Mobilidade - IMT Online · Assim, a sistematização apresentada nasPartes B1 a B5 deve ser lida...
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Mobilidade
e Transportes
na AML
2000
MobilidadeMobilidade
ee Transportes Transportes
nana AML AML
20002000
Fevereiro 2000 DGTT/DTLPrimeira Versão
DIRECÇÃO-GERAL DE TRANSPORTES TERRESTRESDELEGAÇÃO DE TRANSPORTES DE LISBOA
MOBILIDADE E TRANSPORTES
NA AML
2000
1ª Versão
Fevereiro 2000
Rua Tenente Espanca, 22-241050-223 LISBOA – PORTUGALTel.: 21 799 46 00Fax: 21 799 46 75e-mail: [email protected]
FICHA TÉCNICA
TítuloMobilidade e Transportes na AML – 2000
AutorDGTT / Delegação de Transportes de Lisboa
DirecçãoIsabel Seabra
CoordenaçãoJosé Manuel Leitão
Equipa TécnicaMaria João SilveiraMaria João FreitasPaula MarquesPaulo SousaJorge LatasMaria Cristina DelgadoDulce SantosDalila Caires
ColaboraçãoJosé GalvãoPaula AlvarengaEdgar AlmeidaRui Silvestre
GrafismoMaria Guiomar Franco
Consultores ExternosRobert StüssiCarlos Miguel
DIRECÇÃO-GERAL DE TRANSPORTES TERRESTRESDELEGAÇÃO DE TRANSPORTES DE LISBOA
Tel.: 21 799 46 00
Rua Tenente Espanca,22-24 Fax: 21 799 46 75
1050-223 LISBOA-PORTUGAL e-mail: [email protected]
Mobilidade e Transportes na AML 2000
DGTT/ DTL
ÍNDICE GERALÍNDICE GERAL
Estrutura do Relatório
PPAARRTTEE AA –– AA RREEGGIIÃÃOO EE OOSS TTRRAANNSSPPOORRTTEESS
A.0 – Definição das Unidades Territoriais
A.1 – Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
A.2 – Mobilidade
PPAARRTTEE BB –– CCAARRAACCTTEERRIIZZAAÇÇÃÃOO DDOO SSIISSTTEEMMAA DDEETTRRAANNSSPPOORRTTEESS
B.1 – Rede Viária
B.2 – O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
2.1 – Autocarros
2.2 –Táxis
B.3 – O Sistema de Transportes Regional
3.1 –Autocarros
3.2 – Táxis
3.3 – Caminho-de-Ferro
3.4 – Transportes Fluviais
3.5 – A rede de metropolitano de superfície/EléctricoArticulado
B.4 – Interfaces
B.5 – Sistema Tarifário
PPAARRTTEE CC –– PPEERRSSPPEECCTTIIVVAASS EE LLIINNHHAASS DDEE OORRIIEENNTTAAÇÇÃÃOO
C.1 – Perspectiva global
C.2 – Linhas de orientação
AANNEEXXOOSS
M/T 2000 Definição das Unidades Territoriais
DGTT/DTL A.0
PARTE A0
DEFINIÇÃO DAS UNIDADES TERRITORIAIS
M/T 2000 Definição das Unidades Territoriais
DGTT/DTL A.0
ÍNDICE A0
11.. MMAACC RROOZZOONNAASS 1
22.. SSEECC TTOORREESS 3
33.. CCOORROOAASS5
Pág.
M/T 2000 Estrutura do Relatório
DGTT/DTL
ESTRUTURAESTRUTURA
DODO
RELATÓRIORELATÓRIO
M/T 2000 Estrutura do Relatório
DGTT/DTL 1
E S T R U T U R A D O R E L A T Ó R I OE S T R U T U R A D O R E L A T Ó R I O
O presente relatório decorre dos resultados da análise
qq dos vectores espaciais do binómio população / emprego(PARTE A1)
qq da mobilidade(PARTE A2)
qq e do sistema de transportes(PARTE B)
A análise desenvolvida na Parte B foi subdividida em diferentes temas (rede viária
/ transportes - modo autocarro, eléctrico, metropolitano, comboio, fluvial /
interfaces / sistema tarifário) e espaços funcionais - geográficos (cidade de Lisboa
/ Região)
Com base nas análises apresentadas e desenvolvidas nas Partes A+B,
sintetizaram-se os principais aspectos da
qq evolução do sistema de transportes na Área Metropolitana deLisboa(PARTE C1)
Estrutura do Relatório M/T 2000
2 DGTT/DTL
A última parte do presente relatório, traça um quadro de referência para o
planeamento e gestão do sistema de transportes.
qq Linhas de orientação(PARTE C2)
E neste contexto, apresentam-se, em linhas gerais, as principais medidas, na sua
dimensão temporal – curto, médio/longo prazos, desenvolvendo-se, a seguir,
com um caracter exploratório, diferentes áreas de intervenção, agrupadas em
sete conjuntos:
q Planos e Áreas Estratégicas
q Gestão dos Transportes
q Gestão da Mobilidade / “ Novos Produtos”
q Sensibilização / Informação / Participação
q Sustentabilidade ambiental e energética
q Enquadramento legal e institucional
q Monitorização / Avaliação
Para cada área de intervenção identificam-se os respectivos âmbitos e
apresenta-se uma selecção de indicadores e medidas / acções a desenvolver
(a título de exemplo).
M/T 2000 Estrutura do Relatório
DGTT/DTL 3
Objectivos do Documento
Este documento, teve como objectivos:
1 sistematizar e apresentar informação disponível (ainda que genérica),
até aqui dispersa, por forma a construir uma visão de conjunto sobre o
sistema de transportes metropolitano, privilegiando a vertente da sua
tradução espacial e da articulação com o ordenamento e gestão do
território;
2 construir com base na informação e conhecimento existentes, um quadro
de referência, traduzido em linhas orientadoras para a intervenção no
sistema, na perspectiva da sua constituição como ponto de partida para
uma estratégia de actuação.
Relativamente ao objectivo descrito em 1, é importante ressaltar que a base de
dados, disponível para cada parte, é distinta, o que condiciona as sistematizações
/análises / propostas, apresentadas:
o A base de dados sobre mobilidade é recente e resultante de um inquérito
específico consistente. (Inquérito à Mobilidade – DGTT/INE, 1998) Assim, a
respectiva Parte A2 divulga, pela primeira vez, dados completos e actualizados
sobre o tema, com um tratamento à escala metropolitana.
o Os dados demográficos são estimativas do INE e os dados do emprego
estimativas INE/DGTT obtidas a partir do já referido Inquérito à Mobilidade. A
respectiva Parte A1, é uma abordagem geral destes aspectos.
o Quanto à base de dados sobre o sistema de transportes e e respectiva
evolução, há que referir que não é homogénea em todos os temas e os dados
não têm, sempre, a mesma consistência. Nalguns casos a informação disponível
terá algumas debilidades.
Estrutura do Relatório M/T 2000
4 DGTT/DTL
A consciência deste facto faz com que se trate este volume como um documento
não fechado, isto é, uma primeira versão a completar e melhorar oportunamente.
Assim, a sistematização apresentada nas Partes B1 a B5 deve ser lida
considerando-se estas limitações.
o De salientar, também, os objectivos da sistematização, para cada uma das
partes. Por exemplo, no que diz respeito aos dados sócio - económicos, o
tratamento adoptado, concentrou-se sobre os aspectos da dinâmica espacial
destes fenómenos, porque têm directamente que ver com a mobilidade.
Relativamente ao objectivo descrito em 2, importa referir o respectivo âmbito.
Assim:
o A Parte C1 apresenta uma avaliação-síntese e uma visão crítica global do
sistema de transportes em articulação com o ordenamento do território,
tarefa difícil face à fragilidade e heterogeneidade da informação por enquanto
disponível.
o A Parte C2 traça um quadro de referência abrangente para o planeamento e
gestão do sistema de transportes, em todas as suas vertentes e dirigido
aos vários actores intervenientes.
M/T 2000 Definição das Unidades Territoriais
DGTT/DTL A.0 1
1. MACROZONAS
Definição das Unidades Territoriais M/T 2000
2 A.0 DGTT/DTL
M/T 2000 Definição das Unidades Territoriais
DGTT/DTL A.0 3
2. SECTORES
Sectores Concelhos Freguesias de Loures
Sector I AzambujaVila Franca de XiraLoures
Moscavide, Sacavém, Santa Iria deAzoia, São João de Talha, Portela,Bobadela.
Sector IIOdivelasLoures
Apelação, Bucelas, Camarate, Fanhões,Frielas, Loures, Lousa, Santo Antão doTojal, São Julião do Tojal, Unhos, PriorVelho, Santo António dos Cavaleiros.
Sector IIIAmadoraMafraSintra
Sector IV CascaisOeiras
Sector VAlmadaSeixalSesimbra
Sector VIAlcocheteBarreiroMoitaMontijoPalmela
Sector VII Lisboa
Sector VIII Setúbal
Definição das Unidades Territoriais M/T 2000
4 A.0 DGTT/DTL
M/T 2000 Definição das Unidades Territoriais
DGTT/DTL A.0 5
3. COROAS
M/T 2000 A Região e os Transportes
DGTT/DTL
PPAARRTTEE AA
oo
AA RREEGGIIÃÃOO EE OOSS TTRRAANNSSPPOORRTTEESS
AA..00 –– DDEEFFIINNIIÇÇÃÃOO DDAASS UUNNIIDDAADDEESS TTEERRRRIITTOORRIIAAIISS
AA..11 –– DDIIMMEENNSSÃÃOO EESSPPAACCIIAALL DDAA DDEEMMOOGGRRAAFFIIAA EE DDOO EEMMPPRREEGGOO
AA..22 –– MMOOBBIILLIIDDAADDEE
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1
PARTE A1
DIMENSÃO ESPACIAL DA DEMOGRAFIA
E DO EMPREGO
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1
ÍNDICE A1
11.. EENNQQUUAADDRRAAMMEENNTTOO 1
22.. AA PPOOPPUULLAAÇÇÃÃOO EE OO EEMMPPRREEGGOO,, NNAA CC IIDDAADDEE EE NNAA RREEGGIIÃÃOO 9
2.1 – Evolução da População na AML e na Cidade 9
2.1.1 – Distribuição e Dinâmica de Evolução da População
por Sectores Regionais e Coroas
9
2.1.2 – Densidade Populacional por Sectores Regionais e
Coroas
15
2.2 – A Evolução do Emprego na Cidade e na AML 20
2.2.1 – Distribuição espacial dos postos de trabalho na AML
e na cidade de Lisboa em 1998
20
2.2.2 – Dinâmica de evolução espacial dos postos de
trabalho 1988/98
22
2.3 – Postos de Trabalho/População 25
33.. SSIINNOOPPSSEE DDOO CCAAPPÍÍTTUULLOO 31
Pág.
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
A.1 DGTT/DTL
ÍNDICE DE FIGURAS A1
F. 1.1 – Evolução da população residente no Continente, RLVT, AML e cidade
de Lisboa – 1900/98
3
F. 1.2 – Peso demográfico em Portugal Continental 6
F. 1.3 – Peso demográfico relativo à RLVT 6
F. 1.4 – Distribuição do VABpm em 1994 8
F. 1.5 – Peso relativo do VABpm na RLVT, por NUT III (1994) 8
F. 2.1 – Evolução da população residente na AML por sectores (1991/1998) 11
F. 2.2 – Evolução da população residente em Lisboa por coroas (1991/1998) 13
F. 2.3 – Densidade populacional por sectores em 1998 17
F. 2.4 – Densidade populacional por coroas em 1998 19
F. 2.5 – Evolução do número de postos de trabalho por sectores - 1988/1998 21
F. 2.6 – Evolução do número de postos de trabalho em Lisboa por coroas -
1988/1998
23
F. 2.7 - Postos de trabalho / população na AML por sectores em 1998 28
F. 2.8 – Postos de trabalho / população na AML por coroas em 1998 29
F. 3.1 – Postos de Trabalho - peso relativo das Macrozonas em 1988/1998 32
Índice de quadros a1
Q. 1.1 – Evolução da população residente no Continente, RLVT, AML e cidade
de Lisboa
2
Q. 1.2 – Evolução da população residente na década de 90 na cidade , AML,
Região e País
4
Q. 1.3 – VAB por Região - 1994 7
Q. 2.1 – Distribuição espacial da população da AML por sectores regionais e
dinâmica de evolução na década de 90
9
Q. 2.2 – Distribuição da população por coroas e respectiva evolução 12
Q. 2.3 – Densidade populacional (hab/Km2) na AML por sectores regionais 15
Q. 2.4 – Densidade populacional (hab/Km2) na AML por coroas 16
Q. 2.5 – Distribuição dos postos de trabalho na AML, por sectores regionais e
coroas urbanas
20
Q. 2.6 – Postos de trabalho / população por sectores na AML em 1998 26
Q. 2.7 - Postos de trabalho / população por coroas na AML em 1998 27
Q. 3.1 – Evolução da população residente e dos postos de trabalho 31
Pág.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 1
1. ENQUADRAMENTO
O presente capítulo sobre população e emprego tem um enfoque espacial e um
carácter generalista, em conformidade com a função de apoio ao
desenvolvimento do trabalho sobre transportes.
Aspectos Metodológicos
Face à inexistência de dados actualizados sobre a população, ao nível das
unidades espaciais (concelho e freguesia) que possibilitassem a posterior
agregação em sectores e coroas (vd. Cap. A0) ,e tendo em conta que o último
censo data de 1991, utilizaram-se as estimativas do Inquérito à Mobilidade
para 1998.
Sendo a sua desagregação espacial ao nível do concelho, tomaram-se como
referência os valores estimados pelo STAPE1 para a População Residente em
1997, que se apoiaram directamente no Recenseamento Eleitoral. Partindo do
princípio que as freguesias, no espaço de um ano, permaneceriam com
representatividade idêntica, mantiveram-se, para os dados de 1998, os pesos
relativos que cada uma detinha no respectivo concelho no ano anterior,
calculando-se, assim, o n.º de efectivos em cada freguesia.
No que se refere ao emprego, os dados utilizados para 1988 foram os
resultantes de um estudo da Carris sobre a distribuição espacial do emprego na
Região (constantes também no Relatório Sectorial de Transportes, vol.I, do PDM
de Lisboa). Para 1998 os dados são os apurados no tratamento do Inquérito à
Mobilidade, partindo-se da matriz de interdependência local de residência/local
de emprego, que é construída com base no ficheiro relativo aos indivíduos. Logo,
os valores apresentados traduzem, (se bem que com a margem de erro que está
implícita nos inquéritos e respectivas extrapolações), o número de postos de
trabalho.
1 STAPE – Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral – Ministério da AdministraçãoInterna
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
2 A.1 DGTT/DTL
Aspectos Demográficos
O quadro 1.1 tem patente o historial da evolução da população residente no
Continente, RLVT, AML e na cidade de Lisboa, de 1900 a 1998.
Quadro 1.1 – Evolução da população residente no Continente, RLVT, AML e cidade
de Lisboa (em milhares)
Ano Continente R.L.V.T. A.M.L. Lisboa A.M.L./ R.L.V.T.
R.L.V.T./ Continente
A.M.L./ Continente
1900 5039,7 1021,9 557,6 356,0 54,6 20,3 11,11911 5586,1 1208,3 683,3 - 56,6 21,6 12,21920 5668,2 1311,3 759,7 - 57,9 23,1 13,41930 6334,5 1556,9 933,4 - 60,0 24,6 14,71940 7218,9 1791,7 1101,7 694,4 61,5 24,8 15,31950 7921,9 2053,8 1294,2 - 63,0 25,9 16,31960 8293,0 2276,0 1505,5 802,2 66,1 27,4 18,21970 8108,2 2542,6 1822,2 - 71,7 31,4 22,51981 9336,8 3261,6 2482,3 808,0 76,1 34,9 26,61991 9375,9 3296,7 2540,3 663,4 77,1 35,2 27,11998 9474,1 3326,5 2569,5 573,2 77,2 35,1 27,1
Fonte: INE – Censos; DGTT
Neste século, a população do Continente quase duplicou e a da Região de Lisboa
e Vale de Tejo (RLVT) triplicou, ao passo que na AML quase quintuplicou.
Assim, o Continente, passou de 5 milhões de habitantes em 1900, para
aproximadamente 9,5 milhões em 1998. No mesmo período, a RLVT passou de
pouco mais de 1 milhão para cerca de 3,3 milhões e na AML registou-se uma
subida de 0,56 milhões, passando a população residente em 1998 para cerca de
2,6 milhões de habitantes.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 3
Figura 1.1 - Evolução da população residente no Continente, RLVT, AML e cidade
de Lisboa - 1900/98
0
2000
4000
6000
8000
10000
1900
1911
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1981
1991
1998
*
( em
milh
ares
)
Continente
R.L.V.T.
A.M.L.
Lisboa
A cidade de Lisboa teve um comportamento semelhante entre 1900 e 1981,
evoluindo de 356000 para 808000 habitantes. Posteriormente, esta tendência
inverte-se: em 1991 atingia os 663400 habitantes., estimando-se que em
1998 apenas contasse 573200.
Assim, e em termos relativos, pode observar-se que:
§ O peso da RLVT em relação ao Continente revela um aumento de cerca de
15%, uma vez que, em 1900, a RLVT representava cerca de 20,3% da
população do Continente e em 1998 o valor é já de 35,1%;
§ A AML, que representa cerca de 3,6% do território continental, concentrava,
em 1900, 11,1% da sua população, ao passo que em 1998 o valor ascende
aos 27,1%. O seu peso no contexto da RLVT, evolui de 54,6% em 1900,
para 77,2% em 1998;
§ A cidade de Lisboa detinha, em 1900, 7,1% da população continental, sendo
que em 1998 o valor observado é de 6,1%. Na RLVT é, à mesma data,
responsável por 34,8% e 17,2% da população. Na AML, o seu peso oscila
entre os 63,8%, no início do século e os 22,3% no final da década de
90.
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
4 A.1 DGTT/DTL
Até 1991, constata-se pois, uma preponderância crescente do peso da Região e
da Área Metropolitana no contexto nacional, registando a AML uma ligeira subida,
também no seio da RLVT. A cidade de Lisboa, pelo contrário, desde 1981 tem
vindo a perder os seus residentes e portanto a diminuir o seu peso, no
Continente, na Região e na AML.
Para uma análise do período 1991/98 e partindo do quadro 1.2 pode então
concluir-se que:
§ O Continente registou no período entre 1991 e 1998 um acréscimo de cerca
de 98200 habitantes, o que significa um aumento de 1,0%;
§ A RLVT teve um aumento de cerca de 29800 habitantes, ou seja, mais
0,9%;
§ A AML teve uma subida de 29200 habitantes, que corresponde a 1,1%;
§ Na cidade de Lisboa, observou-se a perda de cerca de 90200 habitantes, o
que significa uma variação negativa de 13,6%.
Quadro 1.2 – Evolução da população residente na década de 90 na cidade, AML,
Região e País
Nº % % % Nº % % % Nº %Continente 9375,9 100,0 9474,1 100,0 98,2 1,0R.L.V.T. 3296,7 35,2 100,0 3326,5 35,1 100,0 29,8 0,9AML 2540,3 27,1 77,1 100,0 2569,5 27,1 77,2 100,0 29,2 1,1AMLN s/ Lisboa 1236,4 13,2 37,5 48,7 1328,1 14,0 39,9 51,7 91,7 7,4Lisboa 663,4 7,1 20,1 26,1 573,2 6,0 17,2 22,3 -90,2 -13,6AML Norte 1899,8 20,3 57,6 74,8 1901,3 20,1 57,2 74,0 1,5 0,1AML Sul 640,5 6,8 19,4 25,2 668,2 7,1 20,1 26,0 27,7 4,3
1991 (milhares HAB) 1998 (milhares HAB) Variação 98/91
Fonte: DGTT; INE, Censo 91
Se se analisarem separadamente as duas margens, constata-se, para o mesmo
período, o seguinte:
§ A AML Norte (sem Lisboa) sofreu um acréscimo de 91700 habitantes, ou
seja, mais 7,4%, o que significa um fortalecimento do seu peso relativo, no
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 5
contexto da RLVT e da AML, passando de 38% para cerca de 40% e de 49%
para 52%, respectivamente.
No entanto, se lhe agregarmos a cidade de Lisboa, os valores modificam-
se de tal forma, ao ponto de atingirem valores inferiores a um décimo de
ponto. A variação da população entre o início e o fim da década é então de
0,08%, número que se traduz num aumento de pouco mais de 1500
habitantes.
Em 1998 a AML Norte (sem Lisboa) concentra 1,33 milhões de
habitantes, que representam mais de metade do total da população da AML
(51,7%);
§ Em 1998, a Margem Sul concentra 26% da população da AML (perto de
668200 pessoas), valor que consegue agora superar o peso da cidade de
Lisboa.
Se se atentar na sua dinâmica evolutiva, verifica-se que a AML Sul teve,
entre 1991 e 1998, um ganho de perto de 27700 habitantes, cerca de
4,3% - valor claramente abaixo do da AML Norte, passando a ter um peso
de 20,1% na Região, face aos 19,4% de 1991. Neste mesmo ano, o peso
relativo na AML era de 25,2%.
Corroborando então a tendência já verificada em 1991 de estabilização do
efeito polarizador da AML e da Região à escala nacional, estão os dados de
98, que não diferem significativamente dos do início da década.
Associado à estabilização populacional da AML está, no entanto, um fenómeno de
redistribuição interna em que a redução do número de residentes na cidade (-
13,6%) é absorvida pelos restantes concelhos, em particular da AML Norte,
(+7,4%) e da AML Sul (+4,3%).
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
6 A.1 DGTT/DTL
Figura 1.2 – Peso demográfico em Portugal Continental
0
20
40
60
80
100
Continente R.L.V.T. AML
%
19911998
Figura 1.3 – Peso demográfico relativo à RLVT
0
20
40
60
80
100
AML AMLN s/Lisboa
Lisboa AML Norte AML Sul
%
19911998
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 7
Aspectos Económicos e Produtivos
Quanto ao sistema produtivo, a RLVT e a AML assumem um papel fulcral e
centralizam grande parte das actividades e serviços superiores.
O quadro 1.3 permite-nos observar que a RLVT é responsável por cerca de
44,1% da produção do Continente. Todavia, a Grande Lisboa detém, por si
só, um valor de 31,7% do total do País, ou seja, 71,8% do total da Região.
A Península de Setúbal conta 12,4% do total da Região e apenas 5,5% do
total continental.
Quadro 1.3 – VAB por Região – 1994
(milhões de escudos)Regiões VAB pm % %
Norte 4 226 923 32,7Grande Porto 1 937 289 15,0Centro 1 956 064 15,1Lisboa e Vale do Tejo 5 714 082 44,1 100
Oeste 400 123 3,1 7,0Grande Lisboa 4 102 083 31,7 71,8Península de Setúbal 711 391 5,5 12,4Médio Tejo 240 988 1,9 4,2Lezíria do Tejo 259 499 2,0 4,5Alentejo 580 431 4,5Algarve 467.943 3,6TOTAL 12.945.443 100
Fonte: INE, Contas Regionais, 1990-1994
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
8 A.1 DGTT/DTL
Figura 1.4 – Distribuição do VABpm em 1994
0
2500000
5000000
7500000
10000000
12500000
15000000
Nor
te
Gra
nde
Por
to
Cen
tro
Lisb
oa e
Val
edo
Tej
o
Oes
te
Gra
nde
Lisb
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Lezí
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jo
Ale
ntej
o
Alg
arve
TOTA
L
(milh
ões
de e
scud
os)
Figura 1.5 – Peso relativo do VABpm na RLVT, por NUTIII (1994)
0
25
50
75
100
Lisb
oa e
Val
e do
Tejo
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Méd
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Lezí
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jo
%
Uma análise mais fina em relação à AML não é, no momento, possível, pelo facto
do nível mais desagregado da informação corresponder à NUT III, o que deixa o
concelho da Azambuja fora da Grande Lisboa e anexo a uma série de outros
concelhos da Lezíria do Tejo, não havendo qualquer dado que permita efectuar o
cálculo do seu peso.
Todavia, se agregarmos as sub-regiões da Margem Norte e da Margem Sul,
atinge-se um peso de 84,2% face ao total da Região e de 37,2% face ao
Continente, obtendo-se, deste modo, uma posição aproximada da AML.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 9
2. A POPULAÇÃO E O EMPREGO, NA CIDADE E NA REGIÃO
O presente capítulo procura ilustrar o peso e a distribuição da população e do
emprego na AML, segundo diferentes unidades espaciais - sectores regionais e
coroas (vd. Cap. A0), identificando tendências de evolução e relações territoriais.
2.1. Evolução da população na AML e na cidade
2.1.1.Distribuição e dinâmica de evolução da população por sectores
regionais e coroas
Apesar de habitualmente, e no caso particular dos estudos de transportes, se ter
por base de análise a População Presente, considerou-se como ponto de
referência a População Residente, pelo facto de não se dispor senão dos dados do
Censo de 1991 para o primeiro indicador, e por se considerar que o segundo não
deixa de ser representativo da realidade em estudo.
Quadro 2.1. - Distribuição espacial da população da AML por sectores regionais e
dinâmica de evolução na década de 90
SectorNº % % Nº % % Nº %
I - V. F. Xira 210943,0 17,1 225963,0 17,0 15020,0 7,1II - Loures 234354,0 19,0 249568,0 18,8 15214,0 6,5III - Sintra 486456,0 39,3 532678,0 40,1 46222,0 9,5IV - Cascais 304636,0 24,6 319919,0 24,1 15283,0 5,0Margem Norte s/ Lisboa 1236389,0 100,0 48,7 1328128,0 100,0 51,7 91739,0 7,4V - Almada 295941,0 46,2 315508,0 47,2 19567,0 6,6VI - Barreiro 240918,0 37,6 247491,0 37,0 6573,0 2,7VIII - Setúbal 103634,0 16,2 105177,0 15,7 1543,0 1,5Margem Sul - Total 640493,0 100,0 25,2 668176,0 100,0 26,0 27683,0 4,3VII - Lisboa 663394,0 26,1 573171,0 22,3 -90223,0 -13,6Total AML 2540276,0 100,0 2569475,0 100,0 29199,0 1,1
População 1991 População 1998 ∆1998/91
Fonte: DGTT; INE, Censo 91
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
10 A.1 DGTT/DTL
O quadro 2.1. apresenta os dados referentes aos diferentes sectores da AML,
ilustrados na figura 2.1.
O crescimento global da AML entre 1991 e 1998, como já foi referido, cifrou-
se em 1,1%, valor inferior ao resultante da variação entre 1981 e 1991, que
praticamente atingia os 2%. reflectindo, portanto, uma evidente desaceleração
do crescimento, ou estabilização populacional no total da AML.
Todos os sectores, à excepção de Lisboa, ganharam população.
Em termos dinâmicos, observa-se que face a um acréscimo populacional
médio por sector da ordem dos 5,3%, os sectores que se situam acima da
média, são os sectores I, II, III - na margem Norte- e V na margem Sul
(Figura 2.1.).
Com uma dinâmica próxima da média, surge o sector IV e com uma
dinâmica muito inferior à média os sectores VI e VIII.
Numa análise mais pormenorizada, observa-se que:
§ dos sectores regionais da AML, (à excepção da cidade) aquele que detém o
maior quantitativo populacional continua, à semelhança de 1991, a ser o III –
Amadora/Sintra, com cerca de 532700 habitantes, o que significa um peso
de 20,7% no total da AML, tendo registado um crescimento de 9,5% (cerca
de 46200 habitantes) em relação a 1991;
§ o sector IV- Oeiras/Cascais, é o segundo mais populoso na AML (sem
Lisboa), com cerca de 320000 habitantes. Todavia, este sector, que tem um
peso de 12,5% na AML, teve, na presente década, um crescimento dentro
do valor médio (5%), o que em valor absoluto se traduz em cerca de 15300
habitantes;
§ O Sector V – Almada/Seixal/Sesimbra, vem-se aproximando dos valores
da Margem Norte, tendo atingido em 1998 aproximadamente 315500
residentes (12,3% do total da AML), correspondendo este valor a um
acréscimo de 6,6% face a 1991.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 11
§
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
12 A.1 DGTT/DTL
O Sector I- Loures/V.F. de Xira, apesar do seu menor volume populacional
(cerca de 226000 habitantes), registou um aumento de 7,1%. Este sector
é responsável por 8,8% da população da AML;
§ O Sector II – Odivelas/Loures, com um peso de 9,7% no contexto da AML,
ganhou na última década cerca de 15200 habitantes, ou seja, 6,5%.
§ O Sector VI – Barreiro/Moita/Montijo/Alcochete/Palmela, com 247500
habitantes em 1998, regista um ligeiro aumento populacional, 2,7% (cerca
de 6600 habitantes). O seu peso no conjunto da AML, varia apenas de uma
casa decimal, (1991- 9,5%; 1998- 9,6%).
§ No Sector VIII - Setúbal, verificou-se a menor variação, apenas 1,5%,
uma diferença de cerca de 1550 habitantes. Este é o Sector menos populoso
dos sectores regionais, com cerca de 105200 habitantes, o que se traduz em
4,1% face à AML;
A distribuição da população residente em Lisboa, -Sector VII- e na AML,
por coroas, bem como a dinâmica de evolução recente é apresentada no
quadro 2.2 e ilustrada na Figura 2.2.
Quadro 2.2. - Distribuição da população por coroas e respectiva evolução
Coroas
Nº % Nº % Nº %
A - Baixa 9003 1,4 9257 1,6 254 2,8B - Zona Central 89211 13,4 86050 15,0 -3161 -3,5C - Zona Intermédia 211471 31,9 188677 32,9 -22794 -10,8D - Zona de Transição 353709 53,3 289187 50,5 -64522 -18,2
Total 663394 100 573171 100 -90223 -13,60021
Coroa E - Norte 897320 35,3 951123,0 37,0 53803,0 6,0Coroa E - Sul 403248 15,9 421432,0 16,4 18184,0 4,5
Total 1300568 51,2 1372555,0 53,4 71987,0 5,5Coroa F - Norte 339069 13,3 377005,0 14,7 37936,0 11,2Coroa F - Sul 237245 9,3 246744,0 9,6 9499,0 4,0
Total 576314 22,7 623749,0 24,3 47435,0 8,2Total AML 2540276 100 2569475 100 29199 1,1
População 1991 População 1998 ∆∆ 1998/91
Fonte: DGTT; INE, Censo 91
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DGTT/DTL A.1 13
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
14 A.1 DGTT/DTL
Da sua análise e no que diz respeito à cidade de Lisboa pode concluir-se que:
§ somente a coroa A tem uma variação positiva entre 1991 e 1998 (2,8%),
representando no total da cidade apenas 1,6% (9300 residentes);
§ as coroas B (Zona Central) e C ( Zona Intermédia), perderam a nível
interno 3,5% e 10,8%, tendo um peso de 15,0% (86000 hab.) e 32,9%
(188700 hab.) respectivamente, no total da cidade. Ambas aumentaram o seu
peso relativo, face a 1991.
§ O caso flagrante é o da última coroa D – de transição, em que se regista um
decréscimo de 18,2%.
Na verdade, cerca de dois terços dos efectivos perdidos pela cidade de
Lisboa correspondem à coroa D (64500 habitantes). Esta coroa assume, no
contexto da cidade um peso de 50,5% com o maior efectivo populacional, que
ronda os 289000 residentes tendo, porém, perdido importância relativa
(53,3% em 91 e 50,5% em 98).
§ As coroas A e B, com 95300 habitantes, asseguram, conjuntamente, cerca
de 16,6% do total da cidade contra um valor de 14,8% em 91.
§ As coroas C e D, que concentram mais de 80% dos habitantes da cidade
(85,2% em 91 e 83,4% em 98) perdem, no seu conjunto, cerca de 87200
residentes.
Fora da cidade de Lisboa e nas coroas E e F observavam-se, em 1998,
valores na ordem dos 1,4 e 0,6 milhões de habitantes.
Estas coroas, entre 1991 e 1998, viram o seu peso relativo fortalecido no
contexto da AML, passando de 51,2% e 22,7%, para 53,4% e 24,3%,
respectivamente.
As taxas de variação situaram-se nos 5,5% e 8,2% nas coroas E e F,
respectivamente.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 15
Todavia, quer o peso da população residente, quer o respectivo ritmo de
crescimento, é diferente nas duas margens.
Assim, a Margem Norte concentrava, em 1991, 35,3% e 13,3% da população
residente na AML nas coroas E e F, respectivamente, em 1998, 37,0% e
14,7%.
A Margem Sul detinha, em 1991, 15,9% e 9,3% dos residentes na AML, nas
coroas E e F, e em 1998, 16,4% e 9,6%.
Em termos de dinâmica verifica-se que as variações entre 1991 e 1998 são
mais fortes nas “subcoroas” Norte. Na verdade, revelam-se superiores à
variação do total da coroa e bastante mais elevadas face ao crescimento do total
da AML.
2.1.2. Densidade populacional por sectores regionais e coroas
A AML, por inerência da sua própria condição metropolitana, apresenta uma
elevada densidade populacional. Assim, enquanto na RLVT se observa um índice
de 277,4 hab/km2, na AML o valor ascende aos 808,4 hab/km 2.
Quadro 2.3 - Densidade populacional (hab/Km2) na AML por sectores regionais
Sector Dens. Pop. 1991 Dens. Pop. 1998I - V. F. Xira 386.6 414.1II - Loures 1359.7 1448.0III - Sintra 768.9 842.0IV - Cascais 2001.3 2101.7Margem Norte s/ Lisboa 822.7 883.7V - Almada 806.4 859.7VI - Barreiro 233.6 239.9VIII - Setúbal 548.1 556.3Margem Sul - Total 403.4 420.9VII - Lisboa 7533.6 6509.0Total AML 799.2 808.4
Fonte:DGTT; INE, Censo 91
Comparando as duas margens, temos na AML Norte valores que são
substancialmente superiores. A Margem Sul apresenta uma densidade que ronda
os 420,9 hab/km2, ao passo que a Margem Norte, globalmente, detém um
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
16 A.1 DGTT/DTL
valor de 1195 hab/km 2. Retirando-lhe a cidade de Lisboa, tem-se um valor de
883,7 hab/km2. A ter em conta que, entre 1991 e 1998, as variações na
Margem Sul são inferiores às da Margem Norte.
Passando a uma análise por sector (Figura 2.3.), tem-se:
§ Em 1998, a ocupação mais densa em Lisboa, a que se seguem, a distância
considerável, os Sectores IV com 2101,7 hab/km2 e II, este com cerca de
1448,0 hab/km2. Todos os outros detêm valores muito inferiores sendo o
mais baixo o pertencente ao Sector VI com um número de cerca de 239,9
hab/km2.
§ Quando comparados os valores da densidade de 1991 e 1998, conclui-se que
as alterações se denunciaram mais fortemente no sector VII - Lisboa, no
Sector II e no Sector IV, embora o Sector VII continue a ser o mais
densamente povoado e o Sector VI o que tem o valor mais baixo, apesar do
primeiro ter perdido cerca de 1025 hab/km2 e o segundo aumentado à volta
de 6 hab/km2.
A análise por coroas, evidencia a grande concentração central, e uma
diminuição da intensidade de ocupação à medida que a distância ao centro
aumenta (Figura 2.4.).
Quadro 2.4 - Densidade populacional (hab/Km2) na AML por coroas
Fonte: DGTT, INE
Densidade 91 Densidade 98A 10348 10577B 15542 14982
C 12245 10923
D 5512 4507D1 6254 5077D2 5221 4017D3 5662 4620
D4 4502 3982
E 2343 2473E Norte 2822 2991
E Sul 1704 1781F 225 244
F Norte 282 313F Sul 175 182
COROAS
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18 A.1 DGTT/DTL
Se, em 1998, nas coroas A, B e C os valores ultrapassam os 10000 hab/km2,
na coroa D os valores situam-se nos 4500 hab/km 2. A coroa E tem uma
densidade populacional que ronda os 2500 hab/km2, situando-se a coroa F
claramente abaixo, com cerca de 240 hab/km2.
A distribuição interna da coroa D é relativamente homogénea, mas distinguem-se
as “sub-coroas” D4 e D1 como as menos e mais densas, com cerca de 3980
hab/km2 e 5080 hab/km2, respectivamente.
No interior da cidade de Lisboa, e devido à significativa perda de população
entre 1991 e 1998,verifica-se que:
§ As alterações são quase invariavelmente negativas. Exceptua-se a coroa A
que, pela sua área diminuta, sofre uma subida de mais 229 hab/km2;
§ As coroas B, C e D apresentam grandes perdas, nomeadamente as duas
últimas, cuja quebra é superior a 1000hab/Km2
Já fora da cidade, as coroas E e F têm valores numa escala completamente
díspar. A coroa E surge com aproximadamente 2500 hab/km2, ao passo que a F
tem um quantitativo de apenas 244 hab/km2 - isto, em 1998.
Entre 1991 e 1998 a coroa E teve um acréscimo de 130 hab/km2, enquanto
na F se registou um acréscimo de apenas 19 hab/km2.
Naturalmente, quando se desce ao interior das coroas, observam-se densidades
substancialmente mais altas nas “subcoroas” Norte, ao passo que na Margem Sul,
os valores se situam claramente abaixo do valor conjunto da coroa. A disparidade
é, todavia, mais forte na coroa E do que na F, apresentando a Margem Norte
2990 hab/km2, ao passo que na Margem Sul esse valor é de 1780 hab/km2,
sendo que a variação entre 1991 e 1998 se revela coerente com a importância
respectiva destas coroas na AML, ou seja, houve um acentuar da concentração
populacional mais marcado na Margem Norte do que na Margem Sul.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 19
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
20 A.1 DGTT/DTL
2.2. A evolução do emprego na cidade e na AML
A distribuição espacial dos postos de trabalho na AML e no interior da cidade de
Lisboa, é analisada neste ponto, tendo como base de comparação dados de 1988,
data que precede o ano de referência –1998- em dez anos.
2.2.1. Distribuição espacial dos postos de trabalho na AML e na cidade de
Lisboa em 1998
Quadro 2.5 – Distribuição dos postos de trabalho na AML, por sectores regionais
e coroas urbanas
Fonte DGTT, PDM Lisboa
Observa-se (quadro 2.5 e figura 2.5) que:
§ A Margem Norte (com Lisboa), detém um peso de 81,0% do total dos
postos de trabalho. Sem a capital, o valor desce para os 36,1%;
§ A Margem Sul, concentra 19,0% dos postos de trabalho da AML;
DESIGNAÇÃO PTRAB 88 % PTRAB 98 % ∆∆98/88 ∆∆98/88 % ∆∆%
Sector I 59300,0 5,5 64827,0 5,6 5527,0 7,0Sector II 53600,0 4,9 55679,0 4,8 2079,0 2,6Sector III 95000,0 8,8 178528,0 15,4 83528,0 105,6Sector IV 81200,0 7,5 120584,0 10,4 39384,0 49,8AML N (s/Lisboa) 289100,0 26,7 419618,0 36,1 130518,0 165,0 45,1Sector VII - Lisboa 585500,0 54,0 522335,0 44,9 -63165,0 -79,8 -10,8AML Norte 874600,0 80,7 941953,0 81,0 67353,0 85,1 7,7Sector V 85500,0 7,9 94706,0 8,1 9206,0 11,6Sector VI 69800,0 6,4 79822,0 6,9 10022,0 12,7Sector VIII 53900,0 5,0 46432,0 4,0 -7468,0 -9,4AML Sul 209200,0 19,3 220960,0 19,0 11760,0 14,9 5,6Total AML s/ Lisboa 498300,0 46,0 640578,0 55,1 142278,0 179,8 28,6Coroa A 70400,0 6,5 40460,0 3,5 -29940,0 -37,8Coroa B 126500,0 11,7 95222,0 8,2 -31278,0 -39,5Coroa C 190200,0 17,5 184797,0 15,9 -5403,0 -6,8Coroa D 198400,0 18,3 201856,0 17,4 3456,0 4,4Coroa E __ __ 381143,0 32,8 __ __ __Coroa F __ __ 259435,0 22,3 __ __ __Total AML 1083800,0 100,0 1162913,0 100,0 79113,0 100,0 7,3
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 21
§
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
22 A.1 DGTT/DTL
A cidade de Lisboa, ao fixar, em 1998, cerca de 522300 postos de
trabalho, é responsável por 44,9% do total na AML.
Conjuntamente com os Sectores III e IV concentra, na AML Norte,
aproximadamente 71% dos postos de trabalho da AML. Se acrescentarmos a
estes sectores o sector V, verifica-se que os três sectores ocidentais da
AML e a cidade de Lisboa concentram 78,8% do emprego na AML.
Passando a uma análise por coroa (figura 2.6), verifica-se uma diminuição
muito forte à medida que a distância ao centro aumenta, exceptuando-se aqui
o comportamento de Lisboa. Neste caso, a situação inverte-se e o volume de
emprego dos vários anéis diminui do exterior para o centro.
As coroas A, B e C concentram um volume de postos de trabalho da ordem dos
320500 o que representa 61,4% do total da cidade e 27,6% do total da AML.
2.2.2 Dinâmica de evolução espacial dos postos de trabalho 1988/1998
O volume total dos postos de trabalho tem evoluído no sentido positivo ao longo
das duas últimas décadas (Figura 2.5.).
Em 1988, a AML fixava cerca de 1084000 postos de trabalho e, em 1998,
próximo de 1163000. Esta variação situa-se na ordem dos 7,3%.
A Margem Norte (sem Lisboa) regista um acréscimo de 45% e fortalece a
sua liderança, na medida em que o seu peso sobe de 26,7% em 1988, para
36,1% em 1998.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 23
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
24 A.1 DGTT/DTL
A Margem Sul, tem uma variação muito inferior - 5,6%- e o seu peso de
19,3% em 1988, passa a 19%, em 1998. No contexto da AML, perde importância
a favor da AML Norte.
Na cidade de Lisboa a variação é negativa, menos 63200 postos de trabalho do
que em 1988 (-10,8%).
A sua importância relativa na AML altera-se, assim, de 54% em 1988 passa
para 44,9% em 1998, a favor dos concelhos adjacentes, em particular da AML
Norte.
A nível dos restantes sectores verifica-se:
§ uma fortíssima dinâmica de evolução no Sector III, onde o número de
postos de trabalho mais que duplica - de 95000 e 178500 postos de
trabalho em 1988 e 1998, respectivamente, o que se traduz numa evolução
do seu peso de 32,9% a 42,6% no conjunto da AML Norte (excluindo a cidade
de Lisboa). e de 8,8% a 15,4%, no conjunto da AML.
§ Uma ainda muito forte dinâmica no sector IV com um acréscimo de
quase 50% entre 1988 e 1998, embora com uma variação do seu peso
relativo no interior da AML Norte (sem Lisboa) de 0,7%.
§ Dinâmicas positivas nos sectores VI, V e I (variações de 12,7%, 11,6% e
7%)
§ Uma dinâmica de sentido negativo no sector VIII- Setúbal, -9,4%.
Em síntese, no contexto da AML Norte sem Lisboa os sectores III e IV vêm
reforçado o seu peso representando, em 1998, no seu conjunto, 25,8% do
emprego no total da AML, 31,7% face a toda a AML Norte. 71,3% face à
AML Norte sem Lisboa
Na margem Sul, o sector V, mantém a distância face aos restantes sectores
desta região concentrando 42,9% do emprego, enquanto o sector VIII vê
reduzido o seu peso passando a representar 21% do emprego na AML Sul.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 25
Quanto à repartição por coroas (Figura 2.6.) e no que se refere à cidade Lisboa,
conclui-se que:
§ As coroas A,B e C sofreram nestes dez anos, uma redução do n.º de
postos de trabalho, embora mais acentuada nas coroas A e B. Só a coroa D
viu aumentado o seu volume de emprego, detendo em 1998, 38,6% do
total da cidade, face aos 33,9% de 1988.
§ Em 1988 a coroa C detinha o maior volume de emprego, em 1998 é a
coroa D que lidera a concentração de maior número de postos de trabalho
(cerca de 201900), representando 17,4% na AML.
Fora da cidade de Lisboa, as coroas E e F viram aumentada a sua importância
representando, em 1998, respectivamente, 32,8% e 22,3% dos postos de
trabalho da AML.
No entanto, observa-se na coroa E, que a subcoroa a Norte, assume um valor
mais de duas vezes superior ao da Margem Sul – 261300 postos de trabalho
face a 119900.
Na coroa F, as diferenças são muito menores, embora a Margem Norte mantenha
a supremacia 158300 contra 101100 (Quadro 2.7).
2.3 Postos de trabalho/população
A relação de dependência entre postos de trabalho e população na AML,
em 1998 é apresentada no quadro2.6. Em função do grau de dominância e/ou
equilíbrio das funções residencial e de emprego (de acordo com a escala
apresentada a seguir), é ilustrada nas figuras 2.7 e 2.8.
Postos de trabalho/População residente
§ 0 - 0,37 • Áreas Residenciais
§ 0,38 – 0,76 • Áreas Mistas com Dominância Residencial
§ 0,77 – 1,09 • Áreas Mistas com Dominância de Emprego
§ 1,1 – 3,99 • Áreas de Emprego
§ 4 – 13 • Áreas de Emprego Denso
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
26 A.1 DGTT/DTL
Quadro 2.6 – Postos de trabalho/população por sectores na AML em 1998
Sectores População 98 P. Trab. 98 P. Trab./Pop.
Sector I 225963 64827 0,29
Sector II 249568 55679 0,22
Sector III 532678 178528 0,34
Sector IV 319919 120584 0,38
AML N (s/Lisboa) 1328128 419618 0,32
Sector VII 573171 522335 0,91
AML Norte 1901299 941953 0,50
Sector V 315508 94706 0,30
Sector VI 247491 79822 0,32
Sector VIII 105177 46432 0,44
AML Sul 668176 220960 0,33
AML Total 2569475 1162913 0,45
Fonte: DGTT
§ A AML, no seu conjunto, apresenta uma relação de dependência entre
postos de trabalho e população de 0,45, valor que indicia a Área Metropolitana
como “Área Mista com Dominância Residencial”.
Na AML Norte, o valor ascende aos 0,50, mas se se retirar a cidade de Lisboa,
a relação desce para 0,32, índice que a classifica como “Área Residencial”. Daqui
se pode deduzir o importante papel que a cidade de Lisboa desempenha na
dinâmica postos de trabalho/população.
Lisboa é naturalmente uma área de emprego denso e o valor deste indicador
elevadíssimo- 0,91- decorre não apenas da forte concentração de emprego
existente na capital, mas também da reduzida população hoje nela residente.
Por sua vez, a AML Sul regista uma taxa de 0,33, o que a coloca, de igual
forma, na classe das ”Áreas Residenciais”.
§ Quanto aos sectores, na Margem Norte, as taxas mais elevadas são as
patentes nos Sectores III e IV, com 0,34 e 0,38, respectivamente, situando-
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 27
se, portanto, acima da média da AML Norte (se excluída a cidade de Lisboa)
(Figura 2.7.).
Na Margem Sul, o Sector VIII apresenta uma taxa de 0,44, próxima da
observada na AML , apesar do seu menor número de postos de trabalho. O que é
facto, é que tem também menor número de residentes.
Por oposição, o Sector V, com o maior número de postos de trabalho, tem a
mais baixa taxa da AML Sul -0,30, também por ter o maior quantitativo
populacional.
Do total dos sectores (excluindo Lisboa), apenas dois se classificam como “Áreas
Mistas com Dominância Residencial” (IV e VIII).
Quadro 2.7 – Postos de trabalho/população por coroas na AML em 1998
Fonte: DGTT
População 98 (A)
P. Trab. 98 (B)
P. Trab./Pop. (B/A)
A 9257 40460 4,37B 86050 95222 1,11C 188677 184797 0,98D 289187 201856 0,70
D1 103387 66413 0,64D2 52120 46618 0,89D3 79135 37886 0,48D4 54545 50939 0,93
E 1372555 381143 0,28E-N 951123 261277 0,27E-S 421432 119866 0,28
F 623749 259435 0,42F-N 377005 158341 0,42F-S 246744 101094 0,41
COROAS
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
28 A.1 DGTT/DTL
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 29
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
30 A.1 DGTT/DTL
Considerando a divisão por coroas, têm-se as coroas E e F com os valores
mais baixos, 0,28 e 0,42, respectivamente, o que traduz um maior peso da
função residencial e uma forte dependência das coroas centrais (Figura 2.8.).
A desagregação destas coroas, apresenta neste indicador relações semelhantes a
Norte e a Sul.
Na cidade de Lisboa, a coroa A, com um elevado número de postos de
trabalho e com o mais baixo valor populacional, tem como resultado do rácio
4,37, o que a torna uma “Área de Emprego Denso”, ao passo que a Coroa B com
1,11 se inclui nas “Áreas de Emprego”). A Baixa e a Zona Central concentram
grande parte do comércio e alguns serviços relevantes na cidade e
simultaneamente, um número reduzido dos seus residentes.
A Coroa C – Intermédia, tem um valor de 0,98 e a D – Zona de Transição 0,70,
o que as faz corresponder, em termos funcionais, a “Área Mista com
Predominância de Emprego” e “Área Mista com Dominância Residencial”,
respectivamente.
Na subdivisão da coroa D, verifica-se que D2 e D4 (ambas “Áreas Mistas com
Predominância de Emprego”) são as que têm as taxas mais elevadas (0,89 e
0,93) e D3 o valor mais baixo (0,48) que, ainda assim, se revela superior ao de
qualquer um dos sectores, à excepção da cidade de Lisboa – o verdadeiro
pólo empregador da Área Metropolitana de Lisboa.
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 31
3. SINOPSE DO CAPÍTULO
O quadro seguinte resume os principais traços caracterizadores da
dinâmica da população e emprego na AML, na última década.
Quadro 3.1 – Evolução da população residente e dos postos de trabalho
(em milhares)
População Postos de Trabalho
Censo
(1991)
I.M.**
(1998)
∆∆% PDM Lx
(1988)
I.M.
(1998)
∆∆%
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO
RESIDENTE E DOS POSTOS DE
TRABALHO (A) (B) (B-A)/(A)
*100
(C) (D) (D-C)/(C)
*100
CONTINENTE 9375.9 9474.1 +1.1 __ __ __
RLVT 3296.7 3326.5 +0.9 __ __ __
Norte (s/Lisboa) 1236.4 1328.1 +7.4 289.1 419.6 +45.1
Lisboa 663.4 573.2 -13.6 585.5 522.3 -10.8
Norte 1899.8 1901.3 +0.1 874.6 942.0 +7.7
Sul 640.5 668.2 +4.3 209.2 221.0 +5.6
AML
TOTAL 2540.3 2569.5 +1.2 1083.8 1162.9 +7.3
** Inquérito à Mobilidade
Em termos demográficos verifica-se, entre 1991 e 1998, para o total da AML
um aumento populacional. Contudo, constata-se que o mesmo não ocorre de
forma homogénea.
A Margem Norte (sem Lisboa) e a Margem Sul, registam taxas de
crescimento superiores à da AML global.
A perda acentuada da cidade de Lisboa favorece explicitamente a restante
AML Norte, que parece absorver a sua população, na medida em que regista a
mais alta taxa de variação, não justificada pelo seu crescimento natural.
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego M/T 2000
32 A.1 DGTT/DTL
Todavia, globalmente, verifica-se uma tendência para a estabilização dos
valores populacionais
O peso relativo da RLVT e da AML aumenta ligeiramente - no contexto
continental, para ambas as unidades espaciais, e no contexto regional, para a
última. Apenas Lisboa tem perdido importância em termos relativos. Todavia, a
preponderância da Margem Norte é claramente evidente, no que respeita a
demografia.
Figura 3.1 - Postos de trabalho
Peso relativo das Macrozonas
1988/1998
Relativamente ao emprego, à semelhança do que se observou na dinâmica da
distribuição populacional, volta a registar-se como que um “fenómeno de
compensação” entre a AML Norte e Lisboa, passando a primeira a albergar os
valores que se subtraem à segunda. A Margem Sul sofre uma ligeira descida da
sua importância relativa.
54%
19,3%
26,7%
44%
19%
36,1%
0
20
40
60
AML Norte (s/Lx)
Lisboa AML Sul
%
1988
1998
M/T 2000 Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego
DGTT/DTL A.1 33
Assim, e tendo em conta todos os dados apresentados ao longo do capítulo da
Dimensão Espacial da Demografia e do Emprego, pode concluir-se que de
entre os principais aspectos relativos à problemática da demografia e do
emprego, se evidenciam os seguintes:
DEMOGRAFIA
Ø A AML regista, em 1998, cinco vezes mais habitantes do que em1900,ou seja 2,5 milhões de residentes face ao 0,5 milhão inicial.
Ø A AML Norte mantém a sua preponderância em relaçãoà Margem Sul, concentrando 74,8% e 25,2% da população,respectivamente.
Ø O sector III- Amadora/Sintra é o sector com o maior volumepopulacional da AML Norte (532700), se excluída a cidade de Lisboa, logoseguido dos sectores IV- Oeiras/Cascais (319900) e V- Almada/Seixal(315500), podendo pois concluir-se da forte concentração existente nossectores ocidentais da AML.
Ø Os sectores com valores mais baixos, embora consideravelmentedistantes entre si são os sectores II –V.F. de Xira ee III, na MargemNorte e Barreiro e Setúbal (de todos, o mais reduzido), na Margem Sul.
Ø As densidades populacionais (hab/km2) mais elevadas correspondem aossectores de Lisboa (6500), Cascais (2100) e Loures (1450), ao passo que amais baixa pertence ao sector do Barreiro (240).
EMPREGO
Ø A AML registou um crescimento de 7,3% dos postos de trabalho entre1988 e 1998.
Ø A AML Norte concentra, em 1998, cerca de 81% dos postos de trabalhoda AML, ao passo que a Margem Sul detém apenas 19%.
Ø Lisboa possui mais de metade dos postos de trabalho em 1988, parapassar a deter menos de 45% em 1998.
Ø Os sectores com quantitativos que mais se aproximam da concentraçãocentral são, uma vez mais, Sintra e Cascais
Ø Por oposição, os sectores com menor número de postos de trabalho sãoos sectores II e VIII.
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2
PARTE A2
MOBILIDADE
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2
ÍNDICE A2
00.. VVAALLOORREESS CCHHAAVVEE ((11999988)) 1
11.. IINNDDIICCAADDOORREESS GGLLOOBBAAIISS DDEE MMOOBBIILLIIDDAADDEE 5
1.1 – Indicadores gerais de mobilidade dos residentes na AML 5
1.2 – Motivos de viagens 6
1.3 – Repartição modal 8
1.4 – Duração da viagem 13
1.5 – Análise dos transbordos 15
22.. EESSTTRRUUTTUURRAA EESSPPAACC IIAALL DDAASS VVIIAAGGEENNSS MMOOTTOORRIIZZAADDAASS 17
2.1 – Viagens motorizadas na AML 17
2.2 – Viagens geradas/atraídas pela cidade de Lisboa 19
2.3 – Peso dos sectores nas relações entre as duas margens 20
2.4 – Motivos de viagens entre as duas margens 21
33.. RREEPPAARRTTIIÇÇÃÃOO MMOODDAALL DDAASS VVIIAAGGEENNSS MMOOTTOORRIIZZAADDAASS NNAA
AAMMLL (( IINNCCLLUUIINNDDOO VVIIAAGGEENNSS DDEE RREEGGRREESSSSOO))
23
3.1 – Repartição modal das viagens internas às macrozonas 23
3.2 – Repartição modal das viagens entre macrozonas 25
44.. CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS 27
Pág.
Mobilidade M/T 2000
A.2 DGTT/DTL
ÍNDICE DE FIGURAS A2
Viagens por dia/residente 1
Valores chave por macrozonas 2
F. 1.1 – Repartição modal das viagens dos residentes na AML 5
F. 1.2 - Repartição das viagens na AML por motivo 7
F. 1.3 - Repartição modal das viagens 8
F. 1.4 – Representação gráfica da repartição das viagens por grupo etário 10
F. 1.5 - Representação gráfica da repartição modal das viagens por grupo
etário
11
F. 1.6 – Repartição modal das viagens por número de automóveis disponíveis
no agregado
12
F. 1.7 – Repartição das viagens motorizadas e a pé por duração 13
F. 1.8 – Repartição modal das viagens motorizadas e a pé por duração 14
F. 1.9 – Distribuição cumulativa das viagens por classes de tempo de duração 14
F. 1.10 – Número de transbordos das viagens em TP por macrozonas 15
F. 1.11 – Repartição percentual por sectores 16
F. 2.1 – Estrutura espacial das viagens na AML 17
F. 2.2 – Viagens na AML Norte inter e intra sectoriais (excluindo Lx) 18
F. 2.3 –Viagens na AML Sul inter e intra sectoriais 18
F. 2.4 – Viagens motorizadas atraídas/geradas por Lisboa por sectores 19
F. 2.5 – Viagens com origem na AML Norte 20
F. 2.6 – Viagens com origem na AML Sul 20
F. 2.7 – Estrutura das viagens motorizadas entre as duas margens por motivos
(sem viagens de regresso)
21
F. 3.1 – Repartição modal das viagens motorizadas internas às macrozonas na
AML
23
F. 3.2 – Repartição modal das viagens motorizadas entre macrozonas na AML 25
ÍNDICE DE QUADROS A2
Quadro síntese 11
Q. 1.1 – Repartição modal das viagens por motivos 9
Q. 1.2 - Repartição de viagens a pé e motorizadas, por grupo etário 10
Q. 1.3 - Repartição modal das viagens por grupo etário 11
Pág.
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2
FFIICCHHAA TTÉÉCCNNIICCAA DDOO IINNQQUUÉÉRRIITTOO ÀÀ MMOOBBIILLIIDDAADDEE
Este capítulo tem por base os resultados do inquérito à mobilidade dos residentes
da AML, realizado pela DGTT em parceria com o INE, durante os meses de
Fevereiro e Maio de 1998.
O número de agregados familiares inquiridos foi de 10.091 correspondente a um
total de 26.654 indivíduos (1% da amostra). A dimensão média dos agregados é
de 2,64.
DDEEFFIINNIIÇÇÕÕEESS EE SSIIGGLLAASS
AML Área Metropolitana de Lisboa
AML-Norte Área Metropolitana Norte
AML-Sul Área Metropolitana Sul
VIAGEM Uma viagem de ida ou um regresso entre origem e destino
ETAPA Parte de uma viagem, efectuada num determinado modo
TI Viagens / etapas motorizadas realizadas em automóvel ligeiro depassageiros ou misto
TPViagens / etapas motorizadas realizadas em Transporte Público:autocarro, comboio, metro, barco, eléctrico, elevador e táxi
TI+TP Viagem na qual foi utilizada uma combinação de TI e TP
TOViagens nas quais foi utilizado pelo menos numa das etapas:bicicleta, motociclo / ciclomotor ou qualquer outro meio detransporte não especificado acima
MOTIVO DEVIAGEM
Razão de ser de uma viagem que tem como origem a casa ouqualquer outro ponto de origem
VIAGEM DEREGRESSO
Uma viagem que tem como destino a casa qualquer que seja omotivo
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 1
0. VALORES CHAVE (1998)
Os valores seguintes traduzem os grandes números dos resultados do inquérito à
mobilidade.
População residente 2.569.500
Postos de Trabalho 1.162.900
Total AML 4.858.700
AML Norte (- Lisboa) 2.459.000
Lisboa 1.181.000
AML - Sul 1.218.000
A pé 1.169.000
Viagens diáriasdos residentes daAML
Motorizadas 3.689.000
Viagens por dia/residente
Os residentes da AML fazem em média 1,9 viagens por dia, passando para 1,4
quando falamos de viagens motorizadas e para 0,5 em média referente a viagens
a pé.
1,4
0,5
0
0,5
1
1,5
2
Via
gens/
Dia
Viagens motorizadas Viagens a pé
Total =1,9
Mobilidade M/T 2000
2 A.2 DGTT/DTL
VVAALLOORREESS CCHHAAVVEE PPOORR MMAACCRROOZZOONNAASS
Nota:
*Viagens que não ultrapassem limites de sectores nem de macrozonas.
**Emprego/Pop. Residente
2.570.000
1.163.000
4.860.000
2.303.000
0500.000
1.000.0001.500.0002.000.0002.500.0003.000.0003.500.0004.000.0004.500.0005.000.000
Pop. Residente PostosTrabalho
Viagens Totais ViagensLocais*
AML
47,4%
0,45**
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 3
573.000 522.000
1.181.000
750.000
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
Pop.Residente
Postostrabalho
Viagens Totais ViagensLocais*
Lx
63,5%
1.328.000
420.000
2.459.000
995.000
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
Pop.Residente
PostosTrabalho
Viagens Totais ViagensLocais*
AML Norte - Lx
40,5%
668.000
221.000
1.218.000
608.000
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
Pop.Residente
PostosTrabalho
Viagens Totais ViagensLocais*
AML Sul
49,9%
0,32**
0,91**
0,33**
Mobilidade M/T 2000
4 A.2 DGTT/DTL
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 5
1. INDICADORES GLOBAIS DE MOBILIDADE
1.1 Indicadores gerais de mobilidade dos residentes naAML
O número de viagens realizadas diariamente pelos residentes na AML é cerca
de 4,86 Milhões. Destas 1,17 Milhões são efectuadas exclusivamente a pé,
2,1 Milhões em TI, 1,3 Milhões em TP, 0,08 Milhões utilizando uma
combinação de TI e TP e 0,18 Milhões em que foi utilizado em alguma das
etapas outro modo de transporte.
Figura 1.1 - Repartição modal das viagens dos residentes da AML
Legenda:
TI – Transporte Individual TO - Outros
TP – Transporte Público A Pé
TI+TP
Viagens Totais
4,9 Milhões
24.1%
27,1%
1,6%3,7%
43,5%
Viagens Motorizadas
3,7 Milhões
5%
2%
36%
57%
Mobilidade M/T 2000
6 A.2 DGTT/DTL
1.2 Motivos de viagens
A distribuição dos motivos de todas as viagens dos residentes da AML é a
seguinte:
Motivo N.º Viagens % %
Ir para o trabalho 1.131.000 41,9% 23,3%
Ir para a escola 501.000 18,6% 10,3%
Compras/serviços e
saúde375.000 13,9% 7,7%
Visita a família/amigos e
lazer/recreio329.000 12,2% 6,8%
Acompanhamento de
familiares222.000 8,2% 4,6%
Em serviço 111.000 4,1% 2,3%
Outros 29.000 1,1% 0,6%
TOTAL 2.698.000 100% 55,6%
Regresso a casa 2.158.000 44,4%
TOTAL 4.586.000 100%
Observa-se que 60,5% das viagens realizadas diariamente estão associadas aos
motivos trabalho e escola.
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 7
Figura 1.2 - Repartição das viagens na AML por motivo
(Sem viagens de regresso a casa)
1,1%
4,1%
8,2%
41,9%
18,6%
13,9%
12,1%
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Outros
Em Serviço
Acompanhamento defamiliares
Trabalho
Escola
Compras/Serviços/Saúde
Lazer
Mobilidade M/T 2000
8 A.2 DGTT/DTL
1.3 Repartição modal
Analisando a repartição modal das viagens de uma forma global, comparando-a
com o principal motivo, ir para o trabalho, e com o período de ponta da
manhã, verifica-se uma repartição muito semelhante (Figura.1.3).
De evidenciar no entanto o maior peso das viagens em TP no PPM (30,4%).
Figura 1.3 - Repartição modal das viagens
PPM - 6h 30m às 9h 29 m
TP30,4%
TI48,0%
TO3,7%
A pé15,4%
TI+TP2,5%
Total de Viagens
TP27,1%
TI43,5%
TI+TP1,6%
A pé24,1%
TO3,7%
Ir para o Trabalho
TP28,7%
TI48,0%
A pé16,6%TO
4,1%TI+TP2,6%
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 9
Analisando o modo como as viagens são realizadas, tendo em conta o seu
motivo, verifica-se que é o modo TI o que apresenta maiores percentagens
em todos os motivos à excepção do motivo ir para a escola, em que o modo
predominante é a deslocação a pé (Quadro 1.1).
Quadro 1.1 – Repartição modal das viagens por motivos
ModosMotivos
TI+TO TP+(TI+TP) A pé
GLOBAL 47,2% 28,7% 24,1%
Ir para o trabalho 52,0% 31,3% 16,7%
Ir para a escola 27,8% 28,8% 43,4%
Acompanhamento de familiares 79,0% 10,8% 10,2%
Visitas a família/amigos e Lazer 51,3% 25,3% 23,4%Compras/serviços e Saúde 39,6% 32,7% 27,7%
Em serviço 79,2% 18,3% 2,4%
Outros 54,0% 24,2% 22,5%Ir para o domicílio 44,9% 29,6% 25,5%
Mobilidade M/T 2000
10 A.2 DGTT/DTL
Os grupos etárias de 25 – 64 anos representam 61,8% de todas as viagens.
Nas viagens a pé, o peso dos grupos etários de – 24 anos e + 65 anos
representa 57,2% das viagens, nas viagens motorizadas, os grupos etárias de
25 - 64 anos representam 67,9% das viagens (Quadro 1.2).
Quadro 1.2 - Repartição de viagens a pé e motorizadas, por grupo etário
A PÉ MOTORIZADAS TOTAL DE VIAGENSGrupoEtário N.º de
Viagens% N.º de
Viagens% N.º de
Viagens%
0 a 14 292.000 25,0 303.000 8,2 595.000 12,2
15 a 24 225.000 19,3 604.000 16,4 829.000 17,1
25 a 44 241.000 20,6 1.504.000 40,8 1.745.000 35,9
45 a 64 259.000 22,2 999.000 27,1 1.258.000 25,9
65 a + 151.000 12,9 279.000 7,6 429.000 8,8
GLOBAL 1.168.000 100 % 3.689.000 100 % 4.858.000 100 %
Figura 1.4 – Representação gráfica da repartição das viagens por grupo etário
0%5%
10%15%20%
25%30%
35%40%45%
0 a 14 15 a 24 25 a 44 45 a 64 65 a +
A Pé
Motorizadas
Total
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 11
Fazendo uma analise semelhante, mas por faixa etária, pode verificar-se que o
modo a pé tem o maior peso no grupo etário dos 0-14, o transporte público
nas faixas etárias compreendidas entre os 15-24 e a partir dos 65. Já o
automóvel é mais utilizado entre os 25-64. (Quadro 1.3).
Quadro 1.3 - Repartição modal das viagens por grupo etário
VIAGENS (residentes)
MOTORIZADASGRUPOETÁRIO A PÉ
Total TP TI+TP TO TI
TOTAL DEVIAGENS
0 a 14 49,1 50,9 16,0 0,5 4,1 30,3 595.000
15 a 24 27,2 72,8 36,3 1,7 5,1 29,7 829.000
25 a 44 13,8 86,2 23,5 2,0 3,3 57,4 1.745.000
45 a 64 20,6 79,4 28,4 1,8 3,2 45,9 1.258.000
65 a + 35,1 64,9 35,6 0,7 3,4 25,2 429.000
GLOBAL 24,1 75,9 27,1 1,6 3,7 43,5 4.858.000
100 % 100 %
Figura 1.5 – Representação gráfica da repartição modal das viagens por grupo
etário
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
0 a 14 15 a 24 25 a 44 45 a 64 65 a +
Grupos etários
A PÉTP+(TI+TP)
TI+TO
Mobilidade M/T 2000
12 A.2 DGTT/DTL
O gráfico seguinte (Figura 1.6), evidencia que à medida que aumenta o número
de automóveis disponíveis por agregados familiares, diminuem as viagens
a pé e em transporte público passando a existir uma maior percentagem de
viagens realizadas em transporte individual.
Figura. 1.6 - Repartição Modal das Viagens
por número de automóveis disponíveis no agregado
37,8
9,5
47,1
23,6
43,9
27,0
14,9
67,4
12,9
0%
20%
40%
60%
80%
100%
0 1 2 ou +
Número de automóveis disponíveis
A pé TI TP TI+TP TO
35,5% 43,5% 21%
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 13
1.4 Duração da viagem
A repartição das viagens, a pé e motorizadas, quanto à sua duração, por
classes de duração de 15 minutos está representada na (Figura 1.7).
Da sua análise conclui-se que 82,6% das viagens a pé têm duração inferior a 30
minutos, metade das quais duram menos de 15 minutos.
Para as viagens motorizadas a duração para quase metade das viagens é
inferior a 30 minutos e para mais que 2/3 inferior a 45 minutos.
Figura 1.7 - Repartição das viagens motorizadas e a pé por duração
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
0:00
-0:1
40:
15-0
:29
0:30
-0:4
40:
45-0
:59
1:00
-1:1
41:
15-1
:29
1:30
-1:4
41:
45-1
:59
2:00
:2:1
4
>2:
15
MotorizadasA pé
Mobilidade M/T 2000
14 A.2 DGTT/DTL
Figura 1.8 – Repartição modal das viagens motorizadas e a pé por duração
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0:00
-0:1
40:
15-0
:29
0:30
-0:4
40:
45-0
:59
1:00
-1:1
41:
15-1
:29
1:30
-1:4
41:
45-1
:59
Motorizadas
A Pé
Figura 1.9 – Distribuição cumulativa das viagens por classes de tempo de duração
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Tota
l+
0:1
5+
0:3
0+
0:4
5+
1:0
0+
1:1
5+
1:3
0+
1:4
5+
2:0
0
+ 2
:15
A Pé
Motorizadas
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 15
1.5 Análise dos transbordos
No tocante à repartição das viagens em TP por número de transbordos na
AML (Figura 1.10) poder-se-à concluir que:
Ø nas viagens realizadas dentro da cidade de Lisboa a percentagem de
transbordos é menor.
Ø por outro lado, a barreira física do rio Tejo, obriga a um elevado número
de transbordos.
Figura 1.10 - Número de transbordos das viagens em TP por macrozonas
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Per
cent
agen
s
0 1 2 3 ou +
Nº de Transbordos
AML AML-Norte sem Lisboa Lisboa AML-Sul
MACROZONAS
Mobilidade M/T 2000
16 A.2 DGTT/DTL
Fazendo a análise por sectores (Figura 1.11) verifica-se:
Ø O sector VIII seguido do sector VII são os que apresentam menores
transbordos.
Ø O sector V e VI são os que apresentam maior número de transbordos.
Figura 1.11 – Repartição percentual por sectores
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Perc
enta
gem
0 1 2 3 ou +
Sector I Sector II Sector III Sector IV Sector VSector VI Sector VII Sector VIII
SECTORES
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 17
2. ESTRUTURA ESPACIAL DAS VIAGENS MOTORIZADAS
2.1 Viagens motorizadas na AML
Na distribuição espacial das viagens no conjunto da AML (Figura 2.1), destaca-se
que:
Ø A maioria das deslocações são viagens internas às macrozonas
(70,2%) sendo as viagens com a cidade de Lisboa de 28,3%;
Ø Os fluxos entre as duas margens do Tejo têm uma expressão reduzida,
representando apenas 6,8% do total de viagens na AML, realçando-se dentro
destas o peso do destino Lisboa com um volume de (80%).
Figura 2.1 - Estrutura espacial das viagens na AML
Lisboa
750 000
AML Norte - Lisboa
31,0%
AML Sul
20,6%
1 124 000832 000
23,0%
191 000( 5,3%)
56 000(1,5%)
18,6%
676 000
Viagens naAML Norte
2,7 Milhões
(74,6%)
Viagens na
AML Sul
0,68 Milhões
Total de Viagensna AML
3,63 Milhões
(18,6%)
Mobilidade M/T 2000
18 A.2 DGTT/DTL
Fazendo a comparação entre viagens internas a cada sector e as viagens
entre sectores, excluindo as viagens com a cidade de Lisboa, salientam-se as
diferenças nas duas margens, verificando-se um maior peso das viagens internas
(90%) na AML-Sul.
Figura 2.2 - Viagens na AML-Norte inter e intra sectoriais (excluindo Lisboa)
Figura 2.3 - Viagens na AML Sul inter e intra sectoriais
O conjunto de viagens em análise representa quase metade (49,6%) do total de
viagens realizadas na AML.
Na AML Norte evidencia-se o peso das viagens internas aos sectores III e
IV (61,6%); na AML Sul o peso das viagens internas aos sectores V e
VI (72,9%). Relativamente às viagens mais significativas entre sectores
salientam-se as que se realizam entre os sectores III e IV na AML Norte e entre
os sectores VI e VIII na AML Sul.
Sector IV
Sector III
Sector II Sector I
10.4 %12.1 %
36.6 %
25.0 %
7.1 %
2.6 %
3.1 %
1.3 %
1.3 %0.5 %
Total de Viagens: 1 124 000Total de Viagens: 1 124 000
84 %84 %
16 %16 %
Sector V
Sector VI
Sector VIII
3.6 %
4.6 %
1.9 %
37.3 %
35.6 %
17.0 %
Total de Viagens: 676 500Total de Viagens: 676 500
90 %90 %
10 %10 %
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 19
2.2 Viagens geradas/atraídas pela cidade de Lisboa
O peso das viagens motorizadas entre sectores e Lisboa é de 30% em relação
ao total das viagens motorizadas dos residentes da Área Metropolitana.
Da análise da figura 2.4 sobressalta a importância dominante das relações
entre os concelhos dos sectores ocidentais da AML-Norte (sectores III e IV) e
a cidade de Lisboa representando o total destas viagens quase metade (49%)
do total das viagens de todos os sectores com Lisboa.
Figura 2.4 - Viagens motorizadas atraídas/geradas por Lisboa por sectores
A repartição modal destas viagens entre TP e TI é favorável ao TI (com
valores superiores a 50%) nos sectores I, III e IV (atingindo neste último caso
os 58%). É ainda favorável ao TP para os sectores II e V, embora o TI represente
já mais de 40% e para o sector VI onde o TI detém um peso muito
inferior (19%).
Sector I(14.1%)
Sector V(12.4%)
Sector VI(5.5%)
Sector VIII(0.8%)
Sector II(18.0%)
49 %
32 %
19 %
Sector III(28.5%)
Sector IV(20.8%)
49%52%
51%
58%43%
54%
19%
Legenda:
% TI
Mobilidade M/T 2000
20 A.2 DGTT/DTL
2.3 Peso dos sectores nas relações entre as duas margens
A distribuição das origens/destinos das viagens motorizadas efectuadas entre as
duas margens evidencia que:
Figura 2.5 – Viagens com origem
na AML Norte
§ Do total de viagens com
origem na AML-Norte e
destino na AML-Sul, 74% são
geradas em Lisboa.
§ As relações atraídas pelo
sector VIII (Setúbal) tem uma
representatividade
reduzida (4,7%).
§ O inverso verifica-se com o
sector V, que apresenta um
volume de viagens de 67,6%.
Figura 2.6 – Viagens com origem
na AML Sul
§ As relações da margem sul
com a cidade de Lisboa são
dominantes (77,1).
§ Com a restante AML-Norte as
relações preferenciais
abrangem os sectores III e
IV, isto é, os sectores mais
ocidentais da AML-Norte.
TotalTotal123 000123 000
Sector IVSector IV10 31010 310(8.4%)(8.4%)
Sector IIISector III7 9007 900
(6.4%)(6.4%)
Sector IISector II5 0605 060
(4.1%)(4.1%)
Sector ISector I4 9004 900
(4.0%)(4.0%)
Sector VIISector VII94 84094 840
(77.1%)(77.1%)
Sector VISector VI34 12034 120
(27.7%)(27.7%)
Sector VSector V83 14083 140
(67.6%)(67.6%)
Total123 000
76.4 % 70.7 %
73.3 %
Sector VIIISector VIII5 7405 740
(4.7%)(4.7%)
Viagenscom origemem Lisboa
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 21
2.4 Motivos de viagens entre as duas margens
O peso das viagens com origem na AML-Su l é quatro vezes superior (80%)
ao das viagens com origem na AML-Norte (20%).
A estrutura dos motivos das viagens motorizadas entre as duas margens
tem padrões diferentes (Figura 2.7):
Ø Os principais motivos das viagens com origem na AML-Norte (83,4%)
além do de trabalho, são visita a familiares/lazer e em serviço,
respectivamente. As viagens “escola” têm pouco peso;
Ø Para as viagens com origem na margem sul as viagens de trabalho têm
mais peso sendo os outros motivos mais significativos, escola e
compras / serviços / saúde.
Figura 2.7 - Estrutura das viagens motorizadas entre as duas margens por
motivos (sem viagem de regresso)
1%
16,4%
2,6%
42,2%
9,4%
3,6%
24,8%
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Outros
Em Serviço
Acompanhamento de familiares
Trabalho
Escola
Compras/Serviços/Saúde
Lazer
AML-Norte
1,5%
1,6%
3,2%
67,9%13%
7,8%
4,9%
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Outros
Em Serviço
Acompanhamento de familiares
Trabalho
Escola
Compras/Serviços/Saúde
Lazer
AML-Sul
Mobilidade M/T 2000
22 A.2 DGTT/DTL
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 23
3. REPARTIÇÃO MODAL DAS VIAGENS MOTORIZADAS NA AML(INCLUINDO VIAGENS DE REGRESSO)
3.1 Repartição modal das viagens internas às macrozonas
Analisando a figura 3.1, pode facilmente verificar-se que o transporte público só
apresenta percentagens superiores ao transporte individual nas viagens internas
à cidade de Lisboa. Em todos os outros casos é o transporte individual que detém
a maior percentagem de utilização.
Figura 3.1 - Repartição modal das viagens motorizadas internas às macrozonas
na AML
TP37,6%
TI56,6%
TO3,8%TI+TP
2,0%
Mobilidade M/T 2000
24 A.2 DGTT/DTL
Viagens na AML Norte excluindo Lisboa
Viagens em Lisboa Viagens na AML Sul
TP50,9%
TI45,3%
TO2,7%
TI+TP1,1%
TP25,6%
TI67,4%
TO6,0%TI+TP
1,0%
TP26,5%
TI64,4%
TI+TP0,5%
TO8,6%
Lisboa
750 200
AML Norte - Lisboa
31,0%
AML Sul
20,6%
1 124 000
18,6%
676 480
70% do total de viagens na AML
Viagens internas às macrozonas
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 25
3.2 Repartição modal das viagens entre macrozonas
Nas viagens “radiais” o TI apresenta percentagens na ordem dos 50%, sendo
este peso um pouco mais elevado (57%) nas viagens entre as duas margens
(excluindo todas as viagens com Lisboa), excepto entre a margem sul e Lisboa
onde é o TP o modo que apresenta maior percentagem pois o rio Tejo é uma
barreira natural que favorece a utilização do transporte público.
Figura 3.2 – Repartição modal das viagens motorizadas entre macrozonas na AML
AML Norte Lisboa
AML Sul Lisboa
AML Sul AML Norte(excluindo Lisboa)
TP30,7%
TI57,2%
TI+TP7,0%
TO5,1%
TP41,7%
TI52,2%
TI+TP4,0%
TO2,1%
TP49,9%
TI36,2%
TI+TP8,8%
TO5,1%
Lisboa
AML Norte - Lisboa
AML Sul
831 70023,0%
191 000( 5,3%)
55 800(1,5%)
Viagens “radiais”
30% do total de viagens na AML
Mobilidade M/T 2000
26 A.2 DGTT/DTL
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 27
4. CONCLUSÕES
A informação obtida através do Inquérito à Mobilidade na Área Metropolitana de
Lisboa constitui um importante contributo para a caracterização dos padrões de
mobilidade - a estrutura temporal e espacial das viagens dos residentes – e,
indirectamente, para a avaliação do sistema de transportes de passageiros da
AML.
De facto a realização deste inquérito enquadra-se nos objectivos de planeamento
de transportes na AML, definidos pela DGTT, visando o conhecimento e reflexão
alargados sobre a mobilidade metropolitana por forma a fundamentar estudos de
evolução do sistema de transportes de passageiros.
Apresentam-se seguidamente, em termos comparativos, alguns dos
principais indicadores de caracterização da mobilidade em 1973,
(constantes do Estudo de Transportes da Região de Lisboa – ETRL,
1973/1981) e em 1998, obtidos através do inquérito domiciliário
realizado na AML.
Salienta-se que a interpretação dos valores indicados não poderá deixar de ter
em consideração a evolução sócio-económica e as grandes modificações
registadas no espaço metropolitano, nomeadamente, no que se refere à evolução
demográfica, à ocupação do solo e ordenamento do território, à construção de
infra-estruturas de transportes, ao aumento do poder de compra a que está
associado o aumento significativo da motorização e mobilidade.
Mobilidade M/T 2000
28 A.2 DGTT/DTL
O quadro seguinte, sintetiza a evolução de alguns indicadores relevantes nos
últimos vinte e cinco anos.
ETRL*(1973)
I.M.**(1998)
∆∆%
Evolução dos Indicadores Chave(A) (B) (B-A)/(A)
x100
AML - POPULAÇÃO 2 184 000 2 569 500 + 17,7
Motorizadas 2 650 000 3 629 000 + 37AML - Viagens
A pé - 1 169 000 -N.º de Viagens Motorizadas/Habitante/Dia 1,2 1,4 +16,7
% Viagens (Motivos Trabalho e Escola) 75% 61% -18,7
Viagens em Transportes Públicos 1 352 000 1 317 000 -2,6
AML 170 327 +92,4Taxa de Motorização
Lx 232 272 +17,2
Lx 1 130 000 750 000 -33,6
AML Norte - Lx 460 000 1 124 000 +144,3Viagens Internas
AML Sul 320 000 676 500 +111,4
Nota:
* Estudo de Transportes da Região de Lisboa
** Inquérito à Mobilidade
É pois, neste enquadramento que se regista que:
Ø o número total de viagens motorizadas diárias realizadas na Área
Metropolitana de Lisboa, cresceu 37 %, passando de 2,65 Milhões em 1973,
para cerca de 3,63 Milhões em 1998;
Ø o número de viagens motorizadas por habitante e por dia cresceu cerca
de 17 %, passando de 1,2 para 1,4;
Ø se verificou um decréscimo de viagens associadas aos motivos trabalho e
escola, de 75% em 1973 para 61% em 1998, o que traduz uma alteração
dos padrões de mobilidade, revelando a progressiva importância das
viagens ocasionais.
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 29
Na estrutura espacial da procura diária verificaram-se alterações
significativas, não só em termos quantitativos como quanto à respectiva
importância percentual no total das viagens/dia, sendo de evidenciar os seguintes
aspectos:
Ø o número de viagens/dia com origem ou destino na cidade de Lisboa,
viagens do tipo suburbano, apresenta um crescimento de 42%, traduzindo
alterações na estrutura de dependências da periferia em relação à cidade;
Ø o número de viagens/dia internas à cidade de Lisboa sofreu um
decréscimo de cerca de 34% passando de 1.130.000 em 1973 para 750.200
em 1998, o que poderá estar associado à diminuição da população residente
e ao seu envelhecimento bem como à relocalização dos centros de emprego e
de serviços;
Ø o número de viagens internas na AML Norte, excepto Lisboa, apresenta o
crescimento mais significativo (+ 144 %), representando, em 1973, 460.000
(17%) do total de viagens/dia da AML e, em 1998, 1.123.900 (31%);
Ø para as viagens internas à AML Sul, aqueles valores também são
importantes 320.000 (12%) em 1973 e 676.500 (19%) em 1998. Estas
alterações traduzem uma maior autonomia da Região em relação a Lisboa
verificando-se um aumento significativo das viagens internas (+111 %);
Ø no que se refere ao parque automóvel e à taxa de motorização (n.º de
veículos/1000 hab.), as variações são também bastante significativas. Para o
total da Área Metropolitana, o parque automóvel em 1973 era cerca de
400 000 veículos e em 1998 de cerca de 839 900 veículos, com uma taxa de
motorização de 170 e 327 respectivamente. A taxa de motorização na
cidade de Lisboa não sofreu alterações significativas (232 em 1973 e 272 em
1998), sendo de referir as alterações importantes na Área Metropolitana
Norte, excepto Lisboa, (144/351) e na Área Metropolitana
Sul (115/327);
Mobilidade M/T 2000
30 A.2 DGTT/DTL
Para o total de viagens motorizadas/dia na Área Metropolitana bem como
para as viagens com origem ou destino na cidade de Lisboa, verificou-se
praticamente uma inversão da repartição modal com incidência favorável para
as viagens em Transporte Individual. Assim, essa repartição apresenta as
seguintes principais diferenças entre os anos de referência:
Evolução da repartição Modal
Pode concluir-se que o conjunto dos valores apresentados traduz diferenças
assinaláveis da mobilidade metropolitana e evidencia o sentido das principais
modificações decorridos 25 anos. Esta “inversão” da repartição entre
Transporte Público (TP) e Transporte Individual (TI) traduz, entre outros
factores, a incidência das alterações sócio económicas, nomeadamente em
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20% ETRL (1973)IM (1998)
10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
38%
62%
49%
47%
54%
23%
41%
TI
51%53%
46%
77%
59%TP
AML AML-S
Lx
AML-N
Lx
M/T 2000 Mobilidade
DGTT/DTL A.2 31
termos da motorização e mobilidade, e dos padrões de mobilidade resultantes, a
melhoria das infra-estruturas rodoviárias e a insuficiente capacidade de resposta
e adaptação do sistema de transportes públicos.
Em síntese, de entre os principais aspectos de caracterização da mobilidade
da população da AML, resultantes deste inquérito, evidenciam-se os seguintes
indicadores:
PADRÕES DE MOBILIDADE (1998) - SÍNTESE
Em relação aos indicadores gerais de mobilidade:
Ø O número ainda expressivo de agregados sem automóveis (35,5%) e
Ø o número já significativo de agregados com 2 ou mais automóveis (21%).
Ø O peso significativo do número de viagens a pé (24%), e em especial nasdeslocações cujo motivo é a escola.
Ø A maior utilização do Transporte Público nas viagens por motivotrabalho e escola.
Ø A importância crescente das viagens ocasionais, associadas aoLazer/Recreio, Compras, Serviços e Saúde (21%).
Indicadores sobre a estrutura espacial e grandes dependências
Ø A autonomia expressiva da área metropolitana face à capital (51%).
Ø O peso significativo das viagens intra-concelhias (53%).
Ø A importância (cerca de 50 %) das relações entre os concelhos da Sub-região ocidental da AML Norte e a cidade de Lisboa.
Indicadores sobre a utilização dos vários modos de transportes
Ø A relação entre o TI e TP mais equilibrada nas relações de dependênciacom Lisboa.
Ø A dominância preocupante das deslocações em TI (80%) em todas asviagens efectuadas na AML sem Lisboa (51% do total das viagens).
Ø O número importante (38 %) de viagens em TP com um ou maistransbordos
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1
PARTE B1
REDE VIÁRIA
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1
ÍNDICE B1
11.. RREEDDEE VVIIÁÁRRIIAA 1
1.1 – Classificação da rede viária – Quadro Institucional 1
1.1.1 – Rede viária nacional - PRN 1
1.1.2 – Rede viária municipal - PDM 9
1.2 – Caracterização da rede viária da AML 14
1.2.1 – Estrutura e hierarquia da rede 14
1.2.2 – Tráfego 18
1.2.2.1 – Rede regional 18
1.2.2.2 – Cidade de Lisboa 24
22.. EESSTTAACC IIOONNAAMMEENNTTOO 26
33.. AASS IINNFF RRAA –– EESSTTRRUUTTUURRAASS RROODDOOVVIIÁÁRRIIAASS EE OOSSTTRRAANNSSPPOORRTTEESS PPÚÚBBLLIICCOOSS
33
Pág.
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL
ÍNDICE DE FIGURAS B1
F. 1.1 - Rede viária AML – PRN 2000 3
F. 1.2 - Evolução da rede viária nacional na AML (IC e IP) 7
F. 1.3 - Rede municipal (PDM) – Situação 2000 11
F. 1.4 - Rede municipal (PDM) - Situação 1990 12
F. 1.5 - Estrutura e hierarquia da rede viária de AML 16
F. 1.6 - Tráfego Médio Diário (TMD) – Corredores de acesso a Lisboa 20
F. 1.7 - Taxa média de crescimento anual (t.m.c.a.) – Corredores de
acesso a Lisboa
22
F. 2.1 - Evolução do estacionamento de duração limitada 30
ÍNDICE DE QUADROS B1
Q. 1.1 - Rede viária do Plano Rodoviário Nacional na AML 4
Q. 1.2 - Alterações ao PRN 2000 na AML 5
Q. 1.3 - Evolução da rede viária nacional na AML (IC e IP) 8
Q. 1.4 - Rede viária do PDM de Lisboa 9
Q. 1.5 - Vias executadas na última década na cidade de Lisboa 13
Q. 1.6 - TMD e t.m.c.a. nos corredores de acesso a Lisboa 21
Q. 1.7 - TMD nas Pontes sobre o Tejo (1998 e 1999) 24
Q. 2.1 - Parques públicos subterrâneos – Quadro cronológico 27
Q. 2.2 - Zonas de estacionamento de superfície tarifadas, (Julho 99) 29
Q. 2.3 - Quadro evolutivo do estacionamento de duração limitada 30
M/T 2000 Caracterização do Sistema de Transportes da AML
DGTT/DTL
PPAARRTTEE BB
oo
CCAARRAACCTTEERRIIZZAAÇÇÃÃOO DDOO SSIISSTTEEMMAA DDEE
TTRRAANNSSPPOORRTTEESS DDAA AAMMLL
BB..11 –– RREEDDEE VVIIÁÁRRIIAA
BB..22 –– OO SSIISSTTEEMMAA DDEE TTRRAANNSSPPOORRTTEESS NNAA CCIIDDAADDEE DDEE LLIISSBBOOAA
BB..33 –– OO SSIISSTTEEMMAA DDEE TTRRAANNSSPPOORRTTEESS RREEGGIIOONNAALL
BB..44 –– IINNTTEERRFFAACCEESS
BB..55 –– SSIISSTTEEMMAA TTAARRIIFFÁÁRRIIOO
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 1
1. REDE VIÁRIA
1.1 Classificação da rede viária. Quadro institucional
1.1.1 Rede Viária Nacional – PRN
A rede rodoviária nacional, definida no Plano Rodoviário Nacional (PRN)
(decreto-lei n.º 222/98 e Lei n.º 98/99), classifica quatro níveis de estradas,
distinguindo dois tipos de rede:
Ø Rede Fundamental – Constituída pelos Itinerários Principais (IP).
“São as vias de comunicação de maior interesse nacional, que servem
de base de apoio a toda a rede rodoviária nacional, e asseguram a
ligação entre os centros urbanos com influência supradistrital e destes
com os principais portos, aeroportos e fronteiras”;
Ø Rede Complementar – Constituída pelos Itinerários
Complementares (IC) e pelas Estradas Nacionais (EN). “São as
vias que, no contexto do plano rodoviário nacional, estabelecem as
ligações de maior interesse regional, bem como as principais vias
envolventes e de acesso às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”.
O PRN (Quadro 1.1 e Figura 1.1) define ainda uma última categoria de estradas
- as Estradas Regionais (ER) “com interesse supramunicipal e complementar à
rede rodoviária.
As estradas regionais asseguram uma ou várias da seguintes funções:
a) desenvolvimento e serventia das zonas fronteiriças, costeiras e outras de
interesse turístico;
b) ligação entre agrupamentos de concelhos constituindo unidades territoriais;
c) continuidade de estradas regionais nas mesmas condições de circulação e
segurança.”
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL2
PRN 2000 / PRN 85
O PRN 2000 veio alterar o PRN 85 (D.L. 380/85), introduzindo como principal
inovação o conceito de Estradas Regionais. Estas são antigas EN
reclassificadas, excepto a ER19 – Via de Cintura da AML e a ER249 que são
estradas a construir.
Como outras alterações introduzidas pelo PRN 2000 (Quadro 1.1) podem ainda
identificar-se as reclassificações de itinerários, mais concretamente e na AML:
− a Ponte 25 de Abril, que fazia parte integrante do IP1 (classificação esta
atribuída à entretanto construída P. Vasco da Gama), foi reclassificada como
IP7;
− o Anel Regional de Coina, classificado como IC32, era classificado no PRN85
como parte integrante do IC13;
− o IC30 (ligação entre o IC16, em Sintra, e o IC15, em Alcabideche), que
passa a integrar o lanço Linhó/Lourel, classificado no PRN85 como IC16.
Posteriormente ao PRN 2000 surge a Lei 98/99, cujas alterações se resumem
no quadro 1.2, das quais se salienta a decisão de construção de quatro
variantes na margem Sul da AML:
• variante à EN10 (ER10, Almada – Seixal)
• variante de Setúbal (EN10);
• variante de Pinhal Novo (EN252);
• variante de Sesimbra (EN378).
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 3
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL4
Quadro 1.1 - Rede viária do Plano Rodoviário Nacional na AML
REDE REDE
FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL Itinerários
Itinerários Itinerários Complemen-
Principais Principais tares
IP IP IC
IP1 IC1 EN 6 IP1 IC1 EN 1 ER 5Santarém; Lx Lisboa; Torres Santarém; Lx T.Vedras; Lx
(Ponte25Abril); Vedras EN 6-3 (P.Vasco Gama) EN 4 ER 10-4Setúbal Montijo;Setúbal IC2
IC2 EN 6-7 Lisboa; V.F.Xira EN 6 ER 19IP7 Lisboa; V.F. IP7 Via de Cintura Lisboa de Xira EN 6-8 Lisboa IC3 EN 6-3 da AML
(Ponte25Abril); (Ponte25Abril); Setúb.; Montijo (Sintra;Mafra;Setúbal IC3 EN 9 Setúbal EN 6-7 Loures;Alverca)
Setúb.; Montijo IC13EN 10 Montijo; EN 6-8 ER 247
IC13 PortalegreNó de Coina; EN 116 EN 8 ER 247-6
Galegos IC15EN 117 AE de Cascais EN 9 ER 249
IC15 (IC18 ; IC16)AE de Cascais EN 249 IC16 EN 10
R. da Pontinha ER 374IC16 EN 249-3 EN 116
Radial da IC17 ER 377Pontinha EN 249-4 CRIL EN 117
ER 377-2IC17 EN 378 IC18 EN 249-3CRIL CREL ER 379-1
EN 379 EN 249-4IC18 IC19CREL EN 379-1 R. de Sintra EN 252
IC19 IC20 EN 378Radial Via Rápida
de Sintra da Caparica EN 379
IC20 IC21 EN 379-2Via Rápida Via Rápidada Caparica do Barreiro
IC21 IC22Via Rápida Radial dedo Barreiro Odivelas
IC22 IC30Radial de Sintra(IC16);Odivelas Alcabideche
(IC15)
IC32Anel Regional
de Coina
Itinerários Complementares IC
Outras Estradas
OE
Estradas Regionais ER
Outras Estradas OE
REDE COMPLEMENTAR REDE COMPLEMENTAR
PRN 85 - Dec.L.380/85 PRN 2000 - Dec.L.222/98, revoga o D.L.380/85
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 5
Quadro 1.2 - Alterações ao PRN2000 na AML
REDE FUNDAMENTAL Estradas
Itinerários Itinerários Outras Estradas Regionais
Principais Complementares
IP IC EN ER
IC3 EN 10 ER 10Setúbal;Palmela; variante de Almada - Moita
sem Montijo Setúbal variante à EN10alteração
IC16 EN 252Radial da Pontinha variante de
alteração do traçado Pinhal Novoentre Belas e Sintra
EN 378IC20 variante de
Via Rápida da Caparica Sesimbraprolongamento até
Fonte da Telha
IC32Circular Regional
Interna daPenínsula de
Setúbal (CRIPS)
Primeira alteração do D.L.222/98 - Lei nº 98/99REDE COMPLEMENTAR
É de destacar que, em termos de PRN, a AML é atravessada por dois
importantes Itinerários Principais da Rede Fundamental que atravessam o
país: o IP1 que liga longitudinalmente o Norte ao Sul e o IP7 que liga
transversalmente a cidade de Lisboa à fronteira de Espanha.
Da Rede Complementar distinguem-se, por margens do rio Tejo, os Itinerários
Complementares seguintes:
Na margem Norte
Duas circulares e seis radiais, cinco das quais se articulam com as circulares e
que constituem os principais eixos de penetração na cidade de Lisboa:
Radiais
IC1 – Itinerário Complementar que constitui na AML o principal acesso aLoures (A8);
IC2 – Itinerário que na AML liga a zona Oriental de Lisboa à Póvoa deSanta Iria onde se articula com o IP1. Foi construído comoVariante à EN10 que neste lanço foi desclassificada do PRN;
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL6
IC15 – Itinerário com portagem que constitui o principal acesso a Cascais(A5) e que, para além de se articular com o IC30, com a CREL ecom a CRIL, se articula ainda com o Eixo Norte-Sul que não estáclassificado no PRN e cuja construção, conservação e gestãopertencem ao município de Lisboa;
IC16 – Radial da Pontinha;
IC19 – Radial de Sintra;
IC22 – Radial de Odivelas que interliga as duas circulares.
Circulares
IC17 (CRIL) e IC18 (CREL) – articulam-se com os principais eixos depenetração de Lisboa e têm como principal função colectar edistribuir o tráfego pelos principais sectores regionais e urbanosdesviando-o da cidade.
Na margem Sul:
IC20 – Via Rápida da Caparica que faz a ligação entre o IP7 junto à Ponte25 de Abril e a Costa da Caparica, implantado em toda a suaextensão no concelho de Almada;
IC21 – Via Rápida do Barreiro que liga esta cidade ao IP7 e que estátotalmente integrado no concelho do Barreiro;
IC32 – Antigo Anel Regional de Coina, reclassificado com a primeiraalteração do PRN 2000, Lei n.º 98/99, como Circular RegionalInterna da Península de Setúbal (CRIPS). A extensão desteitinerário é alargada até à Trafaria. Integra a ligação de Trafaria, oIC20, um lanço do IP7, a EN10 e o IC32 até ao IP1 no Montijo,conforme designação do PRN 2000. Este itinerário atravessa osconcelhos do Montijo, Moita, Barreiro, Seixal e Almada e constituiráa única circular viária na margem Sul.
Estes itinerários são constituídos por estradas com o perfil de auto-estrada
(duas vias de circulação por sentido, sem cruzamentos de nível e com acessos
restringidos), com a função de mobilidade e transporte de média distância.
A Rede Complementar é ainda constituída pelas estradas nacionais com a
função de acessibilidade e transporte de curta distância.
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 7
Evolução da Rede Viária Nacional na AML (IP e IC)
Como se pode verificar na figura 1.2 e no quadro 1.3, a rede de IC e IP na AML
sofreu um forte incremento nos últimos anos. Com efeito pode constatar-se que
num período de 15 anos, a extensão total de IC e IP, a que correspondem
vias de grande capacidade, passou de um total de cerca de 99 Km para 233
Km, o que representa um aumento de 136% nesse período.
Esta situação criou, naturalmente, uma alteração profunda da acessibilidade
à escala metropolitana induzindo novos comportamentos em termos de
mobilidade.
Figura 1.2 – Evolução da rede viária nacional na AML (IC e IP)
Legenda:
Anterior a 1985
1985 - 1995
1995 - 2000
IC19
IC15
IC20
IP7
IP7
IC21
IP1 / IP7
IP1
IC3
IC19
IC18
IC17
IC22
IC1
IC1
IC18
IC16
IP1
IP7
IC2
IC18
IC17
Fonte: JAE/IEP
Actualmente estão por executar 80,6 Km de IC (Quadro 1.3).
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL8
Quadro 1.3 – Evolução da rede viária nacional na AML (IC e IP)
PERÍODO ITINERÁRIOEXTENSÃO
(Km)
ANO DEABERTURA AO
TRÁFEGO
anterior a 1985
IP1 - Sacavém/Vila F. de Xira - V.F.Xira/CarregadoIP7 - Lisboa/Fogueteiro - Fogueteiro/PalmelaIC1 - Loures/Olival BastoIC3 - Setúbal/PalmelaIC15 - Lisboa/Estádio NacionalIC20 - Almada/C. CaparicaIC21 - Nó de Coina/Barreiro
23,9615
20,47
5,3867
196119771966197819841979194419801980
Sub-total 98,6
1985 - 1995
IP7 - Palmela/MaratecaIC1 - Malveira/LouresIC15 - Estádio N./CascaisIC17(CRIL) - A.Duque/BuracaIC18(CREL) – E.Nac./QueluzIC19 - Buraca/Queluz - Queluz/Rio de Mouro - Rio de Mouro/Ranholas
19,311,716,9
53,4763
19941991199119931994198519911994
Sub-total 72,3
1995 – 2000
IP1 - Pte. V. Gama e Acessos - Montijo/PalmelaIC2 - Sacavém/S.Iria AzóiaIC16 - Lisboa/BelasIC17(CRIL) - Pontinha/O. Basto - O. Basto/Sacavém - Sacavém/MoscavideIC18(CREL) - Queluz/AlvercaIC22 - Olival Basto/MontemorIC30 - Lourel/RanholasIC32 - Coina/Moita - Moita/Montijo
1719844523145614
199819981998199819971998199719951995199519991998
Sub-total 119TOTAL 232,6
após 2000
IC2 - Bucelas/CarregadoIC3(IC13) - Montijo/limite conc.IC16 - Belas/LourelIC17(CRIL) - Algés/A. do Duque - Buraca/PontinhaIC20 - Costa Caparica/F. TelhaIC30 - Ranholas/AlcabidecheIC32 - Trafaria/Coina
17,63113312922
--------
Sub-total 80,6Fonte: IEP
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 9
1.1.2 REDE VIÁRIA MUNICIPAL
Neste momento e face à dificuldade de coligir os elementos que possam
caracterizar com exactidão a rede viária municipal nos concelhos envolventes à
cidade de Lisboa, apresenta-se unicamente a definição da rede desta cidade,
tal como está caracterizada no seu PDM.
A rede viária da cidade de Lisboa está hierarquizada de acordo com as
funções e características rodoviárias, nas seguintes categorias por ordem
decrescente de importância: Rede Fundamental, Rede Secundária e Rede
Local, como se indica no quadro 1.4 e figura 1.3 seguintes:
Quadro 1.4 - Rede viária do PDM de Lisboa
Rede Fundamental
Vias Arteriais Vias Principais
Rede Secundária Rede Local
Exi
sten
te
• Eixo N-S• Circular Regional
Interior de Lisboa(CRIL)
• 2ª Circular / AE Norte• AE Cascais• Av. Marechal Gomes
da Costa• Av. Central de Chelas
• Av. da Liberdade• Av. 24 de Julho• Av. Infante D.
Henrique• Av. das
Descobertas• Av. de Ceuta• Av. Almirante
Reis• Av. Fontes
Pereira de Melo• Av. António
Augusto deAguiar
• Av. da Républica• Av. João XXI• Av. das Forças
Armadas• Av. EUA• Av. Lusíada• Campo Grande• Av. Padre Cruz• Envolvente de
Carnide• Av. Mouzinho de
Albuquerque• Av. de Berlim• Av. Dr. Alfredo
de Bensaúde
• Vias Colectorasda rede local edistribuidoras
• Viasdeacessolocal
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL10
Rede Fundamental
Vias Arteriais Vias Principais
Rede Secundária Rede LocalPro
post
o
• Eixo N-S (a concluir)• CRIL (a concluir)• Radial de Benfica• 3ª Circular• Ligação da Av.Central
de Chelas à AvenidaCidade do Porto
• Eixo ViárioOcidental
• Radial daPontinha (aconcluir)
• Av. Santos eCastro
• Rua Gualdim Pais• Alameda do Alto
do Lumiar• Ligação
Olaias/GualdimPais/PaivaCouceiro
Fonte: PDM Lisboa
A rede fundamental inclui vias arteriais e vias principais estruturantes.
Estas garantem as conexões viárias da rede arterial aos vários sectores urbanos e
integram as principais avenidas e vias urbanas. As vias principais servem de
ligação entre os sectores da cidade.
A rede secundária tem o papel de via distribuidora e colectora de tráfego
da rede local para a rede fundamental.
A rede local assegura predominantemente funções de acesso local ao tecido
de actividades e funções urbanas, integrando ruas com utilização distinta e
partilhada por veículos e peões.
Evolução da rede viária municipal (1990-2000)
Nos últimos dez anos a rede viária municipal sofreu um forte
desenvolvimento.
Face à rede principal prevista no PDM e conforme se pode verificar nas figuras 1.3
(situação actual) e 1.4 (situação no início da década), foram executadas e
reformuladas durante este período as seguintes vias (Quadro 1.5)
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 11
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL12
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 13
Quadro 1.5 - Vias executadas na última década na cidade de Lisboa
- Ligações da 2ª Circular à Radial de Sintra (IC19) e CRIL
- Ligação da 2ª Circular à AV. Marechal Gomes da Costa (desnivelada sobre
a Rotunda do Relógio) incluindo a reformulação desta última avenida
- Construção dos seguintes troços do eixo N-S:
• 2ª. Circular à AE Sul
• Nó do Carrefour e construção do troço até à Av. Padre Cruz
- Envolvente de Carnide
- Av. Lusíada
- Prolongamento da Av. EUA até à Av. Infante D. Henrique
- Túnel na Av. João XXI (desde o Campo Pequeno até às Olaias)
- Prolongamento da Av. Mouzinho de Albuquerque até à AV. Infante
D. Henrique (incluindo viaduto sobre as linhas de CF)
- Troço inicial da Av. da Meia Encosta entre a Av. Ilha da Madeira até à Calçada
da Ajuda
- Prolongamento da AV. Central de Chelas até à Rua Gualdim Pais
- Ligação dos dois troços da AV. Infante D.Henrique desde o nó com o
prolongamento da Av. EUA até à Rua da Cintura do Porto de Lisboa
- Reformulação e rectificação do traçado da Av. Infante D.Henrique desde o
Terreiro do Paço até à Praça do INDEP
- Reformulação do troço da Av. Infante D.Henrique desde o nó com a Av. EUA até
à Praça José Queirós
- Reformulação da Av. Dr.Alfredo Bensaúde
- Reformulação da Av. João Pinto Ribeiro
- Prolongamento da Av. de Berlim até a zona da EXPO
Deste quadro, poder-se-á constatar que, embora a cidade de Lisboa tenha sofrido
melhoramentos, no tocante às vias, em toda a sua área, é na zona Oriental
que estes foram mais significativos. Assim, esta zona da cidade, anteriormente
mal servida de vias, hoje está perfeitamente integrada na cidade. Tal facto
deve-se em parte à realização da EXPO98.
Relativamente à execução da rede principal prevista no PDM, falta
concluir um pequeno número de vias, como se pode verificar na figura
1.3.
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL14
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA REDE VIÁRIA DA AML
1.2.1 ESTRUTURA E HIERARQUIA DA REDE
AML
A estrutura da rede viária da AML é definida a três níveis, em função:
• do sistema de articulação entre as duas margens do Tejo;
• do funcionamento interno da AML Norte;
• do funcionamento interno da AML Sul.
Como se pode observar, a estrutura metropolitana da rede viária configura:
a) Um subsistema anelar -
constituído por dois anéis
parcialmente sobrepostos -
de estruturação recente e
ainda incompleto, entre
as duas margens do
rio, estabelecido pelas
seguintes vias existentes
e previstas: IP1; Ponte
Vasco da Gama; CRIL
(IC17); Eixo N-S; Ponte 25
de Abril; A2 Sul (IP7) e
Anel Regional de Coina
(IC32).
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 15
b) Um subsistema
radioconcêntrico parcial - com
uma estrutura consolidada - na
margem Norte, estabelecido
pelas seguintes vias existentes
e previstas: 2ª Circular de
Lisboa; CRIL (IC17); CREL
(IC18); Circular intermunicipal
(ER19); AE Norte/Variante à
EN10; A8 (IC1); Radial de
Odivelas (IC22); Radial da
Pontinha (IC16); Radial de Sintra
(IC19) e AE de Cascais(IC15).
c) Um subsistema constituído
por uma malha, em
estruturação, na margem Sul,
estabelecido pelas seguintes vias
existentes e previstas: Via
Rápida da Caparica (IC20); AE
Sul; Via Rápida do Barreiro
(IC21); Anel Regional de Coina e
a via interconcelhia entre Trafaria
e Coina (ER 377/L3) que
constituem o IC32/ CRIPS
(Circular Regional Interna da
Península de Setúbal).
Completam esta estrutura um sistema de vias que constituem a malha
viária de colecta e distribuição de tráfego gerado nas áreas urbanas e pólos
de actividade, de que se destacam (Figura 1.5):
Na AML Norte:EN6 (Marginal), EN117, EN 249, EN8, EN10, EN6-8, EN9, EN6-7,
EN249-4 e EN249-3;
Na AML Sul: EN4; EN10, EN378; EN379-2, EN252 e EN379.
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL16
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 17
LISBOA
No interior da cidade de Lisboa a estrutura da rede é definida por uma malha
viária sustentada pelas seguintes circulares e radiais:
Circulares:
• CRIL;
• 3ª. Circular;
• 2ª Circular/Av Marechal Gomes da
Costa;
• Av. de Ceuta/Eixo N-S/Av. das
Forças Armadas/Av. dos EUA;
• Av. de Ceuta/Av. de Berna/Av. João
XXI/Olaias/Av. Paiva Couceiro/Av.
Mouzinho de Albuquerque, ou
Olaias/Prolongamento da Av. Central
de Chelas até à Av. Inf. D.Henrique.
Radiais:
• Av. Infante D.Henrique;
• Av. Cidade do Porto/Av. Gago
Coutinho/Av. Almirante Reis;
• Av. Padre Cruz/C.Grande/Av. da
República/Av. Fontes Pereira de
Melo/Av. da Liberdade;
• Av. Pontinha/Av. Lusíada/Av. dos
Combatentes/Av. António Augusto
de Aguiar;
• AE de Cascais/Av. Eng.º. Duarte
Pacheco/Rua Joaquim António de
Aguiar;
• Av. Brasília e Av. da Índia/Av. 24 de
Julho.
C. R. I. L.
C. R. I. L.
AV
.
DE
CE
UT
A
AV
.
DE
CE
UT
AE I X O N - S
E I X O N - S
AV. E.U A.AV. E.U A.
A V . J O Ã O X X IA V . J O Ã O X X I
C. R.
I. L.
C. R.
I. L.
3ª C I
R CU L
A R
3ª C I
R CU L
A R
2ª CI RC U L A R
2ª CI RC U L A R
A V . M A R E C H . G O M E S D A C O S T A
A V . M A R E C H . G O M E S D A C O S T A
V A S C O D A G A M AV A S C O D A G A M A
P O N T EP O N T E
C. R. I. L.
C. R. I. L.
A V . D A P O N T I N H A
A V . D A P O N T I N H A
C. R. I. L.
C. R. I. L.
E I X O N - SE I X O N - S
CAMPO GRANDE
CAMPO GRANDE
AV
.
CE
NT
RA
L
DE
C
HE
LA
S
AV
.
CE
NT
RA
L
DE
C
HE
LA
S
AV. LUSIADAAV. LUSIADA
C. R. I. L.
C. R. I. L.
2ª CIRCULAR
2ª CIRCULAR
AV. M OUSINHO A LBUQUERQUE
AV. M OUSINHO A LBUQUERQUE
AV. ANT. AUG. AGUIAR
AV. ANT. AUG. AGUIAR
AV. FORÇA
S ARMADAS
AV. FORÇA
S ARMADAS
AV
.
DE
C
EU
TA
AV
.
DE
C
EU
TA
E I X O N - S
E I X O N - S
AV. E.U A.AV. E.U A.
AV. JOÃO XXI
AV. JOÃO XXI
AV. FONTES P. MELO
AV. FONTES P. MELO
AV. DA REPÚBLICAAV. DA REPÚBLICA
AV. LIBERDADE
AV. LIBERDADE
AV. ALMIRANTE
REISAV.
ALMIRANTE REIS
AV. E.U A.AV. E.U A.
RUA
GUALDIM
PAIS
RUA
GUALDIM
PAIS
AV. INF. D. HENRIQUE
AV. INF. D. HENRIQUE
2 ª CI R C
U L AR
2 ª CI R C
U L AR
C. R.
I. L.
C. R.
I. L.
3ª C I
R CU L
A R
3ª C I
R CU L
A R
E I X O N - S
E I X O N - S
E
I
X
O
N
-
S
E
I
X
O
N
-
S
AV.
PADRE
CRUZ
AV.
PADRE
CRUZ
2 ª C I R C U L A R2 ª C I R C U L A R
C.R.I.L.C.R.I.L.
A V . M A R E C H . G O M E S D A C O S T A
A V . M A R E C H . G O M E S D A C O S T A
AV.
AV.
INFANTE
INFANTE
D. HENRIQUE
D. HENRIQUE
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL18
Além destas vias, há ainda a considerar as seguintes vias diagonais
estruturantes:
Diagonais:
Av. Central de Chelas/Ligação à Av. Infante D.Henrique (em fase de conclusão);
Eixo N-S (ainda por completar).
No entanto, observa-se que, com a construção do túnel de ligação entre a Av.
Central de Chelas e a Av. Cidade do Porto, se formará um eixo paralelo ao eixo
Norte-Sul / Av. Padre Cruz / Radial de Odivelas, permitindo transformar a actual
estrutura radioconcêntrica numa estrutura reticulada, integrando as circulares e
radiais descritas. A total concretização a curto/médio prazo desta malha viária,
permitirá uma maior diversificação dos itinerários em função das
origens/destinos preferenciais, induzindo, por isso uma maior fluidez e
racionalização da circulação no interior da cidade.
1.2.2 TRÁFEGO
1.2.2.1 REDE REGIONAL
Os volumes de tráfego diário que em média circulam nos eixos rodoviários da
AML podem ser conhecidos pelos recenseamentos de tráfego da JAE, pelo
Sistema Nacional de Controlo Automático de Tráfego (cuja responsabilidade é do
mesmo organismo, agora IEP – Instituto das Estradas de Portugal), pelas
estatísticas da Brisa ou eventualmente por contagens de tráfego e inquéritos
Origem/Destino realizados no âmbito de estudos de circulação ou de estudos de
tráfego de novas infra-estruturas rodoviárias.
Os valores de Tráfego Médio Diário a seguir apresentados são provenientes dos
recenseamentos de tráfego da JAE, do Sistema Nacional de Controle
Automático de Tráfego e das estatísticas da Brisa.
Os valores utilizados para os corredores da travessia do Tejo foram obtidos
através da LUSOPONTE para os anos de 1998 e 1999 (até Setembro).
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 19
Corredores de acesso a Lisboa
Tráfego Médio Diário (TMD)
Da observação da figura 1.6 e do quadro 1.6, podem-se constatar os volumes
de tráfego nos principais eixos da rede (nos dois sentidos), evidenciando o
peso relativo dos diferentes troços, nomeadamente os de acesso à cidade de
Lisboa em ambas as margens e por sector.
Ressalta, desde logo, a importância da Ponte 25 de Abril com cerca de
135.000 veículos, o último troço da AE de Cascais e o IC 19, que apresentam
volumes de TMD superiores a 100.000 veículos (valores referentes a 98).
Não é possível, contudo, apresentar o TMD na A1, referente ao mesmo período.
Por ordem decrescente de volumes de TMD é de referir ainda:
• IC19 – Radial de Sintra, que no troço entre Barcarena e Queluz, apresenta
um valor de cerca de 116.420 veículos;
• a AE de Cascais, entre Carcavelos e Oeiras, com valores da ordem dos
73.450 veículos;
• troço da AE do Sul (A2) que, entre o nó do Fogueteiro e Almada, regista
valores próximos dos 71.700 veículos.
Nas restantes vias há a realçar:
• o IC 20 (Via Rápida da Caparica), que regista, conforme a localização dospostos de contagem, valores compreendidos entre 35.000 e 57.000veículos;
• a EN 6 (Marginal), com valores que oscilam entre 24.200 e 37.000veículos.
Taxa Média de Crescimento Anual (t.m.c.a.)
No que se refere à taxa média de crescimento anual (figura 1.7) e apesar de
nem sempre ter sido possível reportar a informação, nas diferentes vias, ao
mesmo espaço temporal, observa-se, como factor relevante, os valores
negativos apresentados pela EN6 (Marginal). Tal facto não deve ser dissociado
da abertura da AE de Cascais (situada no mesmo corredor) que apresenta taxas
de crescimento médio anual, entre 1994 e 1998, bastante elevadas.
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL20
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 21
Quadro 1.6 - TMD e t.m.c.a. nos corredores de acesso a Lisboa
Sector I - Vila Franca de Xira
1990 1998 1990 1998TMD - IP1 (A1) 32.077 69.566 45.213 -t. cresc. anual
TMD - IC2 (EN10) 15.517 16.600 28.165 26.333t. cresc. anual
Sector II - Loures
1990 1995 1998
TMD - IC1 (A8) 31.149 44.188t. cresc. anual
TMD - EN8 13.824 45.428t. cresc. anual
Sector III - Sintra
1993 1998 1993 1998TMD - IC19 56.777 116.425 82.983 103.428
t. cresc. anual
1990 1997
TMD - EN117 57.388 68.824t. cresc. anual
Sector IV - Cascais
1994 1998 1994 1998 1994 1998TMD - IC15 (A5) 34.802 49.044 53.810 73.446 68.465 103.223t. cresc. anual
1990 1998 1990 1998 1990 1998TMD - EN6 44.592 24.224 57.435 37.063 35.759 34.989
t. cresc. anual
Sector V - Almada 1990 1998
TMD - P. 25 Abril 105.893 135.184t.cresc. anual
1998 1999
TMD - P.V.Gama 37.098 42.726t.cresc. anual
1994 1998 1990 1998TMD - IC20 29.627 35.052 37.848 56.938
t. cresc. anual
1990 1998 1990 1998
TMD - IP7 (A2) 46.949 71.747 23.591 38.688t. cresc. anual
1990 1998
TMD - EN378 11.096 16.488t. cresc. anual 5,1%
IP7 (Km 6,500) IP7 (Km16,000)
5,4% 6,4%
IC20 (Km 4,200) IC20 (Km 2,600)
4,3% 5,2%
-7,3% -5,3% -0,3%
1,8%
147.7953,1% 9,3%
1999
Carcavelos / Oeiras Oeiras / Estád. Nacional
9,0% 8,1% 10,8%
Queluz
15,4% 2,8%
Amadora / Lx (Km 1,600)
Loures / Lisboa
4,5%
26,9%
Estoril / Carcavelos
Barcarena
2,6%
V.Franca Xira / Alverca Alverca / Lisboa
10,2%
0,8% -0,8%
Fonte:JAE/IEP
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL22
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 23
Um valor significativo é a taxa de crescimento anual verificada entre 1998
e 1999 na ponte 25 de Abril (9,3%).
As restantes taxas apresentadas estão dentro dos parâmetros de crescimento da
AML e da sua dependência em relação a Lisboa.
Tráfego nos Eixos de Penetração
A figura 1.6 permite uma visão bastante clara do tráfego nos eixos de
penetração em Lisboa.
Em relação aos corredores e, embora, como já foi afirmado, não se possuam
dados concretos para o Corredor I, pode-se concluir:
O corredor III apresenta um peso bastante elevado, seguido dos corredores
IV e V.
Isto corrobora o que foi salientado no ponto anterior quanto às vias de acesso, ou
seja, a Radial de Sintra, a AE Cascais e a Ponte 25 de Abril incluídas nestes
corredores, possuem os TMD mais elevados.
O tráfego com menor peso (cerca de 37.000 veículos/dia) verifica-se no eixo de
ligação do sector VI.
Em síntese, os valores apresentados por corredor permitem estimar um tráfego
de penetração na cidade de Lisboa superior a 300.000 veículos/dia.
Ligações entre margens
Uma análise comparativa entre os dois corredores – Ponte 25 de Abril e
Ponte Vasco da Gama (quadro 1.7 ), evidencia o diminuto peso do papel deste
último atravessamento nas ligações rodoviárias entre as duas margens.
Assim, diariamente através destas duas vias atravessam o rio Tejo cerca de
172.000 veículos , 78,5% através da Ponte 25 de Abril e 21,5% através da
Ponte Vasco da Gama.
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL24
No que respeita à distribuição direccional, observa-se um comportamento distinto
do tráfego que utiliza as duas pontes sobre o Tejo (Quadro 1.7).
QUADRO 1.7 – TMD nas Pontes sobre o Tejo (1998 e 1999)
Fonte: LUSOPONTE
A taxa de crescimento médio - Abril de 98 a Setembro de 99 - foi de 9,3% na
Ponte 25 de Abril e 1,8% na ponte Vasco da Gama, o que põe em evidência
um ritmo muito superior de crescimento na primeira travessia.
Na Ponte 25 de Abril verifica-se que o volume das entradas em Lisboa se
aproxima do das saídas, com uma diferença de mais 2% nas entradas;
comportamento este que se repete no ano de 1999.
Já na Ponte Vasco da Gama se verifica o inverso e com uma diferença mais
acentuada no que respeita às saídas – mais 8% nas saídas em 1998 e mais 6%
em 1999.
1.2.2.2 Cidade de Lisboa
Não se encontra sistematizada a recolha e tratamento de dados que possibilitem
o conhecimento de TMD nas principais artérias de Lisboa. Existem, no entanto,
dois sistemas que o poderiam desenvolver: no Centro Nacional de Controlo e
Informação de Tráfego e através do GERTRUDE.
Sul - Norte Norte - Sul Sul - Norte Norte - Sul
TMD98/sent. 69.341 65.843 17.220 19.878
% / sent. 51% 49% 46% 54%
TMD 98
TMD99/sent. 75.258 72.537 20.035 22.691
% / sent. 51% 49% 47% 53%
TMD 99 147.795 42.726
P. 25 de ABRIL P. VASCO DA GAMA
135.184 37.098
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 25
Com efeito, a AML dispõe de um “observatório” do comportamento do tráfego em
tempo real, no Centro Nacional de Controlo e Informação de Tráfego, cuja sede
está localizada na Gare Intermodal de Lisboa (Gare do Oriente).
Este Centro controla e gere o tráfego em tempo real, sendo responsável pelo
desvio e ordenamento do mesmo, pela resolução de problemas específicos,
nomeadamente de trânsito, das vias ou meteorológicos, e pelo desenvolvimento
de serviços de informação aos utentes, mais concretamente a informação dos
painéis de mensagem variável. Não é actualmente objectivo deste Centro o
tratamento estatístico com vista à obtenção do tráfego médio diário na rede
rodoviária onde estão localizados os seus equipamentos de observação (sensores
instalados nas estradas que permitem a recolha automática de dados em tempo
real e câmaras de vídeo que complementam a informação de tráfego colhida
através dos sensores).
O sistema GERTRUDE da Câmara Municipal de Lisboa é um sistema de regulação
de tráfego que permite a gestão da circulação em tempo real, através da
semaforização automática. Este sistema, já instalado em 9 zonas da cidade de
Lisboa (Baixa, Restauradores, Marquês de Pombal, Saldanha, Campo Pequeno,
rotunda do Aeroporto, Expo, Av. 24 de Julho e Alcântara) permite conhecer
volumes de tráfego global, ou seja: não classifica os veículos contados, pelo que
um motociclo, um veículo ligeiro ou um pesado contam como unidades indistintas
de veículos.
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL26
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 27
2 ESTACIONAMENTO
Neste momento e face à dificuldade de coligir os elementos que permitam
caracterizar com exactidão as medidas de política de estacionamento adoptadas
pelos municípios metropolitanos, apresentam-se apenas os dados obtidos
relativamente à cidade de Lisboa, na perspectiva da oferta.
Parques subterrâneos
O quadro 2.1 apresenta os parques públicos subterrâneos que foram
construídos nas décadas de 1970 a 1990 e os que se prevêem construir a
curto prazo.
Quadro 2.1 - Parques Públicos Subterrâneos – Quadro cronológico
P. a construira curto prazo
Década de 70 Alameda -Restauradores
Década de 80 -
Valbom S.Pedro de AlcântaraBerna Largo JesusSaldanha CamõesRoma Praça da FigueiraMarquês de Pombal Teixeira de Pascoais
Década de 90 F.I.L. -Campo de OuriqueCampolideMartim MonizRestauradoresAv. E.U.A.Merc. 31 de JaneiroPraça do MunicípioS.Bento
Prç.de LondresCampo M.Pátria
Década de Paiva Couceiro2000/2010 C. das Cebolas
Campo PequenoInfante Santo
Total de Lugares 4950
Parques (total na década)
- -
950
1380814007458
Nº de Lugares
6508
construidosParques emconstrução
-
-
Fonte:EMEL
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL28
Da observação deste quadro, conclui-se que:
• actualmente a oferta de estacionamento em parques públicos subterrâneos é
da ordem dos 7500 lugares;
• em 1970, essa oferta era de 950 lugares. Manteve-se sem alterações, na
década de 80. Na década de 90 foram criados cerca de 6500 lugares, o
que significa um acréscimo de cerca de 584%;
• estão em construção novos parques que acrescentarão a curto prazo à oferta
existente 1400 lugares e previstos construir, a curto prazo, 4950, o que
irá criar uma oferta de cerca de 13.800 lugares.
Parques de Estacionamento de Duração Limitada
Para além desta oferta de estacionamento em parques subterrâneos, existem
ainda, na cidade de Lisboa, zonas de estacionamento de duração limitada,
cuja capacidade e número de parquímetros em Julho de 1999, são apresentados
no quadro 2.2.
Assim, naquela data a cidade de Lisboa dispunha de cerca de 23.200 lugares de
estacionamento tarifado.
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 29
QUADRO 2.2 - Zonas de estacionamento de superfície tarifadas (Julho 99)
ZONA DESCRIÇÃO Nº de Nº deLUGARES PARQUÍMETROS
1 Avenidas Novas 2.142 1172 Amoreiras 203 113 Parque Eduardo VII 695 334 Rio de Janeiro - -5 Av.da Liberdade - Eixo 485 356 Av.da Liberdade - Poente 641 477 Av.da Liberdade - Nascente 466 308 Alameda 198 119 Arroios 29 210 Avenidas Novas II 1.507 8711 Chiado Norte 209 1412 Chiado Sul 327 2313 Baixa 263 1914 Praça José Fontana 1.064 6215 Entre Campos 712 3416 Campo Pequeno 1.461 6917 Estefânia 861 5218 Marquês de Pombal 672 3119 Praça de Alvalade 1.162 4620 Campolide 224 1021 Parque Eduardo VII - Poente 1.422 6522 João XXI 3.332 14923 Bairro Azul 861 3524 Campo de Ourique 882 4725 Rato 298 1526 Infante Santo 684 3527 Lapa 236 828 Santos-o-Velho - -29 Campo Grande 48 230 Gulbenkian - -31 Roma 506 2632 S. Paulo - -33 Príncipe Real - -34 Santa Isabel - -35 Praça de Espanha 748 3136 S. Miguel 887 3337 Anjos - -38 Socorro - -39 Olivais - -
23.225 1.179
- Parquímetros ainda não instalados Fonte: EMEL
TOTAIS
O quadro 2.3 e figura 2.1 ilustram a evolução desta oferta de estacionamento
entre 1995 e 1999.
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL30
QUADRO 2.3 – Quadro evolutivo do estacionamento de duração limitada
Variação1995 1996 1997 1998 1999 1995/1999
( % )
Nº. de Lugares Tarifados 1050 6664 14298 23000 27680 2636
Nº. de Parquímetros 71 401 765 1150 1416 1994
Nº. de Residentes 929 5532 11677 21850 30200 3251
Fonte: EMEL
Assim, observa-se que esta oferta de estacionamento que em 1995 era muito
reduzida – 1050 lugares - e confinada a uma pequena área na zona das
Av. Novas, em 5 anos sofreu um acréscimo de 2636 % e hoje corresponde a
perto de 27.700 lugares, cobrindo uma significativa área da cidade,
envolvente dos grandes eixos de concentração de actividades comerciais e de
serviços – das Avenidas à Baixa e centro tradicional.
Estes números traduzem claramente uma assunção de uma política de
estacionamento na cidade de Lisboa.
Figura 2.1 – Evolução do estacionamento de duração limitada
1995Nº Lugares Nº de Nº de
Tarifados Parquímetros Residentes
1050 71 929
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 31
1996Nº Lugares Nº de Nº de
Tarifados Parquímetros Residentes
6664 401 5532
1997Nº Lugares Nº de Nº de
Tarifados Parquímetros Residentes
14298 765 11677
1998Nº Lugares Nº de Nº de
Tarifados Parquímetros Residentes
23000 1150 21850
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL32
Fonte: EMEL
1999Nº Lugares Nº de Nº de
Tarifados Parquímetros Residentes
27680 1416 30200
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 33
3 AS INFRA-ESTRUTURAS RODOVIÁRIAS E OS TRANSPORTESPÚBLICOS
Rede viária
O grande esforço de investimento na execução do conjunto de vias integrantes
do sub-sistema primário (IP, IC e vias arteriais da capital) teve significativos
reflexos na melhoria da acessibilidade no espaço metropolitano.
Contudo, a dominante concentração dos investimentos naqueles itinerários
principais não foi suficientemente acompanhada por investimentos no sub-
sistema secundário - rede complementar de estradas nacionais existentes e/ou
novas ligações regionais/sub-regionais, à escala inter-concelhia e concelhia.
As ambiguidades presentes a nível institucional e uma não assumida repartição
de competências entre a administração central e local, fez com que fossem
protelados sucessivamente, investimentos inadiáveis nessas redes.
Por estas razões, persistem disfunções estruturais no sistema viário dos
diferentes sectores sub-regionais e urbanos da AML e a acessibilidade interna
permanece muito restringida, a esta escala, com impactos óbvios no nível de
benefícios que se esperavam daqueles investimentos.
Dos transportes colectivos rodoviários espera-se que exerçam no sistema
multimodal de transportes metropolitano um papel de rebatimento sobre os
eixos pesados de transporte e de distribuição e captação de passageiros, o
mais perto possível do seu local de trabalho/residência, lazer,etc.
É-lhes pedido um serviço:
• inter-urbano, através das redes secundárias de escala sub-regional
de ligação dos vários núcleos populacionais;
• urbano, através das vias arteriais concelhias e interconcelhias, ligando
núcleos urbanos próximos e/ou contíguos e as várias áreas urbanas no
interior desses núcleos;
Rede Viária M/T 2000
B.1 DGTT/DTL34
• local, através das redes colectoras e distribuidoras no interior das
diferentes áreas urbanas.
Embora não esteja disponível neste momento um levantamento sistemático das
condições de operação dos transportes públicos rodoviários suburbanos1
associadas à infra-estrutura viária – redes e condições de circulação – os
dados dispersos existentes, indicam que as situações de velocidades comerciais
muito baixas e consequentemente, de tempos de percurso agravados, atingem
uma dimensão crítica num número significativo de nós e troços da rede de
transportes públicos metropolitana, particularmente nos concelhos mais
intensamente urbanizados.
Note-se que à escala sub-regional, os eixos com maior oferta de transporte
público rodoviário, sobrepõem-se à rede de Estradas Nacionais – EN e que a
nível concelhio e intra-urbano as estradas nacionais estruturam muitas vezes
tecidos urbanos contínuos, constituindo-se como vias arteriais.
Verifica-se, pois, que na AML estão por estruturar redes viárias inter-
urbanas e urbanas principais que suportem uma boa cobertura e
permeabilidade do território por serviços de transportes públicos rodoviários,
dispersando fluxos viários e permitindo tempos de percurso favoráveis,
através da criação de boas condições de circulação e da adopção de medidas de
prioridade ao TP.
A inventariação das principais limitações e disfunções da rede viária secundária e
local da AML permitirá adoptar medidas de acção que promovam os seguintes
objectivos:
• melhorar os níveis de mobilidade interconcelhia, concelhia e local,
articulando, simultaneamente , os vários sectores que compõem a
AML;
• reforçar as acessibilidades entre sectores regionais através de
ligações transversais, baseadas num conceito de malha fechada
1 Existe um levantamento das velocidades comerciais dos transportes públicos rodoviários, na cidadede Lisboa (vd Parte B2 deste relatório)
M/T 2000 Rede Viária
DGTT/DTL B.1 35
reticulada, que permita reduzir os tempos de deslocação e optimizar a
prestação dos transportes rodoviários;
• desenvolver uma rede hierarquizada que promova a segregação de
tráfegos, aumentando a eficácia do sistema de transportes públicos
rodoviários que a utiliza como infraestrutura.
Estacionamento
O aumento das taxas de motorização arrasta consigo crescentes necessidades
de estacionamento e a infra-estrutura viária das nossas áreas urbanas
dificilmente consegue “encaixar” o consumo de espaço que lhes está
associado.
A oferta de estacionamento é por isso um dos factores cuja gestão afecta
directa e indirectamente a acessibilidade.
É hoje atribuído um papel progressivamente mais importante às políticas de
estacionamento com a finalidade de restringir ou promover a
acessibilidade a determinadas áreas urbanas e de influenciar a mobilidade -
favorecendo deslocações baseadas noutros modos que não o transporte
individual, disciplinando as circulações em meio urbano, dissuadindo a utilização
do automóvel – e como forma de qualificar os espaços e ambiente urbanos,
no interior das cidades.
No âmbito deste relatório não foi possível abordar esta matéria, tendo-se apenas
recolhido alguma informação relativa à capital, na medida em que se considera
que do ponto de vista do funcionamento do sistema de transportes
metropolitano, a política de estacionamento que Lisboa tem vindo a adoptar
deve constituir um elemento de análise, principalmente nos seus resultados
restritivos da acessibilidade do TI, conjugados com os significativos acréscimos
de acessibilidade, em geral, criados no acesso à capital, a partir dos
concelhos envolventes.
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL B.2
AANNEEXXOO BB 22
OO SSIISSTTEEMM AA DDEE TTRRAANNSSPPOORRTTEESS NNAA
CCIIDDAADDEE DDEE LL IISSBBOOAA
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2
ÍNDICE B2
1. RREEDDEE DDAA CCAARRRRIISS 1
1.1- Modo Autocarro 2
1.1.1 – Oferta 5
1.1.2 – Procura 6
1.1.3 – Condições de Exploração 7
1.4 – Perspectivas de Evolução 9
1.2– Modo Eléctrico 12
1.2.1 – Evolução da Oferta e da Procura 14
1.2.2 - Perspectivas de Evolução 15
22.. SSEERRVVIIÇÇOO DDEE TTÁÁXXIISS 17
33.. MMEETTRROOPPOOLLIITTAANNOO DDEE LLIISSBBOOAA 19
3.1 – Evolução da Rede e Exploração 1199
3.2 – Material Circulante 2222
3.3 – Oferta 2233
3.4 – Evolução da Procura 2244
3.5 – Movimento de Passageiros na Rede 26
3.5.1 – Movimento Diário de Passageiros nas Linhas 26
3.5.2 – Movimento Diário de Passageiros nas Estações 26
3.5.3 – Cargas Diárias na Rede 32
3.6 – Perspectivas de Evolução 33
Pág.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
B.2 DGTT/DTL
ÍNDICE DE FIGURAS B2
F. 1.1 – Cobertura espacial da rede de autocarros 3
F. 1.2 – Evolução dos indicadores da rede de autocarros da Carris 2
F. 1.3 – Repartição da frota de autocarros da Carris - tipologia de veículos-98 4
F. 1.4 – Evolução do volume anual de passageiros transportados 6
F. 1.5 – Troços da rede de autocarros com velocidades comerciais inferiores a 9Km/H 8
F. 1.6 – Cobertura espacial da rede de eléctricos 11
F. 1.7 – Evolução da rede de eléctricos 13
F. 1.8 – Evolução da exploração de tráfego do modo eléctrico (valores anuais) 14
F. 2.1 – Evolução do número de táxis 17
F. 3.1 – Rede do metropolitano de Lisboa em exploração em 1993 19
F. 3.2– Rede do metropolitano de Lisboa em exploração em 1999 20
F. 3.3 – Evolução da rede do metropolitano de Lisboa 22
F. 3.4 – Evolução do parque material circulante 23
F. 3.5 – Evolução do número de passageiros transportados pelo metropolitano 25
F. 3.6 – Movimento diário de passageiros nas linhas do ML-Maio 99 26
F. 3.7A – Movimento diário de passageiros nas estações da Linha Amarela 27
F. 3.7B – Movimento diário de passageiros nas estações da linha azul 27
F. 3.7C - Movimento diário de passageiros nas estações da linha vermelha 27
F. 3.7D – Movimento diário de passageiros nas estações da linha verde 27
F. 3.8 – Movimento médio/diário do metropolitano de Lisboa 30
F. 3.9 – Diagrama de cargas da rede do metropolitano de Lisboa 31
F. 3.10 – Distribuição do movimento de passageiros ao longo do dia 33
F. 3.11 – Projectos para a expansão da rede do metropolitano de Lisboa 36
ÍNDICE DE QUADROS B2Q. 1.1 – Evolução da frota de autocarros da Carris 44
Q. 1 2 – Evolução da idade média dos veículos 5
Q. 1.3 – Idade média dos veículos por tipologia da frota 5
Q. 1.4 – Evolução dos indicadores de oferta 6
Q. 1.5 – Evolução dos indicadores da procura 7
Q. 1.6 - -Evolução da velocidade comercial média 9
Q. 1.7 – Carreiras de eléctricos 12
Q. 1.8 – Evolução da rede de eléctricos 12
Q. 1.9 – Velocidade comercial da rede de eléctricos - 1999 13
Q. 3.1 – Linhas do Metropolitano de Lisboa em exploração em 1999 21
Q. 3.2 – Evolução dos indicadores de exploração 23
Q. 3.3 – Evolução de oferta 24
Q. 3.4 – Evolução dos indicadores de procura 26
Q. 3.5 – Classificação do movimento de passageiros por grupo de estações 28
Q. 3.6 –Projectos aprovados para expansão da rede de Metropolitano de Lisboa 34
Pág.
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 1
1. REDE DA CARRIS1. REDE DA CARRIS
A concessão dos serviços urbanos de transporte colectivo de superfície na
cidade de Lisboa é garantida exclusivamente, pela empresa Carris de Ferro de
Lisboa. Este operador explora a sua rede, com serviços em autocarro (níveis de
oferta predominantes), em eléctricos, elevadores e ascensores.
Os serviços atrás referidos são complementados por penetrações dos operadores
rodoviários suburbanos, que rebatem inúmeras circulações em diferentes pontos
dispersos pela cidade de Lisboa, sendo de destacar:
• Algés
• Belém
• Pontinha
• Colégio Militar
• Praça de Espanha
• Areeiro
• Gare Oriente
Estas antenas servidas, no interior da cidade de Lisboa, pelos operadores
rodoviários suburbanos, caracterizam-se pela seguinte tipologia de oferta:
• Deslocações das Áreas Suburbanaspara Lisboa
• Permite apenas descidas depassageiros
• Deslocações de Lisboa para asÁreas Suburbanas
• Permite apenas tomadas depassageiros
Nos pontos seguintes apresenta-se a caracterização evolutiva dos serviços
oferecidos pela CARRIS, cuja cobertura espacial em 1999 é esquematizada na
figura 1.1.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
2 B.2 DGTT/ DTL
1.1 Modo autocarro
Observando-se a evolução da rede de autocarros da Carris nas duas últimas
décadas, constata-se (figura 1.2), na década de 90, um aumento significativo
da extensão da rede de autocarros da cidade e do número total de
carreiras exploradas.
Assim, em 1998 a rede possuía:
q extensão total de cerca de 680 Km, dos quais 614 (90,3%) são em via
simples banalizada, 57 (8,4%) em corredores BUS e 9 (1,3%) em sítio
próprio reservado;
q um total de 101 carreiras, das quais 71 são exclusivamente
urbanas, 19 ultrapassam os limites do perímetro urbano, 10 compõem
a rede da madrugada1 e uma classificada de nocturna2.
Figura 1.2 - Evolução dos indicadores da rede de autocarros da Carris
531 566 586
680
78 84 94 101
0
100
200
300
400
500
600
700
800
1980 1990 1996 1998
Extensão (Km)
Nº carreiras
Fonte: Estatísticas da carris 98
1 A rede da madrugada é um serviço regular de passageiros que funciona no período das
24h 30m/ 1 hora às 5h 30m.2O serviço nocturno engloba as carreiras que circulam exclusivamente entre as 21 horas/
21h 30 m e a 1hora/ 1h 30 m (hora de inicio da rede da madrugada).
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 3
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
4 B.2 DGTT/ DTL
Como se pode constatar pela evolução dos respectivos valores (quadro 1.1), a
frota de autocarros deste operador tem seguido, na última década, uma
política de modernização (aquisições e abates), verificando-se que apesar do
número total de veículos ter diminuído entre 1992 e 1998, foram adquiridos
novos veículos dando resposta às necessidades e exigências da procura, com
elevadas taxas de operacionalidade (93,6% em 1998). Assim, verificou-se o
desaparecimento dos autocarros de dois pisos, uma diminuição pouco significativa
das viaturas do tipo standard e um reforço de veículos de tipologia articulados e
minibus, cuja repartição se representa na figura 1.3.
Quadro 1.1 – Evolução da frota de autocarros da Carris
1992 1996 1998Standard 719 648 6562 Pisos 23 0 0Articulados 31 61 90Minibus 15 30 30Médios 40 40 40Outros 7 0 0Total 835 779 815
Número VeículosTipo de frota
Fonte: Estatísticas da Carris, 1998
Fig.1.3 - Repartição da frota de autocarros da Carris por tipologia de veículos - 98
Standard80%
Articulados11%
Minis4%
Médios5%
Fonte: Estatísticas da Carris, 1998
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 5
Apesar dos investimentos realizados na modernização da frota, constata-se que,
de um modo geral a idade média dos veículos é, ainda, elevada 14,6 anos
em 1999. Como se pode constatar (quadro 1.2), de 1990 a 1996 verificou-se um
envelhecimento da frota, cuja idade média aumentou de 10.8 anos em 1990 para
14.2 em 1996.
Quadro 1.2 – Evolução da idade média dos veículos
Anos Idade Média dos Veículos90 10,894 13,896 14,298 13,699 14,6
Fonte: Carris, Dezembro 1999
Observando a idade média da frota por tipologia dos veículos, conclui-se que os
investimentos da empresa, na década de 90, se concentraram maioritariamente
na aquisição de viaturas articuladas, mini e médio, com idades médias inferiores
a 9 anos - quadro 1.3. Nos anos de 98 e 99 os investimentos concentraram-se na
compra de autocarros do tipo standard com a aquisição de 110 viaturas.
Quadro 1.3 – Idade média dos veículos por tipologia da frota
Tipologia da frota Idade média dos Veículos
Standard 14.3
Médios 8.97
Articulados 4.98
Mini 5.47
Fonte: Carris, Dezembro 1999
1.1.1 Oferta
Da evolução dos indicadores da oferta (quadro 1.4), constata-se um ligeiro
acréscimo do número de veículos x Km, dos lugares x Km e da lotação média
dos veículos ao serviço.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
6 B.2 DGTT/ DTL
Quadro 1.4 – Evolução dos indicadores da oferta
Veículo X Km
(10)3
Lugar X Km
(10)6
Lotação média
(lugares)
1986 47,8 3954,2 --------
1990 46,8 3848 ---------
1996 43,5 3852 89
1998 (1) 45,6 4170 91
Fonte: Estatísticas da Carris 1998
(1) Convirá ter presente que os valores apresentados, reflectem o reforço de serviço
efectuado pelo operador no contexto de Exposição Mundial de 1998 – Expo 98.
1.1.2. Procura
Relativamente à evolução do volume anual de passageiros transportados
(figura 1.4) verifica-se, na última década uma diminuição progressiva, tendo
aquele valor passado de 424,1 milhões em 1988, para 383,5 milhões em
1998, o que se traduz num decréscimo de 9.1%.
Figura 1.4 - Evolução do volume anual de passageiros transportados
405,2
424,1408,7
388,6
356,5
320
340
360
380
400
420
440
1986 1988 1990 1992 1998
Milhões
Fonte: Carris, 1999
Os indicadores da procura (quadro 1.5) apresentam desde finais da década
de 80 uma tendência regressiva associada a transferências modais para o
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 7
transporte individual e para o metropolitano, podendo os valores observados
entre 96 e 98 indiciar uma estabilização dos níveis registados.
Quadro 1.5 – Evolução dos indicadores da procura
Ano Passageiros
(milhões)
Pass. x Km
(milhões)
Percurso médio
(Km / Pass)
1986 405,2 1511,2 3
1990 408,1 1471,2 3,4
1996 351,9 1196 3,4
1998 356,5 1212 3,4
Fonte: Estatísticas da Carris 1998
1.1.3. Condições de exploração
A intensificação da utilização do automóvel privado3, para além dos efeitos de
transferência modal com reflexos sobre a procura em transporte público, tem
provocado o congestionamento da rede viária com consequências nas
condições de exploração da rede de autocarros urbanos e, contribuído para
uma progressiva degradação do serviço prestado, nomeadamente através da
redução das velocidades comerciais e da regularidade.
No sentido de inverter esta tendência e de melhorar as condições de circulação
dos transportes públicos rodoviários, têm sido implementadas algumas medidas
de prioridade, designadamente com a expansão das vias reservadas.
Complementarmente têm sido implementadas alterações e medidas de
ordenamento da circulação e do estacionamento, que permitem optimizar os
parâmetros de exploração da rede. Note-se que, em 1992 do total da rede da
Carris, apenas 26,7 km eram em corredor próprio ou BUS, tendo este valor
aumentado em 1998 para os 66,3 Km.
3 Deve-se a factores como sejam o aumento dos rendimentos, atribuição pelas empresas
de viaturas e/ou senhas de gasolina como forma de retribuição, o incremento do leasing e
ALD e a redução do preço real dos combustíveis.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
8 B.2 DGTT/ DTL
Font
e: E
studo
par
a a
mel
horia
da
velo
cida
de c
omer
cial
, Car
ris
199
8
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 9
A velocidade comercial média anual da rede da carris nos últimos anos tem
vindo a decrescer situando-se, actualmente, nos 14 a 15 Km/h (quadro 1.6),
valor que se reduz nos períodos de ponta, devido à degradação das condições de
circulação verificadas na rede viária.
Quadro 1.6– Evolução da velocidade comercial média
Anos Km/ hora1990 15,11997 14,61998 14,8
Fonte: Carris
Apesar desta velocidade comercial média, registam-se, num número
considerável de troços, velocidades comerciais inferiores a 9 Km/h (figura
1.5), no corpo do dia e nos períodos de ponta da manhã e da tarde.
Assim, as zonas/ eixos mais congestionados são:
Ø Nos período de ponta da manhã (7 – 9h 30 m) e ponta da tarde (16h 30 –
19h 30), – os principais eixos de penetração na cidade (Calçada da
Carriche, Sete Rios/Amoreiras; Rua António Augusto de Aguiar/ M.Pombal/
Rato/ Estrela; Algés/ Cruz Quebrada); a zona Oriental entre Olivais/
Moscavide e Portela na transição entre os concelhos de Lisboa e Loures;
Ø No corpo do dia as zonas centrais da cidade nas quais se concentram o
comércio e serviços (Baixa, áreas históricas centrais - bairros do Castelo,
Alfama, Stª Apolónia, Av. Almirante Reis e nas Avenidas Novas (Praça do
Chile, Areeiro, Amoreiras, Sete Rios).
Nos eixos onde se encontra implementado o sistema Gertrude as velocidades
comerciais registam valores significativamente mais elevados.
1.1.4 Perspectivas de evolução
§ No actual contexto de exploração, as limitações verificadas no sistema de
autocarros urbanos, devem-se principalmente à progressiva degradação da
qualidade global do serviço oferecido, associada às baixas velocidades
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
10 B.2 DGTT/ DTL
comerciais e elevados níveis de irregularidades, resultantes do
congestionamento da rede viária.
Será necessário implementar medidas que contribuam para melhorar as
condições de circulação, nomeadamente através da criação de corredores BUS
e de outras medidas de prioridade aos autocarros, por forma a melhorar o nível
de serviço deste meio de transporte e a incentivar a sua utilização.
Contudo, estas medidas por si só não serão suficientes e o seu acompanhamento
por medidas complementares de caracter dissuasor da utilização do
automóvel, (particularmente na área central da cidade), começa a impor-se com
grande premência.
n Simultaneamente, a criação de condições privilegiadas de articulação e
complementaridade com os modos pesados, especialmente o metropolitano,
contribuirá para o alargamento e reforço das funções da rede de autocarros na
mobilidade urbana, concorrendo assim com o modo rodoviário particular.
Por outro lado, torna-se necessário prever reestruturações da rede de
autocarros urbanos, no sentido de, por um lado, acompanhar as expansões
recentes e previstas para a rede do Metropolitano, e por outro, corresponder às
expectativas e necessidade de transporte nas novas áreas de expansão urbana.
n A adopção de novas tecnologias no apoio à exploração (GPS),
informação ao público em tempo real e combustíveis1, que a Carris tem vindo a
desenvolver, poderão também constituir factores de optimização da oferta e de
imagem do serviço, que contribuam para a captação e fixação de novos
segmentos de procura.
A aposta na divulgação das melhorias e das alterações introduzidas pelo
operador, na respectiva rede, tendo por base políticas de “marketing”
agressivas que motivem a utilização dos seus serviços, é também uma medida
necessária.
1 Biodisesel, Gás Natural e Pilha de Combustível, etc.
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 11
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
12 B.2 DGTT/ DTL
1.2 Modo eléctrico
A rede de eléctricos da cidade de Lisboa, representada na figura 1.6, tem
actualmente uma extensão de 59.4 Km, dos quais 49 são em via simples e 10.4
em sítio próprio ou corredor.
Esta rede é constituída por cinco carreiras (quadro 1.7) que se desenvolvem
segundo dois eixos circulares inseridos na zona mais antiga e acidentada da
cidade de Lisboa (Colina do Castelo e Bairro de Campo de Ourique) e por dois
eixos para Oeste que estabelecem as ligações entre a Praça da Figueira e Algés
(Carreira 15) e entre o Calvário e a Ajuda (Carreira 18).
Quadro 1.7 – Carreiras de eléctricos
Nº Carreira Origem/ Destino Extensão
12 P. Figueira/ Alfama/ P.Figueira 4.8 Km
15 Praça da Figueira/ Algés 19.9 Km
18 Rua Alfândega/ Cemitério Ajuda 14.5 Km
25 Rua Alfândega/ C.Ourique 9.2 Km
28 M.Moniz/ Alfama/ C.Ourique 14.5 Km
Fonte: CARRIS, 1999
Nas últimas décadas tem-se verificado uma redução do número de carreiras,
extensão da rede e do número de veículos ao serviço (Quadro 1.8 e Figura
1.7), tendo sido suprimidas, mais recentemente, as carreiras 17 e 20.
Quadro 1.8 - Evolução da rede de eléctricos
Anos Nº Carreiras
80 15
90 13
91 10
98 5
Fonte: Estatísticas da CARRIS, 1999
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 13
97
286
94
211
59,4 60
0
50
100
150
200
250
300
1980 1990 1998
Figura 1.7 - Evolução da rede eléctricos
Extensão (Km)
Nº Veículos
Fonte: Estatísticas da Carris, 1999
Os decréscimos verificados nos níveis de serviços prestados por este modo de
transporte estão directamente relacionados com limitações à exploração da rede
de eléctricos, sendo de destacar:
a) a não existência de sítio próprio, a circulação automóvel e o estacionamento
desordenado que obrigam, frequentemente, a paragens ou até mesmo
interrupções do serviço, por obstrução da via, acentuando a irregularidade e
reduzindo a velocidade comercial;
b) elevados custos de exploração, cerca de 2,5 vezes os verificados no modo
autocarro, associados principalmente aos encargos com a sua manutenção e
ao referido no ponto anterior.
Quadro 1.9 – Velocidade comercial da rede de eléctricos - 1999
N.º Carreira Velocidade Comercial
(kM/h)
12 S/informação
15 13.07
18 14.1
25 S/informação
28 7.82
Fonte: Estatísticas da Carris, 1999
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
14 B.2 DGTT/ DTL
A frota é composta por 60 veículos dos quais dez são articulados, sendo a sua
taxa de operacionalidade de 92,9%.
Têm-se verificado desde 1995, investimentos na remodelação da frota dos
eléctricos tradicionais e na aquisição de novos eléctricos articulados de maior
capacidade e comodidade, no sentido de melhorar a qualidade do serviço
prestado.
O sistema de tracção eléctrica é, ainda, constituído pelos ascensores da Glória, da
Bica e do Lavra e pelo elevador de Santa Justa que não têm registado alterações
nos últimos anos, quer ao nível da oferta, quer da procura.
1.2.1 Evolução da Oferta e da Procura
Face ao enquadramento anteriormente referido, assistiu-se a uma redução da
oferta -n.º veículos X Km- na ordem dos 87% (entre 1980 e 1998). O n.º de
lugares x Km oferecidos diminuiu cerca de 81% (de 1970 a 1998), tendo-se
passado de 992 para 188 milhões/ano.(figuras 1.7 e 1.8).
Figura 1.8- Evolução da exploração e tráfego do modo eléctrico(Valores anuais)
992
516
331188
390
237127
57
0
500
1000
1500
1970 1980 1990 1998
Lugares x Km
Pass. X Km
Fonte: Carris, 1999
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 15
Igualmente, ao nível da procura (passageiros x Km) têm-se verificado grandes
reduções, registando-se um decréscimo, no mesmo período de 82,7%, ou seja,
330 milhões passageiros x Km (figura 1.8), situando-se em 1998, a procura
na ordem dos 57 milhões de passageiros/ ano.
Assim, o actual sistema de tracção eléctrica da Carris, tem um peso pouco
significativo no sistema de transportes da cidade, sendo responsável por
apenas 7% dos passageiros transportados pela empresa e cerca de 4,5% dos
lugares por quilómetro oferecidos.
Os investimentos realizados ao nível do material circulante, não se têm reflectido
num aumento significativo da velocidade comercial (quadro1.7) devido às
limitações nas condições de circulação, mantendo-se globalmente na ordem dos
10 Km/ h, valor bastante inferior ao modo autocarro (14 a 15 Km/ h) e que de
certa forma justifica a preferência dos utentes por este último modo de
transporte.
Da mesma forma, o percurso médio dos passageiros não tem sofrido na
década de 90 alterações significativas, mantendo-se em cerca de 2,5 Km, valor
inferior ao verificado na rede de autocarros (3,4 Km).
1.2.2 Perspectivas de evolução
A manutenção e a expansão desejável do modo eléctrico nas deslocações
urbanas, depende das políticas de gestão viária e de financiamento aos
investimentos em infraestruturas, que viabilizem a respectiva exploração numa
situação de equilíbrio financeiro.
O modo eléctrico, afirmar-se-á, numa perspectiva ambivalente de “modo de
média capacidade”, (entre o autocarro e o metropolitano) – rentabilizável em
eixos de grande procura onde seja praticável implementar “sitio próprio” e por
outro lado em bairros antigos, em serviço de acesso local de forte componente
turística.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
16 B.2 DGTT/ DTL
No que se refere aos aspectos energéticos e ambientais, de referir que localmente
o modo eléctrico se apresenta, relativamente ao autocarro e TI, com vantagem
por não ser poluente.
Numa perspectiva de sustentabilidade ambiental geral, os modos autocarro e
eléctrico apresentam em termos absolutos, um consumo energético e de
emissões por passageiro x Km, da mesma ordem de grandeza, sendo os
ganhos do eléctrico pouco expressivos quando comparados com o autocarro, pelo
que só fará sentido relevar aquele factor face ao transporte individual.
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 17
2. SERVIÇO DE TÁXIS2. SERVIÇO DE TÁXIS
O serviço de táxi constitui um subsistema complementar do sistema de
transportes públicos de passageiros, assumindo um protagonismo particularmente
relevante no contexto da oferta de serviços rodoviários urbanos.
Actualmente encontram-se atribuídas no concelho de Lisboa 3534 licenças das
quais 3454 referem-se a automóveis de aluguer com táximetro, 31 a automóveis de
aluguer sem distintivo e 49 a automóveis de aluguer de turismo.
Em termos comparativos face ao ano de 1991 constata-se em 1999 um acréscimo
de cerca de 3.94% no número de licenças atribuídas, contudo, verifica-se que este
acréscimo é mais significativo no caso dos táxis turísticos (+69%) e nos carros de
aluguer sem distintivo.
Figura 2.1 - Evolução do número de táxis
3382
3
15
3454
31
49
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
A
I
T
Tip
olo
gia
(1)
Nº táxis
1999
1991
(1) A – Serviço de praça com taximetro I – Serviço de aluguer isento de distintivo T – Serviço de turismo
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 19
3. METROPOLITANO3. METROPOLITANO
3.1 Evolução da rede e exploração
A rede do metropolitano de Lisboa sofreu na última década profundas
transformações, resultantes da concretização de um programa de expansões.
Assim, até ao inicio dos anos 90 apresentava uma configuração em forma de
Y, que lhe era conferida por dois eixos estruturantes, um dos quais se
desenvolvia ao longo da Avenida Almirante Reis, e o outro ao longo do eixo
Avenida da Liberdade/ Avenida Fontes Pereira de Melo/ Avenida da República.
Deste ramificava-se, na Rotunda, outro eixo que se estendeu inicialmente até
Sete Rios e posteriormente até ao Colégio Militar. A extensão total do conjunto
dos eixos era de 15,7 Km e englobava 24 estações (Figura 3.1).
Figura 3.1 –Rede do Metropolitano de Lisboa em exploração em 1993
Fonte: Metropolitano de Lisboa, 1999
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
20 B.2 DGTT/ DTL
A estrutura da rede em exploração até 1993 revelava-se inadequada e
desajustada face às necessidades de mobilidade da população e às características
de expansão urbana verificadas na cidade. Os estrangulamentos originados pela
configuração da rede tinham ainda, reflexos bastante negativos ao nível do
serviço prestado por este modo de transporte, traduzidos na fraca capacidade de
oferta face à procura e na reduzida frequência.
O processo de expansão da rede, entretanto concretizado1, com a desconexão de
alguns nós, veio permitir a constituição de quatro linhas independentes que
actualmente compõem a rede de metro (figura 3.2).
Figura 3.2 –Rede do Metropolitano de Lisboa em exploração em 1999
Fonte: Metropolitano de Lisboa, 1999
1 Ver no anexoB.2.2 a evolução da rede
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 21
Assim, em cerca de dez anos a rede de metropolitano registou um acréscimo
de 17.3 Km, na sua extensão passando de 15,7km (1991), para 31 km no final
de 1998. Passou-se da existência de duas linhas, e 24 estações, para quatro
linhas que, até ao momento, contam já com 40 estações, sendo de referir que
quatro delas são “estações duplas”, funcionando como pontos de conexão entre
diferentes linhas - Marquês de Pombal, Alameda, Baixa-Chiado e Campo Grande
(Quadro 3.1 e Figura 3.3).
Esta expansão veio concretizar uma verdadeira rede de metropolitano e contribuir
para uma maior articulação entre este modo e as redes de transportes públicos
rodoviários suburbanos, aumentando a eficácia global do sistema. Permitiu,
ainda, o aumento do número de correspondências entre linhas, oferecendo
percursos alternativos, promovendo uma maior flexibilidade do sistema de
transportes.
Quadro 3.1 – Linhas do Metropolitano de Lisboa em exploração em 1999
Linhas Início/Términos Extensão Nº de estações
Linha Azul – Gaivota Pontinha / Restauradores 10 km 13
Linha Amarela - Girassol Campo Grande / Rato 6 Km 9
Linha Verde - Caravela Campo Grande / Cais do Sodré 9 km 12
Linha Vermelha - Oriente Alameda / Oriente 6 Km 8
31 Km 40
Fonte: Metropolitano de Lisboa, 1999
Paralelamente foi incrementada a complementaridade modal, através da
conexão com os modos de transporte pesados no Cais do Sodré (linha do
Estoril e sistema fluvial), nos Restauradores (linha de Sintra) e em Entrecampos
(linhas de Sintra e Azambuja) e aumentada a capacidade de oferta, através
da desconexão da linha em Y.
Um dos aspectos mais relevantes do actual funcionamento em rede, reside no
facto de uma eventual avaria numa das linhas não afectar o sistema de
exploração do metropolitano nas restantes, como ocorria quando existia apenas
uma única linha.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
22 B.2 DGTT/ DTL
Figura 3.3 – Evolução da rede do metropolitano de Lisboa
0
10
20
30
40
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1998
Extensão(km)
Nº estações
Fonte: Metropolitano de Lisboa, 1999
Da nova rede, destaca-se o papel da linha D (Alameda – Oriente), no que se
refere à estruturação urbana da parte oriental da cidade de Lisboa e à redução do
carácter semi-periférico dos bairros residenciais de Chelas e Olivais.
No conjunto da rede estão hoje criados onze importantes interfaces
multimodais: Cais do Sodré, Marquês de Pombal, Restauradores, Entre Campos,
Campo Grande, Jardim Zoológico, Gare do Oriente, Areeiro, Colégio Militar e
Pontinha.
A expansão da rede descrita foi acompanhada por um forte investimento na
qualificação das infraestruturas e espaços existentes.
3.2 Material Circulante
Ao nível do parque de material circulante verificou-se, igualmente, um
acréscimo e modernização. Assim, só em 1998 a empresa adquiriu 38
unidades triplas de tracção ML95 e duas ML97 ( Figura 3.4).
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 23
Figura 3.4 - Evolução do parque material circulante
80 80 80 80 80 80 80 80 80 80
56 56 56 56 56 56 56 56 56
6 6 33 57 57 57
42
114
6
0
50
100
150
200
250
300
350
1975 1980 1985 1990 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Nº
carr
uag
ens ML97
ML95
ML90
ML79
ML77
Fonte: Relatório e Contas do ML, 1998
3.3 Oferta
A modernização que se tem vindo a processar ao nível do material circulante
reflecte-se no aumento do número de carruagens ao serviço, assim como no
número de carruagens X Km (Quadro 3.2).
Quadro 3.2 – Evolução dos indicadores de exploração
CarruagensAno
(Número)Carruagens X Km
(Milhões)1975 84 5.91980 80 7.01985 124 6.91990 136 8.31995 169 10.41997 235 111998 307 15.9
Fonte: ML
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
24 B.2 DGTT/ DTL
Evolução da Oferta
Em 1998, a oferta no total da rede traduzia-se em cerca de 3 milhões de
lugares x Km.
Entre 1994 e 1998 verificou-se um crescimento de cerca de 45%, o que
significa um aumento médio anual de aproximadamente 236 000 lugares x Km.
Conforme se pode verificar (quadro 3.3), a oferta de lugares x Km é maior
nas linhas Verde e Azul, sendo simultaneamente, estas as linhas que
apresentam maior procura. O acréscimo mais significativo verificou-se no período
de 97/98 (38.1%), o que se justifica pela entrada em funcionamento do esquema
de exploração em rede de quatro linhas independentes.
Quadro 3.3 – Evolução da oferta
Lugares x Km (10)3
Linhas 1994 1995 1996 1997 1998
Azul
Amarela
Verde
Vermelha
------
------
-------
-------
-------
-------
-------
-------
1649447
531676
---------
---------
1626453
558315
---------
--------
960973
648343
991833
416716
Total 2074988 2093426 2181123 2184768 3017865
Fonte: Relatório e Contas ML1998
3.4 Evolução da Procura
Em 1998 a procura no total da rede do metropolitano traduziu-se em cerca de
125,3 milhões de passageiros (486 passageiros x Km). O percurso médio
era de 3.87 Km.
Entre 1970 e 1990 verificou-se um crescimento contínuo do número de
passageiros transportados (figura 3.5 e quadro 3.4). Contudo, na última década
têm-se verificado níveis mais baixos de procura e grandes oscilações anuais.
Se por um lado esta situação acompanha a tendência de perda de mercado,
observada na generalidade dos transportes públicos, a expressão atingida reflecte
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 25
o efeito de outros factores que afectaram o normal funcionamento do sistema,
associados quer à realização de obras na rede e estações, quer à ocorrência do
incêndio na estação da Alameda, na origem do encerramento temporário de
estações no troço Areeiro/Arroios (decréscimo de 17%, de 96 para 97).
Assim: no período de 1990 a 1995 verificou-se uma perda de passageiros na
ordem dos 17%; um ligeiro acréscimo de 1995 para 1996 (+4.1%); de 96 para
97 um novo decréscimo (-17%); de 97 para 98, um aumento traduzido no
crescimento de +14,5% no número de passageiros transportados e de 54% no
número passageiros x Km.
Apesar dos investimentos realizados, o valor da procura registado em 1990 -
141, 6 milhões de passageiros, está longe de ser atingido e o número de
passageiros transportados ficava-se em 1998, na ordem dos 125 milhões,
valor ao nível dos observados, na primeira metade dos anos oitenta.
É, no entanto previsível um crescimento da procura correspondendo ao normal
reajustamento dos hábitos de deslocação da população e à progressiva
concretização das obras em curso, independentemente dos efeitos de possíveis
medidas complementares de racionalização das redes de autocarros urbanos, no
sentido da optimização da articulação modal.
Figura 3.5 - Evolução do número de passageiros transportados pelo Metropolitano de Lisboa
86,6
125,3
110,8
128123,9
141,6
134,1
120,6
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
1975 1980 1985 1990 1995 1996 1997 1998
Milhões
Fonte: Metropolitano de Lisboa, 1999
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
26 B.2 DGTT/ DTL
Quadro 3.4 – Evolução dos indicadores da procura
1975 1980 1985 1990 1995 1996 1997 1998 75/ 80 80/85 85/90 90/95 95/96 96/97 97/98Passageiros (10)6 86,6 121 134 142 124 128 111 125 +34 +13,5 +7,5 -17,7 +4,1 -17,2 +14,5Pass X Km (10)6 293 396 435 485 457 471 432 486 +103 +39 +39 -28 +14 -39 +54Per.médio (Km) 3,41 3,27 3,25 3,42 3,69 3,68 3,9 3,87 -0,14 -0,02 +0,17 +0,27 +0,27 +0,22 -0,03
IndicadoresValores absolutos Variação (%)
Fonte: Relatório e Contas ML 1998
O percurso médio dos passageiros sofreu alterações positivas nas últimas
duas décadas, aumentando entre 1980 e 1998 cerca de 600 metros.
3.5 Movimento de Passageiros na Rede
3.5.1 Movimento Diário de Passageiros nas Linhas
Na figura 3.6 ilustra-se o movimento diário de passageiros nas linhas do
metropolitano de Lisboa (num dia tipo). A linha do Oriente (vermelha) é a que
transporta um menor número de passageiros, sendo as linhas verde e azul as
de maior procura diária, transportando, respectivamente, cerca de 500 mil e
407 mil passageiros.
Figura 3.6 – Movimento diário nas linhas do ML – Maio 99
406766
107347
319227
499622
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Linha Azul
Linha Vermelha
Linha Amarela
Linha Verde
Fonte: ML,1999
3.5.2 Movimento Diário de Passageiros nas Estações
As entradas e saídas nas estações da rede do metropolitano envolvem 1,33
milhões de passageiros.
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 27
Analisando este movimento diário (entradas e saídas) de passageiros nas
estações (figuras 3.7 , 3.8 e quadro 3.5) verifica-se que:
ü Nove estações registam um movimento superior a 40 000
passageiros/dia representando 61,4% do movimento total de passageiros;
ü Dezanove estações registam um movimento entre 10 000 e 40 000
passageiros/ dia – 35,3% do total;
ü Oito estações, registam volumes diários de passageiros entre 1000 e
8000, representando 3.3% do movimento total;
ü As estações com maior volume diário de passageiros entrados e saídos são,
simultâneamente , as coincidentes com as principais interfaces
multimodais da cidade de Lisboa e as que permitem conexões entre as
diferentes linhas do metropolitano.
Neste contexto, destacam-se com volumes superiores a 70 000
passageiros/dia as estações do Marquês de Pombal, Baixa – Chiado, Campo
Grande, Alameda I; com volumes diários entre 50 000 e 60 000 passageiros,
o Cais do Sodré; por fim as estações Colégio Militar, Rossio, Restauradores e
Arroios, com um movimento de passageiros entre os 40 000 e os 50 000.
Figura 3,7C - Movimento Diário de Passageiros nas Estações da Linha Vermelha
0 10000 20000 30000 40000
Oriente
Cabo Ruivo
Olivais
Chelas
Bela Vista
Olaias
Alameda II
Est
ações
Nº Passageiros
Entradas
Saídas
Figura 3,7D Movimento Diário de Passageiros nas Estações da Linha Verde
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000
Cais do Sodré
Baixa - Chiado
Rossio
Martim Moniz
Intendente
Anjos
Arroios
Alameda I
Arreiro
Roma
Alvalade
Campo Grande I
Est
açõ
es
Nº Passageiros
Entradas
Saídas
Figura 3.7B- Movimento Diário de Passageiros nas Estações da Linha Azul
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 1E+05
Pontinha
Colégio Militar/Luz
Laranjeiras
Praça de Espanha
Parque
Avenida
Baixa - Chiado
Est
açõ
es
Nº Passageiros
Entradas
Saídas
Figura 3.7 A- Movimento Diário de Passageiros nas Estações da Linha Amarela
0 20000 40000 60000 80000
Campo Grande II
Cidade Universitária
Entre Campos
Campo Pequeno
Saldanha
Picoas
Marquês do Pombal II
Rato
Est
açõ
es
Nº Passageiros
EntradasSaídas
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
28 B.2 DGTT/ DTL
O facto destas estações estarem localizadas em áreas de grande geração e
atracção de fluxos, com forte desenvolvimento de actividades terciárias, constituí
um factor justificativo da elevada procura registada.
Quadro 3.5 – Classificação do movimento de passageiros por grupo de estações
Total %Baixa-Chiado Azul/Verde 165149 12,3M.Pombal Azul/Amarela 160493 12Campo Grande Amarela/Verde 149093 11,2Alameda I Verde/Vermelha 105375 7,9Cais do Sodré Verde 55929 4,2C.Militar/ Luz Azul 49581 3,7Rossio Verde 47356 3,6Restauradores Azul 43605 3,3Arroios Verde 42927 3,2
819508 61,4Saldanha Amarela 39386 3Areeiro Verde 32975 2,5Oriente Vermelha 32039 2,4C.Pequeno Amarela 31174 2,3Pontinha Azul 30840 2,3Entre Campos Amarela 29321 2,2Rato Amarela 26970 2Anjos Verde 26133 2Alvalade Verde 25837 1,9C.Universitária Amarela 25319 1,9J.Zoológico Azul 24900 1,9Picoas Amarela 22361 1,7S.Sebastião Azul 20739 1,56Intendente Verde 20443 1,5P.Espanha Azul 19866 1,5M.Moniz Verde 18282 1,4Avenida Azul 16182 1,2Roma Verde 15770 1,2Chelas Vermelha 11002 0,8
469539 35,26Olaias Vermelha 8651 0,7Parque Azul 7908 0,6Laranjeiras Azul 7155 0,5Alto Moinhos Azul 6873 0,5Olivais Vermelha 6701 0,5Carnide Azul 3957 0,3Cabo Ruivo Vermelha 1698 0,1Bela Vista Vermelha 972 0,1
708318 3,34
1332962 100%Total
PassageirosLinhaEstação
Total Grupo A
Total Grupo B
Total Grupo C
Grupo C - 10000 passageiros (8 estações)
Grupo
Grupo A + 40000 Passageiros (9estações)
Grupo B entre 40000 e 10000 passageiros (19 estações)
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 29
O volume de entradas e saídas diárias no conjunto das estações é da ordem dos
300 000 passageiros no período de ponta da manhã e dos 343 000 no período de
ponta da tarde, o que representa face ao total diário respectivamente 22.5% e
25.8%.
A realçar da análise do quadro 3.5 é o comportamento das entradas e saídas
de passageiros nas estações, que permite o seu agrupamento de acordo com
três dinâmicas diferentes:
ü As estações em que existe predominio do volume de passageiros
entrados no período de ponta da manhã e do volume de passageiros
saídos no período de ponta da tarde. Fazem parte deste grupo as estações
que constituem interfaces que estabelecem a articulação entre os
transportes urbanos e suburbanos: Pontinha (ligação Carris/ Vimeca/
Rodoviária de Lisboa), Colégio Militar (ligação Carris/ Vimeca/ Rodoviária de
Lisboa), Jardim Zoológico (ligação ao eixo ferroviário Norte/ Sul), Cais do
Sodré (ligação ao transporte fluvial e à linha de Cascais), Oriente (ligação
Carris e operadores suburbanos);
ü Num segundo grupo inserem-se as estações que registando um
comportamento semelhante ao anteriormente descrito asseguram o acesso
dos passageiros aos principais centros de emprego e formação: São
Sebastião, Parque, Picoas, Avenida, Saldanha, Campo Pequeno, Cidade
Universitária, Campo Grande I;
ü Por último, as estações que registam um equilíbrio entre os passageiros
entrados e saídos ao longo do dia e que se localizam em importantes
zonas comerciais. Neste grupo incluem-se as estações do Rossio, Martim
Moniz, Alvalade, Roma.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
30 B.2 DGTT/ DTL
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 31
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
32 B.2 DGTT/ DTL
3.5.3 Cargas Diárias na Rede
Em termos de cargas diárias na rede do metropolitano em 1999 (Figura 3.9),
constata-se que:
ü Os troços da rede mais carregados localizam-se na linha verde (C) entre
o Rossio e a Alameda, transportando cada troço entre 120 a 130 mil
passageiros em ambos os sentidos, e na linha azul (A) entre os
Restauradores e a Praça de Espanha, e entre a Rotunda e a Avenida entre
100 a 110 mil passageiros em ambos os sentidos;
ü os troços da rede menos carregados localizam-se na linha D entre Cabo
Ruivo e a Gare do Oriente a na linha B entre o Marquês do Pombal e o Rato,
com valores inferiores a 30 000 passageiros/dia;
ü Os troços entre a Pontinha e o Colégio Militar; Cais do Sodré e Baixa Chiado e
entre a Alameda e Cabo Ruivo, apresentam, também, níveis de procura
relativamente fracos, situando-se entre os 30 000 e os 60000
passageiros/dia.
O baixo nível de procura no troço Cais do Sodré – Baixa /Chiado poderá
indiciar as seguintes situações:
- além da Baixa/ Chiado ser a estação mais importante do ponto de vista da
geração/ atracção local, os utentes provenientes da margem Sul e cujo
términus principal continua a ser o Terreiro do Paço, ou se deslocam a pé até
esta estação ou utilizam o modo autocarro nas etapas seguintes;
- os utentes com origem/destino no Cais do Sodré e que utilizam o Eixo
Norte/Sul (Cais do Sodré/Campo Grande) são fortemente penalizados pelos
dois transbordos que terão de efectuar se utilizarem o metropolitano. Este
facto poderá implicar uma transferência modal para o autocarro que serve
este eixo.
No que se refere à distribuição do tráfego ao longo do dia (figuras 3.10),
constata-se que é nos períodos de ponta da manhã ( das 8 às 10) e da tarde (das
17 às 20) que se regista a maior procura. No período compreendido entre as 6 e
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 33
as 8 horas e após as 21 horas o volume de passageiros transportados diminui
significativamente. Também relevante é o aumento da procura no período da
hora de almoço (entre as 12 horas e as 15 horas).
Figura 3.10 – Distribuição do movimento de passageiros ao longo do dia
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
6/6h
59
7/ 7
h59
8/ 8
h59
9/ 9
h59
10/1
0h59
11/ 1
1h59
12/ 1
2h59
13/ 1
3h59
14/1
4h59
15/1
5h59
16/1
6h59
17/1
7h59
18/1
8h59
19/1
9h59
20/2
0h59
21/2
1h59
22/2
2h59
23/2
3h59
24/2
4h59
Linha A
Linha B
Linha C
Linha D
Fonte: Metropolitano de Lisboa, Outubro 1999
3.6 Perspectivas de Evolução
No seguimento da política de expansão e modernização do metropolitano,
encontram-se actualmente em construção alguns prolongamentos à rede,
nomeadamente:
ü Na linha azul – a extensão da Baixa/Chiado ao Terreiro do Paço
(correspondência com as carreiras fluviais) e a Santa Apolónia
(correspondência com o terminal ferroviário suburbano, regional e
nacional);
ü Na linha amarela – a extensão Campo Grande – Odivelas;
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
34 B.2 DGTT/ DTL
ü Na linha verde – a construção da Interface do Cais do Sodré
(correspondência com as carreiras fluviais) e a extensão Campo Grande
– Telheiras;
Estão previstos ainda os seguintes empreendimentos e extensões da rede
(quadro 3.6):
ü Na linha amarela - a extensão Rato – Estrela num total de 1 Km;
ü Também na linha amarela um prolongamento de 5 Km entre o Campo
Grande e Odivelas, com conclusão prevista para o ano 2003, e que
contempla a construção de cinco novas estações (Quinta das Mouras,
Lumiar, Ameixoeira, Quinta das Lavadeiras, Sr.Roubado, Odivelas). Esta
extensão permitirá colmatar a inexistência de um modo de transporte
pesado, no eixo Loures-Odivelas, que se tem traduzido em fortes
congestionamentos rodoviários e, desta forma, contribuir para uma maior
eficácia do sistema de transportes públicos, na articulação com Lisboa.
ü Na linha vermelha, a extensão Alameda – S.Sebastião, num percurso
de 1,8 Km;
Quadro 3.6 – Projectos aprovados para expansão da rede do Metropolitano de
Lisboa
Troços Km Estações Km EstaçõesBaixa Chiado/ Stª Apolónia 2 2 10,7 15Pontinha /Falagueira 1,9 2 39,3 17C.Grande/ Odivelas 5 5Rato/ Estrela 1 1
Verde C.Grande/ Telheiras 0,8 1 29,4 21Vermelha Alameda/ S.Sebastião 1,8 2 31,2 23
Total 10 11 31,2 23
28,6 20
Linhas
Amarela
Empreendimentos em Cursos e Aprovados Total da rede
Azul
Fonte: Gabinete de Planeamento da rede do Metropolitano de Lisboa -1999
A futura configuração da rede permitirá estabelecer, mais duas novas
interconexões, da linha vermelha;
M/T 2000 O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa
DGTT/DTL B.2 35
ü com a linha amarela na estação do Saldanha;
ü com a linha azul na estação de São Sebastião.
O Sistema de Transportes na Cidade de Lisboa M/T 2000
36 B.2 DGTT/ DTL
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL B.3
AANNEEXXOO BB 33
OO SSIISSTTEEMM AA DDEE TTRRAANNSSPPOORRTTEESS
RREEGGIIOONNAALL
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3
ÍNDICE B3ÍNDICE B3
11.. RREEDDEE DDEE AAUUTTOOCCAARRRROOSS SSUUBBUURRBBAANNOOSS 1
1.1 - Operadores Suburbanos 11
1.1.1 Material Circulante 2
1.1.2 Oferta 5
1.1.3 Procura 11
1.2 - Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) 13
22.. SSEERRVVIIÇÇOO DDEE TTÁÁXXIISS 17
33.. TTRRAANNSSPPOORRTTEE FFEERRRROOVVIIÁÁRRIIOO 19
3.1 – Rede em Exploração 20
3.2 – Oferta 24
3.3 – Evolução da Procura 28
3.3.1 Evolução da procura 29
3.3.2 Movimento Diário de passageiros – Linha 30
3.3.3 Movimento Diário de passageiros – Estações 31
3.4 - Perspectivas de Evolução 35
44.. OSS TTRRAANNSSPPOORRTTEESS FFLLUUVVIIAAIISS 37
4.1 – Enquadramento 37
4.2 - Caracterização da oferta 38
4.2.1 Ligações 38
4.2.2 Frota 38
4.3 - Níveis de serviço 41
4.4 - Caracterização da procura 42
4.5 - Perspectivas de evolução 46
55.. AA RREEDDEE DDEE MMEETTRROOPPOOLLIITTAANNOO DDEE SSUUPPEERRFFÍÍCC IIEE // EELLÉÉCCTTRRIICCOO
MMOODDEERRNNOO
49
5.1 - Metropolitano Sul do Tejo (MST) 49
5.2 - Perspectivas de evolução da rede da margem Norte 54
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
B.3 DGTT/DTL
ÍNDICE DE FIGURAS B3ÍNDICE DE FIGURAS B3
F. 1.1 – AML – Operadores dominantes por concelho 3F. 1.2 – Idade média da frota dos operadores 5F. 1.3 – Circulações diárias das carreiras de transportes colectivos rodoviário –
rebatidas em Lisboa 6
F. 1.4 – Número de carreiras diárias intra-concelhias 8F. 1.5 – Número de carreiras diárias intra-sectores 9F. 1.6 – Número de carreiras diárias entre sectores 10F. 1.7 – Volume de passageiros transportados por empresa em 1999 12F. 1.8 – Evolução dos passageiros transportados por empresa 13F. 1.9 – Evolução dos passageiros transportados 15F. 2.1 – Licenças de táxis por concelho 17F. 3.1 – Rede ferroviária 21F. 3.2 – Interfaces da rede ferroviária na cidade de Lisboa 23F. 3.3 – Oferta ferroviária por hora (dois sentidos) 26F. 3.4 – Lugares oferecidos nos períodos de ponta nos dois sentidos 27F. 3.5 – Evolução dos passageiros transportados por linha 29F. 3.6 – Movimento diário de passageiros – Linha de Sintra 32F. 3.7 – Movimento de passageiros - Linha de Cascais 32F. 3.8 – Movimento diário de passageiros – Linha do Norte 32F. 3.9 – Movimento de passageiros nas estações ferroviárias 33F. 3.10 – Movimento diário de passageiros nos terminais ferroviários 35F. 4.1 - Tráfego médio diário por linha em 1998 40F. 4.2 – Evolução dos passageiros transportados 44F. 4.3 – Movimento de passageiros nos terminais – margem Norte 45F. 4.4 – Movimento de passageiros nos interfaces – margem Sul 45F. 4.5 – Evolução dos veículos transportados pela Transtejo na travessia do Tejo 46F. 5.1 – Linhas previstas para o metropolitano Sul do Tejo 51F. 5.2 – Metro Sul do Tejo 53
ÍNDICE DE QUADROS B3ÍNDICE DE QUADROS B3
Q. 1.1 – Transportes suburbanos – AML Norte / AML Sul 1Q. 1.2 – Frota de autocarros dos operadores em1999 4Q. 1.3 – Número de circulações/dia das carreiras de penetração em Lisboa por sector 7Q. 1.4 – Evolução da rede dos TCB 14Q. 1.5 – Evolução da lotação média dos veículos afectos às carreiras 14Q. 1.6 – Evolução da taxa de operacionalidade 15Q. 1.7 – Evolução dos níveis de oferta 15Q. 3.1 – Estações e apeadeiros da rede ferroviária da AML 20Q. 3.2 – Caracterização da rede ferroviária na AML 22Q. 3.3 – Caracterização da Oferta 24Q. 3.4 – Velocidades comerciais e tempos de percurso dos serviços suburbanos 25Q. 3.5 – Evolução dos passageiros transportados por linha 28Q. 3.6 – Tráfego diário de passageiros nas linhas suburbanas em 1998 30Q. 3.7 – Movimentos de passageiros nas estações localizadas na cidade de Lisboa 34Q. 3.8 – Tipo de intervenções a realizar nas linhas suburbanas da AML2000/06 36Q. 4.1 – Operadores e características das linhas 38Q. 4.2 – Características das frotas 39Q. 4.3 – Número de circulações por ligação e sentido – 1998 41Q. 4.4 – Evolução dos lugares x km oferecidos pela Transtejo 42Q. 4.5 – Passageiros transportados – Soflusa e Transtejo 43Q. 4.6 – Evolução do tráfego médio diário por ligação em dia útil de Inverno 44Q. 5.1 – Características das linhas do sistema do metro ligeiro da margem Sul 50Q. 5.2 – Faseamento do projecto 52Q. 5.3 – Características das linhas em estudo 55
Pág.
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 1
1. REDE DE AUTOCARROS SUBURBANOS1. REDE DE AUTOCARROS SUBURBANOS
1.1 Operadores suburbanos
Na área metropolitana há 12 empresas com carreiras concessionadas que
efectuam o transporte público colectivo suburbano de passageiros, 9 a operarem
na AML Norte e 3 na AML Sul (Quadro 1.1).
Rodoviária de Lisboa Lisboa, Loures, Mafra, Sintra, Vila Franca de Xira
Vimeca (Lisboa Transportes) Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras, SintraStagecoach Amadora, Cascais, Mafra, Oeiras, Sintra
Rodoviária da Estremadura Amadora, Lisboa, Loures, Mafra, Sintra, Vila Franca de XiraJoaquim Jerónimo Lisboa, Loures, SintraIsidoro Duarte Lisboa, Loures, Sintra
Henrique Leonardo Mota Lisboa, Loures, OeirasPraiamar Cascais, Lisboa, OeirasRodoviária do Tejo Mafra, Loures, Lisboa, Azambuja
Transportes Sul do Tejo Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Seixal, SesimbraCovas e Filhos Almada, Barreiro, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Lisboa
Quadro 1.1
Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Seixal, Setúbal, Palmela, Vila Franca de XiraBelos
Operadores Concelhos
Operadores Concelhos
Transportes suburbanos - AML Norte
Transportes suburbanos - AML Sul
Estes operadores asseguram as ligações de penetração em Lisboa, ligações
entre núcleos urbanos da restante área metropolitana e ligações
urbanas.
Para além dos operadores anteriormente citados, existem ainda seis outros que
têm, no entanto, uma expressão bastante reduzida (Transcolvia, Transpinho,
Turispraia, Centauros, Rodoviária da Beira Interior, António Gomes Tendeiro).
Os serviços de transporte público rodoviário fora da cidade de Lisboa, são no
actual quadro legal, concessionados linha a linha, não se concessionando como
seria desejável uma rede.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
2 B.3 DGTT/DTL
A grande maioria dos serviços prestados na AML, concentravam-se no início da
década numa única empresa nacionalizada, a Rodoviária Nacional. O processo de
privatização adoptado, gradual e por áreas operacionais, permitiu (a partir de
meados da última década) a sucessiva entrada no mercado, de novos operadores
para exploração de um conjunto de carreiras que de uma forma geral, operavam
em áreas territoriais relativamente definidas.
A aplicação do direito de preferência na atribuição de novas linhas tem permitido
de alguma forma manter esta distribuição territorial.
É assim que sem prejuízo da coexistência de vários operadores em determinadas
áreas de “fronteira” e em corredores de penetração principalmente em Lisboa, se
pode observar que o serviço de transportes públicos rodoviários é
constituído do ponto de vista da exploração por redes dominantemente
operadas por um operador, à escala sub-regional (figura 1.1).
Do conjunto de operadores de transporte rodoviário suburbano que actuam na
AML assumem particular relevância os que integram o grupo Barraqueiro, onde os
respectivos capitais são, em alguns casos, objecto de participação entre as
empresas que o compõem, (Henrique Leonardo Mota, Joaquim Jerónimo,
Rodoviária da Estremadura, Rodoviária de Lisboa, Transportes Sul do Tejo, Covas
e Filhos e Belos).
1.1.1 Material circulante
A frota de autocarros ao serviço na AML em 1998, era constituída por 1748
autocarros (Quadro 1.2).
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 3
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
4 B.3 DGTT/DTL
Quadro 1.2 – Frota de autocarros dos operadores em 1999Operador Nº de autocarros (1999) %
Transportes Sul do Tejo
Rodoviária Lisboa
Belos
Vimeca
Stagecoach
Rodoviária da Estremadura
Covas e Filhos
Isidoro Duarte
Henrique Leonardo Mota
Joaquim Jerónimo
Rodoviária do Tejo
434
348
280
225
134
117
67
58
57
-
28
24.8
19.9
16
12.9
7.7
6.7
3.8
3.3
3.3
-
1.6
Total 1748 100
Fonte: Operadores, 1999
A idade média dos veículos é de 14 anos.
Observam-se, no entanto, diferenças significativas na idade da frota ao serviço,
dos vários operadores. Como se pode verificar (figura 1.2) só os veículos da
empresa Vimeca apresentam uma idade média inferior a 10 anos
(aproximadamente 3 anos).
Dos 11 restantes operadores cinco possuem veículos com idades
compreendidas entre os 10 e os 15 anos e seis possuem uma frota com uma
idade superior a 15 anos.
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 5
Figura 1.2 – Idade média da frota dos operadores
12,814,7
15,8
12,2
2,9
10,9
13,9
16,917,316,518,8 18,4
Cova
s e
Filh
os
TST
H.L.Mot
aJ. Je
rónim
oI.
Duarte
REPr
aiam
ar
Vim
eca
Stag
ecoa
ch RL RT
Belos
Fonte: Operadores, 1999
1.1.2 Oferta
Em toda a AML estão concessionadas 660 carreiras, que se distribuem em
função da sua origem/destino da seguinte forma:
⇒ 270 carreiras com origem e destino no interior dos concelhos (40.9 %)
⇒ 390 carreiras com origem e/ou destino em sectores regionais distintos
(59.1 %)
Destas carreiras, 167 são de penetração em Lisboa ( 25.3 %)
Carreiras de penetração em Lisboa
O quadro 1.3 e a figura 1.3 sintetizam a oferta de serviços rodoviários
suburbanos que penetram diariamente na cidade, por sector de origem
das carreiras.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
6 B.3 DGTT/DTL
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 7
Quadro 1.3 – N.º de circulações/dia dascarreiras de penetração em Lisboa por sector∗∗
Sectores Vimeca RE J.Jerónimo RL Stagecoach RT I.Duarte TST Belos Total 99(%) 91(%) Variação
I 62 278 24 29 393 11,6 14,4 -2,8
II 232 1468 1700 50,2 35,8 14,4
III 386 89 491 14,5 22,6 -8,1
IV 193 9 202 6 14,9 -8,9
M. Norte 579 167 232 1746 9 24 29 2786 82,3 87,7 -5,4
V (P.25 Abril) 295 295 8,7
VI (P.V.Gama) 124 15 139 4,1
VIII (P.V.Gama) 31 31 0,9
VIII (P.25 Abril) 132 132 4
M.Sul 419 178 597 17,7 12,5 5,2
Total 579 167 232 1746 9 24 29 419 178 3383 100 100
Fonte:PDM de Lisboa, 1991 e DGTT, Dezembro de 1999∗ Sentido de penetração em Lisboa
Da sua análise conclui-se que:
• das 3383 circulações diárias das carreiras suburbanas com destino à
cidade de Lisboa, cerca de 82% têm origem na margem norte;
• o sector II – Loures apresenta a maior geração, com cerca de 1700
circulações/ dia que correspondem a 50,2% do total de circulações.
Salienta-se que este foi o único sector na margem norte em que o volume de
circulações aumentou desde 1991 em cerca de 14,4%, o que não é de
estranhar dado que é, igualmente, o único que não é servido por uma rede de
transportes pesados;
• seguem-se o sector III – Amadora/ Sintra/ Mafra com um número próximo
das 500 circulações/dia representando 23% do total e os sectores I – Vila
Franca e V – Almada/ Seixal/ Sesimbra, com cerca de 393 (11,6%) e 295
(8.7%) respectivamente.
• os valores nos restantes sectores são significativamente inferiores;
• do total de circulações c/origem na margem sul, 71.5% utiliza a Ponte 25
de Abril como via de penetração em Lisboa e 28.5% a ponte Vasco da Gama.
Os pesos respectivos da oferta em cada um dos sectores observados reflectem a
expressão da procura associada: à dimensão populacional (Sectores II e III); à
existência e à especificidade dos modos de transporte alternativos (Sectores II e
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
8 B.3 DGTT/DTL
VI) ; ao grau de dependência do transporte público da população residente
(Sector II).1
Entre 1991 e 1999 verificou-se uma redução do número de circulações
diárias em todos os corredores de penetração na AML Norte com excepção,
como já foi referido, do sector III. Na AML Sul, verificou-se um incremento da
oferta em cerca de 6.3%, que terá resultado da melhoria das condições de
atravessamento entre as duas margens – abertura da quinta e sexta via na ponte
25 de Abril (Julho de 1990 e Julho de 98 respectivamente) e da ponte Vasco da
Gama (Abril de 1998).
Carreiras internas aos concelhos
Relativamente ao número de carreiras diárias intra-concelhias - 270 - (figura
1.4) constata-se que quatro concelhos (Sintra, Cascais, Almada e Loures)
detêm 136 carreiras representando 50% do total2.
Figura 1.4- Número de carreiras diárias intra-concelhias
7
1620
5
20
50
36
15
30
1215
4
17
36
14 13
Azam
buja
V. Fra
nca
Lour
es
Amad
ora
Maf
ra
Sintra
Casca
i s
Oei
ras
Almad
a
Seixa
l
Sesim
bra
Alcoc
hete
Barre
iro
Moi
ta
Mon
tijo
Palm
ela
Setúb
al
Fonte: DGTT, Dezembro de 1999
1 Os concelhos que integram este sector apresentam o maior nº de automóveis por agregado
observado na área metropolitana.2 Estes valores não incluem as carreiras urbanas de Almada, Montijo, Palmela, Sesimbra e Setúbal.
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 9
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
10 B.3 DGTT/DTL
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 11
Procedendo-se a uma análise da figura 1.5 pode-se constatar que o número de
carreiras diárias intra – sectores é superior no sector V – Almada, Seixal e
Sesimbra, seguindo-se o sector III – Amadora, Sintra e Mafra e o sector IV –
Oeiras e Cascais, que no seu conjunto detêm 40.7% do total.
Carreiras entre sectores
Relativamente ao número de carreiras diárias entre sectores – 232 carreiras-
(figura 1.6) o maior volume verifica-se entre Lisboa e o sector II – Loures (42
carreiras), seguindo-se o III (37 carreiras), IV (28 carreiras) e V (25 carreiras).
Como já foi referido anteriormente, o sector II é o único que não é servido por
uma rede de transportes pesados.
Entre sectores suburbanos o volume de carreiras com maior importância é
efectuado entre o sector III e o IV (20 carreiras) e entre o sector VI e o
VIII . Este último justifica-se pela atracção que o núcleo urbano de Setúbal
exerce sobre os concelhos mais próximos, funcionando como um importante pólo
de emprego na AML Sul.
1.1.3 Procura
Em 1999 (figura 1.7), as principais empresas que operam na AML transportaram
282.2 milhões de passageiros. Observa-se que as empresas que detêm
maior peso são as que estão inseridas no sistema de passes multimodais,
nomeadamente: Rodoviária de Lisboa, Vimeca, Stagecoach e Transportes Sul do
Tejo. Estas empresas possuem 62.2% das concessões de transporte público
rodoviário na AML.
Neste contexto, dos 282 milhões de passageiros transportados em 1999, 254, 2
milhões (90%) são transportados pelas quatro empresas acima citadas.
Destes, 64,4%, são transportados pelas três empresas que operam na margem
norte.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
12 B.3 DGTT/DTL
Fig.1.7 – Volume de passageiros transportados por empresa em 19993
1,4
90,3
0,8
13,8
62
28,4
73,5
0,2
11,7
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Covas e Filhos
TST
J. Jerónimo
RE
Vimeca
Stagecoach
RL
RT
Belos
Milhões
Fonte: Operadores
O gráfico seguinte (figura 1.8) apresenta a evolução do volume anual de
passageiros transportados, na rede explorada pelos quatro operadores
rodoviários, para os quais foi possível obter dados, e que como já foi referido
tinham um peso, em 1999, da ordem dos 90%.
Verifica-se que o número de passageiros transportados, entre 1996 e 1999
decresce nos Transportes Sul do Tejo (a empresa perde 4.6 milhões de
passageiros), enquanto na Rodoviária de Lisboa, Vimeca e Stagecoach esse
valor aumenta (os três operadores ganham 7.5 milhões de passageiros).
3 Não foi possível obter informação para as empresas Isidoro Duarte, Henrique Leonardo
Mota e Praiamar.
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 13
Figura 1.8 - Evolução dos passageiros transportados por empresa
73.4 73.5
62.1 62
25.629.5 28.4
90.3
71.569.6
61.561
25.8 27.6
94.3 93.894.994.4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1995 1996 1997 1998 1999
(milh
ões)
RL
Vimeca/LT
Stagecoach
TST
Fonte: Operadores
No conjunto destas quatro empresas a evolução entre 1996 e 1999 foi positiva
e o volume de passageiros transportados teve um acréscimo de cerca de 1%
(2,8 milhões na globalidade). Contudo, salienta-se que nos dois últimos anos
(1998/ 99) os valores revelam uma tendência para a estabilização e, no caso
do operador Stagecoach para uma quebra (cerca 1,1 milhões de passageiros).
1.2 Transportes Colectivos do Barreiro (T.C.B.)
Na AML, para além da cidade de Lisboa existem serviços urbanos em Almada,
Montijo, Palmela, Sesimbra, Setúbal e Barreiro. É de realçar a particularidade
existente nas cidades de Lisboa e do Barreiro, onde os transportes urbanos são
explorados por, respectivamente, uma empresa de capitais públicos – Carris de
Ferro, SA – e por um serviço municipalizado de transportes – Transportes
Colectivos do Barreiro – os quais se dedicam, quase exclusivamente, à exploração
do transporte urbano.
No caso do Barreiro, assume particular relevo o facto de ser a única cidade da
AML onde são explorados directamente pela respectiva Câmara Municipal.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
14 B.3 DGTT/DTL
No que se refere à evolução da rede dos TCB (Quadro 1.4), constata-se não se
terem verificado grandes alterações na década de 90, apenas um pequeno
aumento da extensão da rede, resultante do prolongamento de linhas e da
criação de uma nova carreira.
Quadro 1.4 – Evolução da rede dos TCB
1994 1995 1996 1997 1998
Extensão da rede (Km) 44.9 44.9 46 46.2 46.8
Comprimento das linhas (Km) 128.55 128.55 132 133 133.6
Número Linhas em exploração 14 14 15 15 15
Comprimento médio p/ linha 9.2 9.2 8.8 8.9 8.9
Fonte: TCB, 1999
Das 15 carreiras existentes em 1998, as de carácter urbano têm 57 veículos
afectos e as de carácter misto (urbano e suburbano) apenas quatro, sendo a
lotação média dos veículos utilizados superior nas carreiras urbanas (Quadro 1.5).
Quadro 1.5– Evolução da lotação média dos veículos afectos às carreiras1994 1995 1996 1997 1998Tipo de
serviço Nº Lot. Nº Lot. Nº Lot. Nº Lot Nº Lot.
Urbano 65 82 64 82 62 83.7 56 84.1 57 83.7
Misto 5 67 5 67 5 67 5 67 4 67
Total 70 --- 69 ----- 67 ---- 61 ---- 61 -----
A frota dos TCB é, actualmente, composta por 70 autocarros com uma idade
média de cerca de 18 anos, o que se reflecte nas baixas taxas de
operacionalidade. (Quadro 1.6).
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 15
Quadro 1.6 –Evolução da taxa de operacionalidadeAno Taxa (%)
1996 86,0
1997 78,0
1998 77,6
Fonte: Relatório de Actividades do TCB-1999
Relativamente aos níveis de oferta (Quadro 1.7), também, não se têm registado
alterações significativas.
Quadro 1.7 –Evolução dos níveis de oferta1994 1995 1996 1997 1998
Nº Viagens em dia útil 1008 1082 1071 1068 1061
Veíc. X Km p/ dia útil 9829 9856 9789 9807 9777
Fonte: Relatório de Actividades do TCB-1999
Quanto à evolução do volume de passageiros transportados (figura 1.9),
verifica-se uma ligeira recuperação nos dois últimos anos.
27.923.2
22 20.419.8
21.6 22.1
0
5
10
15
20
25
30
Pass
agei
ros
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Ano
Figura 1.9 - Evolução dos passageiros transportados
Fonte: Relatório de Actividades do TCB-1999
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 17
2. SERVIÇO DE TÁXIS2. SERVIÇO DE TÁXIS
Os serviços de táxi existentes fora das áreas urbanas são semelhantes aos
referidos no capítulo B.2.2 para as áreas urbanas, contudo, possuem um sistema
tarifário diferente (ver anexo).
Estão atribuídas na Área Metropolitana de Lisboa 993 licenças de táxis. Na
figura 2.1. encontra-se representado o número de táxis por concelho, podendo-se
constatar que são os concelhos com características predominantemente urbanas
e mais densamente povoados os que possuem mais licenças.
Não foi possível obter informação referente às praças de táxis, no entanto
salienta-se que estas se localizam predominantemente nas interfaces
multimodais, na proximidade dos terminais dos diversos modos de transporte.
Figura 2.1 - Licenças de táxis por concelho
0 50 100 150 200 250 300
Almada
Amadora
Azambuja
Barreiro
Cascais
Mafra
Moita
Montijo
Oeiras
Palmela
Seixal
Sesimbra
Setúbal
Sintra
Conce
lhos
Nº licenças
A
B
I
T
Fonte: DGTT/ DTL, Dezembro 1999
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 19
3. TRANSPORTE FERROVIÁRIO3. TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Até ao inicio da década, a rede ferroviária pesada, em particular nas áreas
metropolitanas, não foi alvo de investimentos significativos que permitissem a
sua revitalização. Consequentemente, assistiu-se a uma progressiva degradação
da qualidade do serviço oferecido.
Nos anos 90 a situação altera-se substancialmente1 e realizam-se na Área
Metropolitana de Lisboa investimentos significativos neste modo. É construída
uma nova linha – o eixo-ferroviário Norte- Sul (em exploração desde 29 de Julho
de 1999) e são introduzidas melhorias na via (quadruplicação) e nos sistemas de
sinalização e telecomunicações nas linhas de Sintra, de Cintura e da Azambuja.
Paralelamente, eliminam-se passagens de nível e constroem-se ou remodelam-se
um número significativo de estações.
Pela primeira vez são criados interfaces com os transportes públicos rodoviários e
com o transporte individual, na envolvente das estações.
A nível do material circulante são também introduzidas significativas melhorias,
designadamente: introdução ao serviço de unidades quádruplas eléctricas nas
linhas de Sintra e Azambuja e remodelação das composições que operam na linha
de Cascais.
Simultaneamente, procede-se a uma reestruturação do modelo de gestão
ferroviário nacional, e à separação entre infraestruturas e exploração,
acompanhada da abertura desta a operadores privados:
♦ é criada a REFER, empresa pública responsável pelos investimentos nas
infra-estruturas, sua manutenção e gestão (conservação e rentabilização);
♦ a CP passa a ser o operador público responsável pela exploração e gestão
dos serviços, a que se juntou recentemente (1999) um operador privado,
Fertagus, concessionário do serviço ferroviário no eixo Norte – Sul;
♦ é constituído um Instituto Regulador do transporte ferroviário;
1 Vd em anexo, os principais investimentos efectuados na década de 90 por linha.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
20 B.3 DGTT/DTL
3.1 Rede e exploração
A rede ferroviária da Área Metropolitana de Lisboa é constituída por sete linhas,
com cerca de 257 Km e 97 pontos de acesso (entre estações e apeadeiros) –
figura 3.1. As respectivas funções a nível da AML, são descritas no quadro 3.1.
Quadro 3.1 - Estações e apeadeiros da rede ferroviária da AMLLinhasferroviárias
E e A(nº)
Funções
Linha do Norte(Azambuja)
23 Com funções nacionais e regionais entre a AML e o Norte do País,articula Lisboa com o Sector I, desempenhando funções suburbanas atéà Azambuja.
Linha de Sintra 21 Estabelece a ligação entre Lisboa e Sintra fazendo conexão com a linhado Oeste no Cacém. Desempenha funções suburbanas.
Linha do Oeste 17 No interior da AML estabelece a ligação entre o Cacém e a Malveira,sendo que nos restantes troços assume funções regionais e nacionais
Linha de Cascais 7 Liga Lisboa a Cascais e possui funções suburbanas
Linha do Sul 13 Com funções nacionais e regionais entre a AML e o Sul do País, articulaLisboa com os Sectores VI e VIII desempenhando funções suburbanasno troço que liga o Pinhal Novo às Praias do Sado
Eixo Norte/ Sul 7 Articula Entre Campos com o Fogueteiro, prestando um serviçosuburbano com particular relevância por constituir uma alternativa detransporte em modo ferroviário para a travessia do Tejo
Linha de Cintura eRamal deAlcântara
9 Eixo circular no qual confluem as linhas de Sintra, do Norte e o EixoNorte/ Sul, fazendo a distribuição do tráfego destas linhas pelos troçosque ligam Alcântara-Terra a Braço de Prata ou ao Areeiro
Salienta-se ainda, no interior da cidade de Lisboa, a linha da Matinha, que liga
Santa Apolónia a Sacavém e que se destaca pela sua função específica de
transporte de mercadorias, estabelecendo a ligação entre a zona oriental da
cidade e as infra-estruturas portuárias.
A rede ferroviária da Área Metropolitana é praticamente toda de bitola ibérica –
1,668 m. Dela fazem, ainda, parte duas linhas de via única e não electrificada -
linha do Oeste a partir do Cacém e Linha do Sul – (Quadro 3.2)
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 21
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
22 B.3 DGTT/DTL
Quadro 3.2 - Caracterização da rede ferroviária na AMLExtensão
(Km)Norte Lisboa -Stª Apolónia/ Azambuja 46.4 Alcântara Terra/ Azambuja 53.2 Sintra Via electrificada Lisboa (Rossio)/ Sintra 27.37 Lisboa (Oriente)/ Sintra 33.09 Oeste (Cacém/ Mafra) 3,8 Via única e não electrificadaCascais (Cais do Sodré/ Cascais) 25,4 Via dupla e electrificadaSul (Barreiro/ Setúbal) 33.22 Via única e não electrificada
Via Dupla e electrificada, excepto entre Campolide e Alcântara Mar e na concordância
de Xabregas, em que é Via única Cintura (Rego / Areeiro) 0,3 Via Dupla e electrificadaEixo Norte sul (Areeiro/ Fogueteiro) 23 Via dupla e electrificada
Total 257.3
Via quádrupla entre Benfica e o Cacém, e dupla entre o Cacém e Sintra.
Cintura (Alcântara/ Braço de Prata) 11,5
Linhas/ Ramais Características Técnicas
Via Dupla e Electrificada
Fonte: CP e Fertagus
No que se refere à hierarquização, toda a rede anteriormente descrita está
classificada como rede principal, o que implica os seguintes padrões de
serviço:
♦ Intensidades de tráfego superiores a um milhão de passageiros x Km;
♦ Velocidades comerciais superiores a 35 Km/h;
♦ Velocidades mínimas das vias superiores a 90 Km/h e novas linhassuperiores a 120 km/h.
No interior da cidade de Lisboa a rede ferroviária articula-se com a rede da
Carris e do metropolitano em Entre Campos, Areeiro, Restauradores, Gare do
Oriente, Sete Rios e no Cais do Sodré. Refira-se, ainda, a complementaridade
com os transportes fluviais no Cais do Sodré e Belém e com os transportes
rodoviários suburbanos na Gare do Oriente, Sete Rios e Areeiro (figura 3.2).
Apesar das melhorias registadas nos últimos anos no que se refere a
intermodalidade, com a abertura de novas estações e a remodelação de outras,
verifica-se que nalgumas das interfaces as ligações entre os diferentes modos de
transporte continua a não ser directa, o que se traduz numa redobrada
penalização da função transbordo para o utilizador, na medida em que é
obrigado a percorrer distâncias significativas na articulação entre os
diferentes modos.
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 23
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
24 B.3 DGTT/DTL
3.2 Oferta
O quadro 3.3. sintetiza as ligações oferecidas pelo sistema ferroviário da AML com
os diferentes sectores/ coroas da cidade de Lisboa.
Quadro 3.3– Caracterização da Oferta
Linhas Ligações Conexões Terminais em Lisboa
L.de Sintra Do Corredor de Sintra à:Com a Linha de
Cintura
Baixa
Zona Oriental
L. da Azambuja
Do Corredor de Vila Franca à:Baixa, Av. Novas
Com a Linha de Cintura
Stª Apolónia, Campolide
L. de CascaisDo corredor de Cascais à: Baixa
Com o Ramal de Alcântara (através de tapete rolante)
Cais do Sodré
Eixo Ferroviário
N/S
Do corredor de Almada/Seixal às: Av.Novas
Com a Linha de Cintura
Entrecampos
L.do Oeste
Rossio, Entrecampos, Gare do Oriente (período de
ponta)
A observação das velocidades comerciais e dos tempos de percurso dos
serviços suburbanos, indicadas no quadro 3.4 permite evidenciar que as mais
baixas velocidades comerciais são as observadas nas linhas de Sintra e do Sul.
As modernizações introduzidas nas diferentes linhas possibilitaram,
recentemente, importantes alterações da oferta. Evidenciam-se,
designadamente:
• na linha da Azambuja, a aquisição de novas composições de maior
capacidade, seis unidades quádruplas eléctricas (introduzidas no final de
1999 nas ligações a Lisboa);
• na linha de Sintra, alterações na origem/destino de algumas famílias
de comboios (os comboios da Amadora e do Cacém passaram a fazer
terminus na Gare do Oriente).
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 25
Quadro 3.4 – Velocidades comerciais e tempos de percurso dos serviçossuburbanos
Serviço V.C.(Km/h)
T.P.(m)
Linha do Norte
Azambuja – Stª ApolóniaVila Franca – Alcântara TerraAlverca – Campolide
44.437.134.5
626344
Linha de Sintra
Sintra – RossioCacém – Entre CamposQueluz/ Massamá – RossioAmadora – Oriente
36.532.031.834.4
45292528
Linha de Cascais
Cascais – Cais do SodréS.Pedro – Cais do SodréOeiras – Cais do Sodré
38.350.638.9
402525
Linha do Sul
Praias do Sado – BarreiroPinhal Novo – Barreiro
37.637.1
5825
Eixo Ferroviário Norte/Sul 51.0 25 Fonte: Dados recolhidos pela DTL junto da CP, Dezembro 99
A figura 3.3 sintetiza a oferta ferroviária na AML em 1999, nos períodos de
ponta e fora dos períodos de ponta, permitindo constatar a existência de grandes
assimetrias no número de lugares/hora oferecidos entre as várias linhas que
compõem a rede.
Em termos de circulações diárias/hora (dois sentidos) verifica-se que:
• as linhas de Sintra e de Cascais são as que detêm maior número de
circulações (30 e 24 comboios/ hora respectivamente);
• as linhas do Sul e do Norte/Azambuja são as que possuem menor
número de circulações;
• nos períodos de ponta verifica-se um reforço das circulações em todas as
linhas em cerca de 50 a 55%, através do acréscimo do número de
comboios/ hora ( com excepção da Linha do Norte em que o acréscimo é de
cerca de 35%) e, na maioria das linhas, da circulação de novas famílias de
comboios (constitui excepção o eixo Norte/ sul em que ocorre apenas um
aumento no número de circulações).
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
26 B.3 DGTT/DTL
Figura 3.3 - Oferta ferroviária por hora (dois sentidos)
Sintra Cacém Queluz/Massamá Amadora
Entrecampos Gare do Oriente
10 comboios/6480 lugares
4 comboios/ 1936 lugares
Total: 30 comboios/ Hora 18784 lugares/ Hora
Rossio
8 comboios/ 5184 lugares
8 comboios/ 5184 lugares
Sintra Cacém Queluz/Massamá Amadora
Entrecampos
10 comboios/6480 lugares
4 comboios/ 1936 lugares
Total: 14 comboios/ Hora 8416 lugares/ Hora
Rossio
Barreiro Pinhal Novo
4 comboios/1984 lugares
Total: 6 comboios/ Hora 2976 lugares/ Hora
Praias do Sado
2 comboios/ 992 lugares
Barreiro Pinhal Novo
2 comboios/992 lugares
Praias do Sado
Fogueteiro
16 comboios / 28352 lugares (em situação normal e 40192 (em situação de sobrecarga)
Areeiro Fogueteiro
8 comboios / 7088 lugares (em situação normal) e 10048 (em situação de sobrecarga)
Areeiro
Eixo Ferroviário Norte/ Sul
Linha de Sintra
Linha do Sul
Períodos de Ponta Fora dos Períodos de PontaLinha do Norte (Azambuja)
Azambuja V F.Franca Xirta Alverca Stª Apolónia
Campolide Alcântara
4 comboios/ 3544 lugares
4 comboios/ 1936 lugares4 comboios/ 968 lugares
Total: 12 comboios/ hora 64484 lugares/ hora
Azambuja V F.Franca Xirta Alverca Stª Apolónia
Campolide Alcântara
4 comboios/ 3544 lugares
4 comboios/ 1936 lugaresTotal: 8 comboios/ Hora 5480 lugares/ Hora
Linha de Cascais
Cascais
8 comboios/ 8408 lugares
Cais do SodréS. Pedro Estoril Oeiras
8 comboios/ 8408 lugares
8 comboios/ 8408 lugaresTotal: 24 comboios/hora
12612 lugares
Cascais
6 comboios/ 6306 lugares
Cais do SodréS. Pedro Estoril Oeiras
6 comboios/ 6306 lugares
Total: 12 comboios/hora
12612 lugares
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 27
AZ
AM
BU
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QUELUZ/MASSAMÁ
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25
2
24
16
81
6
11 6
64
7 12
0
8 408
6 48
0
16 848
3 544
28 352
3 544
3 544
1 936
2904
1 98
4
2 67
6
GA
RE
DO
OR
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NT
E
29
04
1 936
18 784
11 664
1 936
1
93
6
28
352
3 544
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3
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P
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is
S
en
ti
do
s)
28 352
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
28 B.3 DGTT/DTL
Lugares oferecidos
O diagrama da oferta – lugares oferecidos por hora no período de ponta e nos
dois sentidos – apresentado na fig. 3.4, permite concluir que:
• os troços mais carregados localizam-se na linha de Cintura entre
Campolide e Entre Campos (38376 lugares/hora), seguindo-se os troços do
Eixo Norte-Sul – Fogueteiro/Campolide (28350 lugares/hora) e da Linha
de Cascais – Oeiras/Cais do Sodré (25200 lugares/hora);
• os troços menos carregados localizam-se na linha do Sul, entre o Pinhal
Novo e o Barreiro (1980 lugares/hora), e na Linha de Cintura entre
Campolide e Alcântara ( 1930 lugares/hora)
3.3 - Procura
Em 1998, o número de passageiros transportados no conjunto das quatro
linhas foi de 125 milhões (Quadro 3.5 e fig. 3.5).
A Linha de Sintra detém o maior volume de passageiros – 65,3 milhões,
seguida da Linha de Cascais com 41,8 Milhões. O tráfego nestas duas linhas
representa 85.7 % do total.
Quadro 3.5 – Evolução dos passageiros transportados por linhaLinhas 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 1980/90 1990/98
Total 154,0 144,9 147,0 147,2 163,7 162,9 160,5 138,2 121,4 125
13,1 (8,9%)
58,2 (39,6%)
60,2 (40,9%)
14,3 (9,7%)
14,3 (9,7%)
65 (44,1%)
56,7 (38,5%)
12,4 (8,4%)
58,2 (40,2%)
61,2 (41,2%)
11,5 (7,9%)
14 (9,7%)
61,3 (39,8%)
68,6 (55,3%)
12,3 (8%)
11,8 (7.7%)
Sintra
Cascais
Norte
Sul13,6
(8,3%)
72,7 (44,6%)
59,8 (36,7%)
15,7 (9,6%)
14,7 (9%)
71,4 (43,6%)
62,6 (38,2%)
16,1 (9,8%)
70,6 (44%)
58,4 (36,4%)
16,4 (10,2%)
15,1 (9,4%)
64,3 (46,5%)
49,7 (36%)
18,8 (13,6%)
5,4 (3,9%)
61,3 (50.5%)
41,7 (34,3%)
13,4 (11%)
5 (4,1%)
65,3 (52,2%)
41,8 (33,4%)
13,5 (10,8%)
4,4 (3,5%)
18,6%
-12,8%
27,6%
24,6%
6,5%
-39,1%
1,2%
-7,4%
Fonte: CP
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 29
3.3.1 Evolução da procura
A análise do quadro e figura 3.5 relativa à evolução dos passageiros
transportados por linha permite concluir:
♦ entre 1980 e 1998, o transporte ferroviário metropolitano perdeu cerca de
1.6 milhões de passageiros ano;
♦ neste período, o volume mais elevado da procura foi atingido em
1988/1990, 163 milhões de passageiros;
♦ a partir de 1990 e até 1996, registou-se uma quebra acentuada,
particularmente na Linha de Cascais (- 30.3%) e de Sintra (-15.7%),
atingindo-se em 1996, no conjunto da rede o menor valor do período
considerado - 121.4 milhões de passageiros;
♦ de 1996 a 1998, observa-se uma recuperação em termos globais,
principalmente devida à linha de Sintra e o volume total de passageiros atinge
o valor já referido de 125 milhões.
Fig.3.5 - Evolução dos passageiros transportados por linha
6 5
7 1 , 4 7 2 , 77 0 , 6
6 4 , 36 1 , 3
6 5 , 36 8 , 6
5 6 , 7
6 2 , 6
5 8 , 4
4 9 , 7
1 8 , 8
4 , 4
5 8 , 25 8 , 2
6 1 , 3 6 0 , 26 1 , 2
5 9 , 8
4 1 , 7 4 1 , 8
1 3 , 51 3 , 41 6 , 41 5 , 71 6 , 1
1 2 , 41 1 , 5 55 , 41 5 , 11 4 , 71 3 , 6
1 3 , 11 4 , 31 4
1 1 , 8
0
1 0
2 0
3 0
4 0
5 0
6 0
7 0
8 0
1 9 8 0 1 9 8 2 1 9 8 4 1 9 8 6 1 9 8 8 1 9 9 0 1 9 9 2 1 9 9 4 1 9 9 6 1 9 9 8
Milhões
L i n h a S i n t r a
L i n h a s C a s c a i s
L i n h a N o r t eL i n h a d o S u l
Fonte: Dados recolhidos pela DTL junto da CP, Dezembro 1998
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
30 B.3 DGTT/DTL
3.3.2 Movimento diário de passageiros – Linha
Relativamente ao volume de passageiros transportados diariamente por
linha, só foi possível obter dados para as Linhas de Sintra, Azambuja e
Cascais, (quadro 3.6)
Os dados referentes às linhas de Cascais e do Norte (Azambuja) reportam-se ao
ano de 98 e os da linha de Sintra ao ano de 1996, pelo que se salienta que dadas
as beneficiações efectuadas e os acréscimos da oferta verificados em 1998 é
previsível que os níveis de procura da linha tenham crescido.
Assim, da análise do quadro pode-se concluir que:
♦ diariamente estas 3 linhas transportaram em 1998 cerca de 370 mil
passageiros, menos 14,8% face ao ano de 1988;
♦ o número de passageiros transportados no período de ponta da manhã
representa 35,3%.
♦ os serviços suburbanos da linha de Sintra são os que movimentam maior
volume de passageiros (57.6%), seguindo-se os da linha de Cascais
(31.2%) e, em último os da linha da Azambuja (11%);
♦ a linha de Cascais perde, entre 1988 e 1998 cerca de 30% dos
passageiros. Os pequenos decréscimos ocorridos nas linhas da Azambuja e
Sintra, poderão dever-se em parte as obras de beneficiação de que têm vindo
a ser alvo. 2
Quadro 3.6– Tráfego diário de Passageiros nas linhas suburbanas em 1998
1988 1998 Variação (%)
165200 115546 Algés/ Alcântara (Família de Cascais)38% 31.2% Carcavelos/ Oeiras (Família de S.Pedro)
C.Quebrada/ Algés (Família de Oeiras)220600 213330 (2) Stª Cruz/ Benfica50.7% 57.6% Benfica/ Sete Rios49000 4139411.30% 11.2%
Total 434800 370270 -14.8 130669
Azambuja -0.06% 14946
Troços mais carregados
Sacavém/ Moscavide
Total de passageiros/ diaLinha Pass/ppm 98
Sintra -3.3% 80481
Cascais -30% 35242
Fonte: Dados Recolhidos pela DTL junto da CP 1999
2 Estes dados referem-se ao ano de 1996
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 31
3.3.3 Movimento diário de passageiros – Estações
Relativamente ao volume de passageiros por estação não é possível obter dados
para a linha do Sul e para o eixo Norte/ Sul, pelo que se apresentam nas figuras
seguintes a informação disponibilizada pela Unidade de Suburbanos da Grande
Lisboa e que permite concluir que:
q o volume de passageiros que se movimentavam diariamente em 1996 nas
estações da Linha de Sintra (fig3.6) era da ordem dos 250 000
passageiros;
♦ As estações suburbanas que movimentam mais passageiros são a
Amadora e o Cacém com volumes de entradas e saídas na ordem dos
48000 passageiros/dia;
♦ de destacar que 43% do tráfego de passageiros da linha de Sintra
efectua-se nas estações da cidade de Lisboa, ou seja, cerca de 92000
passageiros entram ou saem nas estações de Stª Cruz/ Damaia, Benfica,
Campolide, Rossio, Sete Rios ou Entre Campos (quadro 3.7);
q na linha de Cascais, (fig.3.7) dos 115500 passageiros transportados
diariamente, 34% entram nas estações localizadas no interior da cidade de
Lisboa e 38,2% saem neste mesmo troço (quadro 3.7);
♦ as estações suburbanas onde se verificam maiores movimentos de
passageiros são Cascais e Oeiras, onde têm inicio as duas principais
famílias de comboios desta linha e que têm um tráfego diário da ordem
dos 22000 passageiros;
q as estações da linha do Norte/Azambuja, (fig.3.8) são aquelas que no seu
conjunto movimentam menor volume de passageiros – cerca de 56100.
♦ os maiores volumes diários de tráfego, da ordem dos 14 a 16 mil
passageiros /dia, ocorrem nas estações da Azambuja e da Póvoa de
Santa Iria.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
32 B.3 DGTT/DTL
Figura 3.6- Movimento Diário de Passageiros - Linha de Sintra
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
Stª Cruz/ Damaia
Reboleira
Amadora
Queluz/Belas
Queluz/ Massamá
Barcarena
Cacém
Rio de Mouro
Mercês
Algueirão
Portela Sintra
Sintra
Est
açõe
s
N.º de Passageiros
EntradasSaídas
Figura 3.7- Movimento de Passageiros - Linha de Cascais
0 5000 10000 15000 20000 25000
Cacais
Monte Estori l
Estoril
S.João
S.Pedro
Parede
Carcavelos
Oeiras
StºAmaro
Paço de Arcos
Caxias
Cruz Quebrada
Est
açõe
s
N.º de Passageiros
Entradas
Saídas
Figura 3.8 - Movimento Diário de Passageiros - Linha do Norte
0 5000 10000 15000 20000
Azambuja
Espadanal
V.Nova Rainha
Carregado
Castanheira Ribatejo
V.Franca Xira
Qtª Torres
Alhandra
Alverca
Póvoa
Santa Iria
Bobadela
Sacavém
Moscavide
Esta
ções
N.º de Passageiros
Entradas
Saídas
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 33
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
34 B.3 DGTT/DTL
Uma breve análise dos movimentos de passageiros nas estações da cidade de
Lisboa (quadro 3.7) evidencia:
♦ As estações da cidade de Lisboa movimentam cerca de 313200
passageiros em dia útil, ou seja, 38.8% do movimento nas
estações da AML;
♦ São as estações que acolhem o tráfego com origem/destino na linha de
Sintra (33.2%) e Cascais (33.7%) as que movimentam maior volume
de passageiros.
Quadro 3.7– Movimentos de passageiros nas estações localizadas na cidade deLisboa3
Ent radas S a í d a s Tota l %Stª Apo lón ia 5133 6483 1 1 6 1 6 3 .7Marv i la 128 128 256 0 .1Che las 352 352 704 0 .2Braço de P ra ta 1506 752 2258 0 .7
1 4 8 3 4 4 .7Areei ro 2304 2304 4608 1 .5En t re Campos 2 9 4 5 4 2 9 4 5 4 5 8 9 0 8 18 .8Se te R ios 1 2 7 3 9 1 2 7 6 9 2 5 5 0 8 8 .1
8 9 0 2 4 28 .4Campo l i de 5018 5018 1 0 0 3 6 3 .2Benf i ca 8293 8293 1 6 5 8 6 5 .3Ross io 3 8 6 5 9 3 8 6 5 9 7 7 3 1 8 24 .7
1 0 3 9 4 0 33 .2Algés 1 1 5 2 3 9357 2 0 8 8 0 6 .7B e l é m 2780 4247 7027 2 .2Alcântara 5302 6259 1 1 5 6 1 3 .7San tos 2834 3477 6311 2 .1C.Sod ré 2 9 3 8 3 3 0 2 6 1 5 9 6 4 4 19
1 0 5 4 2 3 33 .73 1 3 2 2 1 100Tota l
S u b T o t a l
Cintura
S u b T o t a l
S u b T o t a l
Sint ra
Azambu ja
Casca is
M o v i m e n t o d e P a s s a g e i r o sLinha E s t a ç õ e s
S u b T o t a l
Fonte: CP
Dos terminais ferroviários da cidade Lisboa assume maior importância em
termos de tráfego suburbano a estação do Rossio que acolhe 37% do tráfego
diário, seguida da estação do Cais do sodré (29%) e Entre Campos (28%) –
figura 3.10.
3 Valores anteriores à entrada em funcionamento do Eixo Norte-Sul
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 35
Salienta-se que as estações da linha de Cintura, nomeadamente Entre Campos e
Sete Rios deverão apresentar actualmente, com a entrada em funcionamento do
Eixo Norte-Sul, níveis de procura superiores aos apresentados.
Figura 3.10- Movimento diário de passageiros nos terminais ferroviários
Stª Apolónia6%
Entre Campos28%
Rossio37%
Cais do Sodré29%
Fonte: CP 1999
3.4 Perspectivas de evolução
As acções perspectivadas para a evolução do sistema ferroviário da Área
Metropolitana de Lisboa, a nível da infraestrutura, inserem-se em dois níveis:
q Aumento da capacidade das linhas suburbanas com a implementação de
medidas de remodelação do sistema de sinalização e telecomunicações,
quadruplicação e electrificação de alguns troços, supressão de passagens de
nível e remodelação de estações;
q Melhoria da distribuição urbana do tráfego através de uma correcta
articulação com os outros modos de transporte, materializada pela melhoria
das interfaces e pelo planeamento integrado com os restantes modos.
O quadro 3.8 inventaria as acções a implementar até 2006 em cada uma das
linhas suburbanas, no que se refere a infra-estruturas ferroviárias.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
36 B.3 DGTT/DTL
Quadro 3.8– Tipo de intervenções a realizar nas linhas suburbanas da AML-2000/06
Linhas Tipo de IntervençõesQuadruplicação/ Electrificação até CacémNova sinalização e telecomunicaçõesInício da modernização do túnel do Rossio cujo objectivo é viabilizar a prática de velocidades mais Construção da passagem superior pedonal da Cruz da PedraConstrução da passagem inferior dos Missionários e encerramento da passagem de nívelModernização do material do circulanteConstrução de novas estações: Queluz/Belas (2002), Barcarena (2004), Cacém (2004)Construção das interfaces Queluz/Belas (2002), Queluz/Massamá (2001), Portela de Sintra (2000)Encontra-se em estudo a construção de uma interface em BarcarenaDuplicação/ Electrificação Cacém/ Meleças/ SabugoNova sinalização e telecomunicaçõesConstrução de novas estações: Rio de Mouro (2002), Meleças/Mira Sintra (2003)Construção de interfaces: Rio de Mouro (2002), Meleças/Mira Sintra (2003)Modernização das telecomunicações e sinalizaçãoSupressão das passagens de nívelAquisição de novo material circulanteRemodelação de estações
Sul Construção /Duplicação e Electrificação da viaNova sinalização e telecomunicaçõesConstrução das estações de Coina e PenalvaRemodelação/ Duplicação e electrificação e renovação da viaNova sinalização e telecomunicaçõesRemodelação das estações de Pinhal Novo, Venda do Alcaide, Palmela e SetúbalConstrução de interfaces nas estações de Palmela e Pinhal Novo (em estudo)
Cintura Quadruplicação e electrificação da via entre Entre Campos e Chelas - Braço de Prata/Chelas Nova sinalização e telecomunicações
Supressão de passagens de nívelRemodelação de algumas estaçõesConstrução de uma nova estação Roma/Areeiro
Norte (Azambuja) Modernização da via (Catenária, telecomunicações e sinalização)
- B. Prata - Alhandra Construção de variantes
Alhandra/Setil Supressão de passagens de nível
Remodelação das estações e interfaces
- Barreiro - Setúbal
- Chelas- Entre Campos
Sintra
Oeste (Até ao Sabugo)
Cascais
- Coina/Pinhal Novo
Fonte: Refer, Dezembro 1999
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 37
4. TRANSPORTE FLUVIAL4. TRANSPORTE FLUVIAL
4.1 Enquadramento
Apesar deste modo de transporte assegurar o maior número de deslocações
diárias entre as duas margens do rio Tejo, foi sofrendo ao longo de décadas o
peso de alguma obsolescência tecnológica e logística.
Contudo, assistiu-se a partir de 1995, a um reforço das infraestruturas de
apoio (renovação e criação de interfaces multimodais) e à modernização da
frota de embarcações, sendo de destacar as seguintes intervenções:
LIGAÇÕES / TERMINAIS MEDIDAS ADOPTADAS
CACILHAS
Modernização do Cais Fluvial
Redução do Tempo de viagem
Aumento da Oferta
SEIXAL
Construção de nova Interface
Exploração do serviço com catamarans
Redução de 50% dos tempos de viagem
Aumento da oferta
BARREIRO Aumento da oferta
MONTIJO
Exploração do serviço com catamarans
Redução dos tempos de viagem
Aumento da oferta
Os investimentos canalizados para este modo de transporte, permitiram
potenciá—lo como alternativa às deslocações pendulares em automóvel, face ao
aumento da capacidade, à melhoria das condições de acolhimento nas
interfaces da margem Sul e ainda à redução dos tempos e melhoria do
conforto das viagens.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
38 B3 DGTT/DTL
4.2 Caracterização da Oferta
4.2.1 Ligações
São dois os operadores que asseguram o transporte fluvial suburbano entre as
duas margens do rio Tejo: a Transtejo e a Soflusa, num total de sete ligações
fluviais (figura 4.1).
A Transtejo opera em nove terminais, quatro na margem norte (um no Cais do
Sodré, dois no Terreiro do Paço e um em Belém) e cinco na margem sul
(Cacilhas, Seixal, Montijo, Trafaria e Porto Brandão). A Soflusa opera em dois
terminais, o do Terreiro de Paço na margem Norte e o do Barreiro na margem
Sul.
Quadro 4.1– Operadores e características das linhas
Ligações Operador Extensão(Kms)
VelocidadeComercial (Km/h)
Tempo Percurso1(min)
Terreiro do Paço – Cacilhas 2.6 16 8Cais do Sodré - Cacilhas 2.1 13 8Belém - Trafaria 4.0 11 20Belém - Porto Brandão 2.0 9 10Terreiro do Paço - Seixal 10.1 36 15Terreiro do Paço - Montijo
Transtejo
16.4 31 30Terreiro do Paço – Barreiro Soflusa 10.2 19 30
Fonte: Transtejo, S.A. e Soflusa
4.2.2 - Frota
A frota do operador Transtejo é constituída por 29 embarcações de três
tipologias diferentes:
♦ Ferries – destinados ao transporte de passageiros e automóveis;
1 Tempos de percurso simples, sem considerar as atracagens e desatracagens.
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 39
♦ Cacilheiros – destinados exclusivamente ao transporte de
passageiros;
♦ Catamarans - adquiridos em 1995 para o transporte de passageiros,
são os mais modernos barcos da frota da empresa e efectuam as
carreiras entre Lisboa/ Montijo e Lisboa/ Seixal.
À excepção dos catamarans, a restante frota da Transtejo tem uma idade média
relativamente avançada - 27 anos -, sendo que, no entanto, a empresa tem feito
um esforço na actualização e reconstrução das embarcações, dotando-as de
melhores equipamentos de navegação e propulsão e bons níveis de conforto.
A aquisição dos quatro catamarans, permitiu importantes melhorias
qualitativas nas condições de exploração, em particular no serviço ao Seixal
e Montijo, reduzindo substancialmente os tempos de viagem, oferecendo maior
comodidade e conforto nas deslocações e incrementando a oferta de lugares
e frequência das circulações.
No quadro seguinte (quadro 4.2) indicam-se algumas características das
embarcações, afectas a cada uma das ligações fluviais.
Quadro 4.2 – Características das frotas
Lotação (lugares)Ligações Tipologia
Sentados Total AutomóveisTerreiro do Paço - Cacilhas Cacilheiro 500 500 -------Cais do Sodré - Cacilhas Cacilheiro
Ferries500399
500500
-----------19
Belém - Trafaria Cacilheiro Alemão 378 378 ---------Belém - Porto Brandão Cacilheiro Alemão 378 378 ---------Terreiro do Paço - Seixal Catamarans 496 496 -------------Terreiro do Paço - Montijo Catamarans 496 496 -------------Terreiro do Paço - Barreiro Navios a motor 912 1035 ------------
Fonte: Operadores fluviais, 1998
No que se refere à Soflusa, a sua frota é constituída por oito embarcações,
com uma idade média de 21 anos e com capacidades de 1000/1500 lugares por
embarcação, operando ainda com mais dois navios alugados à Transtejo.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
40 B3 DGTT/DTL
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 41
4.3 Níveis de Serviço
Como consequência das medidas adoptadas a partir de 1995 verificou-se, de um
modo geral, um aumento da frequência das carreiras, em particular das que
efectuam a ligação com Cacilhas e o Seixal.
Pelos valores apresentados no quadro 4.3, verifica-se que com maiores
frequências nos dias úteis, se destacam as carreiras Terreiro do Paço –
Cacilhas (26 circulações no período de ponta) e Cais do Sodré - Cacilhas (22
circulações no período de ponta), seguindo-se Terreiro do Paço – Barreiro (13
circulações no período de ponta).
Quadro 4.3 – Número de circulações por ligação e sentido - 1998
Período Ponta Total diaTerreiro do Paço - Seixal 10 49 22 15Belém - Trafaria 7 31 30 28Belém - Porto Brandão 7 26 26 24Terreiro do Paço - Montijo 6 21 11 8Cais do Sodré(1) - Cacilhas 11 66 66 54Cais do Sodré(2) - Cacilhas 11 33 14 ---------------Terreiro Paço - Cacilhas 26 99 61 55Terreiro do Paço - Barreiro 13 63 43 43
Dias Úteis Sábados Domingos e FeriadosLigações
(1) Dados referentes à ligação efectuada por ferries (2) Dados referentes à ligação efectuada porCacilheiros.
Fonte: Operadores Fluviais, 1998
Em 1999 a empresa Trantejo ofereceu 420 milhões de lugares x Km (quadro
4.4), dos quais 117 milhões (27.8%) na linha do Seixal, 104 milhões (24.7%) na
linha do Montijo e 165 milhões (39.2%) nas linhas de Terreiro do Paço e do Cais
do Sodré para Cacilhas. A linha em que se verificou uma menor oferta de lugares
foi Belém/ Trafaria/ Porto Brandão com 34 milhões de lugares x Km (8.1%).
Como se pode constatar, desde 1996 que se têm verificado incrementos dos
lugares X quilómetros oferecidos pela empresa Transtejo, tendo este
acréscimo atingido o valor máximo de 45 milhões de lugares x Km (+12.9%) em
96/97 .
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
42 B3 DGTT/DTL
Apesar do acréscimo global verificado, desde 1995 , para o conjunto das
linhas, constata-se que no último ano duas destas – Terreiro do Paço /
Cacilhas e Belém/ Porto Brandão - registaram decréscimos no número de
lugares x Km oferecidos, na ordem dos 17,2% e 10% respectivamente.
Quadro 4.4 – Evolução dos Lugares x km oferecidos pela Transtejo
1995 1996 1997 1998 1999 95/96 96/97 97/98 98/99 95/99
T.Paço/ Montijo 88 95 93 102 104 8 -2,1 9,7 2 18,2
T.Paço/ Seixal 88 65 102 112 117 -26 56,9 9,8 4,5 33,0
T.Paço/ C.Sodré/ Cacilhas 149 153 165 168 165 2,7 7,8 1,8 -1,8 10,7
Belém/ P.Brandão 8 7 8 10 9 -12,5 14,2 25 -10 12,5
Belém/ Trafaria 30 28 25 23 25 -6,7 -10,7 -8 8,7 -16,7
Total 363 348 393 415 420 -4,1 12,9 5,6 1,2 15,7
Lug X km Variação (%)
Fonte: Transtejo, Fevereiro 2000
4.4 Caracterização da procura
No que se refere à evolução recente da procura, neste modo de transporte
(quadro 4.5), constata-se que:
♦ a Transtejo registou um crescimento contínuo entre 95 e 98, ano em que
atingiu o valor de 38,4 milhões de passageiros, valor que sofreu uma
retracção, entre 98 e 99, de cerca de 2,8 milhões de passageiros;
♦ este decréscimo da procura verifica-se em quase todas as linhas e é da
ordem dos 12% nas linhas do Montijo e do Seixal, 14% na linha Terreiro do
Paço - Cacilhas e 21.8% na linha Belém/ Porto Brandão. Apenas a linha de
Cacilhas – Cais do Sodré cresceu 7.2%;
♦ a Soflusa (linha do Barreiro), manteve no período de 96 a 97, níveis de
procura relativamente estáveis, com valores da ordem dos 13,5 milhões
de passageiros/ ano, a que se seguiu, no entanto, um ligeiro decréscimo
de 1,5% entre 97 e 98;
♦ entre 98 e 99, para o conjunto das linhas, verifica-se uma inversão da
tendência geral de crescimento que havia sido constante ao longo de toda
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 43
a década, assistindo-se assim a uma variação negativa na ordem dos
7%.
Note-se que no verão de 1998 entrou em funcionamento a sexta faixa de
rodagem e no último semestre de 1999 o comboio na ponte 25 de Abril.
Todas as carreiras, à excepção do Cais do Sodré/Cacilhas, apresentaram, entre
98 e 99, diminuições no volume de passageiros transportados, sendo a quebra
mais acentuada na ligação Belém/Porto Brandão (-21,9%), seguida do Terreiro
do Paço/Cacilhas (-14%). Neste último caso a redução verificada estará em parte
associada à recente expansão do Metropolitano até ao Cais do Sodré .
Na medida em que o somatório da procura com origem em Cacilhas e
destino nos dois terminais em Lisboa (Terreiro do Paço e Cais do Sodré)
decresce 6%, verifica-se, não só uma transferência entre terminais mas
também uma perda de passageiros, fundamentalmente para o transporte
individual, uma vez que o efeito da entrada em funcionamento do comboio é
pouco relevante no período considerado (entrada em funcionamento no período
de férias seguida da fase de adaptação da procura).
Quadro 4.5-Passageiros transportados Soflusa e Transtejo
(milhares de passageiros / ano)
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 %
T. Paço/Montijo 1411 1438 1461 1495 1475 1499 1728 1872 1725 1522 3,1
T. Paço/Seixal 587 811 1014 1162 1309 1425 1485 2675 3062 2668 5,6
T.Paço/Cacilhas 22231 22231 21954 20423 19549 18083 19967 21093 20092 17325 36,1
C. Sodré/ Cacilhas 8294 8123 8715 8066 8911 9247 9758 10579 11668 12505 26,1
Belém/Trafaria 1781 1741 1640 1442 1417 1320 1352 1373 1400 1225 2,6
Belém/Porto Brandão 368 374 382 362 358 348 355 457 457 357 0,7
Sub-Total (Transtejo) 34672 34718 35166 32950 33019 31922 34645 38049 38404 35602 74,2
T.Paço/ Barreiro __ __ __ 10500 14000 14000 13500 13500 13300 12405 25,8
Total 34672 34718 35166 43450 47019 45922 48145 51549 51704 48007 100
Taxa de Crescimento Anual (%)
0,1 1,3 __ 8,2 -2,3 4,8 7,1 0,3 -7,2
Fonte: Empresas Soflusa e Transtejo, Janeiro 2000
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
44 B3 DGTT/DTL
Figura 4.2 - Evolução Anual dos passageiros transportados
0
5000
10000
15000
20000
25000
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
milharesT.Paço/Montijo/Seixal
T.Paço/ Cacilhas
C.Sodré/ Cacilhas
Belém/ Trafaria/P.Brandão
Barreiro/ T.Paço
Fonte: Empresas Soflusa e Transtejo, Janeiro 2000
Ressaltam da análise ao quadro 4.6 e figura 4.1, (tráfego médio diário por linha
entre 1989 e 1998), os seguintes aspectos:
Ø maiores crescimentos da procura, nas ligações Terreiro do Paço –
Seixal (+997.9%) e Cais do Sodré – Cacilhas (+117.7%);
Ø a um ritmo mais lento, houve igualmente crescimento nas linhas
Terreiro do Paço – Cacilhas (27.3%) e Terreiro do Paço – Montijo
(28.3%);
Ø decréscimos da procura nas ligações Belém – Trafaria (16.7%) e
Barreiro – Terreiro do Paço (15.2%);
Ø maior procura diária de passageiros, em 1998, nas ligações de Cacilhas
para Lisboa (61.2%) e do Barreiro para Lisboa (26.7%).
Quadro 4.6 – Evolução do Tráfego Médio Diário - Dia útil de inverno
Média % Média % V.Abs. %Terreiro do Paço/ Seixal 1100 1,0 12044 7,1 10944 994,9Belém / Trafaria/ Porto Brandão 3600 3,0 3000 1,8 -600 -16,7Terreiro do Paço - Montijo 4200 3,0 5390 3,2 1190 28,3Cais do Sodré - Cacilhas 19100 15,0 41579 24,4 22479 117,7Terreiro do Paço -Cacilhas 49500 38,0 63037 36,8 13537 27,3Terreiro do Paço - Barreiro 50700 40,0 43000 26,7 -7700 -15,2
Total 128200 100 168050 100 39850 33,1
Ligações Passageiros/ dia -89 Passageiros/ dia -98 Variação 89/ 98
Fonte: Dados de 89 – PDM de Lisboa; Dados de 98 – Empresas Transtejo e Soflusa
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 45
Dos terminais fluviais da Transtejo da margem Norte, destacam-se dois que
detêm cerca de 98% dos movimentos diários - Terreiro do Paço e Cais do
Sodré - representando, respectivamente 73% e 25% dos movimentos (Fig 4.3).
Na margem Sul o domínio pertence ao terminal de Cacilhas com 62% dos
movimentos, seguido do terminal do Barreiro com 26%, sendo os movimentos
dos restantes terminais pouco significativos (fig 4.4). Belém e Porto Brandão são
os terminais de ambas as margens menos expressivos, com 2% dos movimentos
de passageiros.
Fig.4.3 - Movimento diário passageiros - terminais da margem Norte
73%
25%
2%
T.Paço C.Sodré Belém
Fig.4.4 - Movimento diário de passageiros-terminais da margem Sul
62%7%
26%
3% 2%
Cacilhas Seixal Barreiro Montijo P.Brandão/Trafaria
Fonte: Transtejo e Soflusa 1999
No que se refere aos veículos transportados nos ferries, a procura deste
serviço aumentou até 1997, ano a partir do qual decresceu (Figura 4.5),
assistindo-se a uma redução, em cerca de 25% dos veículos transportados.
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
46 B3 DGTT/DTL
Figura 4.5 - Evolução dos Veículos Transportados pela Transtejo na Travessia do Tejo
473
591 596 630
0
100
200
300
400
500
600
700
1995 1996 1997 1998
Mil
Veíc
ulo
s
Fonte: Relatório e Contas da Transtejo 1998
4.5 Perspectivas de evolução
O transporte fluvial entre as duas margens do rio registou um crescimento da
procura no inicio da década de 90, que se manteve até 1998, apresentando
actualmente uma tendência inversa, com um decréscimo global da procura.
As evoluções tecnológicas das embarcações, proporcionando velocidades
comerciais superiores aos modos alternativos de travessia do Tejo (rodoviários e
ferroviários) e os crescentes níveis de conforto oferecidos, constituindo factores
de um maior potencial de captação para este modo, terão permitido suster a
tendência geral de perda de mercado do transporte público em favor do
transporte individual. Contudo, é previsível que a recente evolução negativa da
procura se venha a agravar face à transferência modal mais significativas para o
comboio e para o transporte individual.
O aumento da oferta rodoviária no atravessamento do Tejo e a entrada em
funcionamento do Eixo Norte-Sul, alteraram significativamente as oportunidades
de deslocação entre as duas margens.
Neste novo enquadramento, é importante avaliar-se o futuro papel do modo
fluvial face às evoluções ainda expectáveis no sistema de transportes da margem
Sul (MST) e da margem Norte (Metro no T. do Paço), numa perspectiva de
complementaridade modal que privilegie a sua integração em cadeias de
deslocações, confortáveis e económicas e que potencie as virtualidades deste
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 47
modo, relativamente flexível, no sentido de ampliar as alternativas de deslocação
em transporte público entre as duas margens, “aproximando” origens e destinos
O transporte fluvial é indissociável da fisiografia metropolitana e a sua evolução
do natural incremento das viagens entre a AML Norte e a AML Sul. Joga, no
entanto, a sua vitalidade futura no sistema de transportes, através de um
conjunto de factores.
Endógenos:
§ diversificação de origens/destinos (exploração de novos terminais e
linhas);
§ aperfeiçoamento da articulação com outros modos (interfaces e
coordenação da exploração);
§ modernização da frota ao serviço (tempos de percurso/
frequências/qualidade e conforto).
Exógenos:
§ Revitalização urbanística do tecido ribeirinho a Norte e a Sul (novas
centralidades e espaços de recreio e lazer)
§ Promoção do transporte público (em defesa da sustentabilidade
ambiental);
§ Introdução de constrangimentos ao TI (em defesa da sustentabilidade
ambiental; por oposição ao consumo de espaço e ao congestionamento
viário).
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 49
5. A REDE DE METROPOLITANO DE SUPERFÍCIE / ELÉCTRICO MODERNO5. A REDE DE METROPOLITANO DE SUPERFÍCIE / ELÉCTRICO MODERNO
5.1 Metropolitano Sul do Tejo (MST)
Encontra-se em desenvolvimento um novo projecto para o sistema de transportes
da AML – Sul, que contempla a implementação de uma rede de
Metropolitano de Superfície, à qual caberá um duplo papel de articular as
diferentes áreas urbanas, no limite Norte da Península de Setúbal, e assegurar
um rebatimento eficaz sobre os modos pesados que ligam a margem sul a Lisboa.
O projecto de metropolitano ligeiro de superfície desenvolvido por iniciativa dos
municípios da AML-Sul, pretende assumir-se como um serviço de elevada
qualidade, influenciando e alterando de forma significativa a repartição modal das
deslocações a favor do transporte público, permitindo, paralelamente, o
descongestionamento de troços da rede viária actualmente considerados críticos,
para o modo rodoviário.
Foi lançado, em Novembro de 1999, o concurso público internacional para a
concessão deste empreendimento. A concessão a atribuir pelo Estado, abrange a
realização do projecto, a construção, o fornecimento de equipamento e de
material circulante, o financiamento, a exploração, a manutenção, e a
conservação da rede do metropolitano.
Rede
A rede prevista é composta por quatro linhas, numa extensão total de
aproximadamente 28 Km, dos quais fazem parte 53 estações, espaçadas a uma
distância média de 766 metros (quadro 5.1 e figura 5.1).
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
50 B.3 DGTT/ DTL
Quadro 5.1 – Características das linhas do sistema de Metro ligeiro da Margem
Sul
Linhas Extensão da
linha (Km)
Distancia média
entre Paragens
Nº estações Velocidade média
comercial (km/ h)
1 Cacilhas – Corroios -
Fogueteiro
13.5 713 m 20 24,5
2 Corroios - Pragal 5.7 716 m 9 22,4
3 Cacilhas- Pragal -
Universidade –
6.7 609 m 12 21,6
4 Fogueteiro – Seixal –
Barreiro/ Lavradio
9.3 849 m 12 26,0
Fonte: Anteprojecto para o metropolitano ligeiro da margem sul – Câmara Municipal de Almada
A rede terá como principais interfaces, as seguintes:
§ Eixo ferroviário Norte-Sul –Pragal, Corroios e Fogueteiro;
§ Linha do Sul – Barreiro;
§ Sistema fluvial – Terminais de Cacilhas, Seixal, Barreiro
De acordo com os dados do anteprojecto para o metropolitano de superfície da
margem Sul, os percursos que se estima que venham a ter maior procura são:
ü com fluxos superiores a 4000 passageiros/ hora – troço do centro de Almada,
entre Corroios e Cacilhas e Seixal – Fogueteiro;
ü com 3000 a 4000 passageiros / hora os acessos ao Pragal e o troço que
estabelece a ligação entre o Lavradio e a interface rodo-ferroviária do
Barreiro;
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 51
Figura 5.1 – Linhas Previstas para o Metropolitano Sul do Tejo
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
52 B.3 DGTT/ DTL
O MST será executado faseadamente:
Quadro 5.2– Faseamento do Projecto
Fases Linhas/Troços Data prevista para abertura
Fase 1 Linha 1: Corroios – CacilhasLinha 2: Corroios – PragalLinha 3: Cacilhas – Pragal - Universidade1ª fase do Parque de material e oficinas(PMO)
Outubro de 2004
Fase 2 Linha 1:Corroios – Fogueteiro
2ª fase do PMO Não calendarizada
Fase 3 Linha 4: Fogueteiro – Seixal
Linha 4: Seixal – Barreiro/Lavradio idem
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 53
O Sistema de Transportes Regional M/T 2000
54 B.3 DGTT/ DTL
5.2 Perspectivas de Evolução da rede da Margem Norte
Estão em desenvolvimento por iniciativa dos municipios de Cascais, Oeiras,
Sintra e Amadora estudos de viabilidade de exploração de quatro eixos de
transporte colectivo em sitio próprio na margem norte:
ü Algés/ Damaia / Pontinha – estabelecendo a ligação com a rede de
metropolitano de Lisboa na Pontinha; com a linha ferroviária de
Cascais em Algés e com a linha de Sintra na Damaia, com a rede de
autocarros urbanos e suburbanos em Algés e na Pontinha. Serviria,
também, as zonas de Carnaxide e Linda- a-Velha através de dois
prolongamentos;
ü Paço de Arcos/ Cacém – serviria novas zonas terciárias cuja rede
rodoviária se encontra fortemente congestionada e desprovida de
modos pesados de transporte. Estabeleceria conexões com a linha de
Sintra no Cacém e na estação de Queluz/ Massamá e com a linha de
Cascais em Paço de Arcos;
ü Carcavelos/ Portela de Sintra – teria conexões com a linha de
Cascais em Carcavelos e com a linha de Sintra na Portela de Sintra
ü Cascais/ Sintra – de carácter essencialmente turístico, possuiria
apenas uma estação intermédia no Cascaisshopping.
Para o eixo Algés/ Damaia/ Pontinha é proposto um serviço em metro
ligeiro de superfície.
M/T 2000 O Sistema de Transportes Regional
DGTT/DTL B.3 55
Quadro 5.3 – Características das Linhas em EstudoLinhas Extensão (Km)Algés/ Damaia/ Pontinha
Algés – DamaiaAntena de CarnaxideAntena de Linda – a -Velha
6,42,21,6
Total 10,2Paço de Arcos – Cacém
Oeiras – Paço de ArcosPaço de Arcos – Porto SalvoPorto Salvo – Tagus ParkTaguspark – CacémExtensão à est. Queluz/ Massamá
3,03.52.53.58,0
Total 20.5Carcavelos – Portela de Sintra
Oeiras – CarcavelosCarcavelos – AbóbodaAbóboda – TabaqueiraTabaqueira – Portela de Sintra
2,05.54.07.5
Total 19.0Cascais – Sintra
Cascais – CascaishoppingCascaishopping – SintraEstoril – Cascais
TotalFonte:”Estudo de Investigação aplicada sobre a Viabilidade técnica e Financeira de uma rede TC em
sítio Próprio”, CESUR, Novembro 1998
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5
PARTE B5PARTE B5
SISTEMA TARIFÁRIOSISTEMA TARIFÁRIO
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5
ÍNDICE B5ÍNDICE B5
11.. QQUUAADDRROO LLEEGGAALL 1
22.. PPRROOCCUURRAA 3
33.. PPRREEÇÇOOSS 9
44.. RREEPPAARRTTIIÇÇÃÃOO DDEE RREECCEEIITTAASS DDOOSS PPAASSSSEESS IINNTTEERRMMOODDAAIISS 13
55.. SSÍÍNNTTEESSEE EE CCOONNCC LLUUSSÕÕEESS 17
Pág.
Sistema Tarifário M/T 2000
B.5 DGTT/DTL
ÍNDICE DE FIGURAS B5ÍNDICE DE FIGURAS B5
F. 2.1 – Evolução dos passageiros transportados 1977-1998 3
F. 2.2 - Repartição média dos passageiros transportados por operador na AML
(1989-1998)4
F. 2.3 - Repartição de passageiros transportados por título de transporte na
AML4
F. 2.4 - Coroas do sistema de passes da Região de Lisboa 6
F. 2.5 - Evolução das vendas anuais dos passes intermodais e dos passe
combinados8
F. 2.6 - Evolução das vendas anuais dos passes intermodais – por tipo de
passe da Região de Lisboa8
F. 3.1 - Evolução de preços do transporte rodoviário interurbano – bilhetes
simples9
F. 3.2 - Evolução de preços do transporte rodoviário interurbano – assinaturas
ilimitadas10
F. 3.3 - Evolução comparativa dos preços do transporte ferroviário suburbano e
rodoviário interurbano – bilhetes simples e assinaturas10
F. 3.4 - Evolução de preços dos passe intermodais 11
F. 4.1 - Evolução, por empresa pública, das receitas dos passes intermodais da
Região de Lisboa (preços de 1989)15
F. 4.2 - Protocolos/inquérito 1996 (preços de 1997) 16
ÍNDICE DE QUADROS B5ÍNDICE DE QUADROS B5
Q. 2.1 – Passes sociais intermodais 7
Pág.
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 1
1. QUADRO LEGAL1. QUADRO LEGAL
No início da década de 80 os transportes públicos de passageiros caracterizavam-
se pela existência de um vasto sector público que abrangia todos os modos de
transporte. A deficiente situação económica e financeira da maioria das
empresas deste sector veio impor a necessidade da definição de uma política
geral de preços de bens e serviços que lhes atribuísse “uma certa liberdade
de actuação em matéria tarifária” quando se tratasse de “serviços sem incidência
social apreciável e para os quais o utente tivesse alternativa de transporte”
(Dec.-Lei 16/82 de 23 de Janeiro).
Ficava assim marcada a intenção de caminhar progressivamente para uma
política de preços que reflectisse os custos reais dos serviços prestados,
excepto nos serviços que, com uma função claramente social, justificavam
uma imposição de preços visando uma melhor qualidade de vida e de bem-estar
da população.
Por outro lado, a legislação criada constituía também um instrumento de
política anti–inflacionista. De facto, mesmo os preços e tarifas que podiam ser
fixados livremente pelas empresas ficavam sujeitos ao controlo e correcção do
Ministro da tutela. O Governo salvaguardava assim a possibilidade de fazer
depender da sua aprovação todas as tarifas e preços.
Com a publicação do Dec.-Lei 415-A/86, o alargamento da liberalização
controlada dos preços e a desconcentração do respectivo processo de aprovação
sofreu uma evolução, sendo instituído o regime tarifário que vigorou até 1993.
Assim, o Governo, através dos ministros competentes, passava a fixar:
♦ por Portaria as normas tarifárias a serem observadas na determinação e
aprovação dos preços, as condições de utilização do transporte e os títulos
com o preço fixado administrativamente;
♦ por Despacho as percentagens de aumento médio a observar em cada revisão
tarifária.
Sistema Tarifário M/T 2000
2 B.5 DGTT/DTL
Neste quadro, o número de títulos sobre os quais se fazia sentir a
intervenção da Administração foi sendo gradualmente reduzido.
Em 1993, o Dec.-Lei 8/93 de 11 de Janeiro actualmente em vigor, vem permitir
a criação de novos títulos de transporte por iniciativa individual ou conjunta
dos operadores. Este diploma, que mantém praticamente todas as regras de
formação de preços anteriores, transfere para os operadores a formação dos
preços e a obrigação da divulgação de todos os serviços oferecidos.
É mantida a responsabilidade dos municípios na fixação dos preços dos
transportes por eles explorados e é alargada aos transportes urbanos por
eles concessionados.
Com a entrada em vigor deste Dec.-Lei cessou o regime de preços fixos,
estabelecendo-se um regime de preços máximos. Assim, passou a ser da
competência dos operadores a fixação dos preços dos títulos, tendo estes que
observar a percentagem máxima de aumento médio fixada anualmente
por Despacho.
A Portaria 50/94 de 19 de Janeiro, que regulamentou este Dec.-Lei, veio
estabelecer os títulos próprios obrigatórios das empresas, a indexação de preços
do transporte ferroviário e fluvial ao do transporte rodoviário e revogar as
portarias que, entre 1976 e 1984, instituíram o sistema de passes sociais
intermodais. Estes passes veriam a sua continuidade assegurada pelo
estabelecimento de protocolos entre os operadores neles intervenientes.
Mais recentemente, esta Portaria veio a ser revogada pela Portaria 951/99 de 29
de Outubro, pondo fim à indexação dos preços dos transportes ferroviário e
fluvial.
No âmbito do quadro legal em vigor para o sistema tarifário dos transportes
público na AML, haverá que ter ainda em consideração:
♦ a manutenção em vigor do Dec.-Lei 37272 de 31 de Dezembro de
1948 (Regulamento dos Transportes em Automóveis) que determina a
concessão de carreiras de transporte público rodoviário de passageiros, o qual
incluí um capítulo relativo a tarifas;
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 3
♦ a existência de legislação relativa a categorias especiais de utentes,
abrangendo o transporte escolar, o transporte gratuito ou bonificado (do
pessoal de alguns organismos da Administração Pública), a eliminação das
restrições horárias dos títulos da terceira idade e o cartão jovem.
2. PROCURA2. PROCURA
A par do aumento das deslocações em transporte individual tem-se vindo a
assistir a uma diminuição dos passageiros que utilizam o transporte
público.
De uma forma geral, na AML, os passageiros transportados pelos principais
operadores de serviço público (Quadro 2.1) apresentam uma tendência
decrescente no período entre 1989 e 1995 Figura 2.1), ano a partir do qual se
assiste a uma relativa estabilização. O número de passageiros transportados por
essas empresas em 1998 situou-se 17,5% abaixo do valor máximo
atingido em 1988.
Figura 2.1 - Evolução dos passageiros transportados 1977 -1998
0100200
300400500600
700800900
100011001200
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
Milh
ões
Sistema Tarifário M/T 2000
4 B.5 DGTT/DTL
A repartição, por empresa, da procura entre 1989 e 1998, evidencia o peso
significativo dos operadores urbanos de Lisboa – Carris e Metropolitano de
Lisboa – e dos operadores de transporte rodoviário suburbano (Figura 2.2).
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 5
Figura 2.2 - Repartição média dos passageiros transportados por operador na
AML (1989 - 1998)
41%
13% 3% 1%
28%
14%Carris
Metropolitano
Transtejo
Soflusa
CP
Op.Rod.Sub.
Nota: Op. Rod. Sub. representa as empresas Rodoviária de Lisboa, Vimeca, Transportes Sul do Tejo e Stagecoach.
Relativamente aos serviços de transportes urbanos de Almada, Montijo, Palmela,
Setúbal, Sesimbra e Barreiro, assume particular relevo o Barreiro, com 21
milhões de passageiros por ano.
A estrutura, por título de transporte utilizado, tem-se mantido estável ao
longo dos anos, mostrando uma nítida predominância de utilizadores de
passes, ou seja, de utentes regulares do sistema de transportes (Figura 2.3).
Verifica-se a utilização de Passe, em 81% das deslocações, seguido do
Bilhete Simples com 10% e do Pré-comprado com 9%.
Figura 2.3 - Repartição de passageiros transportados por título de transporte -
AML
Bilhetes10%
Passes81%Pré-
Comprados9%
Sistema Tarifário M/T 2000
6 B.5 DGTT/DTL
Tendo em conta que nestas empresas os passes próprios têm um peso que
varia entre os 2% e os 38%, facilmente se concluirá que os passes combinados
entre operadores assumem a posição mais relevante. De entre estes últimos, os
passes de sistema de coroas, tradicionalmente denominados “passes sociais”,
criados com o objectivo de “melhorar as condições de exploração dos transportes
e garantir um aumento da qualidade do serviço de transportes públicos
essencialmente destinados às classes trabalhadoras” mantêm o maior nível de
procura.
O sistema de passes sociais intermodais, iniciado com a criação do passe L,
válido nos operadores urbanos de Lisboa dentro dos limites da cidade, evoluiu
com a definição geográfica de coroas contíguas e com a entrada no
sistema de novos operadores.
As coroas foram definidas tendo por base os limites geográficos de Lisboa, a
partir dos quais se estabelecia que “os limites da coroa seguinte eram contíguos à
anterior e definidos externamente por uma linha unindo as localidades ou
paragens situadas em igual distância de transporte rodoviário”, correspondendo a
um mesmo preço (Figura 2.4).
A barreira geográfica constituída rio Tejo veio provocar uma descontinuidade das
coroas entre a margem norte e a margem sul, que excluiu do sistema as áreas do
Seixal, Montijo e Alcochete, dando lugar à criação posterior de passes específicos
para essas zonas (L123SX e L123MA).
O conjunto de passes sociais intermodais assim criados veio a constituir um
sistema integrado, que permitiu ao utente racionalizar as suas deslocações
e aumentar a sua mobilidade, aproveitando as economias de escala
resultantes da intermodalidade, e aos operadores optimizar a oferta na área de
validade destes títulos.
Em 1993, na sequência da publicação do Dec.Lei 8/93, os passes intermodais
da região de Lisboa foram inseridos no sistema de títulos combinados
estabelecidos por acordo entre as empresas intervenientes (Quadro 2.1).
Com a privatização das empresas resultantes da desagregação da Rodoviária
Nacional, os operadores que as adquiriram subscreveram aqueles acordos.
Contudo, no eixo Algés-Carnaxide, dado não ter havido integração das redes da
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 7
empresa que actua nessa área, permanece uma limitação à utilização daqueles
passes nesse eixo.
Figura 2.4 – Coroas do sistema de passes da Região de Lisboa
Sistema Tarifário M/T 2000
8 B.5 DGTT/DTL
OPERADORES INTERVENIENTES
VALIDADE GEOGRÁFICA
Pass
e
Inte
rmodal
Carr
is
Metr
o
Rod.
Lisb
oa
T. Sul do T
ejo
Vim
eca
Sta
geco
ach
CP
Soflusa
Tra
nst
ejo
T. C. Bar
reiro
Lisboa L X XLisboa + Coroa 1 L1 X X X X X X XLisboa + Coroas 1 e 2 L12 X X X X X X X X XLisboa + Coroas 1, 2 e 3 L123 X X X X X X X X X XCoroas 1 e 2 12 X X X X X X X XCoroas 2 e 3 23 X X X X XCoroas 1, 2 e 3 123 X X X X X X X X XLisboa + Coroas 1, 2 e 3 + + Zona Seixal L123sx X X X X X X X X X XLisboa + Coroas 1, 2 e 3 + + Zona Montijo/Alcochete L123ma X X X X X X X X X X
Fonte: DGTT/DTL
Quadro 2.1 - Passes sociais intermodais
O novo diploma, como atrás foi dito, viria permitir a criação de novos títulos
combinados e passes próprios das empresas que, nalguns casos, constituíram
alternativas aos passes sociais intermodais. Estes novos títulos combinados
entre duas ou três empresas, criados com o objectivo de obter uma remuneração
superior à remuneração obtida através das quotas dos antigos passes sociais,
vieram nomeadamente substituir alguns passes inter-coroas (12, 23 e 123).
O aparecimento destes novos títulos combinados, não fazendo parte de um
sistema integrado, constituem uma redução da mobilidade dos utentes de
transportes públicos e a diminuição do aproveitamento e racionalização do
sistema.
Apesar do preço ser inferior ao dos passes intermodais equivalentes, estes
passes combinados ainda atingiram um peso muito significativo, conforme se
pode observar pelos volumes de vendas representados na Figura 2.5. De referir
que, a partir de 1993, foram criadas mais de uma centena de modalidades
de novos títulos, alguns dos quais com fraquíssima procura, tendo-se agravado
a situação com a recente entrada no mercado (29 de Julho de 1999) do novo
operador Fertagus.
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 9
Figura 2. 5 - Evolução das vendas anuais dos passes intermodais e dos passes
combinados
0,001,002,003,004,005,006,007,008,00
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
Passes Combinados Novos (D.L. 8/93, de 11 de Janeiro)
Passes Intermodais (Normais, Crianças, 3ª idade, Ref/Pens., Gratuitos, PassesTuríst.,L/CP,LTT,LX e Lprivados)
Milh
ões
Nas vendas dos passes sociais intermodais destaca-se uma evolução
crescente da modalidade 3ª idade, nomeadamente a partir de 1995, altura
em que foram abolidas as restrições horárias a que inicialmente estes passes se
encontravam sujeitos (Figura 2.6).
Figura 2.6 - Evolução das vendas anuais dos passes intermodais - por tipo de
passe da Região de Lisboa
0
1 000 000
2 000 000
3 000 000
4 000 000
5 000 000
6 000 000
7 000 000
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
AnosNormais Crianças 3a. Idade Ref/Pen Gratuitos Passes Turísticos
Sistema Tarifário M/T 2000
10 B.5 DGTT/DTL
3. PREÇOS3. PREÇOS
Ao longo das duas últimas décadas a maioria dos preços dos transportes
colectivos de passageiros têm sido, ou fixados administrativamente ou
sujeitos a uma taxa (máxima) de aumento médio. A sua evolução
reflectiu as opções políticas feitas neste mesmo período.
Observando as séries dos preços dos títulos de transporte mais significativos,
entre 1985 e 1999, verifica-se que, globalmente, o crescimento dos preços
ficou abaixo da taxa de inflação.
Esta tendência verifica-se nos preços das assinaturas do transporte rodoviário
suburbano, embora os bilhetes simples e os pré-comprados nos escalões
quilométricos de maior procura (1 a 4 kms e 5 a 8 kms), apresentem um
crescimento sensivelmente superior (Figuras 3.1 e 3.2). Note-se que estes títulos
estão sujeitos a um regime de preços máximos até aos 50 kms.
Figura 3.1 - Evolução de preços do transporte rodoviário interurbano - bilhetes
simples
100120140160180200220240260280300
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
Índic
e 1
00 =
1985
1 a 4 kms 5 a 8 kms9 a 12 kms Ev. Índ. Preços Consumidor
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 11
Figura 3.2 - Evolução de preços do transporte rodoviário interurbano -
assinaturas ilimitadas
90
110130
150170190
210230
250270290
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999Ín
dic
e 1
00
= 1
98
5
1 a 4 kms 5 a 8 kms 9 a 12 kms Ev. Índ. Preços Consumidor
Figura 3.3 - Evolução comparativa dos preços do transporte ferroviário
suburbano e rodoviário interurbano - bilhetes simples e assinaturas
100120140160180200220240260280
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
Índ
ice 1
00
= 1
98
5
Ferroviário - Bilhetes Simples Ferroviário - AssinaturasRodoviário - Bilhetes Simples Rodoviário - AssinaturasEv. Índ. Preços Consumidor
Sistema Tarifário M/T 2000
12 B.5 DGTT/DTL
Na Figura 3.3 representa-se a evolução comparativa dos preços de transporte
ferroviário e rodoviário suburbano para distâncias iguais. A semelhança das
curvas, nomeadamente das assinaturas, reflectem a indexação aos preços do
transporte rodoviário a que estavam sujeitos os preços do transporte ferroviário.
Os preços dos passes sociais intermodais evoluíram abaixo da taxa de
inflação registando-se, a partir de 1995 uma evolução paralela (Figura 3.4). No
mesmo período, as modalidades criança e 3ª idade/reformados e
pensionistas tiveram aumentos inferiores, correspondendo actualmente os seus
preços a 47% dos valores da modalidade “normal”. Note-se que, devido à
eliminação das restrições horárias dos títulos de 3ª idade, as empresas que neles
intervêm são compensadas por indemnizações atribuídas através do Programa de
Apoio Integrado a Idosos.
Figura 3.4 - Evolução de preços dos passes intermodais
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
Indic
e 1
00 =
1985
Ev. Índ. Preços Consumidor Passes Intermodais
Os títulos combinados criados a partir de 1993, uma vez que têm por objectivo
substituir os passes sociais intermodais equivalentes, apresentam preços que se
situam próximo e abaixo dos preços destes últimos mantendo uma diferença
“psicológica” que sustente a sua procura, registando, portanto, uma evolução
paralela.
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 13
Sistema Tarifário M/T 2000
14 B.5 DGTT/DTL
4. REPARTIÇÃO DE RECEITAS DOS PASSES INTERMODAIS4. REPARTIÇÃO DE RECEITAS DOS PASSES INTERMODAIS
A repartição de receitas entre os operadores intervenientes no sistema de
passes sociais intermodais foi, à partida , identificada como o grande problema
adveniente da sua criação, o que levou à realização de vários trabalhos sobre
o critério mais adequado e à discussão da metodologia mais correcta para a
obtenção dos indicadores necessários.
O primeiro critério, aprovado em 1977 por Despacho, contemplava os
seguintes aspectos:
• a garantia de que cada empresa receberia uma receita tão próxima
quanto possível da receita por ela anteriormente estimada para os
passes em que participava;
• compromisso de que, quando possível, o acréscimo de procura, observado
em cada empresa, fosse remunerado.
A DGTT promoveria as sondagens e os estudos necessários à definição de
critérios mais fundamentados, baseados na procura dos serviços de cada
operador.
Neste contexto foram realizados inquéritos à utilização dos passes L, L1, L12,
L123, 12, 23 e 123 em 1978, 1979 e 1980.
Em 1979, o Despacho SEA/MTC 23/79 de 13 de Dezembro, determinou que a
receita de cada um dos passes intermodais em vigor na região de Lisboa se
repartia por cada operador na proporção dos respectivos passageiros
quilómetro transportados por força da utilização daqueles títulos intermodais e
que, no caso do transporte fluvial, para efeitos da determinação dos
passageiros quilómetro, as distâncias náuticas teóricas entre cais eram
majoradas em 50%.
No entanto, em 1980, foram levantadas dúvidas quanto ao critério
adoptado. As principais objecções dos operadores deviam-se ao facto das
margens de cobertura dos custos pelas receitas terem vindo a diminuir,
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 15
apesar das medidas de racionalização da exploração empreendidas pela
generalidade das empresas envolvidas.
O grupo de trabalho criado para analisar o problema e propor critérios
alternativos de repartição de receitas concluía que a diminuição das margens de
cobertura dos custos pelas receitas se devia ao facto dos custos de produção
do sector terem registado crescimentos superiores à inflação à qual era
indexada o aumento dos preços dos títulos. Relativamente ao critério de
repartição a adoptar, foram apresentadas as vantagens e os inconvenientes dos
critérios baseados na oferta, na procura e mistos, tendo-se optado por um critério
assente na procura. Foi entendido que este critério permitia uma maior
transparência dos dados que estão na base da sua aplicação, incentivava as
empresas a racionalizar a oferta e a constituir uma base de referência de futuros
ajustamentos tarifários (integração tarifária). O critério apontado assentava na
repartição proporcional aos passageiros quilómetro transportados com passe e
implicava a realização de inquéritos.
O Despacho SET 63/85 de 14 de Agosto viria a estabelecer as regras
relativas aos critérios de repartição, aos inquéritos a realizar e sua
periodicidade, à recolha de informação das vendas dos títulos para aplicação
dos critérios de repartição e transferência de receitas entre operadores e,
ainda, às acções a empreender para resolver eventuais conflitos entre eles.
Foram efectuados inquéritos aos detentores de passe em 1981, 1985, 1987 e
1989 para a globalidade dos passes e no verão de 1989 para os passes L123 e
123 para identificar o efeito da sazonalidade.
Assim, a repartição de receitas dos passes foi feita, até 1993, com base no
percurso médio por operador e tipo de passe apurados nos inquéritos de
1986 e 1989, sendo, no caso dos passes em que a Transtejo intervém, o
referido percurso majorado em 50%.
A partir de 1993, com alteração do regime legal (D.L. 8/93 de 11 de Janeiro),
a repartição de receitas passou a efectuar-se de acordo com as quotas
estabelecidas nos protocolos e actualizadas anualmente em percentagem
semelhante à do aumento médio estabelecido para o sector. Em 1993 estas
quotas reproduziam rigorosamente a repartição de receitas com base no inquérito
de 1989. Nos anos seguintes houve algumas pequenas variações, que contudo
Sistema Tarifário M/T 2000
16 B.5 DGTT/DTL
mantiveram essas quotas muito próximas da chave resultante da aplicação dos
resultados daquele inquérito.
Em 1996, foi efectuado um novo inquérito aos passes intermodais da região de
Lisboa com vista à obtenção de resultados que pudessem servir de base à
actualização dos protocolos, nomeadamente à negociação das quotas pelas
empresas intervenientes. Note-se que esta intenção nunca foi aceite pelas
empresas privadas envolvidas. Apurados os resultados do inquérito, verificou-
se que a aplicação dos mesmos à repartição de receitas traduzia um
desajustamento notório das quotas em vigor. As empresas RL, Stagecoach
e TST viram substancialmente reduzido o seu percurso médio.
Se observarmos, na figura 4.1, a evolução das receitas das empresas
públicas que participam no sistema de passes, entre 1989 e 1998, verificamos
um decréscimo acentuado nas receitas das referidas empresas devido, por
um lado, ao efeito da diminuição das vendas e por outro, à política de
contenção de preços no sector de transporte de passageiros.
Figura 4.1 - Evolução, por empresa pública, das receitas dos Passes Intermodais
da Região de Lisboa (Preços de 1989)
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Carris ML CP TT SL
Milh
ões
de c
onto
s
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 17
Por outro lado, na figura 4.2, onde estão representadas as diferenças percentuais
entre as receitas das empresas relativas aos passes intermodais e aquelas que
elas obteriam com a aplicação dos resultados do último inquérito, vê–se que as
empresas privadas beneficiam da manutenção de quotas que ainda
traduzem os resultados do inquérito de 1989, podendo-se inferir que a
maioria das empresas públicas do sistema estão a suportar as quotas dos
operadores privados.
Refira-se que a Transtejo ainda beneficia da majoração de 50% no seu percurso
médio, estabelecido pelo despacho SEA/MTC nº 23/79 de 13 de Dezembro, não
tendo esta majoração sido considerada na simulação de receitas obtidas com a
aplicação dos resultados do inquérito de 1996.
Figura 4.2 - Protocolos / Inquérito 1996 (Preços de 1997)
-50%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Carris ML RL TST Vimeca SP CP SL TT TCB
1997 1998
Em conclusão, pode dizer-se que face ao grande peso dos passes intermodais
da região de Lisboa na estrutura de vendas das empresas desta região,
qualquer intervenção nos preços destes títulos ou na chave de repartição
de receitas dos mesmos, por mais pequena que seja, traduzir-se-á em
alterações significativas nas receitas das empresas.
Sistema Tarifário M/T 2000
18 B.5 DGTT/DTL
5. SÍNTESE E CONCLUSÕES5. SÍNTESE E CONCLUSÕES
Em Janeiro de 1993, com a publicação do Dec.-Lei 8/93, entrou em vigor um
novo enquadramento legal para o regime tarifário dos transportes públicos
colectivos de passageiros, tendo sido regulamentado em 19 de Janeiro de 1994
pela Portaria 50/94.
Com este diploma passou a ser possível aos operadores acordarem entre si a
criação de títulos combinados para explorar nichos de mercado (com
vantagens nas receitas a captar e redução de custos de transporte para os
passageiros).
A procura deste tipo de passes combinados correspondeu, em 1998, a 15% dos
cerca de 5,2 milhões de passes vendidos. Este novo enquadramento conduziu à
criação de um número muito elevado de opções de títulos combinados
dificultando a legibilidade do sistema, tornando, consequentemente, complexas
as tomadas de decisão do utilizador.
O novo diploma introduziu ainda alterações na fixação dos preços, tendo os
transportes rodoviários e ferroviários com percursos inferiores a 50Km e os
transportes fluviais em travessias de grande densidade de tráfego, ficado sujeitos
a um regime de preços máximos.
No actual quadro legal cabe aos operadores a actualização anual dos preços,
tendo no entanto como referência as normas tarifárias definidas por portaria bem
como as percentagens máximas de aumento, e a respectiva divulgação.
Embora as actualizações dos preços se tenham situado abaixo das taxas de
inflação anuais, não conseguiram contudo contrariar, na última década, a
acentuada quebra da procura no transporte público colectivo.
Por outro lado, a política de preços desenvolvida levou a uma diminuição
importante das receitas das empresas, nomeadamente no que toca às receitas
provenientes dos títulos do sistema de passes intermodais. As empresas reagiram
criando títulos alternativos, que lhes proporcionassem uma remuneração
superior. Como já foi referido, na sequência da publicação do Dec.-Lei 8/93,
houve uma redução substancial nas vendas dos passes intercoroas 12, 23 e
M/T 2000 Sistema Tarifário
DGTT/DTL B.5 19
123, consequência da criação dos múltiplos títulos combinados ou próprios. A
manter-se a tendência decrescente da procura destes passes, poder-se-á chegar
a uma situação de eliminação total, permanecendo os novos passes combinados
que os substituíram. Esta tendência também já se verifica nos passes com a
componente L, pelo que se torna premente uma intervenção que evite que este
sistema de passes se torne residual.
É portanto urgente repensar o sistema tarifário em vigor na AML, não só no
que respeita ao quadro legal que se encontra desactualizado mas também no
que toca à sua integração, por forma a que seja assegurado um verdadeiro
serviço público que se traduza na utilização preferencial do transporte público
colectivo em detrimento do transporte individual e numa mais eficiente
aplicação de recursos.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL
PPAARRTTEE CC
oo
LLIINNHHAASS DDEE OORRIIEENNTTAAÇÇÃÃOO
CC..11 –– PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA GGLLOOBBAALL
CC..22 –– LLIINNHHAASS DDEE OORRIIEENNTTAAÇÇÃÃOO
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL
PPAARRTTEE CC
oo
LLIINNHHAASS DDEE OORRIIEENNTTAAÇÇÃÃOO
CC..11 –– PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA GGLLOOBBAALL
CC..22 –– LLIINNHHAASS DDEE OORRIIEENNTTAAÇÇÃÃOO
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1
PARTE C1PARTE C1
PERSPECTIVA GLOBALPERSPECTIVA GLOBAL
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1
ÍNDICE C1ÍNDICE C1
11.. PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA GGLLOOBBAALL 1
Pág.
Perspectiva Global M/T 2000
C.1 DGTT/DTL
ÍNDICE DE FIGURAS CÍNDICE DE FIGURAS C 11
F. 1 – Evolução dos passageiros transportados por ano e modo de transporte 6
F. 2 – Peso relativo por modos de transporte - 1998 6
ÍNDICE DE QUADROS CÍNDICE DE QUADROS C 11
Q. 1 – Evolução dos passageiros transportados por ano e modo de transporte 5
Q. 2 – Actores do sistema de transportes metropolitano 10
Pág.
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1 1
1. PERSPECTIVA GLOBAL1. PERSPECTIVA GLOBAL
As décadas de 80 e 90 corresponderam a um período de viragem na estruturação
do espaço metropolitano com reflexos sobre a ocupação do território e a dinâmica
de relações económico – funcionais.
Por seu lado, o sistema de transportes reagindo ao crescimento e explosão
demográfica metropolitanos (das décadas de 50, 60 e 70), muito tardiamente (só
a partir de meados da década de 80) seguiu, numa 1ª fase, as tendências e
dinâmicas observadas, adaptando-se e ajudando a promover, numa 2ª fase, a
nova lógica de estruturação espacial.
Assim, a sua evolução, na década de 80, foi marcada simultaneamente, por:
A.E. Loures – Olival de basto (IC1) –1984
Radial de Sintra (IC 19) – troçoBuraca/ Queluz – 1985
• Reforço das acessibilidades rodoviárias nos
sectores de Sintra, Cascais e Loures;
• Desenvolvimento dos transportes colectivos
rodoviários suburbanos, com um forte acento
no rebatimento sobre Lisboa.
Troço Sete Rios – Colégio Militar/Luz – 1988
Troço Entre Campos – Cidade
Universitária – 1988
• Primeiros desenvolvimentos da rede do
metropolitano desde 1972.
Este conjunto de realizações acentuou o carácter radial do sistema de
transportes, respondendo essencialmente às deslocações pendulares,
dependentes da capital.
A construção, designadamente, das circulares rodoviárias previstas (CRIL, CREL e
Anel de Coina), só veio a ser concretizada (embora estejam ainda por executar
alguns troços), na década de 90, período que foi marcado, por:
Perspectiva Global M/T 2000
2 C.1 DGTT/DTL
5ª via – 1990, e 6ª via –1998, naponte 25 de Abril
AE Cascais (IC15) – 1991
IC 19 – Rio de Mouro / Ranholas –1994
IP 7 – Palmela / Marateca – 1994
IC 18 – CREL –1995
Radial de Odivelas – 1995
IC 1 – Olival de Basto / TorresVedras – 1997
Ponte Vasco da Gama – 1998
IC 17 – CRIL –1998
IC 32 -Anel de Coina-1998
IC 2 – Sacavém / Stª Iria – 1998
IC 16 – Lisboa / Belas – 1998
• Continuação do esforço de reforço das
acessibilidades rodoviárias metropolitanas
Entrada ao Serviço do Eixo Norte/Sul – 1999
Prolongamento da Av dos EstadosUnidos-1999
Envolvente de Carnide
Acréscimo de 26 630 lugares de
estacionamento tarifado em Lisboa(de 1050 para 27 680), de 1995 a
1999
• Desenvolvimento das acessibilidades
rodoviárias na cidade de Lisboa e
implementação de uma política de
estacionamento progressivamente alargada.
Informação em tempo real nas
paragens - aquisição deequipamentos e montagem do
processo – 1999
Quiosques multimédia (ProjectoAmmos) – idem 1999
• Consolidação da rede de transportes colectivos
rodoviários suburbanos; readaptação da rede
de transportes colectivos rodoviários urbanos à
nova oferta do metropolitano; início do processo
de modernização associado à utilização de
novas tecnologias de apoio à exploração e de
informação, nos Transportes urbanos e
suburbanos – preparação para o arranque dos
projectos no ano 2000.
Eixo Norte / Sul – 1999
Quadruplicação da linha de Sintraaté Carenque-1999
Novos sistemas de sinalização etelecomunicações
Operacionalização da linha deCintura (circulações de Sintra eAzambuja)- 1ªmetade da década
Introdução de UQE`s nas linhas deSintra e Azambuja – 1999
Construção e remodelação deestações e interfaces – Linhas deSintra, Cintura e Azambuja
• Alargamento e modernização generalizada da
infra-estrutura ferroviária e da oferta do serviço
suburbano, diversificando origens e destinos.
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1 3
Prolongamento até ao C.Grande dalinha verde e amarela – 1993
Construção da linha vermelha(Alameda / Oriente) – 1998
Prolongamento da linha azul até àPontinha – 1997
Desconexão da rotunda – 1995
Prolongamento da linha verde até aoC. Sodré – 1998
• Continuação do desenvolvimento da rede de
metropolitano
Introdução de Catamarans nas
linhas do Montijo e Seixal –1995;97/98
Reforço da frequência entre oC.Sodré e Cacilhas – 2ªmetade dadécada
• Reforço das ligações fluviais, optimização das
frequências e tempos de percurso
Interface do C.Sodré – 1998
Interface dos Restauradores – 1998
Interface de Sete Rios – 1999
Gare do Oriente – 1998
Interface de Entre Campos – 1998
Interfaces Eixo Norte-Sul-1999
• Desenvolvimento da conexão das redes pesadas
de transporte metropolitano (Metro/CF/Barcos)
e início da construção de uma rede de
interfaces entre os modos pesados e ligeiros na
cidade e região.
Apesar do claro esforço de investimento associado às infra-estruturas e serviços
de transportes públicos, (em particular na última década) o que é um facto é que
o desenvolvimento do sistema de transportes ao longo dos últimos 20
anos, começou essencialmente pelo reforço das acessibilidades rodoviárias.
Esta partida antecipada e a complexidade e morosidade associada a intervenções
no sistema pesado de transportes públicos, influenciou decisivamente o
comportamento de uma população a quem a progressiva melhoria das condições
de vida sócio económica, tornava a posse do automóvel cada vez mais acessível e
a sua utilização, apetecível, face às imediatas e aparentes facilidades oferecidas
pela nova rede viária.
Perspectiva Global M/T 2000
4 C.1 DGTT/DTL
É ineludível o facto do transporte individual ser, hoje, em Portugal, como aliás
noutros países o modo de transporte dominante e que razões de:
• sustentabilidade associada a preocupações ambientais (emissões
poluentes, ruído );
• de qualidade de vida urbana (congestionamento e restrições do espaço
público para recreio e lazer) e equidade social (acesso à mobilidade de
determinados grupos sociais);
• de competitividade do funcionamento das estruturas e sistemas urbanos
(redução da acessibilidade, congestionamento da
circulação/estacionamento, imagem e qualidade do espaço urbano - perda
de competitividade de áreas urbanas para a actividade económica/negócios,
turismo).
tornam imperioso agir no sentido de suster e fazer inflectir a tendência
crescente do uso do automóvel e da perda de cota de mercado do transporte
público.
Qualquer intervenção no sector não poderá ignorar os factores exógenos ao
sistema de transportes relacionados com o desenvolvimento sócio-
económico.
Posta de parte, a nível sectorial, a actuação sobre as variáveis que influenciam
este desenvolvimento, fica um segundo nível de factores exógenos relacionados
com o ordenamento do território onde a articulação com o sistema de
transportes se impõe, como forma preventiva de actuação, a montante da
satisfação das necessidades de transporte.
Neste aspecto e a nível do Plano Regional de Ordenamento do Território
Metropolitano (PROTAML) e dos Planos Municipais (PMOT) haverá que ensaiar
formas de intervenção susceptíveis de controlar e orientar as necessidades de
transportes e respectiva satisfação, através da acção sobre a ocupação e
utilização do solo.
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1 5
As áreas de intervenção prendem-se com a distribuição territorial da população e
emprego e com a intensidade e características da ocupação urbana. Envolvem por
isso, nomeadamente, o modelo territorial de ocupação do solo e respectivos
parâmetros de utilização, as decisões de localização de grandes pólos
geradores/atractores de deslocações; a concepção, configuração e concretização
da rede de infra-estruturas de suporte às deslocações (vd. Proposta de Normas
Orientadoras apresentadas ao PROTAML – anexo C1)
No que se refere à intervenção endógena ao sistema de transportes, é
importante retermo-nos nalguns dos grandes números resultantes de uma visão
de conjunto dos indicadores apresentados ao longo deste relatório.
Assim, o quadro e gráficos seguintes apresentam a procura anual nos vários
modos de transporte público metropolitano e a respectiva evolução na última
década.
Quadro 1 - Evolução dos Passageiros Transportados por Ano e Modo de
Transporte
VA % VA % VA % VA % VA % VA % VA % VA %Metropolitano 141,6 12,7 139,4 13,2 136,2 14,3 -5,4 -3,8 128 13,9 -8,2 -6,0 145 15,2 17 13,3Barco 34,7 3,1 35,2 3,3 47 4,9 12,3 35,4 48,2 5,2 1,2 2,6 51,7 5,4 3,5 7,3Comboio 162,9 14,7 160,5 15,2 138,2 14,5 -24,7 -15,2 121,4 13,2 -16,8 -12,2 125 13,1 3,6 3,0Subtotal 339,2 30,5 335,1 31,7 321,4 33,7 -17,8 -5,2 297,6 32,3 -23,8 -7,4 321,7 33,7 24,1 8,1Carris 474,6 42,6 430,4 40,7 359,3 37,7 -115,3 -24,3 353,5 38,3 -5,8 -1,6 356,5 37,3 3 0,8Aut.Suburb. 299,6 26,9 293 27,6 271,3 28,6 -28,3 -9,4 271,1 29,4 -0,2 -0,1 276,4 29 5,3 2,0
RL 69,6 7,6 73,5 7,7 3,9 5,6Vimeca/ LT 61 6,6 62,1 6,5 1,1 1,8Stagecoach 25,8 2,8 28,4 3 2,6 10,1TST 94,9 10,3 90,3 9,5 -4,6 -4,8TCB 19,8 2,1 22,1 2,3 2,3 11,6
Subtotal 774,2 69,5 723,4 68,3 630,6 66,3 -143,6 -18,5 624,6 67,7 -6 -1,0 632,9 66,3 8,3 1,3Total 1113,4 100 1058,5 100 952 100 -161,4 -14,5 922,2 100 -29,8 -3,1 954,6 100 32,4 3,5
Var.96/981996 1998Modos de Transporte
1990 1992 1994 Var.90/94 Var.94/96
Perspectiva Global M/T 2000
6 C.1 DGTT/DTL
Figura 1 - Evolução dos Passageiros Transportados por Ano e Modo de Transporte
632.9624.6630.6
723.4
321.7297.6
321.4335.1
1990 1992 1994 1996 1998
Milhões
Autocarro*
Metro/Comboio/Barco
1058.5952
922.2 954.6
774.2
339.2
1113.4
Figura 2 - Peso Relativo por Modos de Transporte – 1998
5.4 %
13.1%15.2 %
29 %
37.3 %
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Carris
Autoc
arro
.Sub
.
Met
ro
Combo
io
Barco
Observe-se que:
• no conjunto dos modos de transporte que servem os 955 milhões de
passageiros/ano transportados na AML, o modo autocarro representa
66% (a este facto explicável pelas características próprias deste modo,
não é, também, alheia a dispersão e disseminação da ocupação urbana no
espaço metropolitano).
* - Inclui os Eléctricos
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1 7
• entre 1990 e 1994, houve uma quebra acentuada de cerca de 14,5%,
que continuou, embora a um ritmo muito inferior, (3,1%) até 1996, ano
em que essa tendência se inverteu;
• de 1996 até 1998, verifica-se uma variação positiva de 3,5%;
• neste período, os modos pesados têm uma variação positiva muito
superior, da ordem dos 8%, os modos ligeiros uma variação da ordem
dos 1,3%.
Admite-se como hipótese que o esforço de desenvolvimento, modernização e
expansão do sistema, terá permitido absorver a tendência crescente de perda de
mercado do transporte público, não tendo sido, no entanto, suficiente para
fidelizar/captar utentes. Por outro lado, o actual nível da procura,
corresponderá ao segmento da população mais dependente dos transportes
públicos.
A alteração desta situação implicará um esforço acrescido que para além da
continuação do desenvolvimento modernização e expansão do sistema (vd.
Programa de Investimentos Calendarizados), incorpore também outros
factores relacionados com intervenções quantitativa e qualitativamente
diferentes, nas áreas: da envolvente urbana (gestão viária local); da
organização da oferta e qualidade do serviço (diversificação de produtos,
marketing, apoio à exploração); da informação; da avaliação da qualidade do
serviço; etc.
Até agora os investimentos nos transportes públicos, têm sobretudo favorecido os
modos pesados tradicionais e com a excepção do Metropolitano Sul do Tejo, não
estão decididos outros investimentos, em modos ferroviários ligeiros, como
alternativa aos modos rodoviários.
Constata-se que, apesar da evolução recente do sistema de transportes pesados
e das melhorias nas acessibilidades rodoviárias, as redes de transportes
públicos rodoviários urbanos e suburbanos, mantiveram, no fundamental as
suas características.
As necessárias adaptações das redes e serviços a estas evoluções, operam-se de
uma forma relativamente lenta e insuficiente face às transformações ocorridas.
Perspectiva Global M/T 2000
8 C.1 DGTT/DTL
Paralelamente, as potencialidades de adaptação da oferta de transporte
público rodoviário, são influenciadas quer pela ausência de peças
complementares (articulação do sistema viário metropolitano nacional e
municipal), quer pela degradação do sistema viário secundário a nível sub-
regional e local, cujo crescente congestionamento atinge nalguns casos
situações críticas de pré-ruptura e mesmo ruptura, particularmente em
zonas intensamente urbanizadas.
Raramente o planeamento e gestão viárias adoptam critérios de actuação
favoráveis ao transporte público ou a deslocações pedonais, conjugados
com uma disciplina das circulações e do estacionamento.
Por outro lado, o actual quadro legal não favorece a reestruturação e articulação
das redes urbanas e suburbanas, de uma forma integrada e o próprio sistema
tarifário restringe o recurso a outras soluções inovadoras de adequação da
oferta à procura, numa perspectiva de equilíbrio financeiro das empresas, e sem
prejuízo da aplicação de uma política de solidariedade social.
Neste contexto, a urgente intervenção no sector dos transportes públicos
de passageiros deverá basear-se na conjugação de 3 objectivos:
• Fidelizar os actuais utentes;
• Explorar novos mercados;
• Substituir viagens em TI por viagens em TP ou viagens em modos detransportes alternativos
Na estratégia a adoptar é importante tomar em conta a dimensão e o padrão
espacial da procura, como demostram os resultados do inquérito à mobilidade
que enfatizam a importância relativa das diversas unidades e sub-unidades
que constituem o espaço metropolitano.
Os indicadores da mobilidade metropolitana, conjugados com as tendências de
distribuição populacional e de emprego e a sua expressão quer nos fluxos de
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1 9
deslocações existentes quer nas características e peso da repartição modal,
apontam algumas das prioridades de intervenção. Assim, as especificidades
das diferentes unidades e sub-unidades espaciais devem configurar soluções
diferenciadas a nível do sistema de transportes.
Simultaneamente, é também indispensável, agir sobre a mobilidade a
diferentes escalas. O número de viagens que diariamente é efectuado no
interior dos concelhos metropolitanos, o peso das viagens com uma extensão
reduzida, a mobilidade associada às estruturas etárias – jovens em idade escolar
–são, por exemplo, indicadores de áreas prioritárias de actuação a nível urbano
local.
A intermodalidade é uma preocupação assumida, por técnicos e políticos,
principalmente a partir da 2ª metade da década de 90 e coloca-se assim como
uma questão chave, em termos da futura eficácia do sistema no seu conjunto.
O seu reforço passa pela análise cuidadosa das condições em que se exerce a
cadeia de transportes, suporte fundamental das deslocações no espaço
metropolitano.
Impõe-se, nesta perspectiva, a abordagem sistémica da rede de pontos de
conexão - interfaces e pontos de chegada e correspondência -, entre os
modos de transporte à escala metropolitana, definindo uma hierarquia das
infra-estruturas de apoio e dos estacionamentos dissuasores, estabelecendo, por
um lado, conceitos/normas e, por outro, um programa de intervenção.
Do ponto de vista operacional, a intervenção no ordenamento destas infra-
estruturas, tem uma escala local de concretização e uma área de influência
urbana na envolvente próxima, no que se refere às acessibilidades.
A dualidade inerente à coexistência destas duas escalas de abordagem, envolve a
necessidade de uma estreita colaboração entre instituições e operadores.
Finalmente, a abordagem integrada dos transportes e a perspectiva de promoção
da intermodalidade debatem-se com as dificuldades de relacionamento entre
os vários actores – autarquias, órgãos do estado, empresas e operadores
públicos e privados - que intervêm, de forma mais ou menos fraccionada, nas
diversas componentes do sistema - redes de infra-estruturas e serviços.
Perspectiva Global M/T 2000
10 C.1 DGTT/DTL
Hoje é aceite que a presente estrutura institucional de planeamento e gestão
dos transportes não favorece uma abordagem sistémica da intervenção
pública neste sector.
Quadro 2 – Actores do Sistema de Transportes Metropolitano
Municipais 19
IEPBrisa
LusoponteSCUT
Rodoviária Municipal Câmaras 19Ferroviária REFER 1
APLAPSS
Câmaras 19GIL 1
ESLI 1Gisparques 1
……..
EMEL 1CâmarasMunicipais 19
CPFertagusMetropolitano de Lisboa(Carris)
Rodoviários Urbanos Carris 1
Rodoviária de LisboaVimeca/LTStagecoachTransportes Sul do TejoTransportes Colectivos do BarreiroBelosRodoviária da EstremaduraRodoviária do TejoOutrosTransTejoSoflusa
Autoridades de TransportesNacionais DGTT/DTL 2
INTFCâmaras da AML
Gestores de Infra-estruturas
Redes
Rodoviária Metropolitana 4
Portuária 2
Terminais/Estacionamento
Terminais de T.P.
Empresas de Parque de Estacionamento
Exploração de Estacionamento
Operadores de Transporte
Ferroviários 3/(4)
Rodoviários Suburbanos 16
Fluviais 2
A tutela sobre o sistema de transportes (infra-estruturas e serviços) exerce-
se a nível central e local, sem que haja uma clara e operacional definição das
respectivas competências. O papel de planeamento e coordenação por parte
da administração central, relativamente às várias componentes do sistema, é
disperso em diversos departamentos – Direcções Gerais e Institutos.
Impõe-se, por isso, criar bases legais e normativas para o enquadramento
institucional que permitam:
• garantir a articulação e partilha de responsabilidades entre organismos
centrais e locais
• promover a coordenação das acções de organismos e operadores
públicos e privados de transportes
M/T 2000 Perspectiva Global
DGTT/DTL C.1 11
Linhas de Orientação
Neste enquadramento, a perspectiva de actuação preconizada nesta fase de
evolução do sistema metropolitano, pressupõe a necessidade de incorporar uma
visão de planeamento estratégico e de planeamento operacional para o
curto, médio/longo prazos.
As linhas de orientação apresentadas, a seguir, constituem um ponto de partida
para essa estratégia de actuação.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2
PARTE C2PARTE C2
LINHAS DE ORIENTAÇÃOLINHAS DE ORIENTAÇÃO
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2
ÍNDICE C2ÍNDICE C2
11.. PPRREEÂÂMMBBUULLOO 1
22.. MMOOBBIILLIIDDAADDEE,, OORRDDEENNAAMMEENNTTOO DDOO TTEERRRRIITTÓÓRRIIOO EE
TTRRAANNSSPPOORRTTEESS3
33.. MMOOBBIILLIIDDAADDEE EE RREEPPAARRTTIIÇÇÃÃOO MMOODDAALL 5
44.. AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDAASS LLIINNHHAASS OORRIIEENNTTAADDOORRAASS 7
55.. AATTRRIIBBUUIIÇÇÕÕEESS DDOOSS AAGGEENNTTEESS IINNTTEERRVVEENNIIEENNTTEESS 9
66.. ÁÁRREEAASS DDEE IINNTTEERRVVEENNÇÇÃÃOO 11
Pág.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 1
1. 1. PREÂMBULOPREÂMBULO
A eficácia do processo de Planeamento e Gestão do Sistema da Transportes,
depende da concertação de interesses e objectivos das entidades e agentes
económicos intervenientes.
Face ao declínio das cotas de mercado dos transportes públicos impõe-se
melhorar a segmentação da procura tornando-se cada vez mais necessário
introduzir novas formas de adequar a oferta à procura, reforçando a “Gestão da
Mobilidade” (“mobility management”) ou seja agindo nas grandes unidades
empregadores e pólos de geração, no sentido da sua participação activa na
definição / gestão da mobilidade dos produtores ou destinatários da sua
actividade.
Assim, importa associar aos actores tradicionalmente envolvidos neste
processo - a administração central e local e empresas de transportes –
novos agentes, até agora pouco presentes:
• as associações de utentes, consumidores, e outros, actores a envolver
mais activamente no processo de Planeamento e Gestão do Sistema da
Transportes;
• os agentes económicos e sociais, actores representados nos centros de
produção e actividades - unidades empregadoras e pólos geradores /
atractores (universidades, pólos tecnológicos, hospitais, ministérios e
departamentos centrais, câmaras municipais, etc.), a quem se deverá dirigir
uma gestão de mobilidade (mobility management), visando estabelecer
Planos de Deslocações - baseados no perfil de mobilidade dos seus
utilizadores – planos estes, a gerir, permanentemente, por “gestores de
mobilidade” (“mobility managers”), inseridos nas respectivas organizações,
numa estreita interacção com os operadores de transportes e as autoridades
locais.
Linhas de Orientação M/T 2000
2 C.2 DGTT/DTL
Intervenientes no processo de
Planeamento e Gestão do Sistema da Transportes
AdministraçãoCentral
AutarquiasLocais
Operadoresde
Transportes
(gestão da oferta)
Gestores deMobilidade
(nas unidadesempregadoras e pólos
geradores)
(gestão da procura)
Associações de Utentes
INFRA
ESTRUTURAS
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 3
2.2. Mobilidade, Ordenamento do Território e transportesMobilidade, Ordenamento do Território e transportes
O modelo de desenvolvimento urbanístico das últimas décadas, na AML, irá ainda,
e independentemente do grau de eficácia a atingir com a implementação do
Modelo Territorial do Plano Regional de Ordenamento do Território (PROTAML),
continuar a determinar a crescente dispersão das áreas residenciais com o
respectivo afastamento dos grandes pólos empregadores, originando maiores
tempos e custos de deslocação, num quadro de agravamento da sustentabilidade
energética.
Por seu lado, a desnuclearização de certas actividades económicas - em si um
factor positivo - em particular no sector terciário, e a sua reinstalação em áreas
periféricas a Lisboa, irá continuar a induzir, sem a necessária adaptação do
sistema, uma ainda, maior dependência do transporte individual.
Neste quadro, é urgente estabelecer um maior entrosamento entre urbanismo e
transportes, por forma a sustentar a tomada de decisões urbanísticas estratégicas
e a adopção de medidas de política das deslocações, visando promover a eficácia
do sistema territorial e uma mobilidade sustentável.
Assim, a qualidade de vida e a sustentabilidade energética e ambiental das
deslocações, deverão passar pela adopção de uma política global de
ordenamento do território e dos transportes, concordante e
complementar, na qual se venham a basear as principais decisões, sobre a
criação, expansão ou restruturação e gestão de:
ØØ mobilidade
ØØ redes e modos de transportes (função de níveis e qualidade de serviçopredefinidos e devidamente contratados)
ØØ infra-estruturas de apoio (interfaces / pontos de chegada e correspondência/ lojas de mobilidade, etc.)
ØØ acessibilidades viárias
ØØ espaços - canais
ØØ sistemas de informação e sensibilização
Linhas de Orientação M/T 2000
4 C.2 DGTT/DTL
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 5
3. 3. MOBILIDADE E REPARTIÇÃO MODALMOBILIDADE E REPARTIÇÃO MODAL
No processo de alteração da repartição modal em favor da
sustentabilidade ambiental, e na perspectiva de planeamento integrado
preconizada, é determinante a optimização de quatro parâmetros
fundamentais - espaço / tempo / custo / qualidade.
Embora se tenha verificado, nos últimos anos, um aumento de acessibilidade,
também em transporte público, constata-se, no entanto, um crescente
desequilíbrio da repartição modal, em parte fruto de opções tomadas
“historicamente” a nível do ordenamento e sistema de transportes.
A melhoria das condições sócio - económicas verificadas em Portugal, e em
particular nas áreas metropolitanas, reflectiu-se na explosão das taxas de
motorização. Esta situação que foi acompanhada por um vultuoso investimento
no sistema viário, com investimentos tardios no sistema de transportes públicos,
como já se viu, acabou por conduzir à inversão da repartição modal (note-se
que em 1989, apenas 38% das deslocações diárias na AML eram realizadas
em transporte individual, subindo este valor em 1998 para 62 %).
A complexidade dos factores de exploração do sistema de transportes e a
influencia de parâmetros exógenos (preço dos combustíveis, políticas de gestão
da rede viária e do estacionamento, políticas de ordenamento urbanístico, etc.), a
ausência de um enquadramento legal actualizado e de uma política global de
transportes, são também outros factores explicativos desta situação.
Tal como o são, as especificidades dos diferentes modos, os padrões dos
serviços oferecidos (nem sempre adequados às exigências de deslocação e / ou
de conforto) as diferentes lógicas dos operadores, e a deficiente
coordenação do sistema, que gerando algumas situações redutoras da
mobilidade contribuíram para o agravamento da situação de utilização
desfavorável do TP face à alternativa oferecida pelo TI.
Também, as políticas empresariais (atribuição de veículos e lugares de
estacionamento/ senhas de gasolina, etc.), a diminuição dos consumos dos
veículos, os factores psicológicos associados à utilização do automóvel, são
outros vectores explicativos da repartição modal que hoje se verifica.
Linhas de Orientação M/T 2000
6 C.2 DGTT/DTL
Neste contexto, e por forma a atenuar algumas das assimetrias actualmente
observadas, torna-se essencial enquadrar a lógica funcional do sistema no
quadro da evolução previsível da repartição modal. De facto, é prioritário
fomentar a manutenção de uma repartição favorável à sustentabilidade e
qualidade de vida urbana.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 7
4.4. APRESENTAÇÃO DAS LINHAS ORIENTADORASAPRESENTAÇÃO DAS LINHAS ORIENTADORAS
O presente documento decorre dos resultados da análise
q dos vectores espaciais do binómio população / emprego
(PARTE A1)
q da mobilidade
(PARTE A2)
q e do sistema de transportes
(PARTE B)
apontando as principais linhas exploratórias para um processo de planeamento
integrado.
Neste contexto entendeu-se apresentar, em linhas gerais, as principais medidas,
na sua dimensão temporal – curto, médio/longo prazos – (quadro seguinte)
desenvolvendo-se, a seguir, diferentes áreas de intervenção, agrupadas em
sete conjuntos:
q Planos e Áreas Estratégicas
q Gestão dos Transportes
q Gestão da Mobilidade / “ Novos Produtos”
q Sensibilização / Informação / Participação
q Sustentabilidade ambiental e energética
q Enquadramento legal e institucional
q Monitorização / Avaliação
Linhas de Orientação M/T 2000
8 C.2 DGTT/DTL
INTERVENÇÕES – HORIZONTES TEMPORAIS
Prazo Tipo de Medidas Observações
Curto prazo
ØØ Consolidação da oferta e reforço dos padrões de qualidade (por operador)ØØ Optimização da articulação entre redes, meios e operadores, (em particular
nas interfaces)ØØ Desenvolvimento /promoção do mercado de transportes públicos
ØØ Gestão da via pública, com enfoque para os TP e Peões.ØØ Promoção de mobilidades complementares e alternativas
ØØ Actualização do quadro institucional / legal do sector dos transportes
Do inquérito à mobilidaderesultam, entre outros, trêsfactos importantes:
• ¼ das viagens na AML sãoa pé
• 2/3 das viagensmotorizadas na AML sãoem autocarro
• 70 % das viagensmotorizadas são nointerior de sectores
• 53 % das viagensmotorizadas são nointerior dos concelhos
Médio / longoprazo
ØØ Política Global de MobilidadeØØ Esquema Director da Rede Principal de Infra-estruturas de TransportesØØ Definição e elaboração de Planos de Deslocações e planos integrados de
transportes, por unidades territoriais; harmonização / integração do sistemade transportes com as políticas de usos de solo dos PMOT
ØØ Ordenamento das Interfaces e respectivas áreas de influênciaØØ Desenvolvimento e integração de redes modais e intermodais de transportes
públicosØØ Desenvolvimento e diversificação do mercado de transportes / gestão da
mobilidadeØØ Promoção de mobilidades complementares e alternativasØØ Reestruturação e novos conceitos de política tarifária
• Conciliação dasnecessidades dedeslocação com asdiferentes estratégias decada operador.
• Compatibilização entre oserviço de transportes e arede de infra-estruturas,com particular incidênciano transporte públicorodoviário
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 9
55 ATRIBUIÇÕES DOS AGATRIBUIÇÕES DOS AG ENTES INTERVENIENTESENTES INTERVENIENTES
Em cada um dos conjuntos de áreas de intervenção consideradas caracteriza-se a
natureza e o grau de responsabilidade / intervenção dos principais agentes.
ATRIBUIÇÕES
NÍVEIS DEACTUAÇÃO
ÁREAS DE INTERVENÇAO
ADM
INIS
TRAÇÃO
CEN
TRAL
AUTARQ
UIA
SLO
CAIS
OPE
RAD
ORES D
ETRAN
SPO
RTES
Ø Esquema Director QLEG/PEST
PART
Ø Planeamento da mobilidade/deslocaçõesurbanas por unidades territoriais
Ø Ordenamento das Interfaces e respectivasáreas de influência
PEST/POP
PEST/POP A
Planos eÁreasEstratégicas
Ø Gestão viária local QLEG PESTPOP
PART
Ø Adequação e modernização daexploração / diversificação de produtos
PAI PART
Ø Optimização dos padrões de qualidade PEST PAI BGestão dosTransportes
Ø Reorganização tarifária QLEGPEST
PART
POP
Ø Gestão da procura / marketing segmentado PAI PESTPOP
Ø Substituição de deslocações motorizadascurtas
C
Gestão daMobilidade“NovosProdutos” Ø Utilização adequada / alternativa do TI
PESTPAI PEST PART
Ø Informação e atendimento do utente PAI PAI DSensibilização Participação Ø Participação de utentes e cidadãos QLEG PART
PESTPOP
Ø Eficiência da utilização dos recursos QLEGPEST
PART E
SustentabilidadeAmbientalEnergia Ø Medidas moderadoras do uso do automóvel PEST POP
POP
FEnquadramentoInstitucional eLegal
Ø Adaptação da legislação comunitáriaØ Modernização / flexibilização dos
regulamentosØ Publicação de normas e manuais
QLEG PART PART
Ø Definição de indicadores PEST
GMonitorizaçãoAvaliação Ø Observação POP
POPPART
POPPART
QLEG Quadro legal e normativo PAI Promoção, apoio incentivos
PART Participação PEST Planeamento estratégico POP Planeamento operacional
Linhas de Orientação M/T 2000
10 C.2 DGTT/DTL
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 11
6 .6 . ÁREAS DE INTERVENÇÃO ÁREAS DE INTERVENÇÃO - - Âmbito, Parâmetros e Medidas PropostasÂmbito, Parâmetros e Medidas Propostas
A – Planos e Áreas Estratégicas
A urgência de integração dos diferentes planos / estudos e projectos sectoriais
existentes, no que se refere à rede principal de infra-estruturas de
transportes, e a necessidade de garantir no seu planeamento e execução, uma
lógica de articulação e harmonização com o modelo territorial do PROTAML,
aconselha a elaboração de um “Esquema Director da Rede Principal das Infra-
estruturas de Transporte” e do respectivo Programa de Execução.
A necessidade, por um lado, de homogeneizar e relacionar aspectos diferenciados
da mobilidade, acessibilidade e sistema de transportes, específicos a determinada
unidade territorial e, por outro lado, da sua integração, aconselham à
prossecução de Planos de Mobilidade / Deslocações urbanas à escala
subregional.
Particular relevo para as debilidades verificadas nas áreas de fronteira entre os
diferentes Municípios, onde a ausência de uma política de planeamento integrado,
conduz a situações de limitação da mobilidade ou mesmo de ruptura de carga da
cadeia de transportes.
§ Apontam-se como medidas a desenvolver, a definição de Planos de
Mobilidade / Deslocações urbanas, integrando os:
♦ Sectores III/IV (com 50 % dos movimentos radiais, e 1/5 de todas viagens
da AML) e a respectiva articulação com Lisboa (Sector VII);
♦ Sector II / VII + parte Sector III (Amadora);
♦ Sector V+VI
Linhas de Orientação M/T 2000
12 C.2 DGTT/DTL
A qualidade do sistema assenta na eficácia conseguida a nível da
complementaridade modal e integração funcional dos diferentes sistemas e
modos, que dependem do ordenamento das interfaces e respectivas áreas
de influência.
Preconizam-se como medidas:
♦ a definição de uma “Rede de Interfaces”, para passageiros e
mercadorias; respectiva hierarquia, objectivos e prioridades de
ordenamento;
♦ a elaboração de Planos / Projectos de Ordenamento das Interfaces e
das respectivas acessibilidades;
♦ a criação de normas e manuais técnicos de referência
♦ a criação de incentivos / instrumentos de fomento do
desenvolvimento de pólos de média densidade em zonas de influência
(directa) das principais interfaces (“transit village”).
♦ a definição de indicadores de avaliação, tal como a homogeneidade
funcional e o peso das viagens internas a uma determinada área (índices
de uso / ocupação do solo, isócronas , padrões de segurança, tempo
máximo de espera, distância máxima a pé, desnível máximo sem meios
mecânicos etc.)
A par do correcto ordenamento das Interfaces e das respectivas áreas de
influência, há que considerar todos os parâmetros de gestão da rede viária,
introduzindo nomeadamente os aspectos de regulação favorável aos
transportes públicos e a definição correcta dos perfis transversais.
Definem-se como indicadores de avaliação, as velocidades comerciais nas redes
de transportes públicos, níveis de segurança de peões e duas rodas, reserva de
capacidade, etc.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 13
A – PLANOS E ÁREAS ESTRATÉGICAS (1)
Áreas deintervenção
Âmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Esquemadirector
ØØ Redes principais de Infra-estruturasmetropolitanas deTransportes”
ØØ Conectividade entre redese serviços
ØØ Grau de aderência aosdiferentes modos
ØØ Proximidade dos pontos deacesso aos pólosgeradores
ØØ Articulação dosplanos/estudos e projectossectoriais para o sistema detransportes de passageiros ede mercadorias
ØØ Programa de Execução
O “Esquema Director “e orespectivo “Programa deExecução”, serãomonitorizados e sofrerão asadaptações consideradasnecessárias por forma a melhorresponderem, em cadamomento, ao modelo territorialdo PROTAML e garantir umdesenvolvimento harmonioso dosistema de transportesmetropolitano
ØØ Planos de Mobilidade /deslocações urbanasintegrando:
ØØ os Sectores III/IV e aarticulação com Lisboa(Sector VII)
Criação de redes viáriasintermédias entre os IC e redesmunicipais e serviços/redesentre os modos pesados e osserviços de autocarros (metroligeiro, corredores/BUS paraautocarros, por exemplo)
ØØ Sector II / VII + parte SectorIII (Amadora)
Integração de um meio pesado;restruturação e articulação deredes
Planeamentointegrado
porunidades
territoriais
ØØ sectoresØØ conjunto de sectoresØØ zonas de influência de
interfacesØØ reforço / integração das
áreas de fronteira
ØØ homogeneidadeØØ % de viagens internas à
zona delimitadaØØ zonas definidas pelo
modelo territorial doPROTAML
ØØ ruptura de carga na cadeiade transportes
ØØ densidade de paragensØØ densidade da rede de TP
ØØ Sector V+VI IntegraçãoFertagus/MST/TST/TT etc.
Linhas de Orientação M/T 2000
14 C.2 DGTT/DTL
A – PLANOS E ÁREAS ESTRATÉGICAS (2)
Áreas deintervenção Âmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Delimitação de diferentes áreasde influência, centradas nasinterfaces, Critérios tais como:
ØØ Rede de Interfaces:definição do conceito deordenamento/estratégiade ordenamento -Planeamento operacional(programação)
ØØ Criação de incentivos /instrumentos parafomentar odesenvolvimento de pólosde média densidade emzonas de influência(directa) de interfacesprincipais (1)
(“transit village”)
ØØ Índices de uso/ocupação dosolo
ØØ Isócronas com temposmáximos de deslocação
ØØ Padrões de segurançaØØ Integração nos planos de
circulação eestacionamento locais eregionais
ØØ Elaboração deplanos/projectos deordenamento das interfaces
ØØ Requalificação das infra-estruturas e acessibilidadespara melhorar as condiçõesde rebatimento em funçãodas especificidades / vocaçãodos diferentes modos
ØØ Privilegiar redes para peões,duas rodas, autocarros.
ØØ Premiar ocupação de solofavorável aos transportes
§ Autocarro/carro§ Bicicleta/duas rodas§ A pé
ØØ Condicionantesnaturais e/ouedificadas
ØØ Integração modal
2-3 km2 km500 m
Ordenamentodas Interfaces
eáreas deinfluência
ØØ Definição de parâmetrosde dimensionamento eníveis de serviços parainterfaces
ØØ Manuais normativos
ØØ Tempo máximo de esperaØØ Distância max. a péØØ Desnível máximo sem
meios mecânicosØØ Condições e comodidade,
em geralØØ Eficácia informativaØØ Bilhética, etc.
ØØ Informação em tempo realarticulando os diferentesoperadores
ØØ Integração /articulação dehorários e de suportesinformáticos
ØØ Harmonização dodimensionamento com aconcepção arquitectónica
(1) exemplo: zona com raio de 500 m a partir de um interface, resultante em 0,8 km2, com 100 habitantes/ha = 7.500 habitantes
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 15
A – PLANOS E ÁREAS ESTRATÉGICAS (3)
Áreas de
intervençãoÂmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Gestão viária
ØØ Articulação das redes
locais e subregionais
com as de hierarquia
superior
ØØ Partilha e gestão
integrada entre
diferentes utilizadores
ØØ Velocidade comercial média
nos períodos de ponta das
redes de TP, por troços
ØØ Níveis de segurança dos
peões e duas rodas
ØØ Reserva de capacidade
ØØ Cumprimento dos horários
ØØ % de intersecções
semaforizadas com fases de
prioridade aos TP
ØØ % da extensão das redes à
superfície, em sítio próprio
ØØ Taxas de sinistralidade
ØØ Definição correcção dos
perfis e afectação dos
espaços aos utilizadores
ØØ Melhoramento dos
cruzamentos
ØØ Ordenamento do
estacionamento
ØØ Sinalização
ØØ Prioridades TP
ØØ Ordenamento das paragens
dos TP
ØØ Iluminação
É importante o regular
envolvimento dos operadores de
transportes e associações de
residentes / utentes neste
processo (comissões de trânsito)
Linhas de Orientação M/T 2000
16 C.2 DGTT/DTL
B – Gestão dos Transportes
A modernização e diversificação da exploração dos serviços de transporte
público constitui uma das apostas na captação de estratos de procura actualmente
aderentes ao transporte individual, passando, não só pela actualização
tecnológica dos veículos e serviços, mas ainda por:
q optimização e diversificação das cadeias de deslocação tornando as
viagens, desde a origem ao destino, mais flexíveis, eficientes e agradáveis
(oferta e escolha de modos / meios de transporte mais adequados para cada
segmento de procura);
q melhoria das condições físicas e minimização dos tempos e custo dos
transbordos / aumento do conforto no acesso aos transportes, na origem e no
destino da viagem / criação de formas atraentes de rebatimento ao modo
principal.
Que constituem medidas inseridas no conceito de “seamless travelling”:
Também é indispensável criar incentivos e delinear estratégias de marketing
segmentado, conducentes à criação e promoção de novos conceitos de serviços,
de exploração mais flexível, indo ao encontro das necessidades de deslocação e das
especificidades de certos mercados.
A diversificação e especificação de serviços mais ajustados às exigências de certos
nichos da procura, exigem dos operadores um esforço na adopção de soluções
segmentadas da oferta, que respondam a exigências especificas da procura. Esse
esforço só será possível desde que se crie uma motivação associada à possibilidade
de ajustamento dos níveis de preços a praticar.
Neste contexto, torna-se fundamental reformular a actual estrutura e lógica
tarifária na AML, face à falta de equidade de custo e de oportunidade entre as
deslocações com uma estrutura radial e diametral que contrariam a lógica
conceptual do sistema em vigor.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 17
A proliferação dos títulos combinados não resolveu os problemas estruturais
do sistema tarifário actual, tendo diminuído o protagonismo do passe social
intermodal e dificultado a legibilidade do sistema e controlo das tarifas.
É necessário reequacionar o co-financiamento dos transportes pelos poderes
públicos e entidades empregadoras (vide DL “Taxa Municipal de Transportes)
avaliar a transparência e solidariedade social na atribuição de subsídios
Linhas de Orientação M/T 2000
18 C.2 DGTT/DTL
B – GESTÃO DOS TRANSPORTES (1)
Áreas deintervenção
Âmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Gestão da oferta
♣♣
Adequação emodernizaçãoda exploração
♣♣
Qualidade doserviço
ØØ Conceito de exploraçãodos serviços em rede(não linha a linha)
ØØ Unidades e escalasterritoriais - coberturaespacial
ØØ Níveis e períodos deoferta
ØØ Diferenciação deserviços/segmentaçãoda procura
ØØ Modernização econforto dos veículos
ØØ Optimização do tempode viagem
ØØ Conforto no acesso aotransporte, na origem eno destino e norebatimento a outrosmodos
ØØ Frequências mínimas de rebatimentoØØ Duração total de viagensØØ Capacidade de estacionamento (carros,
bicicletas, duas rodas) nas interfacesØØ Períodos de funcionamentoØØ Custo de viagem em TI / custo de
viagem em TPØØ Niveis de oferta dia útil / período
nocturno / fim de semanaØØ Segmentação das tipologias do material
circulante (acessibilidade para pessoasde mobilidade reduzida, etc.)
ØØ Densidade de paragens/ interfaces detransporte público
ØØ Densidade da rede de transportespúblicos
ØØ Densidade dos postos de venda e deinformação ao público
ØØ Grau de cobertura e de actualização daInformação ao público via Internet
ØØ Possibilidade de transbordos modais coma utilização de um só bilhete simples
ØØ “seamless travelling” (*)ØØ Planeamento e Integração /
articulação de horários e deinformação
ØØ Novas tecnologias de bilhéticaØØ Modernização e conforto dos
veículosØØ Reformulação do sistema tarifárioØØ Diversificação / segmentação dos
serviços oferecidos com padrões eespecificidade de oferta maisadaptados às exigências deestratos diferenciados da procura
ØØ Melhor gestão do espaço viário,com introdução de corredoresreservados, medidas de prioridadeao TP, bicicleta e peão
ØØ Aplicação generalizada deinstrumentos de software de apoioà exploração (SAEIP) com controlooperacional e informativo emtempo real
Uma melhoriae optimizaçãodosparâmetros dequalidade dosistema sópoderá serconseguidacom umaestreitacolaboração econvergênciade interessesentre osórgãos dopoder central,local e dosoperadoresenvolvidos.
(*) optimização e diversificação das cadeias de deslocação tornando as viagens, desde a origem ao destino, mais flexíveis, eficientes e agradáveis(oferta e escolha de modos / meios de transporte mais adequados para cada segmento de procura);melhoria das condições físicas e minimização dos tempos e custo dos transbordos / aumento do conforto no acesso aos transportes, na origem eno destino da viagem / criação de formas atraentes de rebatimento ao modo principal.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 19
B – GESTÃO DOS TRANSPORTES (2)
Áreas de
intervençãoÂmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Gestão tarifária
ØØ Reorganização tarifáriaØØ Maximização da clientelaØØ Equidade dos custos de
deslocaçãoØØ Modernização da
bilhética (“user friendly”)ØØ estratégias de marketing
directo / segmentado
ØØ % de bilhetes simples combinados(permitindo transbordos)
ØØ % de passes combinadosØØ Transparência e justeza social na
atribuição de subsídios
ØØ reequacionar o co-financiamentodos transportes pelos poderespúblicos e entidadesempregadoras (vide DL “TaxaMunicipal de Transportes)
ØØ novos títulos de transportes paraviagens ocasionais
ØØ criação de tarifas promocionais
Linhas de Orientação M/T 2000
20 C.2 DGTT/DTL
C - Gestão da Mobilidade / “Novos Produtos”
A introdução, promoção e divulgação de modos alternativos e complementares
(andar a pé, bicicletas públicas, “car pooling”, “car sharing”, etc.) permitirão
ampliar a cota de deslocações em transporte sustentável e consequentemente a
qualidade de vida.
A criação de infra-estruturas de apoio para estes modos, em particular, no
acesso ao sistema de transportes públicos, constitui um dos elementos
determinantes da captação de deslocações e da diminuição do número de viagens
em automóvel, daí que o planeamento urbanístico, das infra-estruturas e modos de
transporte, deva incorporar estas preocupações.
No entanto, é importante introduzir o novo conceito de gestão da mobilidade
(“mobility management”) o que implicará a elaboração de planos de deslocações
ao nível de entidades empregadoras / pólos geradores / atractores (universidades,
pólos tecnológicos, hospitais, ministérios e departamentos centrais, câmaras
municipais, etc.), com o objectivo de favorecer modos de transportes sustentáveis
(“green commuter plans”), baseados em inquéritos à mobilidade (“mobility
profile”).
A eficácia deste instrumento depende do quadro regulamentar que terá que vir a
ser definido, declarando-o como obrigatório, tal como já acontece em certos países,
para empresas e entidades com mais de, por exemplo, 200 empregados, que
devem ter um gestor de mobilidade (“mobility manager”).
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 21
C – GESTÃO DA MOBILIDADE / “NOVOS PRODUTOS
Áreas deintervenção
Âmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Gestão da procura
ØØ Perfil demobilidade
ØØ Marketingsegmentado
ØØ Gestão damobilidade
ØØ repartição modalØØ viagens não motorizadasØØ % viagens ocasionais em TPØØ nº de lugares de estacionamento
nos locais de empregoØØ tarifas de estacionamentoØØ percepção da qualidade na óptica
do clienteØØ orçamento anual par informação
ao público
ØØ inquéritos à mobilidade, ao nívelde entidades empregadoras / pólosgeradores / atractores
ØØ gestão da mobilidade (“mobilitymanagement”)
ØØ estudos de mercado, paradeterminados segmentos
ØØ painel de clientes (“targetgroups”)
ØØ Substituição dedeslocaçõesmotorizadas emviagens curtas
ØØ Incentivos
ØØ % de viagens não motorizadas,por modo / meio
ØØ extensão da rede pedonalØØ extensão da rede de bicicletas
ØØ infra estruturas para duas rodas epeões
ØØ sinalética e informaçãoØØ bicicletas eléctricasØØ bicicletas públicas (tipo BUG de
Aveiro)ØØ acolhimento para duas rodasØØ cacifos
Contenção deviagens
motorizadas♣♣
Equilibro darepartição modal
ØØ Utilizaçãoadequada /alternativa doautomóvel
ØØ % das viagens / pessoa / semanaem TP / TI
ØØ taxa média de crescimento dasviagens em TI
ØØ “car-pooling”ØØ “car sharing”ØØ “pak + ride”ØØ etc.
Procurar substituirparte das viagens ouviagens inteiras - pormodos em duasrodas ou a pé e/ou“Bike and Ride” e“Kiss and Ride”
Linhas de Orientação M/T 2000
22 C.2 DGTT/DTL
D – Sensibilização / Informação / Participação
É hoje já reconhecido o princípio da necessidade de orientar a organização do
transporte público em função do mercado e para o mercado (e menos em
função apenas de uma optimização do produto para um público massificado), por
forma a encorajar a escolha modal correcta - “ não é a performance do
transporte público que na realidade existe que é decisiva mas sim o modo como
essa performance é recebida / entendida.“ 1
Para isso, há que centrar as preocupações no aperfeiçoamento de métodos de
auscultação interlocução / comunicação interactiva dos utentes e dos
cidadãos que acolham as suas necessidades, permitam perceber as suas
expectativas e ouvir as suas sugestões, considerando o tratamento diferenciado
do cliente do transporte, as suas motivações e frequências de viagem o seu
perfil sócio - económico, e em função disso, desenvolver estratégias
diferenciadas de marketing que considerem as preferências dos utilizadores de
forma selectiva.
O que se exige é muito mais do que o tratamento atencioso de reclamações e
implica o comprometimento das empresas com os utentes relativamente a
medidas a tomar e a parâmetros explícitos de níveis e qualidade de serviço
a atingir (um exemplo que começa a ser adoptado nalguns países - a “carta do
utente” anual que compromete as empresas junto do público utente e de potenciais
utilizadores, com um conjunto de medidas e resultados para a melhoria da
qualidade de serviço, de cujo cumprimento é dado conta no ano seguinte como
resultado de inquéritos independentes).
Contudo, neste domínio para além do esforço exigido aos operadores de
transportes há que ultrapassar a quase ausência de estruturas de interlocução
credíveis, do lado dos utentes do transporte e do público em geral.
1 Projecto Piloto de Benchmarking. Sub-grupo temático – “Marketing Strategies that can induce car
users to switch to sustainable forms of transport for some or all of their trips.”
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 23
Na verdade as associações de utentes do transporte público em Portugal são
praticamente inexistentes 2, daí a necessidade de uma possível intervenção da
administração, no domínio da promoção da interacção entre administração,
empresas e utentes do transportes:
ØØ acções de sensibilização dos cidadãos para a sua organização em torno da
problemática dos transportes e da mobilidade intra - metropolitana,na perspectiva da sua reunião em torno de problemas comuns: no local de
residência; trabalho; em função da utilização regular de um serviço; emdefesa de modos de transportes alternativos; etc.
ØØ apoio, nomeadamente a nível da formação e instalações, às respectivas
associações
No que se refere ao desenvolvimento do Sistema de Informação sobre Mobilidade
em geral (incluindo sinalética, folhetos, mapas, internet, aconselhamento, etc.) e
sobre o funcionamento dos transportes públicos em particular (tipo de serviços,
tarifários, alternativas, etc.) criam-se, hoje dia, LOJAS DA MOBILIDADE 3.
A sua implementação exige a criação de uma plataforma informática intermodal
e respectivos protocolos de actualização, assim como a implementação de
acessos diversificados — pessoal, telefónico, fax, correio electrónico, quiosques.
Futuramente, estas “Lojas” poderão constituir-se em “Foruns” de informação /
debate sobre temas de mobilidade e ambiente (poluição atmosférica, ruído,
veículos de tecnologias alternativas, novos projectos, etc.), funcionando como
plataformas para outras iniciativas com grupos de utentes, grupos de acção e
gestores de mobilidade.
De certa maneira, a Loja da Mobilidade corresponde a trazer para “a rua“ o que
se faz na internet com as “home pages“, criando um interface directo entre
entidades / operadores e cidadãos / utentes / ONG’s.
2 Recentemente, em Julho de 99 foi criada na AML, uma Associação de Defesa dos
consumidores/utilizadores – “Transporte 2000”.
3 Este instrumento poderá impulsionar a informação e formação especializada em transportes e
mobilidade capaz de rentabilizar os grandes investimentos em infra-estruturas de transportes
públicos.
Linhas de Orientação M/T 2000
24 C.2 DGTT/DTL
D– SENSIBILIZAÇÃO / INFORMAÇÃO / PARTICIPAÇÃO/
Áreas de
IntervençãoÂmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
ØØ SensibilizaçãoØØ InformaçãoØØ Participação
ØØ Acesso à informação (casa,rua, interfaces, meio detransporte)
ØØ Qualidade e actualização dainformação produzida
ØØ Comunicaçãoempresas/clientes
ØØ Integração/compatibilização/ conciliação de objectivos –operadores/utentesefectivos/ potenciais
ØØ Facilidade de obter informaçõesØØ Custo para obter informaçãoØØ Grau de regeneração da informaçãoØØ Tempo máximo de resposta a
reclamações e sugestõesØØ Adesão às associações de utentesØØ Integração das sugestões /
reclamaçõesØØ Grau de cobertura e informação ao
público via InternetØØ Densidade dos postos de venda e
informação ao público
ØØ Novas modalidades deinformação (interactiva),tal como páginas naInternet, quiosquesinformáticos, “mobilityshops” (*), etc.
ØØ Sistemas de apoio àexploração e informaçãoao publico em tempo real;
ØØ Fomento da participaçãodos utentes e cidadãos
(*) “Mobility Shop”, em locais estrategicamente localizados e com concepção mediática e integrando diferentes funções, tais como:
• Informação - oferece uma gama de serviços úteis ao utente/cliente de transportes (colectivos e individuais / públicos e privados motorizados/não motorizados) –tal como “plano de viagem” (informação sobre horários e tarifas, correspondências, serviços especiais), etc.
• Serviços - venda de títulos de transporte, disponibilização de horários, folhetos, plantas, agenciamento (rent a car, car sharing, car pooling) etc.• Alternativas – permite informar sobre alternativas – tal como bicicletas, , car sharing, rent-a-car• Fórum – permite informar sobre outras actividades relacionadas – tal como poluição, ruído, veículos de tecnologias alternativas, novos projectos.• Aconselhamento sobre “Gestão de Mobilidade” (“Mobility Management”) - servirá ainda como centro de apoio e consulta para o “Mobility Management”, o
estabelecimento de planos de deslocações para empresas (“green commuter plans”)• Debate - ainda poderá funcionar como espaço / plataforma para outras iniciativas – tal como para grupos de utentes, grupos de acção, mobility managers,
organizações de car sharing.
Ø Necessita da criação de uma plataforma informática intermodal e de protocolos de actualização e acessos diversificados (pessoal / hotline / Fax / E-Mail);Ø Mobility Shop poderá integrar centros de informação de Turismo.
De certa maneira, a Loja da Mobilidade corresponde a trazer para “a rua“ o que se faz na internet com as “home pages“, criando um interface directo entre entidades /operadores e os cidadãos / utentes / ONG’s..
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 25
E – Sustentabilidade Ambiental e Energética
As fortes relações de dependência entre ordenamento do território e transportes
recomendam que se proceda à avaliação e quantificação, em termos energéticos e
ambientais, das opções urbanísticas e de transportes, permitindo simultaneamente
racionalizar o binómio custo / tempo de deslocação.
Por outro lado, as opções modais, conscientes ou induzidas, e os resultantes
padrões de deslocações de pessoas e bens, reflectem as políticas urbanísticas e
determinam o grau de sustentabilidade ambiental e energética do sistema.
Conscientes das limitações energéticas e dos impactos ambientais e da
necessidade de garantir parâmetros de sustentabilidade 4, aconselha-se a
adopção de medidas que permitam orientar a mobilidade individual e colectiva, de
acordo com objectivos estratégicos.
Neste contexto de estratégias de sustentabilidade ambiental e energética, impõe-se
a introdução de um conjunto de medidas e incentivos à utilização do
transporte público, andar a pé, bicicleta e outros modos complementares e
alternativos, por forma a aumentar a eficiência ambiental e energética do
sistema e a qualidade de vida das populações.
4 Vide Normas Europeias sobre a qualidade do ar e emissões e consumos específicos
Linhas de Orientação M/T 2000
26 C.2 DGTT/DTL
E – SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E ENERGÉTICA
Áreas de
intervençãoÂmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Eficiência nagestão dosrecursos
ØØ tecnologia decombustível
ØØ tecnologia de veículosØØ comportamento do
condutor / utilizador
ØØ Normas europeias sobrequalidade do ar e emissões
ØØ Consumos específicosØØ Grau de utilização de
incentivosØØ % de veículos com propulsão
alternativaØØ Eficiência energética na
condução
ØØ Introdução de “veículos amigos doambiente” - tecnologia de propulsão(veículos híbridos, eléctricos, a gás oucom pilha de combustível)
ØØ Auditorias energéticasØØ Incentivos e desincentivos “mix”
entre incentivos e medidas coercivasØØ imposto ambientalØØ Formação de condutoresØØ Eficiência energética dos veículos (
tecnologia e características versuspercursos)
Moderação douso do
automóvel
ØØ Substituição dedeslocaçõesmotorizadas emviagens curtas
ØØ Utilização adequada /alternativa doautomóvel
ØØ km de uso da viatura / anoØØ % de tráfego de passagem,
em bairros, subzonasØØ % de zonas com velocidade
max. de 30 km/hØØ % de bairros com regime de
“wohnerf”5
ØØ calibragem de tráfegoØØ taxas, “road pricing”, taxação do
estacionamentoØØ limitações geográficas e/ou temporaisØØ incentivos
5 Conjunto de restrições à circulação (de veículos e peões) num determinado bairro.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 27
F – Enquadramento Institucional e Legal
O quadro institucional e legal, incluindo a adopção das directivas comunitárias
relativas à contratualização e financiamento dos transportes, entre outras, deve ter
por base uma perspectiva abrangente e estratégica do sistema (autoridade central
/ autoridades locais / operadores / passageiro / sustentabilidade energética e ambiental
do sistema).
A ausência de uma tal visão conduzirá a modelos de gestão menos favoráveis que
poderão resultar em efeitos menos vantajosos para os utentes, e produzir reflexos na
opção modal e nos impactos energéticos e ambientais.
Neste sentido haverá que consolidar a colaboração e convergência de interesses
entre todos os actores intervenientes com o objectivo de adequar e modernizar
a exploração, melhorar a qualidade do serviço e o controlo dos respectivos
parâmetros (“benchmarking”).
Por isto, impõem-se dois vectores de actuação:
♦ a modernização/actualização do sistema legal (regulamentação da Lei de
Bases dos Transportes, anulação do RTA e criação de uma legislação geral e
específica para as áreas metropolitanas), abrangendo, designadamente a
contratação de transportes (por redes ou tipo de serviço), criação de incentivos,
financiamento dos transportes, etc.)
♦ a criação de estruturas autónomas de coordenação nas áreas
metropolitanas, com forte componente técnica, que deverão garantir, de acordo
com um planeamento estratégico, o alcance dos objectivos enunciados e o
cumprimento dos parâmetros de mobilidade definidos.
A(s) estrutura(s) a criar - autoridade / comissão coordenadora dos transportes -
terá que planear, coordenar e desenvolver a gestão dos diferentes modos de uma
forma integrada e racional, concretizando as principais linhas de actuação:
q Planeamento estratégico do sistema de transportes, incluindo a definição de:
♦ redes, modos, tarifário, informação ao público, infra-estruturas de apoio etc;
Linhas de Orientação M/T 2000
28 C.2 DGTT/DTL
♦ áreas de intensidade de utilização dos diferentes modos de acordo com quadros
de referência de impacto ambiental (monitorizados);
♦ níveis de serviço e de qualidade em cada um dos modos;
q Definição de objectivos e níveis de serviço e de qualidade, a cumprir pelos
operadores, estabelecendo para tal plataformas contratuais;
q Monitorização, dentro dos parâmetros contratuais estabelecidos, com cada um dos
operadores, da eficiência produtiva e da qualidade oferecida, cabendo aos últimos a
gestão coordenação da exploração;
q Atribuição, controlo e propostas de rectificação dos modelos de atribuição dos
recursos financeiros necessários à estimulação da mobilidade e da conexão entre
os diferentes modos e operadores;
q Definição de sistemas e das políticas tarifárias;
q Clarificação do seu papel face à adopção de medidas relativas a gestão da rede
viária. Enquadramento da responsabilidade dos municípios ou do estado, perante
opções neste domínio, condicionantes da estrutura da mobilidade e susceptíveis de
subverter a lógica e o equilíbrio funcional dos transportes;
q A avaliação do sistema através nomeadamente de “Benchmarking” e de análises
várias designadamente de custos de exploração, custos de congestionamento, etc.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 29
F – ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E LEGAL
Áreas de
IntervençãoÂmbito Indicadores Medidas / Exemplos Observações
Quadroinstitucional e
legal
ØØ Planeamentoestratégico
ØØ Atribuição regulação egestão das concessões
ØØ Financiamento dosistema
ØØ Monitorização/avaliação
ØØ Numero de concessõesoutorgadas em rede
ØØ Rendibilidade dasconcessões
ØØ % de serviços públicos(com indemnizaçõescompensatórias)
ØØ grau de conhecimentopúblico, do sistema detransportes (eficácia dosistema de informação)
ØØ modernização do sistema legal(regulamentação da Lei de Bases dosTransportes, anulação do RTA / criaçãode nova legislação sobre: contrataçãode transportes, criação de incentivos,financiamento dos transportes, etc.)
ØØ órgão normativo (definição deindicadores, parâmetros, regras derelacionamento entre entidades, etc.)
ØØ órgão autónomo, coordenador /concedente de transportes
ØØ cooperação entre operadores(Associação complementar deempresas, “code sharing”)
ØØ vide “ISOTOPE”
Linhas de Orientação M/T 2000
30 C.2 DGTT/DTL
G – Monitorização / Avaliação
O planeamento dos diferentes sub-sistemas de transportes e a respectiva optimização,
assentam na capacidade de prever os níveis de oferta mais adequados à procura actual e
futura.
É essencial dispor de modelos de previsão e de modelação, que suportados em
bases de dados gerais e actualizadas (parâmetros urbanísticos, demográficos e sócio
– económicos; inquéritos, recenseamentos, estatísticas, estudos económicos, programas
de investimentos; horários, tipos de veículos, tarifário etc .), regulem e adaptem o
sistema de transportes às tendências de evolução da mobilidade na região.
A selecção de conjunto de indicadores de monitorização da evolução e da prestação do
sistema, é essencial para garantir a qualidade do serviço e a sua adequação, permitindo
simultaneamente dar continuidade ao processo de planeamento através do
robustecimento e da calibração dos respectivos modelos previsionais.
M/T 2000 Linhas de Orientação
DGTT/DTL C.2 31
G – MONITORIZAÇÃO / AVALIAÇÃO
Áreas de
intervençãoÂmbito Indicadores (*) Medidas / Exemplos Observações
Monitorizaçãoe Avaliação
ØØ Análise de investimentos
ØØ Análise de custos deexploração
ØØ Análise de custo decongestionamento
ØØ “benchmarking”
ØØ Coeficientes Custo /Benefício, TIR, etc.
ØØ Custo por passageiro x kmou lugar x km,
ØØ taxas de rentabilidade
ØØ velocidade comercial dos TP
ØØ Observatórios
ØØ “Carta do utente” (**)
ØØ Inquéritos independentes
ØØ Controlo e avaliação de resultados
ØØ Sistema de retro-acções
ØØ Incentivos fiscais
Vide projectos:
Ø “QUATTRO”
Ø “BENCHMARKING”
(*) O observatório de transportes deverá integrar uma grande parte dos indicadores referidos nas outras áreas de intervenção (vide quadros B a F)
(**) com periodicidade anual, onde as empresas se comprometem, perante o utente, com parâmetros explícitos relativo aos níveis e a qualidade dos
serviços; no ano seguinte, o cumprimento destas compromissos são apresentados
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL
ANEXOS
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL
AANNEEXXOOSS
AA..00 –– DDEEFFIINNIIÇÇÃÃOO DDAASS UUNNIIDDAADDEESS TTEERRRRIITTOORRIIAAIISS
Definição de Coroas
BB..22 –– OO SSIISSTTEEMMAA DDEE TTRRAANNSSPPOORRTTEESS NNAA CCIIDDAADDEE DDEE LLIISSBBOOAA
1. Sistema Tarifário dos Táxis na AML
2. Evolução da Rede do Metropolitano de Lisboa
BB..33 –– OO SSIISSTTEEMMAA DDEE TTRRAANNSSPPOORRTTEESS RREEGGIIOONNAALL
Investimentos Realizados no Caminho de Ferro por Linha
CCOONNTTRRIIBBUUTTOOSS DDAA DDGGTTTT//DDTTLL EENNVVIIAADDOOSS ÀÀ CCCCRRLLVVTT PPAARRAA AA
EELLAABBOORRAAÇÇÃÃOO DDOO PPRROOTTAAMMLL
1. Normas Orientadoras (Sector dos Transportes)
2. Parâmetros de Avaliação/Monitorização
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL A.0
AANNEEXXOO AA 00
DDEEFF IINNIIÇÇÃÃOO DDAASS UU NNIIDDAADD EESS
TTEERRRRIITTOORRIIAAIISS
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL A.0 1
1. DEFINIÇÃO DE COROAS
Concelho FreguesiaMadalenaMártiresSacramentoSanta JustaSão NicolauSocorroAnjosCasteloCoração de JesusEncarnaçãoGraçaMercêsPenaSanta CatarinaSanta EngráciaSantiagoSanto EstevãoSão Cristóvão e São LourençoSão JoséSão MamedeSão MiguelSão PauloSão Vicente de ForaSéAlto do PinaBeatoCampolideLapaNossa Senhora de FátimaPenha de FrançaPrazeresSanta IsabelSanto CondestávelSantos-o-VelhoSão JoãoSão João de DeusSão Jorge de ArroiosSão Sebastião da PedreiraAlvaladeMarvilaSanta Maria dos OlivaisSão João de BritoAmeixoeiraCampo GrandeCharnecaLumiarBenficaCarnideSão Domingos de BenficaAjudaAlcântaraSanta Maria de BelémSão Francisco Xavier
C Lisboa
D1
LisboaD2
D3
D
D4 Lisboa
Coroas
A Lisboa
B Lisboa
Anexos M/T 2000
2 A.0 DGTT/DTL
Coroas Concelho FreguesiaAlmadaCacilhasCaparicaCharneca de CaparicaCosta da CaparicaCova da PiedadeFeijóLaranjeiroPragalSobredaTrafariaAlfornelosAlfragideBrandoaBuracaDamaiaFalagueiraMinaReboleiraSão BrásVenda NovaVenteiraAlto do SeixalinhoBarreiroCoinaLavradioPalhaisSanto AndréSanto António da CharnecaVerderenaCarcavelosParedeSão Domingos de RanaApelaçãoBobadelaCamarateFrielasLouresLousaMoscavidePortelaPrior VelhoSacavémSanta Iria de AzóiaSanto Antão do TojalSanto António dos CavaleirosSão João da TalhaSão Julião do TojalUnhos
E
Loures
Almada
Amadora
Barreiro
Cascais
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL A.0 3
Coroas Concelho FreguesiaAlhos VedrosBaixa da BanheiraGaio-RosárioVale da AmoreiraCaneçasFamõesOdivelas (Lumiar e Carnide)Olival BastoPontinhaPóvoa de Santo AdriãoRamadaAlgésBarcarenaCarnaxideCruz Quebrada-DafundoLinda-a-VelhaOeiras e São Julião da BarraPaço de ArcosPorto SalvoQueijasAldeia de Paio PiresAmoraArrentelaCorroiosFernão FerroSeixalAgualva-CacémBelasCasal de CambraMassamáMonte AbraãoQueluzForte da CasaPóvoa de Santa IriaVialonga
Seixal
Sintra
V.Franca de Xira
Moita
Odivelas
Oeiras
E
Anexos M/T 2000
4 A.0 DGTT/DTL
Coroa Concelho FreguesiaAlcocheteSamoucoSão FranciscoAlcoentreAveiras de BaixoAveiras de CimaAzambujaMaçussaManique do IntendenteVale do ParaísoVila Nova da RainhaVila Nova de São PedroAlcabidecheCascaisEstorilBucelasFanhõesAzueiraCarvoeiraCheleirosEncarnaçãoEnxara do BispoEriceiraGradilIgreja NovaMafraMalveiraMilharadoSanto Estêvão das GalésSanto IsidoroSão Miguel de AlcainçaSobral da AbelheiraVenda do PinheiroVila Franca do RosárioMoitaSarilhos PequenosAfonsoeiroAlto-Estanqueiro-JardiaAtalaiaCanhaMontijoPegõesSanto Isidro de PegõesSarilhos Grandes
F
Montijo
Loures
Mafra
Moita
Alcochete
Azambuja
Cascais
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL A.0 5
Coroa Concelho FreguesiaMaratecaPalmelaPinhal NovoPoceirãoQuinta do AnjoSesimbra (Castelo)Sesimbra (Santiago)Gâmbia-Pontes-Alto da GuerraQuinta do CondeSadoSão LourençoSão SimãoSetúbal (Nossa Senhora da Anunciada)Setúbal (Santa Maria da Graça)Setúbal (São Julião)Setúbal (São Sebastião)Algueirão-Mem MartinsAlmargem do BispoColaresMontelavarPero PinheiroRio de MouroSão João das LampasSintra (Santa Maria e São Miguel)Sintra (São Martinho)Sintra (São Pedro de Penaferrim)TerrugemAlhandraAlverca do RibatejoCachoeirasCalhandrizCastanheira do RibatejoSão João dos MontesSobralinhoVila Franca de Xira
F
Palmela
Sesimbra
Setúbal
Sintra
Vila Franca de Xira
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL B.2 1
1. O SERVIÇO DE TAXIS
O decreto de lei nº251/ 981 considera:
Táxi – veículo ligeiro de passageiros afecto ao transporte público,
equipado com aparelho de medição de tempo e distância;
Transporte em táxi – o transporte efectuado por meio de veículo a que
se refere em a) ao serviço de uma entidade
Transportador em táxi: a empresa habilitada com alvará para o
exercício da actividade de transporte de táxi.
Neste decreto lei, encontra-se igualmente previsto serviço de táxi para pessoas
com mobilidade reduzida, desde que devidamente adaptados, veículos turísticos e
isentos de distintivos.
Sistema Tarifário dos Táxis na AML
Em termos urbanos aplicam-se os seguintes tarifários:
Tarifa Urbana – composta por bandeirada, fracção e tempo de espera,
aplicada somente no interior das localidades onde esteja autorizado o
serviço de táxi;
Tarifa Especial Urbana – de características semelhantes à anterior,
aplicando-se apenas entre as 22 horas de um dia e as 6 horas do dia
seguinte e aos Sábados, Domingos e Feriados;
Tarifa ao Km com Retorno em Vazio – aplica-se em função da distância
percorrida, multiplicada por dois, dado o retorno ser feito em vazio;
Tarifa especial ao Km com Retorno em Vazio – tarifa de
características idênticas à anterior, aplicada entre as 22 horas de um dia e
1 Diário da República nº 184 de 11/ 8/98, Série A
Anexos M/T 2000
2 B.2 DGTT/DTL
as 6 horas do dia seguinte e aos Sábados, Domingos e feriados durante as
24 horas;
Tarifa ao Km – aplica-se em função da distância percorrida quando o
utente regressa à localidade de inicio do serviço;
Tarifa Especial ao Km – tarifa de características idênticas à anterior,
aplicada entre as 22 horas de um dia e as 6 horas do dia seguinte e aos
Sábados, Domingos e feriados durante as 24 horas;
Tarifa à hora – aplica-se em função do tempo de utilização do veículo.
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL B.2 3
2. EVOLUÇÃO DA REDE DO METROPOLITANO DE LISBOA
Rede do metropolitano entre 1959/63 Rede do metropolitano em 1972
Rede do metropolitano entre 1988/93 Rede do metropolitano entre 1993/95
Rede do metropolitano em 1997 Rede do metropolitano em 1998
Anexos M/T 2000
4 B.2 DGTT/DTL
M/T 2000 Anexos
DGTT/ DTL B.3 1
1. INVESTIMENTOS REALIZADOS NO CAMINHO DE FERRO POR LINHA
Investimentos Realizados na década 90
Na última década, realizaram-se importantes investimentos na modernização das
linhas e das respectivas infraestruturas que compõem a rede ferroviária da AML,
tendo por objectivo a melhoria da qualidade do serviço.
Eixo Norte – Sul
Inaugurado em Julho de 1999 esta ligação ferroviária entre Lisboa e a margem
sul, assume-se como elemento de reforço do sistema de transportes da Península
de Setúbal. Construída com investimento público em infra-estruturas de longa
duração – vias, estações e interfaces rodo ferroviárias, sistema de sinalização e
telecomunicações, é explorada por um operador ferroviário privado.
Linha de Sintra
A par da linha de Cascais, trata-se da linha suburbana de maior procura e onde a
falta de condições de circulação e a inadequação da oferta à procura levou a CP a
incrementar um programa de modernização, no inicio da década de 90, por forma
a melhorar o serviço prestado.
O quadro 1 sintetiza as principais acções de modernização implementadas.
Anexos M/T 2000
2 B.3 DGTT/DTL
Quadro 1 – Investimentos realizados na linha de Sintra- década 90
Quadruplicação da via até ao Carenque (em curso entre a Amadora e Carenque),
Alteamento dos cais de passageiros para viabilizar a exploração com novos comboios;
Implementação de um novo sistema de sinalização e comando centralizado de tráfego em Campolide;
Construção do parque de material circulante no Algueirão;
Introdução de 56 unidades quádruplas eléctricas;Construção de novas estações:Queluz/ Massamá, Stª Cruz/Damaia, Reboleira (a concluir no início de 2000) eQueluz/Belas (a concluir em 2002);
Remodelação das estações e apeadeiros de Benfica, Amadora, Portela de Sintra e Sintra;
Construção das interfaces rodo-ferroviárias de Stª Cruz/Damaia, Reboleira e Portelade Sintra (a concluir no iníciode 2000), Queluz/Massamá (só em funcionamento o terminal de transporte público rodoviário);
Linhas Principais intervenções na década de 90
Sintra
Fonte: Refer e USGL/CP, 1999
Linha de Cascais
A estratégia adoptada para esta linha tem passado pela remodelação e
construção de novas estações e aquisição de novos veículos para renovação do
parque de material circulante, visando aumentar a capacidade de oferta com a
entrada em circulação de composições constituídas por unidades múltiplas de dez
veículos em vez dos sete actuais (Quadro 2).
Quadro 2 –Investimentos realizados na linha de Cascais- déc.90
Construção do viaduto de Paço de Arcos e de uma passagem inferior emCarcavelos e supressão das respectivas passagens de nível;
Construção de novas subestações de tracção eléctrica em Belém, Cruz Quebrada, Carcavelos e S.Pedro do Estoril;Remodelação das estações de Carcavelos, Parede e Cais Sodré;Construção da interface rodo-ferroviárias de Carcavelos
Linhas Principais intervenções na década de 90
Cascais
Fonte: Refer, 1999
M/T 2000 Anexos
DGTT/ DTL B.3 3
Linha do Oeste
Por se tratar de uma linha de fraca procura foi das que menos beneficiou em
termos de modernização. Contudo, nos finais da década de 90 iniciaram-se
algumas obras de beneficiação e modernização e das quais se destacam a
duplicação da via (quadro 3).
Quadro 3–investimentos realizados na linha do Oeste - déc.90
Duplicação da linha entre Cacém e Meleças/Mira Sintra;
Construção da passagem superior rodoviária de Meleças que viabilizará oencerramento da passagem de nível (obra em fase de conclusão);
Construção da nova estação das Mercês
Linhas Principais intervenções na década de 90
Oeste
Fonte: Refer, 1999
Linha do Norte (Azambuja)
Durante diversos anos esta linha não foi alvo de qualquer tipo de intervenção,
contudo, com a realização do evento da Expo 98 impulsionou a modernização
particularmente no troço entre Alverca e Entre Campos (quadro 4).
Quadro 4–Investimentos realizados na Linha do Norte- déc.90Linhas
Introdução ao serviço de 6 unidades quadruplas eléctricasNorte
Criação da Gare do Oriente - interface intermodal
Construção de novas estações em Alverca, Póvoa de Stª Iria e Bobadela
Principais Intervenções na década de 90
Remodelação das estações de Sacavém e Azambuja (provisória)
Quadruplicação da via até AlvercaAlteamento dos cais de passageiros
Implementação de novo sistema de sinalização e telecomunicações
Fonte: Refer e USGL/CP, 1999
Anexos M/T 2000
4 B.3 DGTT/DTL
Linha do Sul (Praias do Sado)
Esta linha só no final da década é que começou a ser intervencionada. Trata-se
de uma das linhas de menor peso no transporte suburbano de passageiros onde,
manifestamente, o serviço oferecido não responde à necessidade das deslocações
pendulares de carácter suburbano. As obras em curso permitirão que venha a
assumir um papel de maior relevância no sistema de transportes na margem sul.
Linha de Cintura
A linha de Cintura teve tradicionalmente um papel marginal na oferta de
transporte ferroviário na AML. Recentemente passou a assumir um papel
fundamental, no conjunto do sistema e na exploração da rede e serviços
ferroviários, assegurando a conexão das linhas radiais de Sintra, Azambuja e do
eixo ferroviário Norte/Sul. Foi alvo nos últimos anos de significativas obras de
remodelação (Quadro 5).
Quadro 5 –Investimentos realizados na Linha de Cintura - déc.90
Quaduplicação da via entre Entrecampos e BenficaConstrução da nova estação de Campolide
Remodelação das estações do Rossio, Entre Campos e Areeiro
Linhas Principais intervenções na década de 90
Cintura
Fonte: Refer, 1999
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL
AANNEEXXOO
CCOONNTTRRIIBB UUTTOOSS DDAA DDGGTTTT //DDTTLL EENNVVIIAADDOOSS
ÀÀ CCCCRRLLVVTT PPAARRAA AA EELLAABB OORR AAÇÇÃÃ OO DD OO
PPRROOTTAAMM LL
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL 1
I. NORMAS ORIENTADORAS (SECTOR DOS TRANSPORTES)
1. INFRA-ESTRUTURAS METROPOLITANAS DE TRANSPORTES
1.1. Rede Principal
a) A “Rede principal de Infra-estruturas metropolitanas de Transportes” é
definida por um conjunto de intervenções inscritas em Programas e Projectos
Sectoriais aprovados e por Projectos consagrados no Modelo Territorial do
PROTAML.
I. Planos Sectoriais aprovados, no caso o Plano Rodoviário Nacional 2000 (
Dec. Lei n.º 222/98 e Lei n.º98/99);
II. Plano de realizações/investimentos, integrados no Programa da
Intervenção Operacional de Transportes;
b) A “Rede principal de Infra-estruturas metropolitanas de transportes”
tem em consideração e como referência outros Planos/Estudos em
desenvolvimento, designadamente:
I. Rede Nacional de Logística (definição em curso);
II. Acessos aos Portos de Lisboa e Setúbal – APL;
III. Expansão portuária de Lisboa e Setúbal;
IV. Realizações de Infra-estruturas Ferroviárias –REFER;
V. Expansões da Rede de Metropolitano de Lisboa;
VI. Rede do Metropolitano a Sul do Tejo.
c) As alterações aos Planos e Projectos referidos na alínea a) far-se-ão em
conformidade com o PROTAML e em coordenação com as entidades gestoras do
ordenamento do território e dos transportes.
d) O desenvolvimento da “Rede principal de Infra-estruturas metropolitanas de
Transportes” far-se-á com base num “Esquema Director “que articule os
Anexos M/T 2000
2 DGTT/DTL
diversos planos/estudos e projectos sectoriais para o sistema de transportes de
passageiros e de mercadorias e num Programa de Execução.
e) O “Esquema Director “e o respectivo Programa de Execução deverão ser
monitorizados e sofrer as adaptações necessárias por forma a melhor
responder, em cada momento, ao modelo territorial do PROTAML e garantir um
equilibrado desenvolvimento do sistema de transportes metropolitano.
1.2. Projectos Estruturantes
a) À Administração Central caberá definir o sistema de acessos rodo e
ferroviários associados ao Novo Aeroporto Internacional.
b) À Administração Central caberá promover os estudos necessários à
implementação das novas travessias ferro e rodoviárias do Tejo.
c) À Administração Central caberá, em articulação com as Câmaras Municipais,
promover os projectos e estudos para a implementação das plataformas
logísticas de acordo com o Plano da Rede Nacional de Logística, em fase de
execução, e com o modelo territorial do PROTAML.
Prioritariamente desenvolverá, em coordenação com as entidades gestoras do
ordenamento do território e municípios respectivos, as seguintes acções
§ Centro de Transporte de Mercadorias na AML – Norte, de apoio ao
transporte rodoviário com funções de distribuição;
§ Reordenamento e infraestruturação de áreas logísticas (Alverca –
Bobadela, Carregado – Azambuja e Coina – Palmela);
§ Centro de Carga Aérea de Lisboa – Plataforma intermodal rodo –
ferroviária.
d) Sempre que necessário os municípios abrangidos promoverão, com o apoio da
Administração Central, a revisão dos respectivos PDM por forma a integrarem
estes Projectos Estruturantes e o respectivo sistema de acessos rodo e
ferroviário.
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL 3
1.3. Planos de Mobilidade / Deslocações Urbanas
a) À Administração Central caberá, em articulação com as Câmaras Municipais,
desenvolver o planeamento integrado das condições de mobilidade e
acessibilidade, por unidades territoriais (sectores e conjuntos de sectores),
através da elaboração de “Planos de Mobilidade / Deslocações Urbanas”
à escala sub-regional.
1.4. Interfaces
a) A definição de uma “Rede de Interfaces” – passageiros e mercadorias -
metropolitanos, respectiva hierarquia, objectivos e prioridades de
ordenamento, será fixada no “Esquema Director das Infra-estruturas
metropolitanas de transportes”, referido em 1.1. d).
b) A criação de novas interfaces/pontos de transferência modal, não previstas no
referido “Esquema Director” ou alterações às interfaces existentes, deverá ser
analisada pelos órgãos centrais e locais.
c) Aos municípios caberá integrar estas orientações nos respectivos PMOT e
promover a elaboração de “Planos/Projectos de Ordenamento das
Interfaces e respectivas acessibilidades”.
d) À Administração Central caberá coordenar a elaboração do conceito de
ordenamento e acompanhar a execução dos Planos/Projectos referidos em c).
e) Na concepção e ordenamento das interfaces deverão ser atendidos os
seguintes aspectos:
§ acessibilidades - autocarro/carro; bicicleta/duas rodas; a pé-
§ tempo, distância, condições de conforto e segurança no transbordo;
§ localização de funções centrais
§ compatibilização de usos e funções centrais com a função transporte
Anexos M/T 2000
4 DGTT/DTL
1.5. Autoridade Metropolitana de Transportes na AML
O Planeamento e Gestão do Sistema de Transportes deverá ser realizado por uma
Autoridade Metropolitana de Transportes (AMT) / Comissão Metropolitana de
Transportes (CMT).
a) A Autoridade Metropolitana de Transportes deverá, designadamente:
I. coordenar a elaboração do “Esquema Director das Infra-estruturas
metropolitanas de transportes”, referido em 1.1. d);
II. promover em articulação com os Municípios a elaboração dos “Planos de
Mobilidade / Deslocações Urbanas” referidos em 2.a);
III. acompanhar a elaboração dos “Planos/Projectos de Ordenamento
das Interfaces e respectivos acessos”, referidos em 2.1 c).
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL 5
NORMAS DE ORDENAMENTO E GESTÃO PARA OS PMOT
(Rede Viária e Transportes) a compatibilizar no texto CCRLVT
a) Os PDM estabelecerão uma hierarquia funcional da Rede Viária Municipal,
definindo:
§ A rede viária de articulação sub-regional;
§ A rede viária de ligação entre sectores urbanos;
§ A rede viária de colecta e distribuição no interior dos diferentes sectores
urbanos e de ligação aos equipamentos estruturantes, interfaces e a
serviços e actividades grande geradoras de tráfego.
b) Os PDM delimitarão as áreas de influência das interfaces definidas no
“Esquema Director das Infra-estruturas metropolitanas de Transportes”,
referido em 1.1.d), consagrando no respectivo regulamento os objectivos e
conceitos de ordenamento a adoptar e definindo o respectivo programa de
acção.
Anexos M/T 2000
6 DGTT/DTL
NORMAS GERAIS - ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO, ACESSIBILIDADEE MOBILIDADE
a compatibilizar no texto CCRLVT
Localização de equipamentos estruturantes e grandes
unidades comerciais e de serviços
a) A localização de equipamentos estruturantes e grandes unidades comerciais e
de serviços (grandes polos geradores e atractores de tráfego), dependente de
autorizações dos municípios e da administração central, deverá basear-se na
criação de boas condições de acessibilidade em transporte público.
À AMT caberá promover em parceria com os municípios metropolitanos a
elaboração das normas de enquadramento da acção das administrações local
e central, neste domínio.
NOTA: Não se aborda a questão de fundo relacionada com a forma de crescimento
urbano – descontínuo, disperso, em extensão – na origem da “inevitabilidade “ de
muitas das deslocações em TI, porque este assunto já é tratado no documento da
CCRLVT, em vários pontos.
Serviço de transportes públicos rodoviários nas áreas
urbanas centrais e novas expansões.
a) As velocidades de circulação dos transportes públicos rodoviários nas áreas
centrais dos núcleos urbanos metropolitanos têm vindo progressivamente a
degradar-se com o aumento do tráfego automóvel.
À AMT caberá promover em parceria com os municípios metropolitanos a
avaliação do quadro de medidas e programas de apoio à intervenção das
Câmaras Municipais neste domínio.
b) A configuração e o desenho urbanos das novas áreas de expansão em
território metropolitano, limitam por vezes uma boa operação do serviço
público de transporte rodoviário.
À AMT caberá promover em parceria com os municípios metropolitanos e
operadores de transporte, a avaliação das medidas necessárias à prevenção
deste tipo de situações.
M/T 2000 Anexos
DGTT/DTL 1
II. PARÃMETROS DE AVALIAÇÃO/MONITORIZAÇÃO
Os indicadores globais de monitorização da mobilidade e sistema de transportes,
que a seguir se apresentam, baseiam-se nos resultados finais do projecto piloto
“Citizens Network Benchmarking Inicitiative“ (vd nota da página seguinte)
constituindo , neste contexto, uma amostra suficientemente ampla e estável.
INDICADORES GLOBAIS DE BENCHMARKING
DESCRIÇÃO TIPO
Peso das viagens feitas em transporte público /transporte individual / a pé UTILIZAÇÃO
Taxa média de crescimento anual da utilização do transporte público “
Taxa de motorização ( n.ºde automóveis /1000hab) “
Densidade de paragens/ interfaces de transporte público AVALIAÇÃO
Densidade da rede de transportes públicos “
Densidade dos postos de venda e de informação ao público “
Percentagem dos veículos de piso rebaixado “
Número de Licenças de Táxi “
Extensão da rede pedonal “
Extensão da rede de bicicletas “
Percentagem da extensão das redes à superfície, em sítio próprio PRIORIDADE
Número de intersecções semaforizadas com fases de prioridade ao transporte
público“
Velocidade comercial média, nos períodos de ponta, das redes de superfície “
Investimento anual na informação ao público INFORMAÇÃO
Grau de cobertura e de actualização da Informação ao público via Internet “
Possibilidade de transbordo modais com a utilização de um só bilhete simples ATRACTIVIDADE
Anexos M/T 2000
2 DGTT/DTL
NOTA
O Projecto Piloto “Benchmarking of Local Passenger Transport Systems” foi
lançado em Julho de 1998 pela Comissão Europeia (DGVII)
Esta iniciativa tal como, nomeadamente, a de projectos de investigação como o
Isotope, Quattro e Optima, é avançada pela Comissão Europeia na sequência do
Livro Verde da Rede de Cidadãos1, enquadrando-se na perspectiva de adaptação
das redes de transportes locais, por forma a melhor corresponderem às
expectativas dos cidadãos, e, assim sendo, a encorajarem a modificação dos
hábitos de mobilidade e a utilização dos chamados “Métodos Sustentáveis”, i.é.
transporte público, bicicleta, andar a pé, car-sharing.
O conceito do projecto prende-se com a exploração da questão da
mobilidade, numa perspectiva multimodal.
Esta abordagem global e sistémica, debruça-se sobre a performance da rede de
mobilidade ao nível de uma cidade, região metropolitana. Desta forma, procura
dirigir-se à actividade de gestão da área, do ponto de vista da adequação das redes
de mobilidade às suas necessidades/capacidades, habitantes, actividades e
visitantes exteriores.
Portugal apresentou através da DGTT/DTL uma candidatura do Sistema
Integrado de Transportes da Região de Lisboa, em Abril de 1998,
apresentando uma “equipa” constituída também pela Câmara Municipal,
Metropolitano de Lisboa, Carris e Rodoviária de Lisboa .
Lisboa foi seleccionada com mais 14 cidades europeias (de um conjunto de 41
cidades) que apresentaram a sua candidatura.
O Projecto- Piloto de Benchmarking teve a duração de um ano e 3 meses.
1 A Rede dos Cidadãos – “Explorar o potencial do transporte público na Europa”