NILSON ROSA DE FARIA

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NILSON ROSA DE FARIA O mito Pollock. Dádiva ou Recompensa? 15/06/22 1 www.nilson.pro.br

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O mito Pollock. Dádiva ou Recompensa?. NILSON ROSA DE FARIA. Chama (1937) – óleo sobre tela, 51,2 x 76,4cm,. PasiPhae (1943) – óleo sobre tela, 142,6 x 243,8cm ,. Perfume (1955) – óleo sobre tela 192,2 x 146 cm,. Número 12 (1952) – óleo, duco e Dev-o-lac sobre tela, 259 x 226 cm,. - PowerPoint PPT Presentation

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NILSON ROSA DE FARIA

O mito Pollock. Dádiva ou Recompensa?

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Chama (1937) – óleo sobre tela, 51,2 x 76,4cm,21/04/23 2www.nilson.pro.br

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PasiPhae (1943) – óleo sobre tela, 142,6 x 243,8cm,21/04/23 3www.nilson.pro.br

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Perfume (1955) – óleo sobre tela 192,2 x 146 cm,21/04/23 4www.nilson.pro.br

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Número 12 (1952) – óleo, duco e Dev-o-lac sobre tela, 259 x 226 cm,21/04/23 5www.nilson.pro.br

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Desenho (1943/45) – Aquarela, lápis e tinta colorida sobre cartão, 56,5 x 77 cm.21/04/23 6www.nilson.pro.br

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Antes do mito

- Aquariano do dia 28 de janeiro de 1912 (ele não embarcara no Titanic); javali no signo chinês;

- Natural de Cody, Wyoming, estado do centro-oeste americano, era o mais novo de cinco irmãos;

- Porém, cresceu nos estados do Arizona e da Califórnia, na costa oeste; terras quentes, mergulhadas na indústria artística.

Charly PAYARD (2005), Acrylique sur toile, 51 x 70 cm, 21/04/23 7www.nilson.pro.br

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Paisagem Marinha (1934) – óleo sobre tela, 31 x 41 cm21/04/23 8www.nilson.pro.br

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Formação artística• Frequentou a Los Angeles' Manual Arts High

School, na California (foi expulso de lá); nessa época seu interesse estético era voltado para a escultura;

• Mudou-se aos 18 anos para Nova York com o irmão Charles, onde foram alunos de Thomas Hart Benton, importante pintor do realismo regional americano, na Art Students League; Benton alem de professor comportou-se quase como um pai, ajundando-o inclusive materialmente.

• Trabalhou para a WPA Federal Art Project entre 1936 e 1942.21/04/23 9www.nilson.pro.br

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• Teve forte influência do movimento muralista mexicano (1935-40), principalmente por Siqueiros, Orozco e Diego Rivera; movimento caracterizado pelo realismo social mexicano, de um estilo marcadamente emocional, carregado de simbolismo e cores;

• Seu trabalho foi ganhando status simbólico conforme se familiarizava com as obras surrealistas e cubistas como as de Picasso, Miró e Dali;

• Seu tratamento contra depressão o colocou anos em psicanálise. Foi fortemente influenciado pelas teorias de Carl Jung sobre arquétipos primitivos, o que se evidencia em seus trabalhos do período de 1938 a 1944;

• O inconsciente coletivo, para Carl Jung, seria caracterizado fundamentalmente por uma tendência a sensibilizar-se com certas imagens, os símbolos que constelam sentimentos profundos do apelo universal são conhecidos como arquétipos. Por que será que primitivos??21/04/23 10www.nilson.pro.br

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A chave (1946) – óleo sobre tela, 137 x 112 cm21/04/23 11www.nilson.pro.br

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• Foi descoberto pela crítica após sua exposição coletiva na galeria Art of this Century de NY (1942);

• Esta exposição foi considerada como o marco para um novo estilo de pintura, e Pollock é considerado um de seus mais importantes iniciadores;

• Sua primeira exposição individual ocorreu em 1943, em NY e foi patrocina por Peggy Guggenhein;

• Ele desenvolveu um estilo próprio (posteriormente conhecido como, Action Paiting) na época em que mudou para Long Island, com a mulher Lee Krasner (também pintora), em 1946;

• Devido a grande promoção e divulgação de suas obras pela mídia americana, em 1949, Pollock ja era um pintor da moda e jovens artistas o consideravam um “mestre”;

• Entre 1949 -1953 a pintura de Pollock atingiu seu ponto mais alto,

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Catedral (1947) – duco e cores aluminizadas sobre tela 180,3 x 89 cm

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Técnicas de Pintura

Sua técnica era singular: Pollock colocava as telas no chão e, através

de imagens do inconsciente, jogava a tinta com a ajuda de cordas, escova dental e

pedaços de pau sobre tela, abandonando o pincel. Misturava sua tinta com areia e vidro

triturado para criar novos efeitos.

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Técnicas de Pintura

“ Minha pintura não nasce sobre um cavalete. Raramente antes de começar a pintar, estico a tela. Prefiro fixá-la sem

moldura na parede ou colocá-la no chão: necessito de algo resistente, de uma

superfície dura. No chão sinto-me mais à vontade, porque posso andar em volta,

trabalhar pelos quatro lados e estar literalmente dentro do quadro. É um

pouco o método usado por certos índios do oeste que desenham com areia . . .”

Jackson Pollock, 1947

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Técnica de PinturaHarold Rosenberg, crítico de arte, definiu, em 1951, este momento

da arte americana da seguinte forma:

“A um certo momento, os artistas americanos, um depois do outro, começaram a considerar a tela

como uma arena na qual agir, ao invés de um espaço no

qual reproduzir, redesenhar, analisar ou ‘exprimir um

objeto presente ou imaginário; a tela não era mais suporte de uma pintura, mas de um evento”.

Rosemberg inventaria mais tarde o termo Action Paiting para definir a técnica de Pollock ( e de outros, como Franz Kline e Mark

Rothko). 21/04/23 16www.nilson.pro.br

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Névoa e lavanda (1950) – óleo, esmalte e cores aluminizadas sobre tela, 220 x 297,5 cm

Número 7 (1952) – duco sobre tela, 133 x 122cm

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Action Paiting

2) Ativa: porque tem uma postura crítica e se coloca contra a dominação; forma de

agir perante a sociedade e para a sociedade, pretendendo despertar novas

formas de expressão e de contestação nos que contemplam, a partir da conexão com

seus inconscientes.Pintura de ação porque sua obra não era

estática: os movimentos da técnica se faziam presentes nos traços, e lá ficavam, também como objeto de contemplação.

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Quatro Contrários (1953) – óleo, duco, cores aluminizadas sobre tela, 183,5 x 130,221/04/23 21www.nilson.pro.br

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Action Painting

Pollock considerava a tela como um espaço de ação, e não de

contemplação; e esta ação era ao mesmo tempo parte do resultado esperado da obra. A tela era um

local onde se realizava um evento, um entrelaçamento de tempo (da

pintura) e espaço (da tela).

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Número Um (1949) – duco e cores aluminizadas sobre tela, 269,2 x 447,2 cm21/04/23 23www.nilson.pro.br

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Action Painting

“ Quando eu estou no meu quadro, não sei exatamente que coisa estou fazendo. E só

depois de um certo período de contato com ele, me dou conta do ponto em que estou. E não tenho medo de fazer modificações, de destruir a imagem ou qualquer outra coisa,

porque a pintura vive uma vida própria, Quero

que esta vida aflore.”Jackson Pollock, 194421/04/23 24www.nilson.pro.br

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Período negro

• Ele decide abandonar as cores em 1951-52, a partir daí a maioria de

suas telas são compostas em branco e

preto. • Este mesmo período é

caracterizado por uma sutil recuperação figurativa, porém

mantendo-se fiel ao dripping.

Número 7(1952) – Duco sobre tela, 133 x 102 cm21/04/23 25www.nilson.pro.br

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Morte• O sucesso e a tranqüilidade financeira não

proporcionaram a serenidade espiritual que ele buscava, fazendo-o escapar através do álcool e da arte cada vez mais; “vivia no limite de uma catástrofe iminente e num estado de esgotamento físico e de tensão”

• A incompreensão do grande público norte-americano o levou ao completo esfacelamento.

• Sua morte, num acidente de carro em 11/8/1956, aos 44 anos, é até hoje alvo de controvérsias. Voltava bêbado de uma festa e teria batido seu carro contra uma árvore. Acidente causado pela bebida? Ou decisão arbitrária de acabar com sua vida? 21/04/23 26www.nilson.pro.br

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MorteO fato é que a morte é sempre

uma grande promoção da obra de um artista. A construção do mito de Pollock se fez antes de sua morte,

mas sua consagração foi alçada por ela. Ele morre no apogeu: mantém

seu sucesso intacto, suas obras continuam carecendo de

explicação, e permanecem intrigando. Até hoje. Quem pode nos explicar? Como ele não está

aqui para responder (se é que ele mesmo saberia) as indagações não

têm fim.21/04/23 27www.nilson.pro.br

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Luz Branca (1954) – óleo sobre tela, 122,5 x 97 cm

Perfume (1955) – Óleo sobre tela

198,2 x 146cm21/04/23 28www.nilson.pro.br

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“Pintar é um modo de ser”Pollock, dois meses antes de morrer.

A pintura para Pollock provém de uma ação concebida livremente, uma rebelião contra qualquer idéia pré-concebida da forma e contra postulados moral ou intelectual.

O domínio da técnica possibilita a Pollock uma pintura puramente expressiva, improvisada no ato de pintar.

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• Benjamin afirma que “ em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível”, entretanto, “ mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está ausente: o aqui e o agora da obra de arte, sua existência única, no lugar em que ela se encontra.”1

• Sua obra já consagrada no período histórico em que foi criada, ainda hoje, continua a ser questionada e deixa dúvidas quanto à sua autenticidade como obra de arte.

•A facilidade com que a obra de Pollock é reproduzida, desde o seu início, faz suscitar sempre a questão de até que ponto a reprodução passa ser a obra de arte.

1- BENJAMIN, Walter, “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, §§ 3,4,21/04/23 31www.nilson.pro.br

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POLLOCK

POLLOCK

POLLOCKPOLLOCKGranito

Granito

Desconhecido

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                                             Oil Painting Pollock JPK1 

 

                               

 Oil Painting Pollock JPK10  

                                               Oil Painting Pollock JPK11 

  Oil Painting Pollock JPK12 

 

                                              Oil Painting Pollock JPK13 

 

                     Oil Painting Pollock JPK14 

 

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• Para Benjamin, a dominação capitalista estende-se sobre a superestrutura cultural: assim, suas atividades tornam-se produções de massa.

• A profissionalização do artista o coloca como produtor de uma mercadoria a ser consumida: a arte como produto de mercado. Seu consumo deve ser imediato e massificado.

• O sucesso do artista provém de sua capacidade de vender o que produz neste campo: se não vende sua arte, ela não se valoriza perante a sociedade que a consome. Não se legitima enquanto produto, portanto, não tem utilidade. O artista cai no esquecimento.

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• Pollock recebe críticas positivas desde 1936. Suas primeiras exposições exclusivas, apesar da boa repercussão, não vendem. Ele vive da arte. Não vender significa não pagar as contas. A boa aceitação não diminui a frustração da ausência de retorno financeiro.

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Indústria Cultural

• Na Década de 1930, após a crise de 29, o governo dos EUA funda órgãos artísticos (como a WPA) para incentivar a produção cultural e criar empregos.

• O termo “mercado de artes plásticas” é forjado neste ínterim.

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•A mídia tem papel fundamental na promoção do artista: Pollock passa a ser nacionalmente conhecido (e considerado um dos maiores

pintores do país) a partir de 1949, quando a revista Life publica um artigo a seu respeito,

classificando-o como uma das maiores personalidades estadunidenses. A venda de sua imagem a partir de um veículo de comunicação de massa o promove ao alto escalão da arte.

Seu padrão de pintura permanece o mesmo. O que muda (ou se expande) é o ângulo pelo qual

ele é observado.

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A indústria cultural, mais

que a propaganda de

alguns produtos em

particular, é a

propaganda do conjunto

das mercadorias e da

sociedade enquanto tal.

ADORNO e HORKHEIMER, “A Dialética do Esclarecimento”

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Debord diz que “o espetáculo não é um conjunto de

imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada

por imagens” (t.4). O casamento de Pollock com Lee Krasner é o casamento entre as imagens de ambos:

ele a ama por sua capacidade de vendê-lo ao grande público;

ela ama o artista nele, e não ele, Pollock, indivíduo. Ele só interessa enquanto produz.

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“ Eu amo você, pois você é um grande artista”

Lee Krasner

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Nada da atividade roubada no trabalho pode

reencontrar-se na submissão ao seu resultado:

a contemplação da obra de arte depois de

pronta não devolve ao artista a mão de obra

colocada em sua produção; sua obra deixa de

ser sua quando apresentada ao grande público.

O artista perde a autoridade sobre ela, sobre

sua interpretação, sobre sua expressão.

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Arte e resistência

Pollock era um pintor inquieto. Pretendia radicalizar o meio artístico, mudar a forma

da arte. Colocá-la como ferramenta de resistência à sociedade hipócrita

moderna. Era dominado pela indústria cultural, mas acreditava que poderia

combatê-la por dentro. Não percebia que era dominado. O American Way of Life estava assimilado demais para que ele

percebesse isso. 21/04/23 43www.nilson.pro.br

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“Trata-se da transformação da economia de meio em fim, baseada na oposição entre o valor de

troca e o valor de uso, do qual deriva o processo histórico que obedece unicamente às

leis da economia e escapa a todo controle insconsciente. Tanto Adorno como Debord

aplicam à analise da arte moderna o conceito de contradição entre o uso possível das forças produtivas e a lógica da autovalorização do capital. Ambos vêem na arte moderna – e

exatamente em seus aspectos formais – uma oposição à alienação e à lógica da troca”

Anselm JappeJAPPE, A. “O ‘Fim da Arte’ Segundo Theodor W. Adorno e Guy Debord”21/04/23 44www.nilson.pro.br

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A arte como forma revolucionária, para Debord, já havia morrido em 1950. Para

ele, ela expressava uma contradição fundamental: ela deveria representar uma

unidade perdida e a totalidade social, exatamente para uma sociedade dominada por cisões. A arte passa a ser instrumento de constatação da impossibilidade de comunicação, enquanto deveria (e só poderia) existir como instrumento de contestação.

DEBORD, DEBORD, “A Sociedade do Espetáculo”, t. 186, 187, 188, 19021/04/23 45www.nilson.pro.br

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• Já para Adorno, ela encontra seu fim exatamente porque só existe como forma

revolucionária: portanto, a dominação exercida pela indústria cultural determina

o fim de toda arte.

• “Esse tipo de ocaso da arte é uma maneira de adaptar-se, porque sua

abolição numa sociedade semibárbara e que avança para a completa barbárie

converte-se em sua colaboradora”. Estaria ele falando diretamente aos EUA?

ADORNO, ADORNO, “Teoria Estética”, p. 32821/04/23 46www.nilson.pro.br

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A pintura de Pollock expressava figuras de seu inconsciente, com o objetivo de

alcançar o inconsciente de outros. Sua pintura é abstrata, e mesmo quando figurativa, ainda é distorcida. Difícil

entendê-la. Adorno acredita que a obra de arte exerce função crítica exatamente

porque não “serve” para nada: não amplia conhecimentos, não intervém diretamente

na práxis. Não traz sequer prazer imediato. Suas opiniões não combinariam

com o intuito de Pollock?21/04/23 47www.nilson.pro.br

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• Porém,para Adorno, para quem a arte havia morrido em 1930, Pollock não existiu. A Vanguarda cultural ocidental, dominante no pós-Guerra, para ele não é mais arte. Não traz contestação. Não faz crítica, está ausente de seu papel político. Adorno ignora a existência de Pollock.

• Para Debord, a pintura abstrata depois de Malévitch (1878-1935) só atravessou portas já abertas. A Action Paiting de Pollock e outros é relegada ao esquecimento.21/04/23 48www.nilson.pro.br

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A crítica, portanto, não é remetida à Pollock, mas ao modelo de arte surgido no pós-Guerra. Ou seria à arte surgida fora dos

limites europeus? Será que nossos autores trazem em suas opiniões uma

certa forma de preconceito (ou discriminação) contra a arte norte-

americana? Ou a ignoram pelo fato de ela pertencer ao palco máximo do espetáculo capitalista? Talvez, toda forma de arte que

seja criada dentro da indústria, para o mercado, não seja, no fim das contas,

arte. 21/04/23 49www.nilson.pro.br

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Mas então Pollock, por estar inserido neste sistema, não pode produzir arte? O fato de produzir para a massa e para o mercado

inferioriza o papel revolucionário (pelo menos em seu aspecto formal) que sua

pintura representou para o século XX? Suas

intenções eram radicais. Ele não compartilhava de muitas das idéias do sistema. Mas vendia arte. Não podem

existir posições intermediárias entre esses extremos?21/04/23 50www.nilson.pro.br

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E PRA VOCÊ: ISTO É ARTE?21/04/23 51www.nilson.pro.br

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Referências bibliográficas• ADORNO, T. W. , HORKHEIMER, M. “A indústria cultural:

o esclarecimento como mistificação das massas”. In.: ___. A Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985

• BENJAMIN.W. “A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução”. In: Os pensadores: Textos escolhidos, Walter Benjamim, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Jurgen Habermas, trad. José Lino Grunnewald, São Paulo: Abril Cultural, 1980

• DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997

• JAPPE, Anselm. “O ‘Fim da Arte’ Segundo Theodor W. Adorno e Guy Debord” http://planeta.clix.pt/obeco/ajpp2.htm

• “Teoria Estética”, de Adorno, citado neste trabalho, é encontrado no artigo de JAPPE, Op. Cit., p.5

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Referências bibliográficas

• “Pollock”, filme dirigido e produzido por Ed Harris, 2000

• “Pollock”, documentário produzido pela People and Arts, ?

• “Pollock”, Mestres da Pintura, Editoral Abril Cultural. Editor Victor Civita.1978.

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