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Catarina Liberal Mafalda Pereira Diogo Soveral Manuel Pires Maria Martins Tomás Carlos 2013/2014 Biologia e Geologia

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Trabalho elaborado por: Catarina Liberal, Mafalda Pereira, Diogo Soveral, Manuel Pires, Maria Martins e Tomás Carlos.

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Catarina Liberal

Mafalda Pereira

Diogo Soveral

Manuel Pires

Maria Martins

Tomás Carlos

2013/2014

Biologia e Geologia

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Índice

Origem dos Oceanos ----------------------------------------------------------- 3

Formação abiótica dos seres ------------------------------------------------- 4

Diversidade ----------------------------------------------------------------------- 5

Fósseis vivos ---------------------------------------------------------------------- 6

Espécies em vias de extinção ------------------------------------------------- 8

Poluição marinha --------------------------------------------------------------- 11

Utilização humana -------------------------------------------------------------- 12

Bibliografia ----------------------------------------------------------------------- 13

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ORIGEM DOS OCEANOS

Os oceanos são a componente principal da superfície do planeta Terra (71% da

superfície da Terra) e são constituídos essencialmente por água salgada. É por este

motivo que se costuma designar o nosso globo por “planeta Azul”. Mas como se

formaram os oceanos? Para descobrirmos, teremos de recuar cerca de 4,6 biliões de

anos.

De acordo com a Hipótese Nebular, teoria explicativa da origem do Sistema

Solar, existia uma gigante nébula de gases, poeiras e matéria interestelar, enriquecida

com elementos pesados, provenientes do Big Bang, e fria no espaço entre as estrelas da

nossa galáxia. Normalmente, nesse tipo de nuvens há duas forças opostas que se

equilibram: a gravidade, que tende a contraí-las, e a pressão térmica, que tende a

expandi-las. Devido a fenómenos de condensação de matéria, o núcleo da nuvem

começou a aquecer e a rodar, o que a levou a ganhar um centro gravítico. Lentamente,

a nébula começou a arrefecer e a adquirir a forma de um disco achatado em torno de

uma massa de gás densa e luminosa, que seria o Proto-Sol. Este era formado por

partículas da nébula que se aglutinaram no centro. Simultaneamente, os restantes

materiais da nébula começaram a condensar de um modo não uniforme, formando os

planetesimais. Seguidamente, já com o proto-Sol evoluído para Sol, continuou a acreção

destes corpos, originando corpos cada vez maiores – proto-planetas -, cujo interior era

homogéneo e se encontrava fundido.

Posteriormente, o planeta Terra, como os restantes planetas telúricos, sofreu um

processo de diferenciação, em que os elementos foram separados de acordo com as

suas densidades, sendo que os mais pesados como o ferro e o níquel migraram para o

centro da Terra e outros como o hidrogénio, hélio e vapor de água fazem movimentos

em direção à superfície, formando a 1ª atmosfera da Terra (atmosfera redutora), que

não continha oxigénio.

Devido a um arrefecimento do sistema Terra, o magma da superfície

consolidou de forma lenta, formando rochas magmáticas do tipo granitoide. Estas

originaram a crosta terrestre, que no início também constituíam o primeiro

supercontinente. Este arrefecimento levou igualmente à condensação da grande massa

de vapor de água presente na 1ª atmosfera, originando as primeiras chuvas, que

escorreram até zonas mais rebaixadas da crosta, formando os primeiros lagos e mares.

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O aumento do volume de água aconteceu, também, devido ao impacto de meteoros

que transportavam uma enorme quantidade de partículas de água. Formou-se, assim, o

oceano primitivo, no qual as águas eram ácidas, uma vez que na atmosfera outro gás

predominante era o Dióxido de Carbono, e possuíam temperaturas muito elevadas.

Outro elemento existente nesta atmosfera era o Ácido Clorídrico (HCl), que foi a fonte

de Cloro para as águas dos mares, levando a que se tornassem salobras.

Com o passar do tempo, a atividade geológica interna da Terra conduziu a dois

processos: a abertura de riftes, consequência de um período de estiramento crustal, que

levou à fragmentação da crosta terrestre; e a uma posterior reunião devido à

convergência das placas tectónicas. O último supercontinente formado foi a Pangeia,

que era envolvida por um único oceano – a Pantalassa. Devido ao movimento das placas

tectónicas, a Pangeia fragmentou-se, criando fendas, nas quais se intrometeu o oceano,

originando, com o passar do tempo, os oceanos de hoje em dia.

E foram estas condições no oceano que levaram à origem da vida.

FORMAÇÃO ABIÓTICA DOS SERES

Uma das grandes incógnitas da ciência moderna é o problema da origem da

Vida na Terra. Este é de facto um grande mistério pois, dos milhares de planetas já

descobertos, só na Terra é que a vida é conhecida. No entanto, pode-se afirmar sem

margem de dúvida que a vida na Terra terá tido origem nos mares de então.

A atmosfera primordial de então desempenhou um papel importante na

origem da vida na Terra, pois era essencialmente redutora, sendo composta

maioritariamente por metano, amoníaco, vapor de água, sulfato de hidrogénio e dióxido

de carbono, sendo o oxigénio e azoto quase inexistentes.

Estas características únicas permitiram que ocorresse um fenómeno que até

hoje só existe na Terra, a formação de moléculas orgânicas, essenciais na formação de

células. Tanto a atividade elétrica (através dos relâmpagos) como a energia geotermal

são fontes de energia que contribuíram para a formação dos primeiros monómeros.

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De seguida, formaram-se os primeiros polímeros através da junção de

monómeros. Esses polímeros viriam a formar as primeiras células (protobiontes). É este

último passo que os cientistas têm dificuldade em compreender. Como é que moléculas

individuais dão origem a entidades independentes com capacidade de se replicarem?

Uma teoria apresentada é que havia moléculas que possuíam capacidade de se replicar.

Essa capacidade permitiu que a seleção natural pudesse começar a ocorrer, uma vez

que, ao replicarem-se, com relativo sucesso ter-lhes-á sido conferida a capacidade de

transmitir as suas características (hereditariedade). No entanto, consideram-se os

primeiros seres vivos os protobiontes que eram constituídos por uma estrutura esférica

formada por lípidos e com ADN. De seguida, a seleção natural favoreceu as células com

membranas estáveis e elásticas.

No entanto, a maior parte dos seres vivos de hoje é composta por células

eucarióticas, e não por células procarióticas como eram os primeiros seres vivos.

Segundo Lynn Margulis, as células eucarióticas nasceram como comunidades de

organismos em interação, que se uniram numa ordem específica. Os elementos

procarióticos poderiam ter entrado numa célula hospedeira por ingestão. Com o tempo,

os elementos originais teriam desenvolvido uma interação biológica mutualmente

benéfica que mais tarde se tornou numa simbiose obrigatória.

DIVERSIDADE

Milhões de anos após a formação da Terra, no período Câmbrico, deu-se uma

grande explosão de vida, tendo surgido vários grupos biológicos distintos com uma

imensa variedade de características.

De entre a variedade de características observáveis, existem algumas bastante

peculiares tal como a luminescência em seres vivos.

Bioluminescência é a produção e emissão de luz por um organismo vivo. Trata-

-se de uma forma de ocorrência natural de quimioluminescência, em que a energia

resultante de uma reação química é lançada sob a forma de emissão de luz.

A maior parte dos seres luminescentes vive nas profundezas do oceano. Os

peixes abissais são alguns dos seres vivos que habitam essas zonas muito escuras,

chamadas zonas abissais. Estes peixes apresentam características tais como a

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bioluminescência de modo a facilitar a busca de alimentos, a fuga diante do ataque de

predadores e o encontro de parceiros para o acasalamento.

Por fim, temos as esponjas que são os representantes mais primitivos dos

animais invertebrados. Sendo os primeiros da sua linha evolutiva, colonizaram todos os

mares e algumas espécies conquistaram a água doce.

O filo dos espongiários reúne seres de uma baixa complexidade morfológica e

funcional, o que contribui para o seu sucesso evolutivo, sendo que, desde a sua origem,

pouco mudaram na sua maneira de viver. Fazem entrar água no seu corpo, de onde

filtram as partículas alimentares e o oxigénio.

As esponjas são desprovidas de órgãos, de sistema nervoso e hormonal. O seu

corpo é uma parede formada por duas camadas de células: ectoderme, que se encontra

em contacto com o meio exterior, e endoderme, abre-se sobre a cavidade interior.

Estes animais podem recorrer a processos de reprodução assexuada ou

sexuada. Sexuadamente, cada um emite para o meio os seus espermatozóides. Estes

são recolhidos pelas células de outro indivíduo e depositados no seu seio, onde

encontram os óvulos, dando-se então a fecundação. A larva produzida, ciliada, nadará

em busca de um substrato mas a sua esperança de vida é muito reduzida.

As espículas, estruturas que sustentam o animal, são sintetizadas por células

chamadas escleroblastos a partir do calcário ou da sílica existente no meio.

Curiosamente, as esponjas são consideradas fósseis vivos, mas para além

destas existem outros exemplos.

FÓSSEIS VIVOS

"Fósseis vivos" são organismos atuais pertencentes a grupos biológicos que, no

passado geológico da Terra, tiveram maior abundância e diversificação do que o que

acontece na atualidade.

"Fóssil vivo" é uma expressão também frequentemente utilizada

informalmente para designar organismos de grupos biológicos atuais que são

morfologicamente muito similares a organismos dos quais há conhecimento no registo

fóssil.

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Estes seres mantiveram as suas características ao longo do tempo, sendo

excelentes fósseis de fácies já que vivem em ambientes restritos. Há que salientar que

estes indivíduos atuais, estes "fósseis vivos", apesar de muito semelhantes aos seus

parentes conhecidos através do registo fóssil (do Cretácico, no final do Mesozóico, por

exemplo, no caso dos celacantos), não pertencem, exatamente, às mesmas espécies.

Não são, portanto, a mesma entidade biológica.

Um dos exemplos mais conhecidos de "fósseis vivos" são os celacantos

(espécies Latimeria chalumnae e L. menadoensis), um grupo de peixes. Durante

bastante tempo pensou-se que estes peixes, com origem há cerca de 400 milhões de

anos, tinham sido extintos juntamente com os dinossauros no final do período

Cretácico, há 65 milhões de anos. No entanto, em 1938 foi redescoberto junto com

outros peixes, apanhados por um pescador local na África do Sul. Desde então, já foram

observados celacantos no Quénia, Tanzânia, Moçambique e Madagáscar. Curiosamente,

os animais mais próximos taxonomicamente do celacanto, são os tetrápodes

(vertebrados de quatro patas) e os peixes pulmonados. Os celacantos conseguem viver

mais de 100 anos.

As mixinas, também conhecidas como peixes-bruxa ou enguias-de-casulo

(classe Agnatha ou Myxini) são os únicos animais vivos de crânio sem coluna vertebral, o

que leva alguns taxonomistas a hesitar em classificá-las como animais vertebrados. O

seu aspeto e características são tão primitivos quanto os dos seus ancestrais, gravados

em registo fóssil desde há 550 milhões de anos. Como defesa dos predadores as mixinas

possuem glândulas segregadoras de muco em toda a pele e são consideradas uma

ligação evolutiva crucial entre animais vertebrados e invertebrados.

Nautilus é um cefalópode (“parente” das lulas, dos polvos e dos chocos) que

teve origem há 500 milhões de anos atrás, tendo sido contemporâneo de vários animais

pré-históricos como as trilobites ou os dinossauros. Atualmente, os nautilus podem ser

encontrados nas águas do Indo-Pacífico. As seis espécies de nautilus sobreviventes, de

um total de mais de 2.500 espécies identificadas, são praticamente idênticas aos

nautilus das águas de há meio bilião de anos atrás. Recentemente, descobriu-se que os

nautilus têm capacidade de memória longa, apesar de nunca terem evoluído as

estruturas cerebrais necessárias para o efeito.

As língulas estão entre os animais com menos alterações na sua aparência e

existem há mais de 500 milhões de anos (período Câmbrico, muito antes do primeiro

dinossauro pisar a Terra). As conchas apresentam a forma de uma língua (classe

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Lingulata, a palavra latina para “língua”) e possuem um longo pedículo com o qual se

movimentam no solo arenoso.

O caranguejo-ferradura, ou límulo (Limulus polyphemus) está no registo fóssil

do período Ordovício, há cerca de 450 milhões de anos. O seu sangue azul é considerado

uma mais valia na medicina humana para o combate a infeções bacterianas. Na extração

do sangue os animais não são sacrificados, sendo devolvidos à água sem problemas.

Estes caranguejos são também capazes de regenerar membros perdidos, como uma

estrela-do-mar – fragmentação. É o animal vivo mais próximo das trilobites que

podemos observar.

A lula-vampira-do-inferno (Vampyroteuthis infernalis) vive em águas profundas

dos Oceanos Atlântico e Pacífico, sendo o único cefalópode conhecido capaz de viver a

um quilómetro de profundidade. Um fóssil dos meados do período Jurássico, com cerca

de 165 milhões de anos, provou que as lulas-vampiras já existiam claramente nessa

altura. A única diferença entre a lula-vampira do tempo dos dinossauros (Vampyronassa

rhodanica) e a atual, está nas diferentes dimensões dos braços e do manto.

Apesar da diversidade de tartarugas existentes, as tartarugas pouco mudaram

desde o seu aparecimento, há cerca de 220 milhões de anos atrás, no período Triássico.

As tartarugas fazem assim parte de um dos grupos de répteis mais antigos do planeta.

No entanto, este ser encontra-se em vias de extinção.

ESPÉCIES EM VIAS DE EXTINÇÃO

Uma espécie em vias de extinção é uma espécie cuja população está a diminuir. Esta

situação pode ocorrer devido à destruição de habitats, à caça/pesca exagerada, à poluição, ao

aumento da temperatura das águas ou mesmo devido à acidificação das mesmas.

Para avaliar a probabilidade de uma espécie continuar a existir na natureza, há

diferentes fatores a ponderar, como a amplitude da distribuição geográfica da espécie, o nível

de ameaça a que esta está sujeita e a variação do tamanho da sua população.

Existem várias classificações do estado de conservação das espécies de animais e

plantas, mas entre todas a Lista Vermelha da UICN (União Internacional para a Conservação da

Natureza) é a mais conhecida. Para esta avaliação são utilizadas as seguintes categorias:

• Extinta;

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• Extinta na Natureza - existem indivíduos em cativeiro;

• Criticamente ameaçada (num futuro próximo);

• Em perigo;

• Vulnerável (a médio prazo);

• Quase ameaçada;

• Segura.

Dois exemplos integrados na categoria “Criticamente ameaçado” são a tartaruga de

pente e o cachalote.

Cientificamente conhecida como Eretmochelys imbricata (Lineu, 1766) e

tradicionalmente conhecida como tartaruga de escamas, a tartaruga de pente é um animal

marinho que mede entre 80 a 90 centímetros de comprimento.

Alimenta-se de lulas, camarões, anémonas e medusas e tem como habitat natural

recifes de coral tropicais e águas costeiras rasas. Estão distribuídas por uma vasta faixa do globo

terrestre, sendo predominantemente encontradas nos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico. Esta

tartaruga tem duas subespécies, a Eretmochelys imbricata imbricata (do Atlântico) e a

Eretmochelys imbricata bissa (da região Indo-Pacífica).

A tartaruga de pente encontra-se criticamente ameaçada devido à sua caça

indiscriminada. A carapaça da mesma é usada para fins decorativos e, países como a China e o

Japão, servem-se da sua carne para alimentação.

O cachalote, cientificamente conhecido como Physeter catodon (Lineu, 1758) é o

maior cetáceo com dentes atualmente existente na Terra e pode medir até 18 metros de

comprimento.

Uma curiosidade sobre este animal é que a baleia branca do clássico de Herman

Melville,“Moby Dick”, era um cachalote.

O cachalote alimenta-se de várias espécies como potas, polvos, raias mas

principalmente de lulas gigantes. Está distribuído por todos os oceanos mas é mais abundante

entre o Ártico e o Equador. As populações são maiores próximo de plataformas continentais,

provavelmente devido à maior facilidade de encontrar alimento.

Para os cachalotes só existem dois predadores, os seres humanos e as orcas. Grandes

grupos de orcas atacam frequentemente conjuntos de cachalotes fêmeas com as suas crias,

mas nunca cachalotes machos.

Este animal é uma espécie criticamente ameaçada devido, principalmente, ao ser

humano. Apesar de em 1979 a baleação (caça de baleias) ter sido proibida, a ameaça do ser

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humano ao cachalote não desapareceu. A espécie continuou a ser caçada devido à sua carne e

ao espermacete (um óleo que se encontra na cabeça do cachalote usado para inúmeros fins

como, por exemplo, cosméticos e compostos farmacêuticos). Para além da sua caça, o

cachalote sofre outras ameaças devido ao Homem, como colisões com grandes embarcações,

prisão em redes de pesca, ingestão de resíduos sólidos (por exemplo o plástico) e derrames de

hidrocarbonetos, como o petróleo.

Na categoria “ Em perigo” encontramos Balaenoptera musculus (Lineu, 1758), a

baleia azul. É um mamífero marinho capaz de chegar aos 30 metros de comprimento, sendo

por isso conhecido como o maior animal que na atualidade habita na Terra.

Alimentam-se quase exclusivamente de krill (pequenos crustáceos), embora também

possam ingerir lulas e pequenos peixes.

Encontram-se distribuídas por todo o mundo, divididas em agrupamentos e sabe-se

da existência de 4 subespécies diferenciadas pelas zonas que habitam: as que habitam o norte

dos oceanos Pacífico e Atlântico- Balaenoptera musculus musculus-; as que se encontram no

oceano Antártico - Balaenoptera musculus intermédia-; as que vivem predominantemente no

oceano Índico- Balaenoptera musculus brevicauda-; e por fim as que se localizam no sul do

oceano Pacífico- Balaenoptera musculus indica.

As baleias azuis começaram a ser capturadas de modo a substituir a caça de

cachalotes, devido ao facto de estes se encontrarem à beira de extinção. Atualmente, no

entanto, estão ambas as espécies marinhas em vias de desaparecer da Terra.

Por fim, na categoria de “vulnerável” temos o caso do tubarão branco.

Cientificamente conhecido por Carcharodon carcharias (Lineu, 1758), o tubarão

branco é considerado o peixe predador de maiores dimensões do planeta e também o tubarão

mais perigoso do mundo.

Alimenta-se principalmente de focas, leões-marinhos, atuns e pinguins ou outros

animais que habitem em zonas perto da costa.

Este animal vive nas zonas costeiras, onde as águas são menos profundas, pois é

onde se encontra maior quantidade de alimento. Apesar de ter um avançado metabolismo que

lhe permite manter-se mais quente que a água que o rodeia, este não é suficiente para o

permitir povoar zonas extremamente frias como o Ártico e o Antártico. Habita uma vasta zona

do globo: a zona costeira do oceano Pacífico na América do Norte e na América do Sul; alguns

arquipélagos do oceano Pacífico como a Austrália, o Hawai e a Nova Zelândia; o litoral asiático

como o Japão; também é avistado nas ilhas de Cabo Verde e das Canárias e nos mares

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Vermelho e Mediterrâneo. Nestes mares devido à exploração pesqueira e à contaminação das

águas a distribuição desta espécie tem diminuído consideravelmente.

Esta espécie marinha tem como maior inimigo o Homem mas também teme a orca,

tanto que, quando um tubarão deteta a presença de uma orca, abandona de imediato o local.

A Lista Vermelha da IUCN incluiu o tubarão branco como sendo uma espécie

vulnerável devido à sua escassa taxa de reprodução, baixa densidade populacional e baixa

esperança de vida. Claro que o Homem também contribuiu para esta situação com a pesca

desportiva deste animal, incentivada pelo filme “O Tubarão” devido à informação errada que

passa desta espécie.

Por fim, outro dos grandes problemas que potenciou a vulnerabilidade de várias

espécies, incluindo o tubarão branco, foi a poluição, outro erro do Homem.

POLUIÇÃO MARINHA

A poluição marinha é a presença de lixos sólidos e poluentes líquidos nas águas

dos mares e oceanos, sendo fruto da atividade humana. Para além de ser uma das

grandes causas da extinção de espécies tem muitas outras consequências no mar e até

fora dele.

Uma das maiores e mais graves causas de poluição do ambiente marinho são

os petróleos derramados, tanto de cargueiros que o transportam, como de acidentes

em plataformas petrolíferas que se encontrem no mar. Estes petróleos irão misturar-se

no mar, sendo assim impossível retirá-los de lá. Estes derrames põem em perigo todos

os seres que lá habitam, como já foi referido, mas também seres terrestres como as

aves que se alimentam de peixes de água salgada.

Outra grande causa deste enorme problema é todo o lixo que nós, seres

humanos, depositamos diretamente no mar ou mesmo na areia. Infelizmente, muitos

Homens poluem o mar atirando para lá o que parece ser uma simples lata ou pacote de

plástico. Se os seres humanos não se aperceberem deste erro e não corrigirem as suas

ações, chegaremos ao dia em que estaremos a nadar em lixo. No Brasil, das 20 praias

existentes entre a Barra e a zona sul do Rio de Janeiro, 11 são impróprias para banho,

podendo os banhistas dessas praias apanhar hepatite através da água. Pelo contrário,

92% das águas portuguesas são consideradas excelentes.

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A terceira causa a apontar para este modo de destruição antrópica do

ambiente marinho é o lixo que é despejado no mar por fábricas e grandes empresas.

Estas empresas têm resíduos dos quais precisam de se desfazer e, muitas vezes, por ser

mais económico e prático, a sua escolha é o mar. Estas entidades são castigadas mas

apenas com multas que, quando comparadas com o seu orçamento, se resumem a

pequenas migalhas. Algumas empresas chegam mesmo a despejar resíduos nucleares

no mar, pondo em risco não apenas as espécies que o habitam mas todas as existentes.

Estima-se que, em 2050, a população mundial possa vir a aumentar para cerca

de 12 mil milhões de pessoas. Destas, cerca de 60% deverá viver a menos de 60 Km de

distância do mar. As atividades agrícolas e industriais necessárias para sustentar esta

população irão aumentar as já significativas pressões sobre as férteis áreas costeiras.

Será que queremos pôr em risco o nosso futuro e das próximas gerações? Se

não, teremos de mudar o nosso comportamento, pois cada vez mais a poluição infeta

peixes que infetam os seus consumidores e será toda uma cadeia que pode chegar a nós

humanos.

UTILIZAÇÃO HUMANA

Atualmente, conhecem-se vários seres com muita utilidade para o Homem.

Temos o caso das algas vermelhas, pertencentes ao filo Rhodophyta, são assim

conhecidas devido à sua cor. As rodófitas são, em geral, multicelulares e crescem junto a

um substrato. Estas algas possuem nas suas paredes celulares depósitos de carbonato

de cálcio, o que as torna muito resistentes e sem flexibilidade. São muito abundantes e

ecologicamente importantes.

Possuem importância económica, na alimentação ou na produção secundária

de produtos utilizados, principalmente, nas indústrias alimentícia e farmacêutica.

As utilizações podem ser tão variadas como em meios de cultura para

microrganismos, cápsulas, supositórios, anticoagulantes, sabonete, creme para mãos,

substituto da gelatina e na produção de gelados.

Como foi referido anteriormente, as esponjas são animais que têm a

capacidade de filtrar as substâncias e o oxigénio da água que absorvem.

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Por isso, são muito sensíveis à poluição e o estudo da sua diversidade num

dado local é um bom indicador da qualidade das águas.

Para além disso, as esponjas são usadas na produção de esponjas naturais que

têm utilidade ao nível da higiene, da pintura e limpeza. No entanto, a pesca de esponjas

tem diminuído devido ao aumento do fabrico de esponjas sintéticas.

Assim, concluímos que um grande número de espécies marinhas têm

importância para os humanos, sendo necessário não perturbar os seus habitats.

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Documentos consultados

Abiogenesis. (s.d.). Obtido em 8 de abril de 2014, de Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Abiogenesis

Baleia azul. (s.d.). Obtido em 10 de abril de 2014, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Baleia-azul

Bioluminescência. (s.d.). Obtido em 7 de abril de 2014, de Wikipédia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioluminesc%C3%AAncia

Bourdial, I. (2000). A Flora e a fauna. Mem Martins: Círculo de Leitores.

Cachalote. (s.d.). Obtido em 9 de abril de 2014, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cachalote

Departamento de Geologia. (s.d.). Obtido em 9 de abril de 2014, de

http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Fossilvivo/Fossilvivo.htm

Dias, A. G. (2011). Biologia e Geologia 10.º/11.º. Lisboa: Areal Editores.

Endosymbiont. (s.d.). Obtido em 8 de abril de 2014, de Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Endosymbiont

Fósseis vivos. (s.d.). Obtido em 8 de abril de 2014, de Mundo dos animais: http://www.mundodosanimais.pt/animais-

selvagens/fosseis-vivos/

Fóssil vivo. (s.d.). Obtido em 9 de abril de 2014, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3ssil_vivo

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caracteristicas-e-fotos-vida-em-regioes-profundas/

Porifera. (s.d.). Obtido em 7 de abril de 2014, de Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Porifera

Rhodophyta. (s.d.). Obtido em 7 de abril de 2014, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rhodophyta

Tartaruga de pente. (s.d.). Obtido em 9 de abril de 2014, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tartaruga-de-

pente

The Origin of Life. (s.d.). Obtido em 8 de abril de 2014, de

http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/A/AbioticSynthesis.html

Tubarão branco. (s.d.). Obtido em 10 de abril de 2014, de Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tubar%C3%A3o-

branco

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FIM