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A Fundação Calouste Gulbenkian é uma instituição portuguesa de direito privado e utilidade pública, cujos fins estatutários são a Arte, a Beneficência, a Ciência e a Educação. Criada por disposição testamentária de Calouste Sarkis Gulbenkian, os seus estatutos foram aprovados pelo Estado Português a 18 de Julho de 1956.

Com mais de 50 anos de existência, a Fundação Calouste Gulbenkian é uma das mais importantes fundações europeias, desenvolvendo uma vasta atividade em Portugal e no estrangeiro através de projetos próprios, ou em parceria com outras entidades, e através da atribuição de subsídios e bolsas. A Fundação tem delegações em Paris e em Londres, cidades onde Calouste Gulbenkian viveu.

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—prémio ideias de origem portuguesaIdeias de Origem Portuguesa é um desafio a todos os Portugueses na diáspora que têm ideias, talento e vontade de fazer mais e melhor . É uma convocatória a todos os que, apesar da distância, desejam participar na construção de Portugal, através de uma cidadania ativa, envolvente e participativa. Ideias de Origem Portuguesa é um concurso para encontrar e promover projetos de empreendedorismo social nas áreas do Ambiente e Sustentabilidade, Inclusão Social, Diálogo Cultural e Envelhecimento.

A primeira edição do concurso foi lançada em 2010 para aproveitar a experiência, o talento e o dinamismo dos emigrantes portugueses em benefício do seu país de origem. O concurso registou grande adesão, tendo concorrido 203 ideias provenientes de 28 países dos 5 continentes. A vencedora foi a ideia “Requalificação a Custo Zero” que se materializou depois no projeto Arrebita!Porto, destinado a renovar um prédio devoluto da Ribeira do Porto.

O Concurso decorre em duas fases: a primeira fase corresponde à apresentação e pré-seleção de ideias; a segunda fase corresponde à apresentação e seleção do projeto com base nas ideas pré-selecionadas. O Júri reúne e escolhe as 10 ideias finalistas, que serão acompanhadas e formadas pelo Instituto de Empreendedorismo Social no sentido de transformar as ideias em projetos com impacto social.

O projeto a implementar deverá necessariamente ser apresentado por emigrantes portugueses ou luso-descendentes que, para este efeito, deverão constituir uma equipa de projeto em que, pelo menos, um elemento deverá ser um cidadão português a residir em Portugal.

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–JÚriA decisão de seleção das candidaturas é da responsabilidade do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, com base numa proposta de um júri independente constituído para o efeito, composto por personalidades de reconhecido mérito e deliberará por maioria simples dos seus membros.

Filipe SantosINSEAD

Simone DuartePúblico

Daniel BessaDiretor Geral COTEC

Luísa SchmidtInstituto Ciências Sociais

Pedro OliveiraUniversidade Católica Portuguesa

Tiago ForjazThe Star Tracker

Isabel Almeida RodriguesSouth Bank University

–Critérios de aVaLiaÇÃoA avaliação das ideias e projetos a concurso terá em conta a originalidade, carácter inovador, impacto e sustentabilidade da contribuição do projecto para a resolução das necessidades sociais identificadas.

–Áreas

–22 paÍsesEspanha; Reino Unido; Suíça; França; Bélgica; Holanda; Irlanda; Polónia; Alemanha; Finlândia; Suécia; Emirados Árabes Unidos;China; Índia; Venezuela; Brasil; Namíbia; Moçambique; Cabo Verde; África do Sul ; São Tomé e Príncipe; Angola

ENVELHECIMENTO

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total 75

AMBIENTE ESUSTENTABILIDADE

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INCLUSÃOSOCIAL

24DIÁLOGO

INTERCULTURAL

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desperdício são vários e ocorrem ao longo de todos os elos da cadeia agro-alimentar. Modelos de produção intensivos, condições inadequadas de armazenamento e transporte, adopção de prazos de validade demasiado apertados e promoções que encorajam os consumidores a comprar em excesso, são algumas das causas que contribuem para o enorme desperdício actual. Outro problema é a preferência dos canais habituais de distribuição por frutas e legumes “perfeitos” em termos de formato, cor e calibre que acaba por restringir o consumo aos alimentos que respeitam determinadas normas estéticas. Esta exigência resulta num desperdício de cerca de 30% do que é produzido pelos agricultores. [3] FRUTA FEIA surge da necessidade de inverter tais tendências de normalização de frutas e legumes que nada têm que ver com as questões da segurança e da qualidade alimentar. Através da criação de uma cooperativa de consumo, o projecto FRUTA FEIA tem como objectivo principal canalizar essa parte do desperdício alimentar até aquele consumidor final que não julga a qualidade por factores de aparência. Assim, à cooperativa chegará directamente dos agricultores da região – alvo deste problema e parceiros do projecto – a parte da sua produção fruto-hortícola que por defeitos estéticos não encontra escoamento possível através dos grandes distribuidores. Esta fruta e legumes poderão ser adquiridos pelos sócios da cooperativa a um preço mais baixo que os da fruta normalizada vendida nos locais habituais, num espaço que estará aberto uma vez por semana para esse efeito em Lisboa. Partindo da

Fruta Feia

experiência embrionária da constituição da Cooperativa FRUTA FEIA em Lisboa, e de maneira a disseminar este modelo de consumo a uma escala nacional, será desenvolvida uma base de dados online e interactiva – Plataforma FRUTA FEIA – onde se poderão registar produtores e consumidores que pretendam replicar este modelo de cooperativa de consumo noutras regiões do país. Por fim, paralelamente ao desenvolvimento da Cooperativa e da Plataforma, serão realizadas diversas acções (como workshops, debates e visitas às explorações agrícolas) com vista a sensibilizar a população para a actual problemática do desperdício alimentar e para o facto de que fruta feia não é lixo. Estas acções serão acompanhadas de uma forte campanha de comunicação e de publicidade à alternativa de consumo que aqui se pretende constituir e que irá encher redes sociais e elementos móveis (como t-shirts, sacos e carrinhas) com o slogan Eu compro FRUTA FEIA!

[1] Institution of Mechanical Engineers: Global Food; Waste not, Want not. Londres, Janeiro 2013 [2] Food and Agriculture Organization (FAO) das Nações Unidas e Swedish Institute for Food and Biotechnology (SIK): Global Food Losses and Food Waste – Extent causes and prevention (Study conducted for the International Congreso SAVE FOOD!). Roma, Maio 2012 [3] Resolução do Parlamento Europeu de 19 de janeiro de 2012, sobre como evitar o desperdício de alimentos: estratégias para melhorar a eficiência da cadeia alimentar na UE [4] Fédération Européenne des Banques Alimentaires (consultado dia 14.03.2012): http://www.eurofoodbank.eu/portail/ [5] Projecto de Estudo e Reflexão sobre Desperdício Alimentar (PERDA): Do Campo ao Garfo - Desperdício Alimentar em Portugal. Lisboa, Dezembro 2012

–FiNaListas 2013

metros cúbicos de água empregados anualmente na produção de alimentos são delapidados. [1] A somar a estes impactos ambientais está também a contribuição para as alterações climáticas, já que a decomposição dos alimentos que não são consumidos resulta na emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, estimada em 170 Mt de CO2 eq./ano só na Europa, e de metano, cujo efeito de estufa é 21 vezes mais potente que o do dióxido de carbono. [3] Para fazer face a este problema e definir medidas concretas que permitam reduzir o deperdício alimentar para metade até 2025, o Parlamento Europeu aprovou uma recomendação ao Conselho Europeu e à Comissão Europeia para proclamar 2014 o «Ano Europeu contra o Desperdício Alimentar». [3, 4] Só em Portugal, são desperdiçadas um milhão de toneladas de alimentos por ano - 17% do que é produzido pelo país - de acordo com as conclusões do PERDA apresentadas em Dezembro de 2012. [5] Os motivos para este

—ISABEL SOARES visionário › barcelona, espanha—INÊS RIBEIROfacilitador › lisboa, portugal—FRANCISCO GONÇALVESfacilitador › lisboa, portugal—SARA SILVA SANTOScomunicador › barcelona, espanha

Cerca de metade da comida produzida no mundo cada ano vai para o lixo. [1] Segundo a FAO, o actual desperdício alimentar nos países industrializados ascende a 1,3 mil milhões de toneladas, suficientes para alimentar as cerca de 925 milhões de pessoas que todos os dias passam fome. [2, 3] Este desperdício tem consequências não apenas éticas mas também ambientais, já que envolve o gasto desnecessário dos recursos usados na sua produção, como terrenos, energia e água - cerca de 550 mil milhões de

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desde cedo, um ambiente que encoraje e desenvolva a sua iniciativa, criatividade, vontade de aprender e capacidade de estruturar e resolver problemas. Tal vai desenvolver o talento dos jovens e as suas competências de liderança. A escola secundária torna-se cada vez mais um espaço catalisador do potencial dos jovens de acreditar em si próprios e na sua capacidade de transformar e liderar. O ME é um projecto para a consciencialização, reconhecimento, activação e valorização das capacidades dos jovens. - Os jovens

meNtes empreeNdedorastaLeNto e LideraNÇa JuVeNiL para a ComuNidade

são possuidores de competências mas precisam de encorajamento para as pôr em prática. - Verifica-se a necessidade de fomentar uma mudança de mentalidade/atitude que foque a motivação e a iniciativa para um maior envolvimento e participação nas diferentes actividades por parte dos jovensÉ um projecto de jovens para jovens, que pretende promover o envolvimento e participação social dos alunos e canalizar a sua energia, criatividade e vontade de fazer para a concretização do seu potencial transformador e de arriscar – que se traduz na implementação de uma ideia/projecto. Ao trabalharem numa causa própria ou num projecto pensado por si, é activado o seu ímpeto de acção e motivação para desenvolverem a sua ideia (e a

si próprios) de forma mais eficiente e eficaz. Através deste processo criativo, os jovens têm a oportunidade de potenciar o seu talento por via da resolução de problemas que, por sua vez, os capacita como cidadãos mais competentes e, ao mesmo tempo, beneficia a comunidade. Paralelamente pretende-se que seja um caminho de auto-descoberta e aprendizagem e de aquisição de novas capacidades e competências de desenvolvimento pessoal (por exemplo, uma das mais relevantes, a liderança). Todos os jovens envolvidos são convidados a elaborar um Plano de Crescimento Pessoal onde definem quais as áreas de aprendizagem relevantes para o seu desenvolvimento individual (por exemplo, literacia financeira, gerir uma reunião de trabalho ou discursar em público) mas também do projecto (por exemplo, conhecimentos técnicos) e respectivos indicadores para se auto-avaliarem e analisarem o seu progresso. O impacto da acção do ME nos jovens torna-os em cidadãos mais motivados, capazes e responsáveis, características que definem os líderes e decisores do futuro.

Portugal enfrenta importantes desafios quando comparado com os seus parceiros europeus: baixa participação social, capital social e qualificação. É necessário concretizar o potencial de liderança e transformação – atitude ‘can do’ (fazer) e ‘learn by doing’ (aprender fazendo) – dos cidadãos portugueses começando pelos jovens. O projecto ‘Mentes Empreendedoras’ quer fomentar esta atitude nos jovens portugueses dentro do espaço escolar e envolvendo toda a sua comunidade. É crítico proporcionar aos portugueses,

—AFONSO MENDONCA REISvisionário › zurique, suíça—MARTA CORREIAfacilitador › lisboa, portugal

O “Rés do Chão” propõe a reocupação temporária de espaços térreos desocupados, através da reinvenção de funções alternativas ao comércio tradicional com o objectivo de dinamizar a rua e reabilitar a cidade. Com o objectivo de contrariar a crescente desocupação e degradação dos edifícios e das ruas propõe-se a criação de uma plataforma intermediária entre proprietários e arrendatários, em colaboração com o poder autárquico, com o objectivo de promover a reabilitação e a reocupação dos pisos térreos. Depois de escolhida uma zona estratégica da cidade, propõe-se a selecção de um conjunto de pisos térreos

desocupados, a identificação dos seus proprietários e a escolha dos seus futuros ocupantes (através de um Call for Projects). Poderá assim ser criada uma associação entre proprietários, futuros ocupantes e moradores interessados em dinamizar o bairro. Através desta associação seria estabelecido um plano de reabilitação conjunto e obtido um fundo atractivo (através de uma linha de crédito bonificada). Pretende-se explorar novos tipos de ocupação temporária como espaços de “co-working”, ateliers-loja, galerias, grupos de teatro, entre outros, de forma a promover a partilha de recursos e ideias, a gerar novas formas de cooperação facilitando a empregabilidade. Seriam assim restituídas as actividades de rua, importantes pela capacidade de atrair pessoas e fundamentais na construção social dos bairros e na imagem e identidade da cidade.

—MARIANA PAISANAvisionário › ahmedabad, índia—SARA BRANDÃOcomunicador › lisboa, portugal—MARGARIDA MARQUESfacilitador › são paulo, brasil—MARTA PAVÃOfacilitador › são paulo, brasil

rés do CHÃo

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Nunca, como hoje, houve tantos e tão bons músicos portugueses pelo mundo. Os casos de sucesso vão-se multiplicando, com músicos portugueses espalhados por alguns dos melhores conservatórios e orquestras do mundo, muitas vezes acabando por seguir as suas

carreiras fora de Portugal. Numa iniciativa inédita na história da música portuguesa, a Orquestra XXI pretende reunir uma grande parte dos jovens músicos portugueses residentes fora do país para, numa semana, se apresentarem em conjunto numa digressão por Portugal. Para além de uma série de concertos em regiões diferentes do país (Casa da Música/Porto, Centro Cultural de Belém/Lisboa, Mosteiro de Tibães e Mosteiro da Batalha), a Orquestra XXI pretende também desenvolver um conjunto de actividades de carácter educativo e pedagógico, através do trabalho com jovens e estudantes de música, com o intuito de partilhar a experiência de todos os membros da orquestra com os estudantes em Portugal, e com o público em geral. Porque a mensagem máxima é a própria música, a escolha do programa obedece a um cuidado especial, para que os concertos não sejam desprovidos de obras do grande repertório, nem fique esquecido o importante lugar do património português. Assim, apresenta-se música de Fernando Lopes-Graça e uma nova obra de Manuel Durão composta para a Orquestra XXI, a par de obras de G. Mahler e J. Brahms, num projecto que pretende ter um impacto real na cultura portuguesa.

conjunto de propostas, que pretende a revitalização e enriquecimento visual destes mesmos espaços através da realização de um conjunto de iniciativas locais, tais como: - limpeza de pequenos espaços tidos como ‘lixeiras’ que se constituem como perigo para a saúde pública; - criação de jardins suspensos e pequenos canteiros em espaços vandalizados; - proposta de jardins públicos e espaços infantis em locais abandonados; - organização de actividades intergeracionais; - criação de obras de arte pública e participativa com o contributo da comunidade artística da cidade (ilustradores, graffiters, artistas plásticos, designers, arquitectos, entre outros). De forma a agilizar o desenvolvimento destas intervenções, e para aproveitarmos os recursos e ideias pré-existentes, contamos com a colaboração de um conjunto de projectos: - ReTornáveis – Manobrar Ruínas; - projecto Bairro das Artes, da Associação Terra na Boca; - daportaparafora-arquitectura paisagística; - BOA: Bombarda Oficinas de Artes; *A proposta do Imagin’OPorto surge a partir de uma colaboração entre uma iniciativa independente iniciada por Catarina Pires, Mariana Figueiredo e Inês Soares e o projecto de Mestrado em Ilustração e Animação de Joana Vieira da Costa.

A cidade do Porto é um exemplo de uma cidade que sofre de uma certa “decadência urbana”, habitada por um conjunto de edifícios antigos e históricos que não podem ser removidos, omitindo assim a chegada do futuro. Agregado a este problema estrutural, nota-se a falência do espaço público, que é apenas reflexo da carência de um elemento agregador que fomente o diálogo entre os actores sociais e institucionais e todos os elementos dissonantes que neste espaço coexistem. Imagin’OPorto pretende ser esse elemento que agrega e serve de rede entre projectos independentes, entre os sonhos e imaginação da população e entre os projectos das instituições estatais e municipais, com o principal objectivo de potenciar o diálogo intercultural e intergeracional entre todos os moradores e transeuntes do Porto, fomentando, deste modo, a diversidade de expressões culturais e estimulando um certo espírito de responsabilidade cívica de todos os intervenientes sociais desta cidade. Assim, identificamos um conjunto de locais específicos que sofrem de problemas socioeconómicos e culturais como a desertificação, o envelhecimento, a degradação física ou o vandalismo, e desenhamos um plano de acção com um

imagiN’oporto

orQuestra XXi—DINIS SOUSAvisionáriolondres, reino unido—DIANA FERREIRAfacilitadoraveiro, portugal—RICARDO GASPARcomunicadorlondres, reino unido—JOÃO SEARAcomunicadorlondres, reino unido

—JOANA VIEIRA DA COSTAfacilitadorporto, portugal—TERESA CATARINA PIRESfacilitadorporto, portugal

—IMAGIN’OPORTO PORTOvisionárioporto , portugal

—MARIANA FIGUEIREDOfacilitadorporto, portugal—INES CAROLINA RIBEIRO SOARESfacilitadordubai, emiratos árabes unidos

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Nas áreas urbanas e suburbanas de Lisboa e Porto vivem 1 milhão de crianças! Há quanto tempo não as vemos a brincar na rua? Vivemos um tempo em que grande parte das zonas urbanas e suburbanas das áreas metropolitanas estão desumanizadas, decadentes ou sem vida. As regiões da grande Lisboa e do grande Porto cresceram aceleradamente nas últimas décadas, mas esse crescimento não foi acompanhado

por um desenvolvimento urbanístico capaz de responder às necessidades de qualidade de vida das populações. A prioridade foi sendo dada às condições de habitabilidade dos edifícios, tendo-se resolvido já a maioria dos problemas inerentes às necessidades mais básicas (água, saneamento, eletricidade, etc). Mas o desenvolvimento do espaço público foi sendo relegado para segundo plano, e desenvolveu-se de forma deficiente e deficitária na maioria dos casos. Paralelamente, deu-se um crescimento voraz do parque automóvel, e os carros foram tomando conta desse espaço público abandonado, ocupando vias, passeios, praças. Desapareceram as zonas de laser, os campos de jogos, os espaços de brincadeira. As crianças deixaram de brincar na rua, os idosos refugiaram-se em casa, os adultos ativos reduziram a sua vida social. O projeto “Dar a volta à Rua” tem como objetivo inverter essa tendência. Pretende-se alterar o paradigma de utilização do espaço público, encontrando uma forma equilibrada de desenvolver a rua que permita recuperar as atividades ao ar livre em plena área urbana. Não se pretende ostracizar o automóvel, mas retirar-lhe do papel dominador e condicionador da vida urbana. O automóvel ocupa espaço e condiciona as restantes atividades, em virtude de incorporar o perigo de atropelamento. O projeto “Dar a volta à Rua” baseia-se na eliminação deste problema/perigo para criar condições de utilização da rua para outras funções. O projeto ‘Dar a volta à Rua’ ira trabalhar com as comunidades locais formas de transformar as suas ruas, aliando a sabedoria vivencial que a comunidade tem do seu território à capacidade técnica da equipa de planeamento e mobilidade. Nesse processo, a comunidade irá adquirir as capacidades necessárias para pensar e modificar a sua rua. Serão os residentes a tomar as decisões e a realizar esse trabalho de planeamento, modelacao do espaço da sua rua e implementacao no terreno das medidas propostas por todos. Além do seu forte cariz ambiental e social, um dos pontos mais relevantes deste projeto é o reduzido custo/eficácia das soluções que propõe implementar. De facto, trata-se de utilizar os recursos humanos e as sinergias dos membros da própria comunidade para levar a cabo a implementação de soluções técnicas de muito baixo custo para obter resultados ambientais, sociais, pedagógicos e mesmo económicos muito relevantes. Esta metodologia acentuará o sentimento de pertença ao espaço público, determinante para que o projeto seja cuidado e defendido pela comunidade após a sua implementação. Vamos dar a volta à rua! Vamos fazer cidades amigas das crianças, cidades amigas das pessoas!

dar a VoLta À rua!—ANDRE NEVESvisionário › oxford, reino unido—PEDRO MACHADOfacilitador › lisboa, portugal

Casa do Vapor—EDUARDO CONCEIÇÃOvisionário › berlim, alemanha—SAMUEL CARVALHOfacilitador › berlim, alemanha—AMALIA JEANNE VIEIRA BUISSONcomunicador › lisboa, portugal

A Casa do Vapor é um projeto na Cova do Vapor no concelho de Almada, construído de forma colaborativa com a comunidade local e a ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DA COVA DO VAPOR, o coletivo EXYZT e o colectivo AMD, responsável pela produção do projecto. Sob a forma de um workshop será realizada a construção da infraestrutura da Casa do Vapor, um complexo temporário que vai albergar as diversas atividades a acontecer de Junho a Outubro 2013 assim como instalações balneares permanentes para a praia. As instalações balneares vão ser construídas anexas ao edifício que alberga a associação de moradores da Cova do Vapor. A equipa é composta por voluntários profissionais movidos pela vontade e desejo de concretizarem este projecto. As equipas são compostas por elementos internacionais, (Alemanha, Áustria, França, Itália, Brasil e Turquia e por elementos portugueses que vivem em Berlim). A estes dois grupos juntar-se-ão um conjunto de grupos/pessoas com projetos satélites, que acreditam na ideia e se identificam com ela. Surgiram então projetos como a escola de surf do Ivo Santos, pintura de murais pelo Gonzague Lacombe, a Ópera do Vapor da Loreto Martinez, Vapo Labo um workshop de fotografia, um livro de receitas da Cova do Vapor que vai expor a um

maior público as diversas iguarias que a Cova tem a oferecer para a culinária tradicional Portuguesa, o projecto da cozinha comunitária da casa do Vapor por Mattia Paco Rizzi e Jessica Bergstein-collay recente vencedora da bolsa «Crisis Buster» da Trienal de Lisboa de 2013, entre outros projectos ainda em desenvolvimento. Os Urban Sketchers Portugal farão da Cova um dos seus novos pontos de encontro para desenho durante este verão. O projeto será gerido por grupos locais e pela associação de moradores da Cova do Vapor e estará sempre aberto á participação do público. A Casa do Vapor será um espaço de encontro que promoverá workshops, conversas, exposições, performances, música, teatro, entre outras atividades. Haverá um espaço de residência, performance e área para a realização de workshops a partir dos quais as diversas habilidades da população local e convidados será colocada em partilha e ação. O projeto vai desenvolver-se entre Maio e Outubro de 2013, combinando o programa cultural com atividades desportivas e iniciativas de comércio local que irão contribuir para a sua sustentabilidade e para o desenvolvimento futuro do comércio local da Cova. www.constructlab.nethttp://www.exyzt.org/

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em-rede

saBedoria ViNtage—ANDREIA VIEIRAvisionário › porto, portugal—ANA DELGADOcomunicador › porto, portugal—ARIANA VIEIRAfacilitador › barcelona, espanha

“Individually, we are one drop. Together, we are an ocean.” O projecto em-rede tem como missão apoiar pessoas sem emprego a potenciar a sua condição económica e a sua felicidade, em grupo. No contexto actual de crise prolongada, com efeitos dramáticos no mercado de trabalho, assistimos ao crescimento galopante da taxa de desemprego que atinge mais de 17% da população em Portugal. Conscientes desta realidade e com uma enorme vontade de encontrar soluções através da força colectiva, somos já um grupo de 10 voluntários com experiência na área do Coaching, Formação, Recrutamento e Selecção. Pretendemos actuar em três importantes vertentes: 1) Apoiar directamente desempregados na procura de soluções para melhorarem a sua situação económica, na

procura de emprego (feedback a cv’s, cartas de apresentação, presença on-line, sessão de apoio para ajudar a definir os próximos passos do percurso profissional, treino de entrevistas) ou no lançamento do seu próprio negócio (orientar as pessoas interessadas para os recursos e instituições que dão apoio ao empreendedorismo); 2) Apoiar as estruturas/grupos de apoio a desempregados já existentes em Portugal, partilhando com elas boas práticas. Achamos que esta é a melhor forma de multiplicar o valor da nossa intervenção, transferindo know-how para as pessoas que já estão no terreno e permitindo a essa comunidade aprender com o que está a fazer, ou seja, funcionar em-rede em vez de “a solo”. 3) Dinamizar um grupo alargado de entidades e pessoas diferentes para reflectir sobre o problema do desemprego em Portugal e encontrar soluções integradas através dos recursos já existentes. Queremos convidar desempregados, career services, centros de empregos, IPSS, Juntas de freguesia, empregadores, empresas de outplacement, paróquias, fundações, ONGs e entidades ligadas

ao empreendedorismo. Assumimos como compromisso: - Criar rede entre as pessoas e as instituições de apoio ao emprego, com impacto relevante num número crescente de pessoas e famílias - Tirar partido do Coaching em grupo, potenciando a capacidade de cada pessoa encontrar novas soluções para melhorar a sua vida e progredir - Lançar um projecto pioneiro que rompe com os métodos tradicionais da aprendizagem: usamos uma metodologia mais profunda e intensa, com uma estrutura aberta, participativa e flexível, adaptando-se a perfis e objectivos muito distintos, incluindo atividades definidas e geridas pelos próprios, desafios, experiências e aprendizagem em grupo Como retribuição, esperamos que os participantes devolvam à comunidade no valor daquilo receberam (por exemplo, envolvendo-se em projectos de responsabilidade social com impacto em cadeia) A nossa actuação vai incluir: - Learning Groups/Group Coaching - Workshops - Sessões individuais - Eventos de Networking - Desenvolvimento de projectos de voluntariado em cadeia.

os velhos terão muito a ganhar (porque sentir-se-ão importantes), é certo para nós que é a Sociedade Civil, cidadãos comuns, Escolas e Universidades, que poderão ganhar ainda mais com este contacto. Acreditamos ainda que muitas das respostas que procuramos para o futuro podem estar no passado, como é o caso da Inovação e Empreendedorismo. Uma nova ideia, ou simplesmente a adaptação de uma ideia/saber/ofício antigo pode ser o início de um projeto de criação de um novo negócio. E por isso queremos chamar Escolas, Universidades, Associações de empreendedorismo e de inovação a participarem de forma ativa. Como? Primeiro, teremos de fazer uma campanha de comunicação, em que vamos criando de forma contínua uma base de “sábios vintage” Esta campanha irá ser feita nos hospitais, lares, autarquias locais, segurança social, facebook, internet, imprensa, TV em que iremos lançar o desafio: - Aos idosos: Gostava de contar as suas histórias, ensinar como se fazia o seu ofício? - A quem conhece os idosos: Conheces pessoas com histórias e saberes que valem a pena eternizar…? - Sociedade em geral (nomeadamente Escolas, Universidades..): Que área te interessa aprender? Gostavas de saber como era antigamente? Simultaneamente iremos lançar o desafio à Sociedade Civil de vir aprender: - “Se esta árvore falasse… que histórias! Gostavas de recuar no tempo e conhecer histórias e saberes de outros tempos? E Contados na primeira pessoa? “ Vai ao nosso site e conhece as nossas propostas! Com efeito, com este projeto, iremos enaltecer as pessoas mais velhas, rentabilizando o conhecimento das mesmas, criando uma Sociedade mais rica, inclusiva e saudável, ao mesmo tempo que promovemos as relações afetivas inter-geracionais. Assim, cada idade será boa para ser vivida e os mais velhos terão um papel de destaque na Sociedade!

O nosso projeto consiste em enaltecer os mais velhos e rentabilizar o seu conhecimento ríquissimo, que corre o risco de se perder para sempre se nada fizermos. Sabemos que os mais velhos na nossa sociedade são frequentemente menorizados e esquecidos, quando têm muitas vezes saberes e experiências, para partilhar e eternizar. Constatamos ainda que os mais velhos querem sentir-se úteis, falar do seu passado, mas não encontram espaço para tal numa Sociedade que se tem tornado cada vez mais vazia de valores. O objetivo do “Sabedoria Vintage” é pôr em contacto oferta - quem quer partilhar - e a procura - quem quer conhecer - em que todos ganham. Realizaremos workshops, visitas com fins didáticos, de inspiração de inovação, ou simplesmente de lazer. Não queremos ser mais um projeto de voluntariado (sem desconsiderar tais projetos), em que pode parecer que uma parte tem mais a ganhar que outra. Se é verdade que

—MADALENA PAIVAvisionário › luanda, angola—JOANA DOMINGUESfacilitador › lisboa, portugal—SUSANA PRUDÊNCIOcomunicador › lisboa, portugal—MARLENE TAVARESfacilitador › dublin, irlanda—ANA DUARTE RIBEIROfacilitador › lisboa, portugal—RITA PAIVA E PONAfacilitador › lisboa, portugal—CARINA FIGUEIRAfacilitador › lisboa, portugal—CATARINA PAIVAfacilitador › lisboa, portugal—TERESA OLIVEIRAfacilitador › lisboa, portugal

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Av. de Berna, 45A1067-001 Lisboa, Portugal

T (+351) 17 823 000 [email protected]

www.ideiasdeorigemportuguesa.org

Portugal, país de tradiçoes rurais e país rico em recursos naturais, que tem visto ao longo dos anos as suas aldeias serem abandonadas por milhares de pessoas que partiram em direcção às cidades (ou ao exterior). Durante muito tempo viver na cidade foi sinónimo de viver melhor, com mais luxos, mais possibilidades e mais êxitos. Num momento como o actual, em que inclusive

satisfazer as necessidades mais básicas (comida, tecto, serviços de saúde) começa a ser um desafio para muitas famílias; o regresso a um contexto rural começa a ser uma alternativa cada vez mais lógica, viável e acessível. Se actualmente nas cidades sobram trabalhadores que, atingidos pelo desemprego, deixam de poder suportar os gastos inerentes à sua subsistência, nos aglomerados mais pequenos escasseiam os profissionais que possam proporcionar aos habitantes todo o tipo de serviços (desde saúde, educação, cultura, etc.) Propomo-nos aproveitar o capital e potencial humano considerado ‘excedente’ em núcleos urbanos de maior dimensão, para dinamizar e revitalizar aldeias em processo de desertificação ou envelhecimento, cuja principal necessidade são precisamente estes recursos humanos. Para isso, analisamos uma aldeia X. Identificamos em conjunto com as entidades administrativas (juntas de freguesia, centros de emprego da cidade mais próxima,etc) e outras (empresas da região, indústrias, universidades, associações locais, moradores….) as suas necessidades básicas e o seu potencial. Deste confronto de ideias nasce a proposta de um diagrama inicial de infraestructuras e recursos humanos necessários para iniciar a (re)activação da aldeia. Pretende-se que, com um investimento mínimo de trabalho e dinheiro, se possa converter a aldeia numa opção viável e atractiva para quem sobrevive a custo na cidade. Numa primeira fase, procede-se à definição de um grupo de técnicos/investigadores/trabalhadores essenciais para a reabilitação das infraestruturas e dinamização inicial. Posteriormente, define-se o elenco dos restantes profissionais necessários para activar completamente esta aldeia. Assim,

eNtre Cidades... estÃo as aLdeias!

—HÉLIA PIRESvisionário › barcelona, espanha—ANA VALENTEfacilitador › lisboa, portugal—ANNE LIPPMANNfacilitador › barcelona, espanha

se completa uma espécie de ‘micro sistema’ que possa, no limite, ser quase auto-suficiente, proporcionando uma alternativa válida, quer para pessoas que não encontram no mercado de trabalho actual uma saída, quer para o cidadão comum. Este ‘micro sistema’ compreende desde os serviços de primeira necessidade como a alimentação, a saúde e a educação, até à exploração das indústrias e actividades locais, às novas tecnologias ou à cultura. O projecto dirige-se, assim, a todos os profissionais/cidadãos que possam encontrar o seu lugar no ‘micro sistema’ de um núcleo urbano mais pequeno. Se por um lado, se oferece às gerações ‘urbanas’ novas experiências de socialização e de relaçães de pequena escala, por outro lado, propõem-se custos de vida muito mais acessíveis, com base num crescimento auto-suficiente, fruto da exploração consciente dos recursos naturais e da redescoberta da agricultura. Simultaneamente, levamos às populações envelhecidas e isoladas, o rejuvenescimento e o incentivo à partilha e troca de conhecimentos e de experiências de vida (conhecimentos de agricultura, pecuária, culinária, artesanato, etc).Todos têm algo que ensinar e que aprender. Propomos um intercâmbio fundamentado na troca de saberes e de serviços, direccionado para a cooperação, a sustentabilidade e a ecologia. Pretendemos, com este projecto, reclamar o regresso às aldeias como uma saída possível. Num momento economicamente e socialmente tão complicado como o actual, de certo modo, procuramos motivar o investimento de trabalho, tempo, engenho e arte ‘cá dentro’. Procuramos que a alternativa deixe de ser ‘saír do país’ e passe a ser ‘descobrir o país e todo o seu potencial’.

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