Montepio diarioeconomico 24jun10

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Page 1: Montepio diarioeconomico 24jun10

Tiragem: 26368

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 30

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CONFERÊNCIA TURISMO COMO MOTOR DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Turismo sofrecom demorasno licenciamentoAtrasos nos processos exigem reformulação dos projectosturísticos. Nem o estatuto de projecto PIN ajuda a resolver.Marina Conceiçã[email protected]

“No projecto do Centro de Con-gressos dos Hotéis Vila Galé, emCaxias, que seria o maior da re-gião de Lisboa, a Câmara de Oei-ras exigiu que o urbanizador fi-zesse três viadutos para aprovar aurbanização.Os viadutos iam sairnos terrenos do Estádio Nacionalque, emvezdedisponibilizargra-tuitamenteo terreno, resolveu fa-zer uma hasta pública dessas pe-quenas faixas por 2,5 milhões deeuros. Ainda se fez um escândalopor causa de uma obra que seriasuportada pelo urbanizador e de-pois entregue ao Estado”. Esta foiumahistória real que JorgeRebelode Almeida, presidente do VilaGalé, escolheu para exemplificaras dificuldades para licenciar umprojecto que será positivo para aeconomiaportuguesa.

Na conferência Monte-pio/Diário Económico sobo tema“Turismo -Motor de Crescimen-to da Economia Nacional”, quedecorreu terça-feira na Batalha,as dificuldades de licenciamento,que ainda funcionam como umdos maiores entraves ao desen-volvimento turístico do País, foiumdos assuntos quentes.

António Carneiro, presidenteda Assembleia-geral da Associa-ção Nacional de Entidades Regio-nais de Turismo, afirmou na con-ferênciaqueexistem“projectosdeinvestimento em ‘resorts’ turísti-cos parados por dificuldades liga-das aos licenciamentos, que sãomuito demorados. São casos decriação de riqueza que deveriamseranalisadosmais rapidamente.”

O estatuto PIN (Potencial Inte-resseNacional),criadopeloAICEP,nasceu como um instrumento fa-cilitador dos custos de contexto,ou seja, do tempo desperdiçadoem burocracias para quem queirainvestir. Maria João Gomes, doAICEP, sublinhou que “conseguirpoupar um ano ou dois é muitobom; é menos dinheiro que o in-vestidor gasta”.Mas, conforme osanos vão passando, o projectoperde o sentido e a viabilidadecomquefoipensado.

Jorge Catarino, secretário-ge-ral da Confederação do TurismoPortuguês avançou na conferên-ciaque“muitasvezesumprojectoelaborado há três anos tem de serrevisto porque omercado émuitodinâmico, principalmente doladodaprocura”.Esta foi também

a ideia passada na intervenção deJoão Soeiro, da Full Services, umaempresa que contou com o apoiodo Montepio para lançar o negó-cio.Montepioque , segundoreve-lou Álvaro Dâmaso, administra-dor da instituição, já tem no sec-tor turístico “ 10% do total declientes empresariais”.

Investir e sem esperarpelo EstadoJorgeRebelodeAlmeidachegouàBatalha rouco de “tantas reu-niões com quadros intermédiospara ver se os hotéis dão a volta àsituaçãodifícil doPaís”.

Para o empresário, “vale, de-cididamente, a pena fazer inves-timento agora. Temos de darcorda aos sapatos para sair destasituação e fazer coisas”, sublinhao presidente da cadeia que, hámais de 20 anos, tem aberto umhotel por ano.

Segundo Rebelo de Almeida,“o investimento privado é omaisimportante para o País”. No en-tanto, os desafios em tempo decrise sãomaiores. “Odesafio diá-rio éoda rentabilidade atravésdemais receitas e redução de cus-tos”, completou JorgeCatarino.

Maria João Gomes defendeutambém que “o investidor nãopode estar à espera que o Estadofaça tudo”. E é por isso mesmoque Jorge Rebelo de Almeidacritica o estatuto PIN. “Os PINsão a pior coisa em que um em-presário se pode envolver. Doplano de urbanização da MeiaPraia, em Lagos, o Vila Galé foi oúnico que não concorreu aos es-tatuto PIN e é o único que jáabriu”, afirmou. ■

Aspecto da conferência que decorreu naBatalha, quando usava da palavra Maria JoãoGomes, da AICEP. Os outros intervenientesforam João Soeiro, da Full Services; JorgeRebelo de Almeida, da Vila Galé; ÁlvaroDâmaso, do Montepio; Francisco Ferreira daSilva, do Diário Económico; António Carneiroda Associação das Entidades Regionaisde Turismo; e Jorge Aníbal Catarino,da Confederação do Turismo português.

Diversificar e aproveitar todos os recursos

Monumentos, fortes militares,parques temáticos sobredescobrimentos, religião, entreoutros pólos de atracção quepossam ser aproveitados numaóptica de exploração turística,Portugal deve fazê-lo. Maria JoãoGomes conta, a título de exemplo,que uma das principais atracçõesturísticas de St. Louis, nos EUA, éa visita à fábrica da Budweiser. “Afábrica Bordalo Pinheiro podiafazer o mesmo”, afirmou. ParaJorge Catarino, da CTP, “o

turismo é dos dos sectores maistransversais, pois fala-se deturismo quando se bebe vinhoportuguês ou quando se lê umartigo que fale de Portugal numjornal estrangeiro”. Uma questãorelacionada com a promoção dePortugal lá fora, um temapolémico entre os protagonistasdo sector. Rebelo de Almeidadisse que “somos muitoindividualistas” e que para ascampanhas serem eficazes, “osinvestidores têm de dar dinheiro”.

Amelhor resposta àcrise é o investimentocommais atenção aocontrolo de custos e àgestão apertada, dizJorge Rebelo deAlmeida, presidentedos Hotéis Vila Galé.

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País: Portugal

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Âmbito: Economia, Negócios e.

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PONTOS-CHAVE O estatuto PIN (PotencialInteresse Nacional)

é muito criticado. Rebelode Almeida diz mesmo que“é a pior coisa em que umempresário se pode envolver”.

A região Oeste vai duplicaro número de campos de golfe

de cinco para dez nos próximosanos. Mas os empresários dizemque são muitos para os golfistasexistentes.

Portugal deve apostar emtodos os segmentos de

turismo que explorem as mais--valias do País: desporto,religião, cultura, militar, rural,entre muitos outros.

João Paulo Dias

António CarneiroPresidente da AG da ANERT

O presidente do Turismo do Oesteconsidera que o “turismoresidencial é o parente pobre doturismo nacional”, pois não segasta “um cêntimo” na promoção.

OS ORADORES

Maria João GomesAssessora da AICEP

A assessora da AICEP consideraque “se os PIN conseguirempoupar um ou dois anos é muitobom; é menos dinheiro que oinvestidor gasta”.

Jorge Rebelo de AlmeidaPresidente do Vila Galé

O presidente da cadeia hoteleirasublinhou que está “comdificuldades em contratar pessoalnos hotéis Vila Galé do Algarve,do Porto e do Alentejo”.

Jorge Aníbal CatarinoSecretário-geral da CTP

O turismo é um negóciocomplexo, difícil, e é claramentepara profissionais. Um projectoelaborado há três anos tem de serrevisto”, avançou o responsável.

Álvaro DâmasoAdministrador do Montepio

“As empresas de turismorepresentam cerca de 10%do total de clientes empresariaisdo Montepio”, sendo um“segmento estratégico”, afirmou.

Região Oeste vai duplicaro número de campos de golfe,mas jogadores não chegampara encher os actuais.

Há 120golfistas para cadaumdos70 campos de golfe existentes emPortugal. Num outro país euro-peu com tradição neste despor-to, a Holanda, o número é de1.800 jogadores por campo degolfe. Será Portugal um destinode golfe? “Não, mas para lá ca-minha” foi a reposta da maiorparte dos oradores.

Com a conferência Monte-pio/Diário Económico subordi-nada ao tema “Turismo - Motorde Crescimento da EconomiaNacional” a decorrer na regiãoOeste do País, o golfe foi umtema incontornável.

Cinco campos de golfe emfuncionamento na região, commais cinco em ‘pipeline’, vãopermitir duplicar a oferta de ‘re-sorts na região”, referiu Jorge

Catarino, secretário-geral daConfederação do Turismo Por-tuguês (CTP).

Segundo aquele responsávelda CTP, “o golfe é muito impor-tante em termos de quebra dasazonalidade turística”. Alémdisso, “é um dos poucos produ-tos em que oferta adicional trazprocura adicional”, continuou.

Sob as críticas da plateia sobrea viabilidade de tantos camposde golfe para uma região que temos actuais cinco campos pratica-mente vazios, Jorge Catarinoafirmou que “um destino paraser considerado de golfe precisade 15 campos”, pois “um golfistajoga em cinco ou seis campos di-ferentes numa semana”.

A aposta dePortugal, segundoo responsável da CTP, devia serna formação de novos golfistasnacionais através de “academiasde golfe e de campos de golfemunicipais, com preços maisacessíveis”, disse Jorge Catarino.

Para Jorge Rebelo de Almeida,presidente da Vila Galé, “o golfenasceu para alavancar umaconstrução imobiliária”, um ce-nário quemudou como facto dasinfra-estruturas terem ganhomassa crítica. “No Algarve, ogolfe já temumpesomuito gran-de”, disse.

Além disso, o golfe está sem-pre inserido em ‘resorts’, que“têm um enorme efeito multi-plicador”, avançou AntónioCarneiro. presidente da Assem-bleia-geral da Associação Na-cional de Entidades Regionaisde Turismo. “Além do emprego,criam massa crítica para outrasestruturas das regiões onde seinserem poderem desenvolver-se”, continuou.

JáMaria JoãoGomes, assesso-ra do presidente do conselho deadministração da AICEP, consi-dera que se deve fazer “tudo oque for para diversificar os pro-dutos turísticos”.■

Portugal ainda está longede ser um destino de golfe

Para haver maisgolfistas nacionais,os especialistasdefendem quedeveriam sercriadas academiasde golfe.

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CONFERÊNCIA TURISMO COMO MOTOR DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

1 Aspecto daassistência que juntouquase 150 pessoas naconferência quedecorreu no Hotel VillaBatalha, na Batalha.

2 Carlos João Pereirada Fonseca, daCompanhia Agrícola doSanguinhal.

3 José Alberti, daHipicaça, durante ococktail que se seguiuà conferência..

4 Álvaro Dâmaso,administrador doMontepio, conversa comJosé Murtinha e SofiaSousa, também doMontepio.

5 Sofia Spínola e AnaPifre, ambas da Westur.

6 Arlindo Maia e RuiMaia, durante o cocktail.

7 Alexandre PatrícioGouveia, da FundaçãoBatalha de Aljubarrota,e João Carlos Duarte,da Câmara Municipaldo Bombarral.

8 José Frazão, do HotelMestre AfonsoDomingues, à conversacom Célia Freire, daCâmara de Ansião,Cíntia Silva, da Câmarada Batalha, e AnaGonçalves da Câmara dePombal.

9 Jorge Rebelo deAlmeida, dos Hotéis VilaGalé, e Jorge AníbalCatarino, daConfederação doTurismo Português,conversam com OrlandoHenrique e IsabelQueirós Henrique,ambos da OIH.

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Fotos: João Paulo Dias

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