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UNIVERSIDADE FUMEC ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO
TRABALHO
Gisleine de Almeida Alves
INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA DAS ONDAS SONORAS NA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO OCUPACIONAL
Belo Horizonte
2013
Gisleine de Almeida Alves
INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA DAS ONDAS SONORAS NA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO OCUPACIONAL
Monografia que apresentada à Universidade FUMEC, como requisito para a obtenção do Título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, sob a orientação do Prof. Airton Marinho
Belo Horizonte 2013
Dedico esta monografia aos meus pais Geraldo e Divina, minhas irmãs Aline e Giane, minha princesa Maria Clara e todos da minha família que me deram muito
apoio nos momentos mais difíceis e alegres da minha vida, aos amigos de sala de aula que sempre colaboraram com o meu aprendizado, aos meus professores que me ensinaram que por mais que achamos que o nosso conhecimento já está bem
profundo, estamos enganado pois o conhecimento é algo que está sempre se renovando e aos profissionais do SESMT que buscam sempre a preservação do
bem maior que é a “Vida”.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pois sem ele eu não teria forças para essa longa jornada, agradeço
ao meu professor orientador Airton Marinho que teve paciência e que me ajudou
bastante a concluir este trabalho, demais professores e aos meus colegas que me
ajudaram na conclusão da monografia.”
Por vezes sentimos que aquilo que fazemos
não é senão uma gota de água no mar. Mas o
mar seria menor se lhe faltasse uma gota.
Madre Teresa de Calcutá
RESUMO
No presente trabalho buscou-se estudar a influência da frequência das ondas sonoras sobre as perdas auditivas induzidas pelo ruído ocupacional - PAIRO. Para isso, foi realizado um estudo por meio de revisão bibliográfica disponível em meio eletrônico, onde identificou as principais variáveis que influenciam o ruído e os efeitos diretos e indiretos gerados pela exposição a altos níveis de pressão sonora que causam prejuízo ao homem, destacando a surdez ocupacional. O trabalho conta uma proposta de melhores práticas para realizar o Programa de Conservação Auditiva – PCA. Contudo, foi possível concluir que não existe uma relação direta entre a perda auditiva ocupacional é a frequência da onda sonora de ruído e sim o principal fator causador é o nível de intensidade emitido pelo ruído, mas ainda é necessário realizar mais estudo para determinar os problemas que pode causar ao trabalhador, e que o sucesso da implantação de um programa de conservação auditiva dependem a interação multidisciplinar.
Palavras Chaves: Ruído, Perda auditiva induzida por ruído, Espectro do ruído.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Faixa audível de frequência ...................................................................... 13
Figura 2 - Sons graves e sons agudos ...................................................................... 13
Figura 3 - Sons puros (1º e 2º caso) e som complexo (3º caso, somatório dos dois
sons puros) e os seus respectivos espectros ............................................................ 14
Figura 4 - Espectro sonoro em dB(A) da CHC .......................................................... 15
Figura 5 - Espectro sonoro em bandas de oitava da Cisalha Rotativa ...................... 15
Figura 6 - Esquema da formação da escala em decibel ........................................... 17
Figura 7 - Comparação da pressão sonora absoluta, decibel e atividades humanas 18
Figura 8 - Tipos de Ruído nos ambientes ocupacionais ............................................ 21
Figura 9 - Efeitos do ruído excessivo no organismo .................................................. 26
Figura 10 - Órgão de Corti......................................................................................... 28
Figura 11 - Fluxograma para diagnosticar a PAIR .................................................... 30
Figura 12 – Representação gráfica adaptada da porcentagem de Sinais e Sintomas
da PAIRO .................................................................................................................. 32
Figura 13 - Protetor auricular tipo concha ................................................................. 41
Figura 14 - Protetores auriculares tipo inserção ........................................................ 42
LISTA DE SIGLAS
dB Decibel
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
EPI Equipamento de Proteção Individual
FUNDACENTRO
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho
Hz Hertz
Leq Nível Equivalente
LT Limite de Tolerância
MPL Mudança Permanente do Limiar
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
MTL Mudança Temporária do Limiar
NHO Norma de Higiene Ocupacional (emitida pela Fundacentro)
NR Norma Regulamentadora
NPS Nível de Pressão Sonora
OIT Organização Internacional do Trabalho
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruído
PAIRO Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional
PCA Programa de Conservação Auditiva
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPRA Programa de Prevenção a Riscos Ambientais
RBF Ruído de baixa Frequência
SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
SIL Sound Intesity Level
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
2 RUÍDO ................................................................................................................ 12
2.1 Frequência ...................................................................................................... 12 2.2 Intensidade ..................................................................................................... 15 2.3 Timbre ............................................................................................................ 18 2.4 Nível Sonoro Equivalente do Ruído ................................................................ 19 2.5 Tipos de Ruídos ............................................................................................. 20 2.6 Ruído Industrial .............................................................................................. 23
3 EFEITOS NOCIVOS DO RUÍDO ....................................................................... 25
4 PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO OCUPACIONAL - PAIRO ........... 27
5 OS EFEITOS PREJUDICIAIS AO HOMEM DA FREQUÊNCIA DAS ONDAS SONORAS DE RUÍDO .............................................................................................. 34
5.1 Influência da Frequência das Ondas Sonoras na PAIRO ............................... 35
6 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA - PCA ...................................... 38
6.1 Avaliação do ambiente ................................................................................... 38 6.2 Implantação de medidas de Controle ............................................................. 39 6.3 Benefícios da implantação do PCA ................................................................ 42
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................ 43
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
10
1 INTRODUÇÃO
O Ruído é extremamente prejudicial à saúde, sendo acentuado em grande parte dos
ambientes de trabalho. Dentre os trabalhadores expostos ao ruído estima-se que 25%
da população tem algum grau de perda auditiva induzida pelo ruído, segundo
Bergström; Nyström, (1986), Carnicelli (1988), Morata (1990), Próspero (1999) citados
pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2006, p. 15)1.
A perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIRO) tem quatro fatores que a
influenciam, nível de pressão sonora (NPS), tempo de exposição, frequência do ruído
e susceptividade individual, conforme Araújo (2008, p. 24).
Neste trabalho busca-se estudar a influência da frequência das ondas sonoras sobre
as perdas auditivas induzidas pelo ruído ocupacional nos trabalhadores. Através dos
seguintes objetivos específicos:
Descrever a perda auditiva ocupacional e os fatores que a determinam.
Discutir as evidências encontradas sobre a influência do espectro do ruído
sobre as características das perdas auditivas ocupacionais.
Identificar processos industriais em que o ruído seja composto por frequências
especialmente nocivas aos trabalhadores.
Propor medidas de controle para o Programa de Conservação Auditiva (PCA).
Na Indústria temos uma variedade de fontes de ruídos gerado por diversas máquinas
e equipamentos. Cada equipamento gera ruídos em faixas diferentes de frequências,
1 BERGSTRÖM, B.; NYSTRÖM, B. Development of hearing loss during long-term exposure to occupational noise. Scand. Audiol., [S.I], v. 15, p.227-234, 1986. CARNICELLI, M. V. F. Audiologia preventiva voltada à saúde do trabalhador: organização e desenvolvimento de um programa audiológico numa indústria têxtil da cidade São Paulo. 1988. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 1988. MORATA, T. C. An epidemiological study of the effects of exposure to noise and organic solvents on workers hearing and balance. 1990. Dissertação (Doutorado) – University of Cincinnati, Cincinnati, 1990. PRÓSPERO, A. C. Estudo dos efeitos do ruído em servidores do Centro Técnico Aeroespacial. 1999. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 1989.
11
o que pode alterar a capacidade de provocar perdas auditivas e as características
dessas perdas. Por isso, se faz necessário estudar PAIRO, destacando o espectro de
frequência do ruído.
Este trabalho será desenvolvido através de uma pesquisa descritiva, com revisão
bibliográfica das normas, publicações de entidades que discutem a perda auditiva
induzida por ruído nos trabalhadores e trabalhos já existentes disponíveis em meio
eletrônico pesquisando as palavras-chaves: ruído, perda auditiva induzida por ruído,
espectro de frequência.
12
2 RUÍDO
Ruído ou som são vibrações que resultam em variações de pressão atmosférica e se
propagam longitudinalmente por meio ondas pelo ar, com velocidade de 344 m/s para
20º C e são perceptíveis pelo orelha humano (ARAÚJO, 2008, p.12). De acordo com
Almeida et al,
O aparelho auditivo humano consegue detectar variações de pressão do ar numa faixa de 0,00002 a 200 Newton/m2 no limiar de audibilidade de frequências que é de 16 a 20.000 Hz. Portanto, nem toda onda sonora evoca a sensação auditiva (ALMEIDA et al, 2000 p. 143).
O que diferencia o som e o ruído são as sensações provocadas. Segundo o Ministério
da Saúde (BRASIL, 2006, p.10) a Psicoacústica (estudo das sensações auditiva)
descreve que som proporciona sensações prazerosas, já o ruído descrever sons
indesejáveis ou desagradáveis, o que traz um aspecto de subjetividade à sua
definição. Para Santos e Santos (2000, p.8) deve ficar claro que sendo prazeroso ou
não, se o volume estiver elevado, sendo ruído ou som podem ser prejudiciais a
audição.
O ruído tem três variáveis: Frequência, Intensidade e Timbre.
2.1 Frequência
O número de oscilações por segundo do movimento vibratório do som, tendo a
unidade determinada em Hertz (Hz), quantidade de ondas sonoras em 1 segundo
(ARAUJO, 2008, p.12). O ouvido humana capta os sons e transforma vibrações em
estímulos nervosos e os envia para o cérebro.
De acordo com Boger (2007, p.1) conforme a sensibilidade do homem, o aparelho
auditivo é capaz de detectar sons com frequências que variam entre 20 a 20.000 Hz,
que é definida como faixa audível de frequências ou banda audível. Sons abaixo de
13
20 Hz são chamados de infrassons e acima de 20.000 Hz são denominados
ultrassons.
20 20.000
Figura 1 - Faixa audível de frequência
Fonte: Fernandes (2002)
A três faixas de frequência audível pelo homem:
Baixas frequências ou sons graves: as 4 oitavas de menor frequência, ou seja,
31,25; 62,5; 125 e 250 Hz.
Médias frequências ou sons médios: as três oitavas centrais, ou seja, 500; 1000
e 2000 Hz.
Altas frequências ou sons agudos: as três oitavas de maior frequência, ou seja,
4.000; 8.000 e 16.000 Hz.
Figura 2 - Sons graves e sons agudos Fonte: Castro (2012)
Identificar a frequência de um som é útil para classifica-lo de um som puro ou
complexo. Segundo Castro,
Quando o som tem apenas uma frequência temos um som puro (ou sinusoidal) e o seu espectro reduz-se a uma linha, enquanto que um som complexo é constituído pela sobreposição de dois ou mais sons puros, embora possa continuar a ser periódico (CASTRO, 2012 p. 7)
Faixa ou banda audível
Hz
Infrassons Ultrassons
14
Figura 3 - Sons puros (1º e 2º caso) e som complexo (3º caso, somatório dos dois sons
puros) e os seus respectivos espectros Fonte: Castro (2012)
Fernandes (1994) e Bistafa (2006) apud Boger (2007, p.8)2 afirmam que analisar as
frequências do ruído é importante para realizar um Programa de Controle de Ruído,
pois facilita na desenvolvimento do projeto de atenuação dos níveis sonoros, como
por exemplo, encapsulando as fontes de ruído, tratamento acústicos das superfícies
e escolha de protetores auriculares.
As figuras 4 e 5 demonstram o gráfico a análise espectral sonora de equipamentos.
Vale ressaltar que a na faixa de 500 Hz a 4000 Hz são as mais sensíveis para o ouvido
humano (CABRAL, 2012, p. 57)
2 FERNANDES, JC. O Ruído Ambiental: Seus efeitos e seu Controle. Departamento de Engenharia Mecânica da UNESP, Campus de Bauru, 1994. BISTAFA, RS. Acústica aplicada ao controle do ruído. Editora Edgard Blucher. 1ª ed. São Paulo, 2006.
15
Figura 4 - Espectro sonoro em dB(A) da CHC Fonte: Cabral (2012, p.58)
Figura 5 - Espectro sonoro em bandas de oitava da Cisalha Rotativa Fonte: Cabral (2012, p.58)
2.2 Intensidade
A Intensidade é a energia permite diferenciar sons fracos e fortes, popularmente
chamado de volume (amplitude). Essa energia está contida no movimento vibratório,
que se traduz uma maior ou menor amplitude de vibração ou na onda sonora. A
intensidade do som pode ser medida através da energia contida no movimento
vibratório (W/cm2), ou pela a pressão do ar causado pela onda sonora (BAR = 1
dina/cm2) (FERNANDES, 2002, p. 20)
16
A intensidade audível para a média da população tomada como referência é de:
energia: 10-16 W/cm2 ;
pressão: 2 x10-4 BAR.
A energia gerada no fenômeno sonora do ponto de vista físico é desprezível.
Fernandes (2002, p. 20) afirma que, em um estádio de futebol lotado no momento de
um grito de gol não geraria energia suficiente para aquecer uma xicara de café.
Conforme a Lei de Weber-Fechner, para os sons de mesma frequência, a intensidade
da sensação sonora cresce proporcionalmente ao logaritmo da intensidade física.
Fernandes (2002, p.20) exemplifica da seguinte forma,
Quando escutamos um aparelho de som que esteja reproduzindo 20 Watts de potência elétrica, e aumentamos instantaneamente a sua potência para 40 Watts, o som nos parecerá mais intenso. Se quisermos agora, aumentar mais uma vez o som para que o resulte a
mesma sensação de aumento, teremos que passar para 80 Watts.
A Figura 6 demonstra a relação entre o limiar audível (10-16 Watts/cm2) e o limite do
dor (10-2 Watts/cm2), cuja a intensidade de som tem uma diferença de cem trilhões de
vezes. Com tudo teria uma dificuldade de comparação, sendo matematicamente
impraticáveis e, fisiologicamente, não refletem a sensação audível. Por isso, se utiliza
a escala em decibel (dB) para medir a intensidade sonoro (FERNANDES, 2002, p. 20)
17
Figura 6 - Esquema da formação da escala em decibel Fonte: Fernandes (2002)
É definido como Nível de Pressão Sonora (NPS) ou Sound Intesity Level (SIL), a
intensidade sonora medida em decibel, matematicamente representada por
(ARAUJO, 2008, p.14):
𝑁𝑃𝑆 = 10 𝑥 log (𝑃
𝑃𝑟𝑒𝑓)
Sendo Pref = 10-16 Watts/cm2.
18
Figura 7 - Comparação da pressão sonora absoluta, decibel e atividades humanas Fonte: Castro (2012)
2.3 Timbre
Fernandes (2002) e Gerges (2000), citados por Boger (2007, p.20)3 define o timbre
como a capacidade de distinção de dois ou mais sons na mesma frequência, emitidos
3 FERNANDES, JC. O Ruído Ambiental: Seus efeitos e seu Controle. Departamento de Engenharia Mecânica da UNESP, Campus de Bauru, 2002.
19
por fontes distintas. O timbre permite reconhecer as fontes geradoras, como por
exemplo quando se toca uma mesma nota, na mesma frequência e intensidade, em
um violino e um piano, observa-se os timbres diferentes. De forma técnica o timbre é
a forma de onda na vibração sonoras.
2.4 Nível Sonoro Equivalente do Ruído
O tempo de exposição ao ruído também é um fator importante para a perca auditiva.
Conforme Gerges (2000) apud Noronha (2007, p. 5)4 uma exposição de um minuto de
fonte gerando uma pressão sonora 100 dB(A) não é tão prejudicial que a exposição
fosse de 60 minutos a uma pressão sonora de 90 dB(A), sendo possível estabelecer
um valor único, que é o nível sonoro integrado durante uma faixa de tempo
determinada, conhecido como Leq ou Neq. O cálculo é baseado no nível médio da
equivalência de energia, definido na expressão conforme a NHO-01:
𝐿𝑒𝑞 = 10 log [(1
𝑇∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡
𝑡2
𝑡1
) /𝑝02] [𝑑𝐵]
Onde:
Leq = nível de pressão sonora equivalente referente ao intervalo de integração (T = t2-
t1);
p(t) = pressão sonora instantânea;
p0 = pressão sonora de referência, igual a 20Pa.
GERGES, SNY. Ruído: Fundamentos e Controle. 2ª Ed. Florianópolis: UFSC, NR Editora. 696 p. 2000. 4 GERGES, SNY. Ruído: Fundamentos e Controle. 2ª Ed. Florianópolis: UFSC, NR Editora. 696 p.
2000.
20
2.5 Tipos de Ruídos
É importante distinguir os tipos de ruídos, segundo Santos e Santos (2000, p. 8) para
avaliar um determinado ambiente de trabalho. A Legislação vigente, Portaria 3.421/78
– NR-15 - Anexos 1 e 2, do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 1978) e NHO-
01 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído Continuo ou Intermitente e
Impacto, emitida pela Fundacentro, também utiliza os tipos de ruídos para determinar
os limites de tolerância (LT), de acordo com as doses diárias. Existem três tipos de
ruídos no ambiente.
Ruído Contínuo ou estacionário: baixa variação do nível intensidade sonora
em função do tempo.
Ruído Flutuante ou intermitente: Diferentemente do ruído continuo, este tipo
tem grande variação de intensidade em função do tempo.
Ruído de Impacto ou impulsivos: São de grande intensidade sonora, em
função de curto espaço de tempo. Conforme a NHO-01 da Fundacentro é o
ruído que apresenta picos de energia sonora com duração abaixo de 1
segundo, com intervalos acima de 1 segundo.
Santos e Santos (2000, p.10) afirmam que para avaliar a exposição do ruído continuo
ou intermitente no ambiente utiliza-se aparelhos conhecidos como dosímetros, fixados
no corpo do trabalhador próximo ao ouvido, durante sua jornada de trabalho para
registrar os vários níveis de ruído que o trabalhador está exposto.
21
Figura 8 - Tipos de Ruído nos ambientes ocupacionais Fonte: Santos e Santos (2000)
Em conformidade com o Anexo I da NR-15 (BRASIL, 1978) o medidor do nível de
pressão sonora dever ser configurado para à escala ponderação (A) e resposta lenta
(SLOW). Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para
indivíduos que não estejam adequadamente protegidos, acima deste valor e sem
proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. Lembrando que a dose diária
igual a 100%.
22
Tabela 1: Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente
Nível de Ruído dB (A) Máxima exposição diária
permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 horas e 45 minutos
98 1 horas e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: MTE, NR-15 Anexo I (BRASIL, 1978)
Para avaliar o ruído de impacto ou impulsivo, segundo Santos e Santos (2000, p.10)
utiliza-se o medidor de pressão sonora operando em circuito linear com resposta para
medição de impacto.
A NR-15 (BRASIL, 1978), Anexo II determina que os níveis de impacto deverão ser
avaliados em decibéis (dB), com medidor de NPS operando no circuito linear e circuito
de resposta para impacto. As medições devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear).
23
Tabela 2: Níveis de pico máximo admissíveis em função do número de impactos
Nível de pressão de pico (dB)
Nº máximo de Impactos
Nível de pressão de pico (dB)
Nº máximo de Impactos
Nível de pressão de pico (dB)
Nº máximo de Impactos
120 10000 127 1995 134 398
121 7943 128 1584 135 316
122 6309 129 1258 136 251
123 5011 130 1000 137 199
124 3981 131 794 138 158
125 3162 132 630 139 125
126 2511 133 501 140 100 Fonte: Fundacentro, NHO-01 (2001)
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) (2001), para uma mesma
energia sonora a níveis relativamente baixos, o ruído de impacto é menos prejudicial
e, talvez seja menos do que o ruído contínuo. Mas em níveis elevado é mais
prejudicial, especialmente se for sobre um nível crítico.
2.6 Ruído Industrial
O ruído está presente na vida das pessoas diariamente seja nas ruas, nos momentos
de lazer e não seria diferente no ambiente industrial. O ruído industrial como afirma
Ganime (1993) citado por Ganime, et al (2010 p.7)5 existe nas indústrias devido
funcionamento de diversas máquinas, algumas muito antigas, que produzem níveis
de ruídos elevados, superando os limites aceitáveis. O trabalhador é obrigado a
executar suas atividades em um ambiente ruidoso, causando perda de produtividade
por efeitos psico-fisiológicos, que vai de uma simples irritação até a perda auditiva.
É comum em ambientes industriais como metalúrgicas, teares, banco de provas,
motores e dentre outros, encontrar níveis de intensidades a partir de 84/90 dB, que já
causa uma lesão coclear irreversível e a será mais agravada quanto maior for o ruído.
Qualquer frequência sonora pode causar problemas cocleares, mas as altas
frequências são mais prejudiciais (ARAÚJO, 2002, p.48)
5 GANIME, José Fernando. Borracha: aplicação em instalação de tratamento de minérios. In: Simpósio Mínero - Metalúrgico da UFMG, 1993. Belo Horizonte. Belo Horizonte: UFMG, 1993.
24
Tabela 3: Dados referentes à análise do espectro sonoro nos ambientes avaliados
por Noronha em 2007.
Frequência (Hz)
Marmoraria dB(A)
Marcenaria dB(A)
Metalúrgicas dB(A)
Ônibus dB(A)
Consultórios dB(A)
31,5 73,9 72,1 81,0 60,1 43,4
63 73,5 70,8 79,7 63,2 54,1
125 71,6 87,3 87,1 67,4 61,8
250 76,6 87,6 92,3 70,7 64,3
1000 86,3 90,1 93,1 68,1 73,0
2000 83,3 88,0 90,5 68,4 68,8
4000 80,8 81,6 91,7 62,1 75,3
8000 71,0 76,7 93,0 51,7 72,3
16000 60,4 66,9 88,8 39,3 59,4
Fonte: Noronha (2007)
Pode-se verificar que os níveis de pressão sonora a que os trabalhadores das
indústrias estão submetidos são elevados. O limite máximo para a dose percentual,
que deveria ser de 100%, é ultrapassado nas três indústrias. Neste caso, a situação
é extremamente preocupante do ponto de vista da qualidade de vida e da saúde
ocupacional.
Lopes et al. (2004) citado por Noronha (2007, p.16)6 em suas analises a marcenarias
do Paraná, obteve medições de uma serra circular emitindo níveis de ruído que
atingiram 97,5 dB(A), uma plaina com 95,2 dB(A) e a serra de fita com 93,4 dB(A). Já
Venturoli et al. (2003) também citado por Noronha (2007, p.16)7 ao avaliar
marcenarias no Distrito Federal, encontrou o valor de 101,3 dB(A) paras essas
máquinas. Portanto é muito importante estabelecer os limites de tolerância fixos de
maneira a proteger a maioria dos trabalhadores e os ambientes de trabalho não
ultrapassem 80 dB(A).
6 LOPES, E. S. et. al. Análise do ambiente de trabalho em indústrias de processamento de madeira na região Centro-Sul do Estado do Paraná. Scientia Forestalis, Piracicaba, SP, v. 66, p. 183-190, 2004. 7 VENTUROLI, F. et al. Avaliação do nível de ruído em marcenarias no Distrito Federal, Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB, v. 7, n. 3, p. 547-551, 2003.
25
3 EFEITOS NOCIVOS DO RUÍDO
A preocupação com os efeitos nocivos é antiga, segundo António (2008) referido por
Cabral (2012, p.14)8 datam dos primórdios dos tempos e os primeiros a decretar uma
lei contra o ruído foram os romanos, proibindo o movimento de carroças durante a
noite, mas desde a Revolução Industrial até o momento atual, os danos associados
ao ruído aumentou consideravelmente, devido ao avanço da tecnologia.
Segundo Otoni (2008, p. 368) os estudos comprovam que níveis elevados de ruído,
barulho e até mesmo um som agradável podem afetar a saúde. Zanella (1981) apud
Fleig (2002, p. 24)9 destaca que entre os agentes nocivos à saúde do homem, o ruído
apresenta com maior frequência no ambiente de trabalho, podendo causar problemas
psicológicos, fisiológicos e físicos, Fleig classifica os efeitos em duas categorias,
Os efeitos do ruído sobre o organismo humano são considerados diretos quando percebidos pela orelha como principal meio de propagação da onda sonora; e indiretos quando a energia sonora desloca-se por meio de vibrações pelas partes do corpo (extra-auditivos) (FLEIG, 2002 P.25)
De acordo com Ganime (2010, p.10) são reconhecidos com efeitos auditivos: o
zumbido de pitch agudo, a mudança temporária do limiar (MTL) e a mudança
permanente do limiar (MPL) (trauma acústico agudo e crônico) e como efeitos extra-
auditivos: distúrbios no cérebro e nos sistemas nervoso, circulatório, digestório,
endócrino, imunológico, vestibular, muscular, nas funções sexuais e reprodutivas, no
psiquismo, no sono, na comunicação e no desempenho de tarefas físicas e mentais.
Pimentel, Souza e Alvares (2000) citados por Fleig (2005, p.25)10 destacam efeitos
nocivos de alguns níveis de ruídos: características perturbadoras ocorrem em ruídos
de 50 dB(A), porém adaptável; ruídos de 55 dB(A) são excitantes e causador de
8 ANTÓNIO, Julieta. Acústica Ambiental. Coimbra: s.n., 2008. 9 ZANELLA, A. et al. Segurança do trabalho na construção civil na área de edificações. São Paulo: Universidade Mackenzie. 1981. 10 PIMENTEL, SOUZA F.; ALVARES, PAS. A poluição sonora urbana no trabalho e na saúde. [on line]. Disponível em: http://www.icb.ufmg.br/lpf. Acesso em: 27 de julho de 2000.
26
desconforto e estresse leve; ruídos de 65 dB(A) incidem em estresse gradativo do
organismo; ruídos de 80 dB(A) causa certa dependência orgânica, devido a liberação
de morfinas biológicas no corpo; ruídos de 100 dB(A) podem provocar surdez
irreversível.
A Figura 9, apresenta as principias alterações fisiológicas que o organismo humano
pode sofrer aquando da sua exposição a níveis de ruído excessivos.
Figura 9 - Efeitos do ruído excessivo no organismo Fonte: Cabral (2012)
27
4 PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO OCUPACIONAL - PAIRO
A PAIRO ou simplesmente PAIR, também recebe outras terminologias como “Surdez
Ocupacional”, “Disacusia Ocupacional”, “Perda Auditiva Ocupacional” e “Perda
Auditiva Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis de Pressão Sonora
Ocupacional”, independente do nomes todas referem a doença ocupacional (BOGER,
2006 p.14)
A probabilidade de que um ruído possa danificar a audição está relacionada com o nível de pressão global, com o espectro de frequência, e com o parâmetro temporal de um ruído versus duração da exposição (JERGER e JERGER, 1998 apud FLEIG, p. 30)11.
Segundo Oliveira (2002) citado por Fleig (2004, p.31)12, a perda auditiva induzida por
ruído evolui com o tempo de exposição e se trata de uma doença cumulativa e
insidiosa. Com poucos anos de contato diário e intensidade de ruído elevado, a perda
inicia na frequência de 4000 Hz e atinge uma faixa de 3000 a 6000 Hz. Conforme
Almeida et al (2000, p. 145) nos primeiros 5 anos de exposição já se apresenta maior
contingente de perdas.
Almeida et al (2000, p. 151) identificaram em seus estudos que trabalhadores com até
10 anos de exposição ao ruído podem apresentar a perda auditiva instalada, podendo
ser facilmente detectada através de exame audiométrico. Sendo as lesões em estado
inicial e danos irreversíveis. Os autores ainda determinaram em seus estudos que as
frequências audiométricas mais prejudicadas dependem da faixa etária e da duração
da exposição ao ruído, sendo que o quadro evolutivo de agravamento é proporcional
ao tempo de exposição (ALMEIDA et al (2000, p. 157)
Conforme o INSS (BRASIL, 1998), a PAIR não se assemelha ao trauma acústico,
chamada como perda súbita da acuidade auditiva em virtude de uma única exposição
11 JERGER, S.; JERGER, J. Alterações auditivas, um manual para avaliação clínica. 1989. p. 53. 12 OLIVEIRA, J. A. A.; NUDELMENN, A. A.; COSTA, E.; SELIGMAN, J.; IBAÑEZ, R. N. In: PAIR – Perda Auditiva Induzida Pelo Ruído. Porto Alegre: Bagagem Comunicação. p. 101–142. 2002.
28
a pressão sonora intensa (por exemplo, em explosões e detonações), ou devido a
trauma físico do ouvido, crânio ou coluna cervical.
Segundo Araújo (2002, p. 48) as principais alterações responsáveis pela PAIR
ocorrem no órgão de Corti localizado no ouvido interno, devido a sensibilidade a altas
e prolongadas pressões sonoras de suas células ciliadas externas, que é chamado de
“exaustão metabólica”, “com depleção enzimática e energética, e redução do oxigênio
e nutrientes; com a morte celular, o espaço é preenchido por formações cicatriciais, o
que resulta em déficit permanente da capacidade auditiva” (ARAÚJO, 2002, p. 48).
Figura 10 - Órgão de Corti Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2009/03/orgao-de-corti.jpg acessado
em 13/11/2013
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2006, p.17) destaca que, em 1998, o Comitê Nacional
de Ruído e Conservação Auditiva definiu como características da PAIR:
Ser sempre neurossensorial, uma vez que a lesão é no órgão de Corti da orelha interna.
Ser geralmente bilateral, com padrões similares. Em algumas situações, observam-se diferenças entre os graus de perda das orelhas.
Geralmente, não produzir perda maior que 40dB(NA) nas frequências baixas e que 75dB(NA) nas altas.
A sua progressão cessa com o fim da exposição ao ruído intenso.
A presença de PAIR não torna a orelha mais sensível ao ruído; à medida que aumenta o limiar, a progressão da perda se dá de forma mais lenta.
29
A perda tem seu início e predomínio nas frequências de 3, 4 ou 6 kHz, progredindo, posteriormente, para 8, 2, 1, 0,5 e 0,25 kHz.
Em condições estáveis de exposição, as perdas em 3, 4 ou 6 kHz, geralmente atingirão um nível máximo, em cerca de 10 a 15 anos.
O trabalhador portador de PAIR pode desenvolver intolerância a sons intensos, queixar-se de zumbido e de diminuição de inteligibilidade da fala, com prejuízo da comunicação oral (MINISTÉRIO DA SAÚDE, BRASIL, 2006, p. 17)
Quando o indivíduo é portador de uma PAIR, que tem como característica ser neurossensorial, ocorre uma redução na faixa dinâmica entre o limiar auditivo e o limiar de desconforto, provocando um aumento na ocorrência de recrutamento (fenômeno de crescimento rápido e anormal da sensação de intensidade sonora) e, portanto, um aumento da sensação de desconforto. Isso é comum nos ambientes de trabalho com elevados níveis de pressão sonora (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2006, p. 19)
O INSS (BRASIL, 1998) destaca que, é comum em condições normais de trabalho a
coexistência de vários outros agentes, que podem prejudicar diretamente o órgão
auditivo ou, influenciando o desenvolvimento da perda auditiva através da interação
com o ruído. Alguns, dentre estes fatores, merecem destaque:
a) agentes químicos: solventes (tolueno, dissulfeto de carbono), fumos metálicos, gases asfixiantes (monóxido de carbono);
b) agentes físicos: vibrações, radiação e calor; c) agentes biológicos: vírus, bactérias, etc, (INSS, BRASIL, 1998).
Conforme Araújo (2002, p. 48) o diagnóstico da PAIRO deve ser realizada através de
levantamento histórico da exposição em ambiente ruidoso, exame
otorrinolaringológico e exame audiométrico tonal limiar. As frequências
tradicionalmente avaliadas são acrescidas de 3 e 6 kHz. Para a realização dos exames
o trabalhador deve estar 14 horas de repouso acústico, evitando a detecção de uma
surdez temporária.
30
Figura 11 - Fluxograma para diagnosticar a PAIR Fonte: Ministério da Saúde (BRASIL, 2006)
31
A existência da PAIR ocupacional nos trabalhadores da indústria, mesmo trabalhando
no mesmo setor da atividade é variável devido a fatores relacionados ao risco,
conforme os estudos internacionais quanto em nacionais. No Brasil a dificuldade de
determinar o tamanho do problema se deve a um sistema de informação e de
fiscalização precários (GANIME, et al, 2010, p.9).
A PAIRO ocorre com mais frequência nos setores metalúrgico, mecânico, gráfico,
têxtil, químico/petroquímico, transporte e indústria de alimento e bebida, onde se
atinge inicialmente a frequência de 6000 Hz (HARGER e BARBOSA-BRANCO, 2004
p. 396).
Na Região Metropolitana de Salvador, Bahia, foi realizado um estudo de prevalência a partir de dados audiométricos de trabalhadores de 44 indústrias, de nove diferentes ramos de atividades. Este estudo revelou que 45,9% da população estudada apresentaram perda auditiva. Em relação à PAIR foi verificada prevalência de 35,7%. As maiores prevalências foram encontrados nos ramos editorial/gráfico (58,7%), mecânico (51,7%), bebidas (45,9%), químico/petroquímico (42,3%), metalúrgico (35,8%), siderúrgico (33,5%), transportes
(29,3%), alimentos (28,0%) e têxtil (23,4%) (MIRANDA CR et al. apud
BOGER, 2007, p.15)13
Na pesquisa de Boger (2007, p.39) é apresentado o percentual de prevalência da
PAIR e a lateralidade encontrados nas atividades econômicas, metalúrgica,
madeireira, marmoraria.
Tabela 4: Prevalência de entalhe PAIR segundo o ramo de atividade econômica e a
lateralidade, Distrito Federal, 2006-2007.
ENTALHE PAIR METALÚRGICA MADEIREIRA MARMORARIA TODOS OS RAMOS
% % % %
OD 18,4 7,7 10,5 13,8
OE 18,4 23,1 36,8 23,4
AO 63,3 69,2 52,6 62,8
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
OD – orelha direita; OE – orelha esquerda Fonte: Boger (2007, p.39).
13 MIRANDA CR, DIAS CR, PENA PGL, NOBRE LCC, AQUINO R. Surdez ocupacional em trabalhadores industriais da região metropolitana de Salvador, Bahia. Rev. Bras Otorrinolaringol 1998; 64:109-14
32
Kandel, Schwartz e Jussel (2003) citados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2006,
p.19)14 afirmam que o Zumbido é o sintoma mais relatado pelos portadores de PAIR,
que provocam muito incomodo. Os portadores de PAIRO relatam dificuldades de
compreensão de fala, cujo padrão de fala poderá sofrer alterações, de acordo com o
grau de perda auditiva (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAUDE, 2006, p. 19).
Figura 12 – Representação gráfica adaptada da porcentagem de Sinais e Sintomas da PAIRO
Fonte: Lelo et al (2009)
Não existindo nenhum tipo de tratamento clínico ou cirúrgico para recuperação dos
limiares auditivos, devido caráter irreversível da lesão causa na PAIR, por isso as
medidas prevenção são importantes. Em alguns casos onde o caso evolutivo da
doença é mais grave, o portador da PAIRO pode utilizar um aparelho de amplificação
sonora individual e algumas técnicas de treinamento auditivo que facilitam a
comunicação (INSS, 1998).
A PAIR é um comprometimento auditivo passível de prevenção que pode produzir alterações importantes no trabalhador que interferem na sua qualidade de vida, produzindo desvantagens e incapacidade auditiva. A incapacidade auditiva através da redução da percepção da fala em ambientes ruidosos, televisão, rádio, cinema, teatro, sinais
14 KANDEL, E. R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSEL, T. M. Princípios da neurociência. São Paulo: [s.n.], 2003.
37
30
27
20
17
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Sinais e Sintomas
Zumbido Insônia Dor de cabeça Náusea Alteração auditiva
33
sonoros de alerta, músicas e sons ambientais. Desvantagens sendo não-auditivas influenciadas por fatores psicossociais e ambientais como estresse, ansiedade, isolamento e auto-imagem pobre, as quais comprometem as relações do indivíduo na família, no trabalho e na sociedade, prejudicando o desempenho de suas atividades de vida diária (ARAÚJO, 2002 p. 51).
34
5 OS EFEITOS PREJUDICIAIS AO HOMEM DA FREQUÊNCIA DAS
ONDAS SONORAS DE RUÍDO
Tanto as faixas de baixas frequências, quanto as altas frequências de ruído causam
efeitos prejudiciais ao homem. Colleoni e Cols (1981) citados Medeiros (1999, p. 12)15
dizem que em baixas frequências, iniciando com frequências infrassônicas (abaixo de
16 Hz), não perceptíveis pelo homem, mas causam enjoos, vômitos, tonturas e etc.
Com aumento da frequência, os efeitos apresentados são alterações na atenção e
concentração mental, no ritmo respiratório, ritmo cardíaco, aumento da irritabilidade,
perda de apetite e estados pré-neuroticos.
Burns (1973), Peterson e Gross (1978) e Harris (1979) apud Fleig (2004, p. 30)16
também afirmam que em ambientes de trabalho com fontes de ruídos em uma faixa
de frequência baixa (20 a 200 Hz) gerados por ventiladores, bombas, compressores,
geradores, veículos pesados, entre outros, causa muito incômodo, devido ao grande
comprimento de onda e o reduzido poder de atenuação no meio de propagação.
Apesar de escassas as comprovações e pesquisas científicas, as alterações do sistema nervoso central em trabalhadores expostos ao ruído de baixa frequência (RBF, <500 Hz, incluindo infra-sons) foram observadas pela primeira vez há 25 anos, em técnicos de aeronaves. Ao mesmo tempo, foi também identificada patologia respiratória nos mesmos trabalhadores, mais tarde reproduzida em modelos animais sob exposição a ruído de baixa frequência. Atualmente, a doença vibroacústica define-se como patologia sistêmica causada por exposição excessiva a ruído de baixa frequência (FERREIRA, JÓSE REIS, et al., 2006 apud GANIME, JF et al., 2010 p.9 )17
15 COLLEONI, N. e outros. Ruídos industriais, perturbações auditivas e sua profilaxia. Revista brasileira de saúde ocupacional. 36. 77-80, 1981. 16 BURNS, W. Noise and man. John Murray. London. 1973. p. 105. PETERSON, A. P. G.; GROSS, Jr. E. E. Handbook of noise measurement. Copyrigh by Genrad Inc. Concord. Masschusetts. USA. 1978. 17 Ferreira José Reis, Sousa José Albuquerque e, Foreid Peter et al. Drive respiratório anormal na doença vibroacústica. Rev Port Pneumol. [periódico na Internet]. 2006 jul, vol.12, no.4 [citado 2008 Agosto 31], p.369-374. Disponível na: World Wide Web: <http://www.scielo.oces.mctes.
35
Ganime, JF et al. (2010, p.10) afirma que comunicação é uma das principais
ferramentas para realização de um bom trabalho e neste ponto a comunicação oral
tem sido afetada pelo o excesso de ruído, podendo provocar acidentes.
Principalmente nas frequências de 500, 1000 e 2000 Hz são os que mais interferem
na comunicação, mascarando a voz. Ordens verbais, a emissão de aviso de alerta ou
perigo são atrapalhadas por este tipo de interferência (COUTO H A, SANTINO E apud
GANIME, JF et al. (2010, p.10)18.
5.1 Influência da Frequência das Ondas Sonoras na PAIRO
PAIRO tem como fatores que influenciam o risco com já foi revisto: intensidade,
frequência, tempo de exposição e natureza do ruído. Conforme a legislação vigentes
valores de intensidade acima de 85 dB(A) é suficiente para causar lesão coclear
irreversível, o tempo exposição ao ruído é diretamente proporcional a lesão. Já à
frequência do ruído, em qualquer espectro sonoro desencadeia problemas cocleares,
principalmente ruídos de frequências altas que são prejudiciais (ARAÚJO, 2002 apud
HARGER e BARBOSA-BRANCO, 2004 p. 399)19.
Boger (2007, p. 47-48) apresenta em sua pesquisa sobre influência do espectro de
frequência do ruído na PAIR os dados de medições realizado nas atividades
econômicas do Distrito Federal, com 192 trabalhadores do sexo masculinos, com
idade média de 34,6 anos, conforme a tabela 5.
18 COUTO H A, SANTINO E. Audiometrias ocupacionais: Guia prático. Belo Horizonte: Ergo editora; 1995. p. 116. 19 ARAÚJO SA. Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de metalúrgica. Rev Bras Otorrinolaringol 2002; 68:47-52.
36
Tabela 5: Espectro de ruído ambiental segundo os ramos de atividade econômica,
Distrito Federal, 2006-2007.
Banda de oitava
RAMOS DE ATIVIDADE E ECONÔMICA
METALÚRGICA MADEREIRA MARMORARIA
Leq (dB) Leq (dB) Leq (dB)
31,5 Hz 71,5 62,4 64,2
63 Hz 71,7 60,1 63,8
125 Hz 76,6 65,8 63,1
250 Hz 82,6 72,2 66,6
500 Hz 81,8 73,9 71,0
1 kHz 81,2 78,6 73,2
2 kHz 81,0 80,5 74,9
4 kHz 82,2 73,7 79,3
8 kHz 85,4 71,0 71,7
16 kHz 77,9 58,7 62,0
Leq global 91,0 84,3 82,5
Fonte: Boger (2007, p. 48)
Em sua avaliação Boger (2007, p. 38) detectou que 49,0% dos trabalhadores
avaliados tinham algum dano auditivo em decorrência a exposição ao ruído
ocupacional.
Conforme a tabela 5, a indústria metalúrgica o nível mais intenso de ruído (85,4 dB)
ocorreu na faixa de 8 kHz, mas pode se observar que nas demais faixas de frequência
a diferença entre os níveis intensidade de ruído não sofre grandes alterações. Na
indústria madeireira, na faixa de frequência de 2 kHz predomina o ambiente e
apresenta o maior nível de pressão sonora, mas diferente da indústria metalúrgica os
níveis de intensidade não se mantem semelhante nas diversas bandas de frequência
As marmorarias obtiveram níveis menores de intensidade ruído, a analise espectral
apresentou o nível de 79,3 dB na banda de frequência de 4kHz (BOGER, 2007, p. 47-
48)
Conforme Boger (2007, p. 62) a análise dos ambientes indústrias avaliados com
resultados de espectro de frequência de ondas sonoras de ruído, não ocorreu uma
associação entre a frequência da perda auditiva e as bandas de frequência com
maiores níveis de intensidade de ruído. Segundo Katz citado por Boger, “mecanismo
37
de lesão do órgão de Corti ocorre na espira base cóclea, na área responsável pelo
som de frequências agudas” (KATZ, 1999 apud BOGER, 2007, p.59)20, por isso
independente do espectro de frequência do ruído agressor é considerado prejudicial
conforme a intensidade de ruído (SANTOS, 1994 apud BOGER, 2007, p.59)21
20 Katz J. Tratado de Audiologia Clínica. 4. Ed. São Paulo: Manole, 1999. 832 p. 21 SANTOS UP. Ruído: riscos e prevenção. São Paulo: Hucitec; 1994
38
6 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA - PCA
A exposição a níveis elevados de ruído pode causar perdas auditivas irreversíveis e
outros danos à saúde, tornando-se necessário sua redução e efetivo controle.
Conforme Santos e Santos (2000, p. 15) não adianta realizar exames médicos e o
diagnóstico, mas implementar uma série de procedimentos dentro da empresa, que
pode ser denominado Programa de Conservação Auditiva – PCA, que consiste na
avaliação e monitoramento do ambiente.
Conforme o INSS (BRASIL, 1998) para o sucesso do PCA, é necessário o
envolvimento dos profissionais da área de serviços especializados em engenharia de
segurança e em medicina do trabalho (SESMT), da gerência industrial e de recursos
humanos da empresa e, principalmente, dos trabalhadores.
6.1 Avaliação do ambiente
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006, p. 29) é importante realizar uma
observação do processo produtivo, para localizar os maiores pontos de risco auditivo,
o tipo de ruído, as características da função e os horários de maior produção. Tais
informações podem ser obtidas através da documentação da empresa, observação
direta e conversa com os trabalhadores.
As empresas devem manter, de acordo com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA–NR9), no qual os diversos riscos existentes no trabalho devem ser identificados e quantificados para, a partir dessa informação, direcionar as ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR7), que procederá às avaliações de saúde dos trabalhadores (MINISTÉRIO DA SAÚDE, BRASIL, 2006, p. 29).
Todo ambiente ocupacional é ruidoso precisa ser avaliado, Santos e Santos (2000, p.
16) pontua a avaliação:
Identificar as fontes de ruído.
39
Identificar as causas do ruído: falta de manutenção do equipamento, velocidade
de produção, ou por ser um processo realmente ruidoso.
Quantidade trabalhadores expostos.
Definir o método de medição do ruído.
Programar periodicidade das medições, principalmente quando ocorrer
alterações no processo, como uma mudança de equipamento.
6.2 Implantação de medidas de Controle
Antes de decidir o que precisa ser feito, é necessário identificar o causa do ruído. Para
isso, é útil para entender como ele é gerado. O ruído é criado predominantemente por
impactos movimento mecânico do ar a alta velocidade, pela circulação de fluidos a
alta velocidade, por superfícies vibratórias de uma máquina, e, mais frequentemente,
pelo produto sendo fabricado. O último é o que geralmente acontece em indústrias
fabricação e processamento de fabricação de metal vidro, processamento de
alimentos, mineração, etc., na qual o interação entre o produto e as máquinas de
produção de energia o que cria ruído (OIT, 2001, p.4)
O INSS (BRASIL, 1998) destaca como medidas de proteção coletiva, intervendo sobre
a fonte emissora entre outros:
a. modificações ou substituições de máquina e equipamentos; b. redução dos efeitos e forças de impacto; c. isolamento entre superfície que vibram e dos dispositivos e
máquinas que produzem as vibrações mecânicas que as excitam; d. redução de propagação do som intenso por meio da alteração das
características de ressonância de painéis, da redução da amplitude das ressonâncias, utilizando materiais amortecedores e/ou enrigecedores, ou mesmo pela redução das áreas das superfícies irradiantes;
e. modificações no processo de produção; f. manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos; g. mudanças para técnicas menos ruidosas de operação, (INSS
BRASIL, 1998).
Redução do nível de pressão sonora na transmissão, entre outras:
40
a) utilização das características de diretividade da fonte para obter uma orientação que ofereça alguma redução junto ao trabalhador;
b) barreiras, silenciadores e enclausuramentos parciais ou completos podem reduzir a energia sonora;
c) alteração das características acústicas do ambiente de trabalho pela introdução de materiais absorventes;
d) assentamento com materiais antivibrantes, isolamento do posto de trabalho do local de transmissão da vibração, (INSS BRASIL, 1998).
Não atingindo a redução do nível de ruído desejado, cabe ao empregador o
fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, lembrando que este tipo
de medida deve ser a última opção para redução dos níveis de ruído.
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento (BRASIL, MTE, NR-6, 1978)
Primeiramente a medidas devem ser de caráter coletivo, pois o EPI é indicado
somente das situações descritas pelo INSS (BRASIL, 1998):
a) por intervalos de tempos restritos à execução de determinadas tarefas durante a jornada de trabalho, ou seja, em situações especificas onde o trabalhador ficará exposto a níveis elevados de pressão sonora por curto período estando o restante do tempo em ambiente que não ofereça risco à saúde.
b) por período de tempo definido em caráter temporário, mediante acordo entre empregadores, sindicatos, comissões de fábrica e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, enquanto medidas de redução dos níveis elevados de pressão sonora estão sendo adotadas;
c) quando houver indicação para o uso de EPI, como única opção viável para a redução do nível de pressão sonora elevada, devem ser observados os seguintes aspectos:
a. a adequação do EPI ao trabalhador no que se refere às características do nível de pressão sonora, do conforto, e do tipo de função exercida, permitindo ao trabalhador a escolha, quando possível, do tipo de EPI adequado;
b. o período de utilização, que deve ser durante todo tempo de exposição à pressão sonora elevada;
c. o trabalhador deve receber informações sobre o uso adequado e a conservação dos EPIs;
d. o uso dos EPIs descartáveis devem obedecer às recomendações técnicas do fabricante;
d) o ambiente de trabalho e a exposição a níveis elevados de pressão sonora devem ser controlados de modo que o trabalhador possa dar continuidade às suas funções sem
41
prejuízo adicional à sua saúde, na impossibilidade impõe-se o remanejamento (ambiental e/ou funcional).
Avaliar o frequência espectral de ruído do ambiente é ponto importante da escolha do
protetor auricular, conforme Santos e Santos “Um mesmo protetor não tem a mesma
eficiência de atenuação para diferentes tipos de ruído e, para um ruído com
determinadas características, protetores diferentes oferecerão diferentes tipos de
atenuação” (SANTOS e SANTOS, 2000 p. 17)
É importante ressaltar segundo Gerges (2000) apud Noronha (2007, p.12)22 que
protetores auriculares de concha não vedam totalmente o ruído, pois podem vibrar
contra a almofada e o ar dentro da concha. Já os protetores de inserção (tipo plugue)
devido a flexibilidade do canal auditivo, podem vibrar e limitar sua atenuação. Por isso,
nas baixas frequências os valores são limitados em torno de 6 e 20 dB.
Figura 13 - Protetor auricular tipo concha
Fonte: http://www.alcaepis.com.br/protetores-auriculares.html acessado em 11/11/2013
22 GERGES, S. N. Y. Ruído: fundamentos e controle, 2 ed. Florianópolis, Brasil, NR, 2000.
42
Figura 14 - Protetores auriculares tipo inserção
Fonte: http://texluvas.com/produtos.php acessado 11/11/2013
6.3 Benefícios da implantação do PCA
Prevenção da perda auditiva no ambiente de trabalho beneficia o trabalhador, pois
preserva as habilidades auditivas importante para desfrutar de uma boa qualidade de
vida: comunicação interpessoal, apreciar a música, a detecção de som. Reduzir a
exposição ao ruído e também reduz o estresse e a fadiga. Para empregador os
benefícios concedidos diretamente a partir da implementação de um PCA são: manter
os seus trabalhadores em boas condições de audição, pois estas serão mais
produtivos, se não deteriorar as suas habilidades de comunicação. O PCA eficaz pode
reduzir os índices de acidentes e promover a eficiência do trabalho (OIT, 2001, p. 13).
Noronha (2007, p. 12) destaca também os benefícios de se implementar um PCA:
manutenção da imagem da empresa;
redução da rotatividade do quadro de pessoal: a melhoria do relacionamento
entre os funcionários torna o ambiente mais agradável, reduzindo gastos extras
devidos a novas contratações e treinamentos;
prevenção de possíveis pagamentos de indenizações.
43
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O estudo do Ruído possibilitou identificar as suas principais variáveis e determinar a
influência que as mesmas tem sobre a Perda Auditiva Induzida por Ruído
Ocupacional, além dos efeitos extra-auditivos para o homem que são tão prejudiciais
quanto a própria PAIRO.
Contudo, objetivo principal deste estudo era identificar a influência do espectro
frequência das ondas sonoras de ruído na PAIRO, onde foi possível concluir que não
existe uma associação direta entre as bandas frequência e a lesão auditiva, sendo a
intensidade do ruído o fator responsável pela perda auditiva. Mas ainda se faz
necessário um estudo mais aprofundado de todas as variáveis do ruído, destacando
a frequência das ondas sonoras, delimitando a sua atuação para perda auditiva.
No entanto o estudo da frequência deve ser analisado por provocar outros tipos de
prejuízo a saúde do homem e até mesmo a queda de produção nas indústrias. A
avaliação espectral do ambiente se faz imprescindível para determinar ações para
atenuar os níveis de intensidade sonora.
Vale ressalta a importância do desenvolvimento e a manutenção de um Programa de
Conservação Auditiva e que o sucesso da implantação dependem do envolvimento
dos empresários, trabalhadores, SESMT, CIPA e demais envolvidos
44
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, SIC et al. História natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruído. Rev Ass Med Brasil - Divisão de Segurança e Saúde do Trabalhador DRT/SP; Departamento de Otorrinolaringologia e Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, Serviço Médico de Saúde do Trabalhador do Sesi. São Paulo v.46, n. 2, p.143-158, 2000.
ARAUJO, Flávio A. Gomes. Apostila de Higiene Ocupacional. São Paulo, 2008 (Apostila).
ARAÚJO, Simone A. Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de metalúrgica. Rev Bras Otorrinolaringol. São Paulo, v. 68, n. 1, p. 47-52, jan./fev. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rboto/v68n1/8770.pdf. Acessado em: 01/10/2013.
BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL: - Ordem de Serviço No. 608, de 5 de agosto de 1998: Aprova a Norma Técnica sobre Perda Auditiva Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de Pressão Sonora de Origem Ocupacional. Diário Oficial da União, Nº. 158, de 19 de agosto de l998, Seção I, p. 44-53.
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