jovens europeus, aspirantes a chegar à tão inacessível NBA?

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ParKer

Tony Parker é a cara de um dos projetos mais interessantes da liga, o dos San Antonio Spurs, que construíram uma equipa sempre candidata ao título desde Tim Duncan, primeira escolha do draft de 1997 só com picks muito baixas (ca-sos de Tony Parker, Manu Ginobili por exem-plo). Não esquecer que Spurs são uma equipa sem grande mercado, que não atrai muitos jogadores. Faz sentido afirmar que os jogado-res estrangeiros são subvalorizados na NBA. Há vários exemplos como Hakeem Olajuwon, Pau Gasol, Manu Ginobili ou Drazen Petrovic e Tony Parker não foge à regra. Pode dizer-se que é dos cinco melhores bases do mundo e não tem, sem dúvida, o reconhecimento merecido. Basta pensar que foi o quarto melhor base em termos de média de pontos na NBA e o sexto em termos de assistências.

Tony Parker não é um jogador espetacular ou particularmente explosivo para um base. Mas tem uma visão de jogo e uma qualida-de técnica e tática bem acima da média. A influência de Greg Popovich, seu treinador nos Spurs, parece ser enorme, já que tem vindo a melhorar o seu jogo de ano para ano. No entanto, parece que nem sempre tem o devido reconhecimento pelos fãs da NBA, que preferem a espetacularidade à eficiên-cia. Talvez seja por isso que os Spurs não são uma equipa muito apelativa ao apoio de quem começa a ver basquetebol. Tim Dun-can e Tony Parker são o espelho desses Spurs. E o que é facto é que ambos já levam 3 anéis.

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ParKer

Texto: Francisco Madureira (Cobain)

É um facto também que Tony Parker, não sendo muito jovem, já não tem grande mar-gem de progressão e o peso da idade e as lesões podem começar a afetar o seu rendi-mento. No entanto, o jogador já provou ser bem capaz de reagir a adversidades e ser resistente a lesões. Quando a fase do declí-nio chegar, Tony Parker já poderá dizer que foi um dos grandes jogadores dos nossos dias. Mas, jogando nos Spurs, é bem possí-vel que se torne outro Steve Nash ou Jason Kidd, podendo jogar até aos 40 anos. Só o futuro o dirá...

Quanto à posição de Tony Parker relativa-mente ao melhor estrangeiro de sempre, só poderá ser definitiva no final da carreira, mas já pode ser comparado a Dirk Nowitzki, Pau Gasol ou Steve Nash. No entanto, pa-rece ainda não estar no patamar do nigeria-no Hakeem Olajuwon, para muitos um dos melhores jogadores de sempre e, quase definitivamente, o melhor estrangeiro da his-tória. Para já (devido à idade já avançada de Nowitzki, Nash e Pau Gasol) Tony Parker parece só ter a concorrência de Marc Gasol, poste espanhol dos Memphis Grizzlies, que têm evoluído significativamente o seu jogo.

Se poderá vir a ser considerado o melhor estrangeiro de sempre? Só o tempo o dirá...

Mas os três anéis e os anos de glória nos Spurs, esses já ninguém lhe tira.

É sem dúvida um jogador especial.

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cP3

CHRIS PAULo novo presidente do sindicato dos jogadores

Segundo o repórter Lee Jenkins, da Sports Illus-trated, Chris Paul já tinha sido delegado de tur-ma no 7º, 8º, 10º, 11º e 12º ano na escola du-rante a sua adolescência, não, não é nenhuma piada, são apenas factos. Mas estamos a falar mesmo de quê? Estamos a falar da presidên-cia do sindicato de jogadores da maior liga de basket do mundo, a NBA, no entanto, podemos e devemos fazer uma breve comparação, CP3 está habituado a liderar desde novo como já percebemos, para além de ser um verdadeiro Point Guard, um jogador que lidera a sua equi-pa dentro de campo, ele também tem estas mesmas características fora dele. Ao contrário de outros PG’s da liga Paul não se preocupa

apenas em fazer jogar a equipa, não se preocupa apenas em fazer a bola circu-lar e criar jogadas para os seus compa-nheiros, ele próprio também assume o lançamento, muitas vezes em momen-tos críticos do jogo e isto sim é ser líder.

Existe uma certa tendência para conferir o estatuto de líder da equipa aos jogado-res que jogam na posição nº1 da quadra e isso acontece porque de facto são estes jogadores que têm o controlo do jogo, são eles que definem o seu ritmo e conferem aos seus companheiros a oportunidade de fazer a diferença, não obstante, isso não faz deles líderes por excelência.

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Vamos comparar Chris Paul a Ricky Rubio: ambos são grandes jogadores na posição de base, até aqui todos estamos de acordo, mas se analisarmos as características dos 2 joga-dores reparamos que Rubio não tem perfil de líder, é um jogador que tem como objetivo prin-cipal em todos os lances do jogo envolver os seus companheiros, não quero com isto dizer que Chris Paul não consiga envolver os com-panheiros de equipa nas manobras ofensivas e defensivas da equipa, mas é um jogador que para além de envolver os companheiros assu-me ele próprio o lançamento nos momentos chave do jogo – isto é um líder meus amigos. A diferença entre ele e os outros Point Guard’s é que para este impetuoso baixinho as coisas são mais práticas.

O seu ideal é jogar para vencer, não obriga-toriamente para deixar quem está ao seu lado feliz, se isso significa que ele tem de ir para

o cesto, jogar para fazer 40 pontos, que as-sim seja. E que não entrem em seu caminho, caso contrário sujeitam-se a ficar mal na fo-tografia.

Dizem que, nos Clippers, Blake Griffin e DeAndre Jordan, mais espirituosos, já ti-veram problemas sérios quanto a isso, mui-ta dificuldade para suportar toda a pressão que o armador faz – tipo Kobe, ele é daque-les que colocam o dedo na ferida e apon-tam os erros aos companheiros quando as coisas não correm tão bem, não toleram “desculpas”. Também dizem que, quando a equipa bicampeã olímpica se reúne – Wade, LeBron, Bosh, Carmelo etc. –, é ele quem dá as cartas e não para de falar, no campo, no balneário, nas festas de casamento, na mesa do bar, em qualquer lugar. E caso não seja ele a falar… pois bem, abram alas para o “Little Chris”, seu filho irrequito.

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Já que Chris Paul gosta muito de falar/liderar, agora tem muitos temas para abordar: desde reuniões com vice-presidentes (Steve Blake e Anthony Tolliver entre eles), secretário do tesouro (James Jones) e muito mais para co-mandar, num mandato inicialmente previsto de um ano e meio, sucedendo a Derek Fisher. Desta vez os restantes candidatos não tiveram chance com a candidatura de uma estrela, su-bindo ao poder pela primeira vez desde Patrick Ewing (última grande estrela no cargo), cuja presidência acabou em 2001. LeBron James chegou a cogitar a sua candidatura, mas foi dissuadido numa conversa com, e quem mais? O próprio Paul, pois está claro. Ser presidente do sindicato de jogadores requer tempo, dispo-nibiliade, etc, não quero com isto dizer que Le-bron não fosse um bom presidente, até porque acho que tem as caracteristicas certas para o lugar, no entanto, acho que foi sensato da par-te dele desistir do cargo até para proteger a imagem de melhor jogador da liga, não ficaria bem reunir num só individuo todos os adjetivos e como Lebron é bom a partilhar…

O maior desafio de Paul é se sentar à mesa com o próximo comissário da NBA, Adam Silver, que assume em fevereiro e fechar as diversas pontas pendentes no acordo tra-balhista (não tão) definido (assim) em 2011, com a duração prevista de dez anos, mas que pode ser refeito em 2017, caso os jo-gadores ou os donos dos clubes optem. En-tre os tópicos mais dificeis, está a para lá de urgente regulamentação de um controle antidoping mais adequado na liga, o limite de idade para a inscrição no Draft – hoje de 19 anos, com os proprietários das fran-quias a tentar elevar para 20 –, a criação de uma terceira ronda no draft, que permitira aos clubes um controle sobre mais jogado-res, o relacionamento com a D-League e o número mínimo de jogadores contratados por cada equipa são estas as questões em pauta para serem acertadas. “The little ma-gician” é impetuoso dentro da quadra, fora dela já deu para perceber que pelo menos é “barulhento”, podemos dizer que estão reunidos os ingredientes necessários para uma bela refeição, neste caso, estão reu-nidos todos os caracteres necessarios para um bom mandato.

CP3 vai ter um ano repleto de responsa-bilidades, a fraca figura dos Clippers nos playoff dos ultimos anos ainda está bem presente, a direção fez de tudo para manter a sua maior estrela, assunto que já aborda-mos na edição passada, agora a bola está nas mãos dos jogadores e principalmente nas mãos do seu base, será que ele terá mãos para tantas bolas?!

Texto: Diogo Vasconcelos (diogojcv)

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off-SeaSon

Jogar, viagem, treino, jogar, viagem, treino… é esta a vida dos jogadores da NBA duran-te a temporada regular, as horas de descan-so são escassez, as horas passadas com os seus entes queridos são diminutas, a cabeça dos jogadores tem de estar sempre focada na competição, nas analises que os treinadores fazem á equipa adversária, na forma como a equipa deve abordar cada jogo, enfim, a exi-gência de um atleta da grande liga Americana é deveras grande. E quando a época termina? Vão todos eles passear e estar com a famí-lia? Sim, têm tempo para tudo, para a família, para gastar os seus contratos astronómicos, para realizar compromissos publicitários, etc, etc, a off season serve para tudo isso, mas este período de tempo não é apenas diver-são, alias, seria utópico pensar desta forma.

OFF-SEASONo trabalho dos jogadores

durante a off-season

A off season tem um papel importantíssi-mo na carreira destes jogadores, serve para analisar os erros cometidos durante a temporada transata, ver vídeos de jogos, focar nos aspetos que podem ser melhora-dos. Não existem jogadores perfeitos, to-dos eles têm nuances no seu jogo que po-dem ser melhoradas, no entanto, durante a temporada regular é difícil trabalhar essas mesmas nuances, por uma simples razão: não há tempo. Desde grandes viagens de Estado para Estado a tomar pastilhas para adaptar ao fuso horário, estes atletas têm muito pouco tempo para treinar sozinhos, para melhorar. É verdade que não há me-lhor maneira para um jogador evoluir do que a jogar, jogar, jogar, mas também é preciso pensar, refletir, e trabalhar indivi-dualmente e é para isso mesmo que serve a off season.

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off-SeaSon

Por vezes temos uma ideia enraizada de um jo-gador e chega uma nova época e ele surpreende-nos, surpreende-nos ou porque está mais rápido, ou porque evoluiu o seu jogo de pés, ou porque consegue estar mais concentrado nas suas per-formances, resumindo, ficamos surpreendidos com as melhorias, mas isso não acontece por acaso, o estafado conceito de sangue suor e lá-grimas está bem patente, a superação constan-te dos limites do corpo e da mente, a crença de que é possível ir sempre mais além para atingir o desígnio proposto. Temos vários exemplos de jogadores que levam a off season muito a serio, Lebron, Durant, Roy Hibbert, são apenas alguns nomes de atletas que encaram a off season como uma oportunidade para melhorar, este ultimo tem vindo a aproveitar este mesmo período para trei-nar com Tim Duncan, resultados? Basta acompa-nhar a evolução deste big guy, Roy tem evoluído muito o seu jogo de pés, é hoje em dia um joga-dor com um arsenal ofensivo muito mais requin-tado, ou seja, isto não acontece por acaso, para melhorar é preciso trabalhar, até nas tão aclama-das férias.

Vou confessar que sou um fã incondicional do Lebron James, daí ser sempre difícil falar dele, mas a verdade é que ele é o maior exemplo de como um jogador pode aproveitar a off season para melhorar o seu jogo. Lembram-se de quan-do este fenómeno chegou á maior liga de basket do mundo? Era já um grande jogador, mas tinha enumeres aspetos débeis no seu jogo, o seu long range era muito irregular, não conseguia tirar pro-veito das suas inatas capacidades atléticas, as suas armas ofensivas não eram muitas, era um jogador instável do ponto de vista emocional, po-tencial estava lá, isso era bem patente, mas foi preciso trabalhar, trabalhar, trabalhar para chegar ao patamar a que está hoje.

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Texto: Diogo Vasconcelos (diogojcv)

E isso foi o que ele fez, aproveitou todos os mo-mentos para melhorar o seu jogo, aproveitou cada off season para elevar o seu jogo. Depois de temporadas repletas de ação e desilusões o Lebron conseguiu sempre arranjar formas para se motivar. Os resultados? Bem, esses estão á vista de todos, é hoje em dia um jogador cada vez mais completo, um jogador quase impará-vel devido ao seu vasto leque de armas ofen-sivas. No seu primeiro ano na liga tinha 29% de eficácia da linha de três pontos, esta ultima época teve 40% de eficácia, é sem dúvida uma evolução gigantesca. O seu FG no primeiro ano foi de 41%, esta ultima temporada regular foi de 56%. Agora podem dizer que esta melhoria significativa aconteceu naturalmente com os jo-gos, com os treinos e sim é verdade, mas isso não explica tudo, o sucesso e o fracasso cami-nham lado a lado, por vezes uma pequena ação faz desequilibrar os pratos da balança e ilumi-

na o caminho do sucesso, King James tem vindo a tomar boas decisões, tem sabido analisar os defeitos do seu jogo e melhora-los de ano para ano durante a off season.

Enquanto nós, loucos consumidores desta grande modalidade esperamos e deses-peramos no nosso sofá pelo início de uma nova temporada, estes fantásticos atletas continuam no ativo, longe dos holofotes, longe do mediatismo, mas com uma cren-ça enorme na vontade de ser melhor de dia para dia e é não só mas também por isso que a NBA nos surpreende de ano para ano.

off-SeaSon

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DefeSa

ESPECIAL DEFESAcomo a defesa ganha campeonatos

“Defense!”, “Defense!”, “Defense!”, Fora o piani-nho clássico acompanhar um ataque nos ins-tantes finais, eternizado nos games Lakers vs Celtics, temos entre os clichês do basquete esse grito, que se disseminou por tudo que é lu-gar. Há mesmo adeptos que cantam só mesmo por cantar, Talvez utopicamente, com a vã espe-rança de que a sua equipa vá esboçar alguma reação na hora de proteger o cesto...Bem, na temporada 2012-2013 da liga NBA esta brin-cadeira deu certo. Entre as quatro equipa que chegaram às finais das respetivas conferências, estiveram as três defesas mais eficientes do campeonato, pela ordem: Indiana Pacers, Mem-phis Grizzlies e San Antonio Spurs.. Os Miami Heat, claro, nono melhor nesse quesitonário.

Deixo aqui a medição que foi elaborada por Dean Oliver, que integra o departamento de estatísticas da ESPN . As estimativas abordam o número de pontos numa mé-dia de 100 posses de bola. Isso porquê?

Bem, cada franquia tem o seu próprio ritmo de jogo. Se uma equipe corre mais com a bola, atacando com menos segundos gastos a cada posse, a tendência é que ela sofra mais pontos, não? Isso não quer dizer necessaria-mente que, na média, a sua defesa seja a pior.

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Por outro lado, alguém pode argumentar que, no caso da equipa que adota um jogo mais metódi-co, gastando o cronômetro, já esteja a proteger-se desde o princípio, controlando a bola ao má-ximo. Obviamente isso não pode ser descartado, mas sigamos adiante com a defesa-por-posse. Na temporada regular, os Pacers de Frank Vo-gel permitiram apenas 99,8 pontos a cada 100 posses de bola, seguido pelos Memphis Grizzlies (100,3) e pelos San Antonio Spurs (101,6). Os Miami Heat terminaram com 103,7. Para se ter uma ideia de quão bom foi o índice da equipa de Indiana de Paul George e Roy Hibbert, a distân-cia entre os Pacers e os Heat (de 3,9 pontos) foi maior que a que existiu entre os atuais campeões de Miami e os Toronto Raptors (3,8), apenas a 22ª defesa da liga. De acordo com a máxima de que “são as defesas que vencem o título”, podería-mos deduzir que os Pacers foram os campeões

Bem, nem tudo é assim tão sim-ples. Façamos uma pausa, an-tes de avaliar os quatro finalistas…

Um estudo conduzido pelo analista Neil Pane, uma das almas angelicais por trás do Basketball-Reference, indica que, sim, as melhores retaguardas têm mais condições de ganhar o troféu, com-parando historicamente os rendimen-tos coletivos dos dois lados da quadra.

Segundo suas contas, uma equipa que tenha uma defesa medíocre e um ataque com 10 pontos acima da média da liga, teria 32,3% de chances para conquistar o anel. Por outro lado, se a sua equipe mantiver um ataque medíocre e tiver uma defesa que sofra 10 pontos abaixo da média, sua probabilidade de título sobe para 80,1% e mesmo uma equipe que sofra 7 pontos a menos do que a média do campeonato teria uma candidatura mais sólida, com 39,1%.

Agora, para comprovar que o seu levanta-mento não é pouco, Paine fez as mesmas contas excluindo o avassalador Boston Celtics de Bill Russell, que defendia muito, podendo desequilibrar o balanço do ponto de vista histórico. Fazendo uma pesquisa só a partir da fusão NBA-ABA em 1976, a distância entre ataque e defesa cai con-sideravelmente, mas ainda pende para a contenção. O melhor ataque tem 43,8%, de chances, enquanto a melhor defesa, 63,9%.

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É difícil, porém, atingir a meta de dez pontos acima ou abaixo da média. Quanto menores esses números, menor a distância na chan-ce de título também. Por exemplo: se uma equipa faz 3,0 pontos a mais da média, a expectativa seria de 1,9%; se sofre 3,0 pon-tos abaixo, o número seria de apenas 2,4%.

“No entanto, a contínua proeminência da defe-sa, mesmo quando descartamos a dinastia do Celtics da amostra, sugere que as equipes de-vam priorizar a excelência deste lado da qua-dra se querem vencer um campeonato”, Paine.

Ponto destacado e anotado. Mas ainda não é tudo.

DefeSa

Phil Jackson, o homem dos 11 anéis de campeão da NBA, nunca se cansa de en-fatizar que as coisas estão totalmente in-terligadas: um bom ataque e uma boa defesa. Quanto menos precipitações (lan-çamentos forçados e turnovers) a equipa tiver, as suas condições de armar a reta-guarda melhoraram, propiciando menos contra-ataques, voltando com equilíbrio.

E “equilíbrio” seria a palavra-chave, mes-mo, tanto do ponto de vista conceitual como estatístico, como escreveu o analis-ta Kevin Pelton, da ESPN, outro represen-tante da crescente comunidade nerd da NBA (ver artigo sobre a nova contratação de Boston). Reduzindo o seu campo de pesquisa de 1980 para cá (o ano em que a linha de três pontos foi pintada nas qua-dras da NBA e também um marco extrema-mente relevante nestas contas), constatou que os 14 campeões tinham o melhor sal-do da temporada (mais de 40%), sabendo dosear um bom ataque e uma boa defesa.

É difícil encontrar exemplos de equipas com debilidades em cada lado do campo que tenham sido campeãs. Nos últimos 33 anos, apenas duas equipas venceram o tí-tulo com uma unidade abaixo da média du-rante a temporada regular: os Los Angeles Lakers 2000-2001 (fraco na defesa) e o De-troit Pistons 2003-2004 (fraco no ataque).

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DefeSa

Os Lakers de 2001 foi uma anomalia na carreira de Phil Jackson, que envelheceu uns bons anos tentando administrar a conturbada relação entre Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. Depois da con-quista do seu primeiro título, a equipa relaxou, apos ter sido a melhor defesa na campanha an-terior, apesar de manter a mesmíssima base, que funcionava ás mil maravlihas no ataque (segun-do melhor índice). Absurdo, não? Acontece que quando chegaram aos playoffs, decidiram ligar o turbo e venceram 15 dos 16 jogos, cedendo apenas um triunfo para os Philadelphia 76ers de Iverson e Larry Brown no primeiro jogo da serie. Já o Pistons de 2004 teve Rasheed Wallace, a sua maior estrela, em apenas 22 jogos, depois de ele ter sido adquirido numa das trocas mais de-sequilibradas da história durante o campeonato.

Os Oklahoma City Thunder tiveram o melhor saldo de pontos marcados e sofrido duran-te esta regular season, com +9,2, mas as suas aspirações ao título acabaram com a lesão de Russell Westbrook. Os Miami Heat apare-ceram em segundo, com +7,9. Os Spurs em quarto, com +6,4, enquanto os Grizzlies e os Pacers foram sétimo e oitavo, com +4,1 e +4.

Na campanha dos rapazes de Erik Spoelstra, to-davia, é possível encontrar alguma semelhança com aquela equipa dos Lakers do início da déca-

da passada, começaram o ano um pou-co devagar (mas nem tanto) e ligaram as turbinas na segunda metade do campeo-nato. No dia 1 de fevereiro, eles tinham perdido 14 jogos. Em 17 de abril, fecha-ram as contas com apenas mais duas der-rotas, conseguindo nesse período a sua incrível sequência de 27 vitórias. Durante esse período, seu saldo de pontos mar-cados e sofridos foi de +11,9, o que seria a melhor marca da liga de longe, devido a uma melhoria significativa na defesa.

Conclusão da história, nenhuma equipa é campeã sem uma boa defesa, nem mes-mo uma equipa com Lebron James e com-panhia, para chegar ao tão desejado anel é preciso esforço, dedicação, muitos gritos de “defense”, muitos olhares sufocantes dobre o portador da bola da outra equi-pa, muita entreajuda e muita, muita vonta-de de ganhar. Reparem, uma boa defesa tem todos os ingredientes que uma equipa tem/deve ter, já um bom ataque não tem necessariamente de ter. Para uma equi-pa ter uma boa defesa precisa de entrea-juda, dedicação, esforço, perseverança, respeito pelo esforço do companheiro, concentração, entrega, espirito de sacri-fício… E são estes mesmos ingredientes que fazem um treinador orgulhoso, uma boa defesa ajuda a cultivar não apenas um espirito de camaradagem entre to-dos como também é a chave do sucesso.

Texto: Diogo Vasconcelos (diogojcv)

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iVerSon

We’re talking about practice man!

Na NBA existem vários tipos de jogadores: os que têm um talento nato, os que são sim-ples jogadores, aqueles que têm uma vertente mais cómica e/ou problemática e depois exis-te também... Allen Iverson. E é mesmo sobre a lenda de Philly que iremos abordar no Per-didos & Achados desta edição de Outubro.

De entre todos os tipos de jogadores referi-dos acima, entre outros, talvez este último seja no fundo uma mistura de tudo um pouco.

Allen Iverson é sem dúvida um caso á parte no que toca a jogadores, mas antes de abordarmos os porquês vamos começar pelo início do início, como já começa a ser tradição nesta secção.

PERDIDOS & ACHADOSAllen Iverson

Allen Ezail Iverson nasceu, na Virginia, para uma adolescente de 15 anos. Poucos anos depois testemunhou o primeiro as-sassinato e 10 anos mais tarde cumpriu a sua primeira sentença de prisão depois de uma rixa embora tenha sido libertado, an-tes do final da pena, por falta de provas.

Apesar de ter sido educado e de ter crescido num ambiente problemático, felizmente, Iver-son deixou uma marca positiva da sua pessoa enquanto jovem – o seu talento sobrenatural para o basquetebol, que mais tarde acabou por lhe render uma oportunidade única na uni-versidade de Georgetown que era conhecida por recrutar apenas jogadores com mentali-dade defensiva e de grande porte (bigman’s).

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iVerSon

Depois de ter ajudado a sua equipa Iverson estava então preparado para o Draft tendo sido o joga-dor que saiu mais cedo de Georgetown para a NBA sob o comando do seu treinador – Mr.Thompson.

Após ter transbordado todo o seu talento para as equipas da NBA, naqueles dois anos, para as equipas da NBA, Allen Iverson foi escolhido na primeira pick do Draft pelos Phila-delphia 76ers acabando por fazer logo história, sem ter entrado dentro de campo se-quer, uma vez que era o jogador mais baixo de sempre (1.83m) a ser escolhido na 1ª pick.

Apesar de baixo e subestimado pelos jogadores da liga, nos primeiros tem-pos, acabou por ser “The Answer” para os problemas do emblema de Philadelphia.

Iverson mostrava ser um autêntico ‘maestro’ dentro de campo. Era rápido, tinha uma vi-são de jogo acima da média e era o rei dos crossovers. Num encontro contra os Bulls de Michael Jordan, Iverson fez magia e aplicou um crossover no melhor de todos os tempos tendo deixado os fãs na altura boquiabertos com o lance. Ainda hoje ninguém se ques-tiona quem é o rei dos crossovers porque Iverson ainda permanece de forma sólida no pensamento dos fãs mais antigos da NBA.

Embora ele fosse mágico só depois de duas épocas é que conseguiu levar a sua equipa aos Playoffs e iniciar um ci-clo de sucesso na equipa de Pennsylvania.

Mais tarde acabou por estar perto de abandonar os 76ers devido a divergências com o seu trei-nador mas acabaram por acalmar os ânimos e reunirem forças para prepararem uma nova in-vestida ao anel. Apesar das divergências com o seu treinador Allen Iverson foi nomeado o MVP da liga e bateu mais alguns recordes estando assim pronto para os Playoffs onde juntamen-te com resto da sua equipa eliminaram os Pa-cers na primeira ronda, os Raptors de Carter e os Bucks, permitindo-lhes assim uma passa-gem às finais da NBA e o início de um sonho.

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iVerSon

Sonho este que acabou por ser muito curto uma vez que foram eliminados pela grande dupla for-mada por Kobe e Shaq mas ainda assim foi a melhor temporada de Iverson a nível individual e talvez, também, da sua própria equipa que não ia a uma final desde 1983 onde saiu vencedora.

A época seguinte acabou por ser uma surpresa, pelo lado negativo... Muitas espectativas em torno de Iverson e dos 76ers, muitas previsões positi-vas, muita tinta escrita, muita esperança de que se ia assistir a uma “vingança” por parte da equipa da Philadelphia mas eis que o maior pesadelo do basquetebol acabara por chegar a Philly – lesões; Iverson jogou somente 60 jogos nessa temporada, foi alegadamente acusado de faltar aos treinos e tudo mais... Mas o pior estava para vir quando o treinador Larry Brown abandonou a equipa e se deu início a uma sucessão de treinadores que nun-ca tiveram sucesso. Porém, quando algo está mal é necessário fazer alterações e foi isso que foi fei-to. Depois de mais escândalos que envolviam Iver-son, e os novos treinadores dos Sixers , o pedido para abandonar Philly estava em cima da mesa e Iverson acabou mesmo por fugir de cena rumo a Denver que era a casa de Carmelo Anthony na al-tura. Mas a verdade é que independentemente da mudança de ares as grandes médias de Iverson continuaram e o escândalos também. Iverson foi multado várias vezes pela NBA e esteve envolvido em trocas de palavras com alguns árbitros da liga.

Embora esta passagem por Denver tenha pa-recido muito atarefada, não durou mais que dois anos visto que em 2008 já tinha muda-do de casa outra vez, desta vez para Detroit.

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iVerSon

Texto: António Oliveira (Vince Carter)

Não por muito tempo também, embora as suas mé-dias fossem á volta de 20 pontos por jogo e 6 as-sistências, Iverson começava a cair a pique na sua carreira e a perder minutos acabando por cair para o banco de suplentes, decisão esta que não foi do agrado de Iverson e que provocou nova mudança de casa desta vez para Memphis onde jogou 3 jo-gos mudando-se desta vez não para uma cidade nova... mas sim para Philadelphia! Que regresso inesperado! Mas a verdade é que era uma notícia boa demais para ser realidade, visto que Iverson teve que cessar funções para ajudar a sua filha que passava por um período crítico a nível de saúde.

Passado algum tempo tudo voltou ao normal e Iverson não tinha onde jogar mas acabou por surgir esta grande oportunidade de mostrar que ainda não havia esqueci-do e de limpar a sua imagem no final de carreira – estava em cima da mesa uma proposta, para o emblema tur-co do Besiktas, que foi aceite sem qualquer hesitação.

Embora Iverson tivesse estado algum tempo ausente devido aos motivos pessoais refe-ridos acima, o seu talento ainda estava presente e as lesões... também. Acabou por jogar somente 10 jogos e mais tarde anunciou o seu retiro, por definitivo, do basquetebol. Depois de ter parado de jogar, os problemas que o atormentavam dentro da sua carreira passa-ram para a sua vida pessoal – A.I endividou-se, divorciou-se e caiu no esquecimento total.

Na edição passada falou-se em Vince Carter que viu a sua carreira ser arrasada por lesões, má sorte e parece que o mesmo aconteceu com Iverson – lesões, má sorte, más atitudes mas um talento que provavelmente nunca mais se irá encontrar na liga nos próximos anos...

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39NBA Portugal - Outubro 2013

enterViSta

ENTERVISTAUser do mês:

DansCBQual é a tua equipa favorita?

Miami Heat.

Qual é o teu jogador favorito?

Dwyane Wade.

O que mais aprecias nele?

Em termos de in-court, é o modo de jogo úni-co, que só ele tem. Jump Shots e Layups incrí-veis! Off-Court, as ações de solidariedade...

Jogas ou já jogaste basquetebol?

Jogo sempre que possível, ou seja, quase todos os dias Razz Ainda não tive oportuni-dade para seguir algo sério, devido à esco-la, mas tenciono num futuro sério. Já venci o Compal Air da minha escola...

Achas que alguma coisa havia de mudar na NBA?

Não. Por agora acho que não há nada que seja negativo na liga.

Como descobriste o Fórum?

Bem, na altura em que descobri, estava em vários fóruns, de um outro desporto e decidi procurar um de basketball. Resultado? NBA Portugal!

O que achas dos aspetos do fórum? (membros, tópicos, parte gráfica, etc)

Em termos de membros, o fórum está bem constituído, apesar de ser muito poucos aque-les ativos. A parte gráfica mudou bastante du-rante esta temporada de verão. E mudou para melhor... Está mais bem apresentado, o que por si já é excelente! Apesar de ainda faltar algo dinâmico, o fórum está muito bom.

Entrevista por: Tiago Silva (11slamdunker)

(Imagem identificativa no Fórum)

Page 40: Nº2 - Outubro 2013 - Jornal NBA Portugal

40 NBA Portugal - Outubro 2013

Quando e como descobriste a NBA?

Descobri a NBA há muito tempo, sempre ouvi falar de Michael Jordan, Chicago Bulls, Lakers, mas quando realmente descobri a NBA foi a cerca de 5 anos só, antes disso nem sabia o nome de todas as equipas... foi uma paixão repentina e muito forte mesmo .

Qual é a tua equipa favorita?

Chicago Bulls.

Qual é o teu jogador favorito?

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