MODELAGEM DA ECONOMIA DE BAIXO CARBONO … · De fato, a Lei de Walras é ... É impraticável...

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MODELAGEM DA ECONOMIA DE BAIXO CARBONO EQUILÍBRIO GERAL COMPUTÁVEL Weslem Rodrigues Faria Março de 2015

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MODELAGEM DA ECONOMIA DE BAIXO CARBONO

EQUILÍBRIO GERAL COMPUTÁVEL

Weslem Rodrigues Faria

Março de 2015

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Esse material objetiva a capacitação acerca das metodologias empregadas no projeto “Opções de mitigação de emissões de GEE em setores-chaves do

Brasil”. Portanto, seu conteúdo não expressa resultados do projeto.

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Modelagem EconômicaModelo econômico: descrição básica da teoria pura e teoria aplicada

Técnicas de modelagem de equilíbrio geral

Como alimentar o modelo EGC

Premissas sobre as variáveis endógenas e exógenas

Interação entre modelagem econômica e energética

Referências

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Objetivo

O primeiro treinamento de modelagem econômica tem comoobjetivo apresentar inicialmente aspectos econômicos teóricos epráticos que fundamentam as técnicas utilizadas para análise deproblemas em economia real. Faz parte do escopo a apresentaçãodas técnicas utilizadas e a forma de integração com a estruturaenergética.

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Modelo econômico: descrição básica da teoria pura e teoria aplicada

Apresenta o background da modelagem econômica a ser discutida, isto é, a esfera da teoria pura e a esfera da teoria

aplicada

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Modelo econômico

Um modelo é uma representação simplificada da realidadeeconômica expressa através de símbolos e operações matemáticas quebusca descrever um certo conjunto de relações econômicas.

Um modelo econômico pode ser definido como uma expressãomatemática de uma determinada teoria econômica.

O objetivo do modelo não é reproduzir completamente a realidade, masabstrair aspectos essenciais (e.g. pressupostos e hipóteses) quesubsidiam o entendimento de como funcionam fenômenos do mundoreal.

As principais características de um modelo econômico são: i) querepresente um fenômeno econômico; ii) tenha simplificações e; iii)elaborado de forma matemática.

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Genealogia dos modelos de equilíbrio geral

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Escola Norte-Americana

Escola Norueguesa/Australiana

Proto-Marginalistas

Marginalistas

FisiocratasClássicos

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Paradigma Walrasiano de Equilíbrio Geral

m fatores de produção cujas quantidades disponíveis são

R1,...,Rm

n produtos cujas quantidades produzidas são X1,...,Xn

p1,...,pn são os preços dos produtos

v1,...,vm são os preços dos fatores

aij, i=1,...m; j=1,...,n são coeficientes técnicos de produção

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Paradigma Walrasiano de Equilíbrio Geral (cont.)

nj

vavavap mmjjjj

,...,1

...2211

),...,,,,...,,(

.........................................

),...,,,,...,,(

),...,,,,...,,(

2121

212122

212111

nnnn

nn

nn

vvvpppfX

vvvpppfX

vvvpppfX

Pleno emprego dos fatoresde produção (serviços produtivos)

Preços dos produtos equivalem a seuspreços de custo em serviços produtivos

Quantidades produzidas correspondemàs quantidades procuradas pelosconsumidores

mnmnmm

nn

nn

RXaXaXa

RXaXaXa

RXaXaXa

...

.....................................

...

...

2211

22222121

11212111

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A esfera da teoria pura

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Modelo Arrow-Debreu(A.1) Bens

Há L bens,

Uma relação de quantidades de todas as mercadorias é fornecida por umvetor em RL

(A.2) Consumidores

Há I consumidores,

Cada consumidor i se caracteriza por um conjunto de consumo convexo

Supõe-se que as preferências dos consumidores sejam racionais(completas e transitivas), contínuas, convexas e não saciadas localmente

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Modelo Arrow-Debreu (cont.)(A.3) Firmas

Há J firmas, j = 1,...,J

Cada firma j caracteriza-se por sua capacidade tecnológica detransformação dos bens,

Um plano de produção é factível para a firma j se

é um conjunto fechado, estritamente convexo, que contém 0

Lj RY

LRy jYy

jY

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Modelo Arrow-Debreu (cont.)(A.4) Dotação inicial

Cada consumidor i é caracterizado por um vetor de dotação inicial

Cada consumidor i também possui uma participação inicial napropriedade de cada uma das j firmas:

Lii RXe

iij

ij

dJj

dJjIi

1 ,,...,1

,0 ,,...,1 ,,...,1

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Modelo Arrow-Debreu (cont.)Equilíbrio

Definição. Dada uma economia privada, especificada por A.1-A.4, uma alocação (x*,y*) e um vetor de preços constituirão um equilíbrio walrasiano (oucompetitivo) se:

(i) Para todo j, maximizar os lucros em Yj; i.e.:

(ii) Para todo i, maximizar a utilidade na restrição orçamentária

(iii)

),...,( 1 Lppp

*jy

jjjj Yyypyp ,*

*ix

j

jijiii

i pydpepxXx *:

i j

ji yex **

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A esfera da teoria aplicada

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Wassily Leontief, 1906-1999

Leif Johansen, 1930-1982

Herbert E. Scarf, 1930-

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Modelos EGC – DefiniçãoUm modelo de equilíbrio geral pode ser descrito, genericamente,pela expressão:

F(v,a)=0 (1)

onde v representa o vetor de variáveis endógenas e a o vetor devariáveis e parâmetros exógenos. A solução da equação (1) podeser definida como v*(a) e, v*(a) H(a), como o vetor deresultados de interesse.

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Modelos EGC – Definição (cont.)

Para se operacionalizar um modelo EGC, o primeiro grandedesafio refere-se à sua especificação, ou seja, determinar F(·)através de um conjunto de equações que incorporem umhistórico de conhecimentos econômicos, teóricos e empíricos.

O segundo desafio refere-se à calibragem do modelo, ou seja,determinar uma solução inicial, vI e aI, para o seu sistema deequações simultâneas, F(·), tal que, uma vez calibrado, pode-semostrar que as equações da forma estrutural são satisfeitaspelos valores do equilíbrio inicial [F(vI,aI)=0].

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Modelos EGC – Definição (cont.)

Estrutura Numérica

Banco de Dados

“Fotografia da Economia”

Estruturas Analítica e Funcional

Mecanismos de Funcionamento da Economia

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Matriz de Contabilidade Social (MCS)

Uma MCS nada mais é do que um sistema de dados desagregados, consistentes e completos, que capta a interdependência existente dentro do sistema socioeconômico (fluxo de renda).

Representa um esforço de síntese das principais estatísticas econômicas: de um lado, o Sistema de Contas Nacionais (SCN); de outro, as informações relativas às empresas, famílias e demais instituições.

De forma desagregada, alcança o objetivo de proporcionar uma descrição inicial dos fluxos econômicos característicos de um dado país ou região, em um dado período de tempo.

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Representação esquemática de uma MCS

Recursos

Totais

tn,ntn,ktn,1n

….

tk,ntk,ktk,1k

….

t1,nt1,kt1,11

Seq

uên

cia

Nu

mér

ica

das

Co

nta

s

po

r L

inh

as(i=1,…,k,…,n)

n….k….1

Totais

Sequência Numérica das Contas

por Colunas (j=1,…,k,…n)

Usos

n

i

kit1

,

n

i

it1

1,

n

i

nit1

,

n

j

jt1

,1

n

j

jkt1

,

n

j

jnt1

,

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Matriz de Contabilidade Social (MCS)

A consistência (por construção) da MCS garante que, para cada conta, o total dos recursos é idêntico ao total dos usos. Considerando-se uma conta k, temos:

A verificação da identidade acima para todas as contas é essencial para a constatação do equilíbrio entre recursos-usos para cada agente econômico, mercados de fatores e produtos, setores, e para a economia como um todo.

De fato, a Lei de Walras é verificada em uma MCS balanceada: se a identidade acima é verdadeira para n-1 contas, então é verdadeira também para a n-ésima conta.

n

iki

n

jjk tt ,,

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Modelos EGC – Definição (cont.)

Cada célula de uma MCS, que representa uma transação, pode ser considerada o resultado de um problema de otimização da(s) instituição(ões) relevante(s). Pode-se representar o fluxo de cada célula como:

onde p e q são, respectivamente, vetores de preços relativos (para bens e fatores) e vetores de quantidades

V é um vetor de fatores exógenos

é um vetor de parâmetros definindo a forma funcional relevante

Um modelo EGC é simplesmente a formalização desta representação geral de cada combinação, juntamente com as restrições de equilíbrio setorial e macroeconômico definidas pela MCS

),;,( Vttij qp

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Escola Norueguesa/Australiana

Equações em variações percentuais

Abordagem de Johansen

Bancos de dados detalhados

Análise de políticas

“Ganhadores” e “perdedores”

Foco no curto prazo

Ampla variedade de fechamentos

Equações em nível

Abordagem de Scarf

Bancos de dados menos detalhados

Sustentação de pontos teóricos

Bem-estar nacional

Foco no longo prazo

Um fechamento principal

Escola Norte-Americana

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A esfera das práticas operacionais

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Opção pela modelagemÉ impraticável confiar apenas na intuição!

A solução padrão é complementar e testar o raciocínioeconômico e a intuição com algum tipo de modelo formal

Modelos combinam a visão geral das relações relevantes e dosmecanismos de transmissão presentes em uma economia comdados resumindo o que se sabe sobre eles

Modelos não são substitutos para o exercício de raciocínio,julgamento e opção de política!

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Por que modelos EGC?Inquietação intelectual no início da década de 1970

Primeiro choque do petróleo: países produtores aumentam o preço dobarril de óleo bruto de aproximadamente USD 2 para USD 8

Modelos econométricos não davam as respostas adequadas: “não haveriaimpactos relevantes”

Fato: crise do petróleo precipitou recessão mundial!

Filosofia de modelagem: “let the data speak”

Utilização de modelos EGC teria evitado tal erroSimulações ex post indicaram que o aumento do preço do petróleo, napresença de rigidez salarial, causaria desemprego considerável ao redor domundo, concomitantemente a reduções de investimento e desaceleração docrescimento econômico

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Revolução computacional

1940 1960 1980 2000

Tempo

Leontief (1941)Insumo-produtonacional

Johansen (1960)EGC nacional

Leontief et al. (1965)Insumo-produto multi-regional

Haddad et al. (2007)EGC multi-regional

FORTRAN GAMS, GEMPACK

Hard

ware

Soft

ware

Aplicações

Dixon et al. (1982)EGC nacional

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AplicaçõesEfeitos de alterações em...

- Impostos, consumo público e contribuições sociais;

- Tarifas e outras barreiras comerciais;

- Tecnologia;

- Preços internacionais;

- Custos de transporte;

- Políticas ambientais

... sobre

- Variáveis macroeconômicas;

- Variáveis setoriais;

- Variáveis regionais;

- Mercado de trabalho;

- Variáveis distributivas;

- Variáveis ambientais

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Estado-da-arteCaracterísticas da estrutura numérica (coeficientes estruturais eparâmetros comportamentais) trazem incertezas para os resultados

- Enfoque sobre a estrutura numérica (preocupação crescente na literatura)

- Qual a influência dos parâmetros utilizados sobre os resultados obtidos?

- Análise de sensibilidade sistemática

- Análise de sensibilidade estrutural

- Estimação de parâmetros-chave para calibragem (determinação da estruturanumérica)

Papel de formas funcionais

- Confiança excessiva em formas funcionais não-flexíveis

- Abordagem experimentalista vs. Abordagem conservadora (“tratabilidade”)

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Estado-da-arteCustos de transação no espaço

Dinâmica intertemporal das decisões das famílias e investimento

Integração de modelos

Boa prática

Mecanismos de funcionamento, análise de sensibilidade sistemática,interpretação dos resultados

“Síndrome da caixa-preta”

Modelos operacionais como bens públicos

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Limitações metodológicasModelos EGC não são testáveis do ponto de vista estatístico

- Validação por comparação explícita com dados históricos pode ser feitaapenas com modelos datados

- Modelos estáticos devem ser validados heuristicamente

- Comparação direta com episódios históricos

- Razoabilidade da especificação e parâmetros

“Model pre-selection”: necessidade de se especificar hipóteses defuncionamento da economia antes da implementação do modelo

Desenho e representações de variáveis de políticas em modelos EGC

Trajetória temporal dinâmica (tecnologia, aprendizado, externalidades eeconomia política)

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Caminhos futurosDesafios de incorporação nos modelos de ideias da microeconomia e damacroeconomia modernas

- Inclusão de diferenciação de produtos ao nível da firma, economias deescala, discriminação de preços e comportamento baseado na teoria dos jogos,risco

- Expectativas racionais, diferenças entre os efeitos de choques antecipados enão-antecipados, mudanças técnicas associada à acumulação de capitalhumano

Desafios de atualização, mensuração e estimação de componentes dobanco de dados

Desafios de representação dos resultados de maneira clara e convincente

Desafios de integração metodológica de modelos, tendo ummodelo EGC como núcleo central de modelagem

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Experiência brasileira

Modelo de Johansen

(Johansen, 1960)

Modelo ENERGY-BR

(Santos, 2010)

MMRF-GREEN

(Adams et al, 2002)

Modelo MMRF

(Peter et al, 1996)

Modelo MONASH

(Primeira versão, 1993)*

Modelo ORANI

(Dixon et al, 1982)

Modelo TERM

(Horridge et al, 2005)

Modelo IMAGEM-B

(Domingues et al, 2009)

Modelo MIBRA

(Guilhoto et al, 2002)

Modelo EFES

(Haddad e Domingues, 2001)

Modelo EFES-REG

(Haddad et al, 2002b)

Modelo EFES-IT

(Haddad et al, 2002a)

Modelo GTAP

(Hertel, 1997)

Modelo EEGC

(Bröcker, 1998)

Modelo CREIM

(Hewings e Israilevich)

Modelo PAPA

(Guilhoto, 1995)

Modelo B-MARIA

(Haddad, 1997)

Modelo B-MARIA-SP

(Domingues e Haddad, 2003)

Modelo SPARTA

(Domingues, 2002)

Modelo B-MARIA-27

(Haddad, 2004)

Modelo B-MARIA-RS

(Porsse, 2005)

Modelo B-MARIA-IT

(Perobelli, 2004)

Modelo MOSAICO

(Ferreira Filho e Horridge, 2004)

Modelo MINAS-SPACE

(Almeida, 2003)

Modelos MEGC para

diferentes regiões do Brasil

Modelo B-MARIA-MG

(Haddad et al, 2008)

Modelo B-MARIA-PORT

(Haddad et al, 2007)

Modelo B-MARIA-27-COM

(Haddad et al, 2009)

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Técnicas de modelagem de equilíbrio geral

Apresenta a descrição do modelo de insumo-produto e equilíbrio geral computável

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Modelo de Insumo-Produto

Construído a partir de dados observáveis

fluxos interindustriais (anuais, $)

Estrutura matemática

n equações

n incógnitas

jij Xfz

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Modelo de Insumo-ProdutoSetor 1 Setor 2 Y (Demanda Final) Prod.

Setor 1 Z11 Z12 C1 I1 G1 E1 X1

Setor 2 Z21 Z22 C2 I2 G2 E2 X2

L1 L2 - - - - L

N1 N2 - - - - NSetor

de

pagtosM1 M2 - - - - M

X1 X2 C I G E X

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Modelo de Insumo-Produto

PNBRNB

MEGICNL

EGICMNL

EGICXXX

MNLXXX

ou

21

21

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Modelo de Insumo-Produto

nnnninnn

iiniiiii

ni

ni

YzzzzX

YzzzzX

YzzzzX

YzzzzX

......

......

......

......

21

21

22222212

11112111

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Modelo de Insumo-Produto

Pressuposto fundamental:

coeficiente técnico (fixo)

retornos constantes de escala

setores utilizam insumos em proporções fixas

j

ij

ijX

za

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Modelo de Insumo-Produto

nnnnininnn

ininiiiiii

nnii

nnii

YXaXaXaXaX

YXaXaXaXaX

YXaXaXaXaX

YXaXaXaXaX

......

......

......

......

2211

2211

2222221212

1112121111

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Modelo de Insumo-Produto

nxnI

Y

Y

Y

Y

Y

X

X

X

X

X

aaaa

aaaa

aaaa

aaaa

A

n

i

n

i

nnninn

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ni

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identidade matriz

... ...

... ...

... ...

... ...

:Definindo

2

1

2

1

21

21

222221

111211

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Modelo de Insumo-Produto

j

i

Y

X

YYYYX

i

AI

YAIX

AI

YXAI

ij

ijj

i

niniiiiii

setor

do produção à final demanda de adicional unidadepor

setor do insumos de indiretos e diretos requisitos

......

:setor odeterminad um Para

Leontief de inversa matriz

0 se

2211

1

1

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Modelo de Insumo-Produto

nxnI

Y

Y

Y

Y

Y

X

X

X

X

X

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A

n

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ni

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... ...

... ...

... ...

... ...

:Definindo

2

1

2

1

21

21

222221

111211

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Modelo de Insumo-ProdutoSetor 1 Setor 2 Y X

Setor 1 150 500 350 1000

Setor 2 200 100 1700 2000

L+N+M 650 1400 1100 3150

X 1000 2000 3150 6150

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Modelo de Insumo-Produto

?

1500

600

1700

350

1

1

t

tt

X

YY

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Modelo de Insumo-Produto

1841

1247

)2

1.12 0.26

0.33 25.1

05.0 20.0

25.0 15.0

)1

11

1

1

tt YAIX

AIA

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Multiplicadores

- Análise de impacto vs. Projeção

- Foco de análise: aij

- Medidas-resumo

- Produto, renda, emprego, etc.

- Noção básica: efeito inicial de uma mudançaexógena vs. efeito total

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Projeções de Emprego Setorial

- Exemplo anterior: impacto na economia danova demanda final projetada

- É possível traduzir efeitos sobre produçãototal em outras medidas

- Vetor de conversão

exemplo: coeficientes de emprego por unidademonetária da produção setorial

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Projeções de Emprego Setorial

22

11

2

1

2

1

1

21

0

0

setor do VBP

setor no ocupado pessoal

conversão de vetor

Xe

Xe

X

X

e

e

YAIÊÊX

j

je

eeE

j

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Multiplicador de Produção

Definição: valor total da produção em todosos setores da economia necessário parasatisfazer uma unidade monetária adicionalda demanda final pela produção do setor j

1

02 ;

0

11

1

YY

YAIX

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Multiplicador de Produção

n

i

ijjO

YAIX

YAIX

1

22

211

21

111

12.1

33.022

26.0

25.111

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Modelos Fechados- Endogeneizar o setor “família” fechar omodelo em relação às famílias

- Justificativa:

- Pagamento (renda) das famílias vem dautilização da mão-de-obra no processo produtivo

- Consumo apresenta um certo padrão (e.g.grupo de renda, ocupação)

YWX

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YAIX

YXhXH

YXHXAI

Y

Y

X

X

hH

HAI

YXAI

Y

YY

X

XX

hH

HAA

n

n

n

nR

nC

nR

C

nR

C

1

*1

*1

*

*

1

*

*

1

)(

)1(

1

;

;

1

1

1

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Exemplo Numérico1 2 C Y* X

1 150 500 50 300 1000

2 200 100 400 1300 2000

L 300 500 50 150 1000

N+M 350 900 500 400 2150

X 1000 2000 1000 2150 6150

A = 0.150 0.250 0.050

0.200 0.050 0.400

0.300 0.250 0.050

(I - A)-1

= 1.365 0.425 0.251

0.527 1.348 0.595

0.570 0.489 1.289

Capta efeitosinduzidos (rendagerada via consumo)

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Modelo Inter-regional

- Modelo regional: não reconhece as inter-relações entre regiões

- Região L desconectada do resto do país

- Efeito econômico total >

- Objetivo: captar ligações inter-regionais

- Demanda por dados é alta (métodosmatemáticos para estimar fluxos inter-regionais de bens)

R

r

LLAI

1

1

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Estrutura BásicaSuponha: 3 setores em L e 2 setores em M

Informação:

MMML

LMLL

MMij

LMij

LLij

MLij

ZZ

ZZZ

zzzz

,,,

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Estrutura Básica

regional-inter comércio de ecoeficient ,

regional insumo de ecoeficient ,

similar ,,, 2132

112111312111

Mj

LMijLM

ijLj

MLijML

ij

Mj

MMijMM

ijLj

LLijLL

ij

MMLL

LLMLMLLLLLLL

X

za

X

za

X

za

X

za

XXXX

YzzzzzX

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Estrutura Básica

Vantagem: captura a magnitude de efeitos sobrecada setor em cada região

Desvantagem: necessidade de dados + pressupostode relações de comércio constantes

YAIX

MY

LYY

MX

LXX

MMAMLA

LMALLAA

1

,,

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Feedback- Efeito spillover:

FIAT (MG) – Componentes (SP)

- Efeito feedback:FIAT (MG) – Componentes (SP) – Alumínio (MG)

MG

- Modelo inter-regional permite isolar a magnitude destes efeitos

Memdemanda LY

spillover

SPMG

feedback

feedback

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Exemplo Numérico

Y X

1 2 3 1 2

1 150 500 50 25 75 200 1000

2 200 100 400 200 100 1000 2000

3 300 500 50 60 40 50 1000

1 75 100 60 200 250 515 1200

2 50 25 25 150 100 450 800

VA 225 775 415 565 235

X 1000 2000 1000 1200 800

Região L Região M

Região L

Região M

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A= 0.150 0.250 0.050 0.021 0.094

0.200 0.050 0.400 0.167 0.125

0.300 0.250 0.050 0.050 0.050

0.075 0.050 0.060 0.167 0.313

0.050 0.013 0.025 0.125 0.125

(I - A)-1

= 1.423 0.465 0.291 0.192 0.304

0.635 1.424 0.671 0.409 0.456

0.638 0.537 1.336 0.250 0.311

0.267 0.200 0.197 1.341 0.547

0.147 0.091 0.093 0.215 1.254

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Modelo Regional vs. Modelo Inter-regional:

(I - ALL

)-1

= 1.365 0.425 0.251

0.527 1.348 0.595

0.570 0.489 1.289

Erro

YL = 600 X

L = 1457

1500 2339 4871 (-)

0 1075

7.3%

Y = 600 X = 1552

1500 2516 5256 (+)

0 1188

0 460

0 224