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Cemig Geração e Transmissão S.A PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho Monitoramento da Ictiofauna Instalação: PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho Estudo: Empresa Responsável: PRB Consultoria e Projetos Ambientais Responsável Técnico: Luiz Gustavo Martins da Silva (Biólogo) Relatório: Ano de referência: 2009/2010 Tipo: Final Emissão: 30/04/2010 Campanha(s) de referência: Agosto/2009; Março/2010.

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Cemig Geração e Transmissão S.A

PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho

Monitoramento da Ictiofauna

Instalação: PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho

Estudo: Empresa Responsável: PRB Consultoria e Projetos Ambientais

Responsável Técnico: Luiz Gustavo Martins da Silva (Biólogo)

Relatório:

Ano de referência: 2009/2010

Tipo: Final

Emissão: 30/04/2010

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EQUIPE TÉCNICA

TÉCNICO FORMAÇÃO / REGISTRO

PROF.

RESPONSABILIDADE

NO PROJETO

Luiz Gustavo Martins da Silva Biólogo Sênior

CRBio 37.026/4-D Coordenação do projeto

Bruno Pereira Maia Biólogo Sênior

CRBio 44.024/4-D Sub-coordenação do projeto

Paulo Guimarães Neto Biólogo Pleno

CRBio 57.351/04-D

Responsável pelas campanhas de

campo e processamento dos peixes

Waldemir Alves dos Santos Aquaviário/Pescador Auxiliar de campo

Ângelo Barbosa Monteiro Estagiário de Biologia Auxiliar de laboratório

EMPRESA RESPONSÁVEL PELO EMPREENDIMENTO

Empreendimento: Razão social: CNPJ: Inscrição estadual: Endereço:

Pequena Central Hidrelétrica Sumidouro e Bom Jesus do Galho Cemig Geração e Transmissão S.A. 06.981.176/0001-58 062.322131.0098 Av. Barbacena, 1200 – 12ª andar – Ala A2 Bairro Santo Agostinho Belo Horizonte-MG

Contato: Telefone: E-mail:

Rodrigo Vargas Amaral (31) 3506-4077 [email protected]

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SUMÁRIO 1. introdução ...................................................................................................................................................... 4 2. Objetivos ........................................................................................................................................................ 5

2.1 Objetivo Geral: ......................................................................................................................................... 5 2.2. Objetivos Específicos:............................................................................................................................. 5

3. metodologia ................................................................................................................................................... 6 3.1. Periodicidade, pontos amostrais e captura dos peixes .......................................................................... 6 3.2. Processamento dos Peixes .................................................................................................................... 8

3.2.1. Em Campo ....................................................................................................................................... 8 3.2.2. Em Laboratório ................................................................................................................................. 8

3.3. Avaliação da Estrutura da Comunidade Ictiíca ....................................................................................... 9 3.3.1. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) ...................................................................................... 10 3.3.2. Índice de diversidade, riqueza, equitabilidade e similaridade ........................................................ 10

3.4. Análise da atividade reprodutiva dos peixes ........................................................................................ 11 3.5. Análise da atividade trófica dos peixes................................................................................................. 12 3.6. Análise da atividade pesqueira ............................................................................................................. 13

4. Resultados ................................................................................................................................................... 14 4.1. Estrutura da comunidade de peixes ..................................................................................................... 14 4.2. Avaliação da atividade reprodutiva ....................................................................................................... 25 4.3. Avaliação da atividade trófica ............................................................................................................... 29 4.4. Avaliação da atividade pesqueira ......................................................................................................... 35

5. discussão ..................................................................................................................................................... 37 6. referência bibliográfica ................................................................................................................................ 39 7. anexos ......................................................................................................................................................... 40

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1. INTRODUÇÃO

Como parte do contrato 4570011569/510 firmado entre a PRB Ambiental e a CEMIG – GT apresenta-se, a seguir, as atividades e resultados obtidos através do monitoramento da ictiofauna na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho. O histórico do Brasil, em se tratando de energia elétrica, indica o início de exploração deste tipo de energia desde a época colonial. Nessa época, grande parte da energia elétrica foi produzida mecanicamente, utilizando-se dínamos e máquinas motrizes a vapor formando-se algumas usinas termelétricas (MEMÓRIA DA ELETRICIDADE, 2000). Ao final do século XIX surge a primeira usina para geração de energia elétrica, construída no estado de Minas Gerais no município de Diamantina. Esta usina hidrelétrica foi instalada no ribeirão do Inferno, inserido na bacia do rio Jequitinhonha e a partir daí, com o desenvolvimento de novas tecnologias, o aproveitamento do potencial hídrico do país tornou-se questão de tempo (MEMÓRIA DA ELETRICIDADE, 2000). Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) podem ser consideradas como usinas de pequeno porte, com potência instalada de até 30 MW (ANEEL, 2008). As PCHs Sumidouro e Bom Jesus do Galho localizam-se no rio Sacramento, município de Bom Jesus do Galho, MG. Foram instaladas em 1956 e 1931 respectivamente. A barragem para a PCH Sumidouro possui comprimento total de 32 metros e altura de 5 metros e possui uma potência instalada de 2,120 MW. A PCH Bom Jesus do Galho possui uma barragem de 40 metros de comprimento total com altura de 6 metros e uma potência instalada de 0,360 MW. Ambas as PCHs possuem apenas um gerador. A área total alagada pelos dois empreendimentos é de 0,07 km². A inclusão de barreiras artificiais em ecossistema aquáticos pode desencadear inúmeros processos de alterações ecológicas, econômicas e sociais, em escalas regionais, locais ou pontuais. Tais ecossistemas artificiais podem ocasionar alteração do fluxo dos rios, do transporte de nutrientes e sedimentos e interferência na migração e reprodução da ictiofauna, gerando uma reorganização dos sistemas físicos e biológicos (TUNDISI, 1999 apud HIRSCHMANN et al., 2008). Os represamentos, pelas mudanças que impõem nos atributos físicos, químicos e biológicos do corpo d’água, promovem grandes alterações nas interações bióticas dentro do ecossistema, incluindo-se aquelas de natureza trófica (AGOSTINHO & ZALEWSKI, 1995; ARAUJO-LIMA et al.,1995). Algumas espécies encontram no novo ambiente condições favoráveis à proliferação, enquanto outras tendem à extinção local (HAHN et al., 1998). A instabilidade do novo ambiente, fruto não apenas do impacto inicial do represamento, mas também de perturbações não cíclicas produzidas pela operação da barragem ou por outras ações antropogênicas, torna as comunidades instáveis e gradativamente mais simples. Desta forma faz-se necessário verificar como os indicadores ecológicos (abundância, constância de ocorrência, riqueza de espécies, diversidade, equitabilidade) variam após a intervenção (SCHINDLER, 1987 apud HIRSCHMANN et al., 2008).

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Após a alteração causada pelo barramento de cursos d’água espera-se uma reestruturação das comunidades aquáticas e sua estabilização em um período de cerca de cinco anos (Vono et al., 2002). Tendo em vista que a PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho encontram-se instaladas no ribeirão Sacramento a mais de 50 e 80 anos, respectivamente, admite-se que a comunidade ictiofaunística encontra-se estabilizada e reestruturada às novas características do ambiente. Certamente, a avaliação e caracterização da estrutura da ictiofauna da região permite a realização de inferências sobre o assunto, além de tornar possível a avaliação de alterações causadas por outros fatores que não o barramento. Assim, pretende-se com o presente estudo apresentar dados sobre a composição, abundância, diversidade e riqueza da ictiofauna do rio Sacramento na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho. Além disso, serão discutidos, brevemente, possíveis interferências do lançamento de efluentes provenientes da cidade de Caratinga – MG sobre a qualidade do ambiente e estruturação da comunidade de peixes. 2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

O objetivo geral desse relatório visa apresentar informações acerca do monitoramento da ictiofauna da área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, localizada no ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

2.2. Objetivos Específicos:

Inventariar a ictiofauna do ribeirão Sacramento, tanto no reservatório da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho quanto a jusante da barragem;

Apresentar informações acerca da estrutura da comunidade ictiíca, considerando-se a abundância em número e biomassa, na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho;

Avaliar a diversidade, riqueza, similaridade e equitabilidade da ictiofauna amostrada na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho;

Apresentar dados sobre a atividade reprodutiva de algumas espécies capturadas em maior abundância na área estudada;

Avaliar a estrutura trófica de algumas espécies capturadas na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho;

Apresentar informações acerca da atividade pesqueira na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

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3. METODOLOGIA

3.1. Periodicidade, pontos amostrais e captura dos peixes

O monitoramento da ictiofauna da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho foi realizado através de duas campanhas de campo para amostragem no decorrer das estações seca e chuvosa. A primeira campanha de campo foi realizada em 21/08/2009, correspondente ao período de seca, ao passo que a segunda ocorreu no período de 17 a 18/03/2010, correspondendo à época de chuva. Para amostragem dos peixes foram pré-defindas três estações de coleta, conforme a Especificação Técnica ET – CAM – 002/2009. Essas estações foram denominadas BJ-IC 01, correspondendo ao corpo do reservatório de Bom Jesus do Galho (Figura 1e Figura 2), SU-IC 02, correspondente ao corpo do reservatório de Sumidouro (Figura 3 e Figura 4) e a estação a jusante do canal de fuga da barragem de Sumidouro, no rio sacramento, denominado como SU-IC 03(Figura 5 e Figura 6). A descrição dos pontos e suas coordenadas geográficas podem ser encontrados no quadro 1. Para a captura de peixes nas duas campanhas de campo utilizaram-se diferentes petrechos de pesca. Devido ao tamanho reduzido de ambos os reservatórios, utilizou-se, na campanha de agosto de 2009, apenas petrechos correspondentes à métodos ativos de captura. Para a campanha na época de cheia, março 2010, houve a possibilidade da utilização de rede de emalhar e espinhéis nos reservatórios. As redes utilizadas mediram 10 m de comprimento e 1,5 m de altura, sendo o esforço de pesca de 15m2 para cada rede utilizada, totalizando 105 m2 de esforço. As redes, com tamanhos de malha variando de 3 a 10 cm entre nós opostos, foram armadas ao entardecer e retiradas na manhã seguinte, perfazendo cerca de 12 horas de exposição na água. Para a amostragem com espinhéis foram utilizados 15 anzóis dispostos em um transecto de 15 m de comprimento. Portanto, a distância entre cada anzol foi de cerca de 1 m. Os espinhéis foram armados ao entardecer e retirados na manhã seguinte, juntamente com as redes de emalhar. Em cada anzol foram colocados diferentes tipos de isca variando entre peixes, massa para pesca e vísceras de frango. Já os métodos ativos de amostragem envolveram a utilização de peneiras e tarrafas. As peneiras foram utilizadas junto à vegetação na margem do reservatório ou junto ao substrato no trecho a jusante do canal de fuga. O esforço empregado para a amostragem com peneira foi de 1 hora/homem para cada ponto de coleta. A rede de arrasto não foi utilizada próximo devido à ausência de condições favoráveis de substrato. Além disso, utilizaram-se tarrafas de diferentes tamanhos de malha, variando entre 2 e 4 cm entre nós opostos. As tarrafas utilizadas mediram cerca de 2 m de altura e 15/20 m de roda, para a tarrafa de menor/maior malha, respectivamente. Em cada ponto amostral foram realizados de 15 a 20 lances de tarrafa em torno do ponto (Figura 5). Quadro 1: Localização física e geográfica das estações de coleta, e o respectivos petrechos de pesca utilizados, para amostragem da ictiofauna na área de influencia da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

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Ponto Coordenadas Geográficas Descrição do

Ponto Petrechos de Pesca

Grau e Minutos Decimais L/L

BJ – IC 01 19° 49'24.26" S / 42° 19'09.97" O

Corpo do reservatório de

Bom Jesus do Galho

Redes de espera /peneiras / tarrafa de malha 4 / espinhel com 15 anzóis.

SU – IC 02 19° 48'05.00" S / 42° 18'07.16" O

Corpo do reservatório de

Sumidouro

Redes de espera /peneiras / tarrafa de malha 4 / espinhel com 15 anzóis.

SU – IC 03 19° 47'50.63" S / 42° 18'09.60" O

Rio Sacramento na sua jusante do

canal de fuga para a PCH

Sumidouro

Peneira / tarrafa de malha 4 / tarrafa malha 2/ espinhel com 15 anzóis.

Figura 1. Estação de amostragem BJ – IC 01, época de cheia

Figura 2. Estação de amostragem BJ – IC 01, época seca

Figura 3. Estação de amostragem SU – IC 02, época de cheia

Figura 4. Estação de amostragem SU – IC 02, época seca

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Figura 5. Estação de amostragem SU – IC 03, época de cheia

Figura 6. Estação de amostragem SU – IC 03, época de cheia

Ressalta-se que no período de agosto de 2009 a usina encontrava-se em manutenção, o que dificultou a amostragem para as estações de coleta BJ-IC 01 e SU-IC 02. De qualquer maneira, foram efetuados lances de tarrafa, sem sucesso de captura de peixes.

3.2. Processamento dos Peixes

3.2.1. Em Campo

Em campo, os peixes coletados foram injetados com solução de formalina a 10%, com o auxilio de uma ampola. Posteriormente, foram acondicionados em sacos plásticos e etiquetados de acordo com o ponto de coleta e petrecho de pesca utilizado para captura. Em seguida, os peixes foram acondicionados em bombonas de 50L, imersos em solução de formol a 10% para fixação e preservação.

3.2.2. Em Laboratório

Em laboratório os peixes, foram devidamente lavados em água corrente para retirada do excesso de formol e transferidos para bombonas de armazenamento contendo solução de álcool 70º GL. Em seguida, deu-se início ao processamento dos peixes para a identificação taxonômica e obtenção de dados biométricos de todos os indivíduos coletados. Realizou-se também a análise dos estádios de maturação gonadal e separação dos estômagos dos espécimes sujeitos às análises reprodutiva e trófica. Para obtenção de dados biométricos os peixes foram medidos e pesados, quanto ao seu comprimento padrão, total (cm) e peso (g) (Figura 6). Para obtenção de dados relacionados ao estádio de maturação gonadal, bem como a separação dos estômagos, os indivíduos foram dissecados através de incisão ventral realizada através da papila urogenital em direção à cabeça. Durante o processo de dissecação, as gônadas foram analisadas para determinação macroscópica dos estádios

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de maturação gonadal (Figura 7), seguindo definição dada por Vono et al. (2002). Feito isso, as vísceras foram retiradas da cavidade celomática e devidamente dissecadas para separação das estruturas e obtenção dos pesos, em gramas (g), do estômago, gônadas (ovários ou testículo) e gordura celomática. As vísceras foram pesadas utilizando-se balanças digitais MARTE SLIM com precisão de duas casas decimais e SHIMADZU com precisão de três casas decimais. Os estômagos dissecados foram devidamente acondicionados em frascos plásticos contendo álcool 70º GL para ulterior análise de conteúdo estomacal (Figura 8).

Figura 6. Biometria dos peixes para obtenção de dados sobre comprimentos total e padrão (cm) e peso corporal (g).

Figura 7. Dissecação dos peixes e análise das gônadas para determinação macroscópica dos estádios de maturação gonadal.

Figura 8. Pesagem de estômago após dissecação e separação para realização das análises

tróficas.

3.3. Avaliação da Estrutura da Comunidade Ictiíca A avaliação da estrutura da comunidade de peixes na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho foi realizada através dos cálculos feitos com os dados obtidos para as duas campanhas de campo realizadas. As análises de abundância envolveram o cálculo da Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em número e biomassa

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para os pontos BJ–IC 01 e SU-IC 02, nas campanhas de março de 2010, tendo em vista que nesses pontos foi possível a armação de redes de espera. Os dados obtidos com os cálculos realizados não permitem comparações temporais, mas podem ser utilizados para comparações espaciais e como complementação de informações acerca da estrutura da comunidade de peixes no local. Já as análises de índices relacionados à estrutura da comunidade foram realizadas com os dados obtidos através dos cálculos do índice de diversidade de Shannon-Wiener, riqueza de espécies, equitabilidade (equação de Pielou) e similaridade de Sorensen. Para estimativa da eficiência amostral foi calculada a curva do coletor levando-se em consideração o esforço amostral como o número de dias utilizados para a captura dos peixes.

3.3.1. Captura por Unidade de Esforço (CPUE)

O cálculo de CPUE total para os pontos de coleta passiva foi realizado em número (CPUEntotal) e em biomassa (CPUEbtotal). Além disso, calculou-se a CPUE em número e biomassa por espécie e por malha utilizada. A CPUE foi calculada através da seguinte expressão:

10

CPUEn ou b = (Nm ou Bm / Epm) * 100, sendo: m=3

CPUEn = Captura em número por unidade de esforço; CPUEb = Captura em biomassa (peso corporal) por unidade de esforço; Nm = Número total dos peixes capturados na malha m; Bm = Biomassa total capturada na malha m; Epm = Esforço de pesca, que representa a área em m2 das redes de malha m; m = Tamanho da malha (3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 cm). Além do cálculo de CPUE, estimativas de abundância em número e biomassa das espécies amostradas utilizando-se métodos ativos de captura foram realizadas através do somatório do número de indivíduos e do peso corporal acumulado para cada espécie capturada, levando-se em consideração a padronização do esforço de pesca realizado com esses petrechos. Essa estimativa foi realizada para cada ponto de amostragem por espécie e por período de coleta, permitindo a realização de comparações entre a distribuição das espécies ao longo do tempo e espaço. Além disso, para análise da estrutura da comunidade foram também registrados os tamanhos e pesos mínimos e máximos para cada espécie por ponto de coleta.

3.3.2. Índice de diversidade, riqueza, equitabilidade e similaridade

Os índice de diversidade de Shannon (H’) foi calculado para cada ponto de amostragem utilizando-se a seguinte fórmula:

S

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H’ = - Pi * logn Pi, sendo: i=1

S = Número total de espécies na amostra; i = Espécie 1, 2... na amostra; Pi = Proporção de indivíduos da espécie i na amostra.

Já a riqueza foi determinada com base no número de espécies capturadas em cada estação de amostragem. Calculou-se também a equitabilidade de distribuição das espécies, utilizando-se a fórmula:

E = H’/logS, onde: H’ = Índice de Diversidade de Shannon; S = número de espécies. A similaridade foi obtida através da expressão:

S = 2j / (a + b), sendo: S = Índice de similaridade; j = Número de espécies comuns nos pontos de amostragem a e b; a e b = Número de espécies nos pontos de amostragem a e b. Tendo em vista a comparação entre dois pontos amostrais apenas não foi possível a elaboração de cluster para análise de agrupamento dos pontos de coleta conforme solicitado pela Especificação Técnica ET – CAM – 002/2009.

3.4. Análise da atividade reprodutiva dos peixes

Dados relativos à atividade reprodutiva dos peixes na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho foram obtidos através da análise da freqüência relativa de distribuição dos estádios de maturação gonadal ao longo dos períodos de coleta. Os dados foram obtidos para todas as espécies registradas na área, devido ao baixo número de indivíduos capturados. Dessa forma, as espécies definidas para análise da atividade reprodutiva foram o lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax bimaculatus), o cará (Geophagus brasiliensis), a traíra (Hoplias malabaricus), o cascudo (Hypostomus affinis), e o bagre (Rhamdia quelen). Além disso, determinou-se a freqüência absoluta e relativa de distribuição de machos e fêmeas dessas espécies por classe de tamanho, visando avaliar a segregação 1:1 entre elas. As classes de tamanho foram obtidas conforme Sampaio (1998). Tendo em vista o baixo número de fêmeas coletadas para cada espécie não foi possível o cálculo dos índices gonadossomático (IGS) e de gordura celômica (IGC), fatores que contribuem para a determinação dos períodos reprodutivos.

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3.5. Análise da atividade trófica dos peixes Para este tipo de análises foi identificado, primariamente, o espaço que o conteúdo estomacal ocupava em relação ao estômago, registrando-se o estádio de repleção do mesmo. As classificações para os estádios de repleção estomacal (ERE) foram definidas e adaptadas de acordo com Kawakami & Vazzoler (1980), conforme Quadro 2.

Quadro 2: Caracterização dos estádios de repleção adaptado de Kawakami & Vazzoler (1980).

Estádio de repleção

Características do estômago

0 Estômago vazio sem vestígio de alimentar presente.

1 Estômago vazio com vestígios de alimentos ou restos alimentares.

2 Estômagos com presença de alimentos, porem não ocupando

totalmente o espaço estomacal.

3 Estômago completamente cheio de alimento sem aparente presença

de espaços vazios.

Após a determinação do ERE os estômagos foram dissecados com o auxílio de um bisturi e o conteúdo estomacal exposto. O mesmo foi hidratado e levado para identificação dos itens alimentares em microscópio óptico e microscópio estereoscópico. Os itens foram identificados e separados de acordo com sua natureza, ou seja, insetos, peixes, vegetais, etc. A identificação ocorreu procurando alcançar, sempre que possível, o menor nível taxonômico do material encontrado no caso de insetos e larvas. O conteúdo foi hidratado novamente para a pesagem a partir da metodologia de análise gravimétrica, a qual utiliza o peso úmido dos itens alimentares. Para pesagem, o conteúdo estomacal foi seco utilizando-se toalhas de papel. A soma dos itens alimentares forneceu o peso do conteúdo estomacal total (PCT). Para cada item alimentar foi determinado a freqüência de ocorrência (número de estômagos contendo o determinado item/total de estômagos com alimento) e o peso relativo do item (Pi), o qual indica a proporção do peso daquele item sobre o peso total dos itens alimentares. Estes dados foram utilizados para se determinar o Índice alimentar do item – IAi, modificado de Kawakami & Vazzoler (1980). O IAi foi obtido através da seguinte relação:

n

IAi = (Fi.Pi)/ Fi.Pi, sendo: i=1

IAi = índice alimentar do item i, Fi = frequência de ocorrência do item i, Pi = peso proporcional do item i.

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Devido ao baixo número de espécimes coletados na PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, todas as espécies foram evisceradas e tiveram seu conteúdo estomacal analisado, excetuando-se H. affinis, em função do estômago nesse grupo ser difuso juntamente com o intestino, em decorrência do seu habito detritívo. Em função do baixo número de indivíduos das espécies dissecadas não foi possível realizar análises de agrupamento para as guildas tróficas. As espécies para as quais foram realizadas análises tróficas foram o cará – Geophagus brasiliensis, lambari-do-rabo-amarelo – Astyanax bimaculatus, traíra – Hoplias malabaricus e bagre – Rhamdia quelen. Espécies amostradas com redes de arrasto, peneiras ou de pequeno porte não foram dissecadas. As análises de estádio de repleção se deram por período, uma vez que não há exemplares suficientes para análise espacial deste tipo de dado. Já os índices alimentares foram calculados por ponto e período de coleta, permitindo a realização de análises espaciais e temporais.

3.6. Análise da atividade pesqueira A avaliação da atividade pesqueira foi obtida através da aplicação de questionário conforme o modelo do ANEXO 1 da Especificação Técnica ET – CAM – 002. Para obtenção dos dados o questionário foi aplicado a pescadores locais que se dispuseram a responder as perguntas realizadas. Os pescadores selecionados foram aqueles que se encontravam nas proximidades do reservatório ou do curso d’água estudado portando algum tipo de petrecho de pesca. Ao longo das campanhas foram realizadas entrevistas com três pescadores locais. As respostas obtidas foram organizadas em categorias para cada pescador entrevistado. O questionário aplicado encontra-se em anexo.

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4. RESULTADOS

4.1. Estrutura da comunidade de peixes

Ao final do monitoramento foram coletados 29 indivíduos agrupados em três ordens, cinco famílias e cinco espécies. Os indivíduos se dividiram através dos petrechos utilizados, sendo 13 dos indivíduos capturados por rede de espera e 16 por tarrafa. Não houve captura com peneira e espinhel na área da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho. O Quadro 3 apresenta a lista taxonômica das espécies capturadas além dos pontos e abundância absoluta e relativa para cada petrecho de pesca utilizado. Em relação à primeira campanha, duas espécies foram adicionadas à lista registrada anteriormente após a realização da segunda amostragem, sendo elas a traíra (Hoplias malabaricus) e o bagre (Rhamdia quelen). O cascudo (Hypostomus affinis), coletado na 1ª campanha, não foi coletado na amostragem de março de 2010. De acordo com a Figura 9 observa-se que o maior número de espécies capturadas pertence às ordens Siluriformes e Perciformes, sendo que cada uma contribuiu com 34% e 35% para a abundância relativa de indivíduos respectivamente. Characiformes, não muito distante, teve uma representatividade de 31% dos indivíduos coletados.

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Quadro 3. Classificação taxonômica das espécies com local de amostragem e abundâncias absoluta e relativa de captura para cada petrecho de pesca utilizado na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG, agosto de 2009/março de 2010.

Ordem Família Espécie Nome Popular Ponto de Amostragem

Abundância

Rede Espera Tarrafa

AA AR(%) AA AR(%)

Characiformes

Characidae Astyanax bimaculatus Lambari (Figura 10) SU-IC 02; SU-IC 03 1 7,7 5 31,25

Erythrynidae Hoplias malabaricus Traíra (Figura 11) SU-IC 02 3 23,1 0 0

Siluriformes Pimelodidae Rhamdia quelen Bagre (Figura 14) BJ-IC 01; SU-IC 02 5 38,5 0 0

Loricariidae Hypostomus affinis Cascudo (Figura 13) SU-IC 03 0 0 5 31,25

Perciformes Cichlidae Geophagus brasiliensis Cará (Figura 12) BJ-IC 01; SU-IC 02; SU-IC 03 4 30,8 6 37,5

Total de Indivíduos 13 100,0 16 100,0

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Figura 9: Proporção do número de espécies por ordem capturadas na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG, agosto de 2009/março de 2010.

Figura 10. Exemplar de lambari-do-rabo-amarelo, Astyanax bimaculatus.

Figura 11. Exemplar de traíra, Hoplias malabaricus.

Figura 12. Exemplar de cará, Geophagus brasiliensis.

Figura 13. Exemplar de cascudo, Hypostomus affinis

31%

35%

34%

Characiformes

Perciformes

Siluriforme

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Figura 14. Exemplar de bagre, Rhamdia quelem

Figura 15. Metodologia de coleta ativa, utilizando-se tarrafa

As análises do número de indivíduos capturados nas estações de amostragem indicaram que SU-IC 03, ponto a jusante do barramento de sumidouro, foi a estação que contribuiu com o maior número de exemplares, chegando a ter maior expressividade que ambos os reservatórios. Dentre os reservatórios, a estação acima do barramento de sumidouro teve um maior número de indivíduos em relação ao ponto acima do barramento de Bom Jesus do Galho (Figura 16).

Figura 16: Número de peixes capturados em cada estação de amostragem na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG, para os períodos de agosto de 2009/ e março de 2010.

A diversidade das espécies, quando comparadas ao longo das estações de amostragem, se dividem como mostra a Tabela 1. SU-IC 02 encontra-se com maior diversidade de espécies, em comparação às outras estações de amostragem. A estação que conteve o maior número de indivíduos coletados fica caracterizada como segunda estação amostral com mais diversidade de espécies. Alem disto, estes dois pontos possuem um equilíbrio em sua população, os valores de equitabilidade para estas estações mostram que há de 95% a 98% de estabilidade populacional. Já o mesmo não pode ser considerado para o ponto BJ-IC 01. Alem de apresentar a menor diversidade, observa-se também que é

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BJ-IC 01 SU-IC 02 SU-IC 03

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Estações de amostragem

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observado para este ponto uma menor estabilidade populacional. Contudo, é importante considerar-se que o baixo número de indivíduos coletados nestes pontos podem alterar estes valores e não apresentar dados reais sobre a população local, uma vez que a presença ou ausência de um único individuo pode afetar os índices analisados.

BJ - IC 01 SU - IC 02 SU - IC 03

H’ 0,5623 1,3210 1,0850

E 0,8113 0,9528 0,9878

Tabela 1. Índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de Equitabilidade (E) para os pontos de amostragem da ictiofauna PQ – IC 01 e PQ – IC 02, localizados no reservatório e a jusante do canal de fuga da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, respectivamente, para amostragens realizadas em agosto/2009 e março/2010. A similaridade dos pontos amostrais demonstram-se mais significativos entre os pontos BJ-IC 01 e SU-IC 02, sendo que a similaridade destes pontos é de cerca de 50%. Por outro lado, o ponto de jusante demonstra-se menos similar aos demais, com índice com cerca de apenas 32% de similaridade.

Figura 17: Cluster de Similaridade de Jaccard das espécies por estação amostral na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG, para os períodos de agosto de 2009/ e março de 2010.

Apesar do baixo número de espécimes coletados, analisando-se a curva do coletor (Figura 17) observa-se que o número estimado de espécies coletadas tendeu a se

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estabilizar ao final do período. Os valores observados não ficaram muito distantes dos valores estimados, indicando uma suficiência amostral razoável.

Figura 18: Curva do coletor mostrando valores observados e estimados (Jack-Knife) para o acúmulo de espécies capturadas na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

Em se tratando de análises de CPUE, este empreendimento mostrou-se com condições para a armação de rede apenas em época de cheia. Desta maneira, o período de seca teve o calculo de CPUE referente à utilização de tarrafa. Destaca-se ainda que a estação de amostragem SU-03 não apresentou condições para a armação de redes de emalhar mesmo em época de cheia, e a captura realizada pelo uso de tarrafa neste período levou a captura de apenas um cará (Geophagus brasiliensis), sendo que, desta maneira, esta estação de amostragem, no período de março de 2010, não entrou nas análises de CPUE. Nas coletas de agosto, destaca-se que não houve captura de indivíduos nas estações BJ-IC 01 e SU-IC 02. Para SU-IC 03, as coletas não se deram em número elevados de indivíduos e os cálculos de CPUE por tarrafa indicaram valores de 1 individuo por lance de tarrafa, e cerca de 0,05Kg de peixe, como mostra a Figura 19.

0

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Número de amostragens

Estimado (Jack-Knife)

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Figura 19: Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em número e biomassa total para o reservatório da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, agosto/2009

A utilização de petrechos de pescas passivos mostrou-se mais eficiente para amostragens neste empreendimento. Houve a captura de um maior número de indivíduos nas estações de amostragem, BJ-IC 01 e SU-IC 02, que em agosto/2009 não forneceram nenhum exemplar para as coletas. De toda forma, as coletas não foram expressivas em números e biomassas de indivíduos, sendo que não espera-se captura de mais de 10 individuo e 1Kg de biomassa para cada 100m2 de rede armada no empreendimento (Figura 20). A partir destas análises, pode-se considerar que a comunidade local não encontra-se populosa e, os indivíduos encontrados no empreendimento não atingem tamanhos elevados, devido ao baixo número de biomassa observado.

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Figura 20. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em número e biomassa total para o reservatório da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, março/2010.

Os cálculos de CPUE por malha na relação de número de indivíduos coletados para cada 100m² de rede armada no empreendimento indicou que a malha 5, considerada uma malha para peixes de pequeno a médio porte, foi aquela que apresentou um maior número de indivíduos esperados a cada 100m² do petrecho armado. As malhas 3 e 4 apresentaram valores maiores em relação aos demais petrechos, confirmando assim que para o empreendimento, não espera-se a presença de peixes de grande porte, uma vez que as malhas 7, 8, 9, 10 não apresentam indicações de captura de peixes no empreendimento (Figura 21). Confirmando os dados acerca da estruturação da população da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, observa-se que a biomassa esperada para cada 100m² de rede armada é baixa, ou seja, as coletas não contemplam peixes de grande porte. O petrecho que se mostra mais eficiente para as coletas no empreendimento foi confirmada como sendo a rede de espera de malha 5 e mesmo esperando-se cerca de 50 indivíduos para cada 100m2 desta malha, os indivíduos coletados não ultrapassam 0,15Kg, sendo então ratificada a teoria acima. (Figura 22).

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Figura 21: Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em número por malha para a PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, março/2010.

Figura 22: Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em biomassa por malha para a PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, março/2010.

Observando-se a distribuição das espécies ao longo das análises de CPUE, tem-se a distribuição das coletas em agosto/2009 sendo composta pelo lambari-de-rabo-amarelo (Astyanax bimaculatus), cará (Geophagus brasiliensis) e cascudo (Hypostomus sp.), todas elas coletadas no ponto SU-IC 03. Por outro lado, os cálculos de CPUE de nº de indivíduos por tarrafa indicam quem é menor do que 1 os cálculos de número de exemplares esperados por amostragem. Os pontos BJ-IC 01 e SU-IC 02 participam das coletas apenas em março de 2010, e é representada pelo cará (Geophagus brasiliensis) e o bagre (Rhamdia quelen) para o ponto BJ-IC 01 e lambari-de-rabo-amarelo (Astyanax bimaculatus), cará (Geophagus brasiliensis), bagre (Rhamdia quelen) e traíra (Hoplias malabaricus), para o ponto SU-IC 02, como podem ser observadas nas Figuras 23 e 25. Estas informações podem ser consultadas também nas figuras 23 e 25, onde observa-se os cálculos de biomassa esperada para lances de tarrafa, para agosto de 2009 e rede de

0 10 20 30 40 50

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0,000 0,050 0,100 0,150 0,200

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mar-10

ago-09

CUEb por malha de rede de espera (Kg/100m2)

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espera, em março de 2010. Tanto em época seca, quanto em época de cheia, não espera-se a coleta de mais de 1Kg de peixe por amostragem, destacando-se os baixos níveis esperados para a época de seca, como já esperado, decorrente das amostragens feitas na região.

Figura 23. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em número por espécie para a PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, agosto/2009.

Figura 24. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em biomassa por espécie para a PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, agosto/2009.

BJ - IC 01

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Figura 25. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em número por espécie para a PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, março/2010.

Figura 25. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em biomassa por espécie para a PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, março/2010.

A estrutura da população capturada, pode ser confirmada como sendo de peixes de pequeno porte também a partir do Quadro 4. Alem do peso corporal baixo coletado, como já discutido anteriormente, as medidas das espécies, mesmo aquelas consideradas de médio a grande porte, como a traíra (Hoplias malabaricus) e o bagre (Rhamdia quelen), não forneceram exemplares de grandes proporções e o tamanho máximo observado para a população foi de 23 cm.

BJ - IC 01

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SU - IC 020,000,100,200,300,400,500,60

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Quadro 4. Estrutura em tamanho (comprimento padrão - CP) e peso corporal (PC) máximo e mínimo para as espécies capturadas na PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG, agosto/2009 e março/2010.

Sumidouro e Bom Jesus do Galho

Espécie CP máx (cm) CP mín

(cm) PC máx (g) PC mín

(g) n

Astyanax sp. 9,5 7,2 23 10,66 6

Geophagus brasiliensis 12 6 49.19 14.32 10

Hoplias malabaricus 23 19 257,63 131,5 3

Rhamdia quelen 21 18 175,33 118,1 5

Hypostomus sp. 20 9,9 168 19 5

4.2. Avaliação da atividade reprodutiva Análises da segregação populacional e dados acerca do tamanho da população para o lambari do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus) são difíceis de serem inferidas com o número amostral de captura do empreendimento. O baixo número de exemplares coletados pode apenas fornecer dados acerca do tamanho observado para uma parcela da população. Desta maneira, para os indivíduos coletados, pode-se inferir que as maiores classes de tamanho são compostas por fêmeas, indicando que há uma tendência de se observar fêmeas maiores que machos, para esta espécie. Alem disto a segregação populacional pode ser apenas inferida em sendo 2:1 entre fêmeas e macho, respectivamente, acredita-se que um maior n amostral traria informações mais precisas, porem seguindo a tendência observada na Tabela 2. Tabela 2. Freqüência de distribuição de machos e fêmeas do lambari do rabo amarelo, Astyanax bimaculatus, na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

Astyanax bimaculatus

Classe (cm)

Fêmeas Machos

Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Absoluta Frequência Relativa

7,2 - 8,1 0 0 1 100

8,2 - 9,1 2 100 0 0

9,2 - 10,1 2 66,7 1 33,3

Total 4 66,7 2 33,3

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A população do cará (Geophagus brasiliensis) apresentou em sua distribuição uma segregação de 1: 2 observada entre fêmeas e machos, respectivamente. Nas distribuições das classes de tamanho houve uma homogeneização da distribuição dos machos e fêmeas entre as classes de tamanho que compõe a população. Porem, da mesma maneira como os lambaris, o número amostral é baixo e leva a uma amostragem imprecisa da distribuição da espécie nas classes de tamanho, como observado na Tabela 3. Tabela 3. Freqüência de distribuição de machos e fêmeas do cará Geophagus brasiliensis na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

Geophagus brasiliensis

Classe (cm)

Fêmeas Machos

Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Absoluta Frequência Relativa

6,0 - 8,0 1 25,0 3 75,0

8,1 - 10,1 1 50,0 1 50,0

10,2 - 12,2 1 33,3 2 66,7

Total 3 33,3 6 66,7

Para a traíra (Hoplias malabaricus) houve captura apenas de machos. Os três indivíduos coletados dividem-se entre as classes de tamanho e não apresentam padrão de distribuição. Tabela 4. Freqüência de distribuição de machos e fêmeas de traíra Hoplias malabaricus na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

Hoplias malabaricus

Classe (cm)

Fêmeas Machos

Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Absoluta Frequência Relativa

13,0 - 18,8 0 0 1 100

18,9 - 24,7 0 0 2 100

Total 0 0 3 100

As coletas de bagre na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho se deram na proporção de 4 machos para 1 fêmea. Houve a presença de machos em todas as classes de tamanho e a única fêmea, apresentou-se com grande comprimento padrão (Tabela 4).

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Tabela 4. Freqüência de distribuição de machos e fêmeas do bagre Rhamdia quelem na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

Rhamdia quelen

Classe (cm)

Femeas Machos

Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Absoluta Frequência Relativa

18,0 - 19,3 0 0,0 1 100,0

19,4 - 20,7 1 33,3 2 66,7

20,8 - 22,1 0 0,0 1 100,0

Total 1 20,0 4 80,0

A população de cascudo (Hypostomus sp.) da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho têm as fêmeas como sendo de tamanho maior. Estas ocupam a maior classe de tamanho, enquanto os machos, se dividem entre as duas menores. A segregação populacional observada é de 1: 2 fêmeas para machos respectivamente. Tabela 5. Freqüência de distribuição de machos e fêmeas do cascudo Hypostomus sp. na área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, bacia do rio Doce, município de Bom Jesus Do Galho, MG.

Hypostomus sp.

Classe (cm)

Fêmeas Machos

Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Absoluta Frequência Relativa

11,3 - 14,8 0 0,0 1 100,0

14,8 - 18,3 0 0,0 1 100,0

18,3 - 20 1 100,0 0 100,0

Total 1 33,3 2 66,7

As espécies coletadas em época seca apresentaram a distribuição gonadal de seus exemplares de maneira que observa-se uma atividade reprodutiva para lambaris (Astyanax bimaculatus). Grande parte da população encontrava-se me estádio de maturação avançado (2C), tanto para machos quanto para fêmeas. Geophagus brasiliensis, apesar de apresentar 40% de machos em estádio 1, apresentou grande parcela da população em estádios intermediário e avançados de desenvolvimento das gônadas. Destaca-se as fêmeas desta espécie em que 100% das gônadas encontram-se em estádio avançado. Isto indica que para o cará também houve atividade reprodutiva nesta época. Já o cascudo, apresentou em sua população, 100% de machos em estádio de repouso (1) e 100% das fêmeas em estádio inicial de desenvolvimento (2A). isto indica que para esta espécie, a população não utiliza esta época como época reprodutiva e estão apenas iniciando o desenvolvimento de suas gônadas. (Figura 26)

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Figura 26. Freqüência de distribuição dos estádios de maturação gonadal de machos e fêmeas do lambari do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus), do cará (Geophagus brasiliensis) e do cascudo (Hypostomus sp.) ao longo da área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG, agosto de 2009.

No periodo de cheia, observa-se que as especies que apresentavam-se com atividade reprodutiva expressiva na campanha de seca, lambari do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus) e cará (Geophagus brasiliensis), já não apresentam esta atividade em março de 2010. O lambari, com coleta apenas de machos, apresentou a população em estádio incial de desenvolvimento gonadal. O cará, apresentou a população de machos em estádio de repouso, e as fêmeas encontravam-se distribuidas em estádio incial e avançado, sendo a distribuição de 50% para cada estádio. A traíra (Hoplias malabaricus), com coletas de apenas de machos e apenas em epóca cheia, teve a amior parte da populaçao com gonadas no estadio incial, sendo 66% da população componenete deste estadio. O restante, 33%, encontrava-se em estadio intermediario (2B). O bagre (Rhamdia quelen), possuia 100% das fêmeas em estadio avançado de desenvolvimento gonadal, prontos para reproduzirem-se. Dentre os machos, metade da populaçào estavam neste estadio (2C) e a outra metade, em estadio intermediario de desenvolvimento (2B), indicando umma possivel atividade reprodutiva da população na area de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho (Figura 27).

0%

20%

40%

60%

80%

100%Fre

ên

cia

rela

tiva

EM

G

Astyanax

bimaculatus

Geophagus

brasiliensis

Hypostomus sp.

Espécies

Machos - Agosto/09

3

2C

2B

2A

1

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Fre

ên

cia

rela

tiva

EM

G

Astyanax

bimaculatus

Geophagus

brasiliensis

Hypostomus sp.

Espécies

Fêmeas - Agosto/09

3

2C

2B

2A

1

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Figura 27. Freqüência de distribuição dos estádios de maturação gonadal de machos e fêmeas do lambari do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus), do cará (Geophagus brasiliensis), da traíra (Hoplias malabaricus.) e do bagre (Rhamdia quelen) ao longo da área de influência da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, ribeirão Sacramento, município de Bom Jesus Do Galho, MG, em março de 2010.

4.3. Avaliação da atividade trófica Em agosto de 2009 as espécies coletadas e analisadas quanto ao seu conteúdo estomacal apresentaram atividade trófica no ponto de jusante, IC 03. Os pontos de reservatório não forneceram dados para as análises neste período. Sendo assim, pode-se constatar a grande porcentagem dos indivíduos coletados apresentando estômagos em estádio de repleção cheios (ERE - 3). Estes valores foram de 40% para Astyanax bimaculatus, e 50% para Geophagus brasiliensis. O restante dos estômagos analisados para o lambari-do-rabo-amarelo apresentaram-se em estádio ERE - 2. Para o cará, o restante dos estômagos encontravam-se vazios com presença de vestígios alimentares (ERE - 1), como pode ser consultado na Figura 28. As análises de março de 2010 contemplaram menor número de estômagos, porem, mais espécies foram analisadas.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Fre

ên

cia

rela

tiva

EM

G

Astyanax

bimaculatus

Geophagus

brasiliensis

Hoplias

malabaricus

Rhamdia

quelen

Espécies

Machos - Mar/2010

3

2C

2B

2A

1

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Fre

ên

cia

re

lati

va

EM

G

Astyanaxbimaculatus

Geophagusbrasiliensis

Hopliasmalabaricus

Rhamdiaquelen

Espécies

Fêmeas - Mar/2010

3

2C

2B

2A

1

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Devido ao baixo número de indivíduos que se deu nas coletas por ponto de coleta, as análises foram agrupadas apenas pelo período, sendo que, desta maneira, tenha-se dados mais confiáveis acerca da atividade trófica das espécies na área de influência do empreendimento. Desta forma, em termos comparativos para esta época, Astyanax bimaculatus teve uma atividade trófica mais intensa neste período sendo que 100% dos estômagos analisados estavam completamente cheios, estádio ERE - 3. Geophagus brasiliensis também teve uma atividade trófica expressiva e 100% dos estômagos encontravam-se cheios, porem não totalmente. Hoplias malabaricus dividiu os estômagos analisados entre os estádios 0, 1 e 2 igualmente, sendo de 33% a proporção pra cada um. Finalmente, Rhamdia quelen que apresentou grande parte dos seus estômagos totalmente vazios, 50%. O restante dos estômagos dividiram-se em estádios 1 e 3. (Figura 29)

Figura 28. Freqüência relativa de distribuição dos Estádios de Repleção Estomacal para as espécies coletadas na PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho durante o período de agosto de 2009.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Astyanaxbimaculatus

Geophagusbrasiliensis

Hopliasmalabaricus

RhamdiaquelenD

istr

ibu

içã

o d

os E

sta

dio

s d

e

Re

ple

çã

o E

sto

ma

ca

l (A

go

/2

00

9)

Espécies

3

2

1

0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Astyanaxbimaculatus

Hoplias malabaricus

Dis

trib

uiç

ão

do

s E

sta

dio

s

de

Re

ple

çã

o E

sto

ma

ca

l (M

ar/

20

10

)

Espécies

3

2

1

0

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Figura 29. Freqüência relativa de distribuição dos Estádios de Repleção Estomacal para as espécies coletadas na PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho durante o período de março de 2010

Através da identificação dos conteúdos estomacais dos peixes selecionados foi possível registrar diversos itens alimentares como componentes da dieta das populações da ictiofauna local. Os itens encontrados de uma maneira geral para os estômagos analisados dos peixes coletados na PCH Sumidouro e Bom Jesus do galho foram: larva de artrópode, inseto, escama, algas, detrito e pedaços de peixe. Para Geophagus brasiliensis coletado em agosto de 2009, no ponto a jusante do barramento, analisa-se que grande parte do conteúdo estomacal encontrava-se em estado avançado de deteriorização devido à digestão, não sendo possível de ser identificado. Dos itens encontrados em estado de possível identificação, destaca-se detrito com maior valor de IAi, indicando uma possível preferência alimentar por este item, para esta espécie (Tabela 6). Tabela 6: Índice de importância alimentar – IAi, freqüência de ocorrência - Fo e peso relativo – Pi dos itens alimentares identificados nos estômagos de Geophagus brasiliensis coletados durante o período de agosto de 2009 a jusante da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

Jusante Sumidouro ago/2009 Geophagus brasiliensis

Item IAi Frequência Peso(%)

Larva de Artrópode 0,000 0,500 0,000

Inseto 0,004 0,667 0,005

Material Digerido 0,895 1,000 0,750

Escama 0,006 0,500 0,009

Alga 0,004 0,667 0,005

Detrito 0,075 0,333 0,189

Peixe 0,000 0,000 0,000

Não identificado 0,017 0,333 0,042

n 6 P.total (g) 0,212

Já o lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax bimaculatus), neste mesmo período, teve como preferência alimentar algas. Destaca-se contudo o habito generalista da espécie a partir da presença tanto de material animal, como vegetal, na composição alimentar, como pode ser consultado na Tabela 7.

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Tabela 7: Índice de importância aIimentar – IAi, freqüência de ocorrência - Fo e peso relativo – Pi dos itens alimentares identificados nos estômagos de Astyanax bimaculatus coletados durante o período de agosto de 2009 a jusante da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

Jusante Sumidouro ago/2009 Astyanax bimaculatus

Item IAi Frequência Peso(%)

Larva de Artrópode 0,016 0,600 0,015

Inseto 0,051 0,600 0,047

Material Digerido 0,396 0,600 0,364

Escama 0,044 0,200 0,122

Alga 0,493 0,600 0,453

Detrito 0,000 0,000 0,000

Peixe 0,000 0,000 0,000

Não identificado 0,000 0,000 0,000

n 5 P.total (g) 0,943

Passando para as coletas de março de 2010, dentre as espécies analisadas Rhamdia quelen, coletada no reservatório de Bom Jesus do Galho, não forneceu dados precisos sobre a dieta da população local. O índice alimentar se dividiu entre material digerido e itens não identificados. Desta forma, não há como diagnosticar os itens preferenciais na dieta alimentar da espécie nesta localidade. Dados acerca dos cálculos para as atividades tróficas de Rhamdia quelen não reservatório de Bom Jesus do Galho no período de março de 2010 podem ser consultados na Tabela 8. Tabela 8: Índice de importância alimentar – IAi, freqüência de ocorrência - Fo e peso relativo – Pi dos itens alimentares identificados nos estômagos de Rhamdia quelen coletados durante o período de março de 2010 no reservatório de Bom Jesus do Galho da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

Reservatório Bom Jesus do Galho mar/2010 Rhamdia quelen

Item IAi Frequência Peso(%)

Larva de Artrópode 0,000 0,000 0,000

Inseto 0,000 0,000 0,000

Material Digerido 0,593 0,500 0,593

Escama 0,000 0,000 0,000

Alga 0,000 0,000 0,000

Detrito 0,000 0,000 0,000

Peixe 0,000 0,000 0,000

Não identificado 0,407 0,500 0,407

n 2 P.total (g) 0,108

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Comparativamente, esta mesma espécie no segundo reservatório da usina apresentou dieta alimentar composta basicamente de artrópodes. As larvas de artrópodes foi o item de maior preferência com IAi de 0,350. Insetos adultos também compuseram a dieta alimentar sendo que apresentaram valores igualmente expressivos, porem de menor relevância que o primeiro item, sendo o IAi para este item de 0,251(Tabela 9). Tabela 9: Índice de importância alimentar – IAi, freqüência de ocorrência - Fo e peso relativo – Pi dos itens alimentares identificados nos estômagos de Rhamdia quelen coletados durante o período de março de 2010 no reservatório de Sumidouro da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

Reservatório Sumidouro mar/2010

Rhamdia quelen

Item IAi Frequência Peso(%)

Larva de Artrópode 0,350 0,500 0,350

Inseto 0,251 0,500 0,251

Material Digerido 0,399 0,500 0,399

Escama 0,000 0,000 0,000

Alga 0,000 0,000 0,000

Detrito 0,000 0,000 0,000

Peixe 0,000 0,000 0,000

Não identificado 0,000 0,000 0,000

n 2 P.total (g) 2,619

Para as análises estomacais de H. malabaricus coletados neste mesmo período, no reservatório de sumidouro, constata-se o habito alimentar piscívoro já esperado. Houve uma preferência alimentar exclusiva por peixes, sendo que o IAi correspondeu a 0,967 para este item. A Tabela 9 apresenta dados relativos à atividade trófica dessa espécie.

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Tabela 10: Índice de importância alimentar – IAi, freqüência de ocorrência - Fo e peso relativo – Pi dos itens alimentares identificados nos estômagos de Hoplias malabaricus coletados durante o período de março de 2010 no reservatório de Sumidouro da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

Reservatório Sumidouro mar/2010 Hoplias malabaricus

Item IAi Frequência Peso(%)

Larva de Artrópode 0,000 0,000 0,000

Inseto 0,000 0,000 0,000

Material Digerido 0,033 0,333 0,033

Escama 0,000 0,000 0,000

Alga 0,000 0,000 0,000

Detrito 0,000 0,000 0,000

Peixe 0,967 0,333 0,967

Não identificado 0,000 0,000 0,000

n 3 P.total (g) 1,74

O único individuo coletado de lambari-do-rabo-amarelo nas dependências dos reservatórios do empreendimento estudado teve uma dieta basicamente insetívora, composta de larva de artrópode e inseto. O índice de preferência alimentar foi de 0,023 para o primeiro e 0,349 para o segundo. Estes dados encontram-se dispostos na Tabela 11. Tabela 11: Índice de importância alimentar – IAi, freqüência de ocorrência - Fo e peso relativo – Pi dos itens alimentares identificados no estômago de Astyanax bimaculatus coletado durante o período de março de 2010 no reservatório de Sumidouro da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

Reservatório Sumidouro mar/2010 Astyanax bimaculatus

Item IAi Frequência Peso(%)

Larva de Artrópode 0,023 1,000 0,023

Inseto 0,349 1,000 0,349

Material Digerido 0,628 1,000 0,628

Escama 0,000 0,000 0,000

Alga 0,000 0,000 0,000

Detrito 0,000 0,000 0,000

Peixe 0,000 0,000 0,000

Não identificado 0,000 0,000 0,000

n 1 P.total (g) 0,086

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Por fim, o único individuo coletado a jusante do barramento em março de 2010, um Geophagus brasiliensis, indica que esta espécie teve uma dieta composta de larvas de artrópodes, outros itens alimentares não puderam ser observados pois grande parte do conteúdo estomacal encontrava-se em alto processo de digestão como pode ser observado na Tabela 12. Tabela 12: Índice de importância alimentar – IAi, freqüência de ocorrência - Fo e peso relativo – Pi dos itens alimentares identificados no estômago de Geophagus brasiliensis coletado durante o período de março de 2010 a jusante da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho.

Jusante Sumidouro mar/2010 Geophagus brasiliensis

Item IAi Frequência Peso(%)

Larva de Artrópode 0,028 1,000 0,028

Inseto 0,000 0,000 0,000

Material Digerido 0,972 1,000 0,972

Escama 0,000 0,000 0,000

Alga 0,000 0,000 0,000

Detrito 0,000 0,000 0,000

Peixe 0,000 0,000 0,000

Não identificado 0,000 0,000 0,000

n 1 P.total (g) 0,072

4.4. Avaliação da atividade pesqueira Sobre a atividade de pesca na área de influência do empreendimento, um casal de moradores foi entrevistado. O perfil destes é de baixa escolaridade, semi-analfabetos. Os dois são aposentados com renda mensal baixa. Relatam que possuem o habito de pescar semanalmente nos reservatórios de Bom Jesus do Galho e Sumidouro. A pescaria praticada pelos entrevistados é considerada pesca amadora utilizando vara de bambu, e o pescado entra como complemento alimentar do cardápio. As iscas mais usadas são minhocas para pegar lambari e cará, os lambaris capturados também são utilizados como isca para a pescaria de Traíra e Bagre, estes peixes são os mais apreciados pelo casal Quando questionados a respeito da condição atual do reservatório, os entrevistados relatam o desanimo para a com situação, pois o mesmo está poluído e a quantidade de peixe vem diminuindo cada dia mais. Quando perguntamos sobre algum peixe que não se pega mais no reservatório disseram que não se lembram de nenhum que tenha desaparecido, mas afirmaram que a traíra vem diminuindo.

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Em relação às quais espécies encontradas nos reservatórios, à resposta foi a mesma nenhuma espécie nova tem sido capturada pelo casal. Segundo a opinião do casal a pescaria seria melhor se não existisse tanta poluição e que, se houvesse tratamento do esgoto, a quantidade e a qualidade dos peixes seriam melhores. O questionário referente à atividade pesqueira aplicado na região dispõe-se no Quadro 5. Quadro 5. Resumo do questionário aplicado durante o monitoramento das Usinas do Leste, PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, localizada no município de Bom Jesus do Galho, MG. Março 2010.

Questionário Entrevistado

Maria Helena José Antonio

Sexo: Feminino Adulto Masculino Adulto

Condição Social 1 salário mínimo 1 salário mínimo

Escolaridade Semi-analfabeta Semi-analfabeto

Petrecho de pesca Vara de Bambu, Vara de Bambu

Tipo de Isca Minhoca e peixe Minhoca e peixe

Tipo de Pesca Praticada Subsistência Subsistência

Utiliza o pescado como complemento alimentar Sim Sim

Com que freqüência costuma vir ao reservatório Semanalmente Semanalmente

Quais os lugares do reservatório que vc mais gosta de pescar

Reservatório de Bom Jesus do Galho e córregos da região

Reservatório de Bom Jesus do Galho e córregos da região

Na sua opinião nos últimos anos, a quantidade de peixes deste reservatório tem? Diminuído Diminuído

Te algum peixe que era freqüente e desapareceu? Traíra Traíra

Apareceram novas espécies? Nenhuma Nenhuma

Sugestões para melhoria: Tratamento do esgoto da Cidade Tratamento do esgoto da Cidade

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5. DISCUSSÃO

De acordo com os dados obtidos dos peixes coletados na área de influencia PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho, observa-se que, primariamente, em termos de estruturação populacional, o empreendimento segue o padrão esperado para rios neotropicais com predominância de Characiformes e Siluriforme (LOWE MCCONNELL, 1999), sendo ainda Perciformes igualmente importante para o dado empreendimento. Conclui-se que petrechos de pesca ativos, principalmente tarrafa, resultam em uma melhor amostragem, provavelmente devido às dimensões dos rios e reservatórios do empreendimento. Portanto, é sugerida para futuras campanhas, a utilização deste tipo de amostragem. Dentre os siluriformes, destaca-se que os representantes da família Loricariidae foram capturados apenas em trechos de jusante. Como já comentado por BUCKUP, 1999, loricariídeos, principalmente da sub-famiília Loricariinae, os quais se enquadram os Hypostomus affinis coletados no empreendimento, são habitantes permanentes de trechos de riachos. Sendo assim, a modificação dos trechos lóticos em reservatórios levou a um provável desaparecimento desta espécie nestes ambientes lênticos a montante. Apesar de não haver captura de espécies de caráter migrador, o próprio cascudo (H. affinis), devido ao seu hábito reofílico com características de pequenas migrações, encontra no barramento uma barreira que pode ser um empecilho para a seu modo de vida, com conseqüências diretas na manutenção da espécie, como já discutido por AGOSTINHO, 1992. Por outro lado, outras espécies podem favorecer das condições impostas pelo empreendimento, aumentando as suas chances de sobrevivência e reprodução (BARRELLA et al., 2000). Este fato pode explicar a presença de um maior número de bagres (Rhamdia quelen) e uma quantidade comparativamente grande de traíra (Hoplias malabaricus) em relação às demais espécies. Para o bagre, pode-se esperar que o novo ambiente seja uma fonte de alimentos, haja vista o comportamento oportunista da espécie. Alem disto, esta espécie, apesar de preferência por fundo de ambientes lóticos, também se encontram em ambientes lênticos e de remanso (BUCKUP, 1999). De um modo geral, a população ictiofaunistica da PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho é de pequeno porte. Isto pode ser comprovado primeiramente pelo comprimento padrão máximo encontrado de 23 cm. Alem disto, os dados de CPUE por malha comprovam que a rede mais eficaz de captura foi a de malha 5, justamente a esperada para este tipo de peixe. Apesar da presença de espécies consideradas de médio porte como traíra (Hoplias malabaricus) e bagre (Rhamdia quelen), os exemplares obtidos não alcançam altos valores de comprimento padrão e peso corporal. Uma indicação de alteração biológica pode ser vista pela diferença de similaridade entre os pontos de montante e jusante, antes um ambiente único. A diferença de hábitat se da em um primeiro momento, pela interrupção do fluxo e dinâmica do rio que ocorre em um gradiente de eventos como já demonstrado por VANNOTE et al., 1980, sendo a barragem um meio de interrupção do fluxo dos produtos oriundos de trechos mais a

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montante. Alem disto, como já comentado anteriormente, A instabilidade do ambiente é fruto não apenas do impacto inicial do represamento, mas também de perturbações produzidas pela operação da barragem, tornando as comunidades instáveis e gradativamente mais simples (SCHINDLER, 1987 apud HIRSCHMANN et al.,2008). Após o barramento, espera-se para os trechos de jusante perda na qualidade ambiental uma vez que a vazão hídrica é regulada pela operação da usina. Por fim, as inconstantes atividades advindas da operação do maquinário, causam mortes diretas e indiretas para os peixes do local. A PCH Sumidouro e Bom Jesus do Galho encontra-se em operação desde a década de 50. Espera-se que a população já se encontre estruturada à nova condição imposta pelo barramento. Anos após a construção do empreendimento é esperado intensa competição das espécies para se manter na nova estrutura formada. Espécies que são melhores competidoras, destacando-se às generalistas, são as que esperam-se dominar o local após a implantação do empreendimento. Trabalhos de Odum (1969) e Roughgarden (1974) relataram que quando há amplo suprimento de recursos e, quando estes são renováveis, os especialistas são mais sucedidos sobre os generalistas. Entretanto, especialistas tornam-se vulneráveis quando os recursos não são mantidos, e, nesta situação, a estratégia generalista torna-se mais vantajosa. Após duas campanhas de campo, o número amostral para o empreendimento é muito baixo, sendo que o cenário encontrado para distribuição reprodutiva e de preferência alimentar das espécies encontradas torna os dados sensíveis a oscilações. Os dados encontrados no presente relatório devem ser analisados por meio de comparação à outras informações a serem obtidas para o empreendimento para se ter uma análise precisa sobre a realidade da comunidade, em termos de arranjos reprodutivos e tróficos dos indivíduos. Uma explicação provável para o baixo número amostral se da pela presença do esgoto proveniente da cidade de Caratinga, o qual produz uma baixa qualidade ambiental, principalmente sobre o reservatório de Bom Jesus do Galho, visto que esta estação amostral apresentou menor quantidade de peixes coletados e é a localidade que recebe maior carga de poluição. Espécies mais sensíveis a alterações biológicas provavelmente não conseguiram se manter e mesmo aquelas presentes não encontram situações favoráveis para se expandir. Como mencionado no trabalho de ARAÚJO & NUNAN 2005, o esgoto domestico gera impactos sobre determinadas populações da ictiofauna devido à disponibilidade desequilibrada de alimentos, como nutrientes e matéria orgânica, aumento de indivíduos doentes e parasitados e a presença de substancias toxicas. Dietas distintas dentro de uma mesma espécie são freqüentemente encontradas conforme os estágios de desenvolvimento dos indivíduos, decorrentes das diferenças na demanda energética e nas limitações morfológicas, implicando em dietas diferenciadas durante o desenvolvimento (Abelha et al., 2001). Alem disto como dito por HERMES-SILVA et al., 2004, a arte de pesca selecionada pode se tornar muito seletiva, prejudicando a amostragem, ou ainda provocar a regurgitação do conteúdo estomacal, fornecendo informação irreal sobre o comportamento da população. De qualquer forma,

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as espécies analisadas para o empreendimento se configuraram de acordo com o esperado no que diz respeito à estruturação trófica. Quanto ao crescimento, em muitos casos, espera-se para uma população como um todo, proporção sexual de 1:1. Pode ocorrer predomínio de fêmeas nas classes de tamanho maiores, em função de essas apresentarem taxa de crescimento mais elevadas em comparação aos machos (Vazzoler, 1996 apud HERMES-SILVA et al., 2004). De uma forma geral, esta é a situação observada para o empreendimento, dentro das condições de amostragem encontradas.

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ABELHA, M.C.F.; AGOSTINHO, A.A.; GOULART, E. 2001. Plasticidade trófica em peixes de água doce. Maringá, v. 23, n. 2, p. 425-434. AGOSTINHO, A.A. e ZALEWSKI, M. 1995. The dependence of fish community struture and dynamics on floodplain and riparian ecotone zone in Paraná River, Brazil. Hydrobiologia, 303: 141-148. AGOSTINHO, A. A. 1992. Manejo de recursos pesqueiros em reservatórios. In: AGOSTINHO, A. A.; BENEDITO-CECILIO, E. & ISAACNAHUM. eds. Situação Atual e Perspectivas da Ictiologia do Brasil. Maringá, EDUEM. p.106-121.

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HIRSCHMANN; A., MAJOLO; M A., GRILLO; H C. Z. 2008. Alterações na ictiocenose do rio Forqueta em função da instalação da Pequena Central Hidrelétrica Salto Forqueta, Putinga, Rio Grande do Sul. Iheringia, Sér. Zool., 98(4):481-488. KAWAKAMI, E. & VAZZOLER, G. 1980. Método gráfico e estimativa de índice alimentar aplicado no estudo de alimentação de peixes. Boletim do Instituto Oceanográfico, São Paulo, 29 (2): 205-207. LOWE MCCONNELL, R. H. 1999. Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais. São Paulo, EDUSP. 535p. ODUM, E.P. 1969. Ecologia. São Paulo: Pioneira. 201 p. ODUM, E. P. 1986. Ecologia. São Paulo: Pioneira, 1969. 201 p. PAYNE, A.L. The ecology of tropical lakes and rivers. New York: John Wiley & Sons. ROUGHGARDEN, J. 1974. Species packing and the competition function with illustrations from coral reef fish. Theort. Pop. Biol, Orlando, v. 5, p. 163-186. SAMPAIO, I.B .M. 1998. Estatística aplicada à experimentação animal. Belo Horizonte, Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária e Zootecnia, 22 1 p. SCHINDLER, D. W. 1987. Detecting ecosystem responses to anthropogenic stress. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences 44(1):6-25. TUNDISI, J. G. 1999. Reservatórios como sistemas complexos: teoria, aplicações e perspectivas para usos múltiplos. In: HENRY, R. ed. Ecologia de Reservatórios: estrutura, função e aspectos sociais. São Paulo, FUNDIBIO/ FAPESP. 800p. VANOTTE, R.L.; WAYNE MINSHALL, G.; CUMMINS, K.W.; SEDELL, J.R.; CUSHING, C.E. 1980. The river continnum concept. Can. J. Fish. Aquat. Sci. v.37, p.130-137. ZAR, J.H. Biostatistial analysis. Prentice Hall, 5th Edition, USA, 2009, 960p. 7. ANEXOS

Diário de Atividades de Campo – DAC

Relatório de Dados Biométricos – RDB

Licença de Pesca

Anotação de Responsabilidade Técnica dos profissionais envolvidos