Narrativa da produção

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Narrativa Julgamento Marta caminha pelo percurso diário que faz na cidade de Vila Real. Ao seu redor deslumbra-se pelas maravilhosas fachadas das habitações antigas que em tudo correspondes com a nostalgia que permanece em Trás-os-Montes e Alto Douro. Cruza esquina com esquina, onde em cada ruela que percorre um homem do qual o nome se desconhece passa despercebido a Marta. Em cada rua, o homem pede esmola ou por um pouco de comida. Este homem várias vezes pede a atenção de Marta, onde todas as tentativas são em vão. Marta continua normalmente o seu trajeto. Ao fundo da rua, avista um jovem, alto, moreno que em tudo cativou a sua atenção. Marta não o conhece, mas sabe que nunca o seu dia foi tão belo. A cada passo que dá, à medida que se aproxima do jovem, sente a pulsação do coração a aumentar e por muito mais que tente não consegue desviar o olhar do jovem. O deslumbramento é tanto que mais uma vez não liga aos diversos pedidos, que o homem de que o nome se desconhece, lhe faz. Cruza-se com o jovem onde esboça um sorriso que em nada mudou a expressão do rapaz. O jovem continuou o seu trajeto onde deixa Marta desiludida com a imparcialidade que mostrou. Marta tira os olhos do rapaz, fica surpreendida com o enorme alarido que três polícias fazem na sua direção. Ao olhar para trás, na procurar de saber o motivo da tamanha confusão, que de si aproxima, fica surpreendida. Vê o homem com a sua carteira na mão. Repara agora que conhecia o homem de algum sítio, tinha alguma memória dele mas não o associava em nada, o homem não passava de um simples mendigo de rua. Não demorou a apontar-lhe o dedo no objetivo dos polícias interpelarem o homem. Os polícias passam pelo homem, onde nem repararam na sua presença. A rapariga fica apavorada, os três polícias acabam por apanhar o jovem pelo qual se deslumbrou. Na mochila do jovem retiram um saco, que Marta não consegue aperceber-se do seu conteúdo, mas pelo alarido tudo a leva a crer que contem estupefacientes. Sem reparar o homem que o nome se desconhece está à sua frente. Marta ainda mais apavorada fica. O homem do qual o nome se desconhece estica a sua mão direita onde a carteira aberta de Marta possuiu a sua fotografia. O homem olha nos olhos de Marta e diz: -És tu? Marta coloca os olhos na carteira e responde: -Sou sim, eu mesma. O homem entrega-lhe a carteira. Marta tenta agradecer ao homem por

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Narrativa

Julgamento

Marta caminha pelo percurso diário que faz na cidade de Vila Real. Ao seu redor deslumbra-se pelas maravilhosas fachadas das habitações antigas que em tudo correspondes com a nostalgia que permanece em Trás-os-Montes e Alto Douro. Cruza esquina com esquina, onde em cada ruela que percorre um homem do qual o nome se desconhece passa despercebido a Marta. Em cada rua, o homem pede esmola ou por um pouco de comida. Este homem várias vezes pede a atenção de Marta, onde todas as tentativas são em vão. Marta continua normalmente o seu trajeto.

Ao fundo da rua, avista um jovem, alto, moreno que em tudo cativou a sua atenção. Marta não o conhece, mas sabe que nunca o seu dia foi tão belo. A cada passo que dá, à medida que se aproxima do jovem, sente a pulsação do coração a aumentar e por muito mais que tente não consegue desviar o olhar do jovem. O deslumbramento é tanto que mais uma vez não liga aos diversos pedidos, que o homem de que o nome se desconhece, lhe faz. Cruza-se com o jovem onde esboça um sorriso que em nada mudou a expressão do rapaz. O jovem continuou o seu trajeto onde deixa Marta desiludida com a imparcialidade que mostrou. Marta tira os olhos do rapaz, fica surpreendida com o enorme alarido que três polícias fazem na sua direção. Ao olhar para trás, na procurar de saber o motivo da tamanha confusão, que de si aproxima, fica surpreendida. Vê o homem com a sua carteira na mão. Repara agora que conhecia o homem de algum sítio, tinha alguma memória dele mas não o associava em nada, o homem não passava de um simples mendigo de rua.

Não demorou a apontar-lhe o dedo no objetivo dos polícias interpelarem o homem. Os polícias passam pelo homem, onde nem repararam na sua presença. A rapariga fica apavorada, os três polícias acabam por apanhar o jovem pelo qual se deslumbrou. Na mochila do jovem retiram um saco, que Marta não consegue aperceber-se do seu conteúdo, mas pelo alarido tudo a leva a crer que contem estupefacientes. Sem reparar o homem que o nome se desconhece está à sua frente. Marta ainda mais apavorada fica. O homem do qual o nome se desconhece estica a sua mão direita onde a carteira aberta de Marta possuiu a sua fotografia. O homem olha nos olhos de Marta e diz: -És tu? Marta coloca os olhos na carteira e responde: -Sou sim, eu mesma. O homem entrega-lhe a carteira. Marta tenta agradecer ao homem por lhe ter entregado a carteira, mas sem perceber, o homem desapareceu diante dos seus olhos. Nesse preciso momento vê o jovem a passar por si algemado pelos polícias.

Marta continuar o seu trajeto sem perceber o que acabara de acontecer. Desta vez está atenta a todos os locais que passa na tentativa de descobrir o paradeiro do homem do qual o nome nunca chegou a saber.