neurociencias - monografia

46
1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIENCIA PEDAGÓGICA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO ORIENTADOR PEDAGÓGICO. Ivonete Andre Da Lapa ORIENTADOR: Prof. Flávia Cavalcante Rio de Janeiro 2016

Transcript of neurociencias - monografia

Page 1: neurociencias - monografia

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIENCIA PEDAGÓGICA

PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO ORIENTADOR

PEDAGÓGICO.

Ivonete Andre Da Lapa

ORIENTADOR: Prof. Flávia Cavalcante

Rio de Janeiro

2016

Page 2: neurociencias - monografia

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Orientação Pedagógica. Por: Ivonete Andre Da Lapa

AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIENCIA PEDAGÓGICA

PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO ORIENTADOR

PEDAGÓGICO.

Rio de Janeiro

2016

Page 3: neurociencias - monografia

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus que me concedeu saúde e

oportunidade de realizar este trabalho. Aos

amigos professores e colegas de classe que com

sua contribuição ampliaram minha visão de

mundo concernente á atuação pedagógica.

Page 4: neurociencias - monografia

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus alunos,

profissionais que atuam junto a mim neste

laboratório de constante necessidade de ampliar o

saber. Aos meus pais, igrejas e colegas de todos

os dias.

Page 5: neurociencias - monografia

5

RESUMO

Orientador pedagógico, além do conhecimento teórico para acompanhar o

trabalho pedagógico e estimular alunos, professores, famílias e toda

comunidade escolar é necessário percepção e sensibilidade para identificar as

necessidades dos alunos e professores, comunidade escolar tendo que se

manter sempre atualizado, buscando fontes de informações e refletindo sobre

sua prática como nos fala Nóvoa (1992: 36) “a experiência não é nem

formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar

a produção do saber e a formação”. Com esse pensamento ainda é necessário

destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de todos, assim o

coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto para mo-

tivar a sua equipe. O trabalho em equipe é fonte inesgotável de superação e

valorização do profissional. A atribuição essencial do Orientador pedagógico

está associada ao processo de formação em serviço dos professores,

atendimento aos alunos e familiares destes. Processo denominado de

Educação Continuada, tanto nos textos oficiais de secretarias municipais e

estaduais de educação, como na literatura recente sobre formação em serviço.

A Educação Continuada se faz necessária pela própria natureza do saber e do

fazer humano, como práticas que se transformam constantemente.

A formação continuada de Orientadores justifica-se para que se criem

condições geradoras de competências e inovações para intervenções

propositivas nas situações que vão ocorrendo. É uma concepção de formação

que faz das práticas profissionais dos Orientadores contextos de

“requalificação do coletivo de trabalho.” (NÓVOA, 1992: 32). É o conhecimento

construído naquilo que Schon (1987 apud ALARCÃO 2008) designa por

reflexão na ação e reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação. Os

Orientadores devem ser agentes ativos de seu próprio conhecimento e o

contexto de trabalho deve propiciar espaços de requalificação da competência

profissional. A formação continuada visa incentivar a postura de sujeitos

críticos, reflexivos e transformadores, capazes de refletir sobre suas ações,

com vistas a produzir saberes que lhes permitam avançar em práticas

pedagógicas mais significativas e relevantes para atender as demandas da

sociedade.

Page 6: neurociencias - monografia

6

METODOLOGIA

A proposta deste estudo visa investigar novos conhecimentos que

contribuam para elevar a qualificação e desempenho de Orientadores

pedagógicos em contextos educacionais que visam uma prática docente

competente.

Para responder esse objetivo acima, foram traçados alguns objetivos

específicos, são eles: Identificar as principais teorias que fundamentam o

desenvolvimento da aprendizagem e suas implicações para a formação

docente. Apresentar fundamentos teóricos metodológicos da Neurociência para

a formação continuada de profissionais que atuam na educação.

Para responder esses objetivos está monografia será desenvolvida em 3

capítulos. No primeiro faremos uma introdução ao assunto e apresentação de

conceitos sobre o papel do Orientador pedagógico e aspectos de sua situação

no cenário do Brasil. No segundo, investigaremos as teorias que fundamentam

os processos de desenvolvimento da neurociência implicações com a

aprendizagem. No terceiro capítulo, propor-se um paralelo entre os argumentos

dos autores mais conceituados neste campo de estudo da neurociência e as

implicações desse conhecimento para o processo de aprendizagem. A

monografia será baseada numa abordagem qualitativa e desta forma

implementadas estratégias de investigação, como: Pesquisa bibliográfica para

embasamento e desenvolvimento da monografia.

Page 7: neurociencias - monografia

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Aspectos Históricos da Função do Orientador Pedagógico 11

CAPÍTULO II

Bases Históricas da Neurociência para a Formação Continuada do Orientador

Pedagógico 16

CAPÍTULO III

Aspectos Morfofuncional do Sistema Nervoso, Cérebro e Aprendizagem para a

Formação Continuada do Orientador Pedagógico 26

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

WEBGRAFIA 45

Page 8: neurociencias - monografia

8

INTRODUÇÃO

O Orientador pedagógico, além do conhecimento teórico para

acompanhar o trabalho pedagógico e estimular alunos, professores, famílias e

toda comunidade escolar é necessário percepção e sensibilidade para

identificar as necessidades dos alunos e professores, comunidade escolar

tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informações e

refletindo sobre sua prática como nos fala Nóvoa (1992: 36) “a experiência não

é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode

provocar a produção do saber e a formação”. Com esse pensamento ainda é

necessário destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de

todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre

pronto para motivar a sua equipe. O trabalho em equipe é fonte inesgotável de

superação e valorização do profissional. A atribuição essencial do Orientador

pedagógico está associada ao processo de formação em serviço dos

professores, atendimento aos alunos e familiares destes. Processo

denominado de Educação Continuada, tanto nos textos oficiais de secretarias

municipais e estaduais de educação, como na literatura recente sobre

formação em serviço. A Educação Continuada se faz necessária pela própria

natureza do saber e do fazer humano, como práticas que se transformam

constantemente.

A formação continuada de Orientadores justifica-se para que se criem

condições geradoras de competências e inovações para intervenções

propositivas nas situações que vão ocorrendo. É uma concepção de formação

que faz das práticas profissionais dos Orientadores contextos de

“requalificação do coletivo de trabalho.” (NÓVOA, 1992: 32). É o conhecimento

construído naquilo que Schon (1987 apud ALARCÃO 2008) designa por

reflexão na ação e reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação. Os

Orientadores devem ser agentes ativos de seu próprio conhecimento e o

contexto de trabalho deve propiciar espaços de requalificação da competência

profissional. A formação continuada visa incentivar a postura de sujeitos

críticos, reflexivos e transformadores, capazes de refletir sobre suas ações,

com vistas a produzir saberes que lhes permitam avançar em práticas

pedagógicas mais significativas e relevantes para atender as demandas da

sociedade.

Page 9: neurociencias - monografia

9

De uma maneira geral, pode-se dizer que o início da formação do

coordenador pedagógico vem antes de seu ingresso nos cursos de preparação

para o magistério e prossegue durante toda a sua prática profissional. Além

disso, durante o exercício de sua profissão, o docente vai adquirindo novas

competências, provenientes da prática onde está imerso, ampliando assim, a

concepção de que a formação é decorrência direta dos cursos de preparação

para o magistério e formação continuada. Pode-se dizer que a formação do

coordenador pressupõe a recriação ou a reelaboração dos saberes adquiridos

por cursos, feita com base nas teorias e experiências vivenciadas. Portanto os

saberes que fundamentam o nascimento e desenvolvimento da criança é

conhecimento si ne qua non para que a prática do coordenador seja relevante

para o seu contexto de atuação.

Segundo Vasconcelos (2009) o orientador pedagógico não é mais visto

como aquele fiscalizador, controlador do professor, mas, um supervisor

coordenador articulador do trabalho pedagógico na escola, que trabalha junto

aos professores, discutindo com eles os problemas e as possíveis soluções

para a melhoria do ensino – aprendizagem. Garrido (2008), ressalta que o

trabalho do professor coordenador é essencialmente a formação continuada

em serviço, ao promover a reflexão dos professores sobre suas práticas

docentes, está favorecendo a tomada de consciência dos professores. A autora

destaca a importância de um espaço coletivo e formador para o coordenador,

no qual ele possa refletir sobre sua prática, trocar experiência e crescer

profissionalmente. Contudo, outros autores contribuíram de forma significativa

com este estudo, como Alarcão (2008), Almeida (2006), Christov (2006), Lima

(2008), Pimenta (1999), Santos (2008).

A proposta deste estudo visa investigar novos conhecimentos que

contribuam para elevar a qualificação e desempenho de Orientadores

pedagógicos em contextos educacionais que visam uma prática docente

competente.

Para responder esse objetivo acima, foram traçados alguns objetivos

específicos, são eles: Identificar as principais teorias que fundamentam o

desenvolvimento da aprendizagem e suas implicações para a formação

docente. Apresentar fundamentos teóricos metodológicos da neurociência para

a formação continuada do Orientador Pedagógico.

Page 10: neurociencias - monografia

10

Para responder esses objetivos está monografia será desenvolvida em 3

capítulos. No primeiro faremos uma introdução ao assunto e apresentação de

conceitos sobre o papel do Orientador pedagógico e aspectos de sua situação

no cenário do Brasil. No segundo, investigaremos as teorias que fundamentam

os processos históricos da neurociência. No terceiro capítulo, propor-se um

paralelo entre os argumentos dos autores mais conceituados neste campo de

estudo e as implicações desse conhecimento na formação do Orientador

Pedagógico. A monografia será baseada numa abordagem qualitativa e desta

forma implementadas estratégias de investigação, como: Pesquisa bibliográfica

para embasamento e desenvolvimento da monografia.

Page 11: neurociencias - monografia

11

CAPÍTULO I

ASPECTOS HISTÓRICOS DA FUNÇÃO DO ORIENTADOR PEDAGÓGICO

Vivemos tempos de mudanças constantes, já dizia o sábio Bauman:

"Tudo que é sólido se desconstrói no ar" (2007), este afamado autor afirma em

suas preleções que vivemos tempos fluídos, de incertezas onde esta era

provoca no ser humano o sentimento de estar patinando em uma fina casca de

gelo de forma que se parar afunda. Neste contexto é necessário estar em

constante movimento. Com o avanço dos aparatos tecnológico a quantidade de

conexões que o ser humano pode fazer, o castelinho de verdades absolutas

rui-se, sendo necessário reconfigurar-se, reconstruí-se para estar vivo. Neste

cenário o profissional da orientação pedagógica é profundamente impactado e

ao mesmo tempo convidado a uma atuação emancipadora. A consciência da

necessária da formação continuada da condições aos profissionais da

educação, aqui uma lupa no orientador pedagógico, bagagem para atender as

especificidades educacionais que este novo tempo apresenta.

A construção do papel do orientador pedagógico nos espaços

educacionais em contexto brasileiro data-se conforme ampla pesquisa de

Camargo (2008), da época do Decreto-lei 8.530 de 10/01/1946, sobre a Lei

Orgânica do Ensino Normal, tendo como finalidade uma formação de pessoal

docente, necessária às escolas primárias e que também habilitaria

administradores educacionais.

Segundo Santos (1986), é nessa época que a Orientação Educacional,

mais como uma Orientação Vocacional e Profissional, teria um papel

importante a desempenhar. A ABE ofereceu curso de extensão sobre

Orientação Educacional aberto a professores interessados em prestar serviços

de Orientação Educacional em suas escolas, pois no contexto político, era

necessário para o ajustamento do indivíduo às necessidades de ordem social.

Grinspun (2006) enfatiza que foi através das Leis Orgânicas do

Ensino, que se fez necessário o orientador pedagógico, pois, esse profissional

assumira funções de caráter terapêutico, preventivo, psicometrísta,

identificando dons, aptidões e inclinações dos indivíduos.

Conforme Santos (1986), em 1946, quando é votada nova constituição,

o nacionalismo e o populismo caracterizavam a vida política e a Orientação

Educacional já se movimentava em torno de uma nova identidade. É

Page 12: neurociencias - monografia

12

organizado o I Simpósio em nível nacional com a colaboração do MEC

(Ministério da Educação e Cultura) e do CADES (Campanha de Difusão e

Aperfeiçoamento do Ensino Secundário). Para a autora, neste simpósio, o tema

em discussão foi a Prática e a Implantação da Orientação Educacional nos

ensinos de 1º e 2º grau. No período de 1957 a 1967, foram realizados mais

dois simpósios e dois seminários que discutiram os fins e os principais

problemas da Orientação Educacional. Não alterando em nada o que foi

proposto no primeiro simpósio. A Orientação teria um papel importante para

desempenhar; esse profissional selecionaria, testaria e encaminharia os alunos

para os cursos profissionalizantes, com base nos interesses e aptidões dos

alunos, mas, mesmo assim, o sistema educacional continuava elitista.

Conforme dados da pesquisa de Carmargo (2008);

A formação da Orientação Educacional se desenvolvia em escolas de nível secundário e em estabelecimentos particulares. Um dos resultados desses eventos foi a instalação, em 1959, em dezenove faculdades de Filosofia, de um curso de preparação em nível de pós-graduação de Orientadores Educacionais, financiados pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura).

Paralelo á estas discussões outro importante movimento em prol de uma

educação livre das intervenções da igreja está ocorrendo, conforme reflexão de

Santos (1986) é nesse contexto que a educação vai se tornando interesse

econômico e de segurança e que ocorre a discussão da questão educacional

nacional entre defensores do ensino particular e os defensores da escola

pública, promulgando assim, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 4.024/61 da

reforma universitária e da reforma do ensino de 1º. e 2º. graus, que atingiram

diretamente as escolas técnicas, industriais e normais, extinguindo-se os

cursos clássicos e científicos, assumindo assim, uma tendência tecnicista, em

um aspecto qualitativo, com técnicas educacionais e formação profissional.

Regulamentava também a concessão de bolsas, a aplicação de recursos para

o sistema público e para a iniciativa privada e previa a cooperação entre União,

Estados e Municípios. Mediante relatos da autora Grinspun (2006);

Foi através dessa Lei de Diretrizes e Bases que o Orientador ganhou status de Orientador Educativo e Vocacional, identificando aptidões individuais, estendendo à todos os alunos, utilizando-se de todos os elementos da escola para desenvolverem esse trabalho. Ao Orientador Educacional

Page 13: neurociencias - monografia

13

caberia a orientação escolar, psicológica, profissional da saúde, recreativa, familiar.

Conforme Santos (1986), através da Lei 5.540/68, em seu artigo 30,

parágrafos 1º e 2º, é definido que a formação dos especialistas em educação,

inclusive a de Orientador Educacional, se daria no nível da graduação.

Conforme Santos (1986), em 1970, o 1º Congresso Brasileiro de

Orientação Educacional (CBOE) revelou preocupação com um trabalho

científico, tendo como referencial teórico a Psicologia nos currículos de

formação deste profissional, vinculando a Orientação Educacional à política

administrativa. Apresentava projetos mais específicos para serem trabalhados

pelo Orientador Educacional como: operação recuperação, operação

rendimento, escola-família, mas não refletia, na dimensão necessária, a

realidade concreta vivida nas escolas, ou seja, apresentavam auxílios aos

Orientadores Educacionais para um desenvolvimento de sua função mais

eficiente e produtiva, do primário ao ensino superior. Nesse Congresso

demonstra-se também a contínua luta pela definição de seu papel e de uma

legislação que garanta o seu espaço profissional, através de reivindicações de

benefícios para a categoria. Para o governo, organizar a categoria de

orientadores educacionais tinha como propósito que lhe servisse de base para

diversificação da escola, enquanto que ele (governo) garantia privilegias como

o profissional da seletividade.

Segundo Grinspun (2001), a Orientação Educacional legitimou-se pela

obrigatoriedade com a LDB 5.692/71, que complementa a lei 5.540/68,

surgindo com a finalidade de qualificar para o trabalho, através da

profissionalização, com sondagens no 1º grau e habilitações profissionais no 2º

grau.

Santos (1986) afirma que o fato da LDB 5.692/71 garantir a

obrigatoriedade da Orientação Educacional, não garantia a sua implantação

nas escolas, o que fez com que esse movimento da categoria não perdesse

tempo quanto a conquista deste lugar no sistema educacional.

Segundo Santos (1986), os congressos que aconteceram em prol de

mudanças e construção do papel do orientador pedagógico teve dentre seus

objetivos a definição de técnicas, processos e métodos. Havia uma distância

entre os fundamentos, intenções e o preparo do orientador. A idéia era formar

um Orientador Educacional humanista, porém, o sistema cobrava um

Page 14: neurociencias - monografia

14

profissional detector de técnicas que garantissem a produtividade das escolas.

Essa polêmica se dava entre os educadores tradicionais e os progressistas. O

segundo objetivo era o papel da igreja na formação dos Orientadores

Educacionais, pois a presença de padres e freiras liderava a categoria.

As reivindicações apresentadas neste evento se delineavam à um maior

desempenho e uma maior compreensão do seu lugar no sistema, e também,

maiores recursos do governo para realização dos programas de formação,

preparação e treinamento do profissional, centros de pesquisa regionais,

bibliotecas das escolas com materiais de diversas profissões, criação de

órgãos de supervisão em Orientação Educacional nas secretarias de

educação. Esperava-se com isso, uma verdadeira revolução pedagógica, mas

na verdade, ela serviria para um ousado propósito ideológico: mascarar as

contradições sociais da educação. Essas eram as duas dúvidas: a indefinição

de sua formação humanista, e o preparo para a sondagem e orientação de

aptidões para o trabalho, o qual estava se tornando cada vez mais

desqualificado e alienado.

Os orientadores já começavam a sair da visão psicologizante e

idealizada com que foram formados para tentar compreender e interferir no

processo pedagógico. “[...] é onde, pela primeira vez, há referências às classes

sociais, dominação, opressão e liberdade, conceitos que daí em diante povoa

as discussões, os temários de encontros e congressos.” (Garcia, 1990, p. 15-

16). Afirma Grinspun (2001) QUE:

Toda a prática da orientação está debruçada nesta concepção de educação, como um ato político, como instituição que está intrinsecamente relacionada com as mudanças ocorridas no núcleo da sociedade. De acordo com a LDB 9.394/96 extinguiram-se dos cursos de Pedagogia as habilitações de Orientação e Supervisão Educacional por concluírem que o curso de Pedagogia estava fragmentado dentro do atual contexto educacional. A Orientação Educacional viu-se cerceada em seu trabalho quando mais se intensificou a procura dos culpados pelo fracasso da educação. Começava a se solidificar, recusando um papel cujo desempenho a comprometia e mostrava suas reais possibilidades de colaborar para a melhoria da educação brasileira.

Através deste breve histórico pudemos perceber que a educação

sempre serviu mais à política do que à sociedade, pois todas as decisões

tomadas foram devido a crises na economia. As exigências da época fizeram

Page 15: neurociencias - monografia

15

com que a escola se tornasse necessária, e como ela, a profissão do

Orientador Educacional, desempenhando um papel ideológico e alienante.

Segundos autores citados, os Orientadores Educacionais, através de

suas lutas, (em congressos, encontros e seminários) buscavam uma

fundamentação teórica para uma ação mais competente, buscando demonstrar

a amplitude de sua atuação, cujos objetivos demonstravam ser distintos aos

que foram criados. Buscou cumprir os papéis que à ela foram designados,

geralmente, a favor do sistema excludente e poucas vezes, para a

emancipação das camadas populares, pelo fato de estarem sempre ligada as

políticas educacionais.

Conforme Grinspun (2001), a Orientação Educacional, na atualidade,

caminha na busca da totalidade do aluno, preocupando-se com a ampliação do

conhecimento do educando como pessoa, construindo sua personalidade e

participando consciente e ativamente de sua própria história de vida,

valorizando a realidade de cada aluno.

Mediante proposta desta pesquisa no terceiro capítulo apresenta-se

fundamentos da neurociência para a formação continuada do orientador

pedagógico. A Neurociência busca compreender o funcionamento do sistema

nervoso, integrando suas diversas funções (movimento, sensação, emoção,

pensamento etc). Compreender como o sistema nervoso - e em particular o

córtex cerebral – funciona é um importante passo para aperfeiçoarmos suas

diversas funções, intervindo de forma eficaz no processo de aprendizagem.

Page 16: neurociencias - monografia

16

CAPÍTULO II

BASES HISTÓRICAS DA NEUROCIÊNCIA PARA A FORMAÇÃO

CONTINUADA DO ORIENTADOR PEDAGÓGICO

Acredita-se que os aspectos que fundamentam a neurociência

contribuem para uma nova definição no olhar no educador enquanto agente

facilitador da aprendizagem. Um levantamento histórico feito pelo INEP em

outubro de 2003 e IPEA em 2011 revelam que a maioria das instituições

acadêmicas não estão aptas para atuar em prol da formação docente. Poucos

cursos de graduação apresentam subsídios para que o futuro professor possa

entender como se processa a aprendizagem e como seu aluno aprende. O

estudo da neurociência instrumentaliza o professor para atuar com as

especificidades educacionais do seu aluno ajudando-o a entende-lo pautado

em questões biológica para compreender o comportamental favorecendo a

utilização de estratégias de ensino mais adequadas. Conforme, Rodrigues e

Ciasca (2006):

Estudar a relação entre o cérebro e o comportamento é o principal objetivo da Neuropsicologia. É por meio dessa área de atuação que se pode entender como diferentes áreas cerebrais atuam em conjunto para produzir comportamentos complexos, tal como é o caso da aprendizagem. Problemas em qualquer área do sistema nervoso central podem gerar disfunções e prejudicar o aprendizado. Depreende-se, então, que o profissional que lida com a criança deve ter conhecimentos básicos sobre a neuropsicologia, de modo a compreender as funções mentais. (Ciasca, Rodrigues, 2006, p. 102).

A pesquisadora Cavada (2008), propõem que, a capacidade para de

movimentar, perceber as sensações, de se comunicar, ri, chorar é antigo no

homem. A relação desses fenômenos com o sistema nervoso muda com o

passar dos tempos até o aparecimento de um conjunto de doutrinas que fixou

em desvendar a estrutura e funcionamento do sistema nervoso. Observando

esta estrutura conceitual apresentado abaixo aspectos dos marcos

Fundamentais na evolução deste campo de conhecimento. A maioria dos

autores começam a estudar histórias sob o desenvolvimento da neurociência a

partir do século V ac. Cavada e Silveira (2008) concordam em seus artigos

apresentando o estudioso Alcmaeon de Crotona como o responsável pela

descoberta dos nervos ópticos. Em suas pesquisas e dissecações propôs que

Page 17: neurociencias - monografia

17

o cérebro era a sede do pensamento e do sentimento. Esta ideia revoluciona o

pensamento intuitivo grego que atribuía estas funções ao coração. Aristóteles

pai do pensamento grego também apresentava que a função do cérebro era

esfriar o sangue aquecido pelo coração, portanto, para ele a sede do

pensamento e dos sentimentos estava no coração. O discípulo de Hipócrates

Galeno, trabalha as diferenças estrutural do cerebelo e cérebro. Ele difundiu

que, o cerebelo era responsável pelas funções dos músculos e o cérebro pelos

os sentimentos e memórias. Versálius ampliando a concepção anatômica do

cérebro apresenta o conceito de localização da função cerebral ventricular que

permaneceu até o Renascimento. Observando o comportamento dos animais

René Descartes (1596 – 1650) a teoria mecanicista para explicar o

funcionamento do cérebro. Cavada (2008) afirma que:

Para Descartes, esta teoria não explica a complexidade do comportamento humano, para o homem, ao contrário dos animais, tem um intelecto e uma alma dada por Deus. Assim, Descartes acreditava que o cérebro controla o comportamento humano no que ele tem de Animal e habilidades especiais que residem fora do homem, na mente ("l'esprit"). Descartes começa duas linhas de pensamento extraordinariamente influente hoje. Para um lado a filosofia mecânica, desenvolvida principalmente por seus sucessores, que argumenta que estão começando a conhecer a máquina bem, fisicamente, incluindo o corpo humano e do cérebro, chegar saber todos os meandros do mundo. Além disso, Descartes é o pai dos problemas mente-cérebro, que é atualmente objeto de debate acalorado entre muitos neurocientistas.(Cavada, 2008, p. 92).

Esta autora amplia sua pesquisa apontando que, com o

desenvolvimento do microscópio e as técnicas de coloração do tecido do

sistema nervoso o estudo da neurociência experimentou um avanço que

culminou com a grande obra Santiago Ramon e Cajal (1852 – 1934). Já outro

estudioso da época Italiano Camillo Golgi (1843-1926), formulou a doutrina

Cajal-neuronal do sistema nervoso. Conforme afirma Cavada (2008):

Para Camilo Golgi o sistema nervoso são células independentes, neurônios, que contatam entre si em locais específicos, e construiu um grande corpo de doutrina neuroanatomical. Cajal foi um cientista moderno, não apenas descrever estruturas estáticas, mas perguntado sobre os mecanismos que governar. Suas contribuições para os problemas de desenvolvimento, degeneração e regeneração de sistema nervoso permanecem atuais.( Cavada, 2008, p. 95).

Page 18: neurociencias - monografia

18

As pesquisadoras Rodrigues e Ciasca (2006) dizem que apesar dos

avanços propiciados pelos estudos anatômicos, o século XVIII ainda foi

marcado pela visão do cérebro como um órgão homogêneo, cuja função era

distribuir energia para todo o corpo, segundo a vontade do indivíduo. Elas

ainda destaca que é também nesse século que as teorias localizacionistas

começaram a ganhar força, merecendo destaque a de Albrecht von Haller

(1707-1777). Este autor afirma que, a origem da sensação e do movimento

estaria na substância branca do cérebro e do cerebelo. Elas ainda afirmam

que:

Em se tratando de teorias localizacionistas, Franz Gall (1757-1828) é, sem dúvida, aquele que melhor representa essa corrente de pensamento. No século XIX, quando as tentativas de se explicar o intelecto pela fisiologia dos sentidos eram a tônica, Gall lançou o que veio a ser denominado mais tarde de Frenologia. Segundo o autor, o cérebro seria constituído por 35 regiões, que conteriam as faculdades intelectuais e os comportamentos emocionais (tais como generosidade, coragem, instintos matrimoniais, amor sexual, etc). O maior desenvolvimento de um (ou mais) desses comportamentos resultaria em proeminências no cérebro que, por sua vez, possibilitaria identificar as diferenças individuais. ( Rodrigues, Ciasca, 2006, p. 132)

Na mesma época, Gall teve uma pesquisadora Marie Jean Pierre

Flourens (1823) que se opôs a sua tese apresentando a teoria que veio a ser

conhecida como teoria do Campo Agregado. Ela fez experimentos em animais

utilizando o método de ablação. Ela conseguiu comprovar o papel do cerebelo

nos movimentos motores. E que todas as regiões do cérebro participariam de

cada função mental, em especial as regiões cerebrais do telencéfalo. Essas

duas correntes ganharam adeptos e permanecem até o século XX.

Ainda no campo histórico da neurociência cognitiva, outro estudioso,

Ventura (1999) diz que a Psicologia é uma das principais disciplinas no

desenvolvimento da neurociência. Apesar de toda a tradição filosófica

ocidental, desde os gregos até hoje foi questionado sobre a natureza da mente

e do comportamento humano. Os estudo científico de Charles Darwin (1809-

1882), sobre a evolução da espécies, abriu o caminho para a Psicologia

Experimental, que se dedica a estudar o comportamento no laboratório, e

etologia, que estuda o comportamento no ambiente natural. As observações de

Page 19: neurociencias - monografia

19

Darwin também implicou que é possível correlacionar os resultados do estudo

do comportamento do sistema nervoso ou dos animais comportamento e do

sistema nervoso humano. Para Ventura (1999):

No século XIX, um problema fundamental surgiu na história da neurociência: a localização da função no cérebro. A convergência de Neuroanatomia e Neurofisiologia é evidente em todo o localizacionista estudo apresentados abaixo: O médico austríaco e neuroanatomista Franz Joseph Gall (1757-1828) propôs que as funções de espírito tem um biológico, cérebro, especificamente base. Ele postulou que o cérebro não é um único corpo, mas é pelo menos de 35 centros, cada um dos quais diz respeito a uma função mental. Além disso, Gall pensava que cada centro iria desenvolver e aumentam de tamanho quando trabalhadas, da mesma maneira que o comprimento dos músculos aumenta com exercício. Crescimento causaria centros protrusão no crânio, e, portanto, a localização de relevos cranianos e estimar seu tamanho revelar personalidade indivíduo. As ideias de Gall foram altamente controverso, não só por causa da dificuldade de confirmar a dados, mas também porque implicavam uma concepção materialista da mente, afirmando que determinadas partes do cérebro regulam as funções como especificamente humanos, tais como esperança, generosidade e auto-estima. (Ventura 1999, p.45).

O professor Sabatini (2012), conclui que no início do século XX, uma

nova escola surgiu na Alemanha em torno da ideia de localização cortical,

liderado por Vladimir Betz anatômica, Theodore Meynert, Oskar Vogt e

Korbinian Brodmann. Esta escola tenta distinguir diferentes áreas funcionais

no córtex cérebro com base na sua citoarquitetura. Usando este método,

Brodmann (1868-1918) descreveu cinquenta duas áreas do córtex humano e

sugeriu que cada um tem uma função específica. Outra particularmente

adequado para ilustrar a convergência das disciplinas caso, levando a

Neurociência moderna é o desenvolvimento de estudos sobre a linguagem, a

função cognitiva especificamente humana. Já o cirurgião francês Pierre Paul

Broca (1824-1880) descreveu em 1861 o caso de um paciente Eu poderia

entender a linguagem mas não consegue falar. Seu cérebro tinha uma lesão

na parte posterior lobo frontal esquerdo, o que agora é conhecido como a área

de Broca. Além de apresentar as suas conclusões, Wernicke propôs uma nova

teoria da função do cérebro, chamada conectivismo. Segundo ela, apenas as

funções mentais mais básica, como atividades motoras perceptivas ou simples,

a sua localização uma única região do cérebro. As conexões entre as

Page 20: neurociencias - monografia

20

diferentes áreas de ativar as funções intelectual complexa. A introdução de

modernas técnicas de mapeamento cerebral funcional resultou neste campo,

como em muitos outros, um novo caminho para a compreensão da função

cerebral mais complexa, principalmente do especificamente humano. O efeito

fundamental da neurociência atual encontra-se na abordagem multidisciplinar

para todos questões relacionadas com o mais complexo, esplêndida e

admirável corpo da natureza do sistema nervoso. Como bem destaca Lent

(2001), contudo:

Desde o século XIX os materialistas apresentaram melhores argumentos e suas teses constituíram explicações mais sólidas para os dados obtidos pela experimentação científica. Entre essas teses, destaca-se a teoria da localização cerebral das funções mentais que em síntese, admite que todas as funções mentais, das mais simples as mais complexas, são originadas da atividade cerebral e estão localizadas em regiões cerebrais específicas. (Lent, 2001, p. 68).

Portanto, conforme conclui Metring em sua pesquisa, aos profissionais

do ensino é condição “sine qua non” estudar neurociência cognitiva para

compreender a aprendizagem ou suas dificuldades, enquanto a necessidade

de análise das funções mentais, particularmente das superiores (linguagem,

atenção, memória, planejamento, julgamento, etc.) envolvidas neste processo,

que estão relacionadas à organização funcional do cérebro, condição

primordial para que a aprendizagem simbólica (formação de conceito, escrita,

leitura etc) se realize.

Conforme o professor Sabatine (2012), a neurociência é um campo novo

que possui influências de longas datas históricas; pautada em estudos

científicos e não científicos que são descritas desde a filosofia grega até os

modernos exames de imagens atuais. Em seu relato ele divide a história de

neurociências em períodos:

Período Neolítico:

Fonte: http://www.Fneurociencia-no-contexto-historico.html&media

Page 21: neurociencias - monografia

21

Trepanações cerebrais para expulsar os demônios do corpo. Era

utilizado um trépano (uma ferramenta de pedra) para cortar fora uma seção do

crânio da pessoa, supostamente para fazer sair do corpo os espíritos malignos

que causavam transtorno.

4.000 a.C. – Nossos ancestrais já realizavam a forma mais antiga de cirurgia no cérebro, a trepanação. A técnica consistia em perfurar à mão um buraco de 2,5 cm a 3,5 cm de diâmetro no crânio de um homem vivo, sem anestesia ou assepsia, por 30 a 60 minutos. A trepanação foi realizada ao longo de praticamente todas as eras. (ARAUJO, 2012, p. 4)

Grécia:

Fonte: http://www.Fneurociencia-no-contexto-historico.html&media

Surgem as perguntas mais sistematizadas sobre onde está a mente e

como ela interage com o corpo. Demócrito (460 – 370 AC) e Hipócrates

sugerem que a mente está no cérebro e que os nervos são ocos. Essas

intuições filosóficas foram baseadas na instrumentação clínica, pois à época,

não se dissecava os cadáveres. Hipócrates (460 – 379 AC) acreditava que o

cérebro estava envolvido com as sensações e que era a sede da inteligência.

O homem deve saber que, de nenhum outro lugar, se não do cérebro vem a alegria, o prazer, o riso e a recreação, e a tristeza, melancolia, pessimismo e as lamentações. E então, de uma maneira especial, adquirimos sabedoria e conhecimento, e vemos e ouvimos para saber o que é justo e o que não é, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é sem sabor... E pelo mesmo órgão tornamos-nos loucos e delirantes, e sentimos medo e o terror nos assola... Todas essas coisas provêem do cérebro quando este não está sadio... Dessa maneira sou da opinião de que o cérebro exerce um grande poder sobre o homem.” (Hipocrates, Da Doença Sacra, IV A.C)

Ciência Neural

Page 22: neurociencias - monografia

22

Esta visão, no entanto, não era universalmente aceita. O filósofo

Aristóteles (384 –322 A.C) acreditava que o coração seria o centro da

inteligência. Ela acreditava que o cérebro seria apenas um radiador para esfriar

osangue sobre-aquecido pelo coração. O temperamento racional era então

explicado pela capacidade de resfriamento do cérebro.

Os gregos, século IV A.C., chegaram à conclusão de que o cérebro é o órgão responsável pela sensação. A escola mais influente era a de Hipocrates (460 –379 A.C), pai da medicina ocidental, quem estabeleceu a crença de que o cérebro não apenas estaria envolvido com as sensações, mas também seria o local onde a inteligência se assentaria. (ARAÚJO, 2012, p.5)

Aristóteles (384 – 322 AC) propôs que o coração era a sede da

inteligência e o cérebro, uma espécie de radiador responsável pelo

resfriamento do sangue. Pelo coração ter alterações durante eventos

emocionais, só podia ser nele a origem da mente. Ele tinha essa ideia por

observação, pois uma pessoa com uma emoção forte fica com o coração

acelerado, por exemplo. Disso ele fez a associação inversa de causa e efeito.

Essa constatação Aristotélica tem heranças até hoje. Por exemplo, quando

falamos que decoramos um texto de cor, significa que decoramos o texto de

coração, situando a memória também no coração e não no cérebro.

Os gregos, século IV A.C., chegaram à conclusão de que o cérebro é o órgão responsável pela sensação. A escola mais influente era a de Hipocrates (460 – 379 A.C), pai da medicina ocidental, quem estabeleceu a crença de que o cérebro não apenas estaria envolvido com as sensações, mas também seria o local onde a inteligência se assentaria.(ARAUJO, 2012, p.5)

Idade Média

Fonte: www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Galeno pela primeira vez refuta o que diz Aristóteles a partir da

dissecação de animais. Na época, o animal que ele tinha como escolha era o

Page 23: neurociencias - monografia

23

Boi. Galeno (130 – 200 DC) aceitou as idéias de Hipócrates - sugeriu que o

cérebro fosse responsável pelas sensações e o cerebelo pelo controle dos

músculos; Galeno associou a imaginação, a inteligência e a memória com a

substância cerebral, atribuindo ao cérebro o papel fundamental de sede de

todas as faculdades mentais.

A figura mais importante durante o Império Romano foi Galeno (130 –200 D.C), quem abraçou a visão de Hipócrates de funcionamento do cérebro. Galeno era o médico dos gladiadores, e deve, por tanto, ter vivenciado as consequências de danos na espinha ou no cérebro. No entanto, sua opinião sobre o cérebro foi mais influenciada pelas dissecações de animais. As duas partes mais evidentes seriam o cérebro e o cerebelo. O primeiro macio e o segundo mais duro. Dessas observações Galeno sugeriu que o cérebro fosse o recipiente das sensações e o cerebelo deveria comandar os músculos. (ARAUJO, 2012, p. 8)

Raio X:

Poucos acontecimentos na história da ciência provocaram impacto tão

forte quanto a descoberta dos raios X, por Wilhelm Konrad Roentgen, professor

de física na Universidade de Würzburg. A 22 de dezembro de 1895, Roentgen

obteve a primeira chapa radiográfica da história: a mão de sua mulher.

Tomografia Computadorizada:

Em 1972, a primeira máquina de tomografia é criada, que é um método

de imagem que utiliza raios-x para captação de imagens de estruturas crânio-

encefálicas. Em vários congressos, a palavra Neurociência começa a surgir.

Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons:

Em 1973, o primeiro PET, porém, devido o alto preço, seu uso ficou

limitado até 1990. Também conhecida pela sigla PET, é um exame

imagiológico da medicina nuclear que utiliza radionuclídeos que emitem um

positrão no momento da sua desintegração, o qual é detectado para formar as

imagens do exame.. A PET é um método de obter imagens que informam

acerca do estado funcional dos órgãos e não tanto do seu estado morfológico

como as técnicas da radiologia propriamente dita. A PET pode gerar imagens

em 3D ou imagens de "fatia" semelhantes à tomografia computorizada.

As técnicas de imagem mapeamento desenvolvidas nos últimos anos tornaram possível a visualização dessas estruturas cerebrais humanas na pessoa viva. Cada um desses territórios neurais teve demonstrada, por muitos métodos experimentais, sua capacidade de desempenhar funções específicas. Como resultado, a ideia de que as diferentes

Page 24: neurociencias - monografia

24

regiões são especializadas para diferentes funções é, atualmente, aceita como um dos pilares da ciência do cérebro. (ARAÚJO, 2012, p. 21)

fonte: www.grupopsicopedagogiando.com.br

Década do cérebro:

Em 1990, Bush declara que estamos, oficialmente, na década do

cérebro. A partir daí vários projetos de pesquisa iniciaram-se com o objetivo de

mapear o cérebro, pois a pesquisa e o interesse em neurociências tem

crescido em resposta à necessidade de, não somente entender os processos

neuropsicobiológicos normais, mas também ajudar àqueles que sofrem de

distúrbios neurológicos.

Projeto Conectoma:

Termo criado em 2005, por Olaf Sporns, professor da Universidade de

Indiana – USA. Trata-se das pesquisas científicas realizadas na tentativa de se

mapear a rede neural (o conjunto das ligações entre os neurônios) do cérebro.

Conforme Primo (2013), a história da fisiologia do sistema nervoso em

qualquer país confunde-se com a própria história da Fisiologia, a disciplina da

Biologia que estuda o funcionamento dos seres, segundo a acertada, mas

pouco conhecida e ainda menos acatada definição de Jean F. anunciada no

século XVI. Essa vinculação resulta do fascínio que o sistema nervoso exerceu

e exerce sobre cientistas e leigos, a ponto de que todos os fisiologistas do

passado terem se interessado pela neurofisiologia, ao menos em alguma etapa

de sua vida profissional. No século V a.C. Alkmaeon, discípulo de Pythagoras

na região da Magna Grécia que é a Calábria italiana, descobriu o nervo óptico

e chegou ao avançado conceito de que o sistema nervoso, particularmente o

encéfalo, é a sede das sensações e da atividade mental. Na mesma época,

outro grande grego, Hipócrates, fundador da medicina objetiva, expressou

Page 25: neurociencias - monografia

25

conceito semelhante ao afirmar que "é no encéfalo (enkephafon), e somente

nele que nascem nossos prazeres, alegrias, os risos e as graças, assim como

as tristezas, angústias e o pranto. É por ele que pensamos, vemos, ouvimos e

distinguimos o feio do belo, o mau do bom, o agradável do desagradável.

No Brasil, o estudo experimental e sistemático da Fisiologia começou, sem dúvida, com irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida, no Rio de Janeiro, os quais também iniciaram (principalmente Miguel Ozório) as pesquisas em neurofisiologia. Membros de uma família de alto gabarito cultural, os dois irmãos montaram um autêntico Instituto de Fisiologia em casa, na qual inventaram a Fisiologia brasileira. (PRIMO, 2013, p. 10).

A Neurociência busca compreender o funcionamento do sistema

nervoso, integrando suas diversas funções (movimento, sensação, emoção,

pensamento etc). Compreender como o sistema nervoso - e em particular o

córtex cerebral – funciona é um importante passo para aperfeiçoarmos suas

diversas funções, intervindo de forma eficaz no processo de aprendizagem.

Conteúdos que todo profissional da educação em foco o orientador pedagógico

deve apropriar-se.

Page 26: neurociencias - monografia

26

CAPÍTULO III

ASPECTOS MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO, CÉREBRO E

APRENDIZAGEM PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO ORIENTADOR

PEDAGÓGICO

Segundo pesquisa da pesquisadora Hennemann (2012), Durante as

últimas décadas, com o avanço de equipamentos que permitem mapear o

cérebro com maior riqueza de detalhes, os estudos médico-científicos tiveram

um aumento significativo procurando entender com maior clareza de que forma

a atividade cerebral influi no nosso comportamento.

Dentro desta análise pode-se dizer que a Neurociência procura estudar

as variações entre o comportamento e a atividade cerebral. Porém trata-se de

um campo interdisciplinar que abrange várias outras “disciplinas’: -

neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica, neuroimagem, genética,

neurologia, psicologia, psiquiatria, pedagogia.

Todas essas ciências reunidas formam a Neurociência e juntas

procuram investigar o sistema nervoso procurando entender como ele se

desenvolve, como ele é parecido ou diferente entre indivíduos e entre espécies

ou como ele deixa de funcionar. As Neurociências nos revelam como o cérebro

produz nosso comportamento, porque nos emocionamos, porque precisamos

comer, dormir, de que forma tomamos decisões, enfim como somos e o que

somos.

Antes das invenção do microscópio composto, no século XVIII, o tecido neural era considerado como tendo função glandular –ideia que pode ser rastreada até a Antiguidade e a proposta de Galeno de que os nervos seriam condutos que levariam os fluidos secretados pelo cérebro e medula espinhal para a periferia do corpo. ( ARÚJO, 2012, p.14)

Através das Neurociências procura-se perceber a individualidade de

cada um, e a partir disso, entender como as lesões no cérebro interferem no

modo de ser dos indivíduos. Através dos estudos de Luria, que durante a

Segunda Guerra Mundial, desenvolveu um estudo de indivíduos portadores de

lesão cerebral, no qual catalogou cada paciente, mapeou as respectivas lesões

cerebrais e anotou as alterações no comportamento, tendo como objetivo

Page 27: neurociencias - monografia

27

específico o estudo das bases neurológicas do comportamento, ocorreram

mudanças significativas no experimento médico-cientifico, modificando muito

dos tratamentos que era ofertado aos pacientes com lesões cerebrais, pois

durante vários anos as doenças mentais eram incompreendidas e vistas numa

dimensão mais psicológica, conforme relato abaixo:

No período de 1940-1970, muitos psicanalistas americanos começaram a afirmar que todas as doenças mentais, incluindo a esquizofrenia e as doenças maníaco-depressivas, eram causadas por conflitos psicológicos que podiam ser amenizados por meio da psicoterapia psicanalítica. Com freqüência os pais, e principalmente as mães, eram acusados pelos transtornos mentais dos seus filhos. Era particularmente cruel o conceito da “mãe esquizofrenogênica”, que propunha que a esquizofrenia era causada devido a mãe rejeitar a criança de forma inconsciente, embora parecesse amá-la. Em uma série de livros bastante divulgados, Bruno Bettelheim teorizava que o transtorno autista era causado pela rejeição parental e que somente a “parentectomia” (isto é, retirar a criança do lar) poderia levar à cura. Aqueles que defendiam o conceito de que as doenças mentais têm causas estritamente “ambientais” ou “psicológicas” sentem com freqüência que estão em um patamar moral superior – defendendo o paciente contra uma teoria biológica determinista. Em geral não conseguem ver que as suas próprias teorias da doença mental, na ausência de provas, culpam os pais e as famílias pelo problema de uma criança e, assim, causam dor e sofrimento enormes. Isso seria o equivalente a negar a natureza biológica do câncer e dizer aos pais de uma criança com leucemia que foi o fracasso deles em ter um relacionamento amoroso com ela que levou à doença. (PLISZKA, 2004, p. 13 -14 )

Na atualidade, estudos significativos já proporcionaram mudanças no

tratamento de pacientes com necessidades educacionais especiais, incluindo

os indivíduos com deficiência mental ou intelectual. Indivíduos que antes eram

retiradas do convívio de seus familiares, uma vez que se acreditavam que

estes não teriam condições de reabilitação, hoje, através da Neurociência,

sabe-se que existe a plasticidade cerebral e que a mesma necessita de muito

estímulo daqueles que estão próximos a estes indivíduos.

Para estudiosos que fazem uma relação da área da biologia cerebral

com o contexto escolar, conhecer e entender os processos da aprendizagem

tornou-se um grande desafio para os educadores da atualidade. Segundo

(RELVAS, 2009), é necessário entender que as interações perpassam por

aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Na sala de aula as novas

tecnologias têm influenciado no desenvolvimento do comportamento dos

Page 28: neurociencias - monografia

28

alunos. E um olhar focalizado nas contribuições dos estudos neurocientíficos,

diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser amenizados ou superadas.

Para realizar uma abordagem mais aprofundada do tema em pauta, percebe-se

a necessidade de fundamentar os argumentos tendo por base uma breve

explanação dos aspectos morfofuncionais do desenvolvimento do sistema

nervoso, cérebro e a aprendizagem. Consenza (2011), afirma que o sistema

nervoso se modifica durante toda a vida, mas dois momentos são

particularmente importantes ao longo do seu desenvolvimento. O primeiro

corresponde ao período em torno da época do nascimento, quando ocorre, um

ajuste quanto ao número de neurônios que serão realmente utilizados nos

circuitos necessários à execução das diversas funções neurais. O segundo

corresponde à época da adolescência, quando um grande rearranjo tem lugar,

havendo um acelerado processo de eliminação de sinapses, um

“desbastamento sináptico”, que ocorre em diferentes regiões do córtex

cerebral. Além disso, há um notável aumento da mielinização das fibras

nervosas em circuitos cerebrais, tornando-os mais eficientes. As modificações

que ocorrem na adolescência preparam o indivíduo para a vida adulta. O

aumento da conectividade entre as células corticais é progressivo durante a

infância, mas declina na adolescência até atingir o padrão adulto, o que reflete,

provavelmente, uma otimização do potencial de aprendizagem. Nessa fase da

vida diminui a taxa de aprendizagem de novas informações, mas aumenta a

capacidade de usar e elaborar o que já foi aprendido. Dentre os vários autores

que se debruçaram sobre este assunto (MAIA; THOMPSON, 2011), classificam

a estrutura do sistema nervoso em: sistema nervoso central, periférico1 e

autônomo. Segundo eles, o sistema nervoso central é formado pelas estruturas

que compõem a calota craniana e anatomicamente a coluna e o encéfalo.

Segundo os autores (ALBERTO, STEFANINI, VICENTINI,( 2012), apud, ARCE,

MARTINS, 2012, P. 123).

1

Nos vertebrados, a distinção entre as duas divisões do sistema nervoso adulto é simples: o sistema nervoso central (SNC) compreende todo o tecido nervoso encontrado dentro de caixas ósseas (o crânio e a coluna vertebral), enquanto o sistema nervoso periférico (SNP) compreende todo o tecido nervoso restante, situado fora do crânio e da coluna vertebral - portanto, todos os nervos e gânglios do corpo.

Page 29: neurociencias - monografia

29

fonte: http://www.ufrgs.br/auladeembrio/ppts/desenvhum2_2.pdf

“O encéfalo compreende o cérebro, cerebelo e o tronco encefálico. Desde o período pré-natal até o adulto, observa-se um rápido e intenso crescimento do encéfalo que praticamente triplica seu peso em relação ao da época do nascimento. Esse crescimento rápido do encéfalo é resultado de mielinização que ocorre nos dois primeiros anos de vida assim como aumento dos tamanhos dos neurônios, do numero de células da neuroglia e da complexidade dos processos neuronais”.

Fonte:http://www.anatomiahumana.ucv.cl/efi/modulo21.html

O sistema nervoso periférico é o responsável por conduzir os reflexos e

nervos que fazem o sistema nervoso central funcionar. Já o sistema nervoso

autônomo representa as estruturas centrais e periféricas relacionadas com

controle das funções involuntárias e orgânicas. Sob este víeis os autores traz

uma relevante contribuição para a educação quando afirmam que, o sistema

nervoso é o grande responsável pela vida mental de relação das pessoas bem

Page 30: neurociencias - monografia

30

como o bom funcionamento de outros órgãos. Para eles (MAIA; THOMPSON,

2011 p. 21) as funções primordiais do sistema nervoso são:

“Funções cognitivas (pensamento e emoção), motricidade e equilíbrio, sensibilidades (tato, dor temperatura, pressão vibração), sentidos (visão, audição, gustação, olfato) e controle do meio interno (respiração, circulação, liberação hormonal). Segundo elas, o cérebro, como estrutura mais desenvolvida e complexa dentro do sistema nervoso central, tem atribuições mais complexas dentre as supracitadas, incluindo a projeção sensorial e cognição, planejamento e iniciação de movimentos voluntários, processos mentais complexos (pensamento, raciocínio), compreensão e expressão da linguagem, memória e aprendizagem, experiências emocionais e motivacionais”.

Fonte: http://www.tdtonline.viewtopic.php

Segundo estes autores a parte mais desenvolvida do sistema nervoso

central é o cérebro, é formado por dois hemisfério com 4 lobos cada um:

frontal, parietal, temporal e occipital e é dividido em: córtex e substancia

branca. O córtex é responsável pelos neurônios e a substancia branca, os

axônios prolongamentos dos neurônios. Os autores, (MAIA; THOMPSON, 2011

p. 22), defendem que:

“Os neurônios do córtex são superespecializados, sendo setorizados por áreas funcionais. Tais áreas recebem informações de várias outras áreas do próprio córtex e de diversas outras estruturas cerebrais e periféricas, formando uma grande rede conectiva. Por meio do cérebro o individuo conhece o mundo e age nele, graças as funções coordenadas dos recursos cognitivos e as conexões que o cérebro tese entre os dois hemisférios e no interior de cada hemisfério formando uma rede ordenada e complexa”.

Page 31: neurociencias - monografia

31

Hennemann (2012), concorda com os referidos autores acima quando

diz que o córtex cerebral é a fina camada de substância cinzenta que recobre

o cérebro. Ele é uma das regiões mais importantes do Sistema Nervoso Central

(SNC). Ele recebe impulsos de todas as vias da sensibilidade, sendo o

responsável pela interpretação e resposta de todas essas informações. Dele

são transmitidos impulsos que iniciam e controlam os movimentos voluntários.

Além disso, o córtex cerebral também está relacionado com os fenômenos

psíquicos. Por muito tempo não se aceitou que certas áreas do cérebro estão

relacionadas a funções específicas. Atualmente, no entanto, sabe-se que

existem regiões no córtex cerebral que são mais especializadas na realização

de algumas funções. Além de se localizar em uma região específica, uma

função pode também se lateralizar para um hemisfério cerebral, havendo uma

dominância de um hemisfério sobre o outro. Isto é bem visível nos casos da

linguagem, da gnose (interpretação de estímulos sensoriais) e a práxis

(realização de atos motores complexos). Anatomicamente, o cérebro é dividido

em lobos, sendo eles: frontal, temporal, parietal, occipital e a ínsula. Porém,

essa divisão não representa uma segregação funcional do cérebro:

O córtex cerebral divide-se em 5 lobos, sendo que cada um

tem sua função diferenciada e especializada. Os lobos cerebrais são designados pelos nomes dos nossos ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo frontal localiza-se na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; o lobo parietal, na parte superior da cabeça; o lobo temporal, nas regiões laterais da cabeça, por cima das orelhas e por fim, o lobo da ínsula (que também é conhecido

como ilha de Reil), se localiza na profundidade dos lobos frontal, parietal e temporal. (HENNEMANN, 2012, P.12)

Fonte: http://www.islam-guide.com/pt/ch1-1-d.htm

Page 32: neurociencias - monografia

32

A autora (ARCE, 2012), produz uma contribuição significativa para compreensão dos

aspectos morfofuncionais do desenvolvimento do sistema nervoso, cérebro e aprendizagem.

Segundo ela, (ARCE, 2012, p.26-28).

Aparentemente, o cérebro do recém-nascido é estruturalmente semelhante ao do adulto. Todas as regiões corticais e subcorticais já estão constituídas e no número de células não se altera. Com o desenvolver da idade, o desempenho encefálico pós-natal passa por vários estágios gradualmente complexos. No primeiro estágio, que compreende o período de zero a dois anos de idade, o latente desenvolve a percepção do meio ambiente. Entre dois a cinco anos de idade, período do segundo estágio, a criança usa a linguagem como um sistema de sinais simbólicos. O córtex associativo processa as informações, ou seja, discrimina os estímulos recebidos e os compara com aqueles pré-existentes. No terceiro estágio, entre cinco a oito anos a criança torna-se consciente de que não está sozinha e passa a interagir com o meio. No quarto estágio, entre sete a doze anos de idade, a criança reconhece as relações entre e objetos e compreende seus valores relativos.

Segundo autores citados (ARCE, MARTINS 2012), estudos de imagem

funcional do cérebro revelaram que a estimulação precoce aumenta a função

encefálica, ao passo que a ausência de estimulação precoce leva a perda de

função encefálica. Pesquisas sobre desenvolvimento mostraram que existem

janelas desenvolvimentais de oportunidade para diferentes funções

encefálicas. Consequentemente as janelas de oportunidade são de 0 a 2 anos

para o desenvolvimento emocional, 0 a 4 anos, para matemática e lógica, 0 a

10 anos, para linguagem e de 3 a 10 anos para música. E finalmente, elas

apontam o fato de que o desenvolvimento encefálico não é linear, mas sim

episódico, com janelas de oportunidades a serem utilizadas. E ainda sob este

mesmo enfoque Luria (1980), citado por Freitas (2006), afirma que os

processos mentais, que incluem sensações, percepção, linguagem,

pensamento e memória não podem ser considerados simples faculdades

localizadas em territórios corticais restritos do cérebro, mas sistemas funcionais

complexos, que fazem do ser humano único em sua construção morfo

funcional e comportamental. Quanto ao paralelo do sistema nervoso e a

aprendizagem, Metring (2011) enfatiza que, não há possibilidades de ensinar

sem o conhecimento de como funciona o cérebro, como ele recebe e processa

os conteúdos. Citando Sampaio (SAMPAIO, apud, 2010, p.33), ele diz que

cada criança é um ser diferente e único, e cada aluno tem sua forma diferente

de aprender e não aprender. Frente á mesma forma de ensinar alguns

Page 33: neurociencias - monografia

33

aprendem e outros não. Para Metring, o problema é exatamente este, a mesma

forma de ensinar para todos os alunos, como se todos fossem iguais. Os

docentes precisam de formação adequadas para ensinar a cérebros. Cada um

dentro do seu jeito e nível de desenvolvimento.

Araújo (2012), argumenta que, a linguagem e outras funções cognitivas

também ficam localizadas no córtex cerebral, segundo ele Wernicke formulou

um modelo coerente para a organização da linguagem. Segundo esse modelo,

a percepção inicial, auditiva ou visual, da fala é formada em áreas corticais

sensoriais distintas, especializadas para informações auditivas ou visuais. As

representações neurais dessas percepções seriam, então, transmitidas para

uma área cortical associativa, especializada para informações auditivas e

visuais (o giro angular). As palavras faladas ou escritas seriam transformadas

em representação neural comum, um código partilhado pela fala e pela escrita.

Do giro angular, esse código é transmitido para a área de Wernicke, onde seria

reconhecido como linguagem e associado a um significado. Esse código neural

comum seria, em seguida, transmitido para a área de Broca, onde seria

transformado de uma representação sensorial (auditiva ou visual) em

representação motora, que pode desembocar em linguagem falada ou escrita.

http://www.danieleassesgestante.com.br

O cérebro se desenvolve da medula para as áreas frontais, mais nobres, quando nascemos, nascemos com o cérebro inteiro, porém, não desenvolvido, ou seja, ainda não estão formadas as redes neuronais que nos darão a competência ao

Page 34: neurociencias - monografia

34

final dos 20 ou 21 anos de vida para lidarmos com o meio, produzindo comportamentos adaptativos inteligentes ou planejados. (METRING, 2011, p. 96)

Outro autor que contribui para a uma melhor compreensão desse

assunto é, (ALMEIDA, 2012, p.45), segundo ele:

O cérebro é dividido por uma fenda em dois hemisférios, que são segmentados em lobos , regiões demarcadas sem muita nitidez. As informações captadas pela visão, pela audição, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato provocam impulsos elétricos e reações químicas em lobos diferentes e não são guardadas da maneira como foram captadas. Elas são fragmentadas e hierarquizadas.

Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&rlz=1T4LGEL_pt-

Metring diz que a área mais antiga do cérebro (occipital, pariental e

temporal), começa seu processo de mielinização primeiro, nesse período o

cérebro está preparado para se envolver com as questões que envolvem a

sensibilidade antes de estar pronto para pensar de forma abstrata. Ou, seja a

principio conforme teoria piagetiana, o cérebro esta apto para as funções

motoras, ampliando se para as funções mais complexas. Conforme outros

autores citados por Metring, (apud, MIRANDA & MUSKAT, 2004, SAMPAIO,

2011 p. 35-36):

O padrão de reflexos da lugar a movimentação mais dirigida com integração entre áreas sesoriais e motoras que permitem a coordenação dos movimentos, mãos na boca, mão objeto a partir do terceiro mês de vida. A partir do sexto mês de vida, inicia-se o desenvolvimento das áreas motoras corticais relacionadas á prensão manual e ao equilíbrio estático. A partir do segundo ano de vida, ocorrem o desenvolvimento da fala e da organização das sequencias motoras. A partir do terceiro ano, a criança já imita movimento das mãos do observado (abrir e fechar), mas não realiza movimentos ainda inteligentes. A partir do quarto ano de vida, com um desenvolvimento ainda rudimentar dos lobos pré-frontais, a criança começa a

Page 35: neurociencias - monografia

35

programar algumas atividades com maior precisão. A partir do quinto ano de vida consegue imprimir e reproduzir ritmos complexos com as mãos. A partir dos seis ou sete anos de idade começa a ter maior desenvolvimento das noções de lateralidade, movimentos alternados e simultâneos. A partir dos decimo ano, inicia-se o desenvolvimento cortical que permite o predomínio das funções simbólicas e motoras, e o pensamento abstrato começa a aparecer com alguma independência. A partir dos 14 anos de idade, ocorre maior associação entre regiões pré-frontais e sistema límbico.

Metring diz que estas informações auxiliam aos docentes no

entendimento de que não adianta promover uma pratica de ensino que não

seja útil ao aluno. A ação dos docentes precisar atender os alunos nas suas

especificidades de desenvolvimento do cérebro, ou seja, o educador precisa

respeitar a condição que o cérebro precisa para realizar determinado

aprendizado. Segundo ele, (METRING, 2011, p.98)

:

Os professores não podem ignorar a zona de desenvolvimento proximal pregada por Vygotsky. Todos temos uma base que nos permite uma zona de desenvolvimento real, e Vygotsky bem mostrou que, quando somos estimulados a partir dela, certamente alcançaremos resultados satisfatórios de evolução.

Segundo o autor, na pratica educativa, esta questão é comprovada

quando um aluno que sabe menos aprende com uma criança que sabe mais. O

fracasso dos educadores enquanto professores é trabalhar o conceito de ZDP

muito longe da ZDR do educando. Para ele o cérebro sempre recebe melhor

aquilo que está mais próximo do que já domina. Ele diz que:

Nosso cérebro nasce com poucas conexões sinápticas, e somente a estimulação adequada é que vai permitir uma formação ótima dessa rede neuronal. A rede neuronal é que determina a capacidade de armazenamento e evocação de dados, sem os quais não podemos pensar em memória, e, portanto, não haverá aprendizagem”. (METRING, 2011, p. 98)

Page 36: neurociencias - monografia

36

Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com

Cardoso e Teixeira vão dizer que, (CARDOSO, 2000, in TEIXEIRA, 2004

P. 90), Há uma grande diferença entre o cérebro de um recém – nascido e um

adulto, o primeiro com 400g e o segundo com 1300g, e que uma grande

quantidade de interconexões se desenvolve ao longo da vida, mediante a

estimulação do encéfalo que resulta em uma rede complexa. Segundo os

autores de nada serve uma enorme quantidade de informações sem sentido,

porque as sinapses se fortalecem na medida em que a informação para aquela

rede neural seja significante. As alterações sinápticas e nova formação na rede

neuronal também provoca mudanças no cérebro. Portanto, o cérebro funciona

melhor a partir das suas tendências, os profissionais de educação não podem

ignorar que os alunos tem tendências e interesses. E o conteúdo a ser

apresentado precisar observar estas especificidades inerente a seus

aprendizes.

Page 37: neurociencias - monografia

37

CONCLUSÃO

conclui-se esta pesquisa pontuando que as novas tendências da

educação propõem que se busque formar cidadãos críticos e atuantes. O aluno

que é a razão de existir a escola, necessita do trabalho deste profissional, pois

é o Orientador Educacional quem se preocupa com a formação pessoal,

escolar e para a vida. A Orientação Educacional se faz necessária por ser um

mediador entre o aluno e o meio social. Com o regresso da Orientação

Educacional torna-se viável este objetivo, pois, sua atuação contribuirá para

elaboração de novos projetos com alunos nos quais, por meio de

problematizações e através de observações curiosas e da investigação da

realidade da sua escola, trabalhando juntamente com demais profissionais,

poderão discutir questões como: valores, atitudes democráticas, entre outros

temas que visem à inserção da escola no contexto social, político e econômico.

A Orientação Educacional poderá contribuir para a transformação da

escola em um local de busca constante de soluções de problemas, planejando

momentos culturais em que a família, juntamente com seus filhos, possa

participar ativamente. Servindo de ligação entre o aluno e a família,

compreendendo a realidade, os interesses e as necessidades dos mesmos, e

servindo-se disso para elevar o nível cultural da comunidade, através de

debates envolvendo questões do dia a dia, este profissional não tem currículo a

seguir, podendo assim, usar de fatos marcantes que a mídia transmite como a

corrupção, terrorismo, violência urbana, ética, cidadania, entre outros temas,

fazendo com isso, que a curiosidade dos alunos possa ser aguçada através de

pesquisas, tornando-os assim, conscientes de que podem transformar a

sociedade, descobrindo-se como seres que sentem, fazem e pensam.

Conforme Grinspun (2001), quando a escola trabalha as questões

sociais, ela está exercendo o seu real papel pedagógico. Todo projeto político

da escola deve estar em consonância com o avanço da própria sociedade. O

trabalho do Orientador Educacional nessa dimensão é contínuo, dinâmico e

permanente. Sua atuação na escola contribuirá para a aquisição do

conhecimento a ser construído, oferecendo-lhe os meios necessários para tal

atividade.

Page 38: neurociencias - monografia

38

A importância do conhecimento sobre os aspectos morfofuncional do

cérebro e sua relação no processo de desenvolvimento da aprendizagem,

trazem um importante dado para o processo de formação docente, pois os

levam a perceber que uma pessoa tem mais facilidade para aprender que

outras e este processo vai depender da constituição fícocerebral de cada um.

bem como as oportunidades que cada um tem ao longo da vida..

Concluo este trabalho reafirmando os argumentos de Maia (2011), e

Relvas (2009, 2010, 2012), que defendem ser necessário aos profissionais de

educação, aqui em foco o orientador pedagógico, entender que as interações

perpassam por aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Na sala de aula as

novas tecnologias têm influenciado no desenvolvimento do comportamento dos

alunos. E um olhar focalizado nas contribuições dos estudos neurocientíficos,

diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser amenizados ou superados.

45

Page 39: neurociencias - monografia

39

BIBLIOGRAFIA

ACAMPORA, Bianca. Psicopedagogia Clínica. Rio de Janeiro: WAK, 2012

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Dificuldades de aprendizagem em Letra e

Escrita. 3ª Ed. Rio de Janeiro: WAK, 2011.

_____.Neurociência e Sequência Didática para Educação Infantil. Rio De

Janeiro: WAK, 2012.

ANFOPE/ANPED, 10/09/2004, apresenta Documentos enviados ao Conselho

Nacional de Educação visando elaboração das Diretrizes Curriculares para o

curso de Pedagogia. Disponível

em: http://aprender.unb.br/mod/discss.php?d=1558, acesso em 08/08/2008.

ARCE, Alessandra, MARTINS, Ligia M. (orgs). Ensinando aos Pequenos. 2ª

ed. Campinas – SP: Editora, Alínea, 2012

ANTUNES, Celso. Professores e Professauros. 4ª. Petrópolis: Vozes, 2010.

FICHER, D.M; ROSE, G. Silva. Percepção do professor sobre neurociência

aplicada à educação. EDUCERE. Revista de Educação, Umuarama, v. 9, n. 1,

p.7-32. , jan/jun, 1998.

BATISTA, Cristina Abrantes Mota; MONTOAN, Maria Tereza Egler.

Atendimento Educaçional especializado; Deficiencia mental: Brasília DF; Mec,

2007.

BEAR MF, Connors BW, Paradiso MA. Neurociências. Desvendando o

sistema nervoso. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2002.

________. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso. 3 ed. Porto

Alegre: Artmed, 2008.

BEAUCLAIR, João. Para Entender Psicopedagogia. Rio de Janeiro: WAK, 2009 ______, Educação e Psicopedagogia. Rio de Janeiro: WAK, 2007 ______, Psicopedagogia. Rio de Janeiro: WAK, 2011 BELLO, Janaína da Silva. A Memória do Aprendente. Monografia (graduação

em Psicopedagogia Institucional) Universidade Candido Mendes Tijuca –

Projeto a Vez do Mestre, rio de Janeiro, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.

Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SESP, 1994.

Page 40: neurociencias - monografia

40

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.

Diretrizes para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília:

MEC/SESP, 2001.

BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da

prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.

________________. Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como

tratá-las. Porto Alegre: ARTMED, 2000.

CARREIRA, it ali (s/d). Dificuldades de Aprendizagem. Edição MMX, Cultural,

S.A: www. Grupocultural.com

CAVADA, F. Soares; SILVEIRA, Pablo T. Préfacio da História da Neurociência.

SP. Edusp.2008.

CIASCA SM & RODRIGUES T. Distúrbios de aprendizagem: processos de

avaliação e intervenção. In: Abrisqueta-Gomes J, Santos FH, eds.

Reabilitação neuropsicológica: da teoria à prática. São Paulo: Artes Médicas;

2006.

COSENZA, Ramon. Neurociência e Educação. São Paulo: ArtMed, 2011.

CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK, 2010.

DELORS, Jacques. A Educação para o século XXI. São Paulo: Artmed, 2005

FERNADES, Elisangela. De anos depois, não saímos do lugar. Nova Escola.

São Paulo, SP, ano XXVII, n.254, p.92, ago. 2012.

FERNANDES, Alicia. O Saber em Jogo. São Paulo: Artmed, 2008.

______. A Inteligência Aprisionada. São PAULO; Artmed, 2008.

FREITAS, N. K. Desenvolvimento humano, organização funcional do

cérebro e aprendizagem no pensamento de Luria e Vygotsky. Ciência e

cognição, v.9, ano 03, 2006. Disponível em: www.cienciaecognição.org.

FONSECA, V. Educação especial: programa de estimulação precoce- Uma

introdução às idéias de Feurerstein. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

_______. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem: abordagem

neuropsicológica e psicopedagógica. Petrópolis,RJ: Vozes,2007.

GARCIA, Regina Leite (org), Orientação Educacional: O trabalho na escola,

São Paulo: Loyola, 1990, 111 p.

GRINSPUN, Mirian P.S.Zippun. Síntese reflexiva de quem foi e quem é o

Orientador Educacional dentro do processo histórico da educação no

Brasil. Disponível em http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/770.htm,

acesso em 08/08/200.

Page 41: neurociencias - monografia

41

GRINSPUN, Mirian P. S. Zippun (org) et al.,: A prática dos Orientadores

Educacionais, 4. ed. São Paulo: Cortez , 2001, 158 p.

GUERRA, L.B.; Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto

Alegre: Artmed, 2004.

GLAT, R. & FERNANDES, E. Da educação segregada à educação inclusiva:

umareflexão sobre os paradigmas atuais no contexto de educação especial

brasileira. Inclusão: Revista da Educação Especial. Brasília: Secretaria de

Educação Especial, ano I, v. 1, n. 1, p. 35-39, out. 2005.

GREENFIELD, Susan A. O cérebro humano: uma visita guiada/tradução de

Alexandre Tort; revisão técnica, Regina Lúcia Nogueira – Rio de janeiro:

Rocco, 2000.

GAZZANINGA. Neurociência Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2006.

IZQUIERDO Iván. Memória. 2ª Ed. Porto Alegre: 2011.

JANNUZZI, Gilberto de Martino. A educação do deficiente no Brasil: dos

primórdios ao início do século XXI. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.

KANDEL, ER. Schwartz JH, Jessel TM. Essentials of neural science and

behavior. Stanford: Appleton e Lange;1995.

BARTHOLO CH, Almeida ROM, Gomes WB. Desenvolvimento histórico e

fundamentos metodológicos da neuropsicologia cognitiva. Psicologia:

Reflexão e Crítica. 2006, P. 259-74.

Lacan, J. (1998b). O estádio do espelho como formador da função

do eu. Em J. Lacan, Escritos (pp. 96-103). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

(Original publicado em 1949).

LENT, Robert. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais da

neurociência. São Paulo: Atheneu, 2001.

LURIA Ar. Fundamentos de neuropsicologia. São Paulo:Edusp;1983.

MAIA, Heber (org.), THOMPSON, Rita. Neurociências e Desenvolvimento

Cognitivo. Rio de Janeiro: WAK, 2011.

MANHÃES, Henrique. A prática Pedagógica. Rio de Janeiro: WAK, 2009.

MÁRCIO, João. Os Quatro Pilares da Educação. São Paulo: Textonovo,

2011.

MARTINS, João Carlos, PIMENTEL, Lucilla da Silveira Leite. O fazer

Pedagógico. Rio de Janeiro: WAK, 2009.

Page 42: neurociencias - monografia

42

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as

bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2001.

METRINK, Robert. Neuropsicologia e Aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK,

2011.

CARVALHO, Francisco. Como funciona o cérebro. Porto Alegre: Artmed,

2001.

MORIN, Edgar. O método III: o conhecimento do conhecimento. Porto

Alegre: Sulina, 1999.

OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos.

Compreendendo o cérebro: rumo a uma nova ciência do aprendizado. São

Paulo, SP: Editora SENAC, 2002.

OLIVEIRA, Zilma de Morais Ramos. Educação Infantil Fundamentos e

Métodos. 7ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 2011.

OLIVEIRA, Alcyr (org.). Memória; Cognição e Comportamento. São Paulo:

Casa do psicólogo, 2007

OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky; Aprendizagem e Desenvolvimento um

Processo Sócio Histórico. São Paulo: Scipione, 2010.

OLIVIER, Lou de. Psicopedagogia e Arteterapia. Rio de Janeiro: WAK, 2011

_____, Distúrbios de Aprendizagem e Comportamento. Rio de Janeiro: WAK,

2011

PERRENOUD, Philippe, TRURLER, Monica Gaether. As Competências Para

Ensinar no século XXI. São Paulo: Artmed, 2002.

PIAGET, Gean. A linguagem e o pensamento na criança. Martins fontes,

1923.

PILTTI, Nelson, ROSSATO, Solange Marques. Psicologia da Aprendizagem.

São Paulo: Contexto, 2011.

PLISZKA, Steven. Neurociência para o Clínico de Saúde Mental. Porto

Alegre: Artmed, 2004.

PORTELA, Ortiz, BRIDI, Fabiane Romano de Souza. Aprendizagem. Rio de

Janeiro: WAK, 2008

PORTO, Olívia. Bases da Psicopedagogia. Rio de Janeiro: WAK, 2011

RELVAS, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação. 4ª Ed. Rio de

Janeiro: WAK, 2009.

______. Neurociência na Prática Pedagógica. Rio de Janeiro: WAK, 2012.

Page 43: neurociencias - monografia

43

______. Neurociência e Educação. Rio de Janeiro: WAK, 2010

______. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros humanos na

sala de aula. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.

______. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas

eficiências para uma educação inclusiva. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora,

2010.

RIBAS, Klevi Mary Fanfa, (1995): Orientação Educacional: Do Imaginário á

Prática, 1995. 164 f. Tese (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação

de Campinas Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava PR

ROMANELLI, Otaiza de Oliveira: História da educação no Brasil

(1930/1973), 8. ed., Petrópolis. RJ: Vozes, 1978, 267 p.

ROTTA, NewraTellechea, OHLWEILER, Lygia, RIESGO, Rudimar dos Santos.

Transtorno da Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e

Multidiciplinar. São Paulo: Artmed, 2006.

SABER, Maria da Glória. Construção da Inteligência pela Criança. 5ª Ed.

São Paulo: Scipione, 2002.

SALTINI, Claudio J. P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: WAK, 2008.

SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de Aprendizagem. 3ª ed. Rio de Janeiro,

2011.

SANTOS, Marcos Pereira. Dificuldades de Aprendizagem na Escola. Rio de

Janeiro: WAK, 2012.

SANTOS, Maria Aparecida Paiva Soares dos (1986): Encontros e

Congressos Brasileiros de Orientação Educacional: Uma Instância

Educativa, 1986. 159 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de

Educação e Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. MG.

SHORE, Rima. Repensando o cérebro: novas visões sobre o desenvolvimento

inicial do cérebro. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2000.

SOUZA, João Fernandes. Cérebro Mente e Cognição. Rio de Janeiro: Vozes,

2001.

VALLE, Luiza Elena L. Ribeiro. Brincando de Aprender. Rio de Janeiro: WAK,

2008.

_______, PINTO, Kátia Osternack. Temas Interdisciplinares na Clinica. Rio

de Janeiro; WAK, 2008.

Page 44: neurociencias - monografia

44

_______, JR., Francisco Asssunção (Orgs.). Aprendizagem Linguagem e

Pensamento. Rio de Janeiro: WAK, 2008.

VENTURA, D.F., Souza, J.M., DeVoe, R.D., Zana, Y UV responses in the retina

of the turtle. Visual Neuroscience., 16:191-204, 1999

VIGOTSKI, L.S. A Formação Social da Mente. Martins Fontes: São Paulo,

2007.

WALLOM, Henri. A Evolução Psicológica da Criança. Martins Fontes: São

Paulo, 2007.

YVES, de La Taille, OLIVEIRA, Marta Kohl, DANTAS, Heloysa. Teorias

Psicogenéticas em discursão. São Paulo: Sammus, 1992.

Page 45: neurociencias - monografia

45

WEBGRAFIA

SITES CONSULTADOS:

http://academiacerebro.webnode.com.pt/

http://revistaescola.abril.com.br/

http://www.mec.gov.br/

http://www.significados.com.br/menmonico/

http://www.rj.gov.br/web/seeduc/

http://www.ipea.gov.br/portal/

http://www.rio.rj.gov.br/web/sme

http://www.inep.gov.br/

http://www.brasilescola.com/biologia/sistema-nervoso-central.htm

http://www.colegioweb.com.br/biologia/o-que-e-o-cerebro.html

http://www.youtube.com/watch?v=M0do_ye-R00

http://www2.uol.com.br/vyaestelar/neurocienciaeaprendizagem.htm

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/dc-na-sala-de-

aula/noticia/2012/08/estudos-da-neurociencia-aplicada-a-aprendizagem-

escolar-3852913.html

http://www.ib.usp.br/~rpavao/memoria.pdf

http://www.youtube.com/watch?v=IUmPIToEm0U

http://www.icb.ufmg.br/biq/neuronet/grupoc/gd4grupo3.htm

http://www.anato.ufrj.br/material/NeuroIbro_11AprendizagemMemoria.pdf

http://www.inovareduca.com/index

http://www.faculdadearapoti.com.br. ARAÚJO, Leonardo C. Fundamentos da

neurociência e do comportamento. 2012.

http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br. HENNEMANN, Ana

Lúcia. 2012.

http://pauloliberalesso.wordpress.com.br. LIBERALESSO, 2012.

http://www.edumed.org.b/cursos/historia.html. SABATINI, Renato M. E. A

história da neurociência: Uma visão Geral. 2012.

http://www.institutotelepsi.med.br. PRIMO, Pedro Carlos. 2013.

http://www.abpp.com.br/sites/default/files/126.pdf. SOARES, Matheus; SENA,

Clério Cesar Batista.

Page 46: neurociencias - monografia

46