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Nacional, da Cidade, da Europa

Depois de uma vibrante temporada 2009 ‑2010, entre estreias absolutas, co ‑produções, parcerias e acolhimentos, deslo‑cações, exposições, conferências, publicações – sempre em diálogo com a sociedade civil –, voltamos ao repertório e à criação. Mais Teatro, Música, Dança e também Cinema, à desfilada.

Anunciamos apenas a programação dos próximos quatro meses, já que a situação é frágil e o porvir está envolto em incertezas. O nosso trabalho é sempre seminal, e não há projectos consolidados sem o reconhecimento e a cumplici‑dade da Tutela, que cremos atenta ao nosso ofício comunitário. Teatro Nacional, Teatro da Cidade, Teatro da Europa.

A nossa vocação de optimistas e o respeito pelo público levam ‑nos a persistir, contra o improviso, em novos desafios. Assim, congratulamo ‑nos com o muito aguardado regresso de Ricardo Pais a esta sua Casa, com uma criação de raiz de mais um polimórfico espectáculo patrimonial: Sombras, as dele e as nossas.

Igualmente saudamos e agradecemos a Nuno Cardoso e Ao Cabo Teatro, Jorge Silva Melo e Artistas Unidos, Jorge Campos, João Botelho, Igor Gandra e FIMP, Sara Maia, João Tuna, Carlos Pimenta e Ensemble, Festival Trama, Teatro do Montemuro e Foursight Theatre, Mezzanine, Mathilde Monnier e La Ribot, Ana Luena e Teatro Bruto, Paulo Ribeiro e Companhia. E a todos os artistas e técnicos envolvidos.

Chamamos à atenção para o colóquio internacional Odisseia e para as regulares Leituras no Mosteiro.

Um agradecimento muito especial aos nossos Embaixadores da temporada que passou, por se nos terem juntado, empres‑tando o seu prestígio ao nosso projecto.

Esta temporada é dedicada por inteiro ao eternamente amigo Paulo Eduardo Carvalho. Que a sua inquietação, persistência, invenção e cumplicidade nos iluminem a cada passo, já que todos os dias o convocamos nas nossas escolhas.

“O nosso coração está em nós, […] e Deus, o único que nele penetra, não pode vê ‑lo senão como ele é, semelhante a uma esponja num mar tépido de sangue…” (Marguerite Yourcenar – O Diálogo no Pântano. Trad. Alexandra Moreira da Silva) •

Nuno CarinhasDirector Artístico

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Set- Dez 2010TNSJ ·· 15 Set-3 Out ·· Estreia

A·GAivotAde Anton Tchékhovencenação Nuno Cardosoco­‑produção­Ao­Cabo­Teatro,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­­Teatro­Aveirense,­Teatro­Maria­Matos,­TNSJ­colaboração­As­Boas­Raparigas…

TNSJ / Salão Nobre ·· 15 Set-24 Out

CenAs·DesloCADAs/ FotoGrAFiAs em·viAGemExposição · fotografias de João Tunaprodução­TNSJ

TeCA ·· 16-19 Set

FAlA·DA·CriADA Dos·noAilles…autoria e encenação Jorge Silva Meloco­‑produção­Artistas­Unidos,­Culturgest,­Festival­de­Almada

O FIMP no TNSJ / MSBV ·· 17+24 Set

ÓperA·Dos·CinCo·€ AkA·trAns -Gueto--expresstexto, dramaturgia e canções Regina Guimarãesencenação Igor Gandraco­‑produção­Teatro­de­Ferro,­Teatro­do­Frio,­Radar­360,­Festival­Escrita­na­Paisagem,­FIMP­–­Festival­Internacional­de­Marionetas­do­Porto,­TNSJ

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O FIMP no TNSJ / MSBV ·· 18 Set-29 Out

role-plAYinGExposição · pinturas de Sara Maiaa partir de O Diálogo no Pântano, de Marguerite Yourcenarprodução­TNSJ

MSBV ·· 21 Set-14 Dez

leiturAs no·mosteiro coordenação Daniel Pinto, Nuno M Cardoso, Paula Bragainiciativa­Novo­Grémio­do­Porto,­TNSJ

MSBV ·· 1 Out ·· Dia Mundial da Música

poemA·sinFÓniCo pArA·100 metrÓnomosde György Ligeti produção­TNSJ­·­­colaboração­Casa­da­Música,­ESMAE

TNSJ ·· 4 Out

o·meu·CorAção FiCArá·no·portorealização Jorge Camposprodução­Serviços­de­Vídeo­do­Instituto­Politécnico­do­Porto­organização­Instituto­Politécnico­do­Porto,­Governo­Civil­do­Porto,­TNSJ

TNSJ ·· 7-9 Out

Filme·Do DesAssosseGoa partir de Livro do Desassossego, de Bernardo Soaresrealização João Botelhoprodução­Ar­de­Filmes­apoio­Porto­Lazer­(Câmara­Municipal­do­Porto)

TeCA ·· 8-24 Out ·· Estreia

Dueto·pArA·umde Tom Kempinskiencenação Carlos Pimentaprodução­Ensemble­–­Sociedade­de­Actores

O Trama no TNSJ / MSBV ·· 14 Out

the·Futurist mAniFestoÓpera digital de Thomas Könera partir de Manifesto Futurista, de Marinettiprodução­European­Media­Artists­in­Residence­Exchange­organização­Trama­–­Festival­de­Artes­Performativas

TNSJ ·· 20-24 Out

heDDA de José Maria Vieira Mendesa partir de Hedda Gabler, de Henrik Ibsenencenação Jorge Silva Melo co­‑produção­Artistas­Unidos,­São­Luiz­Teatro­Municipal­

TeCA ·· 28-31 Out ·· Estreia absoluta

BelonGinG de Peter Cannencenação Naomi Cooke, Steve Johnstoneco­‑produção­Teatro­Regional­da­Serra­do­Montemuro,­Foursight­Theatre­

O Mezzanine no TNSJ / MSBV ·· 11 Nov

Jetzt·Bist·Du·DrAn direcção artística Georg Blaschkeco­‑produção­Odeon­Theater,­M.A.P.­Vienna,­Georg­Blaschke­&­Elisabeth­Drucker­organização­Obra­Madrasta

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O Mezzanine no TNSJ / MSBV ·· 13 Nov

Culture·& ADministrAtioncriação Antonija Livingstone & Jennifer Laceyprodução­Megagloss­·­organização­Obra­Madrasta

TeCA ·· 12-21 Nov ·· Estreia

t3+1Canto do Cisne, Os Malefícios do Tabacode Anton Tchékhovencenação José Eduardo Silva, Luís Araújo, Victor Hugo Pontesco­‑produção­Ao­Cabo­Teatro,­TNSJ

TNSJ ·· 18-28 Nov ·· Estreia absoluta

somBrAscriação de Ricardo Paisprodução­TNSJ­em­co­‑produção­com­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­Viriato,­­São­Luiz­Teatro­Municipal

MSBV ·· 26+27 Nov

oDisseiA: o·ColÓquiocoordenação José Luís Ferreiraorganização­TNSJ­·­colaboração­Centro­Cultural­Vila­Flor,­­Theatro­Circo,­Teatro­de­Vila­Real,­União­dos­Teatros­da­Europa­

TeCA ·· 2-4 Dez

DesmontAGem·6.1direcção artística Carla Veloso, Igor Gandra co­‑produção­Teatro­de­Ferro,­Qualificar­para­­Incluir­–­Associação­de­Solidariedade­Social

TNSJ ·· 10 Dez

GustAviAcriação Mathilde Monnier, La Ribotco­‑produção­Festival­Montpellier­Danse­08,­Centre­Pompidou­–­Les­Spectacles­Vivants­/­Festival­d’Automne­/­Théâtre­de­la­Ville,­Centre­de­Développement­Chorégraphique­de­Toulouse/Midi­‑Pyrénées,­Culturgest,­La­Comédie­de­Genève,­Mercat­de­les­Flors,­La­Ribot,­Centre­Chorégraphique­National­de­Montpellier­Languedoc‑‑Roussillon

TeCA ·· 11+12 Dez ·· Estreia absoluta

still·FrAnk Concerto encenadoencenação Ana Luenaprodução­Teatro­Bruto

TNSJ ·· 16-18 Dez

pAisAGens… onDe·o·neGro·é·Corcoreografia e direcção Paulo Ribeiroco­‑produção­Companhia­Paulo­Ribeiro,­Teatro­Viriato,­Centro­Cultural­de­Belém,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­Micaelense,­Teatro­‑Cine­de­Torres­Vedras,­Teatro­Académico­de­Gil­Vicente,­Teatro­Virgínia,­Teatro­Aveirense,­TNSJ

ForA de portAs

pAisAGens… onDe·o·neGro·é·CorTeatro Viriato (Viseu) ·· 17+18 Set Centro Cultural de Belém (Lisboa) ·· 24-26 Set Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 9 Out Teatro Micaelense (Ponta Delgada) ·· 4 Dezcoreografia­e­direcção­Paulo­Ribeiro­co‑produção­Companhia­Paulo­Ribeiro,­Teatro­Viriato,­Centro­Cultural­de­Belém,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­Micaelense,­Teatro‑Cine­de­Torres­Vedras,­Teatro­Académico­de­Gil­Vicente,­­Teatro­Virgínia,­Teatro­Aveirense,­TNSJ

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so·soloTeatro Aveirense (Aveiro) ·· 24 Setdirecção­e­interpretação­Clara­Andermatt­co‑produção­ACCCA,­Culturgest,­TNSJ

As·láGrimAs De·sAlADinoTEMPO – Teatro Municipal de Portimão ·· 25 Setcoreografia­Rui­Horta­co­‑produção­Centro­Cultural­de­Belém,­O­Espaço­do­Tempo,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­de­la­Laboral,­TNSJ

tAlk·showTEMPO – Teatro Municipal de Portimão ·· 2 OutThe Place (Londres) ·· 6+7 OutCine-Teatro Curvo Semedo (Montemor-o--Novo) ·· 16 Outcoreografia­Rui­Horta­­co­‑produção­O­Espaço­do­Tempo,­Centro­Cultural­de­Belém,­Teatro­de­la­Laboral,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­TEMPO­–­Teatro­Municipal­de­Portimão,­TNSJ

mAiorCACentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 8 OutTeatro José Lúcio da Silva (Leiria) ·· 13 NovCine-Teatro Avenida (Castelo Branco) ·· 19 Novcoreografia­Paulo­Ribeiro­co­‑produção­Companhia­Paulo­Ribeiro,­Centro­Cultural­Olga­Cadaval,­São­Luiz­Teatro­Municipal,­Teatro­Viriato,­TNSJ

mAnsArDATeatro Municipal da Guarda ·· 9 OutTeatro Virgínia (Torres Novas) ·· 30 OutCentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 27 Novdirecção­artística­André­Braga,­Cláudia­Figueiredo­co­‑produção­Circolando,­Próspero­–­Projecto­Plurianual­­de­Cooperação­Cultural,­Centro­Cultural­de­Belém,­TNSJ­

A·GAivotA Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 16 OutTeatro Municipal da Guarda ·· 22 OutTeatro Maria Matos (Lisboa) ·· 28-31 OutTeatro Aveirense (Aveiro) ·· 6 Novde­Anton­Tchékhov­encenação­Nuno­Cardoso­co­‑produção­Ao­Cabo­Teatro,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­­Teatro­Aveirense,­Teatro­Maria­Matos,­TNSJ­colaboração­As­Boas­Raparigas…

loCAl·GeoGrAphiCCine-Teatro Curvo Semedo (Montemor-o-Novo) ·· 14+15 OutCentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 23 Outcoreografia­e­interpretação­Rui­Horta­co­‑produção­CCB,­O­Espaço­do­Tempo,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­de­la­Laboral,­TNSJ

somBrAsCentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 4 Dezcriação­de­Ricardo­Pais­produção­TNSJ­em­co­‑produção­com­Centro­Cultural­Vila­Flor,­­Teatro­Viriato,­São­Luiz­Teatro­Municipal

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Compreende ‑se facilmente que no tempo de Tchékhov o grande público e os críticos – esses sacerdotes do grande público – se tenham sobre‑tudo irritado e desconcertado. Em A Gaivota, não existe uma linha de conflito precisa, mas várias linhas vagas e um conflito insignificante: quem poderia, com efeito, esperar que uma situação conflitual interes‑sante se desenvolvesse a partir de uma discussão entre um filho apto a enfurecer ‑se, mas terno, e uma mãe apta a enfurecer ‑se, mas igualmente terna, arrependendo ‑se cada um deles das suas palavras precipitadas? O encontro de Nina com Trigórin também não se presta a subenten‑didos particulares, e os idílios das outras personagens são becos sem saída. O facto de o primeiro acto

terminar num impasse era sentido como um insulto por um público ávido de uma boa altercação. Embora Tchékhov fosse ainda escravo de tradições que desprezava, o que ao crítico mediano parecia inépcia e falta de jeito é, na verdade, a semente de onde um dia brotarão verda‑deiras obras ‑primas de arte dramá‑tica. Em compensação, ele foi capaz de mostrar como escapar da prisão da causalidade determinista, da relação entre causa e efeito, e de derrubar as barreiras por detrás das quais a arte dramática se mantinha prisioneira. •Vladimir NabokovExcerto de “La Mouette”. In Littératures II: Gogol,

Tourguéniev, Dostoïevski, Tolstoï, Tchekhov, Gorki.

Paris: Fayard, cop. 1985. p. 396 ‑397.

A­estreia­foi­um­fiasco,­em­São­Petersburgo,­corria­o­ano­de­1896.­Reza­a­história­que­Anton Tchékhov­abandonou­o­teatro­jurando­a­si­mesmo­não­voltar­a­escrever­para­o­palco.­No­final­da­temporada,­a­peça­era­já­um­êxito­e­acabaria­por­se­tornar­o­emblema­do­Teatro­de­Arte­de­Moscovo­de­Stanislavski­e­companhia.­Que­assim­tenha­acontecido­não­deverá­surpreender,­pois­que­é­a­contradição­–­entre­sucesso­e­fracasso,­como­entre­sonho­e­realidade­ou­entre­as­conven‑ções­e­as­“novas­formas”­–­que­atravessa­A Gaivota,­peça­com­que­o­TNSJ­abre­a­temporada­2010/2011.­Rodeado­pelos­seus­mais­regulares­colaboradores,­Nuno Cardoso­acerca­‑se­deste­teatro­que­fala­de­si­próprio­e­ama­a­vida­toda,­acres‑centando­à­sua­galeria­de­belos vencidos­as­personagens­de­Tréplev,­Arkádina,­Nina­e­Trigórin­–­criaturas­que­persistem­em­colocar­a­fasquia­da­existência­muito­acima­da­sua­capaci‑dade­de­impulsão,­gente­irresistivelmente­votada­ao­fracasso,­ou­a­descobrir­a­insuficiência­de­todo­o­êxito.­É­o­regresso­de­Nuno­Cardoso­ao­universo­do­dramaturgo­russo,­depois­de­nos­ter­surpreendido­com­Platónov,­produção­do­TNSJ­consi‑derada­pelo­jornal­Público­como­o­melhor­espectáculo­teatral­de­2008,­também­merecedora­de­uma­Menção­Especial­da­Associação­Portuguesa­de­Críticos­de­Teatro.­“Subimos­o­pano­às­nove­e­meia­em­ponto,­quando­nasce­a­lua.”­•

e s t r e i a————————————de Anton Tchékhovtradução António Pescada————————————encenação Nuno Cardosocenografia F. Ribeirofigurinos Storytailorsdesenho de luz José Álvaro Correiasonoplastia Luís Alyvoz e elocução João Henriquesassistência de encenação Victor Hugo Pontes————————————interpretação Cristina Carvalhal João Castro João Pedro Vaz Jorge Mota José Eduardo Silva Lígia Roque Luís Araújo Maria do Céu Ribeiro Micaela Cardoso Paulo Freixinho————————————co ‑produção Ao Cabo Teatro Centro Cultural Vila Flor Teatro Aveirense Teatro Maria Matos TNSJcolaboração As Boas Raparigas…

TeatroNacional São João

15 Set3 Out 2010

qua‑sáb 21:30 dom 16:00M/12 anos

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No silêncio, ficam naturalmente as palavras, os textos, os sons, as músicas e as formas mais animadas e expandidas que, com idêntica determi‑nação, acompanharam essas experiências. E, porém, por vezes, dir ‑se ‑ia que estão lá, as palavras e os sons, os gestos e os movimentos, prontos a eclodir, estabelecido o contacto entre o instante roubado ao efémero e a já diversa, mas não menos complexa, expressão em que, por intervenção do fotógrafo, o que era passageiro deixou rasto. •Paulo Eduardo CarvalhoExcerto de “João Tuna 90 ‑04: Ficções fotográficas”.

Sinais de Cena. N.º 1 (Jun. 2004). p. 38.

“Sou­forasteiro,­tourist,­transeunte.­É­claro:­é­isso­que­sou.­Até­em­mim,­meu­Deus,­até­em­mim.”­–­diz­o­Álvaro­de­Campos­de­Turismo Infinito,­última­produção­do­TNSJ­a­visitar­um­palco­europeu­(Madrid,­Teatro­Español,­Junho­de­2010).­Originalmente­pensada­para­o­programa­Deslocações­Criativas,­recentemente­promovido­pelo­Instituto­de­Literatura­Comparada­Margarida­Losa,­a­exposição­Cenas Deslocadas – Fotografias em Viagem­resgata­do­babé‑lico­arquivo­de­João Tuna­imagens­de­espectáculos­que­o­Teatro­Nacional­São­João­produziu­e­apresentou­em­grandes­palcos­internacionais­(do­mítico­Teatro­Argentina­de­Roma­ao­monumental­SESC­de­São­Paulo),­bem­como­fotografias­de­espectáculos­estrangeiros­que­marcaram­a­história­deste­Nacional­ancorado­a­sul­da­Praça­da­Batalha.­A­exposição­de­João­Tuna­–­fotógrafo­e­realizador­que­agora­completa­20­anos­de­trabalho­na­área­da­fotografia­de­cena­–­faz­‑se­assim­sob­o­signo­da­viagem,­celebrando­também­essa­outra­forma­de­deslocação­que­é­a­passagem­do­texto­à­cena,­a­trajectó‑ria­sempre­nova­que­vai­do­papel­ao­corpo­do­intérprete.­•

TeatroNacional São João

15 Set24 Out 2010

e x p o s i ç ã o————————————fotografias de João Tuna————————————produção TNSJ————————————Salão Nobre

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Zervos, dos Cahiers d’Art, pôs ‑me em contacto com Georges ‑Henri Rivière, que por sua vez me apresentou aos Noailles, que conhecia bem e que tinham “adorado” Un Chien Andalou. Comecei por responder, como ficava bem, que não esperava nada dos aristocratas. “Está enganado, disseram ‑me Zervos e Rivière, são pessoas fantásticas e deve absolu‑tamente conhecê ‑las.” Finalmente, aceitei ir jantar a casa delas na compa‑nhia de Georges e Nora Auric. O palacete dos Noailles, na Place des États ‑Unis, era esplêndido e continha uma colecção de obras de arte quase inconcebível. Depois de jantar, junto à lareira, Charles de Noailles disse ‑me:— Propomos que realize um filme de cerca de vinte minutos. Total liber‑dade. Uma só condição: temos um

compromisso com Stravinski e ele fará a música.— Lamento imenso, respondi, mas como podem imaginar que eu possa colaborar com um senhor que se põe de joelhos e dá murros no peito?Era de facto o que se dizia de Stravinski.Charles de Noailles teve uma reacção que eu não esperava e que me deu o primeiro motivo para o ter em boa estima.— Tem razão, disse ‑me ele sem levantar a voz. Stravinski e o senhor são incompatíveis. Escolha então o músico que quiser e faça o seu filme. •Luis BuñuelExcerto de O Meu Último Suspiro. Lisboa: Fenda,

cop. 2006. p. 141.

Há­um­final­apoteótico,­com­os­fantasmas­de­32­mecenas­a­invadir­a­cena,­entre­eles­Peggy­Guggenheim,­Calouste­Gulbenkian,­Catarina­da­Rússia,­e­mais­um,­o­conde­Charles­de­Noailles,­que­no­Natal­de­1929­deu­carta­branca­a­Luis­Buñuel­para­realizar­L’Âge d’Or,­filme­‑escândalo­que­agitou­a­sociedade­parisiense­de­então.­Livremente­inspirada­em­­O Meu Último Suspiro,­livro­de­memórias­do­realizador­espa‑nhol,­e­nas­botinas­do­seu­Diário de uma Criada de Quarto,­esta­“pequena­paródia”­de­Jorge Silva Melo­foi­um­dos­“divertimentos”­lidos­em­2007­em­Mecenas, Mecenas,­evento­onde­se­teatralizaram­as­relações­entre­mecenas­e­artistas,­casais­eternamente­condenados­à­suspeição­e­ao­amor.­Numa­noite­do­Inverno­de­1975,­uma­criada­anuncia­a­visita­de­Buñuel­ao­palacete­de­Hyères,­onde­ainda­vive­o­conde­de­Noailles,­oportunidade­para­rememorar­os­loucos­anos­20­e­o­seu­perfume­de­libertinagem­sexual­e­artística.­Mas­as­jóias­de­família­já­se­foram,­as­lâmpadas­do­lustre­fundiram‑‑se,­a­gripe­surrealista­deu­lugar­ao­colesterol.­Para­que­serve­a­arte,­e­o­dinheiro?­A­resposta,­provocatória,­surge­numa­cantiga/apêndice­desta­Fala da criada dos Noailles…:­“A­arte­não­serve­para­nada.­Só­para­gastar­dinheiro”.­•

Teatro Carlos Alberto

16-19Set2010

autoria e encenação Jorge Silva Melo————————————cenografia e figurinos Rita Lopes Alvesdesenho de luz Pedro Domingos————————————interpretação Elsa Galvão Vânia RodriguesPedro LamasPedro MendesJessica AnneJoão DelgadoMiguel AguiarRicardo Batista e alunos do 2.º ano do Curso de Teatro da ESMAE————————————co ‑produção Artistas Unidos Culturgest Festival de Almada————————————estreia [16Jul2010] Culturgest (Lisboa)

qui‑sáb 21:30 dom 16:00dur. aprox. [1:00]M/16 anos

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Imaginemos uma pequena praça ao entardecer. Uma trupe de saltim‑bancos chega e instala ‑se. São român‑ticos os nómadas, não são? Repara como parecem livres e felizes. Os miúdos, à solta, correm de um lado para o outro. Os adultos, meio aciga‑nados, continuam a tirar coisas das carrinhas e cantam enquanto o fazem. Brecht rap e techno Weill. Alguns sabem fazer habilidades bem giras – enfim, as tradicionais melho‑radas. Fartam ‑se de bulir, têm bichos‑‑carpinteiros e, no entanto, movem‑‑se num tempo fora do carril de Saturno. Esse seu tempo outro – o de um mundo ambulante, de um mundo gema dentro de um ovo de Colombo, de um mundo em trânsito – servirá de molde e máscara ao nosso

espectáculo. […] Procuraremos relações entre a palavra dita e a cantada. Entre a canção e a dança ou o movimento. Exploraremos lógicas de criação e construção que reflictam a tensão entre (um)a disci‑plina, um desejo de transdisciplina‑ridade. A Ópera dos Cinco € aka Trans­­gueto ­express tenta tirar da gaiola dos especialistas e das especialidades alguns temores, inquietudes e fecha‑mentos que nos tocam a todos, privi‑legiando a dissonância, mas procu‑rando acertos de cadência e de palavra que façam do tempo especta‑cular um laboratório de outras formas de estar com. •Regina Guimarães

A Ópera de Três Vinténs­de­Brecht/Weill­é­vítima­de­uma­conversão­cambial­e­uma­gralha­tipográfica­altera­o­sentido­do­título­de­uma­canção­dos­Kraftwerk­(“Trans­Europe­Express”).­Ópera dos Cinco € aka Trans ‑gueto ‑express­diverte­‑se­a­traficar­influências,­mas­o­humor­e­a­contun‑dência­não­pagam­direitos­de­autor.­Também­é­um­objecto­mestiço­e­dissonante.­Durante­duas­noites,­o­Mosteiro­de­São­Bento­da­Vitória­confunde­‑se­com­uma­praça­multi‑usos­(salão­de­baile,­feira­da­ladra,­posto­fronteiriço,­campo­de­refugiados),­frequentada­por­criaturas­migrantes­que­ensaiam­formas­possíveis­de­encontro:­a­caminho­ou­no­caminho­uma­das­outras,­servem­‑se­de­um­conjunto­diverso­de­linguagens­(teatro,­música,­dança,­marionetas,­circo)­para­nos­falarem­de­um­mundo­em­transe,­substantivo­que­tanto­está­para­êxtase­como­para­crise.­Esta­Ópera dos Cinco €­está­zangada­com­a­Europa­que­temos­–­uma­fortaleza­videovigilada,­humanismo­retórico,­ordem­policial.­Mas­não­desesperemos:­algumas­canções­ainda­ferem­e­redimem.­Para­os­que­consideram­que­a­Europa­continua­a­ser­viável,­há­que­continuar­a­fazer­óperas­low cost.­•

Mosteiro São Bento da Vitória

17+24Set2010

texto, dramaturgia e canções Regina Guimarães————————————encenação e cenografia Igor Gandramarionetas Júlio Alvesfigurinos Diana Regalmovimento Carla Veloso————————————interpretação António OliveiraIgor GandraJosé Pedro FerrazJulieta RodriguesRodrigo MalvarRosário Costa participação especial Carlota, Matilde————————————co ‑produção Teatro de Ferro, Teatro do Frio, Radar 360, Festival Escrita na Paisagem, FIMP – Festival Internacional de Marionetas do Porto, TNSJ————————————estreia [7Jul2010] Festival Escrita na Paisagem (Évora)————————————Espectáculo apresentado no âmbito do FIMP – Festival Internacional de Marionetas do Porto

sex 21:30dur. aprox. [1:00]M/12 anos

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Mosteiro São Bento da Vitória

18 Set29 Out2010

e x p o s i ç ã o————————————pinturas de Sara Maia ————————————a partir de O Diálogo no Pântano, de Marguerite Yourcenartradução Alexandra Moreira da Silvainstalação sonora Francisco Leal————————————produção TNSJ————————————Exposição integrada na programação do FIMP – Festival Internacional de Marionetas do Porto

O que eu me esforçava por mostrar nesta pequena peça não era tanto a impermanência das coisas humanas, como acontece no Nô, mas sim a sua incerteza. Sob este ponto de vista, este exercício dramático inaugura um filão que persiste, em segundo plano, noutros livros meus. Quer se trate de incerteza acerca da identi‑dade da pessoa, de uma mudança de nome, de um disfarce ou de uma névoa de opinião que nos esconde o verdadeiro aspecto de um ser, os seus sentimentos, ou a sua posição relati‑vamente a nós, tentei incessante‑mente mostrar que tudo é diferente

daquilo que pensamos, verdade banal, que ninguém contesta, mas de que ninguém se apercebe, e que nos transforma assim que nos deixamos penetrar por ela. •Marguerite YourcenarExcerto de “Note sur Le Dialogue dans le

Marécage”. In Théâtre I. [Paris]: Gallimard,

D.l. 1999. p. 177 .

Pequena­peça­escrita­por­Marguerite Yourcenar­aos­27­anos,­O Diálogo no Pântano inspira­‑se­numa­lenda­italiana­da­Idade­Média.­Nela,­uma­nobre­de­Siena­é­enclausurada­pelo­marido­ciumento­num­castelo­cercado­por­um­pântano­e­aí­abandonada­à­sua­sorte.­A­jovem­Yourcenar­retomou­o­tema­para­escavar­a­psicologia­das­duas­principais­personagens,­mostrando­‑nos­o­marido,­doze­anos­mais­tarde,­em­busca­do­castelo­de­cuja­exacta­localização­não­é­mais­capaz­de­lembrar.­Encontrará­uma­mulher,­mas­a­incerteza­quanto­à­sua­identidade­e­à­sua­verdadeira­natureza­(é­uma­ilusão,­­um­espectro?)­–­tema­que,­afinal,­atravessará­a­obra­futura­­da­romancista­–­coloca­‑nos­num­território­movediço,­em­­que­realidade­e­sonho,­razão­e­loucura­se­permeiam­­mutuamente.­A­convite­de­Nuno­Carinhas,­a­artista­plás‑tica­Sara Maia­encena­o­texto­de­Yourcenar­em­sete­peças­de­grande­formato,­numa­exposição­–­Role‑Playing­–­que­ocupará­essa­espécie­de­castelo­rodeado­de­pântanos­que­é­o­Mosteiro­de­São­Bento­da­Vitória.­No­enredo­e­na­natu‑reza­das­personagens,­Sara­Maia­encontrou­matéria­‑prima­para­prosseguir­a­sua­“série­de­pequenos­teatros”­(como­lhe­chamou­a­poetisa­Ana­Marques­Gastão),­onde­o­sarcasmo­convive­com­a­ambiguidade,­a­fantasia­com­a­crueldade,­e­o­grotesco­com­o­enigmático.­•

seg‑sex 14:00 ‑20:00

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MosteiroSão Bentoda Vitória

21 Set14 Dez 2010

coordenação Daniel PintoNuno M CardosoPaula Braga————————————iniciativa Novo Grémio do PortoTNSJ

Da intimidade quase clandestina de uma casa particular para a sala do Centro de Documentação do TNSJ, o informalíssimo comité de leitura idealizado pelo actor Daniel Pinto e o seu Novo Grémio do Porto dá mais um passo no processo de consoli‑dação e expansão em curso. Com estas Leituras no Mosteiro acres‑centamos território a um desígnio que sempre foi o nosso: o de ler e dar a ler textos, clássicos e contempo‑râneos, da dramaturgia universal. Entre finais de Setembro e meados de Dezembro, as noites de terça ‑feira são dedicadas às viagens pela leitura, sem destinos marcados, apenas para viver a aventura de dizer e discutir

palavras em voz alta, muito provavel‑mente o modo mais capaz de devolver aos textos o silêncio em que foram feitos. Nos intervalos do silêncio vai emergindo uma comunidade para todos – profissionais, amadores, curiosos –, em regime de absoluto voluntariado. “A leitura é uma forma de felicidade”, escreveu um dia Jorge Luis Borges. “E nenhuma felicidade pode ser obrigatória”, acrescentou. •

Centro de Documentação do TNSJ

Mosteiro de São Bento da Vitória

Rua de São Bento da Vitória · 4050 ‑543 Porto

T 22 339 50 56 · F 22 339 50 69 · [email protected]

Horário: seg‑sex 14:30 ‑18:00

ter 21:00

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MosteiroSão Bentoda Vitória

1 Out 2010

d i a m u n d i a l d a m ú s i c a ————————————de György Ligeti ————————————apoio musical Mário Teixeirainstalação Nuno Carinhasfiguração alunos do 2.º ano do Curso de Teatro da ESMAE————————————produção TNSJcolaboração Casa da MúsicaESMAE

Indiferentes a certificados de origem geográfica e disciplinar, o teatro e a música trocam de casa para se celebrarem. A Casa da Música comemora o Dia Mundial da Música no Teatro Nacional São João e a Casa da Música retribuirá o gesto a 27 de Março de 2011, assinalando o Dia Mundial do Teatro dentro de portas. Iniciamos este regime de condomínios abertos com Poema Sinfónico para 100 Metrónomos, provocatória insta‑lação sonora e cenográfica (ou happe­ning musical, ou…) assinada por György Ligeti (1923 ‑2006), compo‑sitor que acrescentou outros sons ao universo da música contemporânea, a partir de um diálogo indisciplinado

com os movimentos de vanguarda e a tradição. Nesta peça, concebida em 1962 (período em que ensaiou uma aproximação aos pressupostos políticos e estéticos do grupo Fluxus), Ligeti explora um conceito que nunca deixou de o fascinar: a combinação de várias linhas musicais a ritmos e andamentos distintos. Em cada grupo de dez, os metrónomos são regulados a diferentes velocidades. O resultado começa por ser caótico, próximo de uma sinfonia polirrítmica, mas do seu abrandamento gradual, provocado pela perda de energia, vão emergindo padrões rítmicos regulares, até restar apenas o tiquetaque de um aparelho. O resto, como no teatro, é silêncio. •

sex 19:00+21:00+22:00

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TeatroNacional São João

4Out 2010

realização Jorge Campos ————————————produção Serviços de Vídeo do Instituto Politécnico do Porto, com a colaboração de professores e alunos do Departamento de Artes e Imagem da ESMAE————————————organização Instituto Politécnico do Porto Governo Civil do Porto TNSJ

A declaração ecoa a vontade testa‑mentária de D. Pedro IV, que doou o coração à cidade do Porto, depositado na Igreja da Lapa, como expressão de gratidão pelo seu envolvimento nas lutas liberais de 1832 ‑1833. O documentário que o TNSJ exibe na véspera do 5 de Outubro, expoente das comemorações dos 100 anos da República, celebra, todavia, uma outra personagem histórica: Humberto Delgado (1906 ‑1965), figura a que a história do século XX português acabaria por outorgar o título “o general sem medo”. Realizado por Jorge Campos, O Meu Coração Ficará no Porto centra ‑se na visita que Humberto Delgado

fez ao Porto no dia 14 de Maio de 1958 e na inesperada recepção que o aguardava na cidade durante a campanha presidencial, episódio que redundou numa das maiores manifes‑tações anti ‑salazaristas da história do Estado Novo. Criado a partir da comemoração, em 2008, dos 50 anos da visita de Humberto Delgado, o documentário de Jorge Campos é fruto de longas horas de gravação e pesquisa, integrando testemunhos de pessoas que viveram esse aconteci‑mento, bem como imagens de arquivo da RTP, do Arquivo Distrital do Porto e de particulares. •

seg 21:30dur. [52’]M/6 anos

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TeatroNacional São João

7-9Out 2010

a partir de Livro do Desassossego, de Bernardo Soares————————————argumento e realização João Botelhomúsica Caetano Veloso, Carminho, Lula Pena, Ricardo Ribeiro e Ópera Marcha Fúnebre para o Rei Luís Segundo da Baviera, de Eurico Carrapatoso (interpretação Angélica Neto, Elsa Cortez)fotografia João Ribeirosom Francisco Velosodirecção artística Sílvia Grabowskimontagem João Braz————————————interpretação Cláudio da Silva, Alexandra Lencastre, Ana Moreira, André Gomes, António Pedro Cerdeira, Carlos Costa, Catarina Wallenstein, Dinis Gomes, Filipe Vargas, José Eduardo, Luísa Cruz, Manuel João Vieira, Marcello Urgeghe, Margarida Vila ‑Nova, Miguel Guilherme, Miguel Moreira, Mónica Calle, Paulo Filipe, Pedro Lamares, Ricardo Aibéo, Rita Blanco, Rui Morisson, Sofia Leite, Suzana Borges————————————produção Ar de Filmescolaboração TNSJapoio Porto Lazer (Câmara Municipal do Porto)

“Toda a gente dizia: é impossível.” João Botelho ignorou o bom ‑senso e filmou fragmentos desse livro ‑caos ou livro ‑sonho ou anti ‑livro que é o Livro do Desassossego de Bernardo Soares. Quase trinta anos depois do seu primeiro filme – Conversa Acabada (1981) –, construído a partir de poemas e da correspondência de Fernando Pessoa e Mário de Sá ‑Carneiro, o reali‑zador voltou a imergir no universo de Pessoa, atraído pela índole do guarda ‑livros da Rua dos Douradores, pelos seus apontamentos sobre a luz (“ele diz que se devem iluminar os sapatos das pessoas comuns com a mesma luz que se ilumina a cara dos santos”), o abrandamento e a

aceleração do tempo (coisas próprias do sonho, e do cinema) – e a sensação de que é um texto para ler em voz alta. “Quero que se oiçam as palavras todas, todas.” Filme do Desassossego congrega um impressivo elenco (não apenas em termos quantitativos) e arrisca integrar uma ópera de Eurico Carrapatoso encenada na floresta, uma festa no Lux, um monólogo num bar de alterne, participações musicais de Lula Pena, Carminho, Caetano Veloso e Ricardo Ribeiro. É o regresso de Bernardo Soares ao palco do TNSJ, que foi já o seu “escritório vasto” em Turismo Infinito (2007), espectáculo de uma escura pureza sobre a constelação Pessoa, assinado por Ricardo Pais. •

qui 21:30 sex 15:00+21:30 sáb 21:30M/6 anos

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O­autor­–­o­londrino­Tom Kempinski­(n.­1938)­–­é­pratica‑mente­desconhecido­entre­nós.­A­peça,­contudo,­celebrizou­o­dramaturgo­no­West­End­e­na­Broadway,­tendo­sido­apre‑sentada­em­46­países­e­merecido­a­atribuição­do­London­Theatre­Critics­Award.­Na­companhia­de­Carlos Pimenta,­encenador­com­quem­o­Ensemble­vem­estreitando­relações­nas­últimas­temporadas,­a­dupla­fundadora­Emília­Silvestre/Jorge­Pinto­interpreta­este­árduo­Dueto para Um,­no­qual­uma­violinista­famosa,­confinada­pela­esclerose­múltipla­a­uma­cadeira­de­rodas,­confronta­a­sua­condição­e­identidade­em­sessões­de­psiquiatria.­À­semelhança­do­que­aconteceu­com­a­produção­anterior­da­companhia­–­Alguém Olhará por Mim,­de­Frank­McGuinness,­que­incidia­sobre­a­experiência­do­cativeiro­de­um­jornalista­irlandês­e­seus­companheiros­no­Líbano­–,­também­Dueto para Um­explora­a­matéria­a­que­tão­desajeitadamente­chamamos­“vida­real”:­a­história­de­Jacqueline­du­Pré,­tida­como­uma­das­mais­inspiradas­intér‑pretes­do­violoncelo­de­sempre,­que,­no­auge­da­carreira,­aos­28­anos,­se­vê­forçada­a­abandonar­os­palcos.­Lidando­com­material­de­pendor­melodramático,­Tom­Kempinski­não­cruza­a­fronteira­de­um­sentimentalismo­condescendente,­propondo­um­braço­‑de­‑ferro­entre­um­psiquiatra­e­uma­paciente­cujos­protestos­–­mais­do­que­as­revelações­–­nos­dão­a­medida­exacta­do­seu­sofrimento.­•

TeatroCarlosAlberto

8-24Out2010

e s t r e i a————————————de Tom Kempinskitradução Constança Carvalho Homem————————————encenaçãoCarlos Pimentacenografia João Mendes Ribeirofigurinos Bernardo Monteirodesenho de luz José Álvaro Correiamúsica Ricardo Pintovídeo Alexandre Azinheira————————————interpretação Emília Silvestre Jorge Pinto————————————produção Ensemble – Sociedade de Actores

Esta é a primeira de um conjunto de peças sobre artistas e sobre o papel da arte na vida das pessoas, de autores mais ou menos desco‑nhecidos, que o Ensemble pretende dar a conhecer ao público. O teatro a conjurar para o palco os músicos, os pintores, os poetas. Estes textos reflectem sobre a criatividade e a inspiração, sobre as dúvidas e a persistência, sobre o envelheci‑mento, sobre os erros, os medos e as paixões… Sobre a vida! Afinal de contas, num mundo onde, ao que parece, o dinheiro é a medida para todas as coisas, porque continuamos a precisar de Pessoa ou de Shakespeare, de Picasso ou de Gershwin? Em Dueto para Um, Stephanie Abrahams não

tem dúvidas: “É que Deus não existe, sabe, Dr. Feldmann, mas eu sei aonde foram buscar essa ideia: foram buscá‑‑la à música. É uma espécie de céu. É não ‑terrena. Eleva ‑o para fora da vida em direcção a outro lugar”. •Ensemble – Sociedade de Actores

qua‑sáb 21:30 dom 16:00M/12 anos

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Thomas Köner lê o Manifesto Futurista quase como se este fosse uma descrição do estado presente do mundo na nossa era pós ‑industrial: uma sociedade que se encontra muito distante do cimo de onde os futuristas lançaram o seu desafio às estrelas. Em combinação com fontes escritas, o vídeo é usado na ópera digital para comunicar uma impressão visual da retrospectiva feita por Marinetti sobre o século XX. O material de arquivo – sequências cinematográficas de 1909 e anos anteriores – é submetido a uma visível desaceleração. A acção de desacelerar, deter, paralisar um momento representa para Thomas Köner a maior das utopias, e tem grande significância para o resto da sua obra. Köner usa estas técnicas de gravação (áudio e visual) para tornar perceptível algo que normalmente não o é – algo que Walter Benjamin descreveu como

o “inconsciente óptico”. A propó‑sito do trabalho de Thomas Köner, bem poderíamos seguir o exemplo de Benjamin e falar do “inconsciente sónico”, uma utopia de desaceleração, em desafio ao culto da “velocidade ubíqua”, o que nos traz de volta às cenas iniciais da ópera. Na abertura, intitulada “Os Portões do Impossível”, é ‑nos dito que “uma colossal batuta futurista marca o compasso do andamento da orquestra: 4 bpm (batimentos por minuto)”. Um ritmo a que, aparentemente, nós, futuristas do presente, teremos de nos acostumar no futuro. •Inke ArnsMontagem de excertos de “Back From the Future”.

In The Futurist Manifesto [Dossier de Imprensa].

Nice: Thomas Köner, 2009.

MosteiroSão Bentoda Vitória

14Out 2010

Cem­anos­depois­de­Marinetti­publicar,­nas­páginas­do­diário­francês­Le Figaro,­o­Manifesto Futurista,­o­alemão­Thomas Köner­(n.­1965)­coloca­‑se­na­pele­do­poeta­italiano.­Com­a­performance­que­abre­a­5.ª­edição­do­Trama­–­Festival­de­Artes­Performativas,­o­artista­multimédia­criou­uma­ópera­digital­que­agita­a­memória­do­movimento­que­marcou­o­início­do­século­XX,­interrogando­o­febril­texto­fundador­de­Marinetti­e­o­tempo­que­decorreu­até­à­nossa­actuali‑dade­pós­‑utópica­e­pós­‑futurista.­“Por­um­lado,­a­memória­filtra­e,­por­outro,­amplia­os­acontecimentos.­Quis­imaginar­como­Marinetti­recordaria­o­que­se­passou­em­1909.”­Misto­de­performance­e­concerto­multimédia­estreado­no­holan‑dês­Impakt­Festival­e­logo­depois­apresentado­em­Paris,­no­âmbito­dos­Rencontres­Internationales­Paris/Berlin/Madrid,­The Futurist Manifesto­envolve­um­piano­electronicamente­“preparado”,­uma­cantora­e­projecções­vídeo­que­ralentizam­imagens­gravadas­na­época.­Köner­assume­o­papel­de­maes‑tro,­gerindo­som­e­imagem,­nesta­ópera­que­ensaia­tanto­um­regresso­ao­futuro­como­um­regresso­do­futuro.­•

e s p e c t á c u l o d e a b e r t u r a d o t r a m a————————————Ópera digital de Thomas Könera partir de Manifesto Futurista, de Filippo Tommaso Marinetti————————————interpretação Carl Faia (piano)Íris Garrelfs (voz)Thomas Köner (imagem e orquestração noise por computador)————————————produção European Media Artists in Residence Exchange————————————organização Trama – Festival de Artes Performativascolaboração TNSJ————————————estreia [14Out2009] Theater Kikker (Utrecht)

qui 21:30dur. aprox. [1:00]M/6 anos

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TeatroNacional São João

20-24Out2010

de José Maria Vieira Mendesa partir de Hedda Gabler, de Henrik Ibsen————————————encenação Jorge Silva Melocenografia e figurinos Rita Lopes Alves desenho de luz Pedro Domingos————————————interpretação Maria João LuísLia GamaAntónio Pedro Cerdeira Marco DelgadoCândido FerreiraRita Brütt ————————————co ‑produção Artistas UnidosSão Luiz Teatro Municipal ————————————estreia [16Set2010] São Luiz Teatro Municipal (Lisboa)

Hedda­é­a­resposta­por­escrito­de­José Maria Vieira Mendes­a­uma­pergunta­de­Jorge Silva Melo:­“Será­possível­voltar­a­Ibsen?”­A­longa­didascália­que­abre­Hedda Gabler­(1890)­de­Henrik­Ibsen­–­atafulhada­de­móveis,­bricabraque,­bom­gosto­burguês­–­é­pulverizada­pelo­dramaturgo­português,­que­começa­a­sua­Hedda­com­ela­a­dizer­‑nos­“Diz”.­E­este­verbo­tão­performativo,­dito­com­uma­urgência­conjugada­no­presente­do­indicativo,­é­todo­um­programa,­e­parte­da­resposta­ao­repto­lançado­pelo­encenador.­Sem­actualiza‑ções,­violentações­ou­cinismos­pós­‑qualquer­‑coisa,­Vieira­Mendes­reescreve­Ibsen­para­nos­devolver­personagens­capazes­de­voltar­a­assombrar­o­nosso­quotidiano­viven‑cial,­como­se­lhes­perguntasse,­perguntando­‑nos:­“Quem­és,­o­que­queres,­o­que­te­traz­aqui­hoje?”­Nem­Gabler­nem­Tesman,­nem­a­filha­do­seu­pai­nem­a­mulher­do­seu­marido­–­Hedda­é­simplesmente­Hedda,­ou­a­tremenda­Maria­João­Luís­no­lugar­dela.­E­a­sua­solidão,­no­caminho­para­o­suicí‑dio,­é­um­assunto­que­nos­toca­a­todos.­•

Ouvi dizer (e suspeita ‑se de erro tipográfico, embora alguns prefiram pensar que foi vontade do escritor) que Moby Dick acabava com o naufrágio e com a morte de Ismael, o narrador. Reza também que, à conta disto, as primeiras recensões à época acusaram o romance de incongru‑ência: Se ele morreu, como pode então contar? O “erro” foi corrigido na segunda edição e o capítulo final – “Só eu escapei para to contar” – retoma a frase bíblica dos sofrimentos de Job. O “erro” que em Hedda se pretende corrigir é, precisamente, essa suposta correcção. Hedda não só morre como escapa para o contar.

Agarrei ‑me pois a um texto que se apoia em paradoxos para exigir utopias, pensar nas ideologias e ir atrás dos fundamentalismos. Olhar para Hedda como uma mulher à

procura de um fundamento, de arma em punho, pronta a defender ou seguir uma ideia até ao fim e a sair vencedora derrotada numa morte contraditória, que funciona como uma coroa de folhas de videira na cabeça de quem perde. Uma mulher determinada a viver uma impossibi‑lidade ou, roubando as palavras ao filósofo alemão Marcus Steinweg, determinada a viver “um sonho com valor de verdade”. E uma mulher que arrasta todos os que vivem em seu redor, questionando ‑os, desequilibrando ‑os, pondo ‑os em causa, como aliás a arte é e deve ser capaz de fazer. •José Maria Vieira MendesExcerto de “Sobre o trabalho: Hedda (Gabler)”.

In Hedda: [Dossier de Imprensa]. Lisboa: Artistas

Unidos, 2010.

qui‑sáb 21:30 dom 16:00dur. aprox. [1:30]M/16 anos

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TeatroCarlos Alberto

28-31 Out 2010

e s t r e i a a b s o lu ta————————————de Peter Cann————————————encenação Naomi CookeSteve Johnstonedirecção musical e banda sonora Mary KeithRicardo Rochacenografia, adereços e figurinos Ana LimpinhoMaria João Castelodesenho de luz Foursight Theatre————————————interpretação Abel DuarteEduardo CorreiaFrances LandLucy TuckPaulo DuarteSamantha Fox ————————————co ‑produção Teatro Regional da Serra do MontemuroFoursight Theatre

Fazem­“teatro­do­mundo­rural,­no­mundo­rural”­e­ao­longo­de­um­percurso­de­20­anos­o­Teatro­Regional­da­Serra­do­Montemuro­acrescentou­“para­o­mundo”,­conferindo­expres‑são­prática­ao­aforismo­“o­universal­é­o­local,­sem­paredes”,­de­Miguel­Torga.­Da­aldeia­de­Campo­Benfeito­para­a­selva­das­cidades,­Belonging­é­um­projecto­que­nasce­uma­vez­mais­dessa­mundividência­itinerante:­criado­e­produzido­com­a­companhia­britânica­Foursight­Theatre­(sedeada­em­Wolverhampton),­estreia­absoluta­no­Teatro­Carlos­Alberto­(naquela­que­é­a­primeira­vez­que­os­destinos­do­regional­do­Montemuro­se­cruzam­com­o­nacional­do­Porto)­e­uma­extensa­lista­de­destinos­nacionais­e­internacionais.­Objecto­bilingue,­musical­e­de­uma­fisicalidade­vibrante,­Belonging­coloca­no­centro­da­história­que­nos­quer­contar­uma­ama,­um­talhante­e­uma­rapariga­que­chega­um­dia­com­um­bebé­e­uma­acusação.­Entre­o­lírico­e­o­grotesco,­estas­persona‑gens­encontram­criaturas­saídas­do­imaginário­das­nossas­lendas,­contos­de­fadas,­mitos­urbanos.­E­juntas­constroem­uma­fábula­sobre­as­alegrias­e­os­desastres­dessa­coisa­a­que­chamamos­identidade.­•

Dezoito anos depois de uma oficina de teatro na aldeia de Campo Benfeito (perto de Castro Daire, no distrito de Viseu), o Teatro Regional da Serra do Montemuro [TRSM] afirma ‑se hoje com um perfil artís‑tico singular em relação à maioria das companhias portuguesas e bem preparado para responder ao mercado de circulação de espec‑táculos. Apesar do desequilíbrio estético de alguns espectáculos, todos parecem ter a honestidade de quem experimenta por curiosidade, e a mais ‑valia de defender, desdobrar, tornar visível a riqueza cultural do folclore serrano português. E mesmo sendo esta a imagem de referência do TRSM, e aquela que a distingue de outros grupos, e a protege, o grupo não se tem mostrado preocu‑pado com influências, tendências ou

etiquetas, preferindo um dinamismo de criação constante.

No início dos anos 1990, os habitantes mais velhos de Campo Benfeito, os pais dos actores, viam o teatro como uma desculpa dos filhos para fugir ao trabalho no campo. Hoje, o grupo conseguiu legitimar a sua actividade como uma saída profis‑sional e, sobretudo, ao definir ‑se como mediador cultural, entre campo e cidade, entre passado e presente, definiu o espaço geográfico e afectivo dos seus espectáculos: a serra, a ruralidade, o teatro como agente comunitário. •Pedro ManuelExcerto de “TRSM: Pão, Amor e Máscaras”.

Obscena: Revista de Artes Performativas.

N.º 9 (Fev. 2008). p. 64.

qui‑sáb 21:30 dom 16:00dur. aprox. [1:15]M/12 anos

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MosteiroSão Bentoda Vitória

11Nov2010

MosteiroSão Bentoda Vitória

13Nov2010

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direcção artística Georg Blaschke————————————reconstrução e ensaios a partir da coreografia original Harmen Trompperformance Petr Ochvatdesenho de luz Peter Thalhamermúsica original Sergei Rachmaninoffmúsica Mika Vainio————————————co ‑produção Odeon Theater M.A.P. ViennaGeorg Blaschke & Elisabeth Drucker (Áustria)————————————estreia [18Out2008] Festival Berührungen (Viena)————————————qui 21:30dur. aprox. [25’]M/12 anos

criação, concepção e interpretação Antonija Livingstone Jennifer Lacey————————————documentação em tempo real Pascaline Knight e convidadoscenografia Antonija Livingstoneescudo de armas Nadia Laurodesenho de luz Alexandre Pilon ‑Guay Antonija Livingstonedesenho de som Mark AshwillKenan TrevienJennifer LaceyAntonija Livingstone————————————produção Megagloss (França) ————————————estreia [9Jul2009] Festival d’Avignon (França)————————————sáb 21:30dur. aprox. [55’]M/12 anos

organização Obra Madrastacolaboração TNSJ ————————————Espectáculos apresentados no âmbito do ciclo Mezzanine

Estrutura­de­produção­e­difusão­de­artes­perfor‑mativas,­a­Obra­Madrasta­promove­no­último­trimestre­deste­ano­uma­ocupação­temporária­da­cidade­do­Porto,­através­de­eventos­reunidos­sob­o­nome­de­código­Mezzanine.­Dos­palcos­à­italiana­aos­espaços­não­convencionais­(roteiro­onde­se­inclui­o­Mosteiro­de­São­Bento­da­Vitória),­e­arriscando­mesmo­incursões­em­território­público,­este­ciclo­propõe­‑se­trabalhar­a­maté‑ria­paisagem­“enquanto­processo­catalizador­de­percepções­e­reflexões­sobre­a­apropriação­e­a­deslocação­do­corpo­no­mundo”.­A­pesquisa­sobre­práticas­de­documentação­na­criação­artís‑tica­contemporânea­atravessa­toda­a­programa‑ção,­adquirindo­mesmo,­no­caso­de­Jetzt bist du dran­–­um­projecto­de­reconstrução­coreográfica­assinado­por­Georg Blaschke­–,­uma­centralidade­incontestável.­Em­1995,­o­coreógrafo­austríaco­Andrei­Jerschik­passou­o­seu­solo­Mensch im Wahn­(estreado­em­1929)­a­Harmen­Tromp.­As­memórias­que­Tromp­reteve­deste­processo,­bem­como­as­indicações­que­Jerschik­transmi‑tiu­a­partir­das­suas­anotações,­constituíram­os­pontos­de­partida­deste­enunciado­performativo­de­Blaschke,­onde­os­conceitos­de­reconstrução­e­documentação,­historicidade­e­contempora‑neidade­se­encontram­em­permanente­tensão.­Já­Culture & Administration­–­objecto­lúdico­e­subversivo,­de­um­charme­bizarro­–­parte­de­uma­citação­de­Theodor­Adorno,­extraída­do­livro­Sobre a Indústria da Cultura,­onde­o­filó‑sofo­alemão­expõe­as­contradições­inerentes­ao­planeamento­e­à­espontaneidade.­As­coreógrafas­Antonija Livingstone­e­Jennifer Lacey­enfren‑tam­o­paradoxo­com­ironia­e­pontos­de­interro‑gação­–­“Quem­planeia?­De­quem­é­a­liberdade­que­está­em­jogo?”­–,­transportando­para­o­palco­a­insólita­história­de­amor­entre­a­Cultura­e­a­Administração.­•

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Teatro Carlos Alberto

12-21Nov2010

e s t r e i a————————————Canto do Cisne e Os Malefícios do Tabaco,de Anton Tchékhovtradução António Pescada————————————encenação José Eduardo SilvaLuís AraújoVictor Hugo Pontes dispositivo cénico Nuno Carinhasdesenho de luz Wilma Moutinho————————————interpretação Nuno Cardoso————————————co ‑produção Ao Cabo TeatroTNSJ

Encenou­primeiro­Platónov­(2008),­peça­inaugural­de­Tchékhov,­objecto­de­sucessivas­reformulações­(e­rejeições)­­pelo­dramaturgo,­para­sempre­inacabada­como­a­catedral­­de­Gaudí.­Na­abertura­da­presente­temporada,­encena­outro­­monumento­dramático:­A Gaivota,­peça­matricial­da­drama‑turgia­tchekhoviana­que­se­tornaria­a­imagem­de­marca­–­­estampada­na­cortina­de­cena­e­na­capa­dos­programas­–­­do­Teatro­de­Arte­de­Moscovo.­Em­T3+1­opera­‑se­uma­súbita­inversão:­Nuno Cardoso­abandona­a­cadeira­do­encena‑dor­e­passa­para­o­palco­para­interpretar­um­par­de­peças­­curtas­de­Tchékhov.­Em­vez­de­edifícios­de­fachada­mais­­ou­menos­imponente,­duas­pequenas­assoalhadas.­Dirigem­­o­actor­‑encenador­três­dos­seus­mais­regulares­colabo‑­radores:­Victor Hugo Pontes,­assistente­de­encenação­de­Nuno­Cardoso­desde­2005,­e­José Eduardo Silva­e­Luís Araújo,­actores­que­integraram­os­elencos­de­Platónov­e­A Gaivota.­Exemplos­de­leveza­e­acuidade­dramática,­estas­peças­breves­são­miniaturas­em­que­Tchékhov­condensou,­­com­precisão­de­ourives,­muito­da­sua­arte­dramática,­e­­com­que­Nuno­Cardoso­e­seus­encenadores­montam­T3+1,­espectáculo­assente­na­noção­de­ensaio­e­na­prática­da­­improvisação.­•

qua‑sáb 21:30 dom 16:00M/12 anos

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Sombras constrói ‑se numa espécie de paisagem cénica insólita, cheia de eventos inesperados e contrastantes. É um espectáculo multidisciplinar, decididamente contra os tiques da “fusão” ou da “world music”. Tem no Fado o seu coração sofrido e no Fandango uma espécie de cavalgada eufórica. Assenta em música original, parte de uma banda sonora de missão unificadora.

Retomamos, num tom mais evocativo do que narrativo, alguns momentos dos grandes textos portugueses que visitámos nestes últimos anos, sublinhando a insis‑tência em alguns temas da chamada mitologia portuguesa, do seu pano de fundo lendário e da relação destes com alguns dos temas mais recor‑rentes no Fado: a passagem inexo‑rável do tempo; o regresso de um Rei

Encoberto; a timidez em enfrentar o nosso próprio retrato ou o vício, a pressa de perdoar, de aplacar; o desejo complacente da separação dos corpos e a intolerância anti ‑espanhola (na Castro, a história de amor, seminal de todas as perdas que o Fado celebra); a ganga lisboeta nos escassos mas vibrantes textos populares de Pessoa; as apoteoses alcoólicas de Álvaro de Campos; a vertigem da culpa e do desejo nos poemas de Pedro Homem de Mello…

Ensombramentos e incandes‑cências da nossa natureza teimosa e periférica a que o olhar do videasta Fabio Iaquone acrescenta uma deste‑mida fantasmização.

Sombras, como o nome indica, exalta todos os jogos de equívoco de que o Teatro nunca parece saciar ‑se. • Ricardo Pais

“A­nossa­alma­é­uma­coisa­concreta”,­lia­‑se­em­1994,­num­cartaz­afixado­nas­ruas­de­Lisboa.­Talvez­o­slogan­de­Fados­–­primeira­incursão­de­Ricardo Pais­no­território­do­Fado­–­devesse­ter­sido­guardado­a­sete­chaves­até­agora,­quando­se­anuncia­a­estreia­absoluta­de­Sombras.­Regresso­do­encenador­ao­TNSJ­após­dois­anos­de­ausência,­o­espec‑táculo­sonda­–­poderíamos­dizer­sonha­–­o­modo de ser português,­indagando­lugares­do­nosso­inconsciente­mítico­e­da­nossa­personalidade­histórica.­“Portugal:­questão­que­tenho­comigo­mesmo”,­segundo­a­fórmula­de­Alexandre­O’Neill.­Tributo­apaixonado­às­mais­belas­palavras­escritas­em­português­e­dadas­a­ouver­por­Ricardo­Pais­no­palco­do­TNSJ­(António­Ferreira,­Garrett,­Pessoa,­Vieira,­entre­outros),­Sombras­faz­‑se­também­do­Fado­e­da­música,­cuja­fatalidade­cénica­nos­foi­dado­descobrir­em­espectáculos­tão­sóbrios­e­exaltantes­como­Raízes Rurais. Paixões Urbanas­(1997)­e­Cabelo Branco é Saudade­(2005).­Com­uma­equipa­de­excepção­–­na­qual­se­contam­Fabio­Iaquone,­Mário­Laginha­e­Paulo­Ribeiro,­só­para­citar­alguns­–,­estas­Sombras­irra‑diam­a­feliz­luminosidade­de­uma­síntese.­Nelas­se­cruzam­a­Fala,­o­Canto­e­a­Dança­(também­o­Vídeo,­no­seu­carácter­simultaneamente­especular­e­íntimo),­artes­e­linguagens­que­Ricardo­Pais­foi­industriosamente­explorando­ao­longo­do­seu­percurso­artístico.­Um­espectáculo­de­variedades,­uma­criação­transdisciplinar,­ou…­um­projecto­ricardopaisiano?­­A­isto­se­dá­também­o­nome­de­Teatro.­•

TeatroNacional São João

18-28Nov2010

e s t r e i a a b s o lu ta————————————criação de Ricardo Pais————————————vídeos Fabio Iaquone Luca Attiliimúsica original e direcção musical Mário Laginhacoreografias Paulo Ribeirocenografia Nuno Lacerda Lopesfigurinos Bernardo Monteirodesenho de luz Rui Simãodesenho de som Francisco Lealvoz e elocução João Henriquesconsultor musical (fados) Diogo Clementeencenação Ricardo Paisassistência de encenação Manuel Tur————————————interpretação Celeste Rodrigues, José Manuel Barreto, Raquel Tavares (fadistas); Emília Silvestre, Pedro Almendra, Pedro Frias (actores); Carla Ribeiro, Francisco Rousseau, Mário Franco (bailarinos); Mário Laginha (piano), Carlos Piçarra Alves (clarinete), Mário Franco (contrabaixo), Miguel Amaral (guitarra portuguesa), André Teixeira (viola); Albano Jerónimo, António Durães, João Reis, entre outros (colaboração especial em vídeo)————————————produção TNSJem co ‑produção com Centro Cultural Vila FlorTeatro ViriatoSão Luiz Teatro Municipal

ter‑sáb 21:30 dom 16:00M/12 anos

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MosteiroSão Bentoda Vitória

26+27 Nov2010

coordenação José Luís Ferreira ————————————organização TNSJ colaboração Centro Cultural Vila Flor Theatro Circo Teatro de Vila Real União dos Teatros da Europa

Pelo­meio­das­profundas­crises­que­vivemos,­económica­e­de­­identidade,­procuramos­nas­origens­literárias­e­mitológicas­­da­nossa­civilização­as­questões­nucleares­com­que­se­deba­tem­sociedades­e­indivíduos­neste­mundo­contemporâneo.­­A­fortaleza­Europa­e­os­paradoxos­da­multiculturalidade,­a­­viagem­enquanto­percurso­iniciático,­a­conquista­pessoal,­a­­tempestade­enquanto­interrupção­ou­divergência­violentas­­de­um­percurso,­o­eco­longínquo­da­guerra,­a­vingança:­são­­estes­os­temas­axiais­desse­texto­matricial­que­é­a­Odisseia,­de­Homero.­Com­a­ajuda­de­especialistas­em­Literatura,­em­­Teatro,­mas­também­em­Sociologia­ou­Política,­investigamos­­este­núcleo­de­ideias­com­o­objectivo­de­inquirir­a­realidade­­do­Mediterrâneo­enquanto­zona­de­fronteira­e­de­passagem,­­a­imigração­e­os­seus­desafios­económicos­e­políticos,­o­multi‑­culturalismo­na­Europa­e­o­desafio­do­diálogo­intercultural,­a­­alteridade­numa­linha­de­tensão­entre­confronto­e­tolerância…Odisseia: o Colóquio­é­uma­iniciativa­conjunta­do­Teatro­Nacional­São­João,­do­Centro­Cultural­Vila­Flor,­do­Theatro­­Circo­de­Braga­e­do­Teatro­de­Vila­Real,­com­o­envolvimento­activo­da­União­dos­Teatros­da­Europa,­em­busca­de­linhas­temáticas­a­desenvolver­num­ambicioso­projecto­em­constru‑ção­que­tenderá­a­envolver­a­comunidade­teatral­da­região­­Norte,­dos­criadores­aos­públicos,­dos­programadores­aos­­mediadores,­num­processo­de­interrogação­e­qualificação­­das­suas­experiências,­à­descoberta­dos­mecanismos­reais­de­­diálogo­entre­a­criação­artística­teatral­e­os­processos­políti‑cos­e­sociais­que­determinam­a­contemporaneidade.­•

sex+sáb 10:30 ‑13:00 14:30 ‑18:00

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Teatro Carlos Alberto

2-4Dez2010

texto Regina Guimarães*————————————direcção artística Carla VelosoIgor Gandra cenografia Igor Gandrasonoplastia Igor GandraJosé Pedro Ferrazdesenho de luz Rui Maia————————————interpretação Jovens da Qualificar para Incluir ————————————co ‑produção Teatro de FerroQualificar para Incluir – Associação de Solidariedade Social————————————* Participação de Saguenail com Arai, Broas, Malau, Melo e Nebur, com um texto redigido no âmbito da Leitura Furiosa

Instalado na fronteira entre a arte e a cidadania, o projecto Desmontagem é a face mais visível de um trabalho continuado que o Teatro de Ferro desenvolve com jovens da associação Qualificar para Incluir, que parti‑cipam, no âmbito de oficinas multidis‑ciplinares, na concepção e construção de objectos performativos. Inaugurado em 2002, com Urbânia, e prosseguido nas várias versões de Desmontagem, tem vindo a afirmar ‑se como espaço de aprendizagem e experimentação, onde as conquistas que extravasam os limites do palco são mais decisivas do que uma qualquer ideia de eficácia dos espec‑táculos apresentados. Estreado em

2009, Desmontagem 6 acrescentava à estrutural preocupação em traba‑lhar as relações do corpo no espaço uma forte componente textual, resul‑tado da colaboração com a drama‑turga Regina Guimarães, que aborda aqui as relações tensas entre pais e filhos. Desmontagem 6.1 retoma essa versão original, adaptando ‑a ao espaço do Teatro Carlos Alberto, num gesto transformador que seguramente excederá a mera actualização. •

qui+sex 21:30 sáb 16:00+21:30dur. aprox. [45’]M/12 anos

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criação e interpretação Mathilde MonnierLa Ribot————————————desenho de luz Éric Wurtzrealização sonora Olivier Renoufcolaboração cénica Annie Tolleterfigurinos Dominique Fabrègue ————————————co ‑produção Festival Montpellier Danse 08, Centre Pompidou – Les Spectacles Vivants/Festival d’Automne/Théâtre de la Ville, Centre de Développement Chorégraphique de Toulouse/Midi ‑Pyrénées, Culturgest, La Comédie de Genève, Mercat de les Flors, La Ribot, Centre Chorégraphique National de Montpellier Languedoc‑‑Roussillon————————————estreia [2Jul2008] Festival Montpellier Danse (França)

TeatroNacional São João

10Dez2010

Gustavia é um diálogo entre duas coreógrafas maduras, sozinhas num palco, frente a frente, duas cabeças diferentes apoiadas num mesmo corpo: andrógino, pernas compridas, cabelos claros. Mais do que um dueto, é um solo para dois corpos. Gustavia também é nome de mulher, mas é sobretudo um nome artístico. La Ribot: “É um clown sexual, uma amazona futurista. Ela evoca todos os fantasmas da mulher livre”. Mathilde Monnier: “É uma mulher contempo‑rânea, paradoxal e contraditória”. Também é uma personagem que nos fala do palco e dos seus códigos,

a esboçar um retrato do artista enquanto figura ridícula, que tropeça, cai e recomeça, sempre a transformar a incompetência em competência, sempre a pedir um pouco da nossa atenção. O burlesco é uma energia indisciplinada, que atravessa todas as artes sem se deixar aprisionar numa forma precisa e estável. Gustavia é um vaudeville burlesco. Duas mulheres trágicas e cómicas caminham de saltos altos num terreno acidentado. Procuram uma espécie de paraíso perdido – a infância e o riso, toca e foge, Bucha e Estica. •

sex 21:30dur. aprox. [1:00]M/12 anos

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Novíssimo­projecto­do­Teatro­Bruto,­Still Frank­é­um­concerto­encenado­que­nos­faz­regressar­ao­Frankenstein,­mas­não­para­nos­devolver­incólume­a­narrativa­de­Mary­Shelley.­Evocando­esse­imaginário­literário,­o­espectáculo­assinado­por­Ana Luena­é­uma­criatura­mutante,­composta­também­por­originais­de­Daniel­Jonas­(poeta­e­dramaturgo­de­uma­requintada­malvadez­estética)­e­de­um­ensemble­de­músicos­cuja­elasticidade­de­composição­vai­do­mini‑malismo­electrónico­ao­rock­alternativo.­O­conflito­edipiano­criador/criatura­está­no­âmago­deste­teatro­aberrante,­que­quer­não­só­excitar­o­terror­que­a­monstruosidade­inspira,­mas­também­desencadear­um­jogo­de­sedução,­fazendo­‑nos­entrever­o­ponto­de­fuga­da­nossa­própria­humanidade.­Com­Still Frank,­o­Teatro­Bruto­retoma­plenamente­a­via­musical­inaugurada­em­2004­pelo­memorável­Boca­–­espectáculo­que­musicava­cartas­de­amor­de­escritores­como­Pessoa,­Kleist,­Kafka­e­Apollinaire­–,­uma­via­que­o­envolvimento­crescente­da­dupla­Sérgio­Martins/Rui­Lima­nas­criações­da­companhia­e­a­participação­de­Peixe­(ex­‑guitarrista­dos­Ornatos­Violeta­e­dos­Pluto)­permitem­agora­renovar.­•

TeatroCarlosAlberto

11+12Dez2010

e s t r e i a a b s o lu ta————————————textos Daniel Jonasencenação Ana Luenamúsica Rui Lima Sérgio MartinsPeixedesenho de luz José Nuno Limavídeo Pedro Azevedo————————————interpretação Pedro MendonçaRui LimaSérgio MartinsPeixe————————————produção Teatro Bruto Maldito criador! Porque fizeste um

ente tão odioso que tu próprio te afastaste enojado? Deus, na sua misericórdia, fez o homem belo e atraente, à sua própria imagem; mas eu sou uma imunda imitação de ti próprio, tornada ainda mais horrível pela sua própria semelhança. • Mary ShelleyExcerto de Frankenstein. Lisboa: Estampa,

1972. p. 109.

A proposta para a criação deste concerto encenado insere ‑se no programa de reflexão da compa‑nhia para o biénio 2009/2010, um programa centrado no eterno conflito interior entre o bem e o mal. Still Frank desenvolve ‑se em torno do conceito de “monstro” – ou figura monstruosa

e contraditória que provoca terror, uma vez que representa uma alteração maldita das regras conhecidas e estabelecidas, e ao mesmo tempo gera fascínio, curiosidade e desejo, pois a advertência sobre os riscos estimula a vontade de visitar a degradação. Pretende ‑se que o dispositivo cénico de Still Frank seja uma máquina viva, produtora de experiências sonoras e cénicas, que entremeia momentos de tensão e horror com momentos de canção melódica. Esta máquina monstro, provocadora e virtuosa, é o veículo artificial criado para aceder a uma dimensão distorcida, como se de uma droga se tratasse. Uma reflexão negra sobre a criação e a relação entre o criador e a criatura. • Teatro Bruto

sáb+dom 21:30M/16 anos

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TeatroNacional São João

16-18Dez2010

coreografia e direcção Paulo Ribeiro————————————co ‑criação e interpretação (Porto) Leonor Keilmúsica Vítor Ruacenografia João Mendes Ribeirodesenho de luz Cristóvão Cunha————————————interpretação Eliana CamposGonçalo LobatoLeonor KeilPeter Michael DietzRita OmarRomulus Neagu————————————co ‑produção Companhia Paulo Ribeiro Teatro ViriatoCentro Cultural de Belém Centro Cultural Vila Flor Teatro MicaelenseTeatro ‑Cine de Torres VedrasTeatro Académico de Gil VicenteTeatro VirgíniaTeatro AveirenseTNSJ————————————estreia [17Set2010] Teatro Viriato (Viseu)

Antes­de­ser­PAISAGENS… onde o negro é cor,­esta­nova­criação­da­Companhia­Paulo­Ribeiro­circulou­em­documentos­de­trabalho­com­o­título­Dedicatórias – 2010,­sinalizando­desde­logo­o­conceito­que­a­animava:­dedi‑car­um­solo­a­cada­uma­das­cidades­que­aderiram­ao­projecto,­partindo­das­suas­marcas­identitárias.­Ao­longo­do­processo­de­trabalho,­o­conceito­foi­evoluindo­do­“retrato­individual”­para­a­“fotografia­de­conjunto”,­isto­porque­as­idiossincrasias­se­esbateram­e­acabou­por­emergir­um­território­comum­a­todas­elas:­a­qualidade­humana­dos­encontros­que­se­foram­fazendo.­As­dedicatórias­mantêm­um­destinatá‑rio­reconhecível,­mas­PAISAGENS…­é­agora­uma­cartografia­dançada­sobre­a­identidade­e­a­geografia­sentimental­de­oito­cidades­portuguesas.­O­resultado­final,­adianta­Paulo Ribeiro,­“respeitará­os­solos­na­íntegra,­mas­também­os­desconstruirá,­abrindo­o­leque­de­composições­coreográficas”.­Leonor­Keil­–­de­quem­já­se­disse­que­era­“muito­provavelmente,­a­melhor­bailarina­do­mundo”­–­é­co­‑criadora­e­intérprete­do­solo­dedicado­ao­Porto.­Seremos­capazes­de­a­merecer?­•

qui‑sáb 21:30dur. aprox. [1:30]M/12 anos

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pAisAGens… onDe·o·neGro·é·Corcoreografia­e­direcção­Paulo­Ribeiro­co­‑produção­Companhia­Paulo­Ribeiro,­Teatro­Viriato,­Centro­Cultural­de­Belém,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­Micaelense,­Teatro­‑Cine­de­Torres­Vedras,­Teatro­Académico­de­Gil­Vicente,­Teatro­Virgínia,­Teatro­Aveirense,­TNSJ

Seis bailarinos interpretam oito solos dedicados a outras tantas cidades portuguesas. Talvez PAISAGENS… onde o negro é cor seja uma espécie de revisitação e súmula de alguns tópicos que atravessam o trabalho de Paulo Ribeiro: a viagem, como sinónimo de mudança ou de possibilidade de recomeço, e a portugalidade, essa questão que o coreógrafo também tem consigo mesmo. Este périplo à volta dos lugares que se dançam arranca no Teatro Viriato, onde mora a Companhia Paulo Ribeiro. De Viseu a Ponta Delgada, da Beira Alta à Ilha de São Miguel, são muitas as escalas para fruir estas PAISAGENS… atravessadas pelo sonho de um turismo infinito.

Teatro Viriato (Viseu) ·· 17+18 Set Centro Cultural de Belém (Lisboa) ·· 24-26 Set Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 9 Out Teatro Micaelense (Ponta Delgada) ·· 4 Dez

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so·solodirecção­e­interpretação­Clara­Andermatt­co‑produção­ACCCA,­Culturgest,­TNSJ

Mais de vinte anos decorridos sobre a sua estreia na dança, Clara Andermatt confronta ‑se pela primeira vez com o exigente género do solo. So Solo é um título equívoco: tanto pode significar “tão só” como “então só”, ou mesmo “tão a solo”. Mas nem o processo criativo decorreu no mais absoluto isola‑mento – a coreógrafa contou com o olhar próximo dos encenadores Robert Castle e Alejandra Orozco – nem o resultado se confina à catarse autobiográ‑fica: “Quis construir esta peça como uma arena de observação das várias solidões do mundo”. Se múlti‑plas são as solidões, múltiplas são também as figuras exploradas ou subliminarmente evocadas – da Joana d’Arc de Bernard Shaw ao gato de Quando Passarem Cinco Anos, de García Lorca.

Teatro Aveirense (Aveiro) ·· 24 Set

As·láGrimAs De·sAlADinocoreografia­Rui­Horta­co­‑produção­Centro­Cultural­de­Belém,­O­Espaço­do­Tempo,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­de­la­Laboral,­TNSJ

Rui Horta roubou o título desta sua criação ao 10.º capítulo de As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf. Quando entrou em Jerusalém no ano de 1187, após 91 anos de sangrenta ocupação pelos combatentes cristãos do Ocidente, Saladino deu ordens aos seus soldados para evitar a pilhagem e o massacre. Quando a religião volta a ser o ponto de todas as discórdias, o coreógrafo parte deste “acto de compaixão” para nos propor uma reflexão sobre o outro, a diferença, a intolerância. Um trabalho sobre a construção da incógnita, esse lugar de perma‑nente tensão, mas de incomensurável poesia.

TEMPO – Teatro Municipal de Portimão ·· 25 Set

tAlk·showcoreografia­Rui­Horta­­co­‑produção­O­Espaço­do­Tempo,­Centro­Cultural­de­Belém,­Teatro­de­la­Laboral,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­TEMPO­–­Teatro­Municipal­de­Portimão,­TNSJ

Talk Show é uma obra para quatro intérpretes e duas colunas de som. Um questionamento sobre o corpo enquanto sistema comunicante e sobre o seu desapa‑recimento ao longo da vida no território maior da sua evidência, o amor. Um homem e uma mulher falam um com o outro à frente de uma plateia. As suas linguagens são simultaneamente a voz e o corpo. O corpo é a nossa única propriedade. Tudo o que realizamos tem a sua medida, tanto no espaço como no tempo. Talk Show é um road movie do corpo. Um exercício de curiosidade e inquietude perante o desconhecido. Quando o corpo se apaga, o que resta?

TEMPO – Teatro Municipal de Portimão ·· 2 OutThe Place (Londres) ·· 6+7 OutCine-Teatro Curvo Semedo (Montemor-o-Novo) ·· 16 Out

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mAiorCAcoreografia­Paulo­Ribeiro­co­‑produção­Companhia­Paulo­Ribeiro,­Centro­Cultural­Olga­Cadaval,­São­Luiz­Teatro­Municipal,­Teatro­Viriato,­TNSJ

Maiorca foi a peça que se seguiu ao díptico Masculine (2007) / Feminine (2008), viagens sexuadas à volta da geografia mental do turista infinito Fernando Pessoa. Desta vez, Paulo Ribeiro partiu ao som dos 24 Prelúdios de Chopin e desse Inverno tenebroso que o músico passou, doente e desamparado, em 1838, em Maiorca, com George Sand. Maiorca surge assim como título, ou como ilha para onde convergem fragmentos de leituras, imagens, filmes, ideias e criações dos intérpretes que acabaram por ecoar como múltiplas vozes que habitam esta coreo‑grafia, que vimos no TNSJ, integrada no ciclo Dancem!09.

Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 8 OutTeatro José Lúcio da Silva (Leiria) ·· 13 NovCine-Teatro Avenida (Castelo Branco) ·· 19 Nov

mAnsArDAdirecção­artística­André­Braga,­Cláudia­Figueiredo­co­‑produção­Circolando,­Próspero­–­Projecto­Plurianual­de­Cooperação­Cultural,­Centro­Cultural­de­Belém,­TNSJ­

Espectáculo que encerra a trilogia dedicada à Poética da Casa, Mansarda prolonga o carácter inclassificável do teatro da Circolando, que tanto se faz de esculturas, instrumentos musicais inverosímeis (inesquecíveis, as máquinas de costura reconvertidas numa orquestra de sanfonas), projecções vídeo, insta‑lações e melopeias, como renuncia ao texto, elemento teatral de eleição. Aprofundando o peculiar método da companhia, baseado na livre associação de ideias e referências, também Mansarda se ergue sobre uma babel de matérias: textos de Gaston Bachelard, desenhos

e instalações de Louise Bourgeois, escritos de Tonino Guerra e Cesare Pavese, imagens de Chagall, fotografias de George Dussaud…

Teatro Municipal da Guarda ·· 9 OutTeatro Virgínia (Torres Novas) ·· 30 OutCentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 27 Nov

A·GAivotA de­Anton­Tchékhov­encenação­Nuno­Cardoso­co­‑produção­Ao­Cabo­Teatro,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­Aveirense,­Teatro­Maria­Matos,­TNSJ­colaboração­As­Boas­Raparigas…

Estreada na abertura da temporada do TNSJ, A Gaivota empreende outros voos. Depois de Platónov (TNSJ, 2008), este é o segundo passo de uma viagem empreendida por Nuno Cardoso aos textos fundamentais de Tchékhov. Por esta vez, a galeria de protagonistas malditos, inseguros, não convencionais, que podemos identificar no trabalho do encenador, enriquece ‑se com Tréplev,

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esse inconformado propositor de “novas formas”. Aproveitando um texto axial da discussão meta‑ teatral, uma espécie de espelho vertiginoso onde o Teatro se serve de si próprio para ensaiar uma reflexão sobre o paralelo entre vida e criação, o encenador rodeia ‑se da sua equipa habitual para continuar a desenvolver um método orgânico de encenação, resultante do entendimento dramatúr‑gico dos textos que se constrói com o corpo.

Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 16 OutTeatro Municipal da Guarda ·· 22 OutTeatro Maria Matos (Lisboa) ·· 28-31 OutTeatro Aveirense (Aveiro) ·· 6 Nov

loCAl·GeoGrAphiCcoreografia­e­interpretação­Rui­Horta­co­‑produção­CCB,­O­Espaço­do­Tempo,­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­de­la­Laboral,­TNSJ

Último capítulo da trilogia iniciada em 2009 com Talk Show e prosseguida, já em 2010, com As Lágrimas de Saladino. Se, nas criações prece‑dentes desta colectânea, Rui Horta explora um “corpo cultura” e um “corpo político”, no solo Local Geographic arrisca abordar um “corpo íntimo”, cartografia pessoal e ferramenta de descoberta do mundo. Razão mais que bastante para regressar ao palco – mais de duas décadas depois – na condição de bailarino.

Cine-Teatro Curvo Semedo (Montemor-o-Novo) ·· 14+15 OutCentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 23 Out

somBrAscriação­de­Ricardo­Pais­produção­TNSJ­em­co­‑produção­com­Centro­Cultural­Vila­Flor,­Teatro­Viriato,­São­Luiz­Teatro­Municipal

Sombras de Ricardo Pais é e não é teatro. Tem o seu coração no Fado e inclui composições originais de

Mário Laginha, mas – ao contrário do que acontecia em Raízes Rurais. Paixões Urbanas (1997) e Cabelo Branco é Saudade (2005) – a lógica dramatúrgica não advém exclusivamente da música. Sombras assenta num apurado guião de textos onde Frei Luís de Sousa e Castro detêm um valor matricial, e que é atravessado pelo gosto das pequenas histórias, a melancolia das variedades, a vigor do fandango, o prazer de jogar com os opostos, o desdobramento dos olhares e a força percussiva da mais alta litera‑tura dramática. Inicia aqui, em Guimarães, uma digressão que levará a mais recente criação de Ricardo Pais a vários palcos do país, mas também a destacados palcos europeus e do Brasil.

Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 4 Dez

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Loja­do­TeatroTentando­contrariar­a­voracidade­do­tempo,­o­TNSJ­tem­apostado­regularmente­no­registo­vídeo­do­seu­trabalho­de­palco,­em­gravações­disponibilizadas­ao­público­nos­formatos­VHS­e­DVD.­De­O Grande Teatro do Mundo­(1997)­a­O Mercador de Veneza­(2009),­foram­muitos­os­exercícios­de­transposição­da­intimidade­física­do­palco­para­um­outro­tipo­de­organização­ficcional.­Depois­de­ter­assegurado­a­reali‑zação­de­As Lições­(com­Fabio­Iaquone,­1998),­D. João­(com­Paulo­Américo,­2005)­e­UBUs­(2005),­o­fotógrafo­e­cineasta­João­Tuna­assina­agora­a­versão­vídeo­de­Todos os que Falam,­espectáculo­encenado­em­2006­por­Nuno­Carinhas,­a­partir­da­compilação­em­cena­de­quatro­“dramatículos”­de­Samuel­Beckett.­Estes­e­outros­títulos­encontram­‑se­disponíveis­na­Loja­do­Teatro,­­instalada­no­foyer­do­TNSJ­e­acessível­também­online,­no­sítio­www.tnsj.pt.­Aqui­poderá­ainda­encontrar­um­vasto­leque­de­artigos,­desde­a­colecção­de­livros­que­temos­vindo­a­publicar­com­a­editora­Húmus­(Os Europeus,­de­Howard­Barker,­e­Woyzeck,­de­Georg­Büchner,­foram­os­mais­recentes)­até­aos­acessórios­e­peças­de­merchandising­produzidos­a­partir­de­telas­promocionais­dos­espectáculos.­

Se é portador do Cartão Amigo TNSJ, usufrui de um desconto de 5% na aquisição de produtos com assinatura TNSJ.

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Oficinas­Criativas­Pais­e/ou­familiares­que­pretendam­assistir­aos­espectáculos­apresen‑tados­no­TNSJ,­TeCA­e­MSBV­poderão­trazer­as­suas­crianças­(idades­compreendidas­entre­os­4­e­os­10­anos),­entregando­‑as­ao­cuidado­da­nossa­equipa.­Nas­salas­de­ensaio­dos­dois­teatros­e­num­dos­espaços­do­Mosteiro,­realizar­‑se­‑ão­um­conjunto­de­actividades­lúdicas­e­peda‑gógicas­inspiradas­no­espectáculo­em­cartaz.­•

Até Dezembro de 2010, as Oficinas Criativas estão disponíveis aos sábados e domingos, em espectáculos a anunciar no nosso sítio na Internet. O serviço funciona mediante marcação efectuada com 48 horas de antecedência, junto do departamento de Relações Públicas (T 22 340 19 56; e ‑mail [email protected]), destinando ‑se a um número limitado de crianças.

Preço: € 5,00 por criança e € 2,50 por irmão.

Jante­no­TeatroA­preceder­a­apresentação­do­espectáculo,­o­TNSJ­propõe­ao­seu­público­um­jantar­no­Salão­Nobre,­espaço­emblemático­do­edifício­de­Marques­da­Silva.­Todas­as­sextas­‑feiras­e­sábados,­poderá­degus‑tar­um­jantar­buffet­composto­por­entradas,­pratos­de­peixe­e­carne,­sobremesa­e­bebida.­Mediante­marcação­efectuada­com­48­horas­de­antecedência­e­levantamento­dos­bilhetes­24­horas­antes­do­início­do­espectáculo.­•

Jantar + espectáculo: € 25,00.

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Teatro Nacional São JoãoPraça da Batalha4000 ‑102 Porto

[email protected]

GeralT +351 22 340 19 00 · F +351 22 208 83 03

Relações InternacionaisT +351 22 339 30 38 · F +351 22 339 30 [email protected] Gabinete de ImprensaT +351 22 339 30 34 · F +351 22 339 30 39 [email protected] Relações PúblicasT +351 22 340 19 56 · F +351 22 208 83 [email protected] Centro de DocumentaçãoT +351 22 339 50 56 · F +351 22 339 50 [email protected]

Teatro Carlos AlbertoRua das Oliveiras, 434050 ‑449 PortoT +351 22 340 19 00 · F +351 22 339 50 69

Mosteiro de São Bento da VitóriaRua de São Bento da Vitória4050 ‑543 PortoT +351 22 340 19 00 · F +351 22 339 30 39

Atendimento e BilheteiraInformações 800 ‑10 ‑8675 (Número grátis a partir de qualquer rede)T +351 22 340 19 10 · F +351 22 208 83 03 [email protected]

Terça ‑feira a sábado14:00‑19:00 (ou até às 22:00, nos dias em que há espectáculos em exibição)Domingo14:00‑17:00

Bilheteira OnlineO público pode agora, de forma simples e rápida, adquirir bilhetes para a totalidade dos espectáculos apresentados no TNSJ, TeCA e Mosteiro de São Bento da Vitória, sem necessitar de recorrer aos serviços de bilheteira. Para tal, basta efectuar a aquisição em www.tnsj.pt e imprimir a versão electrónica dos bilhetes.

Preço dos bilhetes

TNSJPlateia e Tribuna € 16,001.º Balcão e Frisas € 12,00*2.º Balcão e Camarotes 1.ª Ordem € 10,00*3.º Balcão e Camarotes 2.ª Ordem € 7,50*

TeCAPlateia € 15,00Balcão € 10,00

* Frisas e Camarotes só são vendidos a grupos de duas pessoas

Preços especiais nos seguintes eventosThe Futurist Manifesto · Preço único € 10,00 (sujeito aos descontos habituais)Filme do Desassossego · Preço único € 6,00Preço Escolas € 5,00Poema Sinfónico para 100 MetrónomosEntrada gratuitaO Meu Coração Ficará no Porto · Entrada gratuita

Condições especiaisGrupos (entre 10 e 20 pessoas) desconto 30%Grupos (+20 pessoas) desconto 40% Escolas e Grupos de Teatro Amador € 6,00Desconto 50%:• Cartão Jovem• Quinta ‑feira (excepto dia de estreia)Desconto 30%:• Cartão Estudante• Mais de 65 anos • Profissionais de Teatro • Quarta ‑feira (excepto dia de estreia)

INFORMAçõES úTE IS

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ReservasOs bilhetes reservados deverão ser obrigatoriamente levantados num período máximo de cinco dias, após o qual serão automaticamente cancelados. Quaisquer reservas deverão ser efectuadas e levan‑tadas até dois dias antes da data do espectáculo. Os bilhetes comprados pelo telefone, pagos através de cheque, podem ser levantados até à hora do espec‑táculo no posto de atendimento ou enviados para o domicílio (acrescidos do valor dos portes de correio) até uma semana antes da data do espectáculo.

DevoluçõesSe por motivo de força maior a data do espectá‑culo for alterada ou o espectáculo for cancelado, os bilhetes adquiridos serão válidos para a data a combinar com as bilheteiras do TNSJ e TeCA.A importância dos bilhetes será restituída aos espec‑tadores que o exigirem – no prazo de 60 dias a contar da data prevista do espectáculo – apenas nas seguintes situações:a) Se o espectáculo não puder efectuar ‑se no local, data e hora marcados;b) Se houver substituição de artistas principais ou se o espectáculo for interrompido (se a substituição ou a interrupção forem determinadas por motivos de força maior, verificados após o início do espec‑táculo, não haverá lugar à restituição do valor dos ingressos).

Assinaturas TNSJ + TeCA + MSBVInformações 800 ‑10 ‑8675Número grátis a partir de qualquer rede

Cartão Amigo TNSJO Cartão Amigo TNSJ permite aos espectadores do TNSJ, TeCA e Mosteiro de São Bento da Vitória uma série de vantagens, nomeadamente benefícios na aquisição de bilhetes para as diversas actividades, informação privilegiada sobre os espectáculos e convites para ensaios abertos e outras actividades paralelas. A ficha de inscrição pode ser requisitada directamente nas bilheteiras (TNSJ e TeCA) ou junto do departamento de Relações Públicas, através do telefone 22 340 19 56 ou do endereço electrónico [email protected].

ProtocolosAo abrigo de protocolos celebrados entre o TNSJ e um amplo conjunto de entidades, os seus associados, utentes, colaboradores e funcionários beneficiam de condições especiais de acesso aos espectáculos apresentados no TNSJ, TeCA e Mosteiro de São Bento da Vitória. A listagem completa das entidades subscritoras poderá ser consultada em www.tnsj.pt.

Como chegar aos teatrosSTCPTeatro Nacional São JoãoEléctrico 22 · Autocarros 207, 303, 400, 904, 905Teatro Carlos AlbertoEléctricos 18, 22 · Autocarros 200, 201, 207, 300, 302, 304, 305, 501, 601, 602, 703, 904Mosteiro de São Bento da VitóriaEléctricos 18, 22 · Autocarros 200, 207, 300, 301, 305, 501, 507, ZH

Metro do PortoEstações Aliados, Bolhão, Trindade, São Bento

Estacionamento

TNSJEstacionamento gratuitoViaCatarina Shopping(acesso pela Rua Formosa ou Rua Fernandes Tomás)De segunda ‑feira a sábado [20:00 •• 01:00] Domingos e feriados [08:00 •• 01:00]

TeCA + Mosteiro de São Bento da Vitória5 horas de estacionamento – € 1,75Parque Praça de Lisboa, Praça dos Leões e Praça Carlos Alberto(senha adquirida nas bilheteiras)De terça‑feira a sábado (feriados inclusive) [20:00 •• 5:00]

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TEATRO NACIONAL SãO JOãO, E .P.E .

apoios

parceiro media

apoios à divulgação

agradecimentos

Câmara Municipal do Porto

Polícia de Segurança Pública

Este Caderno de Programação

foi impresso com o apoio da

Multitema – Soluções de

Impressão, S.A.

Conselho de Administração Francisca Carneiro Fernandes (Presidente), Salvador Santos,

José Matos Silva Assessora da Administração Sandra Martins Secretariado da Administração

Paula Almeida Motoristas António Ferreira, Carlos Sousa Economato Ana Dias

Direcção Artística Nuno Carinhas Assessor Nuno M Cardoso

Pelouro da Produção Salvador Santos

Coordenação de Produção Maria João Teixeira Assistentes Eunice Basto,

Maria do Céu Soares, Mónica Rocha

Direcção Técnica Carlos Miguel Chaves Assistente Liliana Oliveira Departamento

de Cenografia Teresa Grácio Departamento de Guarda ­roupa e Adereços Elisabete Leão

Assistente Teresa Batista Guarda ­roupa Celeste Marinho (Mestra ­costureira), Isabel Pereira,

Nazaré Fernandes, Virgínia Pereira Adereços Guilherme Monteiro, Dora Pereira, Nuno Ferreira

Manutenção Joaquim Ribeiro, Júlio Cunha, Abílio Barbosa, Carlos Coelho, José Pêra,

Manuel Vieira, Paulo Rodrigues Técnicas de Limpeza Beliza Batista, Bernardina Costa,

Delfina Cerqueira

Direcção de Palco Rui Simão Adjunto do Director de Palco Emanuel Pina Assistente

Diná Gonçalves Departamento de Cena Pedro Guimarães, Cátia Esteves, Ricardo Silva,

Pedro Manana Departamento de Som Francisco Leal, Miguel Ângelo Silva, António Bica,

Joel Azevedo, João Carlos Oliveira Departamento de Luz Filipe Pinheiro, João Coelho de

Almeida, Abílio Vinhas, José Rodrigues, António Pedra, José Carlos Cunha, Nuno Gonçalves

Departamento de Maquinaria Filipe Silva, António Quaresma, Adélio Pêra, Carlos Barbosa,

Joaquim Marques, Joel Santos, Jorge Silva, Lídio Pontes, Paulo Ferreira Departamento

de Vídeo Fernando Costa

Pelouro da Comunicação e Relações Externas José Matos Silva

Assistente Carla Simão Relações Internacionais José Luís Ferreira Assistente Joana Guimarães

Edições João Luís Pereira, Pedro Sobrado, Cristina Carvalho Imprensa Ana Almeida

Promoção Patrícia Carneiro Oliveira Centro de Documentação Paula Braga Design Gráfico

João Faria, João Guedes Fotografia e Realização Vídeo João Tuna Relações Públicas

Luísa Corte‑Real Assistente Rosalina Babo Frente de Casa Fernando Camecelha Coordenação

de Assistência de Sala Jorge Rebelo (TNSJ), Patrícia Oliveira (TeCA) Coordenação de Bilheteira

Sónia Silva (TNSJ), Patrícia Oliveira (TeCA) Bilheteiras Fátima Tavares, Manuela Albuquerque,

Sérgio Silva Merchandising Luísa Archer Fiscal de Sala José Pêra Bar Júlia Batista

Pelouro do Planeamento e Controlo de Gestão Francisca Carneiro Fernandes

Coordenação de Sistemas de Informação Sílvio Pinhal Assistente Susana de Brito

Informática Paulo Veiga

Direcção de Contabilidade e Controlo de Gestão Domingos Costa, Ana Roxo,

Carlos Magalhães, Fernando Neves, Goretti Sampaio, Helena Carvalho

Edição Departamento de Edições do TNSJ · Coordenação João Luís Pereira

Documentação Paula Braga · Design gráfico João Faria, João Guedes, Ana Fialho

Fotografia João Tuna, Jorge Gonçalves (Fala da criada dos Noailles…; Hedda), Carla Veloso

(Ópera dos Cinco € aka Trans­gueto­express), Pieter Kers (The Futurist Manifesto), Robert

Day (Belonging), Georg Blaschke (Jetzt bist du dran), Alexandre Pilon‑Guay (Culture &

Administration), Fabio Iaquone/Luca Attilii (Sombras), Susana Neves (Filho da Europa/

Odisseia: o Colóquio; Desmontagem 6.1), Marc Coudrais (Gustavia), Luís Silva (ilustração Still

Frank), José Alfredo (PAISAGENS… onde o negro é cor), Inês d’Orey (So Solo)

Impressão Multitema – Soluções de Impressão, S.A.

Não é permitido filmar, gravar ou fotografar durante os espectáculos.

O uso de telemóveis, pagers ou relógios com sinal sonoro é incómodo,

tanto para os intérpretes como para os espectadores.

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Espectáculos Data Local

A Gaivota. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Fala da criada dos Noailles…. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ópera dos Cinco € aka Trans-gueto-express. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Dueto para Um. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Hedda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Belonging. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Jetzt bist du dran . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Culture & Administration. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

T3+1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Sombras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Gustavia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Still Frank. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

PAISAGENS… onde o negro é cor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Quantidade Total a pagar

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INFORMAçõ ES 800 -10 -8675NúMERO­GRÁT IS ­A ­PART IR ­DE ­QUALQUER­REDE

Boletim­de­AssinaturasSETEMBRO‑DEz EMBRO­2010

ASSINATuRAS4 ­ESPECTÁCULOS* ­· ­DESCONTO ­30%6 ­ESPECTÁCULOS* ­· ­DESCONTO ­40%

* Eventos não contemplados: Poema Sinfónico para 100 Metrónomos, O Meu Coração Ficará no Porto, Filme do Desassossego,

The Futurist Manifesto e Desmontagem 6.1.

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ASSINATuRAS

www.tnsj.pt

As assinaturas para o período Setembro‑Dezembro de 2010 podem ser adquiridas directamente nos balcões de atendimento do TNSJ e do TeCA, ou por correspondência (carta ou e ‑mail), através do envio do Boletim de Assinaturas, devidamente preen‑chido, com a escolha dos respectivos espectáculos, datas e lugar pretendido. No caso de o lugar preten‑dido não estar disponível, o TNSJ reserva ‑se o direito de escolha de lugares alternativos, salvaguardando o lugar mais próximo possível do pretendido.Os bilhetes adquiridos via correio, pagos através de

cheque ou vale postal, poderão ser enviados para o domicílio (acrescidos do valor dos portes de correio) até uma semana antes da data do espectáculo, ou levantados antes do seu início nas bilheteiras do TNSJ ou TeCA, de acordo com a sala onde decorrer o primeiro espectáculo contemplado na assinatura.

Para um melhor funcionamento dos nossos serviços de Bilheteira, o TNSJ reserva ‑se o direito de não efectuar assinaturas a partir das 20:00.

Dados Pessoais

Nome

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Morada

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