Muitos meios, muitas comunicações- Informação e Comunicação: uma proposta educomunicativa para a escola integral e a todas as demais.Ismar de Oliveira Soares

Grupo 04- TR 39Aluna ouvinte: Natália Hernandes MouraECA-USPProf Dr Ismar de Oliveira Soares

(Tecnologia=Modernidade) As tecnologias transferem status, tornam a prática dos docentes mais eficiente, gerando novos parâmetros para a didática e sua avaliação. No mundo da Educação, os que detém conhecimento para manejar recursos da informação `as vezes olham com desconfiança os que ainda não descobriram esta ferramenta.

Atualmente, as tecnologias na literatura de Educação aparecem como um recurso na gestão do conhecimento e na administração escolar, além de instrumento facilitador da aprendizagem.

Segundo Maria Biancocini de Almeida- “É necessário formar não somente professores, mas também funcionários para que a tecnologia faça parte do coletivo”

Prof. Alberto Tornaghi : entende que este coletivo é uma rede, um ser complexo, heterogêneo, composto por actantes, seres humanos e não-humanos (laboratórios, quadros, cadeiras, etc)- Estes contribuem de forma particular e caraterística para o espaço de produção e reprodução intelectual.

A entidade que educa inclui a escola, mas não se encerra nela. “...vai `as casas das pessoas, passa pela TV, rádio, jornais, jogos, fatos e artefatos presentes no entorno do educando.” O professor vai de encontro ao conceito de “tecnociência”- “entidade sociotécnica que produz fatos e/ou artefatos.”

Para melhor entender os sujeitos actantes, deve-se focar a técnica e suas tecnologias a partir da Teoria da Ação, descrita por Umberto Galimberti (Psique e Tecne). (Importância histórico-antropológica da técnica no próprio surgimento do ser humano como ente racional).

O homem mantém uma dependência estreita em relação `a técnica. A técnica possibilitou ao homem sua racionalidade e sua sobrevivência. O homem é diferente dos animais, não porque possua razão e inteligência e sim porque não possui instintos que o orientem na solução de suas necessidades.

Por isto, coube aos primeiros homens intervir no mundo, através de sua ação. Mediante acertos e erros diante de uma gama de estímulos e possibilidades que o homem alcançou a habilidade de distanciar-se das necessidades primevas, criando técnicas que construiram a cultura. Não foi a inteligência do homem que produziu esta ação no mundo e sim o hiato entre necessidade e satisfação.

Não há diferença entre natureza e cultura. A técnica seria parte da cultura, segunda natureza dos homens, sem ela o homem não seria “humano”, não seria inteligente e racional.

Garibaldi- A técnica seria um dispositivo através do qual o homem busca encontrar soluções para suas demandas. Homem depende do “fazer”. É porque ele “faz” que é inteligente. As “tecnologias”representam a evolução do modo do homem estar no mundo.

Certas tecnologias acabaram subjugando o homem em forma de ideologias. Exemplos: Como a humanidade testemunhou o Colonialismo, Nazismo e destruição planejada do ecossistema. Estes exemplos foram forjados e sustentados científica e ecologicamente pelas tecnologias `a eles incorporadas. Estas tecnologias tornaram plausíveis, indispensáveis certos procedimentos. Entre estes procedimentos- incapacidade de análise, de previsão e de antecipação da realidade.

Exemplo: poluição da atmosfera. A atual tecnologia emite gases tóxicos, dando suporte aos agentes sociais e aos governos que não trocam o imediato e particular (progresso temporário de determinadas nações) pelo permanente e universal (bem-estar de toda a humanidade).

A tecnologia naturaliza a política e permite que uma nação assegure poder ao governante que opta por obstruir o progresso coletivo em favor do progresso imediato e particular. A ética vem sendo obstruída pelo pragmatismo da incapacidade de análise e de antecipação.

Impossibilitado de se libertar das tecnologias , é preciso “refazer a estrada” exercitando o controle sobre a educação e o trabalho. Na escola, a aproximação com as tecnologias deve levar a produção de conhecimento.

A obra de Galimberti tem contra si o pensamento filosófico clássico e a ciência moderna essencialista, que defendem a primazia da razão sobre os demais sentidos do homem e progresso sobre a natureza.

É pela ação que nos posicionamos na face da Terra. Se a humanidade nos deixou como herança tecnologias por meio das quais nossos antepassados buscaram solucionar seus problemas, nos cabe rediscuti-los, em favor de projetos que criamos.

Escola/Educação- Dominar as tecnologias, como condição civilizatória, caso achemos indispensável que os alunos se apropriem delas, para não serem dominados por elas.

As tecnologias da informação e sua relação com a educação

A Educação é um constructo humano, uma técnica- conjunto de fundamentos teóricos e procedimentos práticos destinados a formar o homem para uma ação em sociedade. Uma técnica que produziu suas tecnologias, recursos de linguagem para os processos de ensino.

Falamos não apenas da perspectiva didática do uso das tecnologias, mas da civilizatória de conviver com as tecnologias em todos os espaços da vida, família, comunidade, escola, reconstruindo seu uso social, formando sujeitos políticos.

Questão política, no sentido grego, como os atenienses usavam da filosofia para repensarem seus vínculos mútuos e suas propostas de ação.

NCE-USP- introduzir as tecnologias como uma mediação na construção de “ecossistemas comunicativos” abertos e democráticos, unindo a comunidade em projetos de cidadania participativa. Ainda se baseando em Paulo Freire, a escola é um agente social presente em todo o território nacional, teria condições de fazer frente ao modelo centralizador com que as tecnologias são implantadas (mercado e mídia).

Acesso criativo e democrático. O “sistema” prima em estabelecer a performance individual como “padrão de produção”. Não basta aprender a manusear, seria preciso saber “porque”, “como” e “com quem”.

A tecnologia nos projetos de escola de tempo integral

Tornaghi- Escassez de espaços públicos de lazer, cultura e convivência social saudável para crianças e jovens, o que faz recair sobre a escola, a responsabilidade de ser a única referência positiva de sociabilidade.

Objetivo maior das escolas trabalharem com educomunicação seria o de o povo decidir comunitariamente seu destino em um futuro pouco distante.