N. 191 J.i.,.hoa, 1S clf'> Outuhro dr...

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N." 19 1 l \tA 1.AVR.\ll .. UC4 l)K Al'Jl'll"R (C/1,/fl f>O f.11:, J, A711\ IPlO) J.i.,.hoa, 1S clf'> Outuhro dr 19oq

Transcript of N. 191 J.i.,.hoa, 1S clf'> Outuhro dr...

N." 191

l \tA 1.AVR.\ll .. UC4 l)K Al'Jl'll"R

(C/1,/fl f>O f.11:, J, A711\ IPlO)

J.i.,.hoa, 1S clf'> Outuhro dr 19oq

lllus/'f'Q(lo Por!11g-11e::a li stri•

Jlsslgnarnra da "Tllustraçlo Porrugucza" para Porrugal, colonlu t licspanba Meio secuto de successo

Por- anno ...•...... •• .. • ....• ..• . . .. . 4$800 r-él& eom o•tr-0 ........•.....•.. . . • 2$400 tr-im&etr-o . . . . . . . . ... ... . . ..• 1$200 ESTOMAGO

Jlssignatura conjuncta do "Scculo", "Supplcmcnto liumo­rlstlco do Scculo" e da "TllumaçAo Portugueu" O E/lxlr do D• Mialhe

Porl,,pl, C()f(11tias ~ N u 1a14/ta

Por" enno ... ... . . . . • . .... . . . ........ . 8$000 r-óle

de pepsina concentrada faz diqerir tudo rapidamea~ GASTRALGIAS, OYSPEPSIAS.

&el"'r"\e&tr"e. ................... 4$000 tr-lme&tr"e . •.....•.. . . . ... . . . . 2.$000 m oz (Ol"'r"\ L...leboa)...... 700

A'oenda 1m todas as Pharmaclas da Portugal 1t do Brd Pb&l"mtt.clo MIALHf,, s. N e Favar"t. P&ris

Esparttosa força mer)tal A arte de dominar MARAVILHOSOS RESULTADOS APRESENTADOS

PELA COMM/SSJO ENCARREGADA 00 ESTUOO 00 HY/'NOT/SMO EM BENEFIC!! 00 PUBLICO

O 1 lypnotismo não ê; mais um my1ho, uma crenção imaginaria do espirito, mas s irn uma rea1idádc, uma forp cnpaz ele fazrr um bem imrneoso. No intuilô !.le averiguar o valor xacto de tflo decantada força, (or111ou0 se uma commiss;\o com1>osu1 de um me. dico, um juriscon~uho bem conhecido, um proeminente membro do clero e um clirc:ctor ele caminhos de (erro. a t"im de e~tudar Hypnotismo.

A commi$...;ão ÍC7. uma ~erie de im·cslignç,)c-.sobre a iníluencia que o Hypnotismoexercesobre todos os aconteci1lh!nlOS di:uio' O primeiro cuidado dos membros da commis..;ão foi estudnr aprofundadamente a sciencia cio Hypnotismo, de modo a fo:art: 1

Doutor O. $. LINCOLN. Mcdieo 101, Crutcbfield $t : D.ti.Uat, Teu

aptos a julgar por cxpcriencia propria o bc:m e o mal que poderia fazer ttio poderosa foTf;a. Escre veram "º ~c,,·.\'ork lnstitute oí Sciencias dl!pt" 1618 B de Rcr cht!Stcr. N. Y. a nrnis i111porHt1lle escola de hypnotisino

~0~~~11~~~~~ ~~~!~~~~d:t~n~~~!~~ ~r~~~~~rd~1 ~:~~~~~~;1~e~ Hypnotismo, como inffucucia para os negocios, como remtdio p3ra os doentes, e tc., etc. Em poucos dias. o~ membros da cornmiss.l\o s::ibiam a (\Indo a scicncia do H)pnotismo, tornando-se mc!-itrcs n'cs:->a A.rl<:.

D<::mon:51rou-se claramente que o f-l)pnotismo 1>ode ser e1111>regado de tnl modo que a pessoa hypnotiss.dll i:.,.,1orn completamente <1ue o foi. Feitas todas <lS coo· ~idt:raçõc.s, a commi~.si'ío julgou este facto como a mais valiosa descoberUl contcmporanca. O seu conhcçimeuto 1: cs...;cncil'tl ao bom exito na vida. e ao bem estar na sociedade.

O dr. 1.inco1n, cli:i:, depois de um estudo aprofund ido da materfa. que julga cst<: fac to um cio~ m:lravilhosos the rapeuticos ou curativos dos te1111>0" m dcrnos.

O juiz, dr. Sch:i.íer. llpes3r de ser uma capacidade juridica. ex1)eri111cntôu servir-se d'cste meio para curar doentes. e em poucas sec-ções curou John E . Myers, de Fleminf'~on. N. \'.de oma snolestia exc1uisita. que o im1>edia de a lmur,:ar havia nove annos. a quat, na opini:\o dos medicos. seria :t causa da sua mor-te. A fama do juiz Sdrn(er :-ilargou·se, e centenas de doente$ "L~ram procurnl-o.

o Sr. Stourer poz em e'l:ecu"'ão o facto cxw1or<li· nario dt: hypnoti:->ar ;\Ir. Cunin:;'ham. de Pucblo, Co!: :i dbtancia de alguns quarteirõe'.!s de ca<;.as; hypnoti· ~ou e~u:tlmente um indi\'iduo edoso, obrigando-o :i. Cc.;.r;cr pelas nm$, gritando : c\'ende·se amendoim tortado». A opi11iào do Sr. Stoufor i: que o hypnotismo e indispen-;:wel J>::lra o bom succe5so !.los negocios.

l>iz o Rc,·. \\'eller qoe todos os membros do dcro é todi!l.S as mães de f:.tmilia devem a prtndi:r o 1 lypnotisrno. cm bcnclic:io das pesso~s COIH àS <1uacs e sttio em contacto diario.

Falnndo d'essa forca mara\'ilhosa. diz o S r. Eliot, presidente do r•.>lh;gio Hrr .\1ard, d rigindo-se aos alum· uos: «)leus senhores. cxi:;té cm cada um de \'ÓS um poder sub1il, uma fori;a latente: poucos <l'cntre ''ÓS tc<:m descnvoh-ido essa forr;a. :J qual, entretanto, p6dc

Juii HENRY SCHAFER. tõ'lcmJogton, N. Y.

F.H. STOUJ<'E~.Sccrctarlo e thesoureir ... t?ro~r~\'OS. ir~e~isti\'eis. E~sa p<_>tcn<;ia chai.na-se ,\fa. da Ai>soei:içào dos eonduct orcs do.- -..,nct1c;1110 1nd1v1<lual ou H)pll.Ot1smo. Acon:;clho-vos a Rcv. PAULO WEl.Ull Camiaho$ de ferro. dt::-cnvolvcl·:t,11' Corh:im, ~. y

O :\e,,• .. York Jnstitute of Scieuc<: ncaba d<.: puhlic;:ir io:ooo exemplares:. de um li\'l'O que ensina todos os segredos d'est:i. foro:-a mar:tvilhosa formando assim hypuotisadorcs 1na1icn..;. <!e 1~1odo a poderem cmpreJ::'tr <!ssn fur.,a. sem c1ue ninxuem o 1><::r<.:eb:-i. Estã ao alcance de qualquer pt:ss.oa, e o s ucces:so C ~a· rant1do.

Acha-~e induida no lh·ro uma li.;ta dos m<;mhros d:t commissão: e elle será Cn\'iado ~ratuit:-unt:nt1.· a t111cm o 1x:dir. Llm sitr· ples bilhete po~t:tl. indicando o nonu,: e cmlercço, ê sufficit111e. O porte das cnr1:is para :i. J\m..:tica C de 50 r~i~, os bilhctt ... postat:s são eh: 20 ri!is. X :io pc-n.:;un tcm1>0. escre\•am hoje mesmo.

Ag-~11te cm P111'is: lamille Li/muw, ,6, Rue ViJ:-no11

LISBOA SUBTERRANEA

AS THERMAS ROMANAS DA RUA DA PRATA

1-0 u, R11)· do" Sat1t0it; Ant11nc• 11&11 tbcrmaa •-0 .r, con<r,elhci10 Emritd~ l~ino da ~llu, comman•

dante dl.K bon1~irot1. ~ndo para •• 1hc-011u \-0 ,,.,, Mugc11k> ROidn tin.ndo o• wu• <ruqwl•

Foi n·um velho codice d'.\lcobaça. escri· pto por fr. José de S. Lourenço, "-' tinta côr de ícm1gem, com uma planta ,·aga, que pela primeira vez se deu noticia do ~uhterraneo <'Xistcnte na rua da Pram entre ''s dos Re­lrozeirt>s e S. Juli:to. O frei achlna cst;_t la­pide que dedicava a obra u Rsculapio e cm que uns augustaes a doavam ao inunicipio: de~ccrn. atascára-se no lodo dos rulnas. to· 1•!tr1.1 sl~naes de portas e dt()()is. n'aquelle aono de 1ii3. retirára á livraria do ~u con· \'Cnto •• declarar serem cryp•a.~ o~ logares por onde ,~aguc{ua á luz d'uma lantcn'la. cheio de C"nthusiasmo e de terror. Correram os an· no~. ~ aptls o terremoto a1g\lcm visitou taro·

~.m esses treC"hos mysteriosos da velha cidade ate «1uc cm 18.)9, ao fazer-se o cano de cxgoto da rua da Prata, um picareta batr:ndo n'um cor· po rijo hmçou o alarme de que ali existiam ro·

chedos. Continuar<am a excavaç:"to: uma. ~rancle pc· clr;:1 rolou e deixou a descoberto um huraco negro e 11rofündo d'nnde vinha como a soada d'agua a maru­Jhar. Ü!i lfi.Lhalhadores largaram a füina; correram <t pre"enir o empreiteiro dizendo terem vl~to a bo<'­ca do infemo; em volta o po,·olcu alargou com1nen· tarfos: a rua encheu-se: o caso andm1 de bocca cm OOC\.".t e a Camara :\(unicipal mandou an·riguar se t~alm~nt~ nos domioios do municipio finh·a o infer­no cuja l)()(·(·arra os obreiros juravam ter ;whado.

Desceram varias pessoas, visitaram o lôAar n'uma cmUa e ri hl/. d 'archolc$; o bibliothecario Francisco :i.Jartins d ·Andrade deixou um rclalorio e UllHl plan­ta foi levantada; encontraram-se por l:'l btlC<..'iu.los de mannorcs claros e outros vciado$ d'a?.ul e trouxe-se

a convicç~o que a~ cry­ptas \•iiua"· ~cjtundo di­zia o monge de

~~~~~~~I~ c;~~~r~ / 1101 t:.o temida pe los trabalha· dores 1 eram os restos cl'umta" thermas romanas que deviam datar ela ~·pot.:4-t opulen-1a de Tibt·rlo. r.m 1868 no,·amente t:L se de..~· ceu para acabamento d'obras e dcpob aquil· lo fcehou·~C. fez . se d'ali um rcscr"atorio. com a sua tampa de ferro mandada ajusmr pelo corp<l de bombeiro~. para ''º caso de inc·cn­d io se u1ili~ar deg. de que hOU\'CSl>C

mini;ua d'a~uas nas vismh~mça.s.

\"iii ttímos e s s e subter­ra.nco por liºm domln· go de sol, n'cs· sa ("alma morri·

nhenta da Baixa nos dias de dcscanço, mcrg\l lh{unos pela abertura nep,ra d'onde a agua fôra exgotada dunmtc cinco horas consecuti"as por bombas poderosas. A entrada é quasi cm frente da porta do sr. Joaquim ~lartillS Vianna.

Chegou o momento da descida pela aber­tllra profunda e ao chegarmos abaixo, ao ultimo degrau da escada alta, ficando scpa. rados da rua. cujos tuidos já nào ouvia.­mos. os nossos olhos a1>cnas depararam com u1na luzinha frou~a n·aqllelle escuro a brilhar como uma estrella no ambito d'um poço. Era mais um rellexo pallido do que

uma daridade : como un1 vago bico de ga;',. no fundo d'urna ampla cisterna. A nossos pés cor· ria a agua por um. reg\1eiro, chalrava alegre­mente e ia perder-se n \1m rcc~mto que n:io viamas, empoçar-se decerto sem aquella man­gueira forte que a chu-pava lá do alto. A ,-o~ d'um operaria, que ali se acocora\'a. prc"eniu-nos que se devia caminhar de cabeça bab~a. o cor­po curvado por (lqucll<l estrada estreita e abobo· dada onde o regueiro passava e 1:'t fomos guia­dos pela pequena lampa· da até ao fim do cami­nho que dcsembocca"a n'uma 8a1cria larga. vas· ta. de um metro e trin· ta e trcs ccntimctros d'al· tu ra e que era a maior d'aquelle subtcrran.co h3 tanto tempo de fendido

de visitas pela agua que o enche já a estas hor~s. sob aquella ca­sar ia tranquilla da rua.

Uma lanterna ma!s forte. com a sua lu1. ' 'i ''ª d"acytilenc. illu- 1 miOa\'a l'm ttc· cho da btga ga- 1 leria e uma es­cadinhapcqucna,

~=~~~1

:la ~~~~1:i~:J parecia com idar a que a subiss~­mos para se eles· vendar o s1t10 fh onde ena con· ff duzia. um bu· IJ

raco negrot'.t01· li bem e que nos \ tentava. Subi-

mos cinco degraus, de1lois mais alguns e ali as nossas cabeças ficavam rentes com uma grnnde lage que tapava essa saluda. 6 .

Aquiétarno-nos um mom.ento, a esperar. ao vago claro dos phosphoros (l\tC se riscavam fü1s paredes enxutas do togar. De repente sobre aquella lage que os nossos dedos toc-a'«\m curiosamente ouviu-se um ruido enorme como d'um <leslisar rijo e apres· sado. Algucm murmurou :

- .. E• um electrkol Soltámos uma risada que echou cá para baixo, para o fim da ga­leria enorme. Era com cfl"eito uff1 electrico que 1ui.ssava na linha descendente da rua da Concti\:ao e "ós esta\'amos quasi debaixo do seu caminho. O predio numero 85 d'essa rua ficava cm cimâ: d·cue partira outr"ora uma des­cida para as thermas e na casa ,·isi"ha est1-t ain·

1-1\ S('guod:t g;ikria onde cxifilC a chupadeira {<!cunho &Obre c-rOQnis. do 11r. E. R.()$('.ira\ "l- A bomba na rua da Puna

da incrustada na parede a lapide <1ue o frade viu e na qual se de­dica o templo a Esculapio . Ti . nlH1mos que dcs­cer,caminhar pe­la grande galetia fronteira a ana­lysar bem o lo­gar e U1 fomos arrumados ás pa­redes . tacteando­as desde que a luz d'ac\•tilene se alasta\·á mais p3-ra ir bruxolcar ao fim junto {1

parede onde a galeria termi·

\\ 1lava e n:J qual \ cncon tramos

~ dois r..amlnhos para a ban<la da rua da Pr11ta.

r; Da11ç:avam sombras ''acillanles nos raredõcs, ~ ouvia-se o chapinhar das botas enormes. que

calçavan1os 1'10 lodo e na agua que ainda li'.t fic~ra e vinham idCas de descobertas singulares

'\ no fundo d'aquelle subtctra11eo onde se evo· \ \ ca"am as augustaes e as patricias, os escra ­

vos rom~mos. todo um passado longinquo que ainda fere as imaginações pela sua grandeza. Tomamos pela tiltima galeria, c:;:or·

A _) tada ao fondo. deixamos a que encontramôs ~ primeiro á esquerda: porque a nossa anda

(

era avançar para as bandas do Tejo, pcn-sa1\dO ern caminhos longos! estradas largas e sem fim, sempre abobocladas, como se o rnystetio pu­

\ desse ex istir ainda virgem e em larga escala sob \ urna rua da Baixa que os alviões pombalinos re-i '= ~"'"~"•· No '"'""" ~"m"''"

ma cousa era; um~ g<11eria mais curta. mas <la mesma largura e altura que aquella d 1on­dc sahia, e lá ao fundo, vel'ificamos. ti luz da lanterna, que na cal do reboco alh'\letn tinha f;ravado uma data : (8·2·1868. Fôra, pois, u'um íeverciro, ha quarenta e um a1mos, que os operarios municipaes tinham ido fazer as ultimas obras n'aquellc Jogar. De­pois d'isso só nós a atravessamos n'um enthusiasmo extranho a cada nova ar<;:ària que iamos descobrindo. Tratava-se de re­gressar e ir para a outra galeria, a que linha1nos achado ao começo e t1li, sendo mui ­ta a escuridao, porque a lampada ficára no outro loó.t.r, vimos <'Om uma debi1 claridade. muito frouxa, nmito vaga, vinda do alto . a descer e <1 ter um reflexo ao fundo ela arcarja.

D'um lado e outro havia como fundos nichos onde as nossas vozes echoavam e que eram decerto ou· tras galerias que tinham sido enla.ipadas, mas onde c1ucriamos vêr logares des· tinados aos banhos. Aquel­la claridade tentava-nos todavia e ao caminharmos para ena sentia-se <1uc al­gtuna cousa nos cmbara· çava. Esperou-se pela luz e ante ella viu-se uma chupadeira hirto:t. e enor· me descendo d'um :::"!~dio. que ali se mostrava. e pela qual os moradores \1tilisam

1-A C&e1;da QU(' condu:i j nia. d :t Çon ceiç«o ao fim da galctia de entrada (d<'~nho l50bre çroq11il! do $T. E . Roseira) ;i-A bomba traballui.ndo no ~otamcuto

SACílVM AESCVLAPO

a at:Ua das velha$ thrrmas. Llt ao fim. .1quella daridade vi· nh•t lambem d ·um oulro poço mais lar­

M- AFR/\N IVS- EV POR.'0 fH

go : era d 'es· s<.· que chega­va esse refie· xo vago e te· nuc <lue via· mos e logo ''"ri fica vamos tratar-se do antigo reser-

ET L - FABIVS- OAP-1 N v;;-, <' 1

AVC MVNICIPIO- D

(:2.l

A 11'pld~ colloc:ada no ~llabc-lrdmcrnto dt) ..,, Pernandu & Cardo!IO ui. rua d.1 Conc:elÇ"lo

~ 'I'ª' foi a.:hada por rr. Jo .... de s. 1.uurtno;o

,·at••rii> <1uc tl'm fama. lar:.!a. a que ~e. d1ama,·a />O(" d.1 11e1111 St'mla e corrc~JK•nd~ ao predio n. • 5Q da rua d•t Prata onde era a anti:.:--..1 c-;i .. ,, do Chuva. Te­ve rralmc·nte nomeada a a.,ia par;a dO<"nças dos olhos: o povo acorria ali a lfr<tl•;a l'Om baldes dos m\Ülo~ qut· l.t encontramos com a ~ua madeira apo­drc.·dda, os arcos enforrujados. ~c.·m fundo e que íorum retirados bem como algum~1~ g;1rrafüs velhas. -.Um de nós achára uma botclhu d1cia de liquido, abrira0 ;1 e vciilic!tra ser ,.il'lho dn Pmlo o que clla continha. ~las como tinha ido parar :u1uc.~lln prof\W­didadc o prt·cioso liquido. ~uh •u1u<"l1a alta casa­ria i'! Er~l u que nos explka"a a ... l>Ntura do poço daa,i,:1111 sn11/11, esse garg-ct o cxtrnso. c:lcb~aixo d'aquel­le prcdlo. onde st'm du\·ic:la no mel." c.le c.\llores, co­mo o julho ardente em que o ~r. J o~ dt· ~- Louren­ço· vc.-rdadeiro descobridor do ~ubtt·mmco 1{1 des­c.:cra. UM morador se e1\treth'rra a n·frescar o seu

dnho n'aquella ªb"'\1ª mila~rosa e fresca. Tah•cz topasse algum allric10, talvez fosse

dcbil o cordel que a prendia e a bote· lha l!t fic~ra boiando utl-, que exgotado

o lagar. nós a tinhamos acha-do no melo dos destroços, dos batdts, das madeiras. d'outras garnú~\S vasias e dos sarraíos. Dizfamos tudo 1s10. alas· cados no lodo até aos tomozellos. no loAar da agua s;mta, vendo na 1\os~a frente uma grande cxtens:-io larnac-enta que de$eja­v,amos alrnví'SSàr para a galeria l>aixiulm por on<k t iuhmnos penetrado no subler· ranco. i\las scntiamos cantar a agua ali perto, havia um ruido man!tioho ele nas­cente e 1'l'C!ii~a parte o lodo pareda me­nos c~c:uro. sem aquelle tom CS\'crdinhudo que tinha l.i. para o meio. Era nt'C"CS~ario mcuer as rn:lus n'aquclle lameiro. procurar o ~itio d'ondc Suf1ti3 a a1tUa Hmpida e encontrámol·a, brotando, frese-a e dara. debaixo das la;tcs cnonn<'!; do fun-do d'aquclle poço de \'irtuo!'a Ío.tma. Dcfltro em pou('O ella ('!otCOrria com força mal de!'entupimos a sua snhida e atra,•essavamos ele nm•o l>ara o

shlo onde tinhamos pcnclrado. Fôra curta a volta. Tinh~mos encontrado pnrnll(•hm1entc trcs ~alerlas a primeira 1.>0r ontk cntraramos curva·

dos, a segunda onde cstno os poços, a ul· lim.;t aquella onde exi,.te a data gra,·a· dd "º 1 choco pelos trab.tlh~adores. \~ia· mo'll: ~i~aes d'areo$ qu~ t'tunmunica,·am entre dias. acha,·a· mol·;.1s da mesma al· lura d'mn metro e trin ta e trcs cenlime­tros, da mesma lar· ~ura e do ancsmo ta· Uu.~. as paredes e os tcctos de cantarias rcl>ot Mias. o d13o d«• l<11owdo cimen­tado e coberto de lodn, sobretudo no fundo d'aquel· to JK>('O que cor-

Un•• ~"~ .c•lt"rlll• ent•l1ndas (dt:~11ho M>bre .. 1ot1u1a do o;1. JL Ros.,oita)

responde ao prc­dio da n ta da Pra· ta. Que ha\'ia mais n'aquelle subtcrra­neo onde nào <:hc­gavam sig:nacs de vida exterior se·

nao na parte da escadi· nha sob a rua da Con· ceiç~o, n 'aqüellas gale· rias largas que ti1lham visto outros homcrlS em varias epocas e assisti· do a uma grande civi· lisaçao?! Para nós o graode pesar de que as obras feitas ha quarenta annos no grande exgoto ela rua d<1 Prata tivessem

wpado a <:onti.t\uaç!lo das thermas marca­das na planta até quasi á rua dos Fan· queiros. a dec-epçao de nilo podermos n';;t<Jueille clia visitar esses restos paraº''· de a passagem era ioterd_icla. E a evo· caçào fazia·sc mais a mais; a recorda· çao de velhas leitu· ras appare<'ia mais nitida, a lembrança de que ali prox inlO da Magdalena se ti · nha elevado esse edi-

6cio chcnnal ,;-;

uma ga· leria. a mC1isbai­xadcto· das, Oll·

de se ti· nha que a '' dar quasi de bruços, um fun­dooegro que nos tcnta.va. Pegúmos n'uma lampada d'azeite: um de nos caminhou porque o espaço era curto e estrci· to para todos e ao meio. n'uma <:urh volta on· de mal cabe uma pessoa, segurando 1\'uma das màos a lampada e tacltando com a outra a parede humida, fomos deparar com uma grande extensão d'agua. assim como \'inda por um cano de meio metro d'alto e <1ue era limpida, d'uma chLreza de nascente rodca· da de cantarias, e <1ue ali estava a indicar talvez um novo camirlhO. i\Iettemo nos na agua, fomos andando com a luz adeante, cautelosamente e sentimo-nos immclados. Estavamos dentro d'um tanq\1e de quatro - ~-

d1cgava ante a im-q~ ::::~::=:=~--=::;;:=:===:;;;;;;;;;;;;;;;;;:==::--_J~;?J possibilidade c1e. P~· -r-z~­dcrmos rcco1)Slltu1r tudo.

Sabiamos que toda essa area a•ê ao L imoei· ro e para o Castello iora outr'orn a mais que · rida <los rom;ll)os, que ;;tli t inham elevado o ha1neario e lá .1>ara ci· ma, junto á egreja que se chamou de S . .Marti · nho, houvera n'aquellcs seculos um monumento ;, memoria de Sahina . .\ugusta, mulhel' do im· pcrador Ccsar Trajano Ach ia.no Augusto. neto do divino Ner· na, e viamos que tu · do isso se apag[tta mas sobretudo qm;

aquclle subtcrra­neo onde tinha­mos descido es-

1- 0 sr. Mario de Agua-bi- nas 'herrnas ,_A escada <lo predlo ., •• ss 011de t'-ll:lnia urna da, ~1Hr3.dU

pat11. as thcrntas 3- 0 lreebo da Mgu11da gah:ria

a cinco mettO!t clr cumprimento por meio d(! lar;.:o. que natu· ralmente alimt-nt"u 1úlqucllas eras as th~rm"o: da~ au~taes e das patricias. .\ lu1. l1ruxoleava

mt humid;,1dc . apagava·sc e hc;w•unm~ agu4;1.r· dando <1ue aos troux:c!\scm outra, jlt na volw. ;:'o pisarmos no"mnt•nw o chno da ~a1Ni a onde csta\'amos curvados.

Dt·poi~ Ulllil nova ,·i~ita a tutlo aqui1lo ; uma t aminhttda toda de vag;.m·"· palpando as 1>an:tk ... c~furat,;;u\dO nos lodnct, olh,uulo ;1s ela· r.tboias elo~ p<><os. trepando ;'1!t c'<:;ulinh;,1.s da rua e.la Cc•n··dç!W para om·irmns o ruido dos carro .. n'um ~i~nal de vida, om1uant•> pelas ahobodas t'a\·a_.. da primeira irJlt·ri.1 rt·~t>avarn as dcton;,u,;t)(o~ do maqnesio a cuja lu1. "º faziam a! photo...,"l'aphias e após as qu~u:s 1oavam as voir~ tumultuosas.

Na nus.;a frl·ntc, depoi~ do rc:l;unpõl~O. de novo o csn1rn. algl.lma cohrn de muito triste , apl1s o dt'5hunbramemo e no cmwnto sentia· mo-nos ainda tentados a ficar .itll, ~' dctermo· nos "ºb aquclle: casarào ondt• !'!:e ll<l~~ª"ªm as cousas da vida quotidiana dos $C·u~ mor;.tdorcs, onde naturalmente reina\'a a calmta !tem mais communkac;:ao comnosco que por csces poços profundos e.ronde a chupaddtOI h•\·a a ;1~a e os vdhos m ... lradotc;.$ d"outras era~ desct'rtun a~ ~uas garrafas clt~ vinho para ~e reírt,t'arC"m. Ha\•ia a ind•l gente no fundo da uhima ~akria. ,·isitan· tcs d1ei1 •"' de c.:udosidade. sabcc.lorc.'~ de que só

d'aqul a al~ns annos lá !te \'Olt.ar!l e ou\'ia·se pro­xlmo o cantar da agua que- ~uhia. Xaturalmcnte era prcci<tO sahir. Tempo dCJ)OÍS dr C!ltarmos em hai'.\;O linha descido o sr. cun·wlheiro Em_ygdio Lino da giJva. comm;mdante do cor1lo de bom· bciru!!-, que perrorrera jlt todo~ o~ recantos das thermas e nos mani íest.ava todo o interesse que l he.~ t inha despettado a ve lha n·<·ord;.11;ào d 'outras

1-0 ft, Rocha M artlns A \·olea d ... ther-m.h t - A g rande galeria

t:rxait. agora t1<m~rormada. n'um ,·:t!f.tO rt"~trvato· rio d·aguas que dC\'Cm ser applicadas ao scn·tço . ;fiOCt"ndi••S no caso de necessidade.

IJ'aquella nascente enorme, as agu;.~ 'h·;i~ bro· tan e cndlC·m cm pouco tempo es~ log:lr de 'nde lir<1ram quatrocentos mil litros d'af::lm as bo111bas poderosas trabalhando dur:tnlc cinço ho­r;:is e clla representa realmente um gran<fo <lcpo· ~ito da maior utilidade. que a corrmrnç!'lo ele

bombeiros zelosamente con~cr"'a e (IUC lhe poderá sen·ir em fa. ce das faltas d'a.;;ua que se dão pvr vrzr~ cm Lisboa.

Os nonos companheiros nno Sl~ re~olvinm porem a sahir: pareda n:i~n·:r1 n'elles o desejo e1)orme de tra1,:crcin eh~ 1{1 rccorda~~t1os, d'cn<:Ontrarcm qualqut~r cou~a! que nwr<'assc inolvidavchnente aquclla ex.­cur?itao <'uriosa no fundo das thcrma~: ;trraflca· \';un p~dnços de stalactytc~ prc!'•1S no~ te(·rns da g.1leria hai~a e mostr..1nnn-nn~ ~atbíl'ito~. ~ard.1ndo·O$ tkpois. ficando a.5~im com ;i~ lcrn· brauças do seu passeio por at1m·1les caminhos suhtcrr.tneos .

.. ~ a1i ~cntados n"aquella es1 a<la se coml,ina­,·am nm·tti excursões pelo suh-$oln, ~e t·voca,·a toclu o f>U!'oS:tclo d'essas themrn~ romarnL~ a que a nossa dvili~aç3o e a dos nossos antc.•pa~~ados rouhou o seu verdadeiro <:unho iwm (l\'8truir todavi:t c!llsas galerias sobcrlnis t1uo te•·m im· prc.~~sos '>" vestigios do grande povo.

Ao c;.llJO ele duas horas d<~ c~tttda no fundo dn subtcrranco, "'ieram dil:cr·tlO'.( ttUC a :lJ.rUa su· hia mais. que a bomba seria impou-me para a r:tgot.lf drntro cm pouco. e en~. molhados at~ ªº' l0nto7.ellos. \"iemo~ p<-la ,.,~leria b;.ix~1 • curv:uto, a akanc;.ar a escada que ~e collcJCára. 1~ara a dC'.'IC:ida, lançando um ultimo olhar para o c~uuiuho <lo tanque jà inundado e l);.1ra a:-:; l,an<h1~ do poço da agua santa cuja daridade nof l'lurprchcndera por debaixo <l'aquellc grande preclio da rua da Prata q ue torn.(·ja par•1 a l'ua

1-0 pb()l~i':,:': :o~•{'~N:~::fe'ta~~:~~~;d,;~,u~:'~;i c'A.~:~~~"~)' th~rn>a& 2-Na e11trt1da da i;ra11de g•ltrla

da Conceiç:io. Da banda do tanque vinha mais intCnlla· mente a ~oada do liquido que caia: o lo~r sob o poço da a~•\aa sant<1 de\·ia esrar inun· d.uto. ~obretudo porque ti· 1\h;1mo5 descoberto a..~ pe<lrn$. Cit6ar~·;u.Jo os pontos por on·

de elle chegava c::laro e fres· cu e d'ahi a algu111as horas. aló o'aquellas abobodas mais ln:ii ~as, que os nossos dedos tinham tocado. have· ria ÍUAlHl a impedir a i>•-"· sai.rcm.

<ial~<lffith o~ degr;_m-.: olhamos "' rua. a casaf-i;., ba· titla <le sol. um carro que vinli.a tlt.·Sc.·endo da ::\la:::,fa· lena e ~tirnos emfim d"e!se subi.,~rr'-'""'º que dentro <"m JlOUC'<l~ horas estaria nova­nwntc cheio d'agua. for· 11w11do o rcscrvatorio cu1 io~o n() lognr onde os romanos do tempo de Tibcrio se hanharam e sonharam tal· ,·c1. n11n o~ seus amnre'l c1nc1u;,mt1> os e~cravos esp.·· ra\'am para cúnduz.irem o!t au:Nst.-<".s, n•• meio de re\'("·

rrnda.s. a luz do , lindo sol de calm~ ... e..,-,e sol de que nos t.'lnto tinhamos gos·

1-A loja da r-ua d1 Coottlç.i.o com O• n."" 19, 11, lJ ~ndC' C'JtllolC' a lapidc "' um poço que: dJ, , .. ra a• lhtormh

2 -O J.• 1111ateC"1tJ.> do lado oquC"r-do da rua d• Prata q11c fica 11Qhc-c ª" 1ht'1 ma. C' que (az. e!iQ11ln• ~fA a u1i1 da Co11~içlo

e S. Juhlo.

t.ado. ao fim da excnrsao e ao rcgrt•Rsarmos ao as· ph~'lto li ~b,.>t.·ta.

ROCllA M.\RHNS.

Ool-" asp«to• d<\ expo1lção dt mtlo. dt tr•nJ.portc tf'rn!ltl't'll " R11\·iaf'S adop1ados uas colonlu, que ~ i11aua1irou, em J do '-"<>rrtnle, 1111. Soc;i('d;idc

de (.;('ographi• de l.itlioA (C71dJs "' amtOl.IRL)

;)!l f;uni· A<'.'tualmcnte,!l~ra ceie· lias 1srach~:rn~rn:,r,u;!\o brar esta ~ uma d.1s m.us trachcwna ' m11am llfl

imp?rtan~~'· .,;as habita; 1ard1m da a (c•\hana1 e ções a .ttru. ícsh .. vamcntc ahi rc~\hsam stos. Ü!"! JU· os seus repa1czes co~tu· deus pottugt

mam t..i.mlx:m catla <1.nno c:m um dos dias do surrlwl. or~ani.s:ar um banquete ot1e­recido ás 'riançM da colonia, con.:-;truindo para esse lnn uma ~~acio~a cabana no jardim da nna;.:oi.:a .\'hami TiK:'D da rua Alcx~lmlrc J lcr1.u1;mo. e em que se jun· tam. na m.lis sing('b confratemi<ladc os filho! clo!C rkos c:om os Jilho~ dos pobres, que, no hm do a~11,e. rcccbe1n cgualita­riamenlc am:wcl!" presentes. Seguidamcn·

ti!!. rclllb.1-se t0&mlx·m um /i:·e.Q­dodi: a qu1• :i;1• a.1.S(l<'Íam muitas senhora~ lwbrair-..s.

Ene anuo t(•m;lfam par1e no b;snqudr.. promo\'ido pc1a5 H. • V. lJonna Btuolic·l de Len· e lJ. R.ad1el C;mloso A nahÔn·, directortt!' da ScH. ic<ladade betÍe·

1- A s.r.• O. Doaaa 810('lol~I ck l.c\), prnide•lit da ~('Ao die ~; ~"'phh•. jli .. ribo•ltdo

d6tts i.s C":rtt~ quie •ª"""ª'" • fnca 1-Abrab2m AbottLe,··.-. T>. Oro·"JaJ ~tuttra, D.Jadi~

u~·r. D . Mar>· Card<'"IO Anahol) J- D. IAa Cohieu 7.apry. M ... Jh:nju1, I>. Clara l "r&f'I,.

O. Jianoy Scquttra, D. Sim)· Ruah lk'-nt•htl, 1). Ornv1ds Zagury, O EMhl:'r Hcn<>Utl

.t-0 grupo dit mtnim•• i!1ntllt"-• q\1~ a1,,.1ti11fam á ÍC5\a da ayuaxoa:•.

{(,../ieJth t(, O.NOl 1,_,1,)

tlcentc Somrj i\0

t>fllli111. uinta crc;;.nç.1.s.

As nossa~ plioh,.,,-... phias rC"JUodm:em \'anos a!l~X.-Clo~. htnto do jantar infrmlil, como do ji:'t'·O­dorl.· que ~e lhe 1H.·guiu. e que decorrtram a m ho. scm1'lre ou meio de umíi viva animaç:.o ,. t.·nl11usiw•· mo, a que a s;arrul:u~cm das çrcanças deu o maior encanto.

As sentenças do Santo Offido ou eram publicadas em audiencia particular nas culpas de mco.os gra"idade, ou e1n auto publico da Fé. No p1 i1neiro caso a publica· ç~o fazia·se com todo o rcC'ato e simplicidade. Comparecia o réu na sala do despacho, e ahi. !t por ta fechada, era lida a sen· tcnça na presença dos inquisido­res e d 'algumas testemunhas ou empregados do lribunal. As pe· nas n~o passavam d'orôinario de certas penitencias ligeiras com abjuraç.~o. mas sem habito.

Quando, porém. os crimes eram graves, a reparação cio cs· candalo mui necessaria, e o se­gredo uma incouvenicncia, ent;:io o zêlo dos bons inquisidores pela exalt-tçào da Santa Fé Catho1ica vencia a sua excessiva modcs· t ia e humildade habitual. Sendo publica a offensa, e1nendiam cl­les, C"omo insignes criminalistas, que para exe1nlllo dos fieis 1>u­blica devia ser tan\bem a puni· çn.o. Era exactamentc para casos taes que os doutos legisladores dos Rel{imenlos ele 1613 e 1640 talharam essa solernoidade mages­tosa, cujos pormenores "ª1Uos apenas esboçar.

Designado pela Mesa o

C't>NI() fiKNYnuam ns P-1411/fer~' NOS ON/os dn /J

1 - Coodtnrnadll ll ~r qutlmad:'l viv111: l - Rcligiosa

que cv1lOU a. fo1:ucirn co11fc,sa11do a 1111a culpa :::lnlcs de julg1td11.; 3-Co11de1nnadll

ao x:arrotc

do1nii'';O do autq, o que o lnquisi· dor Geral devia confirmar, começa­vam os longos e minuciosos prepa­rativos, que as drcumstancias pediam. Oito dfas antes era a solem1,idade apre­goada por cditaes eru todas as cgrejas da cidade com prohibiçtio de ha\•er u'es­se dia ·outro sermão ou procissào. De­pois d irigi:un-se convhe.s ao bispo e mais dignidades ecclesiasticas e seculares: coovoca.­vam·se os familiares; avisavam-se os inisteres. quo haviain de trabalhar nas pinturas. vcstiaria e de· corações, e enviava-se (l e l-rei, se esta"a na séde do tribu1,al ou suas prox imidades, a competente participação com a lista dos proces.ados . -Afin'11, t~

A meie..>t l nqnisitorill.I (Ct$\'\lUI da llult>na dn /1111,,1'4lçJo de 1,.imbotch)

493

das certas disposições de segurança e boa ordem, achando· se a postos todas as figura~. abriam -se de manhn. as por­tas do pa\o inquisitorial. e o cspcctaculo principiava .

.Prercdido de dois familiares, rompia a marcha o glorio­so pendào do Santo Officio. Insignia mais deslumbnmtc nào a havia por certo n·aquelles tempos fcli;;,es. Sobre fino damasco vermelho, cm alto bordado d'ouro, viam-se entre tarjas, radiantes como estrellas. de um lado. o engenhoso e1nblcma do augusto tribun;,;11, a <'YllZ da Red1.·mpçtt.fJ entre a olh·cira de 111izericordia e a espada d<l justiça, servin­do·lhe de pedestal as quinas J)()rtuguczas, a tiara e cha­\'CS pontificac·s. e a cruz floreteada de S. Domingos: do outro a i1m1gcm do santo m<1rtyr de Verona.

Por ser 1ogar <k honra pcga.vam nas pontas dois frunili<1-res da primeira nobreza, e nas borlas de ouro cios cordões dois CJUalificadorcs don~inicauos. . .

A pos o p ndào cammha,·a a rehg1no de S . Domi og-os. que em attençào ao seu benemerito instituidor tinha sem· pre togar reservado no Sa1no Officio. Segui<l-i.l. a irmanda· de e <'ruz. de S. Jorge, que, co1r10 patrono do reino. o era tambcrn da instituiç:w mais pia e veneram.ta. que n'elle existia. Trás este~ via-se o alcajde dos carcercs, vulto austero e respeitavel, empunhando a vara de meirinho.

Rra esta. 1>0rém, como a vanguarda do pom1>oso acompanha­mento. Em seguida principiava a desfilar a ala dos condemna­dos que nao estavam relaxados~ cada um entre dois familiares.

Como a gr<ldaçao das penas ê que regulava o etiqueta das prcccndcncias, caminhavam:

t .•·-Os que nào abju.ra'"·am. nem 1C\'avam habito. 2.•-os que ab;ura,·run de Je,·e. 3.0 - os que abjuravam <te \•chemcnte.

4.•-os que abjuravam cm fónna por judaismo, que levavam samb{'nito.

Era este tambcm o Jogar dos que, havendo confes­sado as C'ulpas depois de tornado o asse1uo para se­re1n relaxados. soffiriam por isso 1naior pena e ves· tuario mais differenciado . Umas chammas ao inverso, pintadas nas samarras, eram as di\•isas <l'csses con·

demnados, <1ue na phrase ir1qulsitori<.:1l levavam habito de /Qg-o n:,;olto.

Ucpois dos h.omt.•1b; vinham a~ mu· lhcrcs. Dois familiares deviam escol­tar cada uma d 'cllas. Que ftlssem, porém. dos mais velhos e sisudos por causa do cscaudalo, quando as

t-0 Smnb<mfo com d1amma11 invcr~idas, dos <1ue eram prro1ados autu de Q•tcim:ldo5

i-Um l!uto da fé 110 Terreiro do P•ço 3- A Samar,.a doi1 rel:ap$0" 1mpc11hentc11, c<>11dcmn11do11 a tioetC:IU QUC'linAdos vivoll

1-0 Stun6t"Ril() c:om ~ c:ntt de Sarno André dos hçr('jes rcc:ondllados

:a ·Cerfrl'lonla l»'r" a J;ahid.11 do padre c:àpuc:hinhq Epht'Aim (l;r,,s pris&cs da inqvlsi~q de Côa

:a- 0 e.stanch1rtc: da i11'1uiir;i~q de Côa

penitenciadas eram moças, reconuuenclava·o o Regi· meu/o, que em pontos de

hone.o;tldadc era sempre o mais escrupuloso possivel.

Lcl\ÇOs, 1ou<'as, ou outros ornatos, que c1,cobtissc1n os rostos e os habitos, nào erau' admittidos. A 's que abjuravam em f6nna \•estiam·lhes tambem o sa.mbenico (sacusóe11edirl11.s.)

A todo este mulherio , servia de A rgos vigilante

] um alentado mocetl'\o, dia· macio guard<l. dos carcercs,

ai ) j a que seguiam a clere?.ia \) ~ do hospit.at real, e o capcllào das CS('olas

1 r./ ./ geraes (carceres da pe11.ite11cia), levando o r grande crucifixo t1Hrc seis familfarcs da no· ~ breza co1u tochas accesas. pr~x: ~...::.;_·

Jô: a<1ui tcrmin;wa o cortejo, quando por ,·c1Hura faltava tuna parte, que os inquisidores poucas vezes supprim iam. Essa parte importantissima, com c.1uc um povo tào devoto e ci vilisado mais folgava. e cuja falta tanto se1Hia, era a dos relaxados em rmwe.

lJaven.do·os. a sua collocaçào era a mesma dos ou­tros réuli. Scgm1do a qualidade do crime cam inhavam:

1 .•-os herejes e feiticeiros c0Mite1,tes dimil\t1· tos, e simulados. 2.• - os negativos convictos, im­penitentes, e revogar~tes. 3.º-os relapsos manifcs· tos ou por lie(1Jo de direitq, e impenitentes. 4.•­os profitentcs pertinazes cm alguns erros contra a fé.

Ora que era este o gentio mais desordeiro e agi­tador d'aquclla epoca revolucionaria, sabiam·nO de sobejo os discretos ministros lnquisitoriaes. Por isso todas as cautelas pareciam poucas para que a

boa ordem nào fosse alterada. Se os réus ten· M tassem bracejar. impedi(un-lh'o as maos presas /f:I debaixo das vestiincntas. O uso da palavra en· ~ fre..1.vam.lh'o as mordaças, que levavam alguns

d'elles, e <1s que de prevenç!lio trazia o guarda dos carcercs. Mas ainda assim. comquanto a Egreja já nada tivesse que fazer c-01n elles, a muita mizericordia ela Inquisiçao nao os dcsam·

~Mi~) parava de todo. Por graça C-SL>ccialissima da­\\IJ vam·se a cada um dois religiosos da Compa· ·~- nhia; que exdamando e gesticulando os iam

~ ajudando a bem morrer. E tambem, a nào ser esta divers~o sa-

lutar dos venerandos jcsuitas. quem poderia contemplar sem morret de susto aqucllc labyriotho de fogos. labaredas, salanazes, belzebuths, e carantonhas dos ptofitetHCS, que em primorosos arabescos se viam desenha­das nas carochas e samarras?

Segundo os velhos estylos do Santo Officio a esta secção pertenciam tam· bem as estátuas dos condemrHLdos au­sentes. as caix:as dos ossos dos fina­dos nos carcercs, e as ar<'as dos li-

vros intcrdictos . Trfts estes encer·

rava a procissào r uma cscol ta de '

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t3~ guardasdo · tribunal.~·..-~·••>-''

ou da mi­licia civil .

T'al era a orden;.\nça cl'estc lriumpko glorioso dll Santa Fi. que apre· sença da côrtc. ou as pragmatie<1s dos inqui· sidores, podjam tomar mais ou menos appara­toso. • No centro do terreiro ou na,·e levanta· va-sc um vasto tab1ado, e n'este o peque· no altar, onde se colloc:ava o crucifixo e alguns missacs abertos. A um lado estava a ca· <leira alta do Inquisidor geral, e out1 as mais baixas para os ministros do tribunal. Proxima a estes ou fronteira ficava ajustiça secular. Ko fundo a bancada dos presos. Para a côrte, se estava presente. havia tambem uma tribwla ou outro logar reser"ado. O resto era para os es· pectadorcs .

Um c~tenso sennno abria a solemni· dade. O que deveria ser este primor d"eloquencia sa-

~ 6 fd grada nào ó diíllcil COI\· jecturar .

Nos termos da boa corteúa o primeiro de· ver do orador era ca­ptar a benevolencia dos inqu i s idores. Depois vinha a refutação ccon­demnaçào da crença ju· daica cm milhares de argumentos fulminan­

tes. crivados de tex tos biblicos e d'atrevi· das figuras rhetoricas . Seguia-se, em phra­se sublimada. o pancgyrico do Summo Poutifice. do Santo Offici"), e do mo­

narcha magnanimo e fideHssimo, que para a ~

~ extirpação das heresias nào o lhava a despeza s,

:\.(~ nem sacrificios, nem conveniencias sociaes. Nàô fica,·run tambcm por tecer uns subidos louvores á mizericordia. sabedoria , e zêlo io· fatigavel dos honrados juizcs. que com a sua

~ respeitavel presença tanto abrilhantavam aqucHc 1 ~ acto . Afinal rebenta' a o epilogo, digno re·

~ ' mate de tào precioso trabalho. Era ahi f.

\ ~M onde cm 1orros d'eloquenda ~ "t ~ devia trasbordar a racun· *'

"(_ ~ .. ~s ~;<-~

1-A tOTtuta 11os subtcrTaneot da iuqublç-Ao de- Maddd 2- Um :tulo <fa lê 11:1. C.'\tbedtal de Côa

dia do ora· dor. que '-..,11"",.,."A:'-"-

para isso os iuquisi· dores escolhiam d'cntrc os mais teligiosos e as· signalados.

Finda a pródica se­guia-se a publicaçào do F'Aiiloi do Fi e Jllonilo· ri(> geral. N'este, po· rém, não havia que va· riar1 porque a sua fórmula esta\·a de ha muito redigida no Regimento. Era o tal Alonilt>rio uma chamada geral a todos os fieis christaos para que, em trinta dias. vies· sem, sob pena de excommunhào maior, demm­ciar e mani/es/.ar ante os inquisidotes, por si ou interposta pessoa, o que soubessem de <."er· tos casos contra os preceitos da Religião Ca­Lholica, usos e doutrinas da Santa Madre Egreja, e auctoridade do Summo Pontifice. ~·estes casos compreheodia-se. como era de razão, o que tambem se julgava tocan\c á infallibilidade

do tribunal : tal como, •Se sabem, ou ouvirao,

que alguma pessoa 1>e1ti·

tcuc i ada pelo Santo Officio por culpas, qllt

n'elle haja confessado, dissesse depois que ron· fessara /nl.samellle o que nào havia commettido. ou descubn·sse o segredo d<."I 4ue passára na Inquisi·

._,,.-~ çào, ou detrahissc, e seu· / ../... tisse mal do 1>rocedi111e11/q ' ? ~ e reclo miuisterio do SaMo Offiç10.»

'5 i\rui longos de' iam ser na verdade estes

pretirrunares. mas mais o seria o pregM das sentenças dos recor~c1liados, Q\1e em seguida

1-A Hhida. d~ um auto da ft em Lls~. <t-A proc:i~llo de un> auto da ft 11ahindo do p:i.ço dos Estaui>, no Roc:io (Grnvui-a fr11.nc:ei..-i'

o inquisidor mal!- anti~o do trihtmàL Para maior .- cnramento raziam-lhe cortejo n'cs·

te iX'-"so o capellào do Cdf('Crc da penitencia. 0~ dC"rigo!'t da íreguezia. e os leitores das sen· 1t·11ças. que a tOdos os penit('nciados iam app1i· C"J.nclo o toque symboHco das ,·arinhas.

) h aqui tenuinava o apparatoso crrhnonial do

~ nulo dn Fe. quando n'elle faltavam os rclax\t· dos. l la\'endo·os, o que n!\o deixava de ser

j írcquenH~. entho o drama tonm,·a·SC mais pit· torcsco e prolongado.

L:inçada a absolvlç~o. e recolhido o inquisi·

~ clor a() seu togar, principiava a tritura ela" sen·

(J tcnça• cios condemnados. Os vlvns \relaxados

cm carn(") estavam presentes, ("tu pc. com as

(

m."'tO!I atadns, ou em C"adeicas dt• br:u;os, quando

\

as Íclrç~i..1i lhes fraqueavam. l>o~ auU"ntes ,·iam· ,t. as cstatuas levantadas cm ah,1.!11 ';tras, ~os·

t. ~eiroo11~:n1e ~rrebicadas de chasnma~ e diabos. ~ .\ 1>ar d'cstc:s t"stavam a~ o~~adw~ dos finados.

cnct·rradas cm pequeno~ c~iixt'~~. e as arcas dos livros prohibidos.

~·;.1qurl1a nmltid!\o de fieis reinava ('lll!\o om !iiHen­do sçpukhral. Ao ouvir a narraçtio das heresias. aposl.asi~ts, (l foiti~·nrias d'aquelk•s monstros de mal· d;.uk n:\o havia espcct.ador a quem os nervos ni:to tn·me'l!<.<'m <:- os cabellos se n::io erriç.-sscm.

Poi~ havia nttcntado mais horrom~o. do que o fi. lho do judeu ou mouro, bapti!itado iJJ i11/nttlia, seguir a O<'«Uha.s a crença amaldiçoada. que O! paes lhe ha\·íam tn,inatlo?

l'otlia han·r atrocidade mais espantosa <·omo a de nl'lo comprdu·nder períeitamente as ,.ubtllez..."t.s da unido hypm1tatica. da tran~ubs~u\Ciaç=-o. e do lh'Te ;1rbitrio. ;1neditando na impanaç:.o, n;1 ubiquidade, e..· nutros milhões ele absurdos, dos impios Luthcro, Calvino, Zuinglo, Buccr e seus scctatios!

Da"a·Se cdmc mais horripilante do 1..1nc fazer pa­do~ t'o1t1 o dcmonio, dar· lhe o sangut~ n chupar, dan­s1r t.~ folgar com c11e, abnu;al·o. afagal-o, beijar.lhe a cauda e adural·o?

Para puritit:ar a terra d·estes e d'outro~ inimigos da di'"incl~ult· e da humanidade. que em ;l ÍO"~eira? ~ada~ um lt•ito de rosas até.

:\'t· .. tc a<to solemne era tambem que <t llil·dade do tril ~unot1 f(·~p1andecia c::om todo o '(·U folr.:or.

C· •ntlcmnar a supplicios, ordcnt1r o derr;un;.unento de sangue humano, nào o podiam fazer homens dou· ~ ,.., tos, bons tntholicos, e es· · ~2~ crupulosissimos, como r:,.t:;::-.. ~ -J ~~ eram aqucllcs illustrcs io- C" \t"'"'-~ -.e:::::;;:;·-?/ "P',,.- ;...-

--ffr{f~~-~~~~_g,:!)."'t; r .._r) .., ' -::.J...J._,. \.. 'rJ~ oJ0' . \'-') ~':'..\ ~.J \ )i41/•iill:

) carne, os ossos e es . ~ "-!- largas !t chicana dos '--._.) ~

)J tatua~ dos defunctos e ausentes, ...... accu::;ados ~- N'essc caso pu·

e os livros condcmoados. recolhia na nham de parte as tacs regras corno fri. f. fórina, por que horas antes havia sa· \'Ob1s e iinporttmas, e preferiam.lhes

( ~) hid.o, a procissao dos penitentes e recoo· o segredo, a denuncia, a fü .. '(30, o ~ , · ~ ciliados. arb1trio e a tortura. que davam resulta· ;.;

Concluida aquella piedo$a tarera, vol- do seguro e prompttssuno J tavam os ministros da íuquisiçao ás OC· Assim, arnda bem um auto não andava ~;

cupações ordinarias do despacho. K~o hou· na rua. que j:t outro estava no laboratodo vesse. porém, medo que tamanhas fadigas Obra adiantada havia-a sempre, louvado fizessi;m affrouxar um morne1)tO sequer os ani· Deus, e1n homa da Santa fuquis1çào e mos d'aquelles zelosos operarios. Ao contra· cxahaçào da l;-ó Catholica. rio. Respeitados do povo. protegidos por Contando pelas lislás desde 1540 até el-rei, abençoados pelo Santo Padre, em paz 1j32, diz o Aiv. de t de setembro de 1774 com as consciencias, os seus brios religio· que saíram J)enitenciados em autos publi-sos exalta,·arn-se cada vez mais. cos 23:o68 réus, e arderam nas fogueiras

Para que son)OS nús Inquisidores, Ordi· 1:45-1- relaxados; .... narios e Deputados, persmuavam clles a si Se a conta e cxacta, vc·sc. proporção proprios~ Nào é para extirpar os hcrejes, gnardada, <1ue as nossas Inquisições nào confundir os in1pios. e dar cabo das supers· ''aliam menos que as de Hcspanha, onde tições? de q81 a 1820 appareceram 288:214 <·on·

Firmissimos n·esta idea . aproveitavam. pôr· dcinnados em varias peoas, 34:485 quei· ta1,to. todos os meios, que mais efficazes lhes ruados em carne, e 18:0..-.9 cm estatua. pareciam para a realisar. Quanto aos bens confiscados os legis1a-

Affiguravam-se·1hes extensas. massudas, e dores dos Reg'it11e11los curnpriram á risca o de pouco crfeito, as fúrmulas do processo preccilo elo evangelista. dig1lus e11im est

ordinario com tantos termos, restituições, operariu.s cibo suq. Nao os applicavam, vistas, dilaçôes. appellaçôes, embargos e por isso, nem para os orphtios e viuvas arrazoados? Pois bem: prescindiam das taes dos condenmados, nem para os hospi· fórmulas, e em sem log<ir adoptavam as ta<:s e albergarias, nem para a tcdempç~o praxes expeditas e summarissimas dvs dos C'aptivos, ou outra obra pia e de ca· Eymerickos, Bellarminos e Symancas, que ridade. Essas propriedades, d inheiros,

n·estcs feitos nao achnittiam longas de· moveis, re1ldas, e semoventes, herda fezas nem rccu:sos palliativos. vam.nos o real fisco, e o seu fiel au·

ReC"eiavam, applicando certas regras xiliar. o .$"auto Offiâo da /11q11isiç1to de direito tocantes à instrucçào e prova d()S ReytUJS de Porlugnl. docrimc. complicar as questões e abrir J. Ç, AYRBS OE CA:o.1Pos.

A cx«ução dos c<>ndemrmd°' pela ínqul.slÇ"lO de Li!lboll (GUYUn\ fr.u11:c:.is3 00 se:culo .XVII)

•.... '"""_, . nas minhas m~os a pe1ma. of· ferecendo-1ne estas paginas da !llu.slrarno Pwtugueza, dignas de ser invejosamente cobiçadas por quantos escrevemos, teve a intençào reservada de metter-me n'um d'esses labyrintos de que sô vencendo as maiores difficuldadcs poderei sair airosa­mente, e satisfeito com o exito, sempre bastante relativo e problematico, que pos­so esperar ao meu interno ... se quiz in­vestir.me com a grave toga de officiante para glosar, n'um elogio minucioso. o encanto que constituem na realidade es­ses atavios charros, que adornando as mais formosas raparigas da nünha terra. offorecem aos le itores de tào bclla revista, <:omo espectacu loso e fino brinde, as pho­tographias que cHa reproduz ... l\Ias. se L>i assim, detido-me corajosa.mente a ar·

rostar todos os perigos da aventura. D' essas charras talvez algum appe·

teça os bordados e rcquifes da saia, ampla e abalonada, o O\trO e o aljó· ~ar dos seus broches e d'essas Ol'1das de pesadas pcdrarias, c1uc ('aem. a'um(t opulenta riqueza, sobre a plenitude do busm castelhano, e nào faltará

tambcm qu~m ex perimente o de· scjo ele saber como se enroscam as tranças de cabcllo apertadas no artistico circulo de pregos de fili. grana de ouro. Pois contcmplet-11 1mtes, de prcforcncia. no ovai do rosto que essas tran~·~1s emoldnran;\, esses olhares que . pela influencia cio trajo, apresentam agora. a doce rnelanco1ia da nobre e digna bcl· leia nativa.

Contemplae esses olhos das char·

mulher charra, que tanto vos seduziu. -o'~se dia que nos reserva o tah•ez_ en· tte os seus thesouros de \·indouras reali· <Ltdes, por\'entura bu~caret~ com insatis·

feita 1>0rfia o pittoresco ves· tuario q\lc as estampas m05·

tram, e nno alcaoçariam realisar o vosso dcstjo, a n!\o ser que vos npproxi111eis bastante da ci· dndo, e vos suq>rehcmdam n'cHa esses dias cm que o hello rcsur~e á ftôr da terra por t><"rc~rina e consola· dora c•cc1>Çao. em que sob ait arcadas de alguma

pr..i<;a monumental ou

no desfile alegre e mundano das mas· ~ carada.s cama,·alcscas, os \ "Ossos olhos deparem com esse appctecivel e bcllo ~ es1>ectac;ulo nrtistico. serenamente <I<"~· ~ ~

lumbrador. ~ Contcmplae esses olhos, tomo

n di1:cr-vos : por tO'lo este trecho da velha Castelln recebe quoddhmmncnte · a terra mater. aspera e escura, a ho· 1ncnagem cl'essas miradas rcinintoa~ das clrnr-ra~. que. quando abrem o~ seus olhos (l.(hniraveis, partt·t·m beijar com uma sua\'idade casta e nrarkia· dor~. 1-:ncontral·as·heis com suait sm·o.t de <"Ôres atre,•idas ... \'Cm\elha!I, de· um vermelho ('Úr de fogo como o rcsplen.

dor d"cstcs ocasos ~·m~eoto~ com que se despede o dia no!'

azlnhaes. amartll;;ts, de um amarello forte e a~~rcssivrl, côr de sol : com o:-t aros

das suas arrecadas; cs· corrido e lutidlo o ca­bello, alinhado n'um

penteado subrio. sem engano nem

1 ltJl\C:!ttid~de. dist.-rrç:\o, rc,·•LtO e sim­plitid;_ult•. que ni'lo pr<"ci.,am. para !'iCr

encontro1dog, uma labo· riosa sonll;._tgem do seu espirito. IH-'ln larg;1S ptêt·

~-•. ,,..,-. -d-c-u1_n_..n"l:lhar

limpitlo e sereno t(UC n!lo <!1~fa1\a enganos nem ma­hcrn'\,

C..:onfüulas e amorosas. l)ft'<ll"post;1s para s.abore;:1r o estr::mho, o ima~nario e pm·tín 1, 1·nvqltos na tra· ma de· uma lenda. de un)a histe1ria C'Xtraorclinar-ia e ph:antàStica. uarrdda ou Hc.la n•)S sc-nks familiares jumn d ... 1 lareira. quan..lo oc lajQs forui~m um mon-

tka... Th'm a obser· vaç!\o n'uma convi. venda t ontinua e fa. militar, ma!{ que se d<"nund 1m por de.

ll\o d<'- braz.as e. no meio dt• fumo <lcnso c·~piritos inysteriosos tnl!llJ:O~ t• phan­

ta~ma~ fon·c a panella ~obre o~ c·c· pos que crepitam. ;unuros.1~ e doce is. dud<" que seja o carinh• • qu<" a~ domt:. e o.1ri!{ca~. rebeldes a qualquer pcncgui· ç:\o, ns seus bra(os ....... ., ~10 mc .. mo h'ml..,) o inelhor ber(', para embalar os filho~ e os mais agcis e forre~ para ~e c:h·fcndcrcm c:orajosam€'1,1<- dos maus etwontros ... Seguem a sua vitla:

.. :amino da virtude :11lo e fragoso

c·(·un o seu thesouro de alcg. iJ~ inían· ti~· ma~. quando die;.ca ;, clôr a sua .cima san~a e os s<;u!\ l;uhc·ntos ,oo ala· rido~ de m~e. d·e~ses gritooe que nao '.llC tlU\·em nas cid~tdc5, dM,:t~,naclore!\, cio uma seh-ag:cm e b<·mdita esponta· m•iclade.

Ch;1rrit..-u da cidade' m~''"' doces e hrandas. com a me~ma hc·r;mc;a na cor· hdhn. . . pmdcntes. rcc4tt;_ula!C. charri · t<ctt de linhas delkadas, dH~i:1s ele cn· t•;1nto~. que pouco a 1>ouc·o dri xacs adivinhar no íundo do vo!t'.110 coraç!lo. amh-:-'18 da p._"lz:. solfrt•dora" e.· ;mimosas, a1 <ttte menos choram. as que c·onfor. tam com o seu silencio. e ~Jbcm tudo IM>rquc sabem M paloc\'ras de amor e de b-mdadc !

f<:mquantO a raça S'~ ~tcrni'.113. Ç3~. tclla imei ca. como um grande seio ador· mede.lo sob o a:1.u1 puro do céu, entóa. á hora do Angelus. a can(,'.!\o do ca.minheiro .

f.tUtNANl)O ISCAR P&IRA. Salamanca, o utubro de 190<).

Nota da Redaoviio.

A imprcssno liucrar ia. tào arrecamacla dG imagens e tào subtil de conceitos, éOm que o disti1,cto escriptor hespanhol, ac­cedendo a um convite da //hr.strn(bo P()r/ug'lu:::á, interpreta a fi. gllra moral da mulher rltarra, deixa po1ém as sumptuosas photographias que acompanham o artigo sem o commcntario descriplivo que o leitor certa1nente desejaria encontrar sobre a indumcotaria do ~rchaico traje femi1,ino da provinda de Salamanca. Como todas as cousas em inentemente decorati· ,·as, o traje dispendioso da charra. tào thcatral com os ~cus bordados de oiro e matiz, foi guardado nas arcas de familia como um ,_rnachronismo precioso. Apenas azo· ra. por occasiào do entrudo e das feiras annuaes ele Salamanca. ~ob as arcadas da Pla::a AlaJ·or ou nos camarotes da praça de toiros. o ''estido lra· d ido1rn.I da c!tarra reapparece, com o seu luxo ornamental. E' unicamente n.'csscs dias <1ue a don­zeHa castclha11a póde revestir a sua casta. bcllcza com os esplcndol'es theatraes do traje magnifico com que suas ~wôs foram {a bVda . A magnificen­cia das wias de dam~1sco e de ''elh,1do, com os

· ~ aventaes rccamados de bordados. destôa jú entre a vt.11garidadc modesta e uniíonne do traje contempora· 11co, que apagou todo o 1>ittorcsco da indume1uar ia re· gional.

~ Mas a mulher da 1>rO\'incia de Salamanca. perdida oo

ênno das herdades, nào se S\tbmetteu á perda total d~es­se paramento de ido101 que tanto rc<1lça"a a sua formo­sura. E é assim que se per petuou a sciencia complicada do penteado rllnrr(), que demanda um 1#;\

.. trabalho l<tborioso com os seus circulo~

~~~~

o iro : penteado caracterisadamente me· dic,·al, sobre que se estende a mantilha rlc cambraia ou de tulle, bordada a lentcjoi· las, rahindo nos hombros sobre a charpa ~e vc1ludo, traçada no peito, e çujas íran-1as de o iro se n'iHtira1n com os colares de ffü. grana recamada de lascas de cHaruanles. A 'par­te a sua sumptuosidade caracteristica, o traje da cltarra parece·se com o elas nossas Javradci· ras do Aho Minho . E' nas suas linhas geraes iderltico. Os matcriaes de confocçao é que fun­clamentalme1ue diffcrcm. O traje da charra nào é um traje popular. E• um vestido de gala, aç­cessi vel apeaas ás familias abastadas.

% A I E.MANA DE. r.._A_S' l:AEI ~

l - l ,iltl~dft riu CAllÓllS dll. ~'\Cllda; Ao ct•ncro " car~a Zju.z

do 11'. Marquc.,dll. SUva e do 1nu1rc Ana) A ~~1ulo vtnct:dora

110 I,•· J)f'~JnlO

11 - 'h 1~11 .. ~11,.. Ndtll • r~.::no 11u<' tontaram l)«lrt~ u r~t~

J- A b.r••d& dos J•••11 dt- rtuao

A scm;ma de outomn• Cvrac!lt, com a sua brilham serie de restas, n3o podo d ., xar de fic;11 lisongeiranuntc registada nos nnnacs sporti· vos, e consti Luc uma indi!l· cutivel dt•nwnstr~ç:to de que se ·vaCJ finalmente desc1wol· vendo no nosso paiz o ~sti> pelos divcrtim<'ntos do sp- •rt. que. a 5ni11c.:ipio. tanto CU«;tJ. tam a acdím;,1r.

O JlfO)..'Tamma organi5-

-'""3:.->-"'--pe-1o_S_l'°_'_""4

)

~te Cas:caes: fol escolhido com o melhor ui. ~crio, e os rc~ul-.Hucntos dos ,·arios 1nrncios •' campeonato$ c.stabelccidos com o m:1h1 ri· ~oroso cscrupulo e 1oethodo. De antc·m:'lo $C podia m1gurnr, 1>0rt,ouo, .o exilo e succcuo (1u1· a lil'mtina de outomr\O estava clestloada

a a.lcan(ar. e a que cffccüvamt'ntc 01 f<'!liUltados de toda.s as pro\·as. em que tomaram parte os nO't· sos primt'iros re1nadores. yachunen. automohilis· tas. tennhnas. c..'grimi'ttas e cavallf'iro•. deram o mais ("()mpleto relC\'O. Xcnhuma das maix Yari;ulas fest..1.S r<-ali"adas deixou de correspcmdN !, mais

vigente e met-kulosa c~spectati\'a, Darnos hoje o-4 photogn1phias tit'adas pelo nos30 re·

dactor especial 110 primeiro d ia, prcer,chído 1wla~ re­gatas e llelo c;unpcODato de tcnni~. que com wnto cn· thusiasmo clC<'olferam, tanto umas como o umro. :\'c1 nosso nomero At•guinte publicaremos a TCJlOrl;,l~Cm pho­tographica d:ts muras festaS seguinte!, que corn.-ram egu.almen1e animadas. attrahindo lodos os dias uma grande concorrt'nda de amadores.

'.l•l

""·A•~/,.s: \hdcmoii;elle Pla11llct e D. joJ.o VIII• Fn.oea ;01andr-11. ultuna par1ida c:m q\lc lkaram c:&mJK'fko• de 1900

i - 0& vencedoru dos c:nm1)eormtos de u11111la cm 1901>: 1), J oão Vllla l-'r1111c;a, ma1le111ouiclle Pl:uulC'r, mack1nol""l'lle M•11pcrri11 Sr111toa e }c>tt (k>llo

3-Madc1ne>iHlle Plant1cr jopado. 4-A &!>,,;btcocia not LO#rll ck> ~ponln,c Club--r(b~-.tJ~ "' 8L'i'Ouu.)

F\ Vlf\5Ef\1 DO ES.Tf\DD Mf\IOR EL-REI EM LEIRIA

"~~"~'':,(,~'''""''''''''"'""''''''''""'""''' ' '''''"''''"" '''' ' '""'"""'"''''""'"""'''''""'"'"'''''''"'lt""''''''"""''"'"'''''""'''""''''''' ""''f!.!.~~~~~?,f,~~.-::..~~~I!::.~~~'''"'

eo\'\\ na t\ \\a a. o -~6-~~;~:;:~:1

:~ 7:.;~~= r Pimd-üs de reserva ç C\)an o o ..10 C\)-va..10 de amorltsaçli<>... >66.4oc$o<>o J r ~ \ Q. "' \1. u. Riis.. 9JO . .]IQ~ ~<ltdm ílnonyma dt mponsabllldadc llmlfada ~:'!i~s er':::,,~~~bg:·r~:âg~;~/!:

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