Nº 63 – 8º Ano Março / Abril de 2007 TIKVÁ Adar / Nissan 5767 · A nossa querida Medinat...

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TIKVÁ BOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA Nº 63 – 8º Ano Março / Abril de 2007 Adar / Nissan 5767 59º aniversário da Independência do Estado de Israel Seguimos em busca da paz… Purim 5767 III Messibá de Pessach Acto Solene de Yom Hashoá

Transcript of Nº 63 – 8º Ano Março / Abril de 2007 TIKVÁ Adar / Nissan 5767 · A nossa querida Medinat...

TIKVÁBOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA N º 6 3 – 8 º A n o

M a r ç o / A b r i l d e 2 0 0 7A d a r / N i s s a n 5 7 6 7

59º aniversário da Independência do Estado de IsraelSeguimos em busca da paz…

Purim 5767

III Messibá de Pessach

Acto Solene de Yom Hashoá

Medinat Israel - uma "Senhora" a ser respeitada…

A nossa querida Medinat Israel, apesar deem termos históricos comparativos poderser ainda considerada uma "criança", com-pleta já este ano dignos 59 anos de inde-pendência e de soberania.Para além da sua eterna luta e defesa poruma paz duradoura com os seus vizinhosno Médio Oriente, Israel possui tambémacrescidos problemas característicos dequalquer país, seja ele mais rico ou menosdesenvolvido, nomeadamente o desem-prego, discrepância social, inflação, etc…Nada disto entretanto impediu que ao longodestas já quase 6 décadas de existência,este incomparável país seguisse a ser a úni-ca democracia naquela conturbada regiãodo planeta. Que seguisse sempre em plenodesenvolvimento em todos os seus sec-tores. Desde o mais básico como a agricul-tura, medicina e educação ao mais avança-do como a tecnologia e o seu poderio mili-tar. Todos estes sectores que tanto servemde exemplo e prestam enorme contributopara o mundo (apesar da conhecida dificul-dade deste contributo ser reconhecido…)Esta edição nº 63 do Boletim Tikvá é ob-viamente dedicada aos 59 anos de Israel,mas como poderão constatar, por termosedições bimestrais e pelo facto dos mesesde Março e Abril reunirem no nosso ca-lendário judaico tantas outras impor-tantes datas e celebrações, temos muitomais para contar….Destacamos porexemplo as celebrações do Purim, Pessa-ch e Yom Hashoá na CIL e por limitado sero nosso espaço, mas não a nossa vida ju-daica em Lisboa que está sempre em ple-no movimento, guardaremos para apróxima edição outros importantes even-tos que ocorreram e que estão a ocorrerjá na altura do fecho desta edição. Fala-moa nomeadamente o acto de Yom Hazi-karon , a Festa de Yom Haatzmaut e As-sembleia Geral da CIL. Mas fica prometi-do. Vale a pena esperar…Parabéns querida Israel! Chag Haatzmaut sameach a todos!

Marcos PristDirector Executivo CIL

E D I T O R I A L

O que mudou na nossa comunidade?Em primeiro lugar, reforçámos e consolidámos o trabalho de or-ganização e educação dirigido aos jovens. Desde há cinco anosque o movimento Dor Chadash criado e animado por Marcos Prist,com o apoio de sua mulher Lilian, tem vindo a fazer um trabalhosistemático de formação, união e convívio judaico entre os jovensde diferentes idades. A contratação do professor Laércio Pint-chovski em Maio de 2006, acrescentou uma componente funda-mental de educação judaica não só às actividades do Dor Chada-sh, mas também à preparação adequada das Bar e Bat Mitzvot eà formação global das crianças e adolescentes. O trabalho deeducação e formação juvenil tem sido, assim, a principalpreocupação e o maior investimento desta direcção.A questão religiosa é a questão central da nossa comunidade,como de qualquer comunidade judaica. Depois da partida, por de-cisão própria, do Rabino Boaz Pash, temos continuado a fazer es-forços no sentido de trazer outro rabino. Mas é bom não nos enga-narmos a nós próprios: somos uma comunidade com uma sinagogade rito ortodoxo, mas com uma prática liberal. E contra isso, pode-mos fazer pouco: a fé e a sua expressão pública na sinagoga não seimpõem. É algo que tem a ver com a consciência de cada um. No en-tanto, não desistimos, continuamos em busca de um rabino com umperfil adequado à nossa comunidade e contratámos o "Moré" Laércio,precisamente para estimular e despertar a educação e a espirituali-dade judaicas cuja acção tem tido um impacto muito positivoOutra grande preocupação desta equipa tem sido o controlo fi-nanceiro da CIL. Graças ao rigor do departamento financeiro,hoje sabemos o que temos e para onde vamos. Trabalhamoscom base num orçamento anual, pusemos em prática um siste-ma de aumento e recolha de quotas, procuramos permanente-mente obter outras fontes de financiamento, nomeadamente debeneméritos estrangeiros, rentabilizámos o nosso património.No entanto, também aqui, temos de ser claros: vivemos acimadas nossas possibilidades e, sem um maior esforço de todos oscontribuintes, seremos, a breve prazo, obrigados a reduzir osserviços comunitários que hoje prestamos e que consideramosindispensáveis à sobrevivência da nossa Comunidade. Dotámos a Comunidade de um espaço de convívio, lazer e cul-tura, adequado aos dias de hoje o Maccabi. O objectivo é per-mitir o estreitamento dos laços comunitários e a coesão social daCIL. Sabemos quanto o convívio social foi importante na consoli-dação da Comunidade ao longo de gerações. O Maccabi é hoje oespaço das actividades juvenis, de jantares e festas de convívio,de conferências e actividades desportivas. Mantivemos e reforçámos também a nossa presença na so-ciedade civil, o relacionamento institucional, o diálogo eas actividades inter-religiosas. Estamos presentes em en-contros, colóquios e nos meios de comunicação social; estamosrepresentados em organismos oficiais, como a Comissão de Li-berdade Religiosa e a Comissão nos Tempos de Emissão da RTP;somos co-fundadores, com a Igreja Católica e a ComunidadeIslâmica, do Fórum Abraâmico de Portugal destinado a aprofun-dar os laços entre as três comunidades; recebemos alunos deinúmeras escolas e faculdades na nossa sinagoga e estamos in-tegrados em instituições judaicas internacionais. Outro aspecto de grande importância é a estruturação da CIL,da secretaria e dos seus serviços administrativos, dacontabilidade, tesouraria e arquivo. Nenhuma instituição po-de funcionar sem uma rigorosa organização neste campo e hoje aCIL é uma entidade com um funcionamento organizado, eficaz etransparente. Também os instrumentos internos, a revista Tikvá,já no seu sexto ano, o Site e o boletim virtual constituem impor-tantes elos de ligação e informação comunitária.A todos os que contribuíram para a nossa comunidade, o nossomais sincero: Muito Obrigado!

A Direcção

(extractos da introdução ao relatório de actividade apresentado naAG de 25 de Abril)

2 Tikvá 63 • Março/Abril

FICHA TÉCNICA Director Esther Mucznik Chefe deRedacção Marcos Prist Colaboradores Diana Et-tner, Gabriel Steinhardt, Henrique Ettner, NunoMartins e Samuel Levy Concepção e produçãográfica Raimundo Santos

Tikvá 63 • Março/Abril 3

Eleições na CIL 2007

Ontem realizaram-se eleições na Comunidade Israelita de Lisboa. Infelizmente, por me encontrar au-sente de Portugal, não pude estar presente, embora estivesse com o meu pensamento na Assembleia-geral.

Foram eleitos novos corpos sociais que, na verdade, continuam por ser os mesmos do triénio ante-rior. O trabalho realizado até agora tem sido mais do que positivo. A minha experiência pelo norte da Europamostrou-me como uma pequena comunidade como a nossa faz muito mais que outras comunidades muitomaiores, com mais meios e mais jovens.

Contudo, escrevo estas linhas não com o objectivo de congratular a direcção anterior, já que não ten-ho o hábito de o fazer publicamente, mas com um outro fim, que não posso deixar passar ao lado. A eleiçãodesta nova Direcção trouxe um novo elemento à mesma que é a imagem de sucesso do trabalho realizado pe-la CIL nos últimos anos. O regresso aos palcos comunitários de um membro da família Abecasis, quando o úl-timo membro dessa família com actividade nas lides comunitárias terá sido a Senhora Cecília Abecassis Z’L naSomej Nophlim, no princípio da década oitenta, mostra dois aspectos importantes neste início de século: quea CIL integra os seus novos membros exemplarmente e que alguns dos nomes fundadores ainda se conservamno seu espectro comunitário.

A Direcção passará a contar dentro dos seus membros com alguém que, não só é um amigo, mas queé alguém que toma todas as suas decisões ponderadamente, reflectindo os prós e contras em qualquer toma-da de posição. Assim, tenho de dar os meus parabéns à Direcção, desejar felicidades ao Bernardo e longa vi-da à Comunidade.

Nuno Wahnon Martins

Caro Marcos Prist

Em nome da Comunidade Judaica do Algarve, gostaria de agradecer os es-forços das pessoas da CIL que organizaram com o El Corte Inglês o fornecimento dosprodutos para o Pessach.

Este ano já chegou hoje na minha casa a Matza etc, sem as preocupaçõesdo ano passado quando chegou na última hora!

AbraçosRalf Pinto

C A R T A S R E C E B I D A Sm e n s a g e m d a d i r e c ç ã o

Sabem qual é a origem dabandeira de Israel? Não?

Então deixem-me contar-lhesuma experiência que tive naminha juventude.Estávamos em 1935, tinha eu 22anos; os meus Pais levaram-me aLondres para assistir ao casamentode uma prima nossa1. Instaladosno Cumberland Hotel, um dia, de-cidi procurar visitar uma sinagogaque fosse bem antiga, mesmo quejá não estivesse em uso. No hotelderam-me a indicação de um bair-ro muito antigo (para lá de Ken-sington), de ruas estreitas, e quefora um bairro judeu no século XIX. Até lá fui, mas não encontrei a sina-goga pelo que entrei numa peque-na loja para perguntar. Descidos al-guns degraus, o dono, que era ju-deu, notou o Maguen David que eutrazia ao pescoço Ficou admiradopor ver uma rapariga tão nova, queeu era, aventurar-se num bairro tãomal frequentado, decidindo fechara loja para me acompanhar até aolocal onde, em tempos, funcionaraa tal sinagoga. No edifício muitovelho e cheio de móveis partidos,

estava, num andar superior, umvelho rabino que estudava.Contente de saber que eu era umaneta do Haham Yeshua Halevy,que ele muito admirava, poisconhecia os livros de Cabalah queo meu avô escrevera e pelos quaisainda estudava.Quando falava com ele, chamou aminha atenção, um placa esmal-tada branca com um nome inscri-to a negro que estava em cima dasua secretária. Informou-me tra-tar-se da placa de identificação deum participante do CongressoSionista de Basileia realizada em1897, com a participação deTheodor Herzl. Ele próprio estive-ra presente nesse dia junto comrepresentantes de todo o Mundo.Contou-me, então, as discussõesque lá tiveram para definir a ban-deira de um futuro Estado Judai-co. Um conselho de sábios fez,então a sua proposta, justifican-do-a nos seguintes termos:-- Um fundo branco para simboli-zar a Paz que todos desejavampara o novo Estado;-- Dado tratar-se de um Estado

rodeado de países hostis, deveriafigurar um escudo que, logica-mente seria o escudo de David: oMaguen David. Na cor azul comosímbolo do Mar e do Céu- Falaram da ligação do povo ju-daico e do seu Estado a Deus. Nes-sa base, propuseram que figuras-sem duas faixas azuis a lembrar asfaixas azuis que tem um talet.Aqui, têm, queridos amigos, a lin-da história que me contaram e deque me lembro cada vez que vejoa nossa linda bandeira, em espe-cial, por ocasião de Iom Haatz-maut em que a podemos ver emtodas as janelas, nos automóveis,nos candeeiros e postes públicose em todas as cerimónias que ho-je se realizam nesse dia. O sonhotornado realidade. A celebração do dia da Inde-pendência é uma manifestação quemerece ser vivida em Israel

Simy Levy Sequerra

Haifa, 8/4/2007

1. Esther Sybil (Sibia) Levy - Tessie, sobrinha de

Isaac A.Levy, 1º Presidente da CIL

Por ocasião de Yom Há'atzmaut, tenho o imensoprazer de enviar calorosas saudações de Jeru-

salém, coração palpitante do Estado de Israel e dopovo Judaico.

Nascido das cinzas do Holocausto, o estabelecimen-to do Estado de Israel foi a realização de um velhosonho de ter uma nação judaica na nossa terramãe. Durante 59 anos, com o incansável apoio dosnossos irmãos e irmãs da Diáspora, construímos edesenvolvemos um país moderno e vibrante.Hoje, Israel é um país com paisagens empolgantese metrópoles fervilhantes, um país no qual a histó-ria antiga é orgulhosamente preservada e exibida ede cuja situação de vanguarda na inovação tecnoló-gica nos orgulhamos merecidamente. Israel é umpaís economicamente desenvolvido, apesar de to-das as ameaças.Ao dedicarmos os anos vindouros ao constante for-talecimento do Estado de Israel, olhamos para vós,nossos irmãos e irmãs, para participar activamenteconnosco no empreendimento sionista. Chegámostão longe, mas há ainda tanto trabalho a fazer, es-pecialmente nas regiões da Galileia e do Negev. En-corajamo-vos a visitar o nosso belo país e espera-mos intensificar o diálogo existente.Juntos, temos que caminhar para o futuro. Semprenecessitámos uns dos outros e estaremos semprejuntos pelo povo Judeu e pelo Estado de Israel.Chag Sameach.

Ehud Olmert

Jerusalém, Israel

Abril 2007

Israel 59 em números:� População 7.150.000 habitantes em 23/4/2007 (806.000 em 1948)

� ¼ de toda população (1.810.300) vive nas grandes cidades

� 720.000 vivem em Jerusalém

� 8% (581.900) vivem na zona rural (17% em 1948)

� 2% (119.700) vivem nos Kibutzim (6% em 1948)

� 76% (5.725.000) são judeus, incluíndo os 310.000 imigrantes que ainda não constam como judeus no Ministerio do Interior

� 1.425.000 não judeus (árabes, cristãos, beduínos,druzos e Cherkesim)

� 148.000 bebes nasceram

� 18.400 olim chadashim (novos imigrantes) chegaram em Israel

� trabalhadores extrangeiros

� Mais de três milhões de pessoas imigraram de 1948, mais de um milhão delas desde 1990.

No ano passado 18.400 novos imgrantes foram recebidos.

� Em 1948, apenas Tel Aviv possuía mais de 100 mil habitantes. Hoje, 44% das cidades de Israel em mais de 100 mil habitantes. Cinco ci-

dades têm mais de 200 mil: Jerusalém, Tel Aviv-Jaffa (abaixo), Haifa, Rishon Lezion e Ashdod, com um total de 1.810.300 habitantes.

* Fonte: centro de estatistica Israelita in http://www.ynet.co.il/articles/0,7340,L-3390870,00.html

59º DIA DA INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL

4 Tikvá 63 • Março/Abril Tikvá 63 • Março/Abril 5

E S P E C I A L Y O M H A A T Z M A U T

Mensagem do Primeiro - Ministro Ehud Olmert às Comunidades da Diáspora

A origem da bandeira de Israel

6 Tikvá 63 • Março/Abril Tikvá 63 • Março/Abril 7

Eu devia estar louco,para comprar apenas um ri-mon e não o par completo.Não serviria para uma sinago-ga nem para um coleccionadorde objectos judaicos; a com-pra seria pura loucura.O Inverno na antiga Jafa, em Is-rael, é às vezes bastante frio. Atarde começava a cair quandoum homem, em seus cinquentaanos, entrou em minha galeria,"Antiquarium". Entre os vários objectos de prata que meofereceu, querendo saber de meu interesse em adquiri-los,havia um grande rimon, ornamento que decora a Torá.Perguntei-lhe por que apenas um, já que todos os rolos daTorá precisam de dois desses objectos, para adornar cadauma de suas terminações. Eles sempre vêm aos pares."Olhe, não peço muito por este objecto. Há muitos anosque o guardo, desde a minha infância. Nasci na Aleman-ha. Era a "Noite dos Cristais", a fatídica Kristallnacht, etodos corremos à sinagoga para ver se conseguíamossalvar alguma coisa. Eu era menino, na época. Um ho-mem idoso abriu a cortina do armário onde ficava a Toráe me deu esse rimon, mandan-do-me correr. E eu corri. Fuiabrigado por uma família cristãque cuidou de mim. Nunca maisvi os meus pais nem os meusparentes. Após a guerra, afamília mudou-se para a Romé-nia, levando-me com eles. É delá que venho agora. Sourecém-chegado em Israel epreciso de dinheiro. Aindaconsigo me lembrar de nossasinagoga, na Alemanha, tão linda... Você sabe, os ju-deus conseguiram remover e enterrar muitos objectosdo culto judaico e isso foi antes que os nazistas bombar-deassem e destruíssem a nossa linda sinagoga".Eu devia estar louco, para comprar apenas um rimon enão o par completo. Não serviria para uma sinagoga,nem para um coleccionador de objectos judaicos; a com-pra seria pura loucura. Mas eu a fiz, sem mesmo saber oporquê. Era um lindo rimon de prata, decorado com co-roas, sinos e leões, na parte superior. No restante, tinhatorres de dois andares, com janelas vazadas, alternadase arcos com sinos. Esse rimontinha sido feito por um mestreprateiro, na cidade de Fuerth,Alemanha, no século 18. Agora,era meu. Após dar-lhe um bompolimento, coloquei-o em expo-sição. Os meses passavam e eusempre a trocar o rimon de lu-gar em minha galeria.Os anos continuaram seu ritmoe o rimon sempre a mudar delugar. Vez por outra, algum co-leccionador o admirava, inter-

essando-se pelo mesmo. E sempre o interesse termina-va com a mesma pergunta: "... e o seu par?"Certa manhã, muitos anos mais tarde, recebi uma sen-hora a querer vender-me objectos antigos de prata. Elaabriu a bolsa e eu não quis acreditar no que via. Era o se-gundo rimon! Eu perguntei-lhe de onde havia vindoaquele rimon e ela contou: "Sou uma imigrante argenti-na, nascida na Alemanha. Era aquela noite terrível, aKristallnacht. Quando os nazistas começaram a destruiras sinagogas, todos corremos até a nossa, para salvar al-guns objectos queridos para a comunidade. Eu tambémcorri. Quando me aproximei da Torá, vi esse rimon no

chão. Peguei-o e ao chegar emcasa, guardei-o entre as min-has bonecas. Fui escondida emum convento. As freiras toma-ram conta de mim. Depois daguerra, meu pai voltou e meencontrou. Partimos para a Ar-gentina e agora estou aqui"."Você tem irmãos?""Sim, eu tinha um irmão, maspelo que sabemos, ele foi mortonum campo de concentração".

"Que idade ele tinha?""Era três anos mais velho do que eu...". Ela tinha os olhosmarejados de lágrimas; eu também. Comprei-lhe toda apratearia que trazia. Assim que ela partiu, comparei os doisrimonim. Não havia dúvidas. Os dois objectoshaviam nascido juntos.Após algumas semanas de buscas, encontrei o homematravés da Agência Judaica e lhe fiz a mesma pergunta:"Você tinha irmãos?""Sim, eu tinha uma irmã. Ela deve estar morta, pois nun-ca mais ouvi falar dela"."Quantos anos ela tinha?"

"Era três anos mais nova do queeu. Mas, porquê pergunta?"Agora eu não tinha mais dúvi-das. "Sei onde a sua irmã está.Ela está aqui em Israel. O ri-mon que você guardou e o ri-mon que ela guardou são idên-ticos. Você pode, agora, reen-contrar-se com sua irmã".O homem começou a tremer esuar, sem saber se chorava ouse ria. Entramos no meu carro

e fomos atrás daquela senhora. Era a irmã dele. Umahistória de 44 anos se desenrolou naquela sala, empoucos segundos.São necessários dois rimonim para adornar a Torá. Elesagora estão juntos. Nada mais poderá separá-los. Elesestão em Israel. Irmã e irmão, juntos, lado a lado, a ador-nar a sua Terra - os dois rimonim da Torá.

Denny Pinkus

Extraído do livro Chicken Soup for the Jewish Soul, Tack Canfield, Mark Vick-

tor e Rabbi Dov Peretz Elkins

M O M E N T O D E R E F L E X Ã O

�Os dois RimonimO HATIKVAH Notas de Simy Levy Sequerra

Naphtali Herz Imber é o autor dopoema do Hatikvah. Morreu

aos 53 anos em Nova Iorque, a 10de Outubro de 1909, em condiçõesdeprimentes. Depois da criação doEstado de Israel foi enterrado noMount Herzl, em Jerusalém, emAbril de 1953, onde já vivera 5anos a partir de 1882. Nesse mes-mo ano, este poema foi lido em Ri-shon leZion e, desde então foiadoptado pelo Movimento Sionistae cantado nos seus congressos. Foium tio de Imber - Yaacov ou Sa-muel Cohen - fundador e agricultorde Rishon leZion que, tendo gosta-do tanto do poema, compôs em1878 a melodia que conhecemos.No início a música chamou-se Tik-vatenu - a nossa Esperança, e sómais tarde Hatikvah - a Esperança.Terá sido inspirada em váriascanções populares da Roménia, daHungria e da Checoslováquia, quepor sua vez terão sido inspiradasna Mantovana, canção italiana doséc. XVII .O compositor checoSmetana, na sua obra Má Vlasttambém adopta este tema.

Imber nascera na Galícia (Ucrânia)a 27 de Dezembro de 1856, viajoupela Áustria, Hungria, Roménia,sendo sustentado por ComunidadesJudaicas. Em 1882 partiu para aTurquia, para Kushta (actual Is-tambul). Aí conheceu Sir Oliver Oli-phant, um entusiasta não judeu pe-la criação de um Estado judaico,tendo tido numerosas entrevistas

com responsáveis otomanos sobcujo domínio se encontrava a Pa-lestina. Oliphant tomou Imber co-mo seu secretário. Viveu com os Lord e Lady Oliphantem Daliat-el-Carmel, na casa BeitYad Lebanim .Oliphant arranjou um trabalho paraImber numa loja, em Haifa, maseste não se aguentou muito tempoe partiu para Inglaterra e, mais tar-de, para os Estados Unidos.Durante o mandato inglês, na Pales-tina, (entre 1918 e 1948) o Hatikvahestava proibido na rádio e nem sepodia cantar publicamente. A músi-ca do Hatikvah foi orquestrada,aquando da Independência, emMaio de 1948, pela Orquestra Fi-larmónica de Israel sob a direcçãodo maestro italiano Bernardo Moli-nari. A letra foi alterada ligeiramen-te várias vezes, em especial, aquan-do da Independência em 1948.Os partidos religiosos protestaram,por o Hatikvaah não mencionar Deuse chegaram a propor a adopção doShir Hamaalot Beshuv Ad' et shivatZion-. A ideia não foi aceite.

Kol od balevavP'nimah.

Nefesh Yehudi homiyah

Ulfa'atey mizrach kadimahAyin l'tzion tzofiyah.

Ode lo avdah tikvatenuHatikvah bat shnot

alpayim:

L'hiyot am chofshi b'artzenu - Eretz Tzion

v'Yerushalayim.

Enquanto dentro do coração

De cada alma judia palpitar

E na direcção do orienteOs olhos para Tsion

se dirigirem.

Ainda não passou nossa esperança

Esperança de dois mil anosDe ser um povo livre

em nossa terraA Terra de Tzion

e Jerusalém

E S P E C I A L Y O M H A A T Z M A U T

8 Tikvá 63 • Março/Abril Tikvá 63 • Março/Abril 9

As comemorações da Festa de Purim na CIL tive-ram início com a tradicional leitura da Meguilat

Esther na nossa Sinagoga quando mais uma vez napresença das nossas crianças repudiamos o nome doamaldiçoado e tirano ministro Aman da antiga Pérsia.No dia seguinte, tarde de domingo e ainda no espíritoalegre e participativo da Sinagoga, mais de 120 pes-soas reuniram-se no Maccabi Country Club a não me-

nos tradicional Festa de Purim organizada pelo Movi-mento Juvenil Dor Chadash. Neste dia realizou-se otradicional baile e concurso de máscaras com a parti-cipação de dezenas de jovens e crianças e ampla dis-tribuição de prémios aos vencedores. O evento encer-rou com um saboroso “kibud” (comes e bebes) de Pu-rim e contou ainda com a participação da cantora is-raelita Michal Tal-Ya .

Realizou-se no passado dia 27 de Março na FNACdo Chiado na cidade de Lisboa, o lançamento

oficial do em Portugal da Bíblia Hebraica (Tanach).Jairo Fridlin da Editora e Livraria Sefer de São Paulofez apresentação desta inédita tradução para o por-tuguês da Bíblia directamente do hebraico e à luz doTalmud e das fontes judaicas. Dezenas de pessoasestiveram presentes ao evento que contou o apoioda própria FNAC, da Associação Portuguesa de Es-tudos Judaicos (APEJ) e da Comunidade Israelita deLisboa (CIL), representada na ocasião pela sua vice-presidente Esther Mucznik e pelo Director Executivo– Marcos Prist. O evento também foi realizadograças ao fundamental empenho da Euroenigma, napessoa de Ricardo Afonso, dono da empresa res-ponsável pela venda e distribuição dos livros da Edi-

tora Sefer em Portugal. O evento contou tambémcom a participação da cantora norte americana demúsica ladina – Vanessa Paloma.

Mais de 80 pessoas estiveram presentes noHotel Açores Lisboa no passado dia 5 de Abril

em Chol Hamoed (dias intermediários), para cele-brar a III Messibá de Pessach da CIL ou como tra-dicionalmente chamamos de “3º Seder”. Pais, fil-hos e avós juntos comemoraram de forma muitoalegre e interactiva a Festa de Pessach, partici-pando todos do programa através da leitura detextos e canções da Hagadá. O programa foiconduzido por jovens do Dor Chadash que ence-naram uma típica família judaica com todos oscostumes e leis da noite de Pessach. O eventoterminou com as crianças a encenarem o tambémtradicional “Chad Gadiá”.

"Comunicado distribuído pelo Fórum Abraâmico,f a c e à r e a l i z a ç ã o e m P o r t u g a l d e u m ar e u n i ã o d a e x t r e m a - d i r e i t a e u r o p e i a "

No próximo Sábado, dia 21 de Abril, terá lugar em Portu-gal um encontro da chamada Juventude Nacionalista, coma presença de organizações e partidos nacionalistas daAlemanha, Reino Unido, Espanha, Bélgica, Itália, Roméniae Áustria. O encontro apresenta-se com a finalidade depromover o “Dia da Juventude Nacional”, estando igual-mente previsto um concerto, entretanto anulado.São públicas as simpatias destes movimentos pelo nazis-mo, bem como a sua defesa de políticas de discriminaçãoracial e de combate à imigração. Veja-se o cartaz recen-temente exposto na Praça Marquês de Pombal, em Lis-boa, onde se lia: “Basta de Imigração, nacionalismo é aSolução”! E a comunicação social tem veiculado letras dealgumas das bandas que deveriam actuar no concerto deSábado, onde se observam referências à “ariana nação” ese apela ao combate pelo “nacional-socialismo”. Segundoconsta, também os vídeos dessas bandas abundam emimagens de violência e de ódio racial.O Fórum Abraâmico que reúne no seu seio membros dasconfissões cristã, judaica e muçulmana, no objectivo comum

de contribuir para a pacificação, a tolerância e o conhecimen-to mútuo, defende uma sociedade aberta em que a todos se-ja reconhecido o direito de apresentarem livremente as suasideias. Não se exime, porém, a usar desse mesmo direito pa-ra repudiar publicamente todas as propostas, venham elas deonde vierem, que glorifiquem a exclusão, a discriminação e axenofobia, ou que exaltem a violência e o ódio.Reafirmamos os valores civilizacionais da dignidade humanade todos, da hospitalidade, da abertura ao diferente, não fo-ram apenas duramente conquistados mas continuam a seruma batalha de todos os dias. As propostas de racismo e fe-chamento são tentações com que, repetidamente, o Ociden-te se confronta e que temos que saber derrotar, como es-tranhas às nossas referências abraâmicas essenciais. Háuma responsabilidade colectiva por essa herança, legada porvezes com enormes sacrifícios pelas gerações que nos ante-cederam. Quem a ela se opõe em nome de uma etnia, na-cionalidade, cultura, ou religião, dá voz aos seus medos eressentimentos pessoais, mas nega na prática o melhor datradição que afirma defender.

A DirecçãoFórum Abraâmico de Portugal Lisboa, 19 de Abril 2007

Purim 5767 na CIL III Messibá dePessach na CIL

Lançamento oficial do Tanachem Portugal

A C O N T E C E U N A C I L

Esq. p/direita – Ricardo Afonso, Jairo Fridlin,Esther Mucznik e Marcos PristEsq. p/direita – Ricardo Afonso, Jairo Fridlin,Esther Mucznik e Marcos Prist

O tradicional Ma nishtaná

“Tipíca família judaica”

10 Tikvá 63 • Março/Abril Tikvá 63 • Março/Abril 11

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Ordem recusou alterar exame marcado para umsábado, dia santo da Igreja Adventista do Séti-mo Dia, da qual era membro uma advogada es-tagiária

OTribunal Central Administrativo do Norte(TCAN) condenou em Fevereiro passado a Or-

dem dos Advogados (OA) por violação da liberdadereligiosa. Em causa estava o facto de uma advoga-da estagiária, membro da Igreja Adventista do Séti-mo Dia, cujo dia santo é o sábado, ter pedido a al-teração do exame final de agregação, que estavamarcado para aquele dia da semana. A ordem recu-sou o pedido, mas foi obrigada pelo tribunal a mar-car o exame num outro dia, que não sábado. Tudo começou em Janeiro do ano passado, quandouma advogada estagiária requereu ao presidente daComissão Nacional de Estágio e Formação (CNEF) daOA a marcação de uma data alternativa para a provafinal de avaliação e agregação do estágio, marcadapara 8 de Julho desse ano, um sábado. A aluna expli-cava que era Adventista do Sétimo Dia e os sábadoseram os dias santos da sua religião. O presidente da CNEF informou a estagiária que tin-ha de provar que a sua Igreja tinha entregue a de-claração anual a que está obrigada para que os seusmembros possam gozar a dispensa do trabalho, au-las ou provas escolares que possibilitam a partici-pação nas suas manifestações religiosas.

Acontece que a Igreja Adventista do Sétimo Dia en-tende não ser necessário o envio desta declaração. Com base no incumprimento desta formalidade, opresidente da CNEF rejeitou o pedido da advogadaestagiária, que reclamou junto do bastonário da OA.Em Junho é notificada que o recurso não foi aceite edecide interpor uma acção judicial. O Tribunal Admi-nistrativo e Fiscal do Porto decide em Julho dar razãoà OA, indeferindo o pedido da advogada estagiária,que recorre para a segunda instância - o TCAN. Desta vez a advogada estagiária teve mais sorte: a 8de Fevereiro o tribunal dá-lhe razão e obriga a ordema marcar a prova. "O não agendar por parte da Ordem dos Advoga-dos duma prova marcada para além daquela queestava prevista para o dia 8 de Julho de 2006 vio-lou o conteúdo essencial da liberdade religiosa darecorrente", concluíram os três juízes que assina-ram o acórdão. (...)No acórdão, datado de 8 de Fevereiro, a Ordem dosAdvogados ficou ainda obrigada a marcar, no prazode dez dias, uma nova data, que não coincidissecom um sábado, para a realização daquela provaescrita - que tem que ser feita no final do estágio eque, complementada com uma prova oral, dá aces-so à actividade profissional de advocacia e, porinerência, ao título de advogado.

Público, 16/04/07

Em Fevereiro esteve em Portugal o Director dasRelações Exteriores do Departamento Ibérico da

Universidade Hebraica de Jerusalém, José Benarro-ch, antigo membro da nossa comunidade, que seencontrou com membros da CIL e da Associação deEstudos Judaicos (APEJ).O objectivo da visita era estabelecer uma formade colaboração entre a Universidade e insti-tuições portuguesas. Ficou assim decidido uma

colaboração entre a Universidade e a APEJ quepoderá passar por trazer conferencistas israeli-tas a Portugal, pela organização de seminários ecursos de estudos judaicos em universidadesportuguesas, exposições...Também poderão serequacionados intercâmbios universitários, visi-tas de estudo e investigação em Israel. Esta co-laboração será do maior interesse para ambasas partes.

Ordem dos Advogados condenada por violar liberdade religiosa

Representante da Universidade Hebraica de Jerusalém em Portugal

Apresentação pública de estudo sobrea religião nos manuais escolaresDa autoria de Esther Mucznik, um estudo sobre a imagem do Judaísmo, Cristianismo e Islão nos manuais es-colares foi apresentado num colóquio da Comissão de Liberdade Religiosa em Março passado. O estudo querevela numerosos estereótipos, erros e omissões graves presentes nos manuais, foi enviado pela Comissão deLiberdade Religiosa ao Ministério da Educação e editoras afim de os mesmos serem corrigidos. Para quem es-tiver interessado, o estudo está disponível no nosso site ou na secretaria da CIL.

Assembleia-geral do Fórum Abraâmico reunida Reuniu-se a 29 de Março a assembleia-geral do Forum Abraâmico que congrega membros das comunidades,judaica, islâmica e cristãs. Entre outras deliberações foi decidido um plano de trabalho que prevê um encon-tro alargado entre membros das três comunidades para debate de temas de interesse comum, uma semanado livro religioso e a divulgação pública das festas religiosas respectivas.

Escuta, ó Israel. As declaraçõesde Shimon Peres, o mais vetera-

no vice-primeiro ministro israeliano,à Comissão Winograd (inquérito ofi-cial ao ocorrido durante a últimaguerra deste país com o Líbano),soam como um verdadeiro alerta deum shofar, apelando à intros-pecção: "Israel está mudada. Já nãoé brilhante, nem surpreendente,nem criativa". E como se tal nãobastasse, Peres acrescenta ainda noseu testemunho: "Perdemos umpouco da nossa capacidade interna-cional de persuasão. Somos perce-bidos como mais fracos e menosdissuasivos aos olhos dos árabes, oque leva a que se ponha em causa aprópria legitimidade de Israel".As questões levantadas por estasafirmações são, obviamente, de ín-dole demasiado profunda para se-rem tratadas devidamente num ar-tigo resumido como o nosso. Masparece-nos que, com mais ou me-nos gravidade, o problema existe;e nada nos impede de "levantar ovéu" sobre alguns dos seus parâ-metros ou consequências. Comecemos por estas. A verdade éque a marca "Israel" vem perdendocontinuamente pujança, quiçámercê dos altos e (sobretudo) dosbaixos do conflito com os palestinia-nos. E, apenas como exemplo, asvitórias europeias em basqueteboldo Maccabi Tel-Aviv, tal como osprémios Nobel recebidos por ci-dadãos de Israel, passam desaper-cebidos. Talvez como consequênciadisso, os cerca de oito milhões de ju-deus da diáspora, sobretudo os quevivem nos E.U.A. ou na Europa, nãoparecem estar interessados em emi-grar para Israel. Na década dos 90,o país acolheu cerca de um milhãode russos, dos quais 300.000 eram(e são!) cristãos mas, no ano passa-do, o total registado de 20.961 emi-grantes, reflecte aparentemente aincapacidade de Israel de ofereceruma solução que se coadune com asaspirações socio-económicas dosemigrantes potenciais, hoje total-mente alheias à ideologia de Herzl.Uma parte importante da responsa-bilidade pela supra-mencionada per-ca de excelência pertence, sem dú-vida, à classe política e governanteda nação. Um número demasiadogrande de suspeitas e acusações ju-

diciais paira sobre um número de-masiado grande de ministros e demembros do Parlamento. As tipolo-gias são distintas, mas igualmentegraves: Corrupção com interessepessoal, de que é suspeito o primei-ro-ministro Olmert, o ministro dasFinanças Hirchson, o ministro daSaúde Benizri e os MP Avigdor Lie-berman e Ruhama Avraham. Cor-rupção política, de que são suspeitosou acusados de novo Ehud Olmert, opróprio Shimon Peres e ainda YisraelKatz. Ofensas sexuais, de que sãosupeitos o Presidente Moshe Katzav,o seu irmão Lior e Haim Ramon, ex-ministro da Justiça e do Interior. Embora estas suspeitas não sejamigualmente graves, independente-mente da categoria em que se insi-ram, da formulação da acusação edo resultado judicial, o seu denomi-nador comum - a arrogância e atendência para o abuso do poderque denotam - é causa suficientepara preocupação.

A Haggada de Pessach, que lemosem Abril, conta-nos como o Eternodeu ao povo judaico um líder ca-rismático (Moisés, de seu nome),que o conduziu durante 40 anos pe-lo deserto, seguindo as suas ins-truções, da escravidão no Egiptopara a liberdade na Terra Prometi-da, onde lhe esperava "o leite e omel", em vez da sopa aguada delentilhas. Um pequeno deslize do lí-der foi de imediato punido com mãode ferro. E foi com estes argumen-tos, junto com várias demons-trações da Sua força divina, que oEterno comprometeu o seu povo,não só com a Sua santa lei mastambém com a nova terra. Infeliz-mente, o que parece estar a acon-tecer é que estas condições, indis-pensáveis ao comprometimento,não estão hoje reunidas em Israelque continua, não obstante, a serum país extraordinário.

Gabriel Steinhardt

12 Tikvá 63 • Março/Abril Tikvá 63 • Março/Abril 13

I S R A E L E M F O C O

Primeiro kibutz de Israel foi privatizado

Primeira mulher etíopea receber Doutorado em Israel

Descomprometidos com a Terra Prometida

Okibutz Degania Alef, o maisantigo de Israel, criado em

1910 por 12 imigrantes russosimbuídos dos ideais do socialis-mo, decidiu ser privatizado pelavontade de 85 de seus membros.Os membros do kibutz aprovaramo depósito de salários diferencia-dos em contas privadas e o paga-mento pelos serviços oferecidospela fazenda colectiva. Até então,

o kibutz tinha uma conta colectivae seus membros recebiam ser-viços e recursos em função desuas necessidades. O DeganiaAlef tem actualmente 320 habi-tantes (100 deles crianças). "Ossalários serão diferentes, mas osmembros pagarão uma taxa nive-ladora que servirá como rede desegurança para todos. Os queganharem menos de um determi-

nado valor receberão uma rendasuplementar", explica o secretáriodo kibutz, Shai Shoshani – Fonte:Jornal Alef

Utopia etíope: Yarden Fanta-Wagenstein, a primeira mul-

her oriunda da Etiópia a receberum Doutorado em Israel. Quempoderia acreditar que aquela me-nina-pastorinha de um vilarejo iso-lado nos rincões da Etiópia, analfa-beta até aos 14 anos, se tornaria aprimeira mulher etíope a obterDoutorado, com apenas 34 anos,

em Israel? Yarden Fanta-Wagen-stein concluiu no mês passado oseu doutorado "magna cum laude"em Pedagogia, e já está a arru-mar as malas para continuar osseus estudos na prestigiosa Uni-versidade de Harvard, muito em-bora as pessoas continuem a lheoferecer serviços de faxina en-quanto ela espera nas filas do su-

permercado. Yarden pediu ao ma-rido, Ilan Wagenstein, de origemasquenazita, que lhe presenteassecom uma máquina de costura, pa-ra que ela jamais se esquecesse dodia em que chegou a Israel e foiconsiderada apta para se tornaruma potencial costureira.

Fonte: Anat Medan, Yediot Achronot -www.ynet.co.il

Invenção Israelita dá uma chance a paralíticos para andar

Invenção Israelita dá uma chancea paralíticos para caminhar. Umdispositivo Israelita sem fios,controlado por computador, de-senvolvido e fabricado em Israelque habilita um caminhar seguropara pessoas com perna paralisa-da devido a derrame, dano cere-bral, paralisia cerebral, dano naespinha dorsal ou esclerose múl-tipla recebeu aprovação da USFood and Drug Administration.Fonte: FIPE / Good News from Israel

Tikvá 59 • Junho/Julho 1314 Tikvá 63 • Março/Abril

Oespaço da nossa BibliotecaDr. Elias Baruel na Sinagoga

foi pequeno para receber as mui-tas dezenas de pessoas que parti-ciparam no tradicional acto deYom Hashoá da CIL em memória ehomenagem às vítimas do Holo-causto, realizado no passado dia15 de Abril. Acompanhando o YadVashem – Museu do Holocaustoem Jerusalém – o tema centraldeste ano foi “Testemunhos e Tes-temunhas – Até Que Saibam as

Últimas Gerações” tendo sido lidosvários e emocionantes testemun-hos extraídos do livro “Estrelas damemória” de Esther Mucznik. Osnomes de crianças mortas no Ho-locausto foram este ano substituí-dos por nomes de familiares demembros da nossa Comunidadetambém assassinados. O actocontou também com o tradicionalacendimento das 6 velas emmemória dos 6 milhões de vidas

judaicas assassinadas durante a2ª Guerra Mundial.

Os 27 membros da União Europeia chegaram aacordo para transformar a xenofobia, o racismo

e a negação do Holocausto em crime passível deprisão em toda a União. O texto prevê sanções de uma três anos de prisão por "incitação pública à violên-cia, ao ódio contra um grupo de pessoas ou a ummembro desse grupo, relativamente à raça, cor dapele, religião e origem nacional ou étnica".No textoaprovado também está incluída a "apologia, a ne-

gação e a banalização dos crimes de genocídio, doscrimes contra a humanidade ou crimes de guerra",tal como os define o Tribunal Internacional de Jus-tiça, segundo declaração divulgada pela presidênciaalemã da UE. Para vencer a resistência báltica, foi fi-nalmente incluída a menção "deplorando" os crimescometidos pelos regimes totalitários, embora estesnão façam parte da decisão adoptada. O texto foiaprovado depois de cinco anos de discussões.

A C O N T E C E U N O M U N D O

Itália homenageia Primo LeviDesde o passado dia 17 de abril), Turim será asede da exposição "Primo Levi, porque é umhomem", composta por leituras, programas derádio e um concerto. A mostra será apresenta-da simultaneamente na cidade francesa deLyon e tem como objetivo divulgar as múltiplasfacetas de Primo Levi, sobrevivente do Holo-causto que se suicidou em 11 de abril de 1987,mais de 40 anos depois de seu retorno doscampos de extermínio nazistas. Sua principal

obra, "É isto um Homem?", publicada em 1947, foi traduzida para30 idiomas e ainda vende perto de 200 mil exemplares ao ano ape-nas na Itália, onde integra o programa escolar. Fonte: Jornal Alef

Sobrevivente do Holocaustotenta salvar alunos "No meio das tragédias, há sempre histórias heróicas. Esempre que nos lembrarmos do massacre na Universida-de de Tecnologia de Virgínia, lembrar-nos-emos de LiviuLibrescu. Judeu, esteve num campo de concentração, massobreviveu ao Holocausto. Romeno, resistiu ao brutal re-gime comunista antes de se exilar. Agora, aos 76 anos,era um apreciado professor de Engenharia Aeronáuticaque, quando percebeu o que se estava a passar, mandouos alunos fugir pela janela, enquanto tentava impedir queo sul-coreano Cho Seung-Hui fizesse mais vítimas, impe-dindo-o de entrar na sala. Quando a porta cedeu, os alu-nos estavam a salvo, mas Liviu já não tinha tempo paraescapar. Morreu como viveu: de forma corajosa."Fonte: Editorial de José Manuel Fernandes, Director do Público, a propósito do

massacre de estudantes na Virgínia - 19/04/07

Acto Solene de Yom Hashoá

D e d i c a d o a Y o m H a s h o á 5 7 6 7

Acordo para punir a negação doHolocausto na Europa

Aumento abrupto de incidentes racistas na Europa As agressões racistas aumentaram abrupta-mente na Europa durante o ano de 2006, se-gundo denúncia de Franco Frattini, Comissá-rio da União Europeia para Assuntos Internose de Justiça. A declaração foi feita logo apóssua visita ao Memorial do Holocausto em Ber-lim. Ele disse que houve um crescimento de70% nos ataques em um determinado país da

Europa, cujo nomenão citou.Em muitosdos 27 estados mem-bros da União Euro-peia, o aumento osci-lou entre 25% e 34%,conforme revelou aosjornalistas, após terse reunido com a mi-

nistra da Justiça alemã, Brigitte Zypries. Demodo geral, França, Bélgica e Holanda são ospaíses onde o racismo mais cresce. Fonte: Congresso Judaico Mundial

Parque de Madrid acolhe escultura em memória do Holocausto As vítimas do Holocausto têm, desde ontem,um lugar de homenagem no Parque JuanCarlos I, em Madrid, através de uma escul-tura concebida pelo artista Samuel Nahon epelo arquitecto Alberto Stisin. A escultura,com dez metros de altura e quatro toneladasde peso, pretende representar o terror doscomboios da morte, que levavam os judeusaté aos campos de concentração nazis, on-de, em muitos casos, os esperava o ex-termínio em câmaras de gás.Feita em aço e dormentes usados nas linhas decaminhos-de-ferro, a obra artística, que ficaráno Jardim das Três Culturas do Parque JuanCarlos I, integra ainda uma estrela de David,que simboliza a comunidade judaica. O alcaidede Madrid, Alberto Ruiz-Gallardón, inaugurou omonumento, numa sessão em que participa-ram líderes da comunidade judaica da capitalespanhola. A escultura inclui ainda uma placacomemorativa em memória das "vítimas ju-dias, espanholas, ciganas e de outros colecti-vos que foram assassinadas nos campos deextermínio", segundo descreve a agência es-panhola Efe. No final da inauguração, cumpriu-se um minuto de silêncio e depositaram-seflores. Dois alunos da escola judaica de Madridrecitaram versos de Elie Wiesel, sobreviventedo Holocausto e que se tem dedicado à des-crição, em livro, dos horrores do regime nazi.O presidente da comunidade judaica da capitalespanhola, Jacobo Israel Garzón, agradeceu àsautoridades madrilenas o monumento, afir-mando que este recorda "um horror insondá-vel, sem precedentes" e deixando o desejo deque o Holocausto não se venha a repetir. PUBLICO, 16.04.2007, Sofia Branco

Anti-semitismo aumentou em 2006O número de incidentes relacionados com anti-semitismo em todo omundo, em 2006, foi o maior desde 2000, e registou também umgrande aumento em relação a anos anteriores, referem dados da Uni-versidade de Telavive. O número de ataques físicos a judeus no anopassado duplicou em relação a 2005. No Reino Unido, registou-se omaior número de acções anti-semitasdos últimos 20 anos e a Ale-manha continua a ser opaís com maior númerode ataques em cemité-rios e memoriais do Holo-causto através de uma esculturaconcebida pelo artista SamuelNahon e pelo arquitecto Al-berto Stisin.Publico, 16.04.2007

16 Tikvá 63 • Março/Abril

No princípio do mês de Marçomais de uma centena de pes-

soas esteve presente na sede donosso Maccabi para comemorarmais uma festa de Purim e para ce-

lebrar mais um aniversário do nos-so querido Movimento Juvenil DorChadash de Lisboa. O programa eraintenso e teve início com uma reu-nião com os pais, quando Marcos

Prist – Director Executivo da CiL,apresentou um relatório e brevehistórico dos primeiros 5 anos deactividades e daquilo que está pro-gramado para o futuro. A seguirpais e filhos puderam juntos assis-tir a um audiovisual que ilustrou osvários e emocionantes momentosque marcaram este período. A festanão poderia deixar de contar com otradicional e delicioso bolo de ani-versário com os “Parabéns” canta-do pelo grande coro presente amais este memorável evento da ju-ventude judaica lisboeta.

Já no seu já 6º anode existência, o Mo-

vimento Juveni l DorChadash de Lisboa en-cerrou o os seus primei-ros 5 anos de vida como sentimento do devercumprido, com váriosobjectivos atingidos no-meadamente com omelhor desenvolvimen-to na área do conteúdoprogramático, na in-serção de novascrianças participantes ede novos jovens em idade de lide-rança (hadrachá), hoje naturalmente renovada e comfaixa etária mais baixa, mas quesegue a actuar neste nobre e visto-so trabalho que envolve um mailingactual de 90 jovens participantes (apartir dos 3 anos), universo quepossibilita uma frequência médiasemanal de cerca de 45 partici-pantes. O nosso muito obrigado aestes jovens pelo empenho e com-promisso nesta nobre missão!

Foram 32 actividades no ano de2006 no Dor Chadash (cerca de160 actividades contínuas desde asua criação em Fev. de 2002) comdestaque para a realização da 5ªedição da nossa já tradicional Ma-chané de Verão em Julho. Com achegada do Moré Laercio Pint-chovski pudemos também poten-ciar o trabalho de formação dosnossos jovens através da impor-tante integração das técnicas,conteúdos e métodos dos ensinos

formal e não formal.Seguiremos a trabalharfirme no intuito de ob-ter cada vez maissensíveis crescimentosno que tange à qualida-de e variedade dasnossas actividades pa-ra os nossos jovens,bem como no desen-volvimento do conteú-do programático a seraplicado também deforma cada vez maisorganizada e criteriosa.

Mas tudo isto, só é e seguirá a serpossível com o fundamental apoiodos pais e familiares que tanto nosincentiva neste grande esforço de ga-rantir a educação e continuidade dojudaísmo entre os nossos jovens e nanossa Comunidade. Portanto...

TODA RABÁ A TODOS E KADIMADOR CHADASH!

Marcos Prist

Director Executivo CIL

Tikvá 63 • Março/Abril 17

Caro Deputado João Rebelo; Sr. Oulman Carp, Presidenteda Comunidade Israelita de Lisboa; Padre Peter Stilwellda Igreja Católica; Dr. Abdul Vakil, Presidente da Comu-

nidade Islâmica; Sheik David Munir, Íman da Mesquita de Lis-boa; Arq.ª Ana Castro Freire, Assessora do Presidente da Câ-mara Municipal de Lisboa. Caros convidados:Há 62 anos atrás, no dia 27 de Janeiro de 1945, o Exército Rus-so entrou em Auschwitz, libertando mais de 7000 dos prisionei-ros que ainda restavam e cuja grande maioria estava doente oumoribunda. Estima-se que entre 1940 e 1945, pelo menos 1,5milhão de pessoas foram lá chacinadas, maioritariamente Ju-deus. As Nações Unidas elegeram este dia – 27 de Janeiro – pa-ra assinalar esses anos negros entre 1939 e 1945 (a SHOÁ).A Shoá desafia a compreensão humana. Podemos ler sobre ela.Podemos ver vídeos. Podemos falar com sobreviventes. Pode-mos até mesmo ir a Aushwitz, seguindo a linha de comboio queleva ao campo. Contudo, por mais que nos esforcemos nuncaseremos capazes de compreender na sua totalidade a verdadei-ra dimensão de horror de tudo isto. Um autor Israelita, ele pró-prio um sobrevivente, chamou aos campos "um planeta dife-rente". Creio que parte do que não conseguimos entender são,não só os horrores por que passaram os Judeus, mas também,a incapacidade dos nossos 'eus' compreenderem que tipo de serhumano pode pensar e pôr em prática tal monstruosidade.Muito aconteceu nestes 62 anos. O mal ainda perdura no mun-do e por vezes parece que nenhuma lição foi aprendida do passado. No entanto, existe uma enorme dife-rença: o Estado de Israel nasceu e serve de garantia para osJudeus de todo o mundo de que o que aconteceu nunca maisirá acontecer novamente. O PM Ehud Olmert declarou recen-temente num discurso: "O povo Judeu, com as cicatrizes do Holocausto frescas no corpo,não pode permitir-se enfrentar novamente ameaças de aniqui-lação". Estava, naturalmente, a referir-se ao Irão e às ameaçasproferidas pelo seu líder contra Israel. Actualmente, quando al-guém nos ameaça, erguemo-nos e ouvimos atentamente.Hoje, por toda a Europa, os países comemoram o Dia Interna-cional Memorial do Holocausto. Claramente, esta iniciativa dasNações Unidas foi uma benção, tal como os vários discursos es-critos pelas nações para assinalar este evento. No entanto,nem discursos, nem conferências televisivas são suficientespara travar a onda de anti-semitismo, cada vez mais crispadana maior parte das nações europeias e no mundo, e certamen-te não travarão a negação do Holocausto.A negação do Holocausto é a mais perigosa calamidade de todase goza hoje da participação de cada vez mais ditos peritos, in-vestigadores e historiadores, que não estão minimamente preo-cupados com as leis que banem, em alguns países, a negação doHolocausto e o incitamento baseado no anti-semitismo.Porque havia de se preocupar Bruno Gollnisch, o número doisdo partido nacionalista de extrema-direita de Jean-Marie LePen, com medidas punitivas para a negação do Holocausto seestas representam apenas 3 meses de pena suspensa? Eporque não haveria David Irving de ridicularizar o Tribunal deJustiça que o soltou o mês passado, após ele ter cumprido ape-nas 1 anos da sua pena de 3 anos?E porque não haveriam aqueles alucinados que acorreram a Teerãoo mês passado para uma Conferência Internacional de Revisionistasdo Holocausto de toralemente desrespeitar as leis dos seus países?Porque haveriam de parar de espalhar veneno enquanto os lí-deres da UE – uma instituição esclarecida, segundo a sua própria

definição – se mostra incapaz de introduzir legislação básicacontra a negação do Holocausto apenas porque muitos Estadosmembros, que se vêem como mais esclarecidos, se opõem a talem nome da tão aclamada liberdade de expressão? Realmente,uma Europa esclarecida. O Dia Internacional Memorial do Holo-causto permanecerá vazio de real substância e não atingirá na-da em concreto enquanto os países do mundo e seus líderesacharem suficientes as assembleias, conferências e discursos. Omotor da mudança deve começar de baixo, da raíz da questão.Deveria começar por um plano educacional a longo-prazo inse-rido no sistema escolar, como aulas especiais ensinadas atravésde instituições de educação superior; com uma campanha "per-

manente" nos media e uma luta in-cansável contra o incitamento racial ea xenofobia em todas as suas formas.Para somar a tudo isto, leis deveriampromulgar-se em todos os paísescom severas medidas punitivas a im-por-se aos negacionistas do Holo-causto. Só tais medidas trariam umamudança drástica. Só aí a iniciativa das Nações Unidasadquiriria substância. Em sintonia com

o tema "Remembrance and Beyond", a sua observância foca-sena importância de dar à juventude de hoje uma verdadeira edu-cação sobre o Holocausto, para que futuras gerações possamtrabalhar para evitar o ódio, o racismo e o preconceito.Ontem, a Assembleia-geral das Nações Unidas adoptou, porunanimidade, uma resolução condenando qualquer negação doHolocausto. A resolução "condena sem qualquer reserva qual-quer negação do Holocausto" e pressiona os Estados membrospara que "sem quaisquer reservas, rejeitem qualquer negaçãodo Holocausto como acontecimento histórico" (citação).Dá-me uma grande satisfação poder dizer-vos que Portugal foium dos patrocinadores desta resolução.Tenho lido recentemente que certos 'ditos' intelectuais estão "preo-cupados" que a tomada de medidas drásticas contra os negacio-nistas seja o primeiro passo para amordaçar a liberdade de ex-pressão. Discordo veementemente deste argumento. Não pode-mos, em nome do pensamento liberal, preparar o caminho paraque este veneno se espalhe. Temos de ser mais assertivos nas nos-sas acções. Tem de existir tolerância zero para o Anti-Semitismo epara os negacionistas do Holocausto. Ambos estão relacionados.Finalmente, não posso falar daqueles tempos horríficos sem men-cionar uma pessoa que se manteve qual foco de luz no meio dastrevas. Estou, obviamente, a referir-me a Aristides de SousaMendes. Portugal e o povo Judeu têm razão em estarem extre-mamente orgulhosos deste homem, que arriscou os seu trabalhoe vida – e perdeu tudo de facto – para corajosamente fazer aqui-lo que, em consciência, achava ser o mais correcto, e que era sal-var dezenas de milhares de pessoas. Não podemos nunca esque-cer estes actos de Humanidade. Temos de ensiná-los às nossascrianças para que estas possam, por sua vez, transmiti-los àssuas - visto que só mantendo a sua memória viva podemos re-compensá-lo de alguma forma por algo que não tem preço.Há 62 anos atrás, os poucos prisioneiros que restavam em Au-shwitz viram os soldados soviéticos entrar no campo e pôr fima um pesadelo que foi a realidade para os Judeus da Europadurante cinco anos. Nós, as gerações seguintes, estamos in-cumbidos da tarefa de assegurar que este pesadelo não se re-pita. Nunca mais.

Discurso do Embaixador de Israel, Aaron Ram, por ocasião do Dia Internacional

Memorial do Holocausto(27.01.2007)

A C O N T E C E U N O M U N D O

Dor Chadash completa5 anos de existência

Prezados pais, madrichim, ex-madrichim e chanichim!

J U V E N T U D E

Tikvá 63 • Março/Abril 1918 Tikvá 63 • Março/Abril

AFrança vai eleger a 22 deAbril os candidatos presiden-

ciais que passarão à segunda vol-ta. Todas as atenções estão vira-das para a campanha presiden-cial. A obstinação natural desteperíodo conseguiu ser abaladapor dois acontecimentos: o fale-cimento de Lucy Aubrac e o re-gresso de Michel Polnareff.

a resistenteLucy Au-brac ficouconhecidapor ter si-do umaresistenteao nazis-mo. O seum a r i d o ,RaymondS a m u e l ,

foi preso pela Gestapo a 21 deJunho de 1943. Lucy recusa-se adeixá-lo nas mãos da secretaalemã e organiza uma operaçãomilitar para o libertar. Durantedois meses, Lucy vai solicitar pes-soalmente a Klaus Barbie, a possi-bilidade de visitar o seu "noivo" epara que permita o casamento naprisão. Numa destas visitas elaelabora o plano de evasão. A 21 deOutubro, durante uma transferên-cia de prisioneiros, Lucy e os seuscompanheiros atacam o camiãoalemão, onde se encontravam ca-torze resistentes, entre os quaisRaymond Aubrac. Todos os resis-tentes foram li-bertos e o casalacaba por al-cançar Londresem Fevereiro de1944.Depois da guer-ra recusou-se

sempre a entrar na política econtinuou a vida de professora,interrompida durante a ocupaçãonazi. A sua vida originou um filmee apagou-se no passado dia 14 deMarço. Com honras militares, oseu enterro teve a presença da al-ta esfera política. Como afirmouNicolas Sarkosy "a França pres-tou homenagem a quem se recu-sou submeter ao ódio e ao anti-semitismo." Como reacção ao seudesaparecimento foi reclamadoque as suas cinzas sejam trans-postas para o Panteão Nacional.Lucy Aubrac foi uma resistentenuma época de poucos heróis. AFrança perdeu um símbolo.

o cantor

A 12 de Maio de 2006, o cantorfrancês Michel Polnareff anunciaque irá apresentar uma série deespectáculos em Bercy durante osdias 2 e 14 de Março. Todas as re-vistas e jornais franceses anun-ciaram a Polnareffmania. O can-tor, auto exilado nos Estados Uni-dos, não actuava em França hámais de dez anos. Mas quem éMichel Polnareff? Filho de um re-fugiado russo, Leib Polnareff, e deuma cantora de cabaré, Polnareffcomeça a sua carreira a tocar nasruas de Montmartre. Torna-sefundador do movimento Beatnik eatinge um grande sucesso na se-gunda metade dos anos setenta.

o candidatoNicolas Sar-kosy, o can-didato decentro direi-ta que apa-rece em pri-meiro lugarnas sonda-

gens, tem origens húngaras esefarditas. Na verdade, o divór-cio dos pais em 1959, aproximouo candidato ao seu avô, Benedi-to Mallah. Este, originário deSalónica, era filho de um joalhei-ro que, com catorze anos, partepara Paris. Após concluir o cursode medicina, decide instalar-sedefinitivamente em França. Ser-ve como médico na PrimeiroGuerra Mundial, onde conhece asua futura esposa, Adéle Bou-vier. Para se casar com esta,converte-se ao catol ic ismo.Contudo, durante a segundaguerra mundial, a família Mallahé obrigada a refugiar-se numaquinta em Corréze para que nãoseja deportada pelos alemães.Michel Polnareff e Nicolas Sarkosynão são Judeus pela Lei Judaica.Não sei se Polnareff se considerade alguma forma ligado à sua as-cendência judaica, mas sei queSarkosy sim. O orgulho de ter an-tepassados Judeus não traz votossuplementares ao candidato dadireita francesa, pelo contrário,até poderá fazer com que os per-ca. Não obstante quer Polnareff,quer Sarkosy, movimentam mul-tidões. E essas multidões nãoquerem saber se eles são Judeus,ou não, basta-lhes o carisma e aforça de vontade. O mesmo quecaracterizava Lucy Aubrac.

Nuno Wahnon Martins

E S P A Ç O A B E R T O

ilósofo, sociólogo, professor,jornalista, várias foram as defi-nições atribuídas a RaymondAron. A que melhor se atribui é

a de espectador comprometido. Analisava a si-tuação política francesa e internacional friamente,sem complexos e sem filiações. Annie Kriegel de-nominou-o, num artigo publicado na revistaL'Arche em Dezembro de 1983, como o "último sá-bio". Este sábio, que hoje tem muitos admiradoresnos quatro continentes, faleceu em 1983, sema-nas após a publicação das suas Memórias. Comose algo lhe tivesse dito que tudo já estava escrito.Nascido numa família judaica assimilada, Ray-mond Aron mal teve uma educação religiosa."Os meus avós contrataram um Rabino para darumas lições aos seus três filhos"1, mas nenhumdos Aron celebrou a Bar-Mitsvah. Para os Judeusda Alsácia e Lorena ser francês representava aemancipação, e ser Judeu um assunto de família.A família Aron não era diferente. A laicidade es-tava acima de tudo.Em 1930 Aron aceita um lugar de assistente naUniversidade de Colónia. A estadia de três anospermite-lhe, sobretudo, reflectir, mas tambémobservar a ascensão do nazismo. Este é o pri-meiro momento no Judaísmo de Aron. Não criti-car a ascensão de um partido totalitário porque aobservação de um Judeu a esse facto seriaconsiderada como algo de não objectivo. Umaguerra dos Judeus contra Hitler.Em 1940 segue para Londres onde será directordo jornal France Libre. Apresença da mulher efi lha em territóriofrancês fará com que es-creva os seus editoriaissob o pseudónimo deRené Avord. Com o fimda guerra regressa aFrança, torna-se edito-rialista do Le Fígaro, atése transferir para o L'Ex-press em 1976, e assuas análises, aulas e

oposição aos intelectuais de corrente marxistacorrem naturalmente até que ocorre umaconferência de imprensa em 1967."Israel, povo de elite, seguro de si próprio e do-minador"2, esta pequena frase, pronunciada peloGeneral De Gaulle numa conferência de imprensaapós a Guerra dos Seis dias, movimentou a maiorparte do intelectuais franceses num rol de críticasao chefe de estado. Aron esperou por umareacção de François Mauriac ou de André Malraux,como essa reacção nunca chegou a ocorrer, elepróprio tomou a iniciativa de criticar De Gaulle. "Nunca fui Sionista (…) não apoio incondicional-mente a política dos políticos responsáveis peloEstado de Israel. Mas também sei, que a eventua-lidade da destruição do Estado de Israel (que seriaacompanhada por um massacre de parte da popu-lação) me fere na profundeza da minha alma. As-sim, (…) um Judeu nunca será objectivo quando sereferir a Israel"3. O estado de alma de Aron, ao ve-rificar que a existência do próprio Estado de Israeltinha sido colocado em causa, levou a uma reacçãode pura emoção que, para quem analisava fria-mente todos os aspectos da Guerra-fria, era algode muito invulgar. Não foi uma defesa incondicio-nal do Estado de Israel, foi a transposição de umaemoção pessoal. Foi a "vingança" por aquilo quenão tinha sido dito, nem escrito, entre 1930 e1933. Por muito que estivesse longe de um judaís-mo religioso ou ritualista, a reacção de Aron de-monstrou que havia algo de judaico dentro de si. O momento mais emocionante da sua vida ocor-reu quando recebeu a distinção de doctor honoriscausa pela Universidade Hebraica de Jerusalém.No discurso de agradecimento referiu ali que umaadesão nacional não exclui afinidades com outrasNações e com outros Povos. O patriotismo não éexclusivo, nem totalitário. A adesão a uma nacio-nalidade não invalida a proximidade com aquelescom quem partilhamos a mesma história. E, co-mo sempre, tinha razão.Nuno Wahnon Martins

1. Dominique Schnaper, filha de Raymond Aron, em entre-vista concedida ao autor.2. "Israel, peuple d'elite, sur de lui-même et dominateur",tradução do autor.3. Aron, Raymond, "Le Temps de Soupçon", Le Figaro, 1967

A resistente, o cantor e o candidatoRaymond Aron

e o seu Judaísmo

Y

Tikvá 63 • Março/Abril 2120 Tikvá 63 • Março/Abril

Neste dia 24 de Abril de 2007 comemoramos o59o aniversário da Independência do Estado

de Israel, anos estes marcados por conquistas noâmbito social, cultural, na medicina, na ciência eeducação. Porém como sabemos o Estado de Israel não nos foioferecido numa "bandeja de prata". Somamos commuita dor após a última guerra no Líbano, 22.305 sol-dados caídos pela Pátria e 1635 vítimas do terrorismodesde o levante do Estado. Todos lembrados commuito respeito e dignidade no acto solene de Yom Ha-zikaron realizado no último 22.04.2007 no pátio denossa Sinagoga, com a presença de mais de cem pes-soas (ver imagens na próxima edição do Tikvá)Desde a sua criação em 1948, Is-rael acredita na paz e continua adesejar o estabelecimento do diá-logo e de relações pacíficas, tantocom os seus vizinhos palestinia-nos como com os Países árabes noMédio Oriente.Israel tem interesse em promoverum processo de cooperação e nor-malização, e os estados árabes mo-derados podem, por sua vez, de-sempenhar um papel fundamentalnesse sentido. Em relação ao pro-cesso de paz com os palestinianos,Israel está comprometido com asolução de dois estados que convi-vam em paz, sem terrorismo e semviolência. O primeiro-ministro deIsrael, Ehud Olmert, convidou lí-deres árabes para participarem de uma conferênciaregional pela paz. A presidente em exercício - Sra.Dália Itzik - em seu discurso na cerimónia de abertu-ra do Iom Haatzmaut no Har Hertzel em Jerusalémdisse: "…Escutamos de longe o polir das espadas e asvozes da Guerra. No longínquo Irão, na Síria tãopróxima, na Autoridade Palestiniana tão perto daporta de casa…ainda existem líderes extremistas quesustentam o ódio e que acreditam no seu poder deatingir Israel. Antes de dispararem suas armas de fogo, pensemduas vezes… afinal de contas, vocês não estão far-tos do sangue que derramaram até hoje? Nossoconselho a vocês: troquem as "katiushas" e os mís-seis por computadores e por uma educação queama, por um sorriso de uma criança que tenha umfuturo em boa vizinhança!..."

Neste ano comemora-se dois episódios fundamentaispara a história do povo judeu e do Estado de Israel:2007 traz consigo os 60 anos da resolução da Assem-bleia-geral da ONU, chefiada pelo chanceler brasileiroOsvaldo Aranha, que decidiu no dia 29 de Novembrode 1947 a criação do Estado de Israel. Em Maio próxi-mo, no dia 28 de Iyar marcamos 40 anos da unificaçãode Jerusalém, a capital eterna do Povo de Israel. Unimos os nossos pensamentos neste dia da Inde-pendência na esperança que a profecia bíblica seconcretize:"…Não levantará espada nação contra nação, nem seexercitarão mais na guerra…" (Isaías 2, 4)"…porque, eis que eu crio novos céus e nova terra;

e não haverá mais lembrança das coisas passadas,nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exul-tareis perpetuamente no que eu crio; porque eisque crio para Jerusalém uma alegria, e para o seupovo gozo. E exultarei em Jerusalém, e me alegra-rei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela vozde choro nem voz de clamor. Nela não haverá maiscriança de poucos dias, nem velho que não cumpraos seus dias; porque o menino morrerá de cemanos…. O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos,e o leão comerá palha como o boi; e pó será a co-mida da serpente..." (Isaías 65:17-25)More Laercio PintchovskiIom Haatzmaut sameachFeliz 590 aniversário Israel!

HebraicoO renascimento de uma língua

Após quase dois mil anos sem ter sido falada comolíngua corrente, o hebraico tornou-se novamente

uma língua viva e, actualmente, é o idioma oficial doEstado de Israel. Considerada uma língua sagrada, es-teve restrita desde o ano 200 da era comum à liturgia,filosofia e literatura.No final do século 19, no entanto, transformou-se em umveículo cultural moderno, vital para o movimento de re-nascimento nacional que culminou no sionismo político.Por trás deste processo está a participação fundamentalde Eliezer Ben-Yehuda, iniciador do movimento pelo res-surgimento da língua hebraica como idioma falado.Tendo imigrado para Eretz Israel - a Terra de Israel -em 1881, tornou-se pioneiro no uso do idioma no lar ena escola. Como parte de sua luta, incentivou acriação de novas palavras, lançou um periódico, em1884, sendo também co-fundador do Comité de Lín-gua Hebraica (http://hebrew-academy.huji.ac.il/en-glish.html), em 1890. Em 1910, iniciou a compilaçãodo Dicionário Completo do Hebraico Antigo e Moderno,com 17 volumes. O trabalho foi concluído por sua es-posa e pelo seu filho, em 1959. O reconhecimento do hebraico como língua oficial naentão Palestina, juntamente com o árabe e o inglês,pela Administração do Mandato Britânico, tornou-se oidioma oficial das instituições judaicas e do seu siste-ma educacional. As oito mil palavras que compunhamo vocabulário hebraico nos tempos bíblicos se trans-formaram em 120 mil. O renascimento do hebraico, considerado um fenómenoúnico na história das nações, foi fundamental no proces-

so de construção dasociedade israelita e nodesenvolvimento desua identidade nacio-nal, a considerar-seprincipalmente o factode ser um país formadopor imigrantes vindosde mais de 80 países eque trouxeram consigo

a cultura e a língua do seu local de origem. Israel é hojea única nação no mundo cujas crianças cantam e falamna língua dos profetas como sendo a sua língua oficial.Uma nação que fez renascer o seu idioma e com ele to-do o seu passado, para construir o seu futuro. Quer aprender a língua hebraica? Conheça os nossoscursos (quadro ao lado) e faça a sua pré-inscriçãoatravés do nosso site www.cilisboa.org

CURSOS 2006/2007

Bar e Bat Mitzvá

Curso preparatório para Bar- MitzváPedagógico e cerimónia

2ª Feira das 17h30 às 18h20Local: Sede da CIL - Rua Monte Olivete

Curso preparatório para Bat- MitzváPedagógico e cerimónia

3ª Feira das 17h30 às 18h20Local: Sede da CIL - Rua Monte Olivete

Hebraico

Língua Hebraica - Ivrit 1 Crianças Iniciantes - 6 a 9 anos

4ª Feira das 17h30 às 18h20Local: Sede da CIL - Rua Monte Olivete

Língua Hebraica - Ivrit 2Crianças Iniciantes - 10 a 14 anos

5ª Feira das 17h30 às 18h20Local: Sede da CIL - Rua Monte Olivete

Língua Hebraica - Ivrit 3 - Adultos Iniciantes3ª Feira das 19h30 às 20h30

Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel - Sinagoga

Língua Hebraica - Ivrit 4 - Adultos adiantados5ª Feira das 19h30 às 20h30

Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel - Sinagoga

Língua Hebraica - Ivrit 5 - Curso Livre - Iniciantes2ª Feira das 19h30 às 20h20 (para não membros da CIL)

Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel - Sinagoga

Judaísmo e Rel ig ião

Conceitos Básicos do Judaísmo Módulos I e II4ª Feira das 19h30 às 20h30

(somente para membros da CIL)Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel - Sinagoga

Curso Livre de Conceitos Básicos do Judaísmo Módulos

2ª Feira das 20h30 às 21h30 (para não membros da CIL)

Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel - Sinagoga

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59ºaniversário da Indepêndencia do Estado de Israel.

Seguimos em busca da paz…

Colabore com aCAMPANHA DE RESTAURO

DOS OBJECTOS RELIGIOSOS

da nossa Sinagoga Shaare TikváFavor enviar a sua generosa contribuição para:Comunidade Israelita de Lisboa Rua do Monte Olivete, 16R/C - 1200-280 - Lisboa - Portugal

Se preferir, pode enviar a sua contribuição através de transferência bancária para:BANCO BES - NIB: 0007 0006 0000 5570009 02Em ambos os casos, favor especificar: Fundo Sinagoga

Para mais informações contacte:Secretaria: [email protected] - Telf + 351 21 393 1130/ Fax: 21 3931139 Meninos da Guerra:

Guilherme Silberfarb e as Crianças do Holocausto Wilson AmaralEditora: Hércules - ISBN: 8586269212

Dicionário Sefaradi de SobrenomesEditora: Fraiha - ISBN: 8585989203

É fruto da persistência, dotalento e da erudição deGuilherme Faiguenboim,Paulo Valadares e AnnaRosa Campagnano. Nelemuitos poderão promoverum reencontro com o seupróprio passado, religan-do o que a intolerância re-ligiosa, os efeitos da In-quisição e o isolamentoobliterou

Protocolos do Concílio Vaticano II: Sobre os JudeusPadre Humberto PortoEditora: Perspectiva

Este livro é um documen-to histórico da mais altaimportância. Revela osnovos caminhos do rela-cionamento da Igreja como Judaísmo. Além da pre-sente obra, tem váriasoutras dentro da mesmapreocupação de intensifi-car o diálogo efectivoentre Israel e a Igreja.

Segredo Judaico de Resolução de Problemas Nilton Bonder Editora: Imago - ISBN: 8531204402

A Obra Aborda os Proble-mas e Impasses da VidaModerna através de umaReleitura dos Ensinamentosdo Judaísmo, EstreitandoAssim a Distancia Entre aTradição e o Cotidiano.

R E L I G I Ã O

22 Tikvá 63 • Março/Abril

A CIL NA TVRTP 2

21 de Maio - 2º Feira - 18h30Programa Fé dos HomensTema a definir

18 de Junho - 2ª Feira - 18h30Programa Fé dos Homens59º Independência do Estado de Israel

8 de Julho - Domingo - 9h00Programa CaminhosTema a definir

Eventual mudança no horário da emissão é de total responsabilidade da emissora.

Quer estudar Talmud ou saber mais sobre esta obra fundamental da nossa Torá? Venha saber mais sobre ciclo mundial DAF YOMI De 2ª a 5ª feira - às 08h30 na nossa Sinagoga.

Grupo de Estudos sobre a Parashá da semanaTodas as 6ªs feiras às 19h00 na Sinagoga. Aberto a todos.Coordenação: Alain Hayat

Tikvá 63 • Março/Abril 23

Participe nos Serviços Religiosos da nossa Comunidade 6ªs feiras às 20h00 Sábados às 9h00Venha e traga toda a sua família !

Livros Judaicos em Portugal

A S N O S S A S S U G E S T Õ E S

Hachnasat Sifrei Thorá

É comimensaalegriaque co-m u n i -c amosque nopassa-

do dia 2 de Abril foi realizada nanossa Sinagoga Shaaré Tikvá umserviço de shacharit com cerimó-nia especial de "Hachnassat SeferThorá". Graças a uma generosaoferta recebida, foi possível reali-zar para a festa de Pessach a"reentrada" de 3 Sifrei Thorá (ro-los da thorá) que foram restaura-dos e reparados em Israel deacordo com a sagrada lei judaica(halachá), pela OT Organizationde Israel. O nosso agradecimentoao Isaac Assor pela colaboraçãono transporte destes sefarim deLisboa para Israel e de Israel devolta para a nossa Sinagoga.

Projecto MemorialCom muito esforço e dedicação o nosso cemitériotem sido mantido até hoje com toda a dignidade erespeito que lhe é devido. Preste a sua homenagem aos seus entes saudososatravés da colocação de placas de mármore no memo-rial que está a ser desenvovido no nosso cemitério e

Contribua com este projecto ! Ajude a manter o nosso cemitério !

Mais informações podem ser obtidas através da nossa secretaria.

Produtos Casher Le Pessach Na edição nº 58 do Boletim Tikvá publicamos um comunicado re-

lativo às lamentáveis dificuldades encontradas pelo membros da CIL emadquirir estes produtos durante o ano passado (2006/5766), nomeadamente ede forma mais sensível as matzot (bolachas).Apesar de reiterarmos de que o facto ocorreu por motivos alheios a nossa von-tade e por acreditamos ser esta sempre uma responsabilidade maior desta Di-recção, é com grande alegria que constatamos e informamos que neste ano de2007/5767, graças a um sistema atempado de reserva destes produtos organi-zado pelo El Corte Inglês com a colaboração e divulgação da CIL, não só não fo-ram ultrapassados todos estes problemas, como o serviço e atendimento do ElCorte Inglês de Lisboa foi digno dos melhores elogios e agradecimentos.Para o próximo ano a CIL estará pronta a colaborar para que tudo transcorranoavamente da forma mais positiva e satisfatória.

A Direcção

O nosso mais sinceroagradecimento a:

Riva IcykEmilía EttnerClara Hayat

que já contribuírampara o Fundo de Restauro dos Objectos Religiosos da Sinagoga Shaaré Tikvá !

EuroEnigma, LdaSr. Ricardo Afonso (Moreno)(351) 965324201 | [email protected]

Blog da Comunidade Israelita do Portohttp://www.comunidadeisraelitadoporto.blogspot.com/

Blog da Comunidade Judaica de Belmontehttp://www.comunidadejudaicadebelmonte.blogspot.com

Shabat Hagadol no MCC Com as presenças e participações especiais do Moré Laer-cio Pintchovski - responsável pelo Departamento de Ensi-no Judaico e do Director Executivo da CIL - Marcos Prist, foi realizado no passado dia 30de Março um Cabalat Shabat especial que antecede o início das celebrações do Pessach- o SHABAT HAGADOL. Foi uma noite muito agradável e interactiva, quando muito se pô-de aprender sobre este Shabat especial, através da leitura de textos e canções devida-mente compiladas e bem editados numa "pequena Hagadá" distribuída aos presentes.

Jairo Fridlin no MCCEsteve em Portugal no finaldo mês de Março, em visita àComunidade Judaica de Lis-boa (CIL), Jairo Fridlin - donoda Editora e Livraria Sefer -onde foi promover o lança-mento oficial da Bíblia Hebrai-ca (Tanach) em Português.Durante a visita à Lisboa, Jai-ro Fridlin esteve na sede do

Maccabi Country Clubonde falou para mem-bros da Cil e do clubenuma conversas agradá-vel e informal sobre esteimportante projecto esobre o uso da Hagadána noite do Pessach.

Actividades Sociais e Culturais

Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VIA cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !

Actividades todos os domingos, das 15h00 às 18h00 no Maccabi Country ClubJovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semanaDescontos especiais na compra de senhas antecipadas

Coral Etz Chaim - Ano V Coral Musical representativo da CILPara adultos entre os 20 e os 60 anosEncontros semanais - às 3 ª e 5ª feiras, das 19h00 às 20h30 - Monte Olivete

UPEJ - União Portuguesa de Estudantes JudeusSuper actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos

DANÇA ISRAELITA NO MACCABI Sempre com novas danças e coreografias do folclore israelita!

TODOS OS DOMINGOS NO MACCABIDAS 12H30 ÀS 13H30 - HARKADÁCURSO LIVRE DE DANÇA FOLCLÓRICA ISRAELITA PARA TODAS AS IDADES A PARTIR DOS 7 ANOS

DAS 18H30 ÁS 19H30 - LEHAKAT HAMACCABI | GRUPO DE DANÇAS - COREOGRAFIASPARA JOVENS DOS 12 AOS 25 ANOS

DIRECÇÃO: LILIAN PRIST

ATENÇÃO ! NÃO SÓCIOS DO CLUBE PAGAM UMA TAXA ESPECIAL DE PARTICIPAÇÃO !

Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.

Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.

A S N O S S A S A C T I V I D A D E S

24 Tikvá 63 • Março/Abril

Grupo Guil Hazaav - Ano V (Idade de Ouro) Não perca mais tempo ! Venha participar connosco ! Actividades Especiais Permanentes (música, ginástica, palestras, passeios ...)Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00 Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €

MACCABI COUNTRY CLUB3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | [email protected] com Rosina

Tikvá 63 • Março/Abril 25

Agenda

� 18 de MaioCabalat Shabat Especial“Yom Ierushalaim”Noite especial em homenagem aos 40 anosda reunificação de Jerusalém. Faça já a sua reserva!

� 22 de JunhoOneg Shabat - a confirmar18 de Maio – Cabalat Sha-bat Especial – “YomIerushalaim”Noite especial em home-nagem aos 40 anos da re-unificação de Jerusalém.Faça já a sua reserva!

Informações: 21 911 11 88

O Maccabi é a sua casa!

H O M E N A G E N S

Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130 de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | [email protected]

26 Tikvá 63 • Março/Abril

IYAR05 MAIO Abraham Tangi 17

Luna Chocron Benodis 17Eduardo Daniel 18Simy Pinto Ezaguy 18Salomão Seruya 19Mosko Teller 20Samuel Esaguy 20Helena Buzaglo Abecassis Correia de Barros 21Ejsel Oleinski 21eyna Querub 22

12 MAIO Samuel Hassan 24Ester Levy 24Jacob Benodis 24Moisés Zagury 25Judah Bentes Ruah 26Cyrla Blaufuks 26Jacob Israel 27Lea Wahnon 27Carmen Wahnon 27Moshe Burstyn 28Dora Levy Bendrão Ayash 28

SIVANAbraham Tuaty 1

19 MAIO Erma Kahn 3Margarete Leers Estácio da Silva 4Aron Blumberg 4Gimol T. Esaguy 4Moisés Obadia 6Henrique Feist 6Miquelina Esaguy Soares da Fonseca 7José Esaguy Wartenberg 8

26 MAIO Orovida Amzalak 10Henna Matlo Segal 11Else Nachmann 11Jacob Ruah 13Raquel Sabah 13Zeew Wolf Terló 13Zelik Kit 13Rafael Esaguy 14Miriam Martins Noymark 14

José Bensimon 14Garmano Kahn 15Israel Cagi Ruah 15Laja Bekerman 15Mauricio Goldrajch 15Isabel Levy 15

02 JUNHO Abrahão Benoliel 18Simy Levy Sequerra 18Faduenha Tangi 20Aixa Luiza Amram 20Gaston Aberlé 20Jérome Lucas 21 Moisés Jacob Sequerra 22

09 JUNHO Elisa Sultan Icyk 23 Simy Ruah Benoliel 24Adolf Kom 25 Leonor P. Barros de Carvalho 25 Donna Sequerra 27 Ruth Esaguy Rodrigues 27Antónia S. Kaufmann 28 Sara Israel Zagury 29 Rev. Joshua E. Levy 29

16 JUNHO Ruben Ruah 30 Daniel Schiffman 30

TAMUZLuba Bat Zorach 2 Jacob Tangi Bar Abraham 2 Simy Anahory Cardoso 3 Joshua Sequerra 5

23 JUNHO Raquel Segal Israel 7 José abadia 7 Sara Benveniste 7Simy Cagi Ruah 8 Helena Azancot 8 Aida Marques Esaguy 8 Eva Cohen Israel 9 Elisabeth Kahn 10 Matla Finkelstein 11 Isaac Bendelac 11

Mazal Tov !! Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !

ANIVERSÁRIOS

MAIODaniela Teruskin 01Ralph George Bernfeld 04Mª Teresa Pereira Alves Dias 05Diana Ettner 05David Kolinski 06Nella Maissa 07Margarida Maria Ribeiro Passos 07Amália Garcia Stieglitz 15Howard Tenenbaum 15Abraham Guerra 15Ronald Brodheim 18Robert Sternberg 18Saghi Koshét 26Miguel Benoliel Kadosch 27Tatiana Prist 27Ben Atzmon 29Ana Regina Alexandre 30Paula Holly 31

JUNHOLuisa Pestana Atzmon 01Rina Korn 02Vítor Melamed 03Susana Flora Cesana Maissa 06Marta Mucznik 07Moisés Broder 07Roberto Kahn-Heymann 07Maurício Levy 09Siegfried Rosenthal 10António Azancot Korn 12David Arié 14Salomão Kolinski 14Pedro Schliesser 14Gaby Goldschmidt Ferreira 15Susana Bachmann 15Sara Pihas 18Daniel Schartzman Steinhardt 21Ricardo Maissa 28

JULHOAna Tuati 01Carolina Teruskin 01Harry Langer 02Lilian Levin Prist 04

Samuel Levy 07Fabio Grossman 09Marina Grossman 09Ghorghe Burstan 09Laura Cesana 10Lauren Wojtila 12David Sampson 13David D. Ruah 14Esther Buzaglo Zagury 15Leslie Koshét 19José Alberto Pontes B. Carvalho 21Miguel Bekerman 23Raquel D.Ruah 27Ronaldo Grossman 27Marco Gabriel Joanes 28Roudolf Aberlé 29Michael Moscovici 30Luis Felipe Resnikoff 30

Os nossos parabéns ao casal Ana Sequerra Marques e Salomão Marques pela passagem da sua Bodas de Ouro realizada em Hanana - Israelno passado Dia 10/4/07 - 22 de Nissan 5767 (Mimona)

FALECIMENTOSSani Schachter Z´L (Q.D.T)23 de Janeiro de 2007 - 4 de Shevat 5767em Zurich - Suiça

Edmundo Silva Pereira Z´L (Q.D.T)(Issachar Ben Avraham) 11 de Fevereiro de 2007 / 23 de Shevat de 5767

Urysz Wizenberg Z´L (Q.D.T)17 de Fevereiro de 2007 / 29 de Shevat de 5767.Em São Paulo - Brasil

Denise Cohen Mosse Abolnik Z´L (Q.D.T)1 de Abril de 2007 - 13 Nissan de 5767

Apresentamos as nossas sentidas condolências às Famílias enlutadas

N A H A L O T

TIKVÁEnvie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org

A quem se dirigirHorário de funcionamento da SecretariaSegunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00Horário de almoçodas 13h00 às 14h00

Atendimento ao públicoSegunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30Os espaços para reuniões devem ser agendadoscom aviso prévio, mínimo de 48 horas

TesourariaMaria João [email protected]. 213 931 134Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139

Director ExecutivoMarcos [email protected]

Departamento de Ensino JudaicoMoré Laercio Hillel [email protected]

Movimento Juvenil Dor [email protected]

SecretáriaEstrella [email protected]

Visite o nosso site: www.cilisboa.org

DirecçãoPresidente Jose Oulman CarpVice-Presidente Esther MucznikVice-Presidente Ronald BrodheimTesoureiro José Salomão RuahSecretário Eva Ettner Vogal efectivo Clara K. CassutoVogal efectivo Charles ArieVogal efectivo Sonia Bernfeld Vogal efectivo Arnaldo GrossmanVogal Suplente Salomão KolinskiVogal Suplente Vera G. Ferreira

Mesa da Assembleia GeralPresidente Moisés Bendrao AyashVice-Presidente Mordechai Atsmon1º Secretário Nuno Wahnon Martins2º Secretário Diana Ettner

Conselho FiscalPresidente Samuel TuatiVogal Efectivo David Bentes RuahVogal Suplente Guilherme Grossman

Presidente Honorário Dr. Samuel Ruah