Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

65
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM – BAHIA PROGRAMA REDE UNEB 2000 Ademilson José de Oliveira Marlene dos Reis Mariano Gonçalves da Silva Rosilene da Silva A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA 1

description

Pedagogia Itiúba 2012

Transcript of Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

Page 1: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VIISENHOR DO BONFIM – BAHIAPROGRAMA REDE UNEB 2000

Ademilson José de OliveiraMarlene dos Reis

Mariano Gonçalves da SilvaRosilene da Silva

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILNO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA

Itiúba - Bahia2012

1

Page 2: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

Ademilson José de Oliveira Marlene dos Reis

Mariano Gonçalves da Silva Rosilene da Silva

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação – Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, Rede UNEB 2000, como requisito parcial para obtenção de conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia.Professora Orientadora: Maria Elizabete Souza Gonçalves.

Itiúba- Bahia2012

2

Page 3: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

Ademilson José de OliveiraMarlene dos Reis

Mariano Gonçalves da SilvaRosilene da Silva

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação – Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, Rede UNEB 2000, como requisito parcial para obtenção de conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia.

_________________________________________________ Maria Elizabete Souza Gonçalves (Professora Orientadora)

__________________________________________________ Gilberto Lima dos Santos (Professor Examinador 1)

__________________________________________________ Maria Conceição Curaçá Gonçalves

(Professora Examinadora 2)

Itiúba- Bahia 2012

3

Page 4: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

Este trabalho é dedicado a Deus em primeiro lugar, pois se chegamos até aqui foi por sua aprovação.

Aos nossos familiares, que durante nossas ausências assumiram, de forma zelosa, nossos papéis, além de nos incentivarem a continuar, quando o trabalho e os estudos se tornaram árduos a ponto de pensarmos em parar no meio da caminhada. As dificuldades, “as pedras no caminho” não foram poucas, mas nós conseguimos ir em frente, porque elas serviram apenas de desafio para que chegássemos lá.

Somos gratos à Rede UNEB pela oportunidade singular do curso UNEB 2000, implantado em Itiúba, no qual fomos agraciados. A todos os professores que passaram por nós durante toda a nossa trajetória.

Ao Centro Educacional Pedrina Silveira, em especial ao diretor e aos docentes, que nos recepcionaram e nos atenderam, com presteza, fornecendo informações úteis para esta pesquisa.

Por fim, à nossa Professora Orientadora, pela capacidade de acreditar que seríamos capazes de realizar um trabalho deste porte, também por sua paciência em nos direcionar até aqui entre erros e acertos.

4

Page 5: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso, os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser

5

Page 6: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

especialistas em amor: intérpretes de sonhos.” (Rubem Alves)

LISTA DE GRÁFICOS

Figura 1.................................................................................................................. 30Figura 2.................................................................................................................. 31

6

Page 7: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

RESUMO

O presente trabalho monográfico procurou analisar as compreensões dos professores sobre a importância do brincar na Educação Infantil, tendo como referencial teórico, para pesquisa bibliográfica, postulados de Vygotsky (1987), Kramer (1994), Almeida (2000), Mizukami (1986), Kishimoto (2003), Piaget (1971), os quais nortearam as discussões sobre ludicidade. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa e os instrumentos de coleta de dados foram questionário e entrevista. O Centro Educacional Pedrina Silveira foi o local escolhido para a realização da pesquisa de campo, localizado no Povoado de Rômulo Campos (Itiúba-Bahia). Os resultados apresentados evidenciaram que os professores demonstraram uma compreensão superficial sobre o real significado do brincar, não utilizando o lúdico como recurso pedagógico. Com base nessa perspectiva, espera-se que os educadores e dirigentes escolares deem continuidade ao trabalho educativo, inserindo essas práticas no processo de ensino-aprendizagem, pois a importância do brincar na Educação Infantil está não só na melhoria da prática didático-pedagógica por parte dos professores, mas também proporciona aos alunos uma aprendizagem mais significativa e, sobretudo, mais motivadora.

Palavras-chave: Professor. Brincar. Educação Infantil.

7

Page 8: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 09

CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................... 12

1.1 Um breve relato histórico sobre a ludicidade e a importância do brincar 12

1.2 Conceituando a ludicidade e os efeitos dessa na vida da criança........... 13

1.3 O papel do professor e a importância dele na Educação Infantil.............. 17

1.4 A LDB (9394/96) e os RCNEI: Amparos e Referenciais para o bom

direcionamento das ações na Educação Infantil,no contexto da ludicidade. 19

CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA........................................................................... 25

2.1 Tipo de pesquisa escolhida........................................................................... 25

2.2 Instrumentos de coletas de dados.............................................................. 26

2.3 Lócus............................................................................................................. 27

2.4 Sujeitos da pesquisa.................................................................................... 28

2.5 Procedimentos.............................................................................................. 28

2.6 Análise dos dados coletados...................................................................... 28

CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..................................... 29

3.1 A análise dos questionários......................................................................... 29

3.1.2 A importância do brincar............................................................................ 29

3.1.3 Atividades lúdicas comuns........................................................................ 30

3.2 A análise das entrevistas.............................................................................. 31

3.2.1 Compreensões sobre o brincar................................................................. 32

3.2.2 Periodicidade das atividades lúdicas....................................................... 33

3.2.3 Importância do brincar para a criança.................................................... 33

3.2.4 Presença de brincadeira na prática do docente..................................... 34

3.2.5 Compreensões dos professores sobre ludicidade................................ 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 38

APÊNDICES......................................................................................................... 43APÊNDICE 1........................................................................................................ 44APÊNDICE 2........................................................................................................ 45

8

Page 9: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

INTRODUÇÃO

A escolha desta temática surgiu das nossas discussões, ao longo dos

processos formativos do curso de Licenciatura em Pedagogia da Rede UNEB 2000,

quando verificamos a importância do brincar na escola e problematizamos à luz de

nossas experiências, como professores de Educação Infantil.

A educação infantil, como parte da educação básica é relevante,

principalmente porque requer do professor o conhecimento da teoria e prática que

envolvem a atuação desse no referido nível de ensino, uma vez que as mudanças

atuais têm sinalizado para práticas inovadoras.

Um dos pontos mais acentuados, que nos levou à escolha dessa temática, foi

a nossa inquietação em saber: Os professores de Educação Infantil do Centro

Educacional Pedrina Silveira tem uma compreensão mais ampla sobre o real

significado do brincar, junto às práticas de ensino-aprendizagem, no espaço

educativo?

Dentro desse contexto, aprofundamos a discussão sobre a centralidade do

objeto do trabalho, buscando subsídios teóricos em diversos autores renomados,

utilizamos como referenciais teóricos os pressupostos de Vygotsky, Piaget e as

discussões de Kishimoto, Almeida, Mizukami, Kramer, os quais evidenciam o brincar

na Educação Infantil como um suporte pedagógico que facilita o desenvolvimento

cognitivo da criança, propiciando autonomia, socialização e interação com o meio,

dentre outros benefícios. De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais

para a Educação Infantil – RCNEI (1998), o brincar é um direito da criança e

estabelece que, na brincadeira, ela define as principais características desse tipo de

ação lúdica. Assim, utilizando diferentes papéis, a criança cria e recria sua própria

vida, revendo conflitos, medos, ansiedades e fracassos. A brincadeira na Educação

infantil favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar

progressivamente as aquisições de problemas de forma criativa e divertida. Brincar,

nessa perspectiva, é um elemento fundamental à prática educativa da criança.

Segundo Murcia et al (2005), o jogo ou a brincadeira refletem o

desenvolvimento da personalidade infantil, porque durante o brincar a criança

9

Page 10: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

resolve situações-problemas e elabora estratégias de ação frente às mesmas. É

importante que o professor saiba quais os tipos de brincadeiras que hoje afetam as

crianças e como essas crianças interagem com as culturas que elas disponibilizam.

Por isso, é necessário que os professores façam uma reflexão sobre as práticas

educativas voltadas para as crianças e que provoquem a necessidade de

ressignificar e reorganizar os projetos de Educação Infantil, de modo a estruturá-los

de acordo com as Novas Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil.

A reflexão sobre o brincar deve, com isso, ultrapassar o espaço da escola,

atingir o convívio familiar, mergulhar, assim, nas relações sociais. Portanto, a

brincadeira, não é o brinquedo, o objeto, e também não é a técnica, mas o conjunto

de procedimentos e habilidades, que permitirão um desenvolvimento pleno da

criança.

Compreendendo, desse modo, que a prática realizada pelo professor em sala

de aula é considerada como elemento influente e decisivo para o desempenho do

aluno, procuramos desenvolver este trabalho, destacando, como objetivo Geral:

Saber se os professores de Educação Infantil dão a importância devida ao brincar,

como atividade que favorece o desenvolvimento integral da criança e Específicos:

1º) Constatar se as atividades lúdicas, para esses professores, são concebidas

como diversão e/ou contribuem verdadeiramente para o aprendizado das crianças;

2º) Identificar se existem atividades, utilizadas na prática didático-pedagógica,

associadas à ludicidade.

O trabalho, dessa forma, foi estrutura em três relevantes capítulos:

No primeiro capítulo, há uma abordagem sobre o contexto histórico do brincar,

além de ser ressaltada a importância do lúdico e do papel do professor na Educação

Infantil, por outro lado, apresentamos também A LDB (9394/96) e os RCNEI como

Amparos e Referenciais para o bom direcionamento das ações na Educação Infantil,

no contexto da ludicidade.

No segundo capítulo, constam os processos metodológicos, onde focalizamos

o tipo de pesquisa escolhida, os instrumentos da coleta de dados, o lócus, os

sujeitos da pesquisa, procedimentos, bem como a análise de dados.

No terceiro capítulo, foi registrada a apresentação dos resultados da pesquisa,

trazendo análise dos dados coletados, proporcionando, assim, conhecimentos sobre

10

Page 11: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

as concepções dos profissionais da Educação Infantil acerca do brincar no Centro

Educacional Pedrina Silveira.

Nas Considerações finais, ressaltamos que os objetivos geral e específicos

foram alcançados e que apesar de existirem as brincadeiras na escola pesquisada,

estão desassociadas do trabalho pedagógico. Há também um registro de que a

prática da ludicidade, nessa unidade de ensino, requer capacitações, isto é,

formação continuada dos profissionais de Educação Infantil.

11

Page 12: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

CAPÍTULO 1

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Um breve relato histórico sobre a ludicidade e a importância do brincar

Somente a partir da Idade Média é que houve uma preocupação voltada para

a formação e aprendizagem infantil, graças ao desenvolvimento do Iluminismo que

retomou importante concepção advinda da antiguidade especialmente na Grécia,

onde se privilegiou a educação de crianças e adolescentes. Na antiga Grécia,

pensadores como Platão (427 – 384 A.C) defendiam as atividades lúdicas com valor

educativo. Platão introduziu, de um modo bastante diferente para a época, uma

prática matemática lúdica, tão enfatizada hoje em dia. Ela aplicava exercícios de

cálculos ligados a problemas concretos extraídos da vida e dos negócios. Platão

afirmava que todas as crianças deviam estudar Matemática pelo menos no grau

elementar, introduzindo, desde o início, atrativos em forma de jogo.

Deve-se, com isso, afirmar que a prática da ludicidade é de grande valor,

sobretudo porque é vista como mais uma possibilidade de desenvolvimento das

potencialidades das crianças. É observado que, dentre outros atributos, com o

lúdico pode ser estabelecida a sociabilidade, o estímulo a amizades, o

fortalecimento da convivência, além do respeito ao direito dos outros frente às

normas estabelecidas no meio em que essas crianças convivem.

Dentro desse contexto, cabe o destaque de pontos de vista de três autores:

para Wallon (citado por Galvão, 2000), o desenvolvimento da criança é uma

interação entre ambientes físico-sociais historicamente elaborados, sendo que os

membros desta cultura, como pais, avós, educadores e outros, ajudam a

proporcionar a criança participar de diferentes atividades, promovendo diversas

ações, levando-a a um saber construído pela cultura e modificando-se através de

suas necessidades biológicas e psicossociais. Já, de acordo com Aberastury (1992,

p. 55): “a criança que brinca investiga e precisa ter uma experiência total que deve

12

Page 13: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

ser respeitada. Seu mundo é rico e está em contínua mudança, incluindo-se nele um

intercâmbio permanente entre fantasia e realidade”. Leontiev (1994), por sua vez,

argumenta que na atividade lúdica a criança descobre as relações existentes entre

os homens. Para tal autor, as crianças além de conseguirem, através da brincadeira,

avaliar suas habilidades e compará-las com as das outras crianças, também permite

a essas se apropriarem de códigos culturais e de papéis sociais.

Dessa forma, evidencia-se que a participação nas brincadeiras em grupo

representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança, bem

como é vista como um estímulo para o desenvolvimento de seu raciocínio lógico.

Diante do exposto, cabe ao professor, portanto, vivenciar sua ludicidade

maior, na prática didático-pedagógica, pois, dessa maneira, estará trabalhando com

a criança de forma mais estimulante e prazerosa, e, sem dúvida, essas práticas

inovadoras terão influência positiva na sua formação. A esse respeito, Santos

(2000) comenta que tal formação permite ao educador saber de suas

potencialidades e limitações, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a

importância do jogo e do brinquedo na vida da criança.

Logo, deve ser ressaltada a relevância das brincadeiras no espaço educativo,

considerando, de outro modo, que cabe ao professor, como mediador, analisar a

potencialidade educativa das mais diversas brincadeiras, bem como considerar o

aspecto curricular a ser desenvolvido, direcionando-se à formação lúdica com o fito

de envolver mais prazerosa e pedagogicamente às crianças.

Rojas (2002) destaca a importância de se reconhecer que o educador é a

peça chave desse processo, devendo ser encarado como um elemento essencial e

fundamental. Assim, o professor de Educação Infantil assume uma grande

responsabilidade com referência à formação da personalidade da criança, pois além

da família, ali na sala de aula, com sua professora e coleguinhas, essa criança dá os

primeiros passos como cidadã. Por isso, reflete a responsabilidade do professor

como educador.

1.2 Conceituando a ludicidade e os efeitos dessa na vida da criança

Antes de se tratar de questões referentes aos efeitos da ludicidade no

desenvolvimento e aprendizagem infantil, necessário se faz registrar alguns

13

Page 14: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

conceitos amplamente discutidos nos espaços acadêmicos. O que é ludicidade? O

que significa brincar? De acordo com Rau (apud Costa, 2005, p.32) “a palavra lúdico

vem do latim ludus e significa brincar. Nesse brincar estão incluídos os jogos,

brinquedos e brincadeiras e a palavra é relativa também à conduta daquele que

joga, que brinca e que se diverte”, isto é, no lúdico estão inclusas todas as

atividades, consideradas como brincadeiras, com as quais as crianças se divertem

mutuamente.

Entende-se que a ludicidade é toda e qualquer atividade que dá prazer e

envolve o sujeito, deixando-o disposto a buscar novas concepções e combinações

de ideias. Como relata Luckesi (2000, p. 97): “a ludicidade se caracteriza como

aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude em que nos

envolvemos por inteiro estando flexíveis e saudáveis”.

Sabe-se que o lúdico se manifesta através do jogo, da brincadeira, do

brinquedo e consequentemente do brincar, entretanto, apesar de, em termos de

entendimento, tanto o jogo, a brincadeira, quanto o brinquedo e o brincar parecerem

ter a mesma significação, há diferenças, e, antes de sequenciarmos a discussão, em

meios a outros conceitos, deve ser ressaltado o de Friedmann (2006, p.17), que se

mostra muito esclarecedor:

JOGO – Designa tanto uma atitude quanto uma atividade estruturada que envolve regras. BRINCADEIRA – Refere-se basicamente à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada. BRINQUEDO – Define o objeto de brincar, suporte para a brincadeira. BRINCAR - Diz respeito à ação lúdica, seja brincadeira, jogo, uso de brinquedos ou outros objetos, do corpo, da música, da arte, das palavras, etc..

Dessa forma, é interessante que o educador, ao utilizar o lúdico como recurso

pedagógico, esteja atento às diferenças entre ambos para saber melhor conduzi-los.

Retornando e sequenciando a discussão, dentro desse contexto, no que

tange à dimensão dos efeitos expressos através do lúdico, é válido afirmar que essa

prática tem o poder de sensibilizar, de valorizar todas as ações desenvolvidas pelo

educador. O lúdico é realmente uma ferramenta que desenvolve várias

potencialidades do indivíduo, criança ou adulto. O brincar é algo que acontece

naturalmente na vida de todas as pessoas e essencial para a vida educativa do ser

humano, desenvolve a criatividade e pode transformar a relação do sujeito com o

conhecimento. Como destaca Winnicott (1975, p. 80): “é no brincar e somente no

14

Page 15: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

brincar que o indivíduo adulto ou criança pode ser criativo e utilizar sua

personalidade integral e somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu eu”.

Outro aspecto relaciona-se diretamente ao criar associado ao brincar, sendo

fundamental para entendermos que o ato de criação está ligado às atividades

formais e racionais. Segundo Piaget (1971, p. 97): “quando a criança brinca assimila

o mundo a sua maneira sem compromisso com a realidade, pois sua interação com

o objeto não depende da natureza do objeto, mas da natureza da função que a

criança lhe atribui”. No que tange a essa realidade, o lúdico tem o poder de

despertar a imaginação, a fantasia, impulsionando o fazer próprio da criança. A esse

respeito, Elkonin (2009, p. 23) afirma que: “[...] é claro que toda atividade, e o brincar

não é exceção, pode decompor-se numa soma de faculdades: percepção + memória

+ pensamento + imaginação”.

Um pedaço de madeira com barbantes, uma casca de noz, uma coisa sem nenhum valor, como pedrinhas, folhas de árvores e o conteúdo de uma cesta de papéis adquirem grande significado em virtude da viva fantasia infantil, que transforma os pedaços de papel em xícaras, barcos, animais e pessoas (PREYER, 1894, p.51 Apud ELKONIN, 2009, p.25).

Dentro desse contexto, é preciso, também, levar-se em consideração a

natureza da brincadeira no que se refere à criação de uma possibilidade para se

decifrar enigmas, de participar de desafios, isto é, de despertar para si mesmo,

contemplando o mundo, imaginando e criando novas possibilidades de

aprendizagens. A esse respeito, faz-se necessário o registro do ponto de vista de

Alves (2005, p. 64-65):

Que desafio existe numa boneca que fala quando se aperta sua barriga? Que desafio existe num carrinho que anda ao se apertar um botão? Como os brinquedos do professor Pardal, eles logo perdem a graça. Mas um cabo de vassoura vira um brinquedo se ele faz um desafio. (...) O mesmo acontece com uma corda no momento em que ela deixa de ser coisa para se amarrar e passa a ser coisa de pular (...). Há brinquedos que são desafios ao corpo, à sua força, habilidade, paciência... E há brinquedos que são desafios à inteligência.

Percebe-se, com tais argumentações que, brincando, a criança exercita sua

capacidade imaginativa, o seu corpo, a inteligência, podendo, no processo de

ensino-aprendizagem, apropriar-se do brincar para aprender de forma mais

motivadora. Desse modo, pode-se destacar o brinquedo como um caminho que leva

às crianças a compreenderem a realidade, pois brincando elas descobrem,

inventam, experimentam e, assim, enriquecem a sua capacidade de se tornar um

ser humano criativo. Como descreve Almeida (2000, p. 26): “O brinquedo faz parte

15

Page 16: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

da vida da criança. Ela simboliza a relação e sob este ponto constrói, ao tornar

possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação”.

O brinquedo e a brincadeira vêm conduzir o mundo para sua realidade,

proporcionando também oportunidade de socialização com outras crianças.

Segundo Kishimoto (2002, p. 146): “por ser uma ação iniciada e mantida pela

criança, a brincadeira possibilita a busca de meios pela exploração, ainda que

desordenada e exerce papel fundamental na construção do saber fazer”. A autora

afirma que o brinquedo supõe uma determinação quanto ao uso, portanto sem

regras fixas. A brincadeira é a ação lúdica, como destaca Vygotsky (1987, p. 84): “As

crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira

é a criação de situações imaginárias e surge da tensão do indivíduo e a sociedade.

O lúdico liberta a criança das amarras da realidade”.

Sendo assim, a brincadeira é uma forma que a escola tem de socialização e

construção para desenvolver o sentido da criança. O brincar não é só para o

desenvolvimento escolar pedagógico, mas sim para que se possa adquirir

experiência de elaboração de vivência da realidade na construção do ser. As

brincadeiras criativas devem oportunizar o estímulo ao aprendizado.

Portanto, o lúdico aplicado à prática pedagógica, não apenas contribui para a

aprendizagem das crianças, como também possibilita ao educador tornar suas aulas

mais dinâmicas e criativas. No entanto, vale salientar, que a ludicidade só pode

acontecer na sala de aula se o educador assumir uma postura de mudança de

atitude interna, tendo sensibilidade efetiva no ambiente escolar. Nesse sentido,

(Kramer apud MEC/SEF/COED, 1996, p. 19) faz a seguinte afirmação:

É preciso que os profissionais da educação infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na área da Educação Infantil e da cultura em geral, para repensarem sua prática, reconstruírem enquanto sujeitos da produção de conhecimentos. E para que possam, mais do que “implementar” currículo, ou “aplicar” proposta à realidade da creche/pré-escola em que atuam, efetivamente possam participar da sua concepção, construção e consolidação.

Portanto, torna-se necessário que o professor tenha em mente que,

principalmente na escola de Educação Infantil, deve existir organização de espaço e

tempo para os jogos e brincadeiras, essa é uma tarefa bastante importante.

Também há a necessidade de, no momento de planejar, que ele esteja preocupado

com essas questões, bem como deve ter consciência sobre a importância da

ludicidade no espaço educativo, o que, certamente, o levará a contemplar a

16

Page 17: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas,

possibilitando, dessa forma, à criança uma aprendizagem, sobretudo, mais

significativa.

1.3 O papel do professor e a importância dele na Educação Infantil

O professor assume um papel de fundamental importância na vida de uma

criança, pois é ele que deve oferecer condições de aprendizagem que levem ao

desenvolvimento das demais habilidades e que possam responder às necessidades

dos alunos no meio social onde estão inseridos. Segundo Mizukami: O professor

tem o papel de “criar situações, proporcionando condições onde possam se

estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação, ao mesmo tempo moral e

racional” (1986, p. 77).

Dentro desse contexto, significa que as redes de ensino devem investir, de

maneira sistemática, na capacitação e atualização permanente de seus educadores,

porque o profissional da Educação Infantil precisa de uma formação sólida e

abrangente para acompanhar as novas exigências do mundo e a grande demanda

de crianças de 0 a 6 anos.

De acordo com o MEC/PROINFO (1999) são aspectos inerentes à Educação

Infantil: saúde, afeto, segurança, interação, alimentação, brincadeira, entre outros,

devendo integrar, cuidar/educar de forma dinâmica. Assim, a saúde está presente na

hora da higiene, na escolha do alimento adequado e na discussão. O afeto perpassa

todas as ações demonstrando para a criança, através da própria ação, como

estabelecer vínculos afetivos nas relações sociais.

Já a brincadeira, segundo Vygotsky (1994, p. 117), é a atividade principal

porque “cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança, realiza ações que

estão além do que sua idade lhe permite realizar, agindo no mundo que rodeia,

tentando aprendê-lo, auxiliando-a a superar progressivamente suas aquisições de

forma criativa”.

O professor é importante na educação, porque age como facilitador no

processo educacional, precisando levar em conta o processo de ensino de maneira

equilibrada e adequada. Portanto, ele é responsável por ensinar, também por ajudar

17

Page 18: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

os alunos a dar um passo adiante, progredir e avançar na construção de seus

conhecimentos. Segundo Faria (1995) citando Piaget:

O educador pode contribuir com esse processo oferecendo vários objetos de conhecimento e instigando o aluno a interagir com eles no sentido de sua construção. Ao professor cabe intervir para fazer os alunos pensarem sobre o processo que levou ao eixo ou ao fracasso no trabalho com diferentes áreas (p. 47).

O professor se apresenta, dessa forma, como sujeito indispensável no

processo educativo. Por mais que se invista na equipagem das escolas como:

laboratórios, bibliotecas, campo de futebol, etc., sem negar a importância de todos

esses instrumentos, tudo isso não se configurará, mais do que aspectos materiais,

se comparado ao papel e a importância do professor.

Nessa perspectiva, o papel do professor é procurar entender a forma de

pensamento da criança para poder proporcionar a ela os momentos lúdicos

necessários ao seu desenvolvimento. Portanto, é de extrema importância, uma vez

que é ele um dos principais agentes da construção da identidade, da autonomia e do

conhecimento da criança, sendo, enfim, o principal parceiro da criança nesse

momento de aprendizagem e de descobertas.

Diante do exposto, uma instituição de Educação Infantil deve procurar

conhecer a criança na sua realidade, entendê-la como ser social, com cultura e

princípios diferenciados. Partindo dessa premissa, possibilita-se o desenvolvimento

através da exploração de objetos, incorporação de relações interativas, atividades

lúdicas, desenvolvimento motor, em suma, desenvolvimento físico, psicológico,

intelectual, social e emocional.

Então, segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil (1998, p. 23):

Educar significa, portanto, propiciar situações de brincadeiras de aprendizagem centradas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, proporcionando o acesso às crianças ao conhecimento mais amplo e à realidade social e cultural.

Faz-se, dessa forma, necessário que os profissionais das instituições de

Educação Infantil, tenham ou venham a ter uma formação sólida que corresponda às

expectativas e necessidades da criança, pois o que se encontram, na maioria das

escolas da rede pública, são professores carentes de ajuda para atender às

necessidades mínimas de todas as crianças, mostrando-se inseguros, o que é

18

Page 19: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

devido ao despreparo ou falta de vontade de oferecer um trabalho de qualidade, ou

ainda falta de motivação para realizar tal prática.

Enfim, como educadores, devemos considerar a importância da motivação

lúdica para estimular os questionamentos de maneira construtiva. A construção do

saber, a partir do lúdico, leva a criança, enquanto participa do jogo, a elaborar

metas, a perceber e explorar diferentes estímulos, a antecipar resultados, a levantar

diferentes hipóteses e a formular estratégias.

Vale afirmar que a criança, como todo ser humano, precisa estar inserida em

uma sociedade, com uma determinada cultura em um determinado momento

histórico, visto que a mesma tem na família biológica um ponto referencial

fundamental que influenciará na sua formação pessoal e social, interagindo, assim,

com outras instituições sociais. Segundo Gandini e Edwards (2002, p. 84): “A melhor

maneira de proporcionar uma passagem para o mundo da educação fora de casa,

sem grandes dificuldades, é através da construção de relacionamentos íntimos,

intensos e diários com a criança e com a família”.

Assim, o educador deve perceber que, desde bem cedo, as crianças

apresentam atitudes e interesses em descobrir o mundo que as cerca. Elas são

curiosas e querem respostas sempre para os seus porquês. Desse modo, o trabalho

do professor deve ser o de orientar as experiências por elas já vividas, para então

conduzir a sua prática em busca de novos conhecimentos.

1.4 A LDB (9394/96) e os RCNEI: Amparos e Referenciais para o bom

direcionamento das ações na Educação Infantil, no contexto da ludicidade

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (1998,

p.11), o desenvolvimento da Educação no Brasil e no mundo tem acontecido de

forma crescente nas últimas décadas, pois, na medida em que o tempo passa, a

civilização vem se intensificado de tal forma, oferecendo, assim, uma participação

maciça da mulher no mercado de trabalho e as mudanças transformadoras com

base na estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da

importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma

educação institucional para crianças de zero a seis anos.

As instituições de Educação Infantil devem tornar acessíveis a todas as

crianças que as frequentam, promovendo, em suas propostas pedagógicas, práticas

19

Page 20: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

de Educação que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais,

afetivos, cognitivos e sociais da criança. O professor, assim, deve-se ater ao seu

papel socializador, proporcionando o desenvolvimento da identidade das crianças,

por meio de aprendizagem diversificadas, realizadas em situações de interação.

Segundo Gandini e Edwards (2002, p.79): “O processo de inserção da criança na

creche/pré-escola inicia-se antes mesmo da entrada propriamente dita da criança na

instituição. O primeiro contato dos pais com a instituição, que normalmente ocorre

na secretaria, é de grande valia para troca de informações”.

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394),

sancionada em 20 de dezembro de 1996, a inserção da Educação Infantil na

Educação básica, como sua primeira etapa, é o reconhecimento de que a Educação

marca sua finalidade. Afirma no art.22 da Lei: “a Educação Básica tem por finalidade

desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos

estudos posteriores”.

Nessa perspectiva, as crianças aprendem a construir o próprio conhecimento

a partir dos relacionamentos que intervêm com as outras pessoas e principalmente

com o meio em que vivem, já que o mesmo não surge como imitação da realidade,

mas sim, como fruto de um intenso trabalho de criação, organização e significação.

Segundo Moreno e Cubero (1995, p. 80), o contato familiar é especialmente

importante não só porque a criança permanece nele por longo período, mas porque

possibilita a abertura ou o fechamento para outros contextos.

O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma

competência polivalente. A LDB (9394/96, p. 13, art. 29 e 30), afirma que ser

polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas

diversas, que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos

específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Esse caráter

polivalente demanda, por sua vez, um conhecimento profundo do profissional de

educação, já que ele precisa ter uma formação bastante ampla, capaz de torná-lo

também um aprendiz e, acima de tudo, levá-lo a uma reflexão constante sobre sua

prática pedagógica, debatendo com seus pares, envolvendo as famílias e a

comunidade através de diálogos, buscando, assim, informações necessárias para o

trabalho que desenvolve.

20

Page 21: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

Segundo Lopes (2005), o conhecimento da educação (teórico, tecnológico e

prático):

Capacita o profissional de docência, não só a estabelecer o valor educacional de um conteúdo cultural e participar no processo de decidir sua conversão, enfim na meta de um determinado nível educacional, mas também para estabelecer programas de intervenção ajustados a fatos e decisões pedagógicas que tornem efetiva a meta proposta (p. 38).

É necessário, dessa forma, incorporar teorias e práticas à formação dos

professores, os quais têm como finalidade a prescrição de ações educativas.

Apesar de existir um consenso quanto à natureza educacional do atendimento

à criança da educação infantil, considerada criança pequena, há a necessidade da

presença de professores, nas instalações de Educação Infantil, com a formação

exigida pela LDB 9394/96. Há uma polêmica quanto ao papel e, portanto, ao

quantitativo dos professores nas creches. Essas possibilidades correspondem

diferentes papéis do professor nas creches, embora seja difícil identificá-los, na

medida em que nos textos e documentos sobre a educação infantil utilizam-se, sem

distinção, as palavras adultos, educador e professor para indicar pessoas que atuam

nas creches. Portanto, os professores de Educação Infantil realizam muitas tarefas:

são contadores de histórias, resolvem conflitos, ora são líderes, ora são

observadores, guardiões, investigadores, apaziguadores, estrategistas, planejadores

e produtores de conhecimentos e cientificidade.

Entende-se o desenvolvimento do profissional da Educação Infantil, dentro

desse contexto, como uma caminhada que envolve o crescer, o ser e o permitir-se

sentir. A esse respeito, vale ressaltar o que afirma Vallejo (2002):

As mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e estão afetando o sistema educacional, em geral, e a atividade docente, em particular, exige uma nova imagem do professor e dessa atividade. A docência na atualidade tem mais a ver, em perto sentido, com a imagem do professor como “regente da orquestra” do que como armazenador e transmissor de informação (p. 50).

O Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI, 1998) salienta

também a importância do manuseio de materiais, de textos (jornais, livros, cartazes,

revistas, etc.) pelas crianças, uma vez que ao observar produções escritas, vão

conhecendo, de modo progressivo, as características e formas de linguagem. Isso

se torna evidente, ao observar-se que quando uma criança folheia um livro emite

sons e faz gestos como se estivessem lendo.

A criança de Educação Infantil precisa de organização do espaço físico de

forma atraente e aconchegante, com almofadas, iluminação adequada, livros de

21

Page 22: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

diversos gêneros, de diferentes autores, revistas, histórias em quadrinhos, jornais de

trabalhos de outras crianças, sendo que as crianças devem ter livre acesso a esse

espaço.

Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil -

RCNEI (1998), as brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles

que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de

tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos

conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica.

Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a

coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, o conhecimento quanto à

posição do corpo, a direção a seguir e outros, participando do desenvolvimento tanto

afetivamente quanto socialmente.

Entende-se, desse modo, que o lúdico é um recurso pedagógico na Educação

Infantil indissociável da prática docente, pois possui componentes que despertam o

interesse da criança pela busca de diferentes linguagens.

É fundamental reforçar aqui a importância do professor de Educação Infantil

em conhecer seus alunos antes de planejar suas atividades diárias. Esse

conhecimento surgirá no momento em que as crianças são inseridas no processo

educacional, tornando-as ativas e receptíveis às constantes mudanças.

Percebe-se que o conceito brincar, significa agir lúdica e criativamente de tal

forma que vamos construindo nossa passagem de um estado funcional com a mãe

para um estado de independência, no estado paterno. O que não importa é colocar

valores em nenhum desses estados, porque se isso fizer, cairemos na armadilha do

feminismo ou do machismo, ou seja, menino não pode brincar de boneca, menina

não pode jogar gude, porque boneca é brinquedo de menina e gude é brinquedo de

menino. Pura e simplesmente são fenômenos da vida humana sem que um seja

melhor que o outro.

O conceito brincar é um tanto moralista, que perpassa nosso cotidiano.

Sempre que se ouve falar: “Você está de brincadeira”? “Que brincadeira é essa”?

“Isso não é uma brincadeira”. “Vocês estão brincando, mas a coisa é séria”. Essas

expressões não fazem jus ao conceito de brincar. Ao contrário desclassificam.

Conforme (Kishimoto, 2002, p. 139) “A brincadeira é uma atividade que a

criança começa desde cedo no âmbito familiar. E continua com seus pares.

22

Page 23: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

Inicialmente, ela não tem objetivo educativo ou de aprendizagem pré-definida”. A

maioria dos autores afirma que ela é desenvolvida pela criança para seu prazer e

recreação, mas também permite a ela interagir com pais, adultos, bem como

explorar o ambiente.

Para Vygotsky (1994), a criança nasce em um meio cultural repleto de

significações sociais, historicamente produzidas, definidas e codificadas, que são

constantemente ressignificadas e apropriadas pelos sujeitos em relação,

constituindo-se, assim, em motores do desenvolvimento. Nesse sentido, o

desenvolvimento humano, para ele, se distancia da forma como é entendido por

outras teorias psicológicas, por ser visto como um processo cultural que ocorre

necessariamente, mediado por outro fato social, no contexto da própria cultura,

forjando-se os processos psicológicos superiores, sendo a psique humana nesta

perspectiva essencialmente social.

Os processos psicológicos superiores para Vygotsky (1987) são constituídos:

(...) Pelos domínios do desenvolvimento cultural e do pensamento: o idioma e a escrita, o cálculo, o desenho, bem como pelas funções psíquicas superiores especiais, aquelas não limitadas em determinadas de nenhuma forma precisa e que tem sido denominadas pela psicologia tradicional com os nomes de atenção voluntária, memória lógica e formação concreta (p. 32).

O autor afirma que o desenvolvimento humano é um processo dialético

marcado por etapas qualitativamente diferentes e determinadas por atividades

mediadas.

O processo de socialização do brincar tem uma linguagem universal, porque o

lúdico influencia no desenvolvimento do indivíduo e na vida de relação do ser

humano, em uma perspectiva mais ampla, de acordo com a natureza social, política

e histórica.

Pode-se observar que desenvolver atividades lúdicas contribui para melhor

conhecimento do grupo, além de desenvolver cooperação, integração, desinibição,

socialização, significa recrear-se, porque é a forma mais completa que o indivíduo

tem de comunicar-se consigo mesmo e com o mundo, pois no ato de brincar ocorre

um processo de troca, de partilha, de confronto e negociação, gerando momentos de

desequilíbrio e equilíbrio, proporcionando novas conquistas individuais ou coletivas.

O processo de socialização, que antes era entendido como uma espécie de

preparação para a fase adulta, passou a forçar às práticas da criança e suas

23

Page 24: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

experiências de autonomia. A brincadeira é uma das linguagens que se destaca na

infância e é através dela que a criança significa e ressiginifica o mundo, construindo

suas práticas culturais.

Diante do exposto, é importante salientar a importância do que determina

tanto a LDB 9394/96 quanto o RCNEI com referência à nova postura do professor e

como devem ocorrer às ações, sobretudo na prática pedagógica, e isso, sem dúvida,

se constitui um desafio, para os nossos educadores, principalmente quando se trata

da Educação Infantil e mais especificamente da inserção da ludicidade nos espaços

educativos. Por isso, esses documentos devem ser constantemente consultados

pelos educadores, uma vez que trazem informações muito necessárias.

24

Page 25: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

CAPÍTULO 2

METODOLOGIA

Os processos metodológicos tiveram, como roteiro, a verificação dos

seguintes aspectos: Qual o tipo de pesquisa escolhida, os instrumentos da coleta de

dados, o lócus, os sujeitos da pesquisa, procedimentos, bem como a análise de

dados.

2.1 Tipo de pesquisa escolhida

A metodologia científica é um encaminhamento essencial e indispensável à

realização de qualquer trabalho científico, pois se apresenta como suporte mediador

para direcionar qualquer pesquisa desse caráter. Nessa linha de pensamento,

afirma Pereira (1997, p. 16), “trata-se de delimitar bem o campo de estudo e atacar

em profundidade para se adquirir autêntica visão da realidade”.

Foi escolhida a pesquisa qualitativa descritiva, pois como afirma Amorim et al

(2006, p.55): “este tipo de pesquisa é desenvolvido a partir de material já elaborado,

constituída a partir de livros e artigos científicos”. Quanto a essa abordagem, André

(2006, p. 32) diz que:

A abordagem qualitativa realiza-se a apresentação do significado pela interpretação dos fenômenos observados. Nesse processo, o pesquisador é o principal instrumento de coleta de dados, visando à descoberta de novos conceitos, novas relações, novas formas de entendimento da realidade. O estudo qualitativo tem as seguintes características: Desenvolve-se numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível, focaliza a realidade de forma complexa e contextualizado historicamente.

Assim, a abordagem qualitativa foi realizada nesta pesquisa a favor da

obtenção do objetivo delimitado para que facilitasse a nossa aproximação, como

pesquisadores, permitindo-nos, assim, uma gama de interpretações subjetivas do

ambiente pesquisado. Ludke e André (1986. p. 22), afirmam que “esse tipo de

pesquisa não parte de um sistema fechado, pois dá abertura para a realidade,

procurando captá-la como ela é realmente e não como gostaria que fosse”.

25

Page 26: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

A metodologia na abordagem qualitativa pressupõe a informação e

compreensão dos fatos. Para Becker (1997, p. 47):

O observador participante, coleta dados através de sua participação na vida cotidiana do grupo ou organização que estuda. Ele observa as pessoas que está estudando para ver as situações com que se deparam normalmente, como se comportam diante delas. Entabula conservação com todos os participantes desta situação e descobre as interpretações que elas têm sobre os acontecimentos que observou.

2.2 Instrumentos da coleta de dados

A pesquisa de campo foi desenvolvida por meio de procedimentos técnicos

utilizados para coletar os dados. Como instrumentos de coleta de dados, optamos

pela entrevista e questionário. Segundo Cortelazzo e Romanowski (2006, p. 39) tais

instrumentos configuram-se como:

Um procedimento que contribui para a compreensão da prática escolar é a observação. Esta não se constitui um só olhar, mas sim, dirige a atenção intencionalmente para colher dados sobre o que e como está sendo realizada uma prática, uma experiência, um comportamento. O estudo realiza-se por meio de anotações sistemáticas, quer dizer planejar o que vai ser observado. Para tal, é preciso organização de um cronograma e definir o roteiro considerando os propósitos da pesquisa.

A entrevista, segundo Minayo (2002, p. 57):

É a técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo, pois possibilita obter informações expressas e contidas nas falas dos participantes. Ela diferencia-se de uma conversa despretensiosa e neutra por ter a intenção de obter fatos relatos sobre determinado termo. Nesse sentido, estes se constituem sujeitos-objeto da pesquisa e expressam suas percepções sobre uma determinada realidade que está sendo focalizada.

Em se tratando do questionário, Cortelazzo e Romanowski (2006, p. 40), destacam-no, afirmando que:

O questionário é um instrumento dos mais utilizados para a coleta de dados, pois pode ser de simples elaboração e empregado por pesquisadores iniciantes. A base do questionário são perguntas e respostas que podem ser abertas ou de alternativas. A confecção é feita pelo pesquisador e o preenchimento é realizado pelo informante, que discorre sobre o tema.

Diante do processo da pesquisa, realizada com os professores de educação

infantil sobre a ludicidade no Centro Educacional Pedrina Silveira, é necessário

ressaltar, por fim, a relevância desses instrumentos, para a realização dos

propósitos colimados.

26

Page 27: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

2.3 Lócus

O local escolhido para pesquisa foi o Centro Educacional Pedrina Silveira,

localizado no município de Itiúba - Bahia, situado no leste do município, construído

pelo Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS), em 1975, no Perímetro

Irrigado Jacurici, tendo como órgão mantenedor a Prefeitura Municipal de Itiúba.

Em dezembro de 1987, essa escola fora transferida para o Distrito de Rômulo

Campos, no município de Itiúba – Bahia, com endereço na Rua Hilda Sampaio de

Mendonça s/nº.

A referida escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno e atende

uma clientela da pré-escola ao nono ano do Ensino Fundamental I e II. As pesquisas

foram realizadas nas salas de Educação Infantil da escola acima mencionada. Essa

escola atende um público de 640 alunos entre crianças, adolescentes e adultos, que

vêm da própria comunidade e de fazendas circunvizinhas.

A referida escola recebe recursos financeiros do PDDE e PDE, dentre outros,

fornece merenda escolar e, dentre outras atividades, promove eventos culturais,

palestras e desfile cívico.

A criação deste estabelecimento de ensino foi regulamentada com o nome de

Centro Educacional Pedrina Silveira, em vinte e dois de julho de mil novecentos e

setenta e quatro (22-07-1974), pelo artigo nº.75, III da Lei 5.692/71. Sua instalação

ocorreu em 22-07-74, após o período de férias, correspondendo ao segundo

semestre do ano letivo. Por determinação legal, aos três de fevereiro de mil

novecentos e setenta e cinco (03-02-1975), firmando convênio entre o Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e associados efetivos do próprio

departamento.

A escola tem uma estrutura física regular: há uma diretoria, uma secretaria,

uma sala de professores, um laboratório de informática, uma biblioteca, uma

cozinha, uma despensa para guardar merenda escolar, seis sanitários, dez salas de

aula, três pátios e uma cantina.

O Centro Educacional Pedrina Silveira conta com um quadro de trinta

professores do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Itiúba, desses trinta, quatro

participaram desse trabalho. O quadro administrativo é composto de um diretor, dois

vice-diretores, duas secretárias, uma auxiliar de secretaria e duas coordenadoras

27

Page 28: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

pedagógicas. Percebe-se que noventa por cento dos professores deste

estabelecimento de ensino são graduados em Pedagogia, Matemática, Biologia e

Histórias e outros estão cursando Pedagogia. Também fazem parte do quadro

efetivo, cozinheiras, zeladoras e guardas.

2.4 Sujeitos da pesquisa

Os sujeitos da pesquisa foram quatro professoras, que atuam na Educação

Infantil, com idade entre 40 e 55 anos, todas pertencentes ao quadro efetivo, sendo

que duas são licenciadas em Pedagogia e duas têm apenas o Magistério.

2.5 Procedimentos

A referida pesquisa foi realizada, seguindo-se dos seguintes

encaminhamentos: a princípio, conversamos com o diretor desta unidade de ensino,

apresentamos a nossa proposta, quando foi citado o porquê da realização desta

pesquisa, tendo, em seguida o aval do diretor; depois, no período de realização da

mesma, que foi do dia 15/04 ao dia 30/04/2012, tivemos um contato mais direto com

os professores pesquisados, como também conhecemos melhor o cotidiano desse

espaço educativo, inclusive foi feita a assinatura de um Termo de Consentimento,

visando à guarda do sigilo com referência aos sujeitos pesquisados.

2.6 Análise dos dados coletados

A análise ocorreu através da observação dos dados coletados com a

realização de entrevista (com questões abertas) e questionários (com questões de

múltipla escolha), sendo analisados, seguindo-se da interpretação de gráficos,

elaborados com algumas respostas das questões apresentadas, quando

confrontamos com os pressupostos de alguns teóricos. Essa análise não só

possibilitou a interpretação desses dados, mas também trouxe uma resposta à

hipótese levantada e ao problema apresentado, permitindo, assim, que os objetivos,

apresentados na Introdução deste trabalho monográfico, fossem devidamente

alcançados.

28

Page 29: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

CAPÍTULO 3

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A análise e interpretação dos dados é fator determinante para conclusão de

qualquer pesquisa científica, porque implica na operação e análise de dados

reflexivos para que se possa comparar, classificar ou concluir o entendimento dos

resultados da pesquisa.

Na pesquisa que realizamos, foram entrevistadas, oralmente, e responderam

aos questionários quatro professoras da rede pública municipal.

3.1 A análise dos questionários

O questionário contém 9 questões, de múltipla escolha, sendo que as do nº 1

ao 4 referem-se à identificação dos perfis das entrevistadas; já as questões de 5 a 9

estão mais direcionadas ao tema em pauta.

Assim, procedendo à análise das questões de 1 a 4, foi comprovado que os

sujeitos pesquisados, 100% são do sexo feminino, uma característica ainda presente

na educação no Brasil, na faixa etária de 40 a 55 anos, sendo que duas professoras

concluíram o curso de Licenciatura em Pedagogia e duas somente tem o Magistério,

além disso, destaca-se que todas as pesquisadas possuem mais de dez anos de

atuação, o que demonstra uma larga experiência na área.

3.1.1 A importância do brincar

Na questão 5, ao interrogarmos às professoras sobre: “Brincar é importante

para o desenvolvimento infantil?”, verificou-se que 100% delas concordam que o

brincar é essencial aos processos formativos da criança.

Na questão 6, procurou-se saber: “Qual a função do brincar associado ao

processo de ensino-aprendizagem?”, conforme demonstra o gráfico seguinte: 75%

das professoras afirmaram que brincar favorece o desenvolvimento do raciocínio

29

Page 30: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

lógico refletindo no desenvolvimento integral da criança; já 25% asseguram que a

importância do brincar está somente no divertimento. Evidencia-se, assim, que 75%

consideram o ato de brincar como um meio para o desenvolvimento da criança,

sobretudo no que diz respeito à capacidade intelectual, enquanto que 25% destacam

apenas o lado do entretenimento ou da diversão. É evidente que as funções do

brincar, dentro do contexto escolar, são as mais diversas. Dentro desse contexto,

além das capacidades citadas, deve-se compreender o brincar, também como

promotor não só de desenvolvimento cognitivo ou como propiciador de diversão,

mas também voltado ao desenvolvimento afetivo, motor, com influência também na

construção de habilidades da escrita e leitura da criança, além de prepará-la para o

convívio em sociedade. A esse respeito, cabe aqui retomar o grifo de Luckesi (2000,

p. 97), presente na Fundamentação Teórica, ao afirmar que “a ludicidade se

caracteriza como aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude”.

Essa analogia mostra-se mais completa, mesmo que subjetiva, uma vez que, ao

citar “uma experiência de plenitude,” o autor coloca o brincar com funções inúmeras

e dentro de uma maior amplitude.

Gráfico nº 1

3.1.2 Atividades lúdicas comuns

Na questão 7 consta a seguinte indagação:“Quais as atividades lúdicas mais

comuns nas suas aulas?”. Das professoras pesquisadas, verificou-se que 50%

contam historinhas e 50% fazem brincadeiras de roda, o que permitiu a constatação

30

Divertir-seJogar Raciocínio lógico

25%

75%

Fonte: dados de pesquisas

Page 31: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

de que elas não contemplam “amplamente” a dimensão do lúdico, deixando de lado

os jogos, filmes, etc., demonstrando compreensões reduzidas a respeito do brincar,

como se observa no gráfico seguinte. Nessa perspectiva, deve-se comentar o que

foi afirmado no Capítulo I deste estudo, quando, conforme os Referenciais

Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998, p. 23), verifica-se que o

educar pode ser promovido em situações de brincadeiras, inseridas nas

aprendizagens que contribuem tanto para o desenvolvimento das capacidades

infantis de relação interpessoal, quanto para um conhecimento mais amplo frente à

realidade social e cultural.

Gráfico nº 2

Diante do exposto, percebemos que elas possuem conhecimentos teóricos,

Deixaram de lado, dessa forma, os filmes e jogos infantis que possibilitam o

desenvolvimento motor, intelectual, afetivo e social da criança.

Vale afirmar que, dessa forma, as professoras deixaram de lado os filmes e jogos

Com referência às questões restantes, ou seja, a 8 e 9, optamos por fazer a

análise sem a apresentação de gráficos. No que tange às seguintes questões: “Qual

a importância do lúdico no desenvolvimento integral das crianças?” e sobre “Qual

conhecimento teórico que tais professoras têm sobre o lúdico?”, as professoras

pesquisadas se posicionaram deste modo: 100% responderam que o lúdico tem

muita importância no desenvolvimento integral das crianças, embora tenhamos

31

Fonte: dados de pesquisas

Brincadeira de rodaHistóriaJogosFilmes e vídeos

50%

50%

Outros

Atividades Lúdicas

Page 32: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

percebido, no nosso contato e observado em suas aulas, no período de pesquisa,

que as mesmas somente possuem o conhecimento teórico sobre a ludicidade.

3.2 A análise das entrevistas

Cinco perguntas (abertas) foram feitas na entrevista e, já que informamos o

perfil das professoras no questionário, direcionamos-nos às perguntas mais

específicas, ou seja, de 1 a 5. Por outro lado, visando à guarda do sigilo,

procuramos manter no anonimato as professoras, para tanto, utilizamos o código da

letra “P”, seguido de número cardinal, isto é, P1, P2, P3 e P4. Queremos, ainda,

afirmar que, embora as perguntas da entrevista sejam parecidas e uma vez que no

questionário as questões são semiestruturadas, o que reduz a possibilidade de uma

explanação mais abrangente, buscamos, à propósito, utilizar questões abertas,

visando ampliar o alcance das respostas apresentadas, ou seja, explorar, ao

máximo, em termos de informações prestadas pelas professoras pesquisadas.

3.2.1 Compreensões sobre o brincar

Na pergunta 1, ao perguntarmos às professoras sobre: “O que é brincar no

contexto escolar?”, constatamos visões mais específicas sobre o tema, como se

observa nas falas abaixo:

P1: Afirma que brincar é desenvolver habilidade e movimento.

P2: Destaca que brincar faz parte da aprendizagem da criança.

P3: Define que brincar é o ato de se divertir e elevar seu pensamento nas

coisas do dia-a-dia

P4: Relata que o brincar desenvolve o lúdico da criança.

Para Winicott (1975, p.32) “a criança brinca para buscar prazer, para controlar

a ansiedade, para estabelecer contatos sociais, para realizar a integração da

personalidade, por fim para comunicar-se com as pessoas”. Verifica-se que mesmo

que apresentássemos mais e mais definições, a expressão do brincar continuaria

indefinida, face à sua amplitude em termos de significado.

Apesar de a P.3 apresentar uma visão mais abrangente sobre o brincar,

compreende-se, dessa forma, que as outras respostas devem também ser

32

Page 33: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

consideradas porque o brincar é um ato que estimula a criança a prosseguir no

caminho e que promove a socialização e o desenvolvimento intelectual, afetivos e

sociais. Os educadores, dessa forma, precisam trabalhar de forma atraente que

permita envolver conteúdos de maneira que as crianças aprendam brincando. No

entanto, é necessário que os mesmos tenham cuidados para não utilizar das

brincadeiras apenas com a finalidade de ensinar os conteúdos e desassociar do

caráter lúdico em si.

3.2.2 Periodicidade das atividades lúdicas

Na pergunta 2, Ao questionarmos as professoras sobre: “Quantas vezes

você realiza atividades lúdicas? E quais?”, ou seja, a periodicidade das atividades

lúdicas realizadas em sala de aula (não vinculadas às atividades pedagógicas),

verificamos que as mesmas responderam da seguinte forma:

P2 – Afirma que aplica uma vez por dia, roda de conversa e músicas.

P4 – Relata que aplica as atividades lúdicas uma vez por dia, cantar, contar

história.

P1 – No primeiro momento, pois elas chegam mais interessadas.

P3 – A partir do momento em que a criança quer brincar.

Todas as professoras aplicam atividades, com maior ou menor frequência,

apesar de P1 e P3 não se importarem em especificar essas atividades lúdicas.

Verifica-se, por outro lado, que essas professoras podem utilizar das brincadeiras

citadas, estimulando não só “o brincar em si”, mas também o processo de ensino-

aprendizagem. A esse respeito, afirma Góes (2008, p. 37):

(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorados, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.

Os educadores, assim, precisam sistematizar sua prática pedagógica, dando

ênfase à ludicidade, pois eles trabalham de forma desassociada, sem

embasamento teórico, sendo que a prática não deve estar desvinculada das teorias.

Evidencia-se que as mesmas necessitam de formação continuada, como

professores de Educação Infantil, para que possam refletir sua prática e se

33

Page 34: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

reconstruírem como cidadãos e atuarem, visto que são os mesmos sujeitos

produtores de conhecimento.

3.2.3 Importância do brincar para a criança

Na pergunta 3, ao indagarmos sobre: “Qual a importância do brincar para o

desenvolvimento cognitivo da criança?”, observamos que as professoras não têm

um conhecimento mais completo sobre a importância do brincar no

desenvolvimento cognitivo da criança, mesmo que suas respostas sejam válidas:

P2 – Relata: eu acho assim, que a brincadeira faz parte do desenvolvimento

da criança na aula.

P4 – Afirma que desenvolve o aprendizado.

Na nossa analogia, P1 e P3 apresentam uma compreensão mais condizente

sobre a temática abordada:

P1 – Descreve que é um momento de grande importância, pois é através das

brincadeiras que descobrimos o raciocínio delas.

P3 – Acredita que o brincar é muito importante, desenvolve a capacidade

lúdica através das brincadeiras, elas ficam mais desenvolvidas e mais sábias.

Como afirma Andrade (apud REGO, 1995, p. 90): “as crianças brincam

porque vivem em um mundo onde estas e outras relações estão presentes.

Brincando elas exploram diferentes representações que tem o mundo”. Nesse

sentido, deve ser considerado que o brincar é algo que desenvolve não só a

capacidade cognitiva, mas todas as áreas do conhecimento tanto social, motor,

emocional e física, fazendo com que o sujeito enriqueça sua identidade e a

autonomia. O brincar para a criança é um universo de sonhos, imaginação e

construção de conhecimento sobre si mesmo e o mundo.

3.2.4 Presença de brincadeira na prática do docente

Na pergunta 4, ao questionarmos as professoras sobre: “Nas suas atividades

diárias em que momento aparecem às brincadeiras?”, (ou seja, junto às atividades

pedagógicas), verificamos na fala delas que não há um planejamento voltado para

essas atividades associadas à prática pedagógica..

34

Page 35: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

P1: Afirma que no primeiro momento, pois elas chegam mais interessadas.

P2: Relata no momento que é apresentada a roda de brincadeiras, depois

aplico atividade.

P3: Afirma a partir do momento que a criança quer brincar.

P4: Diz que ao entrar na escola.

Assim, cabe destacar o grifo de Santos (2001, p. 15) ressaltando que: “é

preciso que os profissionais de educação reconheçam o real significado lúdico para

aplicá-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender”.

3.2.5 Compreensões dos professores sobre ludicidade

Na pergunta 5, ao perguntarmos sobre: “Qual a sua compreensão em

relação às atividades lúdicas que possam contribuir na maturação da criança?”,

analisarmos os relatos dos professores sobre a compreensão da ludicidade,

observando que as professoras P1, P2 e P3 apresentaram argumentos sem

embasamento dentro do contexto pesquisado. No entanto, a professora P4

apresenta argumento próximo da temática desenvolvida, porém, na prática, com as

atividades aplicadas, constatamos - principalmente ao ter contato com essas no

cotidiano da unidade de ensino pesquisada - que não demonstraram ter algum

embasamento teórico ou mesmo uma abordagem que assegure a sua fala.

P1: “história”.

P2: “A minha compreensão é ajudar as crianças para ter um bom

desenvolvimento na aprendizagem”.

P3: “Aquela que valorize a criança, brincadeira 3X3 passarão, brincadeira de

roda, historinha que chame a atenção das crianças e não aquelas que são muito

elevadas”.

P4: “Faz com que elas aprendam brincando”.

Finalizando Gonzaga (2009, p. 39), aponta:

(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para aprendizagem das crianças, medir suas experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.

Percebe-se, com isso, que é de suma importância o professor privilegiar o

lúdico como princípio norteador pedagógico, e ao mesmo tempo compreender que

35

Page 36: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

ele é um instrumento essencial que contribui na maturação da criança, integrando-a

na sociedade e construindo o seu próprio conhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo evidenciou que o brincar na Educação Infantil é uma atividade

significativa que permite à criança a socialização, bem como a capacidade de

pensar por conta própria, facilitando a resolução de problemas e a compreensão do

mundo com suas diferenças e complexidades, o que pode possibilitar a criança

tornar-se um ser autônomo, capaz de exercer sua cidadania.

Buscou-se compreender a importância do brincar na Educação Infantil, além

de analisar se as atividades lúdicas são desenvolvidas em sala de aula. Diante da

problematização, com os questionários e entrevistas, confrontamos as várias

afirmações e informações colhidas. Assim, os objetivos apontados na Introdução

desse estudo foram plenamente alcançados, vale afirmar que os profissionais da

Educação Infantil do Centro Educacional Pedrina Silveira ainda não conhecem, de

uma forma mais completa, o real significado do brincar e não utilizam o lúdico como

recurso pedagógico.

Nesse sentido, é preciso que a temática seja “amadurecida” no seio das

instituições de ensino, e, de outro modo, que seja trabalhada, de forma

comprometida e sistematizada, a formação continuada dos profissionais desses

segmentos, pois é visível a falta de preparação dos docentes, para a demanda da

Educação Infantil frente ao cuidar/educar e da utilização do lúdico como princípio

básico do fazer pedagógico.

De acordo com Carneiro e Dodge (2007):

Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola é preciso mudar a visão dos estabelecimentos de ensino a respeito dessa ação e a maneira como entender o currículo. Isso demanda um corpo docente capacitado para refletir e alterar suas práticas (p. 91).

Wekerlin (2004, p. 63) concorda com a afirmação anterior, ao afirmar:

Precisamos de profissionais mais adaptados às intensas transformações que se vivem hoje na sociedade, que se ajustem a novas dinâmicas, e que qualquer metodologia vise à reconstrução do conhecimento, dando ao

36

Page 37: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

aluno, em todos os aspectos, a capacidade de se ajustar às exigências do mundo moderno.

Torna-se preciso, nesse contexto, ressaltar também a necessidade da

aplicação de novas metodologias junto às propostas lúdicas na sala de aula,

efetivando a prática dos brinquedos e brincadeiras. Vale destacar a afirmação de

Oliveira (1997, p. 64):

O brincar permite a elaboração de um mundo de sentimentos e ações com significados sócio-afetivo novo e crítico; podendo-se atribuir à atividade lúdica três funções: socializadora, na qual desenvolve hábitos de convivência; psicológica, podendo aprender a controlar seus impulsos, e pedagógica, trabalhando a interdisciplinaridade, a heterogeneidade, o erro de forma positiva, fazendo com que o indivíduo se torne ativo no seu processo de desenvolvimento.

Acredita-se que, para a aplicação das atividades lúdicas com finalidade

pedagógica, de outra forma, é necessário ao docente um planejamento prévio com

objetivos e estratégias traçadas. Dessa forma, pressupõe que a escola precisa

galgar novos conceitos, experimentar um saber mais inovador, buscando práticas

que reflitam significados para os aprendizes de Educação Infantil.

Assim, pensar a importância do brincar, é permitir a criança liberdade de ação

e constituição do conhecimento em processo educativo de forma criativa e

prazerosa. Entende-se que o brincar vai desde a sua prática livre até uma atitude

dirigida, com regras e normas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento físico,

motor, afetivo, social e cognitivo. Dentro do contexto da observação sobre os

benefícios proporcionados pelas “práticas lúdicas”, Vygotsky (1994, p. 52) afirma

que a ludicidade não está ligada simplesmente ao prazer. As regras dos jogos, bem

como a imaginação, desenvolvem o raciocínio, a sensibilidade, a percepção, a

inspiração e tantas outras habilidades. O brincar faz parte do dia-a-dia das crianças

divulgando seus sonhos, desejos, sentimentos, frustrações e expressando como

constroem e reconstroem a realidade, encontrando soluções para os problemas que

as rodeiam. Dessa forma, as atividades lúdicas podem ser concebidas como uma

possibilidade para a práxis de uma educação diferenciada, comprometida

principalmente com uma aprendizagem significativa.

Diante do que foi abordado, esperamos de alguma forma ter contribuído para

que os docentes dessa unidade de ensino possam fazer uma reflexão sobre a

eficácia das atividades lúdicas e colocá-las em prática, o que sabemos depender de

outros fatores. Colocamos também este trabalho à disposição de todos que

37

Page 38: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

necessitarem realizar estudos sobre tal temática. Por fim, na certeza do dever

cumprido, reconhecemos que o referido trabalho monográfico foi também de suma

importância, porque proporcionou enriquecimento em nossas vidas, tanto

acadêmica, quanto profissional e pessoal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Marialzira Peretrello, (trd.) Porto Alegre: Artmed, 1992.

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 2000.

ALVES, Rubem. Educação dos sentidos. Campinas, SP: Verus Editora, 2005.

AMORIM, Ana Paula et al. Metodologia do Trabalho Científico. Salvador: FTC EaD, 2006.

ANDRÉ, Marli Eliza D.A. Ensinar a pesquisar... Como e para quê? In: SILVA, Ainda Maria M; et al (Orgs). Educação formal e não formal, processos formativos e saberes pedagógicos: desafios para a inclusão social. XIII Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Recife: ENDIPE, 2006.

BECKER, F. O Caminho da aprendizagem. 2ª ed. Rio de Janeiro, 1997.

BRASIL, Lei 9394/96, Lei de Bases e Diretrizes da Educação Nacional. Disponível em: < www.ufrpe.br/download.php?endArquivo=noticias/4248_LDB.pdf > Acesso em: 10/03/2012.

BRASIL. RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil – Brasil, 1998.

BRASIL. MEC/SEF/DPE/COEDI. Propostas pedagógicas e currículo em educação infantil. Brasília, 1996.

38

Page 39: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

BRASIL. MEC/PROINFO. Referencial Pedagógico para Formação de Professores. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental: 1999.

CARNERO, Maria Ângela Bar bato e DODGE, Janine I.A descoberta do brincar. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2007.

CORTELAZZO. Iolanda B. de Camargo e ROMANOWSKI. Joana Paulino.Pesquisa e Prática Profissional – Projeto de Pesquisa e Pesquisa e Prática Profissional – Instrumento de Investigação.Curitiba: IBPEX, 2006.

COSTA, M. F.V. Cultura lúdica e infância no cenário da pesquisa. In: COSTA, M.F.V. & FREITAS. M.G. (orgs). Cultura lúdica, discurso e identidade na sociedade de consumo. Fortaleza, Expressão Gráfica, 2005.

CUNHA, N.H.S:Brincando, Aprendendo e Desenvolvendo o jogo Matemático. Petrópolis, RJ: Vozes 2005.

ELKONIN, D. B. Psicologia do jogo. 2. Ed. São Paulo: Martins fontes, 2009.

FARIA, Anália Rodrigues de. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. Ed. Ática, 3º edição, 1995.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, pioneiro, 2003.

FORMOSINHO, J.O desenvolvimento profissional das educadoras de infância: entre os saberes e os afetos, entre a sala e o mundo. In; MACHADO, h. L de A. (org). Encontros e desencontros em Educação Infantil. São Paulo: Ed. Cortez, 2002.

FRIEDMANN, Adriana. O desenvolvimento da criança através do brincar. São Paulo, SP: Moderna, 2006.

GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, Editora Vozes, 2000.

GANDINI. Lella & EDWARDS, Carolyn. Bambini: a abordagem Italiana à educação infantil. Trad. Daniel Etcheverry Burguño. Porto Alegre: ArtMed, 2002.

39

Page 40: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

GARCIA, M. C. Formação de professores, para uma mudança educativa. Porto. Porto Editora, 1999.

GOÉS, M. Brincadeira e deficiência mental: um estudo em instituição especial para deficientes mentais. 5º Congresso de Pós Graduação, 2008.

GONZAGA, Rúbia Renata das Neves. A importância da formação lúdica para professores de educação infantil. Revista Maringá Ensina nº 10 – fevereiro/abril, 2009.

KRAMER, Sônia. (Coord.). et. Al. Com a pré-escola nas mãos. Uma alternativa curricular para a Educação Infantil. São Paulo. Ática S. A. 1994.

KISHIMOTO, Tizuko. O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneiro Thomson Learning, 2002.

KISHIMOTO, Tizuko Mochida (org). et. al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3ª edição, São Paulo: Cortez, 2003.

LEONTIEV, A. N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In: Vygotsky, L. S.; Luria,A. R.; Leontiev, A. N. (Orgs.), Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Moraes, 1994.

LOPES, K. R., Mendes, R. P. Faria, V. L. B. de. livro de estudo. Brasília: MEC/SEB/SEED, 2005 (Coleção Proinfantil; unidade 5).

LUCKESI (org.). Ensaio de Ludopedopedagogia. N.I. Salvador UFBA/FACED, 2000.

LUDKE, M. e ANDRÉ, M. E. D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MINAYO, Maria Cecília de S. (org.) Pesquisa social. 21 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

MIZUKAMI, M. das G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

MORENO, M.C. & CUBERO, R. Relações sociais nos anos pré-escolares em Desenvolvimento Psicológico e Educação, Vol. 1. Porto Alegre: Artes médicas, 1995.

40

Page 41: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

MURCIA, J. A. M.; VALENZUELA, A. V.; CERVANTES, C. T.; ORTIZ, J. P.; CAVEDA, J. L. C.; FUENTE, M. T. M; SANMARTÍN, M. G.; GARCIA, P. L. R.; GÓMEZ, R. S.; SAMANIEGO, V. P.; GORÓFANO, V. V. Aprendizagem através do Jogo: Porto Alegre, Artmed, 2005.

NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994.

OLIVEIRA, V. B. O símbolo e o brinquedo: a representação da vida. Petrópolis: Ed. Vozes, 1997

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro. Zahar, 1971.

PEREIRA, J.C.R. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais. 2.ed. São Paulo: Edusp, 1997.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da

educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

ROJAS, J. S. Educação Infantil Política Formação e Prática Docente. Campo Grande – MG, V. 01, 2002.

RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.

RIZZO, G. Jogos inteligentes: A construção do raciocínio na escola natural. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

SANTOS, S. M. P. dos (org.). O lúdico na formação do educador. Petrópolis: Vozes, 2001.

WINNICOTT, D. M. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

VALLEJO, J. M. B. Escola aberta e formação de professores, elementos para a intervenção e compreensão didática. Rio de Janeiro DP & A, 2002.

41

Page 42: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

VIGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

WEKERLIN, D. Filho.2004. Características da escola do século XXI. Disponível em <http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/77/42>. Acesso em: 19/03/2012.

42

Page 43: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

APÊNDICES

43

Page 44: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELAS PROFESSORAS

Departamento de Educação – CAMPUS VIIUniversidade do Estado da Bahia - UNEB Senhor do Bonfim - BAHIA Curso de pedagogia

Questionário

Questões sobre o perfil das professoras 1) Sexo:masculino ( ) Feminino ( ) 2) Idade: 3) Formação: 4) Tempo de atuação:

Questões mais direcionadas ao tema em pauta

5) Brincar é importante para o desenvolvimento infantil? ( ) Sim ( ) não ( ) não sei ( ) às vezes

6) Qual a função do brincar associado ao processo de ensino aprendizagem? ( ) divertir-se

( ) jogar

( ) realizar atividades de jogos e brincadeiras com finalidades pedagógicas.

7) Quais as atividades lúdicas mais comuns nas suas aulas? ( ) jogos ( ) história ( ) filmes e vídeo ( ) brincadeiras de roda ( outras, especifique 8) Qual a importância da brincadeira, no desenvolvimento integral da criança?

( ) Raciocínio lógico ( ) possibilite a imitação de diferentes papéis, comumente do seu cotidiano. ( ) Não facilita a transformação do mundo adulto para seu universo

9) Você tem conhecimento teórico sobre o tema ludicidade? ( ) Sim ( ) Não

44

Page 45: Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012

APÊNDICE 2 – ENTREVISTA REALIZADA COM AS PROFESSORAS

Departamento de Educação Campos Universidade do Estado da Bahia - UNEB Senhor do Bonfim - Bahia Curso de Pedagogia

Dados pessoais:

a) Sexo: masculino ( ) feminino ( ) b) Idade: c) Tempo de formação: d) Tempo de atuação:

Entrevista

1) O que é brincar?

2) Quantas vezes você realizava atividades lúdicas? E quais?

3) Qual a importância de brincar no desenvolvimento cognitivo da criança?

4) Nas suas atividades diárias em que momento aparece às brincadeiras?

5) Qual a sua compreensão em relação às atividades lúdicas que possam contribuir na maturação da criança?

45