NEWSLETTER 1 ABRIL 2017 - epatv.pt · pequenas quantidades de dinheiro a mulheres que anteriormente...

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1 NEWSLETTER 1 ABRIL 2017

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NEWSLETTER 1ABRIL 2017

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EDITORIAL

É com enorme prazer que assino a primeira newsletter da associação HODI. É um privilégio poder assistir ao desenvolvimento que a HODI tem vindo a ter, desde 2014, na maior favela do mundo — Kibera.

Hodi em swahili: significa pedir licença para entrar. Pedimos licença para entrar e tentar colmatar os atentados aos direitos humanos que nela se vi-venciam diariamente, ajudando aqueles que continuam a sua luta com um sorriso cheio de resiliência.

Consideramos absolutamente prioritário o foco na educação, economia e na área da saúde, para que se possa assistir a um positivo desenvolvimento sustentado desta comunidade.

Na presente edição, destacamos o nosso centro comunitário e as primeiras actividades que nele vão surgindo, dando especial ênfase à implementação do sistema de micro-crédito com Mães solteiras e desempregadas.

Rita MartinsDirectora Executiva

Newsletter HODINº 1 — Abril 2017

Editorial: Rita Martins

Fotografia de Capa: Voluntariado pelo Mundo, Silvano LopesDesign e Paginação: Rita LH

ASSOCIAÇÃO HODIwww.associacaohodi.com

Edição escrita de acordo com a norma de Português Europeu, pré ‑acordo ortográfico de 1990

CONTEÚDOSEDITORIAL........................................................2

ENTREGA DE UNIFORMES E SAPATOS......................3

PROJECTOS EM DESENVOLVIMENTOCENTRO COMUNITÁRIO.....................................................................4MICRO-CRÉDITO.......................................................................5

NA PRIMEIRA PESSOARITA LH..................................................................................................6

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ENTREGA DE UNIFORMES E SAPATOS

Através do programa de apadrinhamento HODI, ajudamos crianças vulneráveis, que foram previa-mente sinalizadas, possibilitando-lhes acesso à educação e ao programa alimentar.

Os padrinhos, garantem o acesso anual ao pequeno--almoço e ao almoço (de 2ª a 6ª feira na escola), bem como a um uniforme e a um par de sapatos por criança.

Pelo facto do Quénia ser uma antiga colónia inglesa, e por outro lado, para tentar uniformizar eventu-ais diferenças entre as crianças, o uso do mesmo, é obrigatório em todas as escolas públicas e priva-das no Quénia.

O custo do uniforme e dos sapatos é equivalente a uma renda mensal de uma casa em Kibera.

Rita Martins

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PROJECTOS EM DESENVOLVIMENTOO CENTRO COMUNITÁRIO

Após uma avaliação acerca das necessidades mais prioritárias em Kibera, surgiu a ideia da criação de um centro comunitário.

O objectivo seria focar-nos num público e áreas de actuação diferentes, dentro de um mesmo espaço físico. Tanto a população, que iremos abranger, como as actividades que serão desenvolvidas, são bastante heterogéneas.

Trabalharemos com os mais pequenos, com ado-lescentes e adultos, sendo que as actividades que pretendemos desenvolver focam-se em ramos dis-tintos: educação, cuidados médicos e psicológicos, nutrição (programa alimentar a funcionar com 60 crianças), economia (sistema de micro-crédito), actividades lúdico-recreativas, cursos de profissio-nalização para adolescentes.

Rita Martins

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PROJECTOS EM DESENVOLVIMENTOMICRO-CRÉDITO

Em Fevereiro começámos o nosso projecto de microcrédito com mães soltei-ras e desempregadas, aqui em Kibera. Este projecto consiste em emprestar pequenas quantidades de dinheiro a mulheres que anteriormente estavam desempregadas e, através da criação do seu próprio negócio, capacitá-las e autonomizá-las. O programa foi dividido em cinco fases: selecção, entre-vistas individuais, formação, o contracto e o acompanhamento e, por fim, o reembolso.

Acabada a selecção, tivemos um período onde entrevistámos as mulheres indivi-dualmente, com o intuito de perceber um bocadinho melhor as suas motivações e objectivos, as suas actuais condições de vida e maiores carências, de modo a conseguirmos criar a melhor estratégia possível de ajuda para cada uma delas.

Após terminadas as entrevistas individuais, procedemos ao período de forma-ção. A formação consistiu em ensinar-lhes conceitos básicos de contabilidade e de gestão. Por fim, terminámos com a assinatura do contrato, onde estabe-lecemos todas as regras, requisitos e condições para participar no programa.

Estamos actualmente a fazer o follow-up dos negócios de cada uma delas, que incluem: cabeleireiro, venda de detergentes, restaurante, e venda de sumos

de fruta. Esperemos que através deste programa, sejamos capazes de capacitar estas mulheres a médio e longo prazo, e torná-las autónomas e independentes para que possam cuidar da sua família de um modo sustentável.

Marta Noronha Lopes e Marta Limbert

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NA PRIMEIRA PESSOARITA LHPor vezes, consumidos por alguma banalidade e hábitos do dia-a-dia, adia-mos vontades, retraímos pensamentos e deixamos que a vida, no seu todo, nos passe um bocadinho ao lado. Um dia parei de adiar, parei de retrair e decidi agarrar uma vontade e ir fazer voluntariado!

Vim para o Quénia, para a favela de Kibera. Há fontes que dizem ser a maior favela urbana de África, há outras que dizem ser a maior favela do Mundo… À distância vi documentários e filmes, é chocante, mas nada como chegar cá e viver esta diferença abismal. A palavra pobreza aqui ganha outra dimensão. O primeiro impacto é avassalador, o mau cheiro entranha-se e o sujo parece que não sai do corpo nem da roupa. Não me vou alongar muito com expli-cações de Kibera pois, se seguem a HODI, já sabem o que por cá se passa.

Vai ser, realmente, difícil expressar o que vos quero escrever a seguir, o que senti e sinto, o que recebo todos os dias… Já estou no 5º mês e falta pouco para terminar esta missão. Sinceramente, não sei bem o que sinto. As saudades apertam mas a vontade de ficar, ou de voltar, e tentar dar mais, também pesa, e muito. É óbvio que vim para ajudar, tento fazer o meu me-lhor e, privada dos meus e das comodidades habituais, dou tudo o que sou, mas o que recebo é 1000 vezes mais e maior do que alguma vez poderei dar.

Aqui em Kibera, no meio de tudo o que é mau, encontramos os maiores e mais sinceros sorrisos, os abraços mais reconfortantes, os carinhos mais ternurentos e o mais bonito brilho no olhar. Encontramos em cada uma destas crianças uma

enorme lição de vida. E que fique bem claro que tudo isto não acontece por lhes levar algo, um doce, um brinquedo… nada disso! Isto é, única e exclusivamente, a reacção à presença, ao estar, a uma brincadeira, a um abraço…

Todos têm vidas duríssimas, uns são orfãos, uns sofrem de doenças graves que lhes poderão tirar tudo o que têm, uns foram maltratados, abusados,…, e ainda assim ensinam-nos coisas maravilhosas, como sorrir perante as adversidades, sorrir com a simples presença de alguém e agradecer, tudo!

Não sou utópica ao ponto de achar que toda a minha vida mudará drastica-mente com tudo isto e em função de tudo o que aqui vi e vivi, muita coisa mudará certamente, mas o mais importante é o sentimento de que somos todos abençoados com a vida que temos e a vontade de agradecer. Quero aprender a sorrir assim, com coisas tão simples, quero aprender a agradecer o que tenho e valorizar o que não tenho! Uma coisa é certa, sairei daqui com o coração cheio de amor e de alegria, com o peso de ir embora, mas com a esperança de ter contribuído para a felicidade destas crianças pelo menos 1/10 do que elas contribuíram para minha.

Fica muito por dizer, mas não é fácil! Ainda tenho aqui caminho para fazer e depois terei muito que «digerir». Aqui aprendemos que com/sem nada se faz a diferença, que bastamos nós para ajudar a mudar vidas e que fazer momentos mais felizes é tão fácil. Basta estar, olhar e sentir da maneira certa: com o coração.

Ainda por cá, desejo a todos uma santa Páscoa.Muito obrigada, ou como se diz por cá:

Asante sana,RitaLH

®voluntariado pelo mundo

®put a smile on a childs face

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ASANTE SANAOBRIGADA

BOA PÁSCOA!

[email protected]

DADOS BANCÁRIOS ASSOCIAÇÃO HODI IBAN: PT50 0035 0171 00204590 330 85SWIFT: CGDIPTPL