MONOGRAFIA DE GEOMETRIA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ GILSON TELES ROCHA CONTRIBUIÇÕES DA GEOMETRIA NO APRENDIZADO DA MATEMÁTICA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

GILSON TELES ROCHA

CONTRIBUIÇÕES DA GEOMETRIA NO APRENDIZADO DA MATEMÁTICA

MORRINHOS – CEARÁ

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2010

GILSON TELES ROCHA

CONTRIBUIÇÕES DA GEOMETRIA NO APRENDIZADO DA MATEMÁTICA

Monografia /TCC apresentada ao curso da faculdade de educação ciências e letras do

sertão central (FECLESC) de Quixadá de licenciatura plena em matemática da

Universidade Estadual do Ceará como requisito parcial para a obtenção do grau de

licenciado em matemática.(ISSO NÃO É FEITO DESTA FORMA – VEJA A DO

MARCELINO)

Conceito obtido ___________________

Orientador: Professor Dr. Genário Sobreira Santiago

.

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MORRINHOS – CEARÁ

2010

GILSON TELES ROCHA

CONTRIBUIÇÕES DA GEOMETRIA NO APRENDIZADO DA MATEMÁTICA

Monografia /TCC apresentada ao curso da faculdade de educação ciências e letras do

sertão central (FECLESC) de Quixadá de licenciatura plena em matemática da

Universidade Estadual do Ceará como requisito parcial para a obtenção do grau de

licenciado em matemática.(IDEM ANTERIOR)

Conceito obtido ___________________

Nota obtida: ___________________

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________

Prof. Dr. Genário Sobreira Santiago

Universidade Estadual do Ceará

Orientador

______________________________________________

Prof. Ms. Francisco César Aires

Universidade Estadual do Ceará

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Dedicatória

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Dedico esta monografia a Deus que me deu a oportunidade maravilhosa, pois se não

fosse tanta força do Senhor Deus eu teria desistido do curso.

AGRADECIMENTOS

A Deus que me deu a oportunidade maravilhosa para perseverar nos estudos. A

força dos professores César Aires, Genário Sobreira, a minha tia Beti, a minha esposa

Raquel, que contribuíram muito comigo e acreditaram sempre na vitória e na conquista

desta batalha.

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RESUMO

Neste trabalho procura-se investigar as dificuldades apresentadas pelos alunos

do Ensino Médio com respeito à aprendizagem de Geometria. Como a Geometria faz

parte da Matemática, procurou-se inicialmente descobrir as concepções que os alunos

adolescentes formaram em relação a esta última, durante seu percurso escolar e os

fatores principais que permearam este processo. Em conseqüência, tem-se uma visão

de como metodologias aplicadas na construção do conhecimento, interferem no

desenvolvimento dos conteúdos da Matemática e de modo especial da Geometria.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...............................................................................................................08

CAPÍTULO1. A HISTÓRIA DA GEOMETRIA ...............................................................17

1.1 UMA MEDIDA PARA VIDA .....................................................................................17

1.1.1 O COPO COMO UNIDADE ...................................................................................18

1.1.2 ÂNGULOS E FIGURAS ........................................................................................18

1.1.3 PARA MEDIR SUPERFÍCIES ...............................................................................19

1.1.4 NOVAS FIGURAS .................................................................................................21

1.2 A GEOMETRIA CONTEXTUALIZADA ....................................................................23

1.3 A IMPORTÂNCIA DA GEOMETRIA ........................................................................24

1.3.1 O ESTUDO DAS FORMAS: GEOMETRIA E NATUREZA ..................................28

1.3.2 A DOMINAÇÃO DA FORMA ................................................................................29

CAPÍTULO 2. O ENSINO DA GEOMETRIA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS .....................31

2.1. POR QUE APRENDER GEOMETRIA? ..................................................................31

CONCLUSÃO ................................................................................................................34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................36

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INTRODUÇÃO

Atualmente existe uma facilidade aparente de se tratar do universo matemático;

as situações cotidianas da sala de aula já não causam tanta surpresa, uma vez que

está mais fácil interagir a realidade com o conteúdo a ser ministrado.

A Matemática reveste-se de significado quando utiliza conceitos aplicáveis na

vida diária e ainda como suporte para as várias ciências: mesmo a alfabetização não se

efetua sem o domínio de conceitos matemáticos elementares.

As profundas mudanças sociais e tecnológicas como as que deram origem a

uma grande variedade de funções no mercado de trabalho, colocam a necessidade de

repensarmos as atitudes e estratégias ao aprendizado da Matemática.

Dessa forma é urgente recorrer a um ensino de Matemática, onde teoria e prática, conteúdo e forma integram-se para desenvolver o raciocínio lógico, a criatividade e o espírito critico, a partir do resgate da questão cultural, já que a Matemática é um bem cultural, constituído a partir das relações do homem com a natureza: ela é dinâmica e viva, fazendo parte da cultura dos povos. (SILVA, 1992)

O professor é convidado a inteirar-se quanto às inovações no ensino da

Educação Matemática, colaborando assim para uma nova visão dos seus alunos

perante esta disciplina.

O processo de formação do docente da matemática deve ser cada vez mais

contínuo e contextualizado com a realidade de seus alunos.

A matemática contextualizada vem ao encontro de uma melhor aprendizagem e

principalmente compreensão dos conteúdos estudados, ressaltando a necessidade

docente em capacitar-se e profissionalizar-se no campo no qual ele atua.

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A sociedade necessita de indivíduos que sejam capazes de dominar as

tecnologias inovadoras e produzir outras, que estejam sempre preparados para as

contínuas mudanças, tendo como meta uma sociedade mais igualitária e o bem-estar

de seus membros.

Compreender a cidadania como participação social e política, assim como o exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio as injustiças, respeitando o outro e exigindo para si mesmo respeito. (P2 MATEMÁTICA, 1999).

Assim como em uma expressão algébrica, onde os valores combinam-se entre si

por meio de operações matemáticas para se chegar a um total, uma série de variáveis

influi no ensino da Matemática em sala de aula. Os maiores desafios, no entanto são: o

embasamento teórico, o interesse, a compreensão da linguagem formal e as

metodologias aplicadas. Alia-se a isso o binômio indissociável em didática: “o que

ensinar?“ e “para que ensinar?”.

Portanto, a contextualização deve ir ao encontro das dificuldades dos

educandos, sanando seus problemas utilizando estratégias que conheceu ou

desenvolvendo outras. Cientes dessas dificuldades, educadores não medem esforços

no sentido de explorar a interdisciplinaridade e a possibilidade de contextualização

própria da Matemática. Revela-se uma Matemática de raciocínio encadeada, estruturas

abstratas e resultados incontestáveis, provocando atitudes de admiração em algumas

pessoas, mas assustando e afastando tantas outras.

A criatividade se faz indispensável na atuação docente, deve-se valorizar novas

estratégias diversificadas que vão de encontro às metodologias conservadoras

auxiliando assim a compreensão do aluno.

Para Galileu Galilei(COLOCAR ANOS DE NASCIMENTO E MORTE), a

Matemática era o alfabeto pelo qual Deus escreveu o universo, mas, para muita gente,

ela continua sendo um grande problema, no que diz respeito ao seu aprendizado (essa

incapacidade de lidar confortavelmente com as noções fundamentais de número

relacionadas ao estudo das formas e do espaço, de suas medidas e de suas

propriedades).

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As necessidades cotidianas fazem com que os seres humanos desenvolvam

uma inteligência essencialmente prática, que permita reconhecer problemas, buscar e

selecionar informações, tomar decisões, e, portanto, desenvolver uma ampla

capacidade para lidar com situações do dia-a-dia.

Hoje se vive num mundo matematizado, sendo assim, é necessário que as

pessoas façam a sua experiência matemática e consigam incorporar este instrumento

na vivência cotidiana, percebendo a Matemática como uma linguagem de comunicação

de idéias que permite modelar a realidade e interpretá-la. O grande problema é que,

como inúmeros indicadores apontam as pessoas (os aprendizes) não estão

conseguindo fazer uma experiência minimamente satisfatória. Assim, as atenções se

voltam para a solução desta problemática.

Mas, se por um lado à problemática e as intenções são claras, uma questão

muito delicada são os caminhos a seguir para conduzir de forma equilibrada esse

processo, que apresenta aspectos conflitivos entre muitos elementos contrastantes,

como: o concreto e o abstrato, o particular e o geral, o formal e o informal, o útil e o

inútil, o prazer e o medo, o teórico e o prático, a mudança e a resistência, etc.

O homem não está só, está ligado a todos os homens e deve livremente projetar-

se para os outros, interagindo e construindo seu conhecimento tornando a matemática

apreciável pelo aluno que passa a relacioná-la com as situações práticas da vida.

Na Geometria, é possível conceber tarefas adequadas a diferentes níveis de

desenvolvimento e que requerem um número reduzido de pré-requisitos. No entanto, a

sua exploração pode contribuir para uma compreensão de fatos e relações geométricas

que vão muito além das simples memorizações e utilização de técnicas para resolver

exercícios tipo. Todos sentimos, no nosso dia-a-dia, que há mudanças profundas em

toda a sociedade: nas relações trabalhistas, sociais, éticas, religiosas e, como

conseqüência, na relação Escola- Sociedade. Para que esta transformação aconteça

de uma maneira humana, justa e democrática, precisamos formar cidadãos

conscientes, críticos e inovadores e não apenas de mão-de-obra qualificada.

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O saber pensar matemático se tornará possível quando a matemática for

trabalhada de forma criativa, crítica e contextualizada. O quê e o como fazer precisam

ser repensados tendo-se em vista para que e o quando fazer educação matemática.

O fato de o conhecimento ter passado a ser recurso fundamental na sociedade

pós-industrial cria novas dinâmicas sociais, econômicas, políticas e traz também novos

desafios educacionais.

No campo específico da psicologia da educação, há regiões ainda inexploradas;

há, sobretudo, questões exigindo pesquisas, questões que anseiam por soluções,

normalmente ligadas à qualidade do ensino. Este é um motivo freqüentemente citado

para justificar o mau desempenho dos alunos em Matemática.

Apesar das metodologias existentes, o desinteresse e o baixo rendimento dos

alunos em relação ao estudo da Matemática continuam e constituem uma preocupação

latente. Tradicionalmente a Matemática situa-se entre as disciplinas que mais reprovam

ou provoca evasão escolar, o que costuma acontecer nos três níveis de ensino.

A matemática carrega o estigma de ser considerada uma disciplina chata, difícil e

abstrata.

Muitas pessoas têm orgulho em manifestar ignorância em matemática. Poucos adultos admitem que foram fracos estudantes de história, mas muitos pais de alunos enunciam o fato de que nunca entenderam matemática..(JOHNSON & RISING, 1972).

Devemos também como educadores tentar desvincular a matemática do estigma

de bicho de sete cabeças, pois esse problema é que leva a matemática a ser uma das

matérias mais problemáticas do histórico escolar.

Portanto, o objetivo geral será de: Verificar os motivos das dificuldades em

Geometria e testar uma metodologia de trabalho com características diferenciadas para

tornar o aprendizado significativo e Analisar se a contextualização dos conteúdos pode

contribuir para a aprendizagem da geometria.

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O presente trabalho de pesquisa tem seu fundamento nos seguintes objetivos

específicos:

a) Investigarmos e analisarmos as causas que refletem desinteresse e

desmotivação em Geometria. A lacuna criada pela dificuldade de abstração do aprendiz

das Matemáticas, nas séries iniciais, permanece no Ensino Médio.

b) Propormos metodologias diferenciadas para o ensino de Geometria no Ensino

Médio e, como conseqüência, o desenvolvimento de recursos didáticos.

c) Verificarmos se o conteúdo aplicado está sendo trabalhado de acordo com o

cotidiano e a realidade do aluno.

d) Identificarmos o uso de recursos didáticos incluindo-se alguns materiais

específicos no processo ensino-aprendizagem da geometria de forma contextualizada.

A Geometria, surgida na Antigüidade por necessidades da vida cotidiana,

converteu-se em um imenso sistema de variadas e extensas disciplinas. Como as

demais ciências, reflete as leis sociais e serve de poderoso instrumento para o

conhecimento do mundo e domínio da natureza.

Assim, na forma de intervenção, o modelo intercultural implica uma dialética em constante contradição, assegurando a diferença sem a sustentar. Desse modo, o interculturalismo implica reconhecer as diferenças e, também, fazer com que seja origem de inovações e situações de enriquecimento recíproco pela troca. (VIEIRA, 1995)

Aprender uma disciplina é encontrar seu sentido. É chegar a entender quais as

questões que ela propõe a respeito do mundo; os seus métodos e como esta disciplina

ajuda o ser humano a compreender-se mais e a compreender melhor o meio em que

vive (DEVELAY, 1996)

Logo, considerando-se os objetivos deste trabalho, ressaltam-se as seguintes

premissas:

Os processos de construção de significados, vinculados a uma Geometria

elementar, e colocados nas séries iniciais, foram internalizados e se servem de âncora

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para a aquisição de novos significados, o que pode acarretar um melhor ou pior

desempenho por parte do aluno aprendiz. Esses processos são complexos e

demorados, o que coloca a necessidade de um trabalho didático organizado.

O aprendiz adolescente não apresenta, em Matemática, uma metodologia de

estudo compatível e voltada para uma aprendizagem contínua, salvo raras exceções.

Não se ensina o aluno a estudar, nem se aumenta seu grau de concentração.

O ensino elementar da Matemática é deficiente. A falta da compreensão da

linguagem formal indica um nível de instrução que fica além do desejado.

O espaço para se fazer e estudar Matemática contribui de forma significativa

para o seu aprendizado. Como espaço entende-se o lugar onde se ministram as aulas,

os recursos didáticos utilizados e o número de alunos em classe.

É importante lembrar que a matemática deverá ser vista pelo aluno como um

conhecimento que pode favorecer o desenvolvimento do seu raciocínio, de sua

sensibilidade estética e de sua imaginação.

Isso só vem para confirmar que, quando o estudante é desafiado a refletir e

discutir com o grupo o seu conhecimento, o seu desenvolvimento é muito mais

satisfatório. O interesse está diretamente relacionado a fatores psicológicos oriundos

das séries iniciais do ensino Fundamental, o que vai, em longo prazo, contribuir para a

indisciplina no ensino médio. Se o aluno está “sintonizado”, então aprende depressa e o

assunto é fascinante.

As necessidades cotidianas fazem com que os seres humanos desenvolvam

uma inteligência essencialmente prática, que permite reconhecer problemas, buscar e

selecionar informações, tomar decisões, e, portanto, desenvolver uma ampla

capacidade para lidar com situações do dia-a-dia. Daí ser interessante citar algumas

formas de trabalhar problemas do cotidiano escolar, observando os aspectos relevantes

que têm causado dificuldades nos alunos no ensino-aprendizagem de matemática.

No amplo universo de conceitos, fatos e procedimentos sobre figuras

tridimensionais e bidimensionais, composição e decomposição, semelhança e

congruência, perímetros, áreas e volumes, o caráter dedutivo da geometria fica muitas

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vezes pouco explicitado até mesmo nos cursos de licenciatura. Tendo origem no Egito

e na antiga Babilônia, com destaque para regras empíricas, mas viáveis, foi apenas

com os gregos que tais fatos e regras passaram a ser deduzidos de apenas alguns

deles. Euclides, por exemplo, escolheu um conjunto axiomas e dele derivou o influente

corpo de teoremas conhecido como geometria euclidiana. A idéia desse percurso de

construção dos conhecimentos geométricos estará presente no desenvolvimento desta

disciplina, que tem como finalidade ampliar os conhecimentos dos professores

mestrandos relativamente à Geometria, focalizando o estudo das transformações

geométricas e o estudo de argumentação e prova de fatos geométricos da geometria

euclidiana, em especial daqueles que fundamentam os assuntos geralmente

apresentados aos alunos do ensino médio.

O aluno tem na mente que o aprender é para passar de ano ou saber, para

satisfação pessoal, o que não gera motivação. O começo da aprendizagem deve ser a

conscientização no aluno adolescente da crescente complexidade da rede de

informações disponíveis para o ser humano e da necessidade de utilizar determinados

conhecimentos para a sua vida profissional.

A forma de apresentação de uma resolução de problema não pode ser

apresentada de maneira isolada e sim no conjunto de idéias que possam enriquecer e

transformar essas idéias numa forma que ajude o aluno a desenvolver o seu raciocínio

lógico. Para tanto, devemos despertar o aluno, para que leia textos que tenham

desafios, atividades de pesquisas, etc. É importante também que os alunos

compreendam cálculos simples, domine os algoritmos, utilizando ferramentas que

proporcionem a criatividade utilizando técnicas variadas de cálculos e estimativa,

adequando os cálculos aos diferentes contextos matemáticos.

“Na educação, estamos vendo um crescente reconhecimento da importância das

relações interculturais. Mas lamentavelmente, ainda há relutância no reconhecimento

das relações interculturais” (D’AMBROSIO, 2001)

Os professores sabem que muitos alunos do ensino médio quase não têm

projeto e que é difícil propor-lhes um. É preciso trabalhar com a realidade da

escolarização em massa. Qualidade e quantidade são pratos opostos na balança da

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educação, quando se pretende suscitar nos alunos o desejo de saber e a decisão de

aprender.

“Os cansativos exercícios com algoritmos devem dar lugar às explorações

matemáticas e resolução de problemas”. Com atividades apropriadas, pode-se

desenvolver a capacidade e a confiança dos alunos em seus conhecimentos

matemáticos.

A abstração geométrica revela-se no tratamento de relações quantitativas e de

formas espaciais, destacando-as das demais propriedades dos objetos. A Geometria se

move quase exclusivamente no campo dos conceitos abstratos e de suas inter-

relações.

Para demonstrar suas afirmações, o matemático emprega apenas raciocínios e

cálculos. O uso de práticas que favoreçam o aprendizado passam pela motivação um

aluno motivado memoriza mais os conteúdos e a motivação por sua vez está ligada à

emoção. A emoção produz alterações hormonais e o disparo de estruturas biológicas,

que aumenta os processos neurológicos da memória, reforçando o acontecimento

central. Sem chegar aos efeitos de uma motivação intensa que alcança a emoção, o

aumento do nível de atividade pela motivação, isto é, o esforço, será observado

igualmente no nível de persistência do comportamento.

Os problemas de matemática devem envolver muito mais aspectos do que a

simples aplicação de operação. A educação, como sabe, deve estar voltada para o

desenvolvimento integral do ser humano, tornando-o apto a analisar e criticar o grande

volume de informações que recebe, para que possa selecionar aqueles que serão úteis

em sua vida diária.

A Geometria é componente importante na construção da cidadania, na medida

em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos

tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar.

O encontro de novas atitudes, mais informativas do que avaliativas, tanto para os

alunos como para os professores, a fim de que os resultados negativos sejam utilizados

como informações para melhorar a aprendizagem e não como aprovação e ataque à

competência percebida.

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Sem dúvida, o sucesso de um trabalho baseado na resolução de problemas

depende do professor. Cabe a ele preparar os alunos para atividades, estar alerta para

situações novas que possam surgir no dia-a-dia da escola, conhecer os interesses dos

educandos, saber diagnosticar o nível de conhecimentos e as habilidades de seus

alunos, visando estimular o desenvolvimento da capacidade do raciocínio lógico,

através de situações-problema que instiguem a curiosidade, enfim que levem os alunos

a pensar e cheguem às suas próprias respostas, num processo de elaboração do

conhecimento matemático. No ensino da Geometria, destacam-se dois aspectos

básicos: um consiste em relacionar observações do mundo real com representações

(esquemas, tabelas, figuras); outro consiste em relacionar essas representações com

princípios e conceitos geométricos. Nesse processo, a comunicação tem grande

importância e deve ser estimulada, levando-se o aluno a "falar" e a "escrever" sobre

Geometria, a trabalhar com representações gráficas, desenhos, construções, a

aprender como organizar e tratar dados. O significado da Matemática para o aluno

resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e

seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas

matemáticos.

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CAPÍTULO 1. A HISTÓRIA DA GEOMETRIA

Uma estranha construção feita pelos antigos persas para estudar o movimento

dos astros. Um compasso antigo. Um velho esquadro e, sob ele, a demonstração

figurada do teorema de Pitágoras. Uma grande erva com desenhos geométricos e o

busto do grande Euclides. São etapas fundamentais no desenvolvimento da Geometria.

Mas, muito antes da compilação dos conhecimentos existentes, os homens criavam, ao

sabor da experiência, as bases da Geometria. E realizavam operações mentais que

depois seriam concretizadas nas figuras geométricas.

CAPÍTULO 1. 1. UMA MEDIDA PARA VIDA

As origens da Geometria (do grego medir a terra) parecem coincidir com as

necessidades do dia-a-dia. Partilhar terras férteis às margens dos rios, construir casas,

observar e prever os movimentos dos astros são algumas das muitas atividades

humanas que sempre dependeram de operações geométricas. Documentos sobre as

antigas civilizações egípcia e babilônica comprovam bons conhecimentos do assunto,

geralmente ligados à astrologia. Na Grécia, porém, é que o gênio de grandes

matemáticos lhes deu forma definitiva. Dos gregos anteriores a Euclides, Arquimedes e

Apolônio, consta apenas o fragmento de um trabalho de Hipócrates. E o resumo feito

por Proclo ao comentar os "Elementos" de Euclides, obra que data do século V a.C.,

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refere-se a Tales de Mileto como o introdutor da Geometria na Grécia, por importação

do Egito.

Pitágoras deu nome a um importante teorema sobre o triângulo-retângulo, que

inaugurou um novo conceito de demonstração matemática. Mas enquanto a escola

pitagórica do século VI a.C. constituía uma espécie de seita filosófica, que envolvia em

mistério seus conhecimentos, os "Elementos" de Euclides representam a introdução de

um método consistente que contribui há mais de vinte séculos para o progresso das

ciências. Trata-se do sistema axiomático, que parte dos conceitos e proposições

admitidos sem demonstração (postulados ou axiomas) para construir de maneira lógica

tudo o mais. Assim, três conceitos fundamentais como o ponto, a reta e o círculo e

cinco postulados a eles referentes servem de base para toda a Geometria euclidiana,

útil até hoje, apesar da existência de geometrias não euclidianas baseadas em

postulados diferentes (e contraditórios) dos de Euclides.

1.1.1 O CORPO COMO UNIDADE

As primeiras unidades de medida referiam-se direta ou indiretamente ao corpo

humano: palmo, pé, passo, braça, cúbito. Por volta de 3500 a.C. quando na

Mesopotâmia e no Egito começaram a ser construídos os primeiros templos, seus

projetistas tiveram de encontrar unidades mais uniformes e precisas. Adotaram a

longitude das partes do corpo de um único homem (geralmente o rei) e com essas

medidas construíram réguas de madeira e metal, ou cordas com nós, que foram as

primeiras medidas oficiais de comprimento.

1.1.2 ÂNGULOS E FIGURAS

Tanto entre os sumérios como entre os egípcios, os campos primitivos tinham

forma retangular. Também os edifícios possuíam plantas regulares, o que obrigava os

arquitetos a construírem muitos ângulos retos. Embora de bagagem intelectual

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reduzida, aqueles homens já resolviam o problema como um desenhista de hoje. Por

meio de duas estacas cravadas na terra assinalavam um segmento de reta. Em

seguida prendiam e esticavam cordas que funcionavam à maneira de compassos: dois

arcos de circunferência se cortam e determinam dois pontos que, unidos, secionam

perpendicularmente a outra reta, formando os ângulos retos. O problema mais comum

para um construtor é traçar, por um ponto dado, a perpendicular a uma reta. O

processo anterior não resolve este problema, em que o vértice do ângulo reto já está

determinado de antemão. Os antigos geômetras, o solucionavam por meio de três

cordas, colocadas de modo a formar os lados de um triângulo-retângulo. Essas cordas

tinham comprimentos equivalentes a 3, 4 e 5 unidades respectivamente. O teorema de

Pitágoras explica porque: em todo triângulo-retângulo, a soma dos quadrados dos

catetos é igual ao quadrado da hipotenusa (lado oposto ao ângulo reto). E 32+42=52,

isto é, 9+16=25. Qualquer trio de números inteiros ou não que respeitem tal relação

definem triângulos-retângulos, que já na antiguidade foram padronizados na forma de

esquadros.

1.1.3 PARA MEDIR SUPERFÍCIES

Os sacerdotes encarregados de arrecadar os impostos sobre a terra

provavelmente começaram a calcular a extensão dos campos por meio de um simples

golpe de vista. Certo dia, ao observar trabalhadores pavimentando com mosaicos

quadrados uma superfície retangular, algum sacerdote deve ter notado que, para

conhecer o total de mosaicos, bastava contar os de uma fileira e repetir esse número

tantas vezes quantas fileiras houvesse. Assim nasceu a fórmula da área do retângulo:

multiplicar a base pela altura. Já para descobrir a área do triângulo, os antigos fiscais

seguiram um raciocínio extremamente geométrico. Para acompanhá-lo, basta tomar um

quadrado ou um retângulo e dividi-lo em quadradinhos iguais. Suponhamos que o

quadrado tenha 9 "casas" e o retângulo 12. Esses números exprimem então a área

dessas figuras. Cortando o quadrado em duas partes iguais, segundo a linha diagonal,

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aparecem dois triângulos iguais, cuja área, naturalmente, é a metade da área do

quadrado.

Quando deparavam com uma superfície irregular da terra (nem quadrada, nem

triangular), os primeiros cartógrafos e agrimensores apelavam para o artifício conhecido

como triangulação: começando num ângulo qualquer, traçavam linhas a todos os

demais ângulos visíveis do campo, e assim este ficava completamente dividido em

porções triangulares, cujas áreas somadas davam à área total. Esse método - em uso

até hoje - produzia pequenos erros, quando o terreno não era plano ou possuía bordos

curvos.

Terreno Plano

Figura 1.1

De fato, muitos terrenos seguem o contorno de um morro ou o curso de um rio. E

construções há que requerem uma parede curva. Assim, um novo problema se

apresenta: como determinar o comprimento de uma circunferência e a área de um

círculo. Por circunferência entende-se a linha da periferia do círculo, sendo este uma

superfície. Já os antigos geômetras observavam que, para demarcar círculos, grandes

ou pequenos, era necessário usar uma corda, longa ou curta, e girá-la em torno de um

ponto fixo, que era a estaca cravada no solo como centro da Figura 1.1. O comprimento

dessa corda conhecido hoje como raio tinha algo a ver com o comprimento da

circunferência. Retirando a corda da estaca e colocando-a sobre a circunferência para

ver quantas vezes cabia nela, puderam comprova que cabia um pouco mais de seis

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vezes e um quarto. Qualquer que fosse o tamanho da corda, o resultado era o mesmo.

Assim tiraram algumas conclusões:

a) O comprimento de uma circunferência é sempre cerca de 6,28 vezes maior

que o de seu raio;

b) Para conhecer o comprimento de uma circunferência, basta averiguar o

comprimento do raio e multiplicá-lo por 6,28. E a área do círculo? A história da

Geometria explica-a de modo simples e interessante. Cerca de 2000 anos a.C., um

escriba egípcio chamado Ahmes matutava diante do desenho de um círculo no qual

havia traçado o respectivo raio. Seu propósito era encontrar a área da figura. Conta à

tradição que Ahmes solucionou o problema facilmente: antes, pensou em determinar a

área de um quadrado e calcular quantas vezes essa área caberia na área do círculo.

Que quadrado escolher? Um qualquer? Parecia razoável tomar o que tivesse como

lado o próprio raio da figura. Assim fez, e comprovou que o quadrado estava contido no

círculo mais de 3 vezes e menos de 4, ou aproximadamente, três vezes e um sétimo

(atualmente dizemos 3,14 vezes). Concluiu então que, para saber a área de um círculo,

basta calcular a área de um quadrado construído sobre o raio e multiplicar a respectiva

área por 3,14. Verificar o cálculo da área do círculo.

O número 3,14 é básico na Geometria e na Matemática. Os gregos tornaram-no

um pouco menos inexato: 3,1416. Hoje, o símbolo π ("pi") representa esse número

irracional, já determinado com uma aproximação de várias dezenas de casas decimais.

Seu nome só tem uns duzentos anos e foi tirado da primeira sílaba da palavra

peripheria, significando circunferência.

1.1.4 NOVAS FIGURAS

Por volta de 500 a.C., as primeiras universidades eram fundadas na Grécia.

Tales e seu discípulo Pitágoras coligiu todo o conhecimento do Egito, da Etúrria, da

Babilônia, e mesmo da Índia, para desenvolvê-los e aplicá-los à matemática,

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navegação e religião. A curiosidade crescia e os livros sobre Geometria eram muito

procurados. Um compasso logo substituiu a corda e a estaca para traçar círculos, e o

novo instrumento foi incorporado ao arsenal dos geômetras. O conhecimento do

Universo aumentava com rapidez e a escola pitagórica chegou a afirmar que a Terra

era esférica, e não plana. Surgiam novas construções geométricas, e suas áreas e

perímetros eram agora fáceis de calcular.

Uma dessas figuras foi chamada polígono, do grego polygon, que significa

"muitos ângulos". Atualmente até rotas de navios e aviões são traçadas por intermédio

de avançados métodos de Geometria, incorporados ao equipamento de radar e outros

aparelhos. O que não é de estranhar, desde os tempos da antiga Grécia, a Geometria

sempre foi uma ciência aplicada, ou seja, empregada para resolver problemas práticos.

Dos problemas que os gregos conseguiram solucionar, dois merecem referência: o

cálculo da distância de um objeto a um observador e o cálculo da altura de uma

construção.

No primeiro caso, para calcular, por exemplo, à distância de um barco até a

costa, recorria se a um curioso artifício. Dois observadores se postavam de maneira

que um deles pudesse ver o barco sob um ângulo de 90º com relação à linha da costa e

o outro sob um ângulo de 45º. Isto feito, a nave e os dois observadores ficavam

exatamente nos vértices de um triângulo isósceles, porque os dois ângulos agudos

mediam 45º cada um, e, portanto os catetos eram iguais. Bastava medir a distância

entre os dois observadores para conhecer a distância do barco até a costa.

Distância de dois observadores até o barco

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23

A importância da Geometria

Figura 1.2

O cálculo da altura de uma construção, de um monumento ou de uma árvore é

também muito simples: crava-se verticalmente uma estaca na terra e espera-se o

instante em que a extensão de sua sombra seja igual à sua altura. O triângulo formado

pela estaca, sua sombra e a linha que une os extremos de ambos é isóscele. Basta

medir a sombra para conhecer a altura.

1.2 A GEOMETRIA CONTEXTUALIZADA

A Geometria pode ter um papel decisivo no ensino e na aprendizagem da

Matemática, pois permite resolver problemas do cotidiano e interfere fortemente na

estruturação do pensamento, levando à construção do conhecimento. As pesquisas

revelam que a maior dificuldade encontrada pelos alunos está em relacionar a

aplicação de conceitos à resolução de problemas. Diante deste fato, há uma urgência

em reverter à situação, cabendo ao professor dar o primeiro passo. Esse trabalho

consiste em orientar o professor para mudar sua prática pedagógica, utilizando como

método o estudo contextualizado da geometria. Para isso o professor deve estar ciente

que o aluno não é uma máquina de pensar, arquivar na memória e, mecanicamente,

seguir passos. Mas, pode e deve desenvolver seu próprio raciocínio naturalmente e

adquirir habilidades para pensar com independência. Para isso, é necessário que o

professor traga para a sala de aula os fatos que ocorrem fora da escola, ou seja, fatos

que rodeiam a vida do aluno. A geometria deverá estar contextualizada nestes fatos. O

aluno deverá ver a escola como um lugar para solucionar problemas de sua vida diária.

Assim, o ensino da geometria deverá ser interativo e o aluno não poderá ficar passivo,

uma vez que o aluno constrói conhecimentos a partir do mundo interior e assim, a

geometria assume papel de verdadeiro estabelecedor de estratégias pedagógicas. Por

isso é contra-senso impor ao aluno atividades de fora para dentro. Compete ao

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24

professor propiciar situações de aprendizagem através de experimentos, situações

rotineiras para que o aluno sinta que a aprendizagem requer esforço pessoal que vem

somente do seu interior. Porém há problemas a serem enfrentados: falta de informação

e habilidade por parte dos professores, formação precária dos professores, falta de

profissional qualificado e até mesmo falta de condições de trabalho adequado. Este

trabalho implica, imediatamente, um aumento da motivação dos educadores que,

assim, terão condições para educar os jovens dando-lhes segurança não só para

enfrentar o futuro como para construí-lo de forma responsável e com determinação.

1.3 A IMPORTÂNCIA DA GEOMETRIA

As origens da Geometria remontam à necessidade de “medir a terra” (geo =

terra, metria = medir). Heródoto e Aristóteles não quiseram se arriscar a propor origens

mais antigas do que a civilização egípcia.

O homem neolítico pode ter tido pouco lazer e pouca necessidade de medir

terras, porém seus desenhos e figuras sugerem uma preocupação com relações

espaciais, o que abriu caminho para a Geometria. Conceitos de verticalidade,

horizontalidade e paralelismo, entre outros, estão presentes quando o homem sai das

cavernas e enfrenta a necessidade de construir a sua morada. O desenvolvimento de

habilidade em engenharia com a utilização de uma Geometria prática corresponde às

antigas civilizações de beira-rio (Nilo, Tigre, Eufrates, Indo). A utilização de formas

geométricas com grande riqueza e variedade aparecem nas cerâmicas, cestarias

(objetos de decoração e utensílios) e pinturas (criação de desenhos) de diversas

culturas.

Percorrendo a história da humanidade, tem-se contato com diferentes culturas.

De certa maneira, a agricultura, a pecuária e o artesanato caracterizam esta

diversidade cultural. A forma encontra-se presente nas criações do homem para

aproveitar ou conviver com as peculiaridades de cada região, e manifesta-se na

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25

maneira de trabalhar com a terra, de produzir utensílios e ornamentos. Se a Geometria

é entendida como estudo da forma, cada região tem um vasto campo a ser estudado.

Este estudo resgataria as raízes étnicas e culturais. O aprendiz envolvido neste

processo sente-se enraizado e aumenta a sua auto-estima.

Esta metodologia, chamada por uns de Modelagem Matemática, permite uma

livre interpretação, uma aprendizagem através do erro, uma observação de padrões e

posterior generalização e, ainda, um resgate da cultura na qual o aprendiz encontra-se

inserido.

Explorar a diversidade cultural do nosso país influi no fazer Geometria. Clubes, igrejas, escolas, museus, teatros, shoppings, bancos, empresas, ruas, casas comerciais e tantas outras fazem parte de uma extensa listagem de obras arquitetônicas que marcam no espaço o tempo que foram construídas, convidando pessoas a conhecerem sua história e geometria, de ontem e de agora, projetando um luminoso porvir.(LIÇÕES CURITIBANAS, 1994).

A habilidade cartográfica acompanha a evolução do pensamento humano em

Matemática, particularmente em Geometria. O mapa, hoje, como em qualquer cultura,

tem por objetivo representar pontos e acidentes da terra e a relação que se estabelece

entre esses pontos e acidentes e os homens. São muitas vezes confeccionados por

computadores, que captam imagens de satélites. A Geometria colabora na elaboração

de mapas. Conceitos como latitude, longitude, fusos horários são maneiras de

representar o espaço tridimensional. A confecção de plantas ou mapas é uma atividade

geométrica que envolve contextos matemáticos, como semelhança, números múltiplos,

razão e proporção, divisão, escalas, relações de área e perímetro, etc.

A Arquitetura é a arte de construir, de criar espaços organizados para abrigar

diferentes atividades humanas. Nas obras de Arquitetura pode-se observar muita

Geometria. As manifestações artísticas tendo a Geometria como tema motivante

também fazem parte do cotidiano. O exame e o estudo das obras e dos seus autores

constituem um excelente recurso para o despertar do pensamento geométrico.

Segundo Hans Freudenthal (um importante matemático do séc. XX) o ensino da

Geometria é fundamental nos quatro primeiros anos de escolaridade na medida em que

Page 26: MONOGRAFIA DE GEOMETRIA

26

está naturalmente integrada no desenvolvimento da criança, favorecendo a relação

entre a matemática e o mundo real. Segundo vários estudos, as primeiras experiências

que as crianças vivem são de natureza geométrica, por exemplo, quando se deslocam

de um ponto para outro ou quando verificam que um dado objeto está mais próximo de

si e outro mais distante.

A Geometria permite o desenvolvimento da orientação espacial, o qual é

imprescindível para escrever, seguir uma determinada direção, localizar objetos e

localizar-se a si próprio e aos outros, entre outros. Assim, pode-se dizer que a

Geometria está presente na vida das crianças a partir do momento em que estas

começam a ver, sentir e movimentar-se no espaço que ocupam. A atividade física é

uma das bases do conhecimento e, para aprender eficazmente, a criança precisa de

participar em acontecimentos e não ser apenas uma espectadora. Para desenvolver os

seus conceitos de número e de espaço não basta olhar somente para os objetos,

precisa de tocar-lhes, manipulá-los e reuni-los. Neste contexto, são estes os objetivos

fundamentais da Geometria:

A exploração do espaço e das formas com a intenção de fazer apelo à

criatividade, ao sentido estético da criança, respondendo à sua natural e progressiva

procura de equilíbrio e de harmonia; a utilização de materiais e de instrumentos na

construção e desenho de modelos geométricos que permitirão muitas descobertas e

desenvolverão as capacidades de relacioná-las, classificar e transformar.

Desta forma, pode-se dizer que as linhas orientadoras do seu ensino devem

basear-se na observação dos objetos, na transformação e construção de materiais e no

diálogo questionado.

Para aprender Geometria, as crianças precisam de investigar, explorar e

experimentar podendo, para isso, utilizar tanto objetos do cotidiano como materiais

físicos e específicos da didática da Geometria. Conjuntamente com a visualização, o

desenho e a comparação, as atividades que suscitam este tipo de atitudes

desenvolvem na criança a capacidade de orientação espacial. Embora, a facilidade em

usar a linguagem geométrica seja importante, esta não deve constituir a incidência

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27

principal do programa de Geometria, pois o seu processo de desenvolvimento deve

gerar-se em torno da exploração e da experiência.

O desenvolvimento das idéias geométricas progride uma hierarquia de níveis.

Primeiro, os alunos aprendem a conhecer globalmente as formas, procedendo depois à

sua particularização através da análise das propriedades relevantes de cada uma. O

desenvolvimento curricular e o processo de ensino-aprendizagem da Geometria devem

decorrer respeitando estes níveis. O Modelo de Van Hiele (elaborado pelo casal Peter

e Dina Van Hiele, em meados dos séculos XX, acerca do ensino e aprendizagem da

Geometria) descreve bem esta hierarquia, na medida em que distingue diversos níveis

que vão desde a possibilidade dos alunos reconhecerem figuras diferenciadas pelo seu

aspecto físico, até níveis mais complexos em que são capazes de compreender os

sistemas axiomáticos.

Através destes níveis, os alunos desenvolvem, numa primeira fase, a capacidade

de análise, de conhecimento das figuras e das suas propriedades básicas. Podem

ainda não ser capazes de explicitar relações entre as diferentes famílias de figuras, mas

conseguem fazê-lo de um modo experimental, desenhando, medindo e modelando.

Durante este processo, os alunos relacionam e classificam as figuras de um

modo lógico, podendo deduzir propriedades das figuras e reconhecer classes das

mesmas; são também capazes de desenvolver argumentações e de provar conjecturas.

Num nível mais complexo de raciocínio dedutivo, começam a organizar seqüências de

proposições para deduzir uma propriedade a partir da outra. As definições emergem

como organizadores lógicos e não como uma lista de propriedades.

No ensino básico, os primeiros níveis são fundamentais, requerendo que se

percorra uma fase inicial, prolongada, de abordagem intuitiva e experimental do

conhecimento do espaço e de desenvolvimento das formas mais elementares de

raciocínio geométrico, ligado ao conhecimento das propriedades fundamentais das

figuras e das relações entre elas.

A Geometria é uma área propícia ao desenvolvimento do pensamento

matemático, à realização de investigações e de outras atividades que envolvem

aspectos essenciais da natureza da matemática, como fazer conjecturas e validá-las.

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28

Conjuntamente com a visualização espacial, esta área proporciona meios de

percepcionar o mundo físico e de interpretar, modificar e antecipar transformações

relativamente aos objetos.

Estabelecer e comunicar relações espaciais entre os objetos, fazer estimativas

relativamente à forma e à medida, descobrir propriedades das figuras e aplicá-las em

diversas situações são processos importantes do pensamento geométrico.

Todos estes aspectos são de total importância, já que é da maioria deles que

depende a nossa vida em sociedade. Isto porque a Geometria está presente em vários

campos da nossa sociedade atual, como: na produção industrial, no design, na

arquitetura, na topografia, nas artes plásticas, no estudo dos elementos da natureza e

na nossa comunicação com os outros, por exemplo, para dar e receber informações

relativas sobre o modo de se chegar a um determinado lugar.

O conhecimento básico das formas geométricas é ainda, importante na nossa

vida cotidiana porque é através dele que nos orientamos, estimamos forças e

distâncias, fazemos medições indiretas e apreciamos a ordem e a estética da natureza

e da arte.

A Geometria não só se apresenta como um elo de ligação entre as diversas

áreas da matemática, já que aborda inúmeros conceitos das mesmas o que facilitará

então o seu ensino, como desenvolve também o raciocínio matemático na medida em

que permite aos alunos descobrir como se resolve problemas.

Os professores que privam os seus alunos da aprendizagem da Geometria estão

a provocar danos irreversíveis no seu futuro matemático e no desenvolvimento das

suas competências matemáticas.

Um aluno nunca será bem sucedido se não tiver consolidado os fundamentos

básicos da Matemática, entre os quais se destacam muitos conceitos geométricos.

No entanto, o ensino da Geometria não poderá consistir numa mera transmissão

de conteúdos (por parte do professor) e respectiva memorização (por parte dos alunos),

mas sim numa experiência geométrica informal em que os alunos descobrem, através

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da exploração, visualização, registros, comparações e discussões e onde ao professor

cabe um papel de orientador e facilitador da aprendizagem.

1.3.1 O ESTUDO DAS FORMAS: GEOMETRIA E NATUREZA

O homem difere e destaca-se dentre todos os outros animais pela inteligência

que possui. Num determinado estágio de seu desenvolvimento ele passou a observar a

natureza, especialmente o céu, e inspirado nele registrou, aquilo que examinava,

dependendo do seu grau cultural. A natureza exibe uma criação de formas e relações

matemáticas sob os mais variados aspectos: triângulos, quadrados, círculos,

hexágonos, espirais, polígonos estrelados, cubos, paralelepípedos, cilindros, helicóides,

cones, esferas, etc. A simples observação das formas regulares e perfeitas que muitos

corpos apresentam, como as flores e as folhas e incontáveis animais, revelam simetrias

admiráveis que deslumbram o espírito. Há infinita variedade de formas geométricas

espalhadas pela natureza. No disco do Sol, no arco-íris, na borboleta, no diamante, na

estrela-do-mar e até em plantas microscópicas.

As figuras criadas pela natureza revelam desde motivos geométricos simples até

formas mais arrojadas e complexas. Ver figura 1.3

a) Flor b) Poliedro Convexo

Page 30: MONOGRAFIA DE GEOMETRIA

30

O homem transformou elementos da natureza para a sua sobrevivência e nessa

caminhada, levado pela curiosidade, compreendeu muitas coisas, criando suas

ferramentas e técnicas, construindo objetos e deslocando-os, modificando o espaço.

Portanto, necessidade e curiosidade aliam-se à percepção das semelhanças,

procurando relacionar geometria (forma) com a aritmética (número).

1.3.2 A DOMINAÇÃO DA FORMA

A princípio, as noções primitivas de número, grandeza e forma podiam estar

relacionadas com contrastes mais do que com semelhanças. Gradualmente deve ter

surgido da massa de experiências caóticas, a realização de que há analogias. Essa

percepção de uma propriedade abstrata que certos grupos têm em comum levou à idéia

de número. O número foi criado para que o homem pudesse dominar o movimento das

quantidades da natureza. Entretanto, as formas também estão ao nosso redor, fazendo

parte do nosso mundo e estão em permanente mudança. Aprender a manejar as

formas é a essência da Geometria. A compreensão do espaço, sua ocupação e

medida, as superfícies, suas formas, regularidades e medidas; as linhas, suas

propriedades e medidas; e as relações entre todas essas formas geométricas como

mostra a Figura 1.4.

Formas geométricas bi e tridimensionais

Page 31: MONOGRAFIA DE GEOMETRIA

31

Destaca-se que há muitas áreas da Matemática em que a introdução de um

procedimento e uma terminologia geométrica simplifica muito, tanto a compreensão

como a apresentação de um determinado conceito ou desenvolvimento. A linguagem

da Geometria é muito mais simples e elegante do que a da álgebra e da análise. Às

vezes é possível levar a cabo linhas de raciocínio rigorosas em termos geométricos

sem traduzi-las para a álgebra e a análise. As imagens geométricas sugeridas

frequentemente levam a resultados e estudos adicionais. Como consequência, se

ganha instrumento poderoso de raciocínio indutivo e criativo. Na constituição do mundo,

da natureza em geral, têm-se componentes com suas formas nas quais dominam a

irregularidade e o caos; tentar simplificá-las empregando formas usuais da clássica

geometria euclidiana, seria inadequado.

CAPÍTULO 2. O ENSINO DA GEOMETRIA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

A Geometria é descrita como um corpo de conhecimentos fundamental para a

compreensão do mundo e participação ativa do homem na sociedade, pois facilita a

resolução de problemas de diversas áreas do conhecimento e desenvolve o raciocínio

visual. Está presente no dia-a-dia como nas embalagens dos produtos, na arquitetura

das casas e edifícios, na planta de terrenos, no artesanato e na tecelagem, nos campos

de futebol e quadras de esportes, nas coreografias das danças e até na grafia das

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letras. Em inúmeras ocasiões, precisamos observar o espaço tridimensional como, por

exemplo, na localização e na trajetória de objetos e na melhor ocupação de espaços.

Sobre a importância da Geometria, LORENZATO (1995) diz que esta tem função

essencial na formação dos indivíduos, pois possibilita uma interpretação mais completa

do mundo, uma comunicação mais abrangente de idéias e uma visão mais equilibrada

da Matemática. Segundo FAINGUELERNT (1995), a Geometria desempenha um papel

fundamental no ensino porque ativa as estruturas mentais na passagem de dados

concretos e experimentais para os processos de abstração e generalização; é tema

integrador entre as diversas partes da Matemática, sendo a intuição, o formalismo, a

abstração e a dedução constituintes de sua essência.

Entretanto, apesar de sua reconhecida importância, pesquisadores brasileiros

como PAVANELLO (1989), LORENZATO (1995), PIROLA (2000), PASSOS (2000) E

PEREIRA (2001) apontam que a Geometria é pouco estudada nas escolas.

PAVANELLO (1989) em sua dissertação de mestrado faz uma análise histórica do

ensino da Matemática no Brasil e no mundo, objetivando responder a razão pela qual o

ensino da Geometria vem gradualmente desaparecendo do currículo das escolas

brasileiras.

2.1. POR QUE APRENDER GEOMETRIA?

Na verdade, para justificar a necessidade de se ter a Geometria na escola,

bastaria o argumento de que sem estudar Geometria as pessoas não desenvolvem o

pensar geométrico ou o raciocínio visual e, sem essa habilidade, elas dificilmente

conseguirão resolver as situações de vida que forem geometrizadas; também não

poderão se utilizar da Geometria como fator altamente facilitador para a compreensão e

resolução de questões de outras áreas de conhecimento humano. Sem conhecer

Geometria a leitura interpretativa do mundo torna-se incompleta, a comunicação das

idéias fica reduzida e a visão da matemática torna-se distorcida. "A Geometria está por

toda parte", desde antes de Cristo, mas é preciso conseguir enxergá-la... Mesmo não

querendo, lidamos em nosso cotidiano com as idéias de paralelismo,

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perpendicularismo, congruência, semelhança, proporcionalidade, medição

(comprimento, área, volume), simetria: seja pelo visual (formas), seja pelo uso no lazer,

na profissão, na comunicação oral, cotidianamente estamos envolvidos com a

Geometria. Pesquisas psicológicas indicam que a aprendizagem geométrica é

necessária ao desenvolvimento da criança, pois inúmeras situações escolares

requerem percepção espacial, tanto em matemática (por exemplo: algoritmos,

medições, valor posicional, séries, sequências...) como na Leitura e Escrita.

A Geometria é um excelente apoio às outras disciplinas: como interpretar um

mapa, sem o auxílio da Geometria? E um gráfico estatístico? Como compreender

conceitos de medida sem idéias geométricas? A história das civilizações está repleta de

exemplos ilustrando o papel fundamental que a Geometria (que é carregada de

imagens) teve na conquista de conhecimentos artísticos, científicos e, em especial,

matemáticos. A imagem desempenha importante papel na aprendizagem e é por isso

que a reapresentação de tabelas, fórmulas, enunciados, etc, sempre recebe uma

interpretação mais fácil com o apoio geométrico. A Geometria pode esclarecer

situações abstratas, facilitando a comunicação da idéia matemática.

Einstein tinha o hábito de geometrizar suas idéias: dizia que facilitava a

comunicação delas e a evolução de seu pensamento; em 1921, ele escreveu "Atribuo

especial importância à visão que tenho da Geometria, porque sem ela eu não teria sido

capaz de formular a teoria da relatividade”. ' A Geometria é a mais eficiente conexão

didático-pedagógica que a Matemática possui: ela se interliga com a Aritmética e com a

Álgebra porque os objetos e relações dela correspondem aos das outras; assim sendo,

conceitos, propriedades e questões aritméticas ou algébricas podem ser classificados

pela Geometria, que realiza uma verdadeira tradução para o aprendiz.

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CONCLUSÃO

FAÇA SUA PRÓPRIA CONCLUSÃO SEM COPIAR A DE OUTRO AUTOR!

A geometria é um instrumento que permite a percepção e a visualização do

espaço, é importante também para desenvolver habilidades em outras áreas do

conhecimento, têm muitas aplicações no mundo real, é rica em possibilidades para

fazer explorações, representações e construções, leva o aluno a investigar, descrever e

perceber propriedades, pré-requisitos estes importantes no desenvolvimento da atitude

Page 35: MONOGRAFIA DE GEOMETRIA

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científica e na elaboração de uma linguagem escrita clara e sucinta, envolvendo vários

conceitos aprendidos. Mesmo tendo presente toda a grandeza da geometria como

auxilio no desenvolvimento cognitivo e motor do nosso aluno, é tratada com indiferença

por muitos professores. Segundo Sérgio Lorenzato(NÃO SE USA REFERÊNCIAS NA

CONCLUSÂO, POIS ELA É SUA!)

“Pesquisas psicológicas indicam que a aprendizagem geométrica é necessária ao desenvolvimento da criança, pois inúmeras situações escolares requerem percepção espacial, tanto em matemática (por exemplo: algoritmos, medições, valor posicional, séries, seqüências...) como na leitura e escrita”. Ela é uma das melhores oportunidades para aprender a matematizar a realidade, já que as descobertas feitas pelos próprios olhos e mãos são mais surpreendentes e convincentes. (Lorenzato, nº 4, 1º semestre de 1998)

A geometria permite este trabalho com material concreto, pois associa conceitos

matemáticos com a representação necessária para visualizar e manusear, condição

essencial para se entender a matemática.

A geometria tem origem provável na agrimensura ou medição de terrenos,

contudo, é certo que civilizações antigas possuíam conhecimentos de natureza

geométrica, da Babilônia à China, passando pelas civilizações Hindus. Em tempos

remotos, a geometria era uma ciência empírica, uma coleção de regras práticas para

obter resultados aproximados. Apesar disso, estes conhecimentos foram utilizados nas

construções das pirâmides e templos Babilônios e Egípcios. O antigo Egito é um dos

primórdios da geometria como ciência. Segundo Garbi, (2007) (NÃO SE USA

REFERÊNCIAS NA CONCLUSÂO, POIS ELA É SUA!), “alguns documentos que

chegam até nós mostram que no começo do segundo milênio a.C., o nível de

conhecimentos egípcios já era bastante elevado”. Muitos dos conhecimentos que temos

hoje se baseiam em tais documentos, os papiros, entre os quais podemos citar o papiro

de Rhind e o papiro de Moscou. Mas é, sem dúvida, com os gregos, baseados nos

conhecimentos anteriores, que a geometria é estabelecida como teoria dedutiva. Estes

procuraram encontrar demonstrações que pudessem representar o espaço, isso veio a

ser denominado de geometria (medida da terra). O inicio dessa teorização parece se

dar com Tales de Mileto e continuar com Pitágoras. Mais tarde, Platão interessa-se

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muito pela matemática, em especial pela geometria, evidenciando a necessidade de

demonstrações rigorosas dedutivas. Por volta do Século III antes de Cristo, Euclides

produziu a memorável obra denominada “Elementos”, onde estão registrados os

princípios da geometria e o futuro desenvolvimento da mesma. Esta obra contribui a

mais de vinte séculos para o progresso das ciências, servindo de base para toda a

geometria chamada euclidiana.

Existem tantos outros nomes que poderíamos citar, de igual importância para o

estudo da matemática na Grécia antiga que é onde encontramos o manancial para o

estudo da geometria. O trabalho de Euclides, portanto, foi de fundamental importância

para o desenvolvimento da geometria dedutiva, por se configurar em um tratado teórico

sobre as práticas geométricas efetivadas social e historicamente.

Somente no século XIX é que a geometria passa pela maior reestruturação

desde seus estudos iniciais na Grécia antiga. Anteriormente, todos os raciocínios

realizados eram com base no postulado grego. A criação da geometria não euclidiana

foi um marco na história da matemática. Com a evolução da geometria euclidiana para

a geometria não euclidiana, novos conceitos, novas teorias foram descobertas e

apresentadas à sociedade, como exemplo podemos citar a teoria da relatividade de

Albert Einstein. Mais recentemente, ingressamos no estudo da geometria das formas

irregulares, ou seja, a geometria dos fractais. A seguir, para contextualizar, vamos

buscar nos textos oficiais como é tratada a geometria plana.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASTEM QUE SER TOTALMENTE REFEITA

AUTORES QUE FORAM CITADOS, MAS QUE NÃO FORAM REFERNCIADOS:

P2 MATEMÁTICAJOHNSON & RISING(1972)DEVELAY (1996)LIÇÕES CURITIBANAS (1994)LORENZATO(1995)

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