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AFRO REGGAE • Ne 36 • SETEMBRO • 1999 ^ t^-r^r

Olavo Bilac, em 1908!, ini- ciou uma crônica no jor- nal em que escrevia o

seguinte: "Muitos velhos leitores do Jornal do Comércio (...) tive- ram há dias um movimento de surpresa e desgosto, quando vi- ram a folha transformada, me- nor, mais bem paginada, de lei- tura mais fácil. A reforma não foi tão radical como poderia e de- veria ter sido; mas, ainda que incompleta, bastou para surpre- ender os sexagenários e septua- genários que encaram com hor- ror toda novidade." Como se vê, já há bastante que essas questões vêm incomodando.

Tocamos neste assunto agora

DIFTSIRIAL porque, como o leitor deve ter no- tado, o ARN encolheu. Encolheu mesmo, agora ele está menor. Mas não foi culpa nossa, todos os veícu- los de comunicação, inclusive os grandes, tiveram que estreitar sua área imprensa.

Eis a questão: caprichar na par- te visual, valer-se da cor, de fotos, desenhos e de textos curtos e inte- ressantes, tudo isso contribui para um fator imprescindível de qual- quer veículo que pretenda ser efe- tivamente lido: o prazer do leitor! Sem isso de pouco vale o investi- mento comunicativo. É claro que há veículos diferentes para públicos diferentes, no caso do ARN sua op- ção representa a busca por um ca-

minho alternativo (mas não gue- tizante) de divulgação da cultu- ra afro-brasileira.

Acontece que agora este cami- nho ficou ainda mais estreito. Há coisa de um mês atrás nos liga- ram da gráfica para dizer: "Olha, o tamanho da área impressa di- minuirá a partir de 5 de agosto, passando de 33,5 cm X 25,5 cm para 29,5 cm X 25,5 cm. Vocês vão ter que se adaptar." Já nos adaptamos. Aliás, como a terra gira e o mundo muda, o tempo todo estamos "nos adaptando", na busca pela melhor 'forma' de apresentar nosso trabalho. Ago- ra, neste formato menor, o desa- fio é achar o conteúdo Maior.

s.

Venho parabenizá-los pelo exce- lente trabalho no ARN, que está cada vez mais melhor.

Já conheço o trabalho do GCAB há alguns anos pois fui pesquisador do CEPEL.

Deixei o CEPEL, estou de mudan- ça e gostaria de receber o ABN em meu novo endereço.

Norton Ribeiro - Vila Felipe - Petrópolis - RJ

Foi com grande satisfação que co- nheci um pouco das atividades reali- zadas pelo Afro Reggae, através do ARN, pôster e folders, que recebi na inauguração do C.I.S.A.N.E. Piquei com mais curiosidade para conhecê- los. Gostaria que me enviassem fotos da Banda 1 e S.

Elisabete Cardoso Ferreira - Jardim Nova Era - Nova Iguaçu - BJ

Faço parte do movimento Reggae Irmandade Brasil Jamaica, onde sou secretária de cultura e gostaria de receber mensalmente o ARN, pois este é muito interessante e gostaria de elaborar apostilas para os inte- grantes do movimento. Na minha opinião ARN deveria ter uma pagina

com matéria mais profunda sobre reggae. Beijos e beijos a todos.

lana " Nana Jamaica " - Telégrafo - Belém - Pa.

ARN - Já temos página dedica- da ao reggae, porém esperamos au- mentar o n0 de páginas, para enfo- car muito mais informação.

Sendo Gazetóülo (colecionador de Jornais), venho solicitar um exemplai do vosso brilhante jornal "ARN", a fim de enriquecer minha vasta coleção.

Elmo Corrêa dos Santos - Rio D'Ouro - São Gtonçalo - RJ

Aí galera, valeu por ter me envia- do o ARN 35, gostei demais. Todo tipo de material, para fortalecer o movi- mento que chega em minhas mãos com certeza divulgarei. E união Afro Reggae e Hip-Hop não pára. Espero receber sempre o ARN por aqui.

Alexandre A. Vieira - Selml- Dey 4 - Araraquara - SP

ARN - O ARN sempre se preo- culpou em divulgar os ritmos mar- ginalizados, e que eram tratados com descaso pela grande mídia.

Disciplina Urbana; Juízo Crítico; Ryo Radikal Repz; Filhos do Gueto; TITO; Manifesto 021; Contexto; Cooperativa e DJ Cleston

0 CD está à venda nas principais lojas de hip-hop. Para adquirir por postal é só escrever para Caixa Postal 11086, CEP 20236-970, Rio

PROMOÇÃO ARN/DYAK Ganhe CDs HipHop pelo Rio. Escreva ou envie e-mall para o ARN dizendo o nome de sua banda preferida na coletânea. São 24 CDs (12 para o Ri, 12 para os demais estados). Válido até 15 de outubro/99. Resultado no ARN de outubro.

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MOttâl

HIP HOP 0 Afro Reggae Notícias é uma das atividades promovidas pela Entidade Grupo Cul- tural Afro Reggae, que desenvolve trabalhos sociais nas comunidades de Vigário Geral e Morro Cantagalo, entre elas os de resgate da cidadania através da música, apoio pedagócio e de saúde. Para quem estiver interessado em contribuir finan- ceiramente com o GCAR: Banco do Brasil Ag. 0288-7, C/C 62727-5,

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GCAR • Grupo Cultural AFRO REGGAE

Coordenador Executivo: José Júnior Tesoureiro: Plácido Páscoa! Coordenação de Promoção e Eventos: Luiz Lopes (Tekko Rastafari) Coordenadora Social: Márcia Florêncio Coordenador de Circo: Sérgio Henrique Coordenador de Saúde: José Marmo Coordenador do C. Cultural: Anderson Sá Consultor Administrativo: Romário dos Santos Editor do Afro Reggae Notícias: Ecio de Salles Diretoria: Megan Mylan, Mônica Cavalcanti, Plácido Pascoal e Waly Salomão Conselho Consultivo: Enza Bozetti, Jane Galvão, João Costa Batista, Lorenzo Zanetti, Marcelo Fontes do Nascimento Viana de San- ta Ana, Moema Valarelli e Victor Valia

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NOTÍCIAS

ANO VI • N0 36 • SETEMBRO DE 1999

Uma publicação bimestral do GCAR

Jorn.Responsável: Monica Cavalcanti (MTb.17.889) Jornalista: Leonardo Lichote e Paula L. Pinto Revisão: Ecio de Salles Edição de Arte e capa: Luís Henrique Nascimento (21 224 8910 e 9662-4698) Capa desta edição (foto): leré Ferreira Fotografia: lerê Ferreira e Sérgio Henrique Colaboradores: Oswaldo Guilherme, Jânio Carvalho(BA), DJ TR Mariano Ramalho, Vanderlei Berzó, Kabeça, Makandau, Ras Adauto, Djalma (Delfa/SP), Athayde Motta, Rosana Heringer, Márcio Libar, Roberto Moura, Arnaldo Allemand Branco Assist. de Produção Banda AfroReggae: Márcio Marques Agente Administrativo: Altair Martins Escriturário: Bráulio R. M. Nunes Núcleos Comunitários de Cultura Centro Cultural Afro ReggaeVigário legal Ag. de Projeto: Luís Gustavo, Edilso Maceió, Robson Souza e Rosemary Santos Instrutores: Apache (capoeira), Paulo "Negueba" (percussão). Branco (futebol), lolanda Demétrio (dança aero-rítmica), Michele Costa (dança). Lápis (capoeira). Cantagalo Circo do Mundo - Instrutora: Ana Carolina Programa Baticum: R.C.,Tekko Rastafari, Guapi Góis, Gisele Sobral e Viviane Motta Agradecimentos: COINTER/UERJ, CTE/UERJ, ABIA (Jane Galvão), Associação de Moradores de Vigário Geral {Seu Lins e Renato), CEM João Goulart, CAMPO (Hector Watte), Cindy Albertal Lessa, FASE/SAAP Fundação Ford, IBISS (Nanko Van Buuren), M.W. Barroso. Tiragem: 12.000 exemplares Impressão: Jornal dos Sports Sede: Rua Senador Dantas, 117/1233 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20031-201 - Tel./Fax: (021) 220 7804-e:mail: [email protected] - home page: www.afrDreggae.oig.br 0 JORNAL AFRO REGGAE NOTÍCIAS é uma publicação do GRUPO CULTURAL AFRO REGGAE (GCAR) e pão s"e responsabiliza pelas alterações de última hora nos horários e endereços fornecidos pelos organizadores de eventos e empresas citadas. As matérias assinadas são de total responsabilidade de seus autores.

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AFRO REGGAE • Ne 36 • SETEMBRO • 1999

Divulgação Saca só é uma expressão popular corrente na Bahia - e em outros estados também, como no Rio, embora com menor recorrência - que o povo de lá usa quando quer chamar a atenção pra algo; é como quem diz: se liga!. Por outro lado. Saca só é também o nome do novo CD do reggaeman baiano Dionorina, o que nos leva a pergunta: para que realidade quer Dionorina chamar a atenção da gente? Responde o próprio:

Dionorina: Com Saca só, estou que- rendo chamar a atenção das pessoas pra situação das crianças no Brasil. Por exemplo na música Stop my God diz- se o seguinte: Stop my God, preste atenção, meninos de rua fazendo re- volução (...) em vez de lápis, armas na mão (...) estão passando fome, es- tão no desespero, e o que vão fazer? Não há escola, não há emprego. Já em Nego Dito, uma composição de Itamar Assunção, contamos a histó- ria de Nego Dito Cascavel que saiu do Tietê, foi até o Ceará, matou três de faca e quinze de bala. A idéia en- tão é que o destino das crianças no Brasil não seja como o de Nego Dito, mas que elas se tornem pessoas - cidadãos - mais legais. ARN: E você acha que neste mo- mento, em que os grupos baianos têm feito grande sucesso com músicas que privilegiam letras românticas e melodias para dan- ças que logo viram moda nacio- nal, um trabalho de reggae, con- sistente e politizado, pode en- contrar espaço? Dionorina: Eu acho que a ques- tão é de estar mais preocupado com a música mesmo. Apesar da massificação, nós conseguimos es-

paço porque quem tem qualidade abre o espaço. Eu já tenho um trabalho de 15 anos de reggae, então sempre vai ter espaço pra mim. E agora eu quero ampliá-lo, indo pro Sul com este meu disco novo. Mas, de qualquer modo, aqui na Bahia o reggae tem um espa- ço legal. ARN: isto quer dizer que a recep- ção do demo que você lançou re- centemente já está boa na Bahia? Dionorina: Muito boa, tem tocado em algumas rádios por aqui, nos pro- gramas de reggae. Temos feito bas- tante show... ARN: E o CD mesmo, afinal ago- ra você assinou com a Eldorado, não é? E será igual ao demo? Dionorina: E. Assinamos com a Eldorado, e o CD vai sair quase igual ao Demo. Vai se chamar Saca só mes- mo, apenas acrescentaremos mais três músicas ao repertório (antes eram sete, agora serão dez), inclusive uma parce- ria minha com o Galvão (do Novos Baianos), na música Regando a vida... e vamos melhorar um pouco o encarte. ARN: E o lançamento? Vai ter apre- sentação no Rio ou em Sampa? Dionorina: O lançamento está previs- to para a segunda quinzena de outu- bro. E temos um show programado para São Paulo até agora. ARN: Quanto ao CD, o que você destacaria neste trabalho? Dionorina: Eu destacaria a produção: o Marco Aurélio, da produtora Zero Bala é que é o produtor deste disco. E também a participação dos músicos que tocaram comigo: O Mota, no baixo, que é quem dá o corpo a cada música, eu nem me preocupo mais com a linha melódica, já deixo com ele; o samurai, o Nascimento e o Milan, Carlos Cale, Reinaldo Maia, Cid e Jorge.

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Quem é marginal, quem é a lei? DJTR

"Criada com o objetivo de garantir os direitos

individuais e coletivos de todos os cidadãos, a polícia pode ser uma

organização civil ou militar. Sua principal função é manter a lei e a ordem, prevenir a

ocorrência de crimes e entregar os criminosos à justiça."

Tecnicamente, a definição dada à polícia acima é maravilhosa, levando-nos a uma interpretação

de que ela foi criada para a prestação de serviços à toda a população. Mas infelizmente a realidade é outra, e só quem é preto e pobre sabe o verda- deiro papel da polícia na prática.

O ex-secretário de segurança do Rio de Janeiro, Hélio Luz, disse em um debate exibido pelo canal a cabo da G.N.T., que a polícia funciona como força de manobra para manter a popu- lação pobre afastada da "sociedade" — "A polícia é gente da gente que não entende a gente", define o rapper brasiliense G.O.G., em uma entrevista à nossa coluna, durante uma coletiva de seu show no Rio em 97. Se formos analisar a fundo as declarações de ambos, perceberemos que a maior par- te da corporação da polícia (principal- mente da PM), é formada por pessoas de origem humilde, e as pessoas de origem humilde são a maioria da po- pulação, e a maioria da população é negra e pobre. Por isso é incorreto dis- cutirmos apenas os efeitos dos freqüen- tes conflitos da polícia com o povo, mas retrocedermos no tempo para acharmos as causas, e assim, discutir- mos o nosso presente e prepararmos o nosso futuro.

O procedimento da polícia com o povão das comunidades faz lembrar o período da escravidão, quando o "capitão do mato" (um escravo com mais privilégios do que os outros), as- sumia o papel de repressor dos seus irmãos, a serviço do senhor de enge-

nho. Hoje, em tempos modernos, ele utiliza uma farda ou um distintivo e uma arma, abusando de sua autorida- de com pessoas negras e pobres, cui- dando apenas dos interesses do "Esta- do" e de uma minoria que compõe a "elite". Mas bater de frente simplesmen- te com a polícia não resolverá total- mente os problemas da população. O mal exemplo começa com a má admi- nistração dos governantes, que além de não cuidarem bem da educação, da saúde, da habitação e do trabalho como metas de prioridade, fazem da polícia um órgão de repressão popular a fa- vor de seus interesses individualistas.

Discursos como "Bandido bom é bandido morto" e campanhas de ideo- logia negativajque apoiam a lei de pena de morte, levam a população à adesão de uma idéia que reflete contra ela mesma, de forma bastante sutil.

A irresponsabilidade do "Estado" não se torna visível aos milhões de brasileiros que preferem prender seus olhos a programas sensacionalistas de TV do que questionar o sistema políti- co do país. A hipocrisia da campanha contra as drogas só se tornou mais in- tensa quando esse mal começou a afe- tar os filhos dos bacanas de forma mais acelerada. A linguagem usada nessas campanhas e debates vão ao encontro de uma realidade que não é a nossa, pela qual um dependente oriundo de comunidade, por não possuir dinheiro para tratamento clínico, se torna exposto ao trata- mento policial, que por sua vez não difere o viciado do bandido.

Num país onde o nível de educa- ção é baixíssimo e as oportunidades para o negro são quase zero ou ne- nhuma e a renda média é de RS 136,00 por mês, é muito comum que um jo- vem venha a optar por ganhar R$ 300,00 por semana numa boca de fumo. E se formos lançar a culpa ao traficante da favela simplesmente, te- remos que discutir o problema do seu fornecedor que se torna intocável devido a sua posição so- cial, gozando de total conforto em mansões caríssimas, sendo trata- do de doutor.

Drogas como o álcool tem a total aceitação e liberação do governo (pelo fato de seus fabricantes serem contribuintes através de impostos) e cir- culam facilmente em nossas comuni- dades, matando e desestruturando nos- sas famílias, bem mais que a cocaína.

Se o traficante fosse contribuinte do governo, seria chamado de empresá-

rio, seus soldados de funcionários, o sonho de nossos pais seria que fôsse- mos pelo menos gerentes de boca de fumo, e as drogas viriam embaladas com padrão de qualidade, código de barras e data de validade.

"Soluções para o futuro" - A população precisa acompa-

nhar e participar da política do país tão bem quanto os capítulos de uma novela. Não é preciso gostar de políti- ca, é necessário aprender e praticar política. Pois os incompetentes só es- tão no poder graças ao nosso descaso político. Um povo só se fortalece quan- do baseia a sua consciência na cidada- nia e na democracia, e para isso, deve se politizar

- Já que o sistema de educação compactua com a baixa qualidade no ensino, onde o jovem de comunidade raramente consegue

completar o 2o grau e não dispõe de base alguma para prestar vestibular es- tadual ou federal, perdendo a sua chance para filho de bacana que sem- pre estudou no meio particular, o rap passa a exercer um papel de bastante responsabilidade para a juventude ne- gra e pobre: por ser considerada uma música de realidade urbana, educa- dora, de linguagem própria das fave- las, e por conseguir informar milhões ao mesmo tempo. Trabalhos sem fins lucrativos, as oficinas do grupo Afro Reggae e o pré-vestibular para negros e carentes (instituído pelo frei Davi), são o verdadeiro exemplo do que po- demos fazer se, como diz Mano Brown, "Acreditarmos mais em nós, independente do que os outros fa- çam".

- O tempo que o governo perde inaugurando mais um

presídio de segurança máxi- ma, poderia

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AFRO REGGAE • N9 36 • SETEMBRO • 1999

ser investido melhor na moderniza- ção das escolas e hospitais públicos e na melhor remuneração de seus pro- fissionais. Enquanto as penitenciárias poderiam fazer juz ao significado dos dicionários, reabilitando as pessoas e desenvolvendo-lhes a auto-estima, profissionalizando-as e as devolven- do a sociedade com trabalho e digni- dade. Muitos já concluíram as suas penas e ainda estão trancados. Pense nisso !

- Dar a polícia armamentos moder- nos e melhores salários não resolverá o problema da criminalidade. O exer- cício do caráter baseado no respeito ao próximo, independente da sua cor, é que fará diferença. A educação, o trabalho e a boa distribuição de ren- da acabarão com a criminalidade. Mas para isso a mudança deve vir de cima, do governo e das nossas cabeças ao fazermos nossas escolhas quando vo- tamos.

- Nossos irmãos precisam de auto- estima. E para isso a história do nosso povo precisa ser ensinada nas escolas aos nossos jovens, para que venham a conhecer seus verdadeiros heróis e se espelhem em seus feitos. "Precisamos de um líder de crédito popular...que seja preto até os ossos, um dos nossos..."(Racionais MCs)

- Nosso povo precisa de Deus! - O tempo que o governo perde

inaugurando mais um presídio de se- gurança máxima, poderia ser investi- do melhor na modernização das esco- las e hospitais públicos e na melhor remuneração de seus profissionais. Enquanto as penitenciárias poderiam fazer juz ao significado dos dicionári- os, reabilitando as pessoas e desenvol- vendo-lhes a auto-estima, profissionalizando-as e as devolvendo a sociedade com trabalho e dignida- de. Muitos já concluíram as suas penas e ainda estão trancados. Pense nisso !

- Dar a polícia armamentos mo- dernos e melhores salários não re- solverá o problema da criminalidade. O exercício do caráter baseado no respeito ao próximo, independente da sua cor, é que fará diferença. A educação, o trabalho e a boa distri- buição de renda acabarão com a criminalidade. Mas para isso a mu- dança deve vir de cima, do governo e das nossas cabeças ao fazermos nossas escolhas quando votamos.

- Nossos irmãos precisam de auto- estima. E para isso a história do nosso povo precisa ser ensinada nas escolas aos nossos jovens, para que venham a conhecer seus verdadeiros heróis e se espelhem em seus feitos. 'Precisamos de um líder de crédito popular...que seja preto até os ossos, um dos nossos..."(Racionais MCs)

- Nosso povo precisa de Deus!

mm ■ Orfeu, na trilha do rap - 0 herói da mitologia grega, se tornou o herói da realidade negra na adaptação ci- nematográfica do diretor Caca Diegues, que não se preocupou com a crítica fazendo de Toni Garrido seu ator principal no papel de Orfeu. E como o filme retrata o cotidiano favelado, os artistas Racionais MCs, Perigo Zona Sul, Bolt e MV. Bill completaram esta realidade através do rap, que também faz par- te da trilha do filme. É o rap mais uma vez sendo reconhecido,

• RRRO.M.A.R - Para você que acom- panhou a matéria passada sobre o "Partido Popular poder Para a Maio- ria" e ficou curioso em conhecê-lo a fundo, confira agora o seu endereço para correspondência: Rua João Vicente, n0123, sala 115, Madureira, Rio de Janeiro, RJ, cep: 21340-020

■ Pré-vestibular para negros e caren- tes - Se ainda não tem um no seu bairro, informe-se como implantá-lo. Informações: (0xx21) 791-33033 - Frei Davi.

• MTV Vídeo Music Brasil 99 - De- pois de ter premiado os Racionais MCs como vídeo-clipe de maior au- diência através de "0 diário de um detento" em 98, a MTV Vídeo Music Brasil em sua edição 99, premiou a banda brasiliense Câmbio Negro, com o clipe "Esse é o meu país". Foi um prêmio merecido em noite de alto nível. Veja os clipes que concorre- ram: Pavilhão 9 (A bomba vai explo- dir). De Menos Crime (Fogo na Bom- ba), Detentos do Rap (Casa cheia). Câmbio Negro (Este é o meu país) e MV. Bill (Traficando Informção) foi briga pra cachorro grande!

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PLAY LIST ByDJ "A"

1. RZO - Paz interior 2. MV BILL - Traficando informação

3. De Menos Crime - Fogo na bomba 4. Xis e Dentinho - De esquina

5. Apocalipse 16 - Petição a Deus/ Arrependa-se 6. C.X.A. - Contos do crime 7. Pavilhão 9 - Retrato de São Paulo

8. Esquadrão Zona Norte - Uó, uó (jogo de guerra)

9. Posse Mente Zulu - Sou Negrão

10. Juízo Crítico - O conivente

Você que possui seu trabalho demo e quer divulgar em nosso Play List e nos bailes black do Rio de Janeiro, favor enviar CD ou MD para a redação do ARN, aos cuidados de DJ "A" e DJ TR.

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AFRO REGGAE • Ns 36 • SETEMBRO • 1999

fotos lerè Ferreira

A Lapa é central - ponto de encontro eqüidistante entre quem vem da Zona

Norte e quem vem da Zona Sul. Portanto, foi lá que rolou (não podia ser em outro

lugar) o grande show que marcou o lançamento da coletânea Hip Hop pelo

Rio. Marcaram presença não só os artistas e bandas da coletânea, mas

também alguns dos pesos pesados do Hip Hop nacional: Thaíde e DJ Hum, Câmbio

Negro, G.O.G., Marcelo D2. Vai vendo!

Dei Yuri: Ryo Radikal Repz Leandro: Contexto

por Ecio de Salles

A organização do evento ficou por conta da ARPA (Afro Reg gae Produções Artísticas), con-

tando com o apoio da D\AK, produto- ra de Def Yuri, que participou dupla- mente do evento, nos bastidores e no palco, com sua banda, a Ryo Radikal Repz. Valeu também o apoio decisivo da Assessoria Especial de Eventos da Prefeitura do Rio de Janeiro, que en- trou com o patrocínio.

Def ainda foi quem agitou o CD que

deu origem ao show, produzindo a coletânea sem grana e enfrentando todo tipo de dificuldade. Para divulgá- la, \liri afirmava em outra ocasião que prevaleceu o trabalho de formiguinha - andando de loja em loja, usando o correio, ligando para os amigos, e por aí vai. Pois valeu o esforço, no sábado, 24 de julho, a Lapa transformou-se num grande formigueiro humano.

Sei não. Tenho a impressão de que este evento já se transformou em um marco na história do Hip Hop carioca, o que não é pouco, porque.

como disse G.O.G. o Rio de Janeiro é um termômetro e o Hip Hop nacio- nal precisa do Rio.ji. Marcelo D2, um dos destaques da noite e que há al- gum tempo não se apresentava no Rio, disse que o evento é um divisor de águas e aconteceu na hora certa, agora até os produtores de show de Hip Hop vão ter que ter mais respei- to na hora de contratar e de organi- zar os eventos.

E pra não deixar a peteca cair, tudo conspirou a favor: o tempo, que na sexta estava tenebroso, no sábado logo

cedo abriu, garantindo uma noite in- teira de céu claro e temperatura agra- dável. Ao contrário do público, onde não havia espaço entre as pessoas e a temperatura não parava de subir. O público, aliás, foi uma nota alta deste dia, ainda mais porque, na conta da PM, havia, pelo menos, umas dez mil pessoas lá.

G.O.G., por exemplo, confessou-se impressionado porque o/?io não tinha ainda uma tradição forte de shows de Hip Hop, mas o público acompanhou as músicas todas. Detalhe: todo mun-

Nesta edição, excepcionalmente, não publicamos a coluna Abrindo a boca!, que retomará no próximo.

M.W. Barroso Silk Screen Ltda. Rio ■ Rua Alvarenga Peixoto, 80 • Vigário Geral • RJ • CEP 21240-690 «Tei.: (021) 372 4955 • Fax: (021) 371 7110 • Telex: (021) 35358 • São Paulo: Av. Brigadeiro Faria Lima, 830 • Conj. 64 • Pinheiros • SP • CEP 01452-000 • Tel.: (011) 210 6122 • Fax: (011) 212 2759

DANDO VIDA A SUA IMAGEM

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AFRO REGGAE • Ne 36 • SETEMBRO • 1999

do estava lá exclusivamente por causa do Hip Hop, tanto que não se viu ne- nhuma briga, nada de confusão - só a festa!

A estrutura não ficou atrás. Desde o som até o palco, passando por cama- rim etc, tudo, inclusive a apresentaçlão, a cargo do ator Maurí- cio Gonçalves, tudo classe A. Nem po- dia ser diferente, não é de hoje que o Hip Hop vem merecendo um investi- mento como esse, levado a sério, com profissionalismo e respeito pela cultu- ra. Tanto que Thaíde pôde dizer-se sur- preso: Mano, a gente sabe que Hip Hop no Rio éforte, mas como ele nunca tem

espaço, o que aparecia como carioca nos outros estados era ofunk. Por isso eu fiquei surpreso, porque este evento mostrou o verdadeiro Hip Hop cario- ca. Vai vendo!

Pois é. Nesta noite, que começou com a apresentação dos DJ's Cleston (que toca com Gabriel O Pensador) e o DJ Magic Júlio (da Banda AfroReg- gae), passaram pelo palco alguns gru- pos que representam não apenas o bom Hip Hop carioca, mas também o esforço coletivo no sentido de organi- zar-se e superar o marasmo: Manifes- to 021, Filhos do Gueto, Disciplina Ur- bana, Juízo Crítico, Contexto, Coope- rativa, Tito (com a participação de Edwiges, das Damas do Rap), Ryo Ra- dikal Repz: grupos que formaram na coletânea, mostrando no palco que não estão brincando de gravar CD - o papo é sério!

As participações especiais (Mr. Zoy e Perigo Zona Sul, Banda AfroReggae, que em seu show contou com a par- ticipação especialíssima de PMC e seu

fotos lerê Ferreira

B-Boys em ação: G.B.C.R. - Gangue de Break Conscientes da Rocinha

"A estrutura ficou demais. O pessoal

trabalhou pro evento ficar 10 e ele ficou

10001 E esse foi o maior evento de Hip Hop do

Rio de Janeiro." Leandro (Contexto)

Edu, do Filhos do Gueto

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P.M.C. participando do show da Banda Afroreggae

novo grupo: Jigaboo, Thaíde e DJ Hum, Câmbio Negro, G.O.G., Marce- lo D2), além de arrebentarem em suas apresentações, tornaram mais eviden- tes três questões: primeiro, o Hip Hop tem muita, mas muita, qualidade pra mostrar, é só agir; em segundo lugar, seu poder de superar o menosprezo da mídia é enorme, D2 chegou a di- zer que o Hip Hop demonstrou que não precisa tocar em rádio, e é ver-

dade, a galera acompanhou as letras até de músicas novas dos rappers que se apresentavam — como é que pode?; e em terceiro, é muito diversi- cado, e esta diversidade deve ser res- peitada, afinal o público ouviu com o mesmo interesse bandas de estilos ra- dicalmente diferentes.

E esta diferença se refletia até mes- mo nas mensagens: não é, no mínimo, interessante que enquanto Marcelo

"O público foi o mais diversificado possível:

rico, pobre, preto, branco, todo mundo misturado na paz. É bom agora que as

pessoas vejam o Hip Hop com outros olhos."

Def Yuri

dizia "dê dois, mas mantenha o res- peito", o Juízo Crítico alertasse: "não use drogas, elas podem te matar".

No final do evento, lá pelas cinco da manhã, com a Lapa ainda cheia de gen- te, "X", do Câmbio Negro - cujo show terminou em grande estilo, com G.O.G., Yuri, Tito e Dino Black e Japão improvi- sando com ele no palco - sentenciou: a semente já está plantada. Isso aqui é só o começo! Parabéns Rio de Janeiro!

D.J. Gonzales + DJ. Hum

Léo: Juízo Crítico

"Serviu pra galera mostrar o trabalho e pra quebrar um pouco essa história de 'panelinha'

no Hip Hop." Tito

Agradecimentos a todos que de algum modo colaboraram para o sucesso do evento: Trama Music, MTV, Caderno Teen/TVE, Globo News, Natasha Records, Sony Music, Multishow, Universal Music e a todas as rádios que lá estiveram ou deram aquela força no ar!

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10 AFRO REGGAE • NQ 36 • SETEMBRO • 1999

Sérgio Henrique

Daniela Mercury no show da Banda AfroReggae/Nova Cara

Dia 25. Rio de Janeiro. Par que dos Patins na Lagoa. Uma boa idéia tinha que

terminar em um senhor evento. O Rio ao Som das ONG's reuniu em um mesmo show as Bandas Ilê Aiyê, Olodum e AfroReggae. Em co- mum entre elas um fato significati- vo: as três se formaram a partir de um trabalho social, dos projetos de- senvolvidos pelas ONG's que lhes deu forma e nome.

Mas não só isso: como se já não bastasse a força de cada banda, ain- da teve a participação especial de Daniela Mercury, que participou de parte do show das três bandas, con- seguindo o impossível: melhorar o que já estava bom demais, o ritmo não diminuiu um só instante - mes-

mo no intervalo entre as bandas, pois o DJah Tekko Rastafari tocava a seleção certa pra galera dançar enquanto esperava a outra atração - e nem o clima meio frio de inver- no na zona sul conseguiu parar o batuque que balança.

No palco três maneiras de me- lhorar o mundo através da música. São grupos de artistas negros, que superaram a pobreza e o apartheid social, mas que não estão ali com o velho discurso "coitado de mim". Estão mostrando seu talento, a qua- lidade e o profissionalismo de sua arte, e dividindo tudo isso com o mundo. Mais uma bola dentro da Assessoria Especial de Eventos da Prefeitura do Rio de Janeiro, que promoveu o evento. Nota 10.

y.Vv.Vv O reqqae subiu pras montanhas .'-V

^tamaica * camping muito som,

cultura rasta. cachoeiras*

caminhadas.

.café da manhã Janches naturais

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Júlio Barroso: Coisas que só a gente entende.

lerê Ferreira

Êcio de Salles(esq.), Jorge Salomão, Rafael dos Santos, Antônio Carlos Miguel e Waly Salomão

O poeta é o traficante da liberdade, foi o mote que escolhemos para divulgar o evento em que o Afro Reggae e a M.W. Barroso homenagearam Júlio Barroso, no dia 2/8, no Centro de Arte Hélio Oiticica.

Neste dia, reunimos em uma mesa de debates os poetas Waly Salomão, Jorge

Salomão, o jornalista Antônio Carlos Miguel, d'0 Globo, Rafael dos Santos (doutorando em Edu- cação pela USP) e este escriba me- diando. Waly, com uma participação anárquica, que incluiu a distribui- ção de livros avanço, foi um espetá- culo à parte: de fato, coisas que só a gente entende..

A idéia do evento era a de le- vantar a bola de Júlio Barroso, um traficante da liberdade, que infe- lizmente nos deixou muito cedo.

mas antes viajou o mundo, viveu muito, e o que aprendeu nos dei- xou em forma de música (os dis- cos da Gang 90, lembra?), atitude e textos (esses, reunidos no livro A vida sexual do selvagem, que fo- ram distribuídos, gratuitamente, para os 250 convidados, entre ar- tistas, jornalistas e curiosos!).

Além do debate já mencionado, o evento contou ainda com a par- ticipação de Gustavo Black Alien, que leu trechos do livro e a apre- sentação da banda formada a par- tir de um projeto do Grupo Cultu- ral Afro Reggae, apoiado pela Se- cretaria de Trabalho da Prefeitura do Rio: o Usina Musical.

Entre o público, gente bacana, como Guilherme Araújo, Rogério Durst, as meninas da banda Pené- lope, Lenine etc. (não dá pra citar todos, infelizmente). Se a idéia era levantar-lhe a bola, Júlio Barroso saiu de lá com a bola cheia. Valeu o empenho do Afro Reggae, Môni- ca Cavalcanti, seu Barroso, e o apoio de Centro de Arte Hélio Oiticica (mais uma vez incentivan- do a cultura local.)

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ei i r 3 n e n a 5 ÊÉL Maracatu Nação Pernambuco e Banda AfroReggae II

fotos lerè Ferreira

Duda, da Banda AfroReggae

Numa Quarta-feira de sol, dia 18/8 em Vigário

Geral, o Maracatu Nação Pernambuco esteve na comunidade, em visita ao Grupo Cultural Afro Reggae. Estava prevista a apresentação do Nação Pernambuco e da Banda AfroReggae II. Como um grupo não conhecia o outro, aquela foi uma tarde/noite de surpresas. De boas surpresas: o maracatu do Nação contagiou Maractu Naçào

Pernambuco

o AfroReggae e a batida da Banda II encantou os pernambucanos. O clima ficou tão bom que não coube no Centro Cultural Afro Reggae

Vigário Legal - a festa terminou na rua, com um inesperado cortejo que arrastou olhos, ouvidos (e pés!!!) da comunidade de Vigário. Foi sem dúvida o melhor ensaio para o show (showzaço!) de Sexta-feira, dia 20, no Ballroom. Veja as fotos e

Cortejo em Vigário

tente ter uma idéia do groove, não é demais? Nesta noite a Banda AfroReggae II e o Maracatu Nação Pernambuco deixaram a platéia de queixo caído e corpo suado, já tá até rolando um papo de repetir a dose, no Rio e no Recife. A galera aguarda ansiosa.

Ê&L Zumbi-A agitando a noite na Lapa

PROJETO ZUMBI-A VAI AGITAR A NOITE NA LAPA. O evento tem como um dos seus principais objetivos divulgar artistas ainda ignorados pela mídia, mas já arrebentando entre aqueles mais ligados no som de qualidade que rola nos circuitos alternativos do Rio. É o caso de Sérgio Lupper, carro-chefe desta edição evento (e que é matéria desta edição do ARN- pág. 12). O evento trará ainda as participações especiais do

sambista Edinho Oliveira, dos grupos dos artistas de Reggae Ivano e Banda Rebeldia e Vell Rangel; de Wellington Coelho, Sandrinho, Walmir, Bertran e o DJ Mohamed, do Farofa Carioca; dos rappers Silk e Bonde; do DJah Tekko Rastafari (do Grupo Cultural Afro Reggae); haverá também exposição de fotos de lerê Ferreira, fotógrafo do Afro Reggae. O evento é Sexta-feira, dia 3 de Setembro, às 22 horas, no Tá Na Rua (Av. Mem de Sá, 35 - Lapa)

DittpAXwww.áífnsE-a^Mríü^.^-^JBG

Na próxima edição, o resultado da promoção ARIM/Universal/Sine Calmon

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12 AFRO REGGAE • Ne 36 • SETEMBRO • 1999

Sérgio Lupper fotos lerê Ferreira

ARN: Por que o nome do seu trabalho é Black Conception? Sérgio Lupper: Este trabalho represen- ta todo esse movimento que surgiu nos anos 70 da black music, o Black Rio... Este projeto Black Conception nada mais é do que uma continuidade de todo esse trabalho que foi gerado e cri- ado por uma série de compositores como o Cassiano, que é um grande mestre, Tim Maia, Banda Black Rio... Há uma determinada crítica em relação a esse nome por ser um nome ameri- cano... Poderia chamar de Concepção Negra. Agora, o Black Conception, no meu entendimento, é um resgate em relação a essa identidade que se pulve- riza a cada dia. Eu quero que meu tra- balho musical tenha esse fio com a po- pulação, essa relação de resgate e de estar revitalizando essa identidade cul- tural, a música negra, essa música ale- gre, boa, consciente, que descontrai, que fala de alegria e que fala de triste- za. O Black Conception não é o proje- to ideal, mas o projeto com que eu posso dar a minha contribuição como ser humano.

ARN: Qual foi a importância do Movimento Cultural da Zona Oeste - MOCUZO pra você? SL: Eu fui um dos fundadores desse movimento, que tinha uma atuação em várias comunidades da Zona Oeste: Vila Vintém, Boiobi, Bangu... em finais de semana, com atividades de música, poesia, teatro. Você não tinha, até en- tão, um grupo organizado no sentido de estar alimentando na consciência

dessa população que aquela região tem uma questão histórica importante e é a partir do patrimônio cultural que você começa a descobrir a sua identidade, começa a resgatar esses valores, uma coisa ligada diretamente ao inconsci- ente. A cultura, ela se dá automatica- mente no subúrbio: o dia de domingo é um dia fundamental para a gente en- tender o que é identidade cultural, como é que essa coisa se dá numa co- munidade. Primeiro, porque é um dia em que as pessoas estão mais relax, estão em casa, estão tranqüilas, o cara vai à feira, o almoço sai mais tarde... Então tem um processo cultural que se dá automática e inconscientemente, mas ele faz parte de uma tradição cul- tural que embora não se tenha muita reflexão, ela é o que fundamenta a vida do cidadão no dia-a-dia.

ARN; 0 seu trabalho hoje é um pouco o resultado dessa cultura do subúrbio? SL: É, ele é produto dessa cultura, de toda essa informação mesmo, urbana! Esse processo de construção e desconstrução urbano, eu acho que isso é importante, não dá para você não falar dessa dinâmica que se dá no dia-a-dia, no subúrbio, e que existe uma outra forma também de se fazer tecnologia, embora um grande núme- ro de pessoas desconheça, existem hoje pessoas pesquisando, fazendo teses em cima dessa realidade que é clara. Então a proposta do movimen- to foi no sentido mesmo de resgatar isso. Meu trabalho nada mais é do que produto de toda essa construção que de repente é uma construção, e quan- do você fala de uma construção, quan- do você visualiza Uma coisa concreta... Você vai fazer uma casa. Então o cara coloca o alicerce e tal e faz a casa. Ago- ra quando você olha e não vê nada palpável, mas você vê as informações que se deram no dia-a-dia, isso é algo palpável. Então eu acho que a partir daí você já tem um material para po- der dar visibilidade, enfim, construir alguma coisa em cima dessa coisa que de repente para determinadas pesso- as, essas informações não são palpá- veis, mas elas são importantes, elas constróem uma série de coisas. E tão importante que o meu trabalho é pro- duto de tudo isso.

ARN: Como as pessoas podem contratar o show de vocês? SL: Atualmente, a gente tem contato de telefone. Tem o telefone meu, de casa, que é 471-4029. Ou então por e- mail: [email protected]

yj-Hü

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AFRO REGGAE » Ns 36 » SETEMBRO » 1999

Bom começando pelo CD, o que ele representa em sua carreira? Olha, eu acho que Deus reservou uma grata surpresa pra mim, porque houve um momento em que eu pensei que não ia mais ter perspectiva. Primeiro porque a mídia mudou muito, todo mundo sabe que o meu trabalho é um trabalho mais voltado para o samba tradicional, mas a questão não seria nem a do ritmo, mas a das letras, hoje 90% das letras que você ouve no rádio não dizem nada com nada, é "meu amorzinho pra cá, meu benzinho pra lá", e terminou nisso. Quer dizer, não há mais uma preocupação das pesso- as em fazer mensagens que pos- sam ter algum comprometimento com as questões sociais, enfim, com o interesse do cidadão; isso aí é uma coisa que não é considerada vendável. Então eu comecei a achar que ia ficar muito difícil dar continuidade à minha carreira. Mas, como Deus é justo e ele nunca desampara seus filhos, eu tive a oportunidade de no ano passado ir a São Paulo fazer uma participação no CD dos melhores do ano, e fíii cantar num lugar chamado ABPM, que é um clube da polícia militar, onde cabem quase trinta mil pessoas. E qual não foi a minha surpresa: fui simplesmente ovacionada e as músicas antigas que eu cantei eles cantaram junto. Aquilo marcou muito. Quando chegou o dia da gravação dos melhores do ano e que o Marcelinho (do Sem Com- promisso) me convidou para cantar e foi um sucesso absoluto, a música começou a tocar, e eu comecei a ser executada de novo, mas junto com o Sem Compromis- so, ou seja naquele momento eu estava pegando uma fatia de mercado a que eu não tinha chegado até então. Então, o Pele Problema que é o meu atual empresário resolveu que eu tinha que me desligar da minha gravado- ra, porque ela não estava fazendo nada e tentar um novo caminho. Aí veio a oportunidade de fazer o CD.

E agora, que você está na Trama? Eu me sinto assim, super vaidosa, de estar numa gravadora como a Trama, que tem o Tom Zé, que tem o Otto, que tem o Zoli, que tem o Câmbio Negro, que tem esse

CADERNO 13

Leci Brandão auto-estima

em alta!

essoal todo, que são pessoas que tem um trabalho especializado, diferenciado, eu fui a primeira

sambista que foi parar lá, agora tem o Jair, e o Jair é uma pessoa

que eu adoro, que já gravou músicas minhas, então tá tudo em casa. Eu estou muito feliz. Eu acho

até que a palavra auto-estima nunca foi tão bem colocada num trabalho como nesse aí, e eu não

sabia quando eu ia gravar, mas sabia que o meu trabalho tinha

que ter esse nome. Primeiro porque veio o trabalho, a música veio depois, porque quando o Zé Maurício me mostrou essa música

eu falei: Puxa, essa música de amor tem tudo a ver com uma situação minha particular e isso aí é auto-

estima. E aí eu complementei a letra "Nada mais dá pra fazer, você

usou e abusou do meu bem que- rer, porque agora, agora não dá

mais, agora estou em outra..." e a música passou a ter esse título

porque ela tinha a ver com todo esse meu momento, ou seja eu estou gostando muito de mim,

estou gostando das pessoas que gostam de mim.

E o que você desses grupos e pagodeiros atuais

especificamente? O que não se pode esquecer é que

eles, eu vou te citar aqui: Negritude, Exalta Samba, Sem

Compromisso, Sensação, Art Popular, quando eles começaram a

carreira foi ouvindo a gente, eu não vou esquecer que o Art Popu- lar gravou Zé do Caroço, num dos primeiros discos tem uma música minha, o Netinho cantava "Luz no teu Olhar" na COHAB; o menino

lá , o seu Alexandre Pires, a mesma coisa, entendeu? Então os sucessos

que eles cantavam nos bares, nas esquinas, nas festinhas, eram os

sucessos dos anos 80: "Isso é fundo de quintal", as músicas do Zeca, as

músicas do Almir, da Jovelina, do Mauro Diniz, do Aragão, nós éra-

mos os ídolos deles, assim como o Cartola, o Nelson Cavaquinho,

enfim... eu ouvi umas pessoas e eles ouviram a gente; e começaram

a se interessar pelo samba por causa do cavaquinho do Sombri-

nha, por causa do banjo do Arlindo, por causa do Aragão, foi por isso que eles começaram a se

interessar por samba.

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U Hssaodono AFRO REGGAE • Ns 36 • SETEMBRO • 1999

Ecio de Salles

Ttão é um cara le gal. Carioca da gema, embora tenha nascido em Juiz de

Fora, não perde uma roda de samba, nem deixa de ir ao Tá na Rua, às quartas, e à Zoeira, aos sábados. A Lapa é o seu habitat, mas é figurinha fácil no Posto 9, em toda Lona Cultural, Sta. Te- resa, por aí. Como trabalha muito e ganha pou- co, evento grátis é com ele mesmo.

0 mês de julho deixou Tião feliz. No final do mês, o cara no maior miserê (rezando pra cho- ver), não é que pinta um show no sábado, outro no domingo - grátis! Nas suas próprias pala-

vras: - demoro! Já no final do show de domingo, indo pra casa

no 460 cheio, pensava em seu lugar: esta cidade

onde morava. Ao atravessar o Rebouças - que Tião chama de Túnel do Tempo, porque quando você entra no túnel vindo da Lagoa é como se saísse de um tempo, o dos que têm muito; quan- do sai, é como se entrasse em outro tempo, o dos que nada têm - pensava no evento do dia anterior (um grande show de Hip Hop na Lapa) e o deste domingo, em que a Banda AfroReggae se apresentou com Olodum, llê Aiyê e a partici- pação especial de Daniela Mercury, no Parque

dos Patins, na Lagoa. Descobriu que nesta cidade as diferenças se

encontram. Afinal, no de sábado e no de domin- go, encontrou conhecidos nos dois espetáculos. Sinal de que o carioca está com as antenas liga- das para o que há de bom no "mercado" tam- bém. Lembrou que se a "mídia" deixou um espa- ço muito estreito para quem quer fazer o seu som.

divulgar a sua cultura, mandar a sua mensagem, é este espaço diminuto que está sendo ocupado - de forma guerrilheira mesmo - e alargado mi- nuto a minuto.

Afinal, a Lapa lotada para um show de Hip Hop (e não era o conhecido miami bass não!) é real- mente, algo a se considerar. - E também não é curioso que o público (no outro dia) acompanhe o mui tradicional llê Aiyê, que emplacou dúzias de sucessos na voz dos artistas da moda (da tão des- denhada axé musicj? Pergunta Tião, inquieto.

Já no 433 (teve que pegar dois ônibus pra ir pra casa) pensava: "curioso mesmo é o caso dessa Banda AfroReggae, lá de Vigário Geral. Como é que os caras tocam num dia em evento de Hip Hop e no outro em um de música baiana? E como é que são aceitos - e aplaudidos - nos dois? Esta cidade tá é muito pós-modemal"

Trilha sonora: "Watermelon" - Herbie Hancock

II

™ C cad&uia de ta&cuttâoô,

doA ^mim de íftteta

Hoje: Kstudos para a abertura de um

seriado de TV dos anos setenta

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AFRO REGGAE • NQ 36 • SETEMBRO • 1999 15

LANÇAMENTOS - Por DJah Tekko Rastafari Para divulgação desta coluna, os produtores, gravadoras ou selos devem enviar materiais (CD, release e fotos) para redação deste informativo.

"ROSA DE SARON" - SINE CALMON E MORRAO FUMEGANTE

"Rosa de Saron" este é o nome do segundo CD do baiano Sine Calmon e banda Morrão Fumegante. Mantem-se na linha fiel do Roots

Reggae, apresentando identificação muito forte com a filosofia rastafari, com letras inspiradas na religiosidade e harmonia de JAH. Destaque para: Ravengar, Gueto, S.O.S Natureza, Natural, Saia da Marisia (música incidental: Stir It Up), Tá Aí e Redemption Sound. Contato para show: Morrão Fumegante Produções (0XX71) 285-0281 / 975-8941. Mais um lançamento da Universal Music.

"SACA SÓ" - DIONORINA

"Saca Só" novamente a Bahia levantando a

4^-- moral do reggae, e ninguém melhor do que Dionorina, que vem neste 2Q CD

com novo produtor (Marco Aurélio) e gravadora. Mostrando-se atento às novas influências do reggae, dá um molho meio dub, em algumas faixas. Destaque para : Cobra Coral, Jorge Radical, Stop My God, Altíssima Canção, Encontro e as regravações Esquinas do País e Nego Dito, com toques dub. Recomendado aos iniciantes do reggae e aos cascudos. Mais um lançamento da Zero Bala Discos. Contatos para Shows ( 071) 351-0921.

NATURE'S FINEST - NAUGHTY BY NATURE

Considerado um dos principais grupos de hip- hop mundial, Naughty By Nature apresenta seus principais hits nesta coletânea

"Nautre's Finest". Quem curtir baile charme , conhece os seus principais sucessos como: Hip Hop Hooray e O.P.P, entre outros . Para este , nesta coletânea tem um " Mega Mix" , composto dos melhores hits, deste, pronto para soltar nas festa. Difício é apontar uma faixa que não seje boa, totalmente demais, vale a pena ter em sua Cdteca , e à venda nas principais lojas. Mais um lançamento da Warner Music.

SÓ NOS RESTA A PAZ - VERSOS AO VERBO

"Só Nos Resta a Paz " primeiro CD do Grupo Versos Ao Verbo, apesar do Grupo estar na estrada desde de 1994, participaram de gravações

de outros grupos, como Álibi, Cirurgia Moral, Consciência X Atual" Contos do Crime" e DJ. Jamaika. Destaque para as musicas: Só Nos Resta A Paz , Cadê Você e Nego Véi. Mais um lançamento da Discovery , à venda nas principais lojas.

:■■ . *

VALORIZANDO NOSSA ARTE - KABALA

Ex. integrante do grupo BSB Boys(85) e Álibi," Abutre" em 95 e " Pague Pra Entrar e Reze Pra Sair", em 97. Kabala agora em trabalho solo,

no CD "Valorizando Nossa Arte ", com um estilo dançante extrovertido e perspicaz, dá um passeio nas raizes do hip hop, bombando o break, festejando a união e a paz entre todos. Destaques para as faixas: Não Chores e Sonhos. Mais um lançamento da Discovery , à venda nas principais lojas.

RIMA FORTE - Coletânea de Hip - Hop

Rima Forte novos colaboradores da Cultura Hip-Hop, mandando suas idéias, este é o

NJH \J jlJ mais uma -"■IBH coletânea de

hip-hop, mostrando o

crescimento da cultura hip-hop no Brasil, e lançando ao mercado 11 grupos. A produção fonográfica leva a assinatura da dupla Thaíde & DJ Hum " Brava Gente Produções". Das 12 faixas uma apresenta um bônus especial com batidas pesadas para improvisos, sob o comando do DJ Hum. Muito bem produzido, todas as faixas apresenta mensagens positivas e dançantes, e certamente indispensável na sua Cdteca. Mais um lançamento da Gravadora TRAMA à venda nas principais lojas.

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e fotografia na MTV. Produzido por DJ Hum. de Thaide & DJ Hum pela Trama.

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