Missão Técnica ASBRAER Brasil / China

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Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural Missão Técnica Asbraer — Brasil/China 1 REV-CHINA:CHINA 16/07/2012 11:35 Page 1

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Relatório da Missão ABRAER á China, realizada em Fevereiro 2012

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PresidenteJúlio Zoé de Brito — iPA/PE

Vice-PresidenteJefferson Feitoza de carvalho — Emdagro/sE

Diretor da Região Centro-OesteJosé Guilherme Tollstadius leal — Emater/ DF

Diretor da Região NordesteJefferson Feitoza de carvalho — Emdagro/sE

Diretor da Região Nortecleide Maria Amorim de oliveira — Emater/PA

Diretor da Região SudesteMarcelo lana Franco — Emater/MG)

Diretor da Região SulRubens Ernesto niederheitmann — Emater/PR)

sEDEscln 116, Bloco F, Edifício castanheira, sala 218 — Brasília-DF — cEP: 70.773-500Telefone: (61) 3274-3051 | Fax: (61) 3347-7114E-mail: [email protected]: www.asbraer.org.brDiretor executivo: hector carlos leal BarretoCoordenadora Administrativa: Paula AlencarAssessora Administrativa: Mariana MatiasAuxiliar Administrativo: ianne Dutra senaAssistente Administrativo: Jaqueline Ferreira santosAssessoria de Comunicação: Rosane A.GarciaEstagiário da Ascom: André lage

Missão TécnicA AsBRAERBRAsil /chinA

Realização: AsBRAERPatrocínio: Agência Brasileira de cooperaçãoParceria: câmara do comércio e indústria Brasil/chinaApoio: Embaixada do Brasil em Pequim

Publicação da Associação Brasileiradas Entidades Estaduais de AssistênciaTécnica e Extensão Rural (Asbraer)Projeto gráfico, redação e edição: Ascom/AsbraerRevisão: Fernanda Mourão imagens: fotos cedidas pelos integrantes da missãoFotos da capa: centro de Transferência de TecnologiaModerna de XangaiTiragem: 1.000 exemplares

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Técnica e Extensão Rural

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Tecnologia chinesa 4

Entrevista /Presidente da Asbraer 6

centro de pesquisa 8

opinião / Florindo Dalberto 13

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opinião / Jefferson Feitoza 9

22 horas de viagem 5

oportunidades de negócios 10

1,4 bilhão de pessoaspara alimentar 12

imagens da china 2317

opinião / Eronildo Bezerra

16opinião / Jorge luiz Fortes

opinião / José Maria Pimenta

18opinião / hermínio Resende

19opinião / José Aldo dos santos

20opinião / Alberto Broch

22opinião / Edimar Vizolli

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Eles somam 200 milhões de pessoas — oequivalente à população brasileira. Amaioria tem áreas inferiores a 1 hectare eoferta 582 milhões de toneladas de grãospor ano. Como produzir tanto em espaços

tão reduzidos, que bem poderiam ser confundi-dos com o quintal de uma propriedade urbanano Brasil? Conhecer essa realidade da China, omaior país asiático, e compreender as técnicasutilizadas nas pequenas propriedades rurais foium dos objetivos da Missão Técnica Brasil/China,promovida pela Associação Brasileira das Entida-des Estaduais de Assistência Técnica e ExtensãoRural (Asbraer), de 16 a 26 de fevereiro de 2012.

Com uma população superior a 1,3 bilhão depessoas, a China tem um território de 9,6 mi-lhões de quilômetros quadrados. Desse total, 7%— 1,27 milhão de quilômetros quadrados — sãodestinados à agricultura. A área cultivada estáconcentrada principalmente nas planícies e nasregiões de bacias da zona leste do país. Os prin-cipais produtos são arroz, trigo e soja, além dealgodão, cana-de-açúcar, colza e beterraba. Noconjunto da economia chinesa, a agricultura éo setor mais importante.

Diferentemente da agricultura familiar bra-sileira, a maioria das propriedades rurais chine-sas são altamente tecnificadas, o que explica,em boa parte, o elevado índice de produtividadeem áreas tão reduzidas.

No fim da década de 1990, o socialismo foideixado de lado e a China aderiu ao sistema ca-pitalista convencional. O regime de propriedadeestatal foi substituído por um maciço programade privatização e o país ingressou na economiaglobalizada, sendo, em 2001, aceito na Organi-zação Mundial do Comércio. Hoje, 70% das ati-vidades econômicas da China são privadas e atendência é de crescimento desse percentual.

No cenário mundial, a China se coloca como umdos grandes parceiros econômicos do Brasil. Em2011, o superavit comercial para o Brasil chegou aR$ 11,5 bilhões. Nessa relação, as propostas de coo-peração entre os dois países se tornam elemento-chave para o meio rural brasileiro ampliar a sua ca-pacidade de produção e de comercialização. principal é a troca de conhecimentos e aproximaçãodos dois países no setor agropecuário.

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PARTE AnTiGA DE XAnGAi: a cidade superaPequim, a capital chinesa, no mundo dos negócios

O desenvolvimentoda agricultura

chinesa começouapós a reforma ruralem 1978. A mudança

garantiu aoscamponeses liberou

e desenvolveu a forçaprodutiva rural,

incentivou o rápidocrescimento da

produção dealimentos e otimizoua estrutura agrícola.

Hoje, a China ocupa oprimeiro lugar na

produção de grãos,semente de colza,

algodão, tabaco,carne, ovos, produtosaquáticos e vegetais.

Tecnologia chinesa elevaprodutividade da agricultura

Missão Técnica Asbraer - Brasil/China

A ideia de promover uma missão técnica à China foitrabalhada e amadurecida ao longo de 2011 pela dire-ção da ASBRAER. Em novembro, durante a AssembleiaGeral da entidade, a proposta foi colocada para os di-rigentes das entidades estaduais de ATER e ganhou aadesão da maioria dos participantes, empolgados coma possibilidade de conhecer de perto métodos e tec-nologias diferenciadas aplicadas à produção agrope-cuária no país mais populoso do planeta.

No processo de organização da missão, a ASBRAERcontou com o apoio da Agência Brasileira de Coopera-ção (ABC), do Ministério de Relações Exteriores e, prin-cipalmente, com a equipe brasileira do escritório daCâmara de Comércio e Indústria Brasil-China.

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DElEGAção BRAsilEiRA EM PEquiM: Júlio Zoé de Brito (Asbrar e iPA), Jefferson Feitoza de carvalho (Emdagro/sE e AsBRAER), EdimarVizolli (idam/AM), Eronildo Braga Bezerra (AM), Tanara lauschner (AM), sônia sena Alfaia (AM), Antônio hermínio Bezerra deResende (cE), José Maria Pimenta (Emater-cE), Alberto Ercílio Broch (contag), Jorge luís de oliveira Fortes (Agerpe/MA),Florindo Dalberto (iPA/PE), José Aldo dos santos (PE), hector carlos Barreto leal (Asbraer) e Mariana Matias (AsBRAER)

22 horas de viagemDe Guarulhos a Dubai, rumo a Xangai

Os 14 integrantes da Missão Técnica Bra-sil/China partiram do Aeroporto de Gua-rulhos, em 16 de fevereiro, com destinoa Dubai, a cidade mais populosa dosEmirados Árabes Unidos (EAU), na costa

sul do Golfo Pérsico na Península Arábica, na Ásia.Foram 14 horas de voo. O grupo pernoitou em Dubaie, na manhã seguinte, enfrentou mais oito horas deviagem aérea até Xangai, a maior cidade da China.

Na manhã do sábado, 18 de fevereiro, começoua maratona da delegação para cumprir uma intensaprogramação de encontros e visitas agendadas pelaAsbraer. A adaptação à mudança do fuso horário eao clima — temperatura abaixo de zero grau — ocor-reu com o início das atividades a partir da visita aoBund e Lujiazhui, respectivamente, a parte históricae o centro econômico de Xangai.

O domingo, tradicionalmente dia de descanso,foi dedicado a um seminário com professores epesquisadores de Sunqiao, Centro de Transferênciade Tecnologia Moderna de Xangai, uma área de de-senvolvimento da agricultura.

Na segunda-feira, 20 de fevereiro, a delegaçãobrasileira embarcou para Pequim para um encontrocom os dirigentes e representantes da Comissãode Agricultura da China — CCPIT Harbin. No dia se-guinte, os brasileiros visitaram a empresa que ge-rencia um projeto agrícola brasileiro e a indústriade grãos Hopefull Sanhe & Oil Co Ltd.

Diante de tantas novidades e do volume de in-formações importantes para uma reflexão compa-rativa entre o modelo chinês e o brasileiro, o ritmoda missão se manteve acelerado. Em 22 de feve-reiro, a comitiva se reuniu com funcionários e aca-dêmicos de organização agrícola e, logo depois, em-barcou para a Província de Heze, onde ocorreria aFeira de Agricultura, com abertura marcada para odia seguinte. Lá, seria possível encontrar máquinase equipamentos adequados à agricultura familiar.

Encerrada a maratona, os brasileiros se reuni-ram em Pequin para uma avaliação do périplo pelaChina. Em 25 de fevereiro, o grupo iniciou o re-torno ao Brasil, e embarcou para Dubai com des-tino a São Paulo.

País: ChinaCapital: PequimCidade maispopulosa: XangaiLígua oficial:MandarimGoverno: EstadounipartidiárioEstabelecimento:Declarada RepúblicaPopular em 1º deoutubro de 1949Área total do país:9.596.960km²Água: 2,8% doterritórioPopulação: 1,338milhão de pessoas(estimativa)Densidade:139.6hab/km²PIB: US$ 6,988trilhõesRenda per capita:US$ 5.184Expectativa de vida:73 anosMortalidade infantil:23/mil nascidos vivosAlfabetização: 93,3%

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Júlio Zoé de Brito presidente da Asbraer e do instituto Agronômico de Pernambuco

Mais importante é que nós vimosprocessos tecnológicos avançadosque seriam, como máquinasagrícolas pequenas, compatíveiscom a agricultura familiar”

Em 2011, a Chinaimportou 30 milhõesde toneladas de sojado Brasil, metade daprodução brasileira.

Hoje, os chinesesestão construindoum terminal para

armazenar 1 milhãode toneladas de soja,e preveem que em 3

anos estarão comcapacidade dobrada

As possibilidades de negócios, os equi-pamentos e máquinas adequados àagricultura familiar e o grande inte-resse dos chineses em importar maté-ria-prima brasileira revelam uma ex-

celente abertura de mercado para o agricultorfamiliar brasileiro. Para o presidente da Asbraere dos Instituto Agronômico de Pernambuco(IPA), Júlio Zoé de Brito, esses foram os trêsgrandes eixos verificados durante a Missão Téc-nica Brasil/China, realizada pela instituição de16 a 26 de fevereiro deste ano

“O produtor brasileiro tem um mercadocerto para escoar sua produção”, afirmou Jú-lio Zoé, ao lembrar que, anteriormente, du-rante a entressafra havia uma queda nopreço das commodities de milho e soja. Atual-mente, o mercado chinês adquire a metadeda produção de soja. “Isso é muito bom parao agricultor. E não podemos ignorar que aChina está aumentando todos os anos em 9%ou 10% a renda da população, permitindo àspessoas comer mais proteína. Para produzircarne ou ovo tem que ter soja e milho, o quesignifica que o consumo vai aumentar.”

Na entrevista, a seguir, o presidente daAsbraer faz uma avaliação da missão, que

conheceu parte da realidade rural chinesa,na qual predomina a agricultura familiar.

Como o senhor avalia

a Missão Técnica Brasil/China?

A missão cumpriu muito bem a nossa expecta-tiva. Até digo: se a Asbraer, todos os anos, fizer umamissão, dificilmente nos próximos 100 anos fará ou-tra melhor. Fomos muito bem recebidos. Tivemoscontato com cientistas e professores, que demons-traram desenvolvimento e tecnologias na área daagricultura. Tivemos um encontro com presidenteda Câmara de Comércio Brasil/China, que manifes-tou interesse para a materialização de negócios eainda tivemos com as autoridades de Heze, na aber-tura da feira de agricultores, uma exposição fantás-tica de equipamentos e máquinas, compatíveis coma agricultura em pequena escala, porque na Chinaexistem 200 milhões de agricultores que cultivam,no máximo, 2 hectares. A maioria trabalha em meiohectare. A China só tem 140 milhões de hectarescultiváveis. Desses, 2% são ocupados por estatais— grandes empresas que produzem em escala,como ocorre aqui, em Mato Grosso. Ainda há asáreas de reserva, de pasto e o restante é divididocom 200 milhões de agricultores.

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Isso quer dizer que a propriedade familiar na

China equivale ao minifúndio no Nordeste?

Coloque minifúndio nisso. Geralmente, no Bra-sil, uma propriedade com 5 hectares ou 10 é con-siderada pequena demais. Lá, no máximo, tem 2hectares. Fico sem entender como eles fazem. Masa China é um país que está em um caminho muitofirme de desenvolvimento. Os chineses estão fa-zendo uma verdadeira reforma na agricultura. Nãoé reforma agrária. Percebemos que há um esforçomuito grande em criar empregospara esses agricultores. Eles têmconsciência de que só dessa áreanão conseguem viver. Deixaramclaro que muitas dessas pessoasplantam, mas também têm outroemprego. Há um projeto do go-verno chinês de, nos próximosanos, tirar 200 milhões de pes-soas do meio rural. Isso significadizer que vivem no campo entre600 milhões e 700 milhões deagricultores. Eles pretendemtransfereri mais do que um Brasildo campo para a cidade. Nãocheguei a ver, mas soube que jáexistem cidades, com shopping,supermercados, lojas, prontaspara receber pessoas para traba-lhar. Hoje, são verdadeiras cida-des desertas. Mais importante éque nós vimos processos tecno-lógicos avançados que seriamcompatíveis com a agricultura fa-miliar.

Considerando que os

agricultores familiares são a

maior categoria existente no

campo, a que o senhor atribui

o fato de o Brasil ainda não

contar com essa tecnologia

adequada à exploração da

pequena propriedade?

Costumo dizer que o ho-mem não é máquina. O homemé para operar a máquina. Omodelo de desenvolvimento doBrasil trabalhou com grandesmáquinas para grandes áreas, o que levou aesse grande boom na agricultura. Mas o pe-queno agricultor ficou fazendo agricultura comfoice e enxada. Ele é a máquina, e esse modelo

não se sustenta. A nossa indústria não perce-beu ou ainda não adquiriu um grau de confiançapara investir em máquinas pequenas, compatí-veis com as pequenas propriedades.

Quais foram os tipos de equipamentos

que mais atraíram a atenção do senhor?

Vimos debulhadeiras elétricas de milho quecustam, na realidade chinesa, R$ 30. Isso significaque o equipamento poderia chegar ao Brasil por

R$ 120 ou R$ 130. Os tratores pro-duzidos pelos chineses também sãomuito versáteis. Um trator de 75Hp,que aqui custa R$ 70 mil, lá o agri-cultor paga cerca de R$ 7 mil. Evi-dentemente, existem aqueles trato-res pequeninos, que são baratos, —comprados por R$ 1 mil — e quepoderiam chegar aqui ao preço deR$ 5 mil. São tratores que têm a ca-racterística de operar pequenas má-quinas, algo que não temos aqui.

Depois dessa missão, quais

são as possibilidades de

estreitar as relações

comerciais com a China?

Percebemos que a China temmuita vontade de conhecer a nossarealidade. Vamos, inclusive, provo-car o nosso ministro do Desenvolvi-mento Agrário para convidar o go-verno da Província de Shandong, quenos recebeu muito bem, para parti-cipar da Feira da Agricultura Familiar,que ocorrerá no Rio de Janeiro, emjunho próximo. Dessa forma, vamoscriar um ambiente de oportunidadede negócios para que esses equipa-mentos possam chegar barato aquino país e, assim, podermos moder-nizar a agricultura familiar. Mas,além disso, visitamos uma indústriaque processa 8,5 mil toneladas desoja por dia e que tem muito inte-resse na matéria-prima brasileira.Durante a nossa estada, os chinesesprocuraram ver a possibilidade deencontrar parcerias em alguns esta-

dos do Nordeste do Brasil, como Piauí e Maranhão,para os quais poderiam financiar máquinas e insu-mos, desde que os agricultores brasileiros vendes-sem para eles a soja produzida.

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O modelo dedesenvolvimento doBrasil trabalhou comgrandes máquinaspara grandes áreas, o que levou a essegrande boom naagricultura. Maso pequenoagricultor ficoufazendo agriculturacom foice e enxada.Ele é a máquina, eesse modelo nãose sustenta”

A China se colocacomo um dos

grandes parceiroscomerciais do Brasil.

Em 2011, a balançacomercial brasileiraobteve superavit deR$ 11,5 bilhões nastransações com os

chineses. Nessarelação, as propostasde cooperação entre

os dois países setornam elemento-chave para o rural

brasileiro

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Aelevada produtividade da agricultura chi-nesa decorre dos investimentos em altatecnologia voltada para o setor. Essa op-ção do país ficou evidente na visita da co-mitiva brasileira ao Centro de Transferên-

cia de Tecnologia Moderna de Xangai (Sunqiao).Criada em 1984, a zona desenvolvimento ocupauma área de 3 hectares com cultivo protegido.

Também chamado de casa verde de vegetais,flores e sementes, o espaço tem a função de de-senvolver conhecimentos e tecnologias para aprodução de alimentos, além de ofertar capacita-ção técnica aos agricultores.

O Sunqiao tem como base a construção de fa-zendas que levam em conta o desenvolvimentocientífico e tecnológico, propagado por meio daeducação oferecida aos produtores nas unidadesdemonstrativas.

Além de divulgar a modernização das lavouras,o centro é uma referência de orientação para oturismo rural. O intuito é unificar os benefícios so-ciais, ecológicos e econômicos da atividade agrí-cola. O centro realiza ainda a certificação de qua-lidade dos produtos e, assim, promove o hábitoda alimentação saudável, a fim de garantir a se-gurança aos consumidores.

O projeto, mantido pelo governo, envolve 8mil agricultores que, por meio do conhecimentoobtido, se apropriam dos avanços tecnológicosalcançados na produção de alimentos.

centro de pensarpara melhor produzir

n Em 2005, ogoverno chinêsrepensou o modelofundiário, levandoem conta asdificuldades para aprodução dealimentos, e decidiudoar terras aosagricultores efornecer, quandonecessário, subsídios,como máquinas,equipamentos einsumos.

n Na China, não háserviços de

assistência técnica eextensão rural

públicos. Eles sãoterceirizados. Em

contrapartida,existem escolas

técnicas de formaçãoe são oferecidos

cursos via internetpara os agricultores.

A produção de flores no sunqiao, em Xangai, é monitorada com equipamentos de alta de tecnologia

Pesquisador chinês explica ao presidente da AsBRAER, JúlioZoé (c), e ao secretário de Agricultura do Amazonas, EronBezerra, o processo de funcionamento do sunqiao

Em sunqiao, testes para elevar a produtividade das lavouras

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o vice-presidente da Asbraer, Jefferson Feitoza(E), com o secretário executivo da secretaria deAgricultura Familiar de Pernambuco, José Aldo

dos santos, durante a visita à Feira de heze(acima). E, ao lado, com o presidente da câmara

de comércio e indústria Brasil/china, chales Tang

Opresidente da Empresa de Desenvol-vimento Agropecuário de Sergipe(Emdagro) e vice-presidente da As-braer, Jefferson Feitoza de Carvalho,avaliou como uma das mais importan-

tes missões técnicas já realizadas. “Cumprimosuma programação vasta, que nos permitiu conhe-cer a realidade da China, as relações com o pro-dutor familiar e o que representa a agricultura paraaquele país que tem uma superpopulação”.

Segundo ele, foi possível conferir a alta tec-nologia aplicada à agricultura, as políticas públi-cas de capacitação, de planejamento da produção

por causa da demanda. Para o presidente da Em-dagro, não é possível aplicar a mesma tecnologia noBrasil, exceto a de máquinas e implementos desti-nada à agricultura familiar.

Em relação ao modelo de planejamento chinês, ovice-presidente da Asbraer lembrou que lá existe umaequipe para a realização desse trabalho. Identificadasas demandas, o grupo de planejamento orienta o quecada área deve produzir, diferentemente do queocorre no Brasil. Para Jefferson Feitoza, a criação doSistema Brasileiro de Assistência Técnica e ExtensãoRural (Sisbrater) poderá coordenar esse planeja-mento, levando em conta as necessidades do Brasil.

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Jefferson Feitoza de carvalhovice-presidente da Asbraer e presidente da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de sergipe

Cumprimos umaprogramaçãovasta, que nospermitiuconhecer arealidade daChina, asrelações como produtorfamiliar e oque representa aagricultura paraaquele paísque tem umasuperpopulação”

Jefferson Feitoza

Alta tecnologiaa serviço do agricultor familiar

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1 - Delegaçãobrasileira no centroantigo da cidade de

Xangai. 2 - no centrocomercial é

possível encontrarrestaurantes com a

típica culináriachinesa e muitas

lojas, com enormevariedade de

produtos. 3 - canal entre as

antigas edificaçõesde Xangai.

4 - lanternasusadas para marcar

a chegada doano-novo chinês.

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Diante da limitação de áreas agricultá-veis e da maior de densidade demo-gráfica do planeta — a população chi-nesa é sete vezes maior do que abrasileira —, o gigante asiático tem

enorme interesse em estreitar as relações comer-ciais com o Brasil. Esse desejo ficou evidente noencontro dos integrantes da Missão Brasil/Chinacom os dirigentes da Câmara de Comércio e In-dústria da China, em 20 de fevereiro, em Xangai.

O presidente da Câmara, Charles Tang, revelouque a China movimenta US$ 4 bilhões em negóciosno mundo nos mais diversos setores econômicos.Em relação ao Brasil, a instituição está disposta aintermediar acordos comerciais, caso haja de-manda de produtos chineses, como tratores, im-plementos, veículos e outros equipamentos, inclu-sive a instalação de montadoras em solo brasileiro.A China avalia como boas as perspectivas do setoragropecuário brasileiro. Estima também que atecnologia de suas máquinas pode elevar aindabem mais ganhos dos agricultores brasileiros.

Entre os integrantes da Missão Brasil/China, arepresentação do Amazonas manifestou interesse

pelos equipamentos de energia solar. O estadoenfrenta dificuldades para expandir o programaLuz para todos devido à falta de estrutura dosequipamentos e ausência de estradas. De acordocom o secretário de Agricultura, Eronildo BragaBezerra, o Amazonas atingiu apenas 20% da metaestabelecida pelo programa.

PRoJETos chinEsEs

Na manhã do dia seguinte (21 de fevereiro), ogrupo brasileiro se reuniu com a secretária exe-cutiva Sun Yonghua e Liu Shuwang, que fizeramum relato sobre a agricultura chinesa. Segundoela, o governo pretende investir US$ 100 bilhõesno campo; abrir 370 mil postos de trabalho, pormeio da educação; e implantar redes de sanea-mento básico, um dos grandes problemas do país.

A cada cinco anos, a China revê seu planeja-mento estratégico. Entre as metas mais recentesdo Ministério do Agricultura daquele país está ade aumentar a produção de alimentos, a fim deelevar o crescimento econômico, e melhorar aqualidade de vida da população.

china vê oportunidades denegócios no campo brasileiroCâmara de Comércio e Indústria se oferece para mediaracordo no setor de equipamentos e máquinas para a agricultura

Da esquerda para a direita: Eronildo Bezerra (AM); Jorge luis Forte (MA); José Maria Pimenta (cE); charles Tang,presidente da câmara de comércio e indústria da china; Júlio Zoé de Brito (PE), presidente da Asbraer; e José Aldo (PE)

Área média daspropriedades naChina: 0,5 hectarepara uma família detrês pessoas (pai,mãe e filho)Cada família podecultivar 0,2 hectareEducação: 30% dosfilhos de agriculturestêm curso superiorTerras: o governo éo dono e responsávelpela distribuição dasáreas paraagriculturaÁrea plantada: 110milhões de hectaresExistem 103fazendas estataiscom alta tecnologiaProdução: 582milhões de toneladasde alimentos

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Garantir alimentos para quase 1,4 bilhãode pessoas não é nada fácil, sobretudoquando há limitações espaciais para oavanço das atividades agropecuárias.Vencer essa dificuldade levou os chine-

ses ao desenvolvimento de tecnologias adequa-das à agricultura em pequenas áreas.

O setor industrial de máquinas e implementosagrícolas é estatal na China, subordinado ao Mi-nistério da Agricultura. Com um estafe de 101 fun-cionários — 45 no setor técnico e 35 engenheiros—, a empresa cuida da coordenação, fiscalização,controle e certificação dos equipamentos agríco-las do país.

De acordo com o ministério, as máquinas são

desenvolvidas e produzidas a partir da necessi-dade dos agricultores, que pagam pelos equipa-mentos. Na China, as máquinas podem ser adqui-ridas por meio de financiamento direto, nasempresas ou cooperativas. O governo banca 30%do custo final. Todos os equipamentos recebemcertificação com base nos padrões internacionais.

Embora tenha uma produção anual de 582 mi-lhões de toneladas de alimentos, a China se colocacomo terceiro maior importador do mundo. Opaís mantém reciprocidade comercial com 64 na-ções, uma relação amparada no intercâmbio tec-nológico, treinamento e capacitação de mão deobra no campo, livre comércio e redução de 15%dos impostos.

Alimento para 1,4 bilhão de pessoasPara atender a demanda interna, a China é o terceiro maior importador de alimentosdo mundo, embora a sua produção chegue a 582 milhões de toneladas por ano

comitiva brasileirareunida com ovice-presidente daoriental lameurasiainternational Economy and Trade company ltd.,Zhang Yan hua, emPequim. A empresa estatalé responsável pelaprodução de máquinaspara o setor agropecuáriochinês

Zhang Yanhua e opresidente da Asbraer,

Júlio Zoé de Brito, assinamacordo de cooperação. o

mesmo documento foisubsescrito pelos demaisintegrantes da delegação

brasileira

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A evolução recente da economia da RepúblicaPopular da China — hoje a segunda potência eco-nômica do mundo — desperta, com razão (e al-gum temor), o interesse e a curiosidade de atoresda economia do mundo inteiro.

A Missão Técnica Asbraer Brasil/China, inte-grada por dirigentes de entidades agrícolas bra-sileiras, na maioria envolvidas com o tema do de-senvolvimento tecnológico, representou umaoportunidade incomum de observação privile-giada do processo de transformação aceleradapela qual passa a economia agrícola chinesa e, éclaro, as implicações decorrentes para as demaiseconomias baseadas na agricultura, especial-mente a do Brasil.

Como dirigente de entidade de pesquisa

agropecuária, é fundamental estar permanen-temente referenciado com os avanços e os mo-vimentos que regem o setor agricola no âmbitomundial, notadamente no campo tecnológico,em face da incontestável globalização do setor.A construção dessa referência em torno da agri-cultura chinesa proporcionada pela Missão, seráimportante para as entidades do Consepa na to-mada de decisões estratégicas, especialmentesobre a agenda de pesquisa agropecuária quedesenvolvemos.

Um ganho adicional da missão é, sem dúvida,a constituição de uma rede de informação e co-laboração entre os dirigentes participantes, par-tilhando conhecimento nos diversos fóruns queintegram.”

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Missão Técnica Asbraer — Brasil/China

Ao avaliar a Missão Técnica Brasil/China,

realizada pela Asbraer, o presidente do

Instituto Agronômico do Paraná, Florindo

Dalberto, destacou a importância de co-

nhecer os avanços de novas referências e

os movimentos que comandam o setor agrícola

mundial. Para ele, é fundamental ter contato com

as inovações tecnológicas voltadas ao setor levando

em conta a globalização. Abaixo, a íntegra da aná-

lise do pesquisador e integrante do Consepa.

Florindo DalbertoPresidente do instituto Agronômico do Paraná (iapar) e representante doconselho nacional das Entidades Estaduais de Pesquisa Agropecuária (consepa)

A Missão TécnicaAsbraer Brasil/China,integrada pordirigentes deentidades agrícolasbrasileiras, namaioria envolvidascom o tema dodesenvolvimentotecnológico,representou umaoportunidadeincomum deobservaçãoprivilegiada doprocesso detransformaçãoacelerada pela qualpassa a economiaagrícola chinesa

o presidente do iapar, Florindo Dalberto, ao lado de sônia Alfaia, chefe de Gabinete da secretaria de Produçãodo Amazonas, durante a visita ao centro de Transferência de Tecnologia Moderna de Xangai (sunqiao)

Florindo Dalberto

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Qual é a avaliação que o

senhor faz da viagem à China?

Na minha visão, qualquer inter-câmbio é sempre algo importante eesclarecedor sobre vários aspectos.Em relação à viagem à China, a mi-nha expectativa foi amplamente su-perada. Evidentemente, poderíamoster tido contatos mais diretos com osprodutores rurais, porém foi muito li-

mitada a agenda dos organizadoreschineses. Isso, no entanto, não re-duziu o alcance da visita, que nospermitiu ver um conjunto deações, desde a gestão e a produ-ção, passando por tecnologias, até os em-

preendimentos. Conhecemos vários mo-delos, como as altas tecnologias

desenvolvidas em casa de vege-tação, que são economica-mente impraticáveis para os

padrões comerciais, digamosassim, tradicionais, até os

modelos rústicos, feitosde barro com preço sim-bólico. A China, portanto,mostra que se preparapara todos os cenáriosda mesma maneira. Nós

vimos desmistificada — por meiodos equipamentos, como tratores,máquinas e automóveis — a ideia deque o país só produz mercadorias debaixa qualidade. A China tem todosos tipos de produtos, e o cliente es-colhe aquele que pode pagar. É poressa razão, de uma maneira geral,que no Brasil há vários produtos chi-neses de qualidade questionável. Éclaro que existem esses produtos,mas estão ao lado de vários outrosde qualidades diferentes. Isso servepara bolsas, sedas, casas etc. Você vêapartamentos luxuosos ao lado de

unidades simples. Esse é o modelo chinês, quepermitiu a todos presenciar bem de perto. Nãoconheço ninguém que foi à missão que não tenhaficado impressionado. Até mesmo eu que co-nheço o modelo chinês, por meio de intercâmbioe conversas bilaterais há muito, o que vi na Chinasuperou as minhas expectativas. Assim, fico aimaginar o que não terá sido o impacto da viagempara aqueles que tinham uma ideia deturpada,completamente distorcida, da sociedade chi-nesa. O que vimos lá foi a construção de umasociedade socialista, de acordo com a teoriapreconizada que não permite a divisão da misé-ria. A China procura crescer acumulando riqueza

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Eronildo Braga Bezerrasecretário de Agricultura do Amazonas

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oMissão Técnica Asbraer — Brasil/China

O que vimoslá foi a construçãode uma sociedadesocialista,de acordo com ateoria preconizada que não permite adivisão da miséria”

Produção para todos os bolsosA indústria chinesa oferece mercadorias compatíveis para os diferentes perfis financeiros de consumidores

Osecretário de Agricultura do Amazonas,

Eronildo Bezerra, integrante da Missão

Brasil/China, afirmou que a expecta-

tiva dele em relação à viagem foi su-

perada. Ao observar os aspectos volta-

dos à agricultura familiar, ele notou que a China

está preparada para os diferentes cenários da eco-

nomia. A produção de equipamentos e o desenvol-

vimento de tecnologias são flexíveis, pois variam

de acordo com o poder aquisitivo dos consumido-

res. “Isso desmistifica aquela ideia de que a China

só produz produtos de baixa qualidade”, diz o se-

cretário. Segundo ele, a visita permitiu ainda cons-

tatar que o maior país asiático acumula riquezas e

distribui renda. “O que se viu lá foi a construção de

uma sociedade socialista, de acordo com a teoria

preconizada, que não divide miséria.” A seguir a

íntegra da entrevista:

Eronildo Bezera

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e distribuindo renda, pois você só pode melho-rar o padrão de vida se as pessoas tiverem di-nheiro. Sem recurso, você não pode fazer abso-lutamente nada.

O que o senhor achou

da organização da Asbraer?

Não tenho nenhum reparo a fazer. Em certamedida, foi uma atividade na qual pegamos ca-rona, pois era mais focada para o pessoal da as-sistência técnica e extensão rural. Aproveitei queera um período, que jamais poderia dispor em

outro momento de uma agenda tão alongada,como o do carnaval. Encontramos tradutoresfluentes em português, inglês e chinês, o que fa-cilitou muito o nosso deslocamento na China. Es-távamos em um país com uma cultura totalmentediferente da nossa, onde se fala várias línguas, ea oficial é o mandarim, que não é da nossa tradi-ção. Se você vai a um país de língua inglesa, bemou mal, você entende alguma coisa. A língua nãofoi uma dificuldade em razão do que a organiza-ção nos propiciou. Quero parabenizar os colegasda Asbraer pela eficiência.

A China procuracrescer acumulandoriqueza e distribuindorenda, pois você sópode melhorar opadrão de vida se aspessoas tiveremdinheiro. Sem recurso,você não pode fazerabsolutamente nada”

Agricultora no Centrode Transferência deTecnologia Moderna deXangai (Sunqiao) sededica ao cultivo deflores (foto 1). Umdos principais pontosturísticos da China,a Cidade Proibida (foto2) foi o palácio imperialdesde meados daDinastia Ming até o fimda Dinastia Qing.Localizada no centro daantiga Pequim, abriga oPalácio Museu. O títuloCidade Proibida deve-seao fato de somente oimperador, a família eempregados especiaispoderem ter acesso aoconjunto de prédiosconstruídos entre 1406e 1420. O complexo,formado por 980edifícios, com 8.707salas em uma área de720 mil m², foireconhecido comoPatrimônio Mundial daHumanidade pelaUnesco em 1987.

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Eronildo Bezera

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Jorge luiz de oliveira FortesPresidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão – Agerp/MA

Amissão foi de grande valor sob o aspecto ins-titucional e pessoal, pois fortaleceu os laçosentre o Brasil e a China em relação às parce-rias que podem ser construídas para o de-senvolvimento da agricultura familiar de am-

bos os países. O que se encontrou em Heze (FeiraAgropecuária) foram equipamentos para beneficia-mento de grãos e tratores. Além disso, implementosde pequeno porte para uso em pequenas áreas noschamaram a atenção, pelo preço praticado e pela dis-ponibilidade, pois, no Brasil, não temos fabricantesde tais implementos.

Particularmente, o Maranhão foi citado, em Pe-quim como um local estratégico, pela localização doseu porto (Porto do Itaquí, em São Luís), para ser oponto de saída da soja do Brasil (Maranhão) para aChina. O Maranhão está mais próximo daquele paísasiático do que os estados do Sul do Brasil, de onde éexportada a soja com destino à China, chegando a 50%do que é beneficiado pelos chineses. O que mais meimpressionou foi a cultura do povo chinês. Eles têmuma capacidade espetacular de organização e de tra-balho coletivo. Há que se aprender muito com essacultura milenar.”

O que mais me impressionou foi a cultura do povo chinês, comuma capacidade espetacular deorganização e de trabalho coletivo”

Encontro para fortalecer parcerias

Equipamentos e máquinas agrícolasde pequeno porte adequados àspropriedades rurais familiares, quepoderiam ser desenvolvidos no Brasil

O presidente da Agerp avalia que a missão Brasil/China estreitou as relações entre os doispaíses e revelou a possibilidade de ações para aprofundar o desenvolvimento da agricultura

Jorge Luíz Fortes

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Já se foram mais de 200 anos quando ogrande estrategista Napoleão Bonaparte fa-lou que deixassem a China dormindo por-que se ela acordasse iria dominar o mundo.Esse despertar começou na década de 1970

quando os Estados Unidos, depois de eleger Nixoncomo presidente, determinou a outro estrategistacontemporâneo Henry Kissinger que começasseuma aproximação lenta e gradual com a China.Com certeza, Nixon já cobiçava naquela época ummercado de mais de 1 bilhão de habitantes paravender produtos com a marca ‘made in USA’. Es-queceram eles que os chineses, há mais de milanos, tinham inventado a bússola, a pólvora, o as-trolábio e o sextante.

Com essa abertura e aproximação, a Chinaalargou as suas porteiras para que centenas e mi-lhares de estudantes chineses fossem se aperfei-çoar nas universidades americanas e buscassemo conhecimento para sedimentar o estupendocrescimento pelo qual passa aquele país. Feliz-mente, nossa presidente está copiando essa ideiae mandando os nossos estudantes e pesquisado-res para as melhores universidades estrangeirasa fim de assegurar a nossa independência tecno-lógica e científica.

A grande realidade é que o dragão de três ca-beças, que é o símbolo da China, está assom-brando o mundo, porque uma delas engole ener-gia; a outra, matérias-primas; e a terceira, vomitaprodutos industrializados, inundando o mundocom mercadorias a preços deprimidos por contade um sistema de produção de altíssima escala,mão de obra barata, disciplina e ajuda de um câm-bio fictício.

Diante desse quadro e da nova ordem econô-mica, o Brasil tem levado vantagens por conta dasua agricultura moderna e do minério de ferro.Os dois fizeram com que a nossa economia secomplementasse com a chinesa, tornando aquelepaís o maior importador de nossos alimentos e

produtos exportados pela Vale do Rio Doce.Mesmo assim, é preciso colocar as nossas barbasde molho. Os chineses estão invadindo o conti-nente africano, arrendando e comprando terrasagricultáveis e tentando se familiarizar com o quehá de mais moderno na agricultura brasileira, queé a precisão, o plantio direto e a automação dosequipamentos para, em um curto espaço detempo, se libertarem também das importaçõesde produtos agrícolas. É com essa visão que, podeaté ser míope, se não tomarmos cuidado, omundo, além de se tornar um depósito de produ-tos industrializados ‘made in China’, passará a sertambém um grande armazém de produtos agrí-colas produzidos pelos chineses.”

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As três cabeças do dragão

José Maria PimentaPresidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do ceará - EMATERcE

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A granderealidade é queo dragão de trêscabeças, queé o símboloda China, estáassombrando omundo, porqueuma delasengole energia, aoutra engolematérias-primase a terceiravomita produtosindustrializados,inundando omundo commercadoriasa preçosdeprimidos ”

Diante da nova ordem econômica, o Brasil tem levado vantagem devido à agriculturamoderna e à oferta de minério de ferro que complementam a economia chinesa

José Maria Pimenta

Missão Técnica Asbraer — Brasil/China

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AMissão Brasil/China, promovida pela As-braer, contou com a participação do de-putado estadual do Ceará Hermínio Re-sende. Embora seja médico, comespecialização em oftalmologia, ele tem

raízes no meio rural, o que explica a sua atuaçãona Assembleia Legislativa, como presidente daComissão de Agropecuária, em que busca fazera interlocução entre os anseios dos agricultorese os poderes locais. Para ele, participar da missãofoi uma “experiência ímpar”. “Fomos muito bemrecebidos pelas autoridades e técnicos chineses”diz ele, ao acrescentar que o Brasil pode tirarmuito proveito das relações com o dragão asiá-tico por meio da agricultura.

A mostra de equipamentos agrícolas, reali-zada em Heze, impressionou o deputado, sobre-tudo no que se refere à qualidade e aos preçosdas máquinas. “Vimos máquinas com capaci-dade de debulhar 600kg de milho por hora. Essetipo de equipamento é um bom exemplo do quepoderíamos importar.” Segundo ele, 58% da sojabeneficiada pelos chineses são comprados doBrasil para a produção de farelo e óleo.

A delegação conheceu as estufas de horti-fruticultura dos chineses. Embora não sejamtão diferentes das brasileiras, surpreende pelaelevada produtividade, resultado de uma tec-nologia mais avançada. “A produção de sojatambém é o dobro da nossa em áreas bem pe-quenas”, observou o deputado Hermínio Re-sende, que elogiou a determinação chinesa dedominar técnicas que aumentam a produçãode alimentos. E sugeriu: “Não podemos perderesse cavalo selado”.

O parlamentar exaltou ainda a organização daAsbraer em todo o processo, a fim de propiciar àdelegação brasileira a oportunidade de conhecera realidade agropecuária da China, o maior paísasiático com 1,4 bilhão de habitantes.

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“não podemos perder esse cavalo selado”Para o deputado cearense, a China oferece boas oportunidades de negócios, além deequipamentos e maquinários adequados ao desenvolvimento da agricultura brasileira

Antônio hermínio Bezerra de ResendeDeputado da Assembleia legislativa do ceará

Vimos máquinas com capacidadede debulhar 600kg de milho por hora. Esse tipo deequipamento é um bom exemplodo que poderíamos importar”

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Hermínio Resende

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Acho que épossível umaarticulaçãoentre asindústriasbrasileira echinesa paraofertar àagriculturafamiliarcolheitadeiras,implementosagrícolas,tratores emaquináriosque facilitem edinamizem essesegmento emnosso país”

IIntegrante da Missão Brasil/China, o secre-tário executivo da Agricultura Familiar dePernambuco, José Aldo dos Santos, identifi-cou, naquele país, uma estreita parceria en-tre a indústria e a pesquisa voltada à inova-

ção tecnológica de equipamentos agrícolas, a fimde reduzir o esforço físico exigido do produtor pordiversas culturas. Na comparação com o Brasil,ele afirmou que essa preocupação ainda não estána pauta das empresas nacionais.

“Acho que é possível uma articulação entreas indústrias brasileira e chinesa para ofertar àagricultura familiar colheitadeiras, implementosagrícolas, tratores e maquinários que facilitem edinamizem esse segmento emnosso país”, eacrescentou que o Pronaf Mais Alimento contem-pla linha de crédito que permite tornar real essainteração entre a indústrias e a pesquisa, a fim dediminuir o desconforto imposto ao homem docampo pelo trabalho nas lavouras.

Além dos equipamentos destinados ao produ-tor familiar, José Aldo ficou impressionado com osaspectos da cultura milenar chinesa e o papel daagricultura na construção do país. “Isso ficoumuito forte para mim e reafirmou a minha convic-ção de que que a agricultura pode ter no desen-volvimento econômico do meu estado, Pernam-buco, e do país.” Segundo ele, essa constatação sedeve ao roteiro da missão coordenada pela As-braer. “Conseguimos visitar propriedades, centrosde pesquisas, conversar com empresas que regu-lam a questão do maquinário na China, partici-pamos de uma feira de implementos agrícolas e

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José Aldo dos santossecretário executivo de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco

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Missão Técnica Asbraer — Brasil/China

Pesquisa e indústriachinesas são aliadasdos agricultoresPara o secretário, é possível uma parceriaentre as indústrias chinesa e brasileira afim de ofertar ao produtor brasileiroequipamentos que reduzam o esforçohumano exigido nas lavouras

José Aldo dos Santos

tivemos vários encontros com autoridades e téc-nicos”, completou José Aldo.

De acordo com o secretário, hoje, a Chinaconsome 60% da sua produção de alimentos, ea meta é chegar a 90%. “Em relação a Pernam-buco, esse dado mostra que precisamos elevara produção para atender o mercado local. Atual-mente, produzimos de 45% a 50% do que é con-sumido, o que significa que temos uma grandeestrada pela frente.”

José Aldo realçou o aspecto eclético da Mis-são Técnica Asbraer — Brasil/China, que reuniurepresentantes das entidades oficiais de Ater,da pesquisa, dos trabalhadores rurais e do Le-gislativo, o que garantiu um alto nível de debate.“A viagem nos permitiu conhecer as diversaspossibilidades da agricultura familiar chinesa esuas ramificações.”

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Alberto Ercílio Broch, presidente da Confe-

deração Nacional dos Trabalhadores na

Agricultura (Contag), uma das maiores

entidades sindicais da América Latina, a

convite da Asbraer, integrou a Missão

Brasil/China. Os agricultores familiares são expres-

sivos na composição do universo de filiados à con-

federação. Entre eles, está o Alberto Broch, que ex-

plora uma propriedade familiar no Rio Grande do

Sul, sua terra natal. Ele afirma que a viagem supe-

rou todas as expectativas levadas na bagagem.

“Nós conseguimos compreender o modelo agrário,

a forma de produção e o papel que o Estado dis-

pensa à agricultura”, declara o presidente da Con-

tag, ao avaliar a viagem à China. Abaixo os princi-

pais trechos da entrevista:

o quE MAis chAMou A ATEnção“A reforma que os chineses fizeram na agricul-

tura cedeu grande parte das terras para os agri-cultores. Eles conseguem produzir mais de 500

milhões de toneladas de alimentos, em que o uni-verso agrário é formado por propriedades, emmédia, de meio hectare. Isso chama a atenção dequalquer latino-americano ou europeu, e mostraque há outra dimensão cultural e técnica. Os pro-dutores rurais da chineses conseguem ter uma al-tíssima produtividade em minúsculas proprieda-des e, ao mesmo tempo, o estado chinês mantémem torno de 2,5% do seu território com grandesempresas estatais altamente tecnificadas comagricultura de precisão.”

AGRiculTuRA, uM sEToR EsTRATéGico“Conseguimos constatar que os chineses estão

se especializando, do ponto de vista tecnológico,muito mais do que nós (brasileiros) imaginamos.Conhecemos as diretrizes governamentais volta-das à agricultura para os próximos anos e, comcerteza, na China, no Brasil ou em qualquer partedo mundo, a agricultura tem que ser vista comoum setor estratégico para o seu povo e o país.”

“A agricultura familiar é altamente viável”Após conhecer a China, o sindicalista se diz mais convencido de que o modelocontribui para o desenvolvimento sustentável no país asiático e em parte do mundo

Alberto Ercílio BrochPresidente da confederação nacional dos Trabalhadores na Agricultura - contag

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Eles conseguemproduzir mais de500 milhões detoneladas dealimentos, em que ouniverso agrárioé formado porpropriedades, emmédia, de meiohectare. Issochama a atençãode qualquer latino-americano,europeu emostra que háoutra dimensãocultural etécnica”Alberto Broch

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APoio EsTATAl“Para que o setor estratégico de produção de

alimento, o Estado sempre terá que prestar seuapoio, seja técnico, financeiro ou na área da co-mercialização. Diferentemente do Brasil, na Chinao agro não tem muitos modelos. Lá a fazenda éestatal ou os agricultores têm acesso à terra deforma quase horizontal, pois há pouca diferençade tamanho entre as propriedades.”

o quE TRARiA DA REAliDADE chinEsA“Eu, cada vez mais, estou convicto disso, mas,

para reforçar, traria a ideia de que a agriculturafamiliar é altamente viável no Brasil e em qual-quer parte do mundo. Onde tem agricultura fa-miliar hádesenvolvimento sustentável, produçãode alimentos e de cultura, gente no campo, co-munidades e municípios fortes. A partir do mo-delo chinês, comprovamos que as pequenas pro-priedades, com apoio, tecnologia, assistência

técnica e extensão rural, pesquisa, cooperati-vismo, se tornam mais viáveis.

AGRADEciMEnTo“Gostaria de fazer um agradecimento à As-

braer, não somente pelo fato de ter me convidadopara essa missão, o que foi uma grande honra,mas pela iniciativa de promover esses intercâm-bios. O presidente Júlio Zóe disse-nos que não co-meçou na China nem vai terminar lá, pois se tratade uma política da Asbraer levar adiante os en-contros de intercâmbio de conhecimento técnicocom as várias experiências existentes no mundo.Acho isso altamente positivo. Nós vivemos em ummundo globalizado, e precisamos disseminar tam-bém as nossas experiências. Creio que o Brasil temmuito a mostrar e, ao mesmo tempo, temosmuito a aprender com as demais experiências.Essa iniciativa é altamente positiva e deveria serapoiada pelos órgãos governamentais.”

cultivador: equipamento fabricado pelos chineses para o plantio em pequenas áreas em exposição na Feira de heze

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o norte precisa de política diferenciadaPara o presidente do Idam, a região tem muitas semelhanças com a China, mas faltauma visão distinta, considerando principalmente as peculiaridades da região amazônica

Edimar VizolliPresidente do instituto de Desenvolvimento Agropecuárioe Florestal sustentável do Estado do Amazonas (idam)

O Brasil dispõe detecnologia, mas

os preços dosequipamentos sãomuito caros. Seriaimportante que o

país colocasse essasmáquinas a preços

mais acessíveis para os agricultores

familiares”

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Foi uma experiência pessoal e profissionalextremamente importante. A China é umpaís que está conseguindo elevar a quali-dade de vida com políticas públicas tantonos campos da saúde e da educação

quanto no social. É um país determinado, que se-gue um planejamento.” Essas foram as impressõesdo presidente do Instituto de DesenvolvimentoAgropecuário e Florestal Sustentável do Estado doAmazonas (Idam), Edimar Vizolli, que integrou acomitiva da Missão Técnica Brasil/China, promo-vida pela Asbraer.

Para ele, apesar das áreas de cultivo serem pe-quenas — cerca de meio hectare —, os chinesesconseguem elevada produção de alimentos, e aspolíticas voltadas para o meio rural têm elevado opadrão de vida dos agricultores. “Percebemos queo Brasil também possui excelentes políticas públi-cas que têm muito a contribuir para o agricultor fa-miliar. Na Região Norte temos uma realidade maisparecida com a da China.” Na opinião do presidentedo Idam, em razão dessa diferenciação entre oNorte e as demais regiões brasileiras, há necessi-dade de políticas distintas, considerando as pecu-

liaridades nortistas, com destaque para o fato de oprincipal meio de locomoção ser fluvial.

Vizolli também ficou impressionado com osequipamentos voltados para a agricultura familiarchinesa, cujos valores são bastante reduzidos. “OBrasil dispõe de tecnologia, mas os preços dosequipamentos são muito caros. Seria importanteque o país colocasse essas máquinas a valores maisacessíveis para os agricultores familiares”, diz ele.

Na região amazônica, onde o cultivo da man-dioca se destaca entre os demais, o agricultorainda faz uso da queimada para a limpeza da ca-poeira. Segundo Vizolli, a possibilidade de usode máquinas semelhantes às produzidas naChina, adequadas à agricultura familiar, teria umforte e positivo impacto regional, com a elimina-ção do risco de queimadas descontroladas. Hoje,o preço de um trator fica em torno de R$ 80 milno Brasil, um valor proibitivo para a maioria dosprodutores familiares. Ele defende concessão desubsídios, de modo que o agricultor possa, aexemplo dos chineses, mecanizar a atividade.Para Vizolli, é indispensável uma política diferen-ciada para o Norte do Brasil.

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Missão Técnica Asbraer — Brasil/China

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1 - A futura casa do Brasil na china foi apresentada à delegacação brasileira (daesquerda para a direita): Alberto Broch, Florindo Dalberto, Júlio Zoé de Brito, YuMin,Zhang Yanhua, e José Aldo dos santos2- Fábrica de óleo de soja em Pequim3- Flores cultivadas no centro de Transferência de Tecnologia Moderna de Xangai

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