Monografiia: Analise desenvolvimento psicomotor_criancas
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
\
Flavia Fernandes Leite
Germana de Alencar Furtado Mendonça
Marcela Pastori de Magalhães Costa
ANALISE DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE
CRIANÇAS SEMI-INSTITUCIONALIZADAS EM CRECHES.
Belém – Para
2009
Flavia Fernandes Leite
Germana de Alencar Furtado Mendonça
Marcela Pastori de Magalhães Costa
ANALISE DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE
CRIANÇAS SEMI-INSTITUCIONALIZADAS EM CRECHES.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia - UNAMA, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Orientador (a): Profª. Msc. Dayse Danielle de Oliveira Silva.
Belém – Pará
2009
L533a Leite, Flavia Fernandes
Análise do desenvolvimento neuropsicomotor de
crianças semi-institucionalizadas em creches / Flavia
Fernandes Leite, Germana de Alencar Furtado Mendonça,
Marcela Pastori de Magalhães Costa -- Belém, 2009.
100 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) --
Universidade da Amazônia, Centro de Ciências Biológicas
e da Saúde, Curso de Fisioterapia, 2009.
Orientadora: Profª. Dayse Danielle de Oliveira Silva.
Flavia Fernandes Leite
Germana de Alencar Furtado Mendonça
Marcela Pastori de Magalhães Costa
ANALISE DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE
CRIANÇAS SEMI-INSTITUCIONALIZADAS EM CRECHES.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia como requisito para obtenção do titulo de fisioterapeutas.
Banca Examinadora
____________________________________________________
Prof.
____________________________________________________
Prof.
Apresentado em:__/__/__
Conceito:_____________
Belém – Pará
2009
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, constante proteção, companhia, discernimento e amparo
nas horas difíceis.
Aos nossos pais, Flávio Rocha Leite e Francisca Fernandes Leite ( Flávia); Maria
Neuma de Alencar ( Germana),Maria Idalina Pastori (Marcela) pelo amor incondicional, que
nunca hesitaram em oferecer tudo de bom para que conquistássemos nossos objetivos.
Aos nossos maridos Dennis, Ghassan e Marcello, por nos apoiarem e nos
compreenderem.
Aos nossos filhos, Elvinho (Flávia), Maria Eduarda e Gustavo (Germana), Natália
(Marcela), pelo carinho que compreenderam nossa ausência.
Aos nossos famíliares e amigos, que direta ou indiretamente contribuíram para esta
conquista.
Á Prof.ª Dayse, nossa orientadora pelos conhecimentos. Às cuidadoras das crianças, que aceitaram participar e contribuíram para esta
conquista.
A todas as crianças que participaram dessa pesquisa nossos sinceros agradecimentos.
Á irmã responsável pela creche Celys Regina Santana Dias.
Àos nossos amigos, Rosamaria Luz,Alex Menezes,Kézia Bogea,Clarice Norat,Jade
Guidi,Johan Muller,pelo companheirismo e boa equipe de estágio durante esses quatro anos .
RESUMO
O desenvolvimento humano não se norteia apenas na maturação do sistema nervoso
central, mas também a partir de todas as relações humanas estabelecidas e nas possibilidades
exploratórias do meio ambiente. Sendo assim a figura dos pais torna-se importante no
desenvolvimento da criança no que diz respeito ao afeto e na presença de estímulos, ao
contrário com a carência desses podem surgir prejuízos no desenvolvimento neuropsicomotor.
A institucionalização de crianças nos tempos atuais é um fenômeno complexo, sendo reflexo
da situação econômica em que se encontra o país, onde tantas famílias vivem em situação de
extrema miséria. A desagregação familiar o acesso ás drogas e a violência também
contribuem para o desenvolvimento desse cenário sendo relevante conhecer e entender como
se constitui o desenvolvimento infantil nas crianças em situação de abrigo e definir os efeitos
negativos da institucionalização nesse desenvolvimento. O objetivo do estudo foi analisar o
desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de crianças semi-institucionalizadas em creche.
Trata-se de um estudo observacional descritivo do tipo transversal, onde foi realizada a
avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor através do Teste de Triagem
Desenvolvimento de Denver II, no período de outubro de 2009, em uma creche localizada na
cidade de Belém, com 24 crianças de 2 a 4 anos de idade. Os resultados obtidos
estatisticamente foram previamente estabelecidos com nível de significância alfa = 0.05, os
valores da freqüência obtidos de Denver II com atraso de (62,5%) em comparação de Denver
II sem atraso (37,5%) com p-valor = 0.3074, o qual não é significante, portanto, indicando
que o grupo de crianças avaliadas ainda não pode ser caracterizado como “um grupo de
crianças portadoras de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor”, porém encontra-se
próxima do limite da anormalidade, visto que 1 em cada 3 crianças apresenta déficit
neuropsicomotor.
Palavras chave: Desenvolvimento. Neuropsicomotor. Creche. Institucionalização.
ABSTRACT
Human development is not only guides the maturation of the central nervous system, but
also from all human relationships established and the possibilities of exploratory environment.
Thus the figure of the parents becomes important in child development with regard to
affection and the presence of stimuli, in contrast with the lack of such damages arise in
neurodevelopment. The institutionalization of children in modern times is a complex
phenomenon, which reflects the economic situation you are in the country, where many
families live in extreme poverty. The breakdown of family access to drugs and violence also
contribute to the development of this scenario is relevant to know and understand how it is
child development in children in a shelter and set the negative effects of institutionalization in
this development. The study was to assess the psychomotor development (DNPM) of semi-
institutionalized children in daycare. This is an observational descriptive cross-sectional,
which was performed to evaluate the psychomotor development through the Development
Screening Test II Denver, from October 2009 in a nursery located in the city of Bethlehem,
with 24 children 2 to 4 years of age. The results have been established statistical significance
level alpha = 0.05, the values of frequency obtained with the Denver II delay (62.5%)
compared to Denver II without delay (37.5%) with p = 0.3074, which is not significant, thus
indicating that the group of children assessed still can not be characterized as "a group of
children with developmental delay," but is close to the ceiling of the abnormality, whereas in
1 each has 3 children psychomotor deficit.
Keywords: Development. Psychomotor. Creche. Institutionalization.
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Descrição da amostra. 29
Tabela 02: Situação do Desenvolvimento Neuropsicomotor.
30
Tabela 03: Distribuição do desenvolvimento motor conforme o sexo. 31
Tabela 04: Distribuição do desenvolvimento motor conforme a idade. 31
LISTA DE FIGURAS
Figuras 1: Porcentagem de crianças com atraso de acordo com Denver II. 30
Figuras 2: Porcentagem de meninos e meninas com atraso de acordo com
Denver II
31
Figuras 3:. Porcentagem de atraso de acordo com a faixa etária 32
LISTA DE SIGLAS
BDIST Battelle Developmental Inventory Screening Test
CEP Comitê de Ética e Pesquisa
DNPM Desenvolvimento Neuropsicomotor
DP Desvio padrão
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
Fem. Feminino
GL Grau de liberdade
LDBEN Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Masc. Masculino
P Passa
PEDS Parents Evoluations of Developmental States
R Recusa
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
UNAMA Universidade da Amazônia
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 JUSTIFICATIVA 15
4 OBJETIVO 16
4.1 OBJETIVO GERAL 16
4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 16
5 REFERÊNCIAL TEÓRICO 17
5.1DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 17
5.2 ESCOLARIDADE 19
5.3 INSTITUCIONALIZAÇÃO X DNPM 20
5.4 AVALIAÇÃO DO DNPM 21
5.4.1 Teste de Denver 23
6 MÉTODOS E CASUISTICAS 25
6.1 ASPECTOS ÉTICOS 25
6.2 LOCAL DA PESQUISA 25
6.3 TIPO DE ESTUDO 25
6.4 CASUISTICA 26
6.4.1 Critérios de inclusão 26
6.4.2 Critérios de exclusão 26
6.5 INSTRUMENTOS DA PESQUISA 26
6.6 RISCOS E BENEFICIOS 27
6.7 PROCEDIMENTOS 27
6.8 ANÁLISES DE DADOS 29
7 RESULTADOS 30
8 DISCUSSÃO 34
9 CONCLUSÃO 37
10 REFERÊNCIAS 38
APÊNDICES
ANEXOS
12
1 INTRODUÇÃO
O conceito de desenvolvimento infantil tem sido cada vez mais difícil de ser definido,
pois depende do ponto de vista de cada profissional da área da saúde. De um modo geral,
desenvolvimento vem a ser um processo que começa desde a vida intra-uterina que envolve
diversos fatores como o crescimento físico, amadurecimento neurológico e a formação de
habilidades que envolvam o comportamento, os aspectos cognitivos, o social e afetivo da
criança. Gerando assim, uma criança capaz de responder a aquilo que é necessário para si
próprio e para o meio, levando em consideração o seu meio de vida (MIRANDA; RESEGUE;
FIGUEIRAS, 2003).
A infância é um período de grande importância no desenvolvimento do ser humano
tanto nos aspectos biológicos como psicossociais e cognitivos; é um processo contínuo e
cumulativo, que ocorre durante toda a vida e depende de fatores biológicos, ambientais bem
como da inter-relação entre esses dois fatores; significa também, o aumento da capacidade do
individuo em realizar funções cada vez mais complexas (BORTOLOTE; BRÊTAS, 2008).
Deve-se considerar que o desenvolvimento obedece a uma sequência de aquisição de
habilidades, porém o ritmo em que as mudanças de comportamento se processam é individual,
existindo certa margem de variação normal entre ritmos mais rápidos e mais lentos. Este ritmo
é rápido e com grandes e importantes transformações no primeiro e segundo anos de
existência (MURAHOVSCHI, 2003; GESSEL, 2003).
Desta forma, a estimulação da criança desde sua mais tenra idade é fundamental. Deve
haver nesse período o máximo de satisfação de suas necessidades básicas. Pois, as crianças
que possuem carência de estímulos corporais e ambientais nessa fase poderão apresentar
dificuldades no decorrer de outros estágios do desenvolvimento, com risco de chegar ao
período escolar com déficits acumulados em relação ás habilidades mínimas necessárias para
que possam adquirir novos comportamentos que delas serão exigido (LAMPRÉIA, 2004).
A educação no Brasil segue leis que assegure os direitos da criança, que são as Leis de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA).
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, as creches
e pré-escolas têm como finalidade o atendimento em educação infantil, no que diz respeito ao
desenvolvimento intelectual, social e emocional. O referencial curricular nacional para a
educação infantil destaca que os cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao
13
desenvolvimento da identidade da criança devem ser contemplados pelas instituições de
educação infantil.
O ECA Lei 8069 de 1990 determina que, de forma integrada, também devem
funcionar as entidades que desenvolvem programas de abrigo, que devem nortear suas
atividades dentro dos princípios da preservação dos vínculos familiares, integração em família
substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família de origem, atendimento
personalizado e em pequenos grupos, desenvolvimento de atividades em regime de co-
educação, não desmembramento de grupos de irmãos, evitar, sempre que possível, a
transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados, participação na vida
da comunidade local, preparação gradativa para o desligamento, participação de pessoas da
comunidade no processo educativo (BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1996).
O ECA sugere uma série de programas visando atender as diferentes demandas e problemáticas das crianças e dos adolescentes em situação de risco pessoal e social. Neste sentido contempla as medidas de proteção e as medidas sócio-educativas.
A institucionalização resulta em privação das necessidades básicas para o
desenvolvimento pleno e normal do infante como carência de estimulação, de vínculos
afetivos e de atenção emocional, podendo levar ao prejuízo sobre as áreas de inteligência de
coordenação motora global, de interação social de linguagem, de afetividade, entre outras.
(BALLONE, 2003)
Em nosso meio, é corrente a visão de que as creches são serviços para crianças pobres,
cuja qualidade de atendimento é precária, podendo constituir-se até mesmo em risco ao
desenvolvimento infantil. Tal visão justifica-se pelo histórico de implantação desses serviços
e pelas precárias condições em que grande parte deles encontra-se, a despeito de todos os
conhecimentos acumulados sobre as necessidades e direitos infantis (MERISSE, 2002)
As escalas utilizadas na avaliação do desenvolvimento, em sua maioria, se baseiam no
amadurecimento que é percebido através da aquisição de novas habilidades da criança ao
longo do tempo e que pode ser observados e acompanhados, porém não pode ser medido com
a precisão desejada. Não existe uma medida quantitativa para o desenvolvimento, porém
podem se especificar níveis e graus de desenvolvimento em termos de amadurecimento
(GALLAHUE, 2003).
14
Na avaliação de um grande numero de crianças, a rapidez e o baixo custo são
essenciais; requerendo-se a utilização de um instrumento de fácil aplicabilidade, em qualquer
nível de atendimento, que seja agradável para a criança, bem aceito pelas famílias com boa
sensibilidade, especificidade e que permita compara populações diferentes (SOUZA, 2008).
Para avaliar o desenvolvimento no período pré-escolar, existem vários testes, no
entanto, quase todos requerem a presença de profissional especializado para a sua execução.
Em geral são aplicados testes que avaliam setores específicos do desenvolvimento, isto é,
linguagem, coordenação motora, motor grosseiro e psicossocial, sendo necessária a realização
de dois ou mais testes para obter a avaliação global do desenvolvimento (ROCHA, 2008)
No entanto é um teste bastante utilizado por demonstrar confiabilidade é o Teste de
Denver II por ter grande sensibilidade o que facilita a investigação de distúrbios do
desenvolvimento neuropsicomotor, porém esse teste avalia a função neurológica esperada
para determinada idade, em especial crianças de 0 a 6 anos de vida (ROTA; PEDROSO,
2004).
O conhecimento do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) normal por
profissionais da área de saúde (médicos e profissionais afins) é de grande revelância no
cuidado ás crianças em suas fases iniciais de desenvolvimento. A precocidade na identificação
de problemas no DNPM permite a intervenção adequada com o encaminhamento aos recursos
da comunidade, proporcionando melhor qualidade de vida a estas crianças e seus familiares
(BAILEY JUNIOR. et al., 2004)
15
2 JUSTIFICATIVA
Devido à importância e ao impacto dos atrasos no desenvolvimento no que se refere à
morbidade infantil, é fundamental que se possa, o mais precocemente possível, identificar as
crianças de maior risco, a fim de minimizar os efeitos negativos daí decorrentes. Existem
evidências suficientes de que quanto mais precoces forem o diagnóstico de atraso no
desenvolvimento e a intervenção, menor será o impacto desses problemas na vida futura da
criança (AYLWARD, 2004).
Neste contexto a creche constitui palco interessante para o estudo dos diferentes
aspectos do desenvolvimento infantil, já que vem se tornando uma necessidade em
consequência das transformações que a sociedade vem sofrendo ao longo dos anos.
Surge então a necessidade de avaliar se o período de semi-institucionalização em
creche interfere no DNPM.
16
3 OBJETIVO
3.1. OBJETIVO GERAL
- Analisar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de crianças semi-
institucionalizadas em creche.
3.2. OBJETIVO ESPECIFICO
- Comparar o desenvolvimento neuropsicomotor entre crianças do sexo feminino e
masculino.
-Verificar a prevalência de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor por faixa
etária.
17
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR (DNPM).
O desenvolvimento neuropsicomotor é um processo longo e continuo que acontece no
decorrer de toda vida do ser humano, obedecendo à direção cefalo-caudal e próximo-distal.
Apesar de esse processo ser universal, cada criança possui um ritmo pessoal, que pode ser
modificado de acordo com as ocorrências da vida (MURAHOVSCHI, 2003).
O desenvolvimento motor se refere ao movimento e controle das partes do corpo, isto
é, a contínua alteração no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada
pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do individuo e as condições do
ambiente (GALLAHUE; OZMUN, 2003).
O sistema nervoso da criança apresenta um dinamismo evolutivo muito intenso nos
primeiros anos de vida, em virtude da mielinização progressiva de estruturas centrais e
periféricas, de vias de associação intra-corticais, intra-hemisfericas e inter-hemisféricas, sendo
que essas últimas não estão totalmente amadurecidas antes da terceira década de vida
(HADDERS; ALGRA, 2004).
A maturação neuromotora, a construção da imagem corporal, a psicomotricidade, o
desenvolvimento cognitivo e psicossocial, conduzem às relações da criança com seu próprio
corpo; a história familiar e a atitude dos pais frente aos filhos, à relação com outras pessoas; a
percepção sensorial e a capacidade de utilizar os objetos, à relação ambiental. Por meio da
gradual aquisição de atividades neuropsicomotoras são possíveis às relações pessoais e
ambientais da criança (ROSE, 2003).
O desenvolvimento pode ser dividido em três áreas: a cognitiva, a sócio-afetiva e a
psicomotora. A cognição do ser humano começa a ser desenvolvida quando nascemos e
termina na idade adulta sendo, portanto, construída de modo gradual e continuo no âmbito
afetivo-social do ser humano. É importante considerar a primeira relação social e afetiva do
homem, a interação bebe-mãe que o leva a adquirir um sentido do mundo que o cerca. Outro
período de grande importância na construção desse desenvolvimento é o período escolar que
conduzirá a notáveis mudanças de personalidade, tornando o homem o ser mais rico,
complexo e diferenciado (MURAHOVSCHI, 2003).
18
Crianças de baixo nível socioeconômico são frequentemente expostas a múltiplos
fatores adversos, constituindo um importante grupo de risco para atrasos no desenvolvimento
(CHILTON, 2007)
O desenvolvimento humano é decorrente da interação do ser humano ativo e as
propriedades mutáveis do ambiente imediato em que a pessoa vive, e o resultado das relações
entre esses ambientes com o contexto mais amplo em que os ambientes estão inseridos
(BRONFENBRENNER, 2000).
O crescimento deve ser diferenciado do desenvolvimento. Embora sejam fenômenos
distintos na sua concepção fisiológica, o crescimento e o desenvolvimento são paralelos em
seus cursos e integrados em seus significados. O crescimento se refere à divisão celular, ao
aumento da massa corpórea, com valores que podem ser medidos, como peso e altura
(MARCONDES, 2003).
Os dois primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento infantil,
ocorrendo rápido crescimento cerebral e intenso avanço cognitivo e sensório-motor, que
podem ser influenciados por uma série de fatores biológicos e ambientais.
(WALKER, 2007).
O menor no período de 3 anos encontra-se mais seguro de si, no domínio motor e na
linguagem; emocionalmente também encontra-se mais estável (GESSEL, 2003). Nesta fase, a
criança explora muito seu ambiente e os objetos que encontra,podendo apresenta explosões de
motricidade, de choro e desagrado quando interrompida no que lhe dá prazer, não tem
nenhuma noção de riscos, necessitando de limites e proteção (VALENTE; GOMES, 2002).
A influência do meio chega ao máximo no período entre 2 e 4 anos, momento em que
a linguagem é o fator principal de progresso, introduzindo novo plano à mente e renovando o
estilo dos comportamentos de adaptação (BRUNET,2003)
É nesse período que a linguagem é ampliada, aumentando o universo de comunicação
da criança (VALENTE; GOMES, 2002). O movimento torna-se imprescindível nesse período,
passando a criança explorar tudo intensamente (corre, sobe escadas, salta, veste-se sozinha,
etc.), apresentando alguma inabilidade para gestos finos (abotoar a roupa, por exemplo). Aos
três anos, a criança torna-se mais equilibrada com os que a rodeiam e consigo própria; gosta
tanto de dar como receber e de cooperar e agradar (GESELL, 2003).
O acompanhamento das etapas do desenvolvimento motor visto sua importância para
o desenvolvimento integrado do ser humano é necessário por possibilitar a minimização de
alterações que podem ser detectadas em idade precoce (CAON; RIES, 2003).
19
4.2 ESCOLARIDADE
De acordo com o ECA Lei 8069 de 1990, a criança e o adolescente têm direito à
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da
cidadania e qualificação para o trabalho, sendo dever de o estado assegurar à criança e ao
adolescente o ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria, progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
ensino médio, além do atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, e
atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade, dentre outros na
esfera educacional, inclusive com eventuais programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
1996).
Segundo a lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDBEN, lei 9.394/96),
creches são instituições que atendem a criança de zero a três anos e pré-escolares de quatro a
seis anos. As duas faixas etárias compreendem a educação infantil, que é a primeira etapa da
educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus
aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1996).
A expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma
crescente nas ultimas décadas, acompanhando a intensificação da urbanização, a participação
da no mercado de trabalho e as mudanças na organização e estruturas das famílias, o que tem
provocado a crescente inserção de crianças em instituições de cuidados coletivos ou creches
(RAPOPORT, 2004).
O período pré-escolar é geralmente considerado entre as idades de 3 a 5 anos.As
crianças estão prontas para experimentar o mundo além de sua casa. Na pré-escola, o foco do
currículo é o desenvolvimento social em conjunto com uma ampla gama de experiências em
todos os domínios. O pré-escolar é um indivíduo bastante social que faz novos amigos e
explora o mundo (PATRICK et al, 2001).
Nesse período é uma excelente época para que as crianças com incapacidades e
crianças com desenvolvimento típico aprendam umas sobre as outras e interajam em um
ambiente divertido. As crianças com incapacidades aprendem a copiar o comportamento
normal e fazer amizades, e as crianças em desenvolvimento normal pré-escolas inclusivas têm
demonstrado o benefício para o desenvolvimento de habilidades sociais e outros
comportamentos para crianças com incapacidades e para o desenvolvimento de sensibilidade
20
para as necessidades de outros por parte das crianças com desenvolvimento típico (BUYSSE
et al, 2003).
A idade pré-escolar é considerada a fase áurea da vida, em termos de psicologia
evolutiva, pois é nesse período que o organismo se torna estruturalmente capacitado para o
exercício de atividades psicológicas mais complexas como, por exemplo, o uso da linguagem
articulada. São muitas as formulações teóricas que têm concentrado grande soma de interesse
nessa fase da vida humana. Quase todas as teorias do desenvolvimento humano admitem que
a idade pré-escolar seja de fundamental importância na vida humana, por esse período em que
os fundamentos da personalidade do indivíduo começam a tomar formas claras e definidas
(ROSA, 2002).
Movimento ativo por todo o ambiente caracteriza a brincadeira do pré-escolar. As
habilidades motoras continuam a ser refinadas e são importantes para as interações sociais.
Porém, muitas crianças já passam muito tempo em atividades sedentárias, e não se pode
permitir que se tornem “saco de batatas” em idade precoce (PATRICK et al, 2001).
Crianças de baixo nível socioeconômico são frequentemente expostas a múltiplos
fatores adversos, constituindo um importante grupo de risco para atrasos no desenvolvimento
(CHILTON, 2007).
4.3 INSTITUCIONALIZAÇÃO X DNPM.
A institucionalização vem sendo utilizada desde há muito tempo como estratégia
auxiliar na garantia da sobrevivência de famílias brasileiras, cumprindo a função e socorro
temporário para núcleos familiares pobres, os quais não tinham e /ou não tem condições para
criar seus filhos assegurando a sobrevivência da prole numerosa durante os anos precedentes
ao período em que os filhos estarão aptos a incrementar o orçamento familiar (SERRA, 2003).
As creches, no momento de sua concepção, possuíam caráter puramente
assistencialista, constituindo-se basicamente em um lugar onde a criança recebia abrigo,
alimentação e algum atendimento em higiene e saúde enquanto seus pais trabalhavam. De
modo que essas instituições representavam um grande risco ao bom desenvolvimento infantil
(MERISSE, 2002).
Além do fator econômico, podem-se expor demais fatores que ocasionam a
institucionalização infantil, tais quais: a morte dos pais, a urbanização acelerada (maior
demanda de mão de obra feminina), a dissolução de família por divorcio ou separação, a
21
condição de mãe solteira e/ou precoce, a violência domestica (decisão judicial), e os
acontecimentos catastróficos como guerras, terremotos e maremotos (BALLONE, 2003).
A mãe que não tem disponibilidade para cuidar do seu filho, por falta de renda ou por
trabalhar fora de casa, transfere os cuidados tomados com a criança pequena, com relação à
saúde e à educação, para os profissionais da creche. Portanto, o papel da creche é fundamental
para amenizar as situações de insegurança alimentar e promover o desenvolvimento infantil
(AMARAL et al, 2005).
Rejeição, pobreza ou morte da mãe/família apresenta-se como determinante na entrega
de uma criança aos cuidados institucionais, resultando em longas rupturas com pessoas
significativas e em institucionalização prolongada, que agem como importantes fatores de
risco ao desenvolvimento normativo do menor (BOING; CREPALDI, 2004).
“A ausência ou perda das figuras de apego é percebida como ameaçadora, como perda
irreparável, como situação de desproteção e desamparo, como situação de risco” (COLL,
MARCHESI; PALACIOS, 2004).
Porém a maioria das pesquisas admite a impossibilidade para a formação de uma
relação de apego do menor com os cuidadores dentro de instituições em virtude da grande
quantidade de crianças sob a responsabilidade de cada funcionário, impossibilitando o adulto
dispensar tempo suficiente para responder às necessidades sensitivas de uma criança em
particular (MACLEAN, 2003).
Contudo, existem controvérsias sobre a influência da creche no desenvolvimento
infantil, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Alguns autores relatam que a creche funciona como um fator de proteção, principalmente para
crianças que vivem em condições ambientais adversas; outros, porém, relatam um impacto
negativo no desenvolvimento cognitivo e da linguagem em pré-escolares, sugerindo, ainda,
que crianças que frequentam creches costumam ser mais agressivas com seus pares (PAULA,
2001).
4.4 AVALIAÇÃO DO DNPM
Para avaliação do DNPM é importante o uso de escalas confiáveis, com comprovada
sensibilidade e especificidade, que representem a diversidade cultural dos indivíduos
(SANTOS; RAVANINI, 2006).
22
A triagem do DNPM por meio de testes de screening que sejam rápidos que não
precisem de material especial ou de treinamento prolongado do profissional, outra opção
também seria a utilização de testes de pré-triagem do desenvolvimento visto que: a) são mais
rápidos e simples em sua aplicação; b) podem ser aplicados por profissionais de saúde não-
médicos e c) indicam a necessidade de melhor avaliação do desenvolvimento com a utilização
de testes de triagem formais (BURGESS, 2007)
Dentre testes utilizados o de Battelle Developmental Inventory Screening Test
(BDIST) para crianças entre 6 meses e 8 anos de idade, que abrange a avaliação nas áreas
motoras finas e grossas, adaptativa, pessoal-social, linguagem e habilidades cognitivas e é
constituído de 100 itens necessita de cerca de 15 minutos para sua realização (CHILDREN,
2006). Outro teste de triagem, menos difundido, é a planilha de desenvolvimento Haizea-
Llevant, obtida de um estudo espanhol realizado, em conjunto, no País Basco e na Catalunha,
que apresenta 97 itens e necessita de 10 a 15 minutos (FERNÁNDEZ; ÁLVAREZ, 2006).
Por esse motivo, considerando que atualmente os profissionais de saúde (não-
pediatras) estão atuando de forma mais participativa na detecção precoce de problemas no
desenvolvimento da criança, novos testes, mais rápidos e simples, têm sido desenvolvidos,
como o teste de pre-screening de Parents Evaluations of Developmental States (PEDS), em
que os pais completam 10 itens de um questionário, dos quais os profissionais de saúde
posteriormente fazem o score e o interpretam (GLASCOE, 2003).
Além desses testes, que foram citados, existe disponível uma grande variedade de
outros, mas a utilização deles de maneira rotineira tem sido desapontadora. Eles requerem
muito tempo em sua realização, alguns necessitam de treinamento especial, como o teste
Denver II, além de instrumentos específicos. (GLASCOE et a., 2003),
O teste de Denver II, apesar de ser um dos mais conhecidos e utilizados, requer
treinamento e material específicos; apresenta 125 itens para sua aplicação.
As escalas utilizadas na avaliação do desenvolvimento, em sua maioria, se baseiam no
amadurecimento que é percebido através da aquisição de novas habilidades da criança ao
longo do tempo e que pode ser observados e acompanhados, porém não pode ser medido com
a precisão desejada. Não existe uma medida quantitativa para o desenvolvimento, porém
podem se especificar níveis e graus de desenvolvimento em termos de amadurecimento
(VALENTE et al.,2002).
23
4.4.1 Teste de triagem de desenvolvimento de Denver II
Dentre os muitos testes desenvolvidos e utilizados em pesquisas nacionais para
avaliação do desenvolvimento, o Teste de triagem do Desenvolvimento de Denver II está
entre os testes mais freqüentes. O Denver II é essencialmente um teste de triagem do
desenvolvimento e, embora este teste tenha sido desenvolvido há muitos anos, a versão
utilizada nas últimas pesquisas é uma versão revisada e atualizada para as transformações
ocorridas atualmente (SANTOS et al, 2008).
O teste de Denver II é um método simples para a avaliação de crianças na faixa etária
de um mês a seis anos de idade, e visa a detecção de atrasos no desenvolvimento
infantil,abrangendo as seguintes funções: coordenação motora ampla, linguagem,
coordenação motora fina e adaptação pessoal-social (GUIMARÃES, 2001).
O teste de Denver II tem por finalidade identificar possíveis atrasos de
desenvolvimento em relação a outras crianças e identificar as mudanças de desenvolvimento
de uma criança ao longo do tempo. Os itens pessoais são interpretados como “avançado”,
”normal”, ”cauteloso”, “atrasado” ou “não-oportuno\aplicável”. O Denver II inteiro é
interpretado como “normal”, ”suspeito”ou “intestável”.Em criança o qual a interpretação foi
suspeita ou intestável no primeiro teste,tem que ser classificada novamente antes de recorrer a
outras avaliações (BRENNEMANN, 2002).
O teste, delineado para ser utilizado em crianças desde o nascimento até a idade de 6
anos, consiste em 125 itens,necessita de 20min para sua aplicação,é divididos em quatro
grupos: a) pessoal-social: aspectos da socialização da criança dentro e fora do ambiente
familiar; b) motricidade fina-adaptativa: coordenação olho-mão, manipulação de pequenos
objetos, noção corporal e reprodução de desenhos; c) linguagem: produção de som,
capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem; d) motricidade ampla: controle motor
corporal, equilíbrio estático e dinâmico,sentar, caminhar, pular e demais movimentos
realizados por meio da musculatura ampla (BETELI, 2006; SANTOS et al, 2008).
Porém a escala de Denver II tem itens cuidadosamente selecionados conforme sua
fidedignidade e consistência de normas em diferentes subgrupos, mas que os critérios de
passagem no teste são estabelecidos em um nível baixo a fim de reduzir a chance de rotular
crianças normais como anormais; e que por isso pode resultar em uma falha em identificar
crianças com problemas leves, porém significativos do desenvolvimento. Portanto as crianças
24
com resultados “suspeitos” ou “duvidosos” devem ser acompanhadas estreitamente
(NELSON, 2004).
Mesmo assim, para esses indivíduos a intervenção é considerada de grande
importância, pois, apesar de não ser indicada a necessidade para o atendimento em centros
especializados em atraso de desenvolvimento, as crianças são encaminhadas para programas
específicos nas áreas de linguagem, cognitiva e (ou) psicomotriz (GLASCOE et al, 2002).
25
5 MÉTODOS E CASUÍSTICA
5.1 ASPECTOS ÉTICOS
O trabalho foi realizado após aceitação da professora especialista Dayse Danielle de
Oliveira Silva através da assinatura do documento aceite do orientador (apêndice I), após
aceite da instituição, com assinatura dos responsáveis pela creche Centro Catequético e de
Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria” (apêndice II), além da apreciação e aprovação
do projeto pelo comitê de ética da Universidade da Amazônia – UNAMA, através do
protocolo (anexo 1).
Após assinatura pelos responsáveis dos menores o termo de consentimento livre
esclarecido TCLE (apêndice IV), de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde, esclarecendo quanto às etapas da pesquisa e assegurando que todas as informações
pertinentes à clientela em questão sejam preservadas no processo de análise e utilizadas
exclusivamente para esta pesquisa.
5.2 LOCAL DA PESQUISA
O estudo foi desenvolvido na Creche Centro Catequético e de Promoção Humana
“Sta. Izabel da Hungria” localizado na travessa Guerra Passos, 442, Guamá, coordenada por
Ir. Urbanina G. Maule; localizado na cidade de Belém-PA.
5.3 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo observacional descritivo do tipo transversal, onde foi realizada
a avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor através do Teste de Triagem de
Desenvolvimento de Denver II.
5.4 CASUISTICA
26
A amostra foi formada por 24 crianças que frequentam o Centro Catequético e de
Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria” ,com idade entre 2 anos e 4 anos, de ambos os
sexos. Obedecendo necessariamente os critérios de inclusão e exclusão.
5.4.1 Critérios de inclusão
• Todas as crianças que os pais ou responsáveis assinaram do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE);
• Crianças com idade de 2 a 4 anos;
• Crianças nascidas a termo, hígidas e sem patologias neuromotoras
confirmadas;
• Crianças que não apresentem processo de desnutrição grave.
• Crianças que frequentam a creche há mais de 1 ano.
5.4.2 Critérios de exclusão
• Todas as crianças cujos pais se recusaram a assinar o termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE);
• Crianças com idade superior ou inferior a 2 e 4 anos para mais ou menos um
mês;
• Crianças com déficit cognitivo ou problema neuromotor confirmado;
• Encefalopatias;
• Crianças desnutridas;
• Crianças que durante a realização do teste apresente intercorrências que
prejudique a realização do mesmo.
5.5 INSTRUMENTOS DA PESQUISA
Foi utilizado como instrumento avaliativo o Teste de Triagem de Desenvolvimento de
Denver II (Anexo II), por ser ideal para estudos em grupos assintomáticos, sendo muito usado
27
por profissionais na área da saúde com objetivo de identificação precoce de um possível
atraso no desenvolvimento.
O teste de triagem de Denver II foi aplicado por uma pesquisadora na creche, para que
não houvesse erros na coleta de dados.
Para realização do teste de triagem foi utilizado prancheta, caneta, régua simples,
lápis, a escala de Denver (uma folha para cada criança), escova de dente, jogos de cartelas,
cubos coloridos, blocos de encaixe, bola, objetos para identificação e balança.
5.6 RISCOS E BENEFÍCIOS
O estudo realizado não apresentou riscos às crianças, apenas que elas chorassem ou
estivesem cansadas durante a avaliação, fato que poderia ser contornado suspendendo
temporariamente o procedimento.
O estudo tem como benefícios a obtenção de conhecimento à identificação e o
diagnostico precoce de distúrbios neuropsicomotor.
5.7 PROCEDIMENTOS
1ª ETAPA
As pesquisadoras passaram por treinamento com a professora orientadora para
aplicação do Teste de Denver II, além de dispor de uma semana para adaptação das devidas
crianças e instituições.
2ª ETAPA
As crianças a serem avaliadas foram selecionadas na faixa etária estabelecida,
constando no total de 24 crianças, foram apresentados aos responsáveis os procedimentos
adotados, e após o conhecimento dos mesmos, foi apresentado o TCLE.
3ª ETAPA
A criança que o termo de consentimento livre e esclarecido estava assinado por seus
responsáveis for submetida à avaliação, com uma única pesquisadora para aplicar todos os
testes, sob supervisão da orientadora e de um funcionário da instituição, Para identificar a
28
criança com suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, utilizou o teste Denver
II. Os itens foram registrados através da observação direta da criança e, para alguns deles,
solicita-se que o cuidador informe se a criança realiza ou não determinada tarefa.
A aplicação do teste foi realizada na creche no horário de funcionamento da mesma,
em uma sala ampla com espaço para as crianças brincar, com banheiro e refeitório, onde havia
mesas coletivas e cadeiras, além de muitos brinquedos e uma televisão, sempre estavam
presente duas cuidadoras, ao qual recorríamos sobre alguns questionamentos que a criança
não sabia responder, a cada criança a ser avaliada o nome era conferido com a ficha,
verificava a data de nascimento, a aplicação do teste ocorreu em um único momento.
O horário da aplicação do teste seguia a rotina da creche, isto é, no horário que a
criança normalmente estaria realizando uma atividade, respeitando os horários das refeições,
do banho e do sono, os períodos utilizados para sua realização foram: 08h30min as
10h30minh e das 14h30min as 16h00min de segunda a sexta.
As crianças foram avaliadas individualmente, de forma homogênea, pelas
pesquisadoras, sendo considerados casos indicativos de suspeita de atraso no desenvolvimento
aqueles em que a criança apresentou dois ou mais itens de falha, isto é, não realização do item
quando 90% ou mais das crianças da faixa etária o realiza, independente da área em que
ocorreu.
Todos os itens do Denver II encontram-se distribuídos de 0 a 6 anos em barras de
acordo com as porcentagens de 25%, 50%, 75% e 90% de acertos das crianças envolvidas no
processo de repadronização, Tais itens, descritos sob a forma de comportamentos, encontram-
se em uma folha de registro, utilizada durante a avaliação da criança para a marcação do
desempenho.
Para aplicação do teste localizou-se na parte superior da ficha de Denver II o ponto
correspondente a idade, traçou uma linha vertical na margem superior a margem inferior da
ficha, todas as provas intersectadas pela linha da idade da criança eram aplicadas, para cada
prova aplicada havia três possibilidades: passa(P), falha (F), ou recusa(R), se a falha ocorria
em uma prova situada totalmente a esquerda da linha da idade, acima de 90, era considerada
atraso, significando que a criança avaliada falhou em uma prova realizada com sucesso por
mais de 90% das crianças de Denver naquela idade. Se a falha ocorria em uma prova
intersectada pela linha da idade entre 75 e 90, era considerado como cautela ou atenção,
significando dizer que a criança avaliada falhou em uma prova que 75 90% das crianças de
Denver conseguiam fazer, porém ainda havia tempo para amadurecer a realização da prova.
29
Após avaliação as crianças foram classificadas como tendo um desempenho:
Normal: aquela que não havia apresentado nenhum atraso ou apenas uma cautela em
todas as provas realizadas nos quatro setores;
Questionável: aquela com apenas um atraso ou duas ou mais cautelas em todas as
provas realizadas nos quatro setores;
Anormal: aquela com dois ou mais atrasos em um ou mais setores avaliados.
5.8 ANÁLISE DOS DADOS
Para avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de crianças semi-
institucionalizadas em creche, n=24, inicialmente, foram aplicados métodos de estatística
descritiva, através dos quais foram calculadas distribuições proporcionais das variáveis
qualitativas. No segundo momento, foram aplicados métodos de estatística inferencial, em
especial, testes de hipótese baseados em métodos não-paramétricos. Preferencialmente foi
aplicado o teste do Qui-Quadrado, entretanto, quando ocorreu a restrição descrita por Pearson
na obra Philosophical Transactions (1885), npq <5, então, neste caso foi aplicado o teste
Exato de Fisher conforme indica Ayres et al., ., (2007, p.121).
30
6 RESULTADOS
A amostra, tabela 1, estudada constitui de 24 crianças, sendo 11 do sexo masculino e
13 do sexo feminino com idade de 2 a 4 anos, avaliadas no mês de setembro 2009.
Tabela 1: Descrição da amostra
Amostra Atraso Normal Total
n % n %
n = 24 15 62,5 9 37,5 24
sexo masculino 8 72,7 3 27,3 11
sexo feminino 7 53,8 6 46,2 13
faixa etária 2 anos 5 83,3 1 16,7 6
faixa etária 3anos 8 57,1 6 42,9 14
faixa etária 4 anos 2 50 2 50 4
Fonte: Protocolo da pesquisa.
Conforme a Tabela 2 exibe, inicialmente foi observada diferença nos valores da
freqüência de Denver II com atraso neuropsicomotor (62,5%) em comparação de Denver II
sem atraso neuropsicomotor (37,5%). Para avaliar essa diferença foi aplicado o teste do Qui-
Quadrado, o qual evoluiu para o p-valor = 0.3074, o qual não é significante, portanto,
indicando que o grupo de crianças avaliadas ainda não pode ser caracterizado como “um
grupo de crianças portadoras de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor”, visto que,
dentro desse grupo, ainda há 37;5% de crianças com o desenvolvimento considerado normal.
Entretanto esse grupo de crianças encontra-se próxima do limite da anormalidade, visto que 1
em cada 3 crianças apresenta déficit neuropsicomotor.
31
Tabela 2: Situação do desenvolvimento neuropsicomotor de n=24 crianças que frequentam o Centro Catequético e de Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria” ,com idade entre 2 anos e 4 anos, de ambos os sexos.
Denver II n %
Sem atraso 9 37.5
Com atraso 15 62.5
Total 24 100.0
Fonte: protocolo da pesquisa. p-valor = 0.3074, Qui-quadrado, GL =1, χ2 = 1.51
Com atraso62.5%
Sem atraso37.5%
Figura 1: Situação do desenvolvimento neuropsicomotor de n=24 crianças que frequentam o Centro Catequético e de Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria” ,com idade entre 2 anos e 4 anos, de ambos os sexos. Fonte: protocolo da pesquisa
Para avaliar a distribuição do desenvolvimento neuropsicomotor entre os Sexos
observou-se, conforme a Tabela 3, que os meninos (n=11) apresentaram 72.7% de atraso no
desenvolvimento motor, por outro lado, entre as meninas (n=13) o déficit ocorre em 53.8%.
Foi plicado o teste Exato de Fisher o qual evoluiu para o p-valor =0.4225, o qual não é
significante, indicando que não há reais diferenças no nível de desenvolvimento
neuropsicomotor entre meninos e meninas.
32
Tabela 3: Distribuição do desenvolvimento motor, conforme o Sexo de n=24 crianças, com idade entre 2 anos e 4 anos, que frequentam o Centro Catequético e de Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria”.
Meninos Meninas
n % n %
Sem atraso 3 27.3 6 46.2
Com atraso 8 72.7 7 53.8
Total 11 100.0 13 100.0
Fonte: protocolo da pesquisa. p-valor = 0.4225, Teste Exato de Fisher
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Meninos Meninas
Fre
quên
cia
(%)
Sem atraso
Com atraso
Figura 2: Distribuição (%) do desenvolvimento motor, conforme o Sexo de n=24 crianças, com idade entre 2 anos e 4 anos, que frequentam o Centro Catequético e de Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria”.
A avaliação da distribuição do desenvolvimento neuropsicomotor, com o grupo de
(n=24) crianças divididas conforme a Idade, foi observado que, que as crianças com 2 anos de
idade (n=6) apresentaram 83.3% de atraso no desenvolvimento motor, entretanto, entre as
crianças com 4 anos de idade (n=4) o déficit ocorre em 50%. Para avaliar essa diferença foi
plicado o teste do Qui-Quadrado (χ2) o qual evoluiu para o p-valor =0.4606, o qual não é
significante, indicando que não há reais diferenças no nível de desenvolvimento
neuropsicomotor esperado, nesta amostra, entre mas idades avaliadas.
33
Tabela 4: Distribuição do desenvolvimento motor, conforme a Idade de n=24 crianças, de ambos os sexos, que frequentam o Centro Catequético e de Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria”.
2 anos 3 anos 4 anos
n % n % n %
Sem atraso 1 16.7 6 42.9 2 50.0
Com atraso 5 83.3 8 57.1 2 50.0
Total 6 100.0 14 100.0 4 100.0
Fonte: protocolo da pesquisa p-valor = 0.4606, Qui-quadrado, GL =2, χ2 = 1.549
010
203040
506070
8090
2 anos 3 anos 4 anos
Fre
quên
cia
(%)
Sem atraso
Com atraso
Figura 3: Distribuição do desenvolvimento motor, conforme a Idade de n=24 crianças, de ambos os sexos, que frequentam o Centro Catequético e de Promoção Humana “Sta. Izabel da Hungria”.
34
7 DISCUSSÃO
Por meio do teste de Denver II, aplicado em 24 crianças com idade de 2 a 4 anos,
freqüentadoras da creche Centro Catequético de promoção humana “Santa Izabel da
Hungria”, detectou-se no presente estudo indicativos significativos de atraso no DNPM.
Segundo Ballone (2003), podendo resultar em carência de necessidade básica para o
desenvolvimento pleno e normal do infante, como carência de estimulação, de vínculos
afetivos e de atenção emocional, levando ao prejuízo sobre as áreas de inteligência de
coordenação motora global, de interação social de linguagem, de afetividade, entre outras.
Para Lampréia (2004) o atraso no desenvolvimento psicomotor das crianças em
desvantagem, deve ser atribuído, em grande parte, ao fato de terem crescido num ambiente
carente de estímulos facilitadores dos mesmos.
As creches, no momento de sua concepção, possuíam caráter puramente
assistencialista, constituindo-se basicamente em um lugar onde a criança recebia abrigo,
alimentação e algum atendimento em higiene e saúde enquanto seus pais trabalhavam. De
modo que essas instituições representavam um grande risco ao bom desenvolvimento infantil
(MERISSE, 2002).
Segundo Mariotto (2003) ainda hoje as creches têm um lugar ambíguo no sistema de
ensino, já que seus interesses continuam voltados mais para a mãe que trabalha do que para as
necessidades da criança, reconhecendo também os efeitos disso no cuidador. Podendo ser
uma das causas ao o atraso no DNPM dos infantes encontrado no presente estudo.
Desta forma, a estimulação da criança desde sua mais tenra idade é fundamental. Deve
haver nesse período o máximo de satisfação de suas necessidades básicas. Pois, as crianças
que possuem carência de estímulos corporais e ambientais nessa fase poderão apresentar
dificuldades no decorrer de outros estágios do desenvolvimento, com risco de chegar ao
período escolar com déficits acumulados em relação às habilidades mínimas necessárias para
que possam adquirir novos comportamentos que delas serão exigidos (LAMPRÉIA, 2004).
Durante a avaliação verificou-se que 62% das crianças obtiveram atraso no DNPM,
enquanto que 38% apresentaram-se normal. Concordando com o estudo de Lima (2001) que
afirma que o processo de institucionalização acarretou atraso no desenvolvimento infantil em
seus mais variados aspectos, dentre estes, o desenvolvimento sócio-afetivo vem a ser o mais
amplamente estudado por intermédio dos distúrbios do vínculo mãe–filho e do apego, os
quais, em função de sua importância, merecem uma exploração minuciosa.
35
De acordo com um trabalho realizado no Quênia por Otieno et al,(2004), concordando
com a presente investigação, as crianças institucionalizadas têm significativos atrasos de
desenvolvimento nas quatro áreas testadas pelo Denver II. Tendo como grande preocupação
ao fato da criança institucionalizada acabar por vincular-se à instituição e não à família.
Nestes locais os menores são cuidados por funcionários, os quais mesmo esforçando-se para
manter uma relação saudável com infante, dependem do emprego e podem não estar ali no dia
seguinte, desta maneira, a criança sofre um abandono duplo, o que resulta numa grande
dificuldade para criar vínculos (CAMPOS, 2004).
Chisholm et al,(2000), consideram que crianças institucionalizadas não demonstram,
inicialmente, comportamentos para a promoção de proximidade como sorrir, chorar e fazer
contato olho a olho, comportamentos que frequentemente proporcionam maior atenção por
parte dos cuidadores.
A maioria das pesquisas admite a impossibilidade para a formação de uma relação de
apego do menor com os cuidadores dentro de instituições em virtude da grande quantidade de
crianças sob a responsabilidade de cada funcionário, o que pode ser exemplificado pelas
creches romenas, onde cada cuidador é responsável por até 20 crianças, tornando improvável,
a possibilidade de o adulto dispensar, tempo suficiente para responder as necessidades
sensitivas de uma criança em particular (MACLEAN, 2003).
Para Amaral, (2005) o atraso no DNPM pode proporcionar atraso em outras áreas,
pois sua presença limita a criança na ação de seu ambiente, no refinamento dos atos motores,
na recorrência das ações, na experimentação e atividades interativas com objetos e pessoas.
Desta forma torna-se relevante o conhecimento do desenvolvimento neuropsicomotor
normal por profissionais da área de saúde (médicos e profissionais afins) é de grande
relevância no cuidado às crianças em suas fases iniciais de desenvolvimento. A precocidade
na identificação de problemas nos permite a intervenção adequada com o encaminhamento
aos recursos da comunidade, proporcionando melhor qualidade de vida a estas crianças e seus
familiares (BAILEY JUNIOR. et al., .2004).
Soares et al., (2007) avaliaram em um grupo de 113 crianças com idade com 6 meses a
6 anos de idade, pelo Denver II, e constaram que (n=42 crianças) ou seja 37% apresentavam
déficit. Quando comparei com seus dados pelo teste Binomial obtive o p-valor = 0.0227*
(estatisticamente significante) indicando que as crianças avaliadas em sua amostra (Belém-
PA) apresentam avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor em níveis inferiores aos
relatados nas crianças avaliadas em Catanduva-SP.
36
Pilz et al., (2007) analisou uma amostra de crianças de até 6 anos, em que houve 53
crianças (27%) de 197 que apresentaram atraso. O p-valor = 0.0004* (teste Binomial),
indicando que as crianças da creche “Sta. Izabel da Hungria” tem desenvolvimento motor
significativamente inferior às crianças do município de Canoas – RS.
37
8 CONCLUSÃO
De acordo com o teste de triagem de Denver II houve alta prevalência do atraso do
DNPM, 62,5%.
Quando comparado o sexo masculino e feminino observamos prevalência maior no
sexo masculino, porém sem significância.
Quando distribuídos conforme idade observamos uma maior prevalência de atraso em
crianças na faixa etária de 2 anos(83,3%),também sem significância.
Sugeri-se que fatores ambientais podem repercutir no desenvolvimento
neuropsicomotor.
38
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APÊNDICE
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APÊNDICE III
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ESTUDO COMPARATIVO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE
CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS EM ABRIGOS E SEMI-
INSTITUCIONALIZADAS EM CRECHES.
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O
documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos
fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a
qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.
Eu,________________________________, residente e domiciliado na
______________________, portador da Cédula de identidade, RG ____________, e inscrito
no CPF_________________ nascido (a) em _____ / _____ /_______ , responsável pelo
menor ________________________, concordo de livre e espontânea vontade na sua
participação como voluntário(a) do estudo “ESTUDO COMPARATIVO DO
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE CRIANÇAS
INSTITUCIONALIZADAS EM ABRIGOS E SEMI-INSTITUCIONALIZADAS EM
CRECHES.”.
Estou ciente que:
I) A pesquisa a ser realizada tem como objetivo verificar se a institucionalização
influencia no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças, e quais fatores pode está
diretamente relacionado, está avaliação será realizada com auxilio do teste de triagem
de Denver II, que consiste de um registro com escalas de idade e um manual de
instruções práticas.
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II) Os dados serão coletados na Creche Centro Catequético e de Promoção Humana “Sta.
Izabel da Hungria” e no Orfanato Espaço de Acolhimento Provisório Infantil ,através
do teste de analise do desenvolvimento neuropsicomotor;
III) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação;
IV) A participação neste projeto não tem objetivo de submeter o menor a um tratamento,
bem como não causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-
terapêuticos efetuados com o estudo;
V) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no
momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;
VI) A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico do menor, com
isso não virá a interferir no atendimento ou tratamento médico;
VII) A participação do menor neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados
referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não
causará nenhum risco;
VIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa,
assim como, o menor do qual sou responsável, sendo minha autorização à
participação do menor voluntária;
IX) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo;
X) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que
dados pessoais não sejam mencionados;
XI) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e
finais desta pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
Belém, 29 de Maio de 2009
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
47
( ) Responsável ...................................................................................................
Testemunha 1 : _______________________________________________
Nome / RG / Telefone
Testemunha 2 : ___________________________________________________
Nome / RG / Telefone
Responsável pelo Projeto:
PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Telefone para contato:
(91) 8847-4817
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ANEXO
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ANEXO I- CERTIFICADO DO COMITE DE ÉTICA
.
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ANEXO II-TESTE DE TRIAGEM DE DESENVOLVIMENTO DE DENVER II
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ANEXO III-MANUAL DO TESTE DE TRIAGEM DE DESENVOLVIMENTO DE
DENVER II.
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