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*Universidade Anhembi Morumbi, SP. Mestranda do PPG em Hospitalidade: A Hospitalidade Simbólica Da Casa Das Rosas: O Acolhimento Pelas Palavras. A Hospitalidade da Casa das Rosas sob o olhar dos contadores de histórias. DINÁ VIVIANE DUARTE LOURENÇON Este estudo consiste em apresentar a análise das características da hospitalidade inseridas no ambiente da Casa das Rosas, localizada na Avenida Paulista da cidade de São Paulo, compreendendo também seu aspecto patrimonial, e as sociabilidades envolvidas nesse processo. A priori retomou-se o contexto da inauguração da Avenida Paulista, seguida da mudança do eixo da moradia da cidade pós crise de 1929. O estudo da Casa das Rosas se justifica pelo seu tombamento como patrimônio histórico, além do aproveitamento de seu antigo terreno para instalações modernas de negócios, próprias desta avenida na atualidade. Buscar-se, também, entender a oferta no que se refere aos domínios hospitalidade, em sua dimensão aqui definida como museal apontado e compreendendo aos atos de recepcionar, hospedar, alimentar e entreter os visitantes em um espaço público. Identificar a Casa das Rosas, sua memória e o que a torna o que é, se fará pela análise de contadores de histórias (storytelling), observando se essa ação pode ser um meio de as palavras gerarem uma possibilidade de acolhimento, em um espaço público. Além desse fato, o ambiente organizado e estruturado no local, contribuem para minimizar possível desconforto de seus visitantes. Seus “jardins floridos” ajudam a formar uma espécie de “cenário” de pertencimento ao frequentador. Para tanto, optou-se nesse estudo pela abordagem qualitativa, realizando a pesquisa de campo, com observações diretas e participantes, por meio de um diário de bordo, e roteiro de entrevista semiestruturada, para a posteriori transcrições e análises. A Avenida Paulista e a presença da Casa das Rosas como Patrimônio Histórico e Cultural. O Patrimônio pode ser classificado em Histórico, Cultural, Ambiental e Público. O patrimônio histórico e cultural de um povo são todos aqueles bens materiais e imateriais importantes para a sua cultura e história, formadores da memória nacional, e, portanto, de

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*Universidade Anhembi Morumbi, SP. Mestranda do PPG em Hospitalidade: A Hospitalidade Simbólica Da Casa Das Rosas: O Acolhimento Pelas Palavras.

A Hospitalidade da Casa das Rosas sob o olhar dos contadores de histórias.

DINÁ VIVIANE DUARTE LOURENÇON

Este estudo consiste em apresentar a análise das características da hospitalidade

inseridas no ambiente da Casa das Rosas, localizada na Avenida Paulista da cidade de São

Paulo, compreendendo também seu aspecto patrimonial, e as sociabilidades envolvidas nesse

processo.

A priori retomou-se o contexto da inauguração da Avenida Paulista, seguida da

mudança do eixo da moradia da cidade pós crise de 1929.

O estudo da Casa das Rosas se justifica pelo seu tombamento como patrimônio

histórico, além do aproveitamento de seu antigo terreno para instalações modernas de

negócios, próprias desta avenida na atualidade.

Buscar-se, também, entender a oferta no que se refere aos domínios hospitalidade, em

sua dimensão aqui definida como museal apontado e compreendendo aos atos de recepcionar,

hospedar, alimentar e entreter os visitantes em um espaço público.

Identificar a Casa das Rosas, sua memória e o que a torna o que é, se fará pela análise

de contadores de histórias (storytelling), observando se essa ação pode ser um meio de as

palavras gerarem uma possibilidade de acolhimento, em um espaço público.

Além desse fato, o ambiente organizado e estruturado no local, contribuem para

minimizar possível desconforto de seus visitantes. Seus “jardins floridos” ajudam a formar

uma espécie de “cenário” de pertencimento ao frequentador.

Para tanto, optou-se nesse estudo pela abordagem qualitativa, realizando a pesquisa de

campo, com observações diretas e participantes, por meio de um diário de bordo, e roteiro de

entrevista semiestruturada, para a posteriori transcrições e análises.

A Avenida Paulista e a presença da Casa das Rosas como Patrimônio Histórico e

Cultural.

O Patrimônio pode ser classificado em Histórico, Cultural, Ambiental e Público. O

patrimônio histórico e cultural de um povo são todos aqueles bens materiais e imateriais

importantes para a sua cultura e história, formadores da memória nacional, e, portanto, de

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suma importância sua conservação, pois, assim, preservamos as características de uma

sociedade, garantindo a sobrevivência de sua identidade cultural.

Segundo o artigo 216.º da Constituição, o Patrimônio Cultural representa os bens: “(...)

de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de

referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade

brasileira”. Exemplo disso, os materiais como: casas, praças, fazendas, igrejas e outros, e os

imateriais são esculturas, pinturas, doces, queijos, comidas e outros.

Ou seja, Patrimônio Cultural é o conjunto de todos os bens, manifestações populares,

cultos, tradições tanto materiais quanto imateriais, que reconhecidos de acordo com sua

ancestralidade, importância histórica e cultural de uma região adquirem um valor único e de

durabilidade representativa simbólica/material.

Acerca do DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937, Capítulo I,

Artigo 1º, Artigo 180 da Constituição, que organiza a proteção do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional, a referida norma estabelece que o Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional são o conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação é de

interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por

seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.

A saber, no CAPÍTULO II, DO TOMBAMENTO, Art. 4º O Serviço do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do Tombo, nos quais serão inscritas as

obras a que se refere o art. 1º desta lei: Seguindo o CAPÍTULO III DOS EFEITOS DO

TOMBAMENTO, CAPÍTULO IV DO DIREITO DE PREFERÊNCIA e CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS, Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1937, 116º da Independência e

49º da República. GETULIO VARGAS. Gustavo Capanema. (Este texto não substitui o

publicado no DOU de 6.12.1937). Segundo o portal do governo do Estado de São Paulo, “os

equipamentos do Estado que preservam bens de valor histórico, cultural, arquitetônico,

ambiental e até afetivo podem ser tombados.” O órgão responsável por esse processo de

tombamento aqui em são Paulo é o CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio

Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). Formado por representantes de diversas

entidades, como: secretarias estaduais, entidades de classe e universidades, que se reúnem

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periodicamente para deliberar sobre os pedidos relativos ao patrimônio cultural do Estado de

São Paulo.

O processo de tombamento tem inicio com a solicitação do interessado, que por sua

vez deverá ser bem justificada e documentada. Após reunir documentos e justificativa, a

proposta é encaminhada ao corpo técnico, o qual dará um parecer sobre o assunto. Após o

processo ser analisado por um Conselheiro Relator e pelo Conselho, fica estabelecida a

abertura ou não do processo de estudo de tombamento. Sendo favorável, o objeto de

tombamento será submetido ao seu estudo, assegurando a preservação do bem até o final com

a decisão, sendo assim, notificado o dono. E por fim, a etapa de tombamento que acontece por

meio de uma resolução do Secretário da Cultura, publicada no Diário Oficial do Estado, para

que a posteriori, o bem seja inscrito no respectivo livro do tombo. Como um exemplo de

museu desta capital e objeto desta pesquisa, tem-se a Casa das Rosas: Espaço Haroldo de

Campos de Poesia e Literatura, que ocupa um dos últimos casarões remanescentes da época

de ouro do café.

Naquela época, a cidade de São Paulo “havia rompido as fronteiras da vila colonial”

(PROCESSO, p. 18), pois os lucros com as lavouras de café, a oeste, expandindo-se pelas

ferrovias criou-se o momento propício ligando os cafeicultores à cidade, tornando-se

burguesia emergente e pelo desejo de alguns paulistas de criar espaço habitável (boulevard)

longe dos movimentos centrais da época, tais como Praça da República, Higienópolis e

Campos Elísios, as quais já estavam habitadas e caras, foi criada entre outros projetos de ruas,

a avenida que antes fora pensada em Avenida das Acácias ou Prado de São Paulo e que no

ato da inauguração foi nomeada de Avenida Paulista em homenagem aos paulistas, por um

dos idealistas, o uruguaio de Montevidéu e diplomado na Alemanha em engenheiro agrônomo

Joaquim Eugênio de Lima e outro, Dr. Clementino de Souza e Castro (na época Presidente do

conselho de intendências da cidade de São Paulo, atual cargo de prefeito), que associando-se a

João Borges de Figueiredo e João Augusto Garcia, iniciaram a compra de glebas e terrenos no

espigão entre os rios Tietê e Pinheiros, no alto do Caaguaçu, hoje da Consolação ao Paraíso,

totalizando 3 Km. A escolha do alto do espigão se deu por causa do próprio relevo, mais

apropriado do que as várzeas do Tamanduateí, além das belezas naturais das matas virgens,

como atestou o naturalista alemão Adolf Usteri, no final do século. E além da já consagrada

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percepção turística em 1893 por A. de Almeida Prado, a Avenida Paulista já era assunto no

exterior, após 3 anos de inauguração. (PROCESSO 22104-82, p. 60)

A princípio, em 1890 haviam adquirido na rua Real Grandeza (depois Avenida

Paulista) dois terrenos de José Coelho Pamplona e de sua mulher Maria Vieira Paim

Pamplona e no mesmo ano mais dois lotes de Mariano Antonio Vieira e de sua mulher Maria

Izabel Paim Vieira. Depois adquiriram a Chácara Bela Cintra de Candido de Morais Bueno.

Toda a região local servia na época de passagem de boiadas a caminho do matadouro. O plano

da avenida foi elaborado pelo agrimensor Tarquinio Antonio Tarant e, como deveria ser

plana, exigiu o aterro do lugar, o vale na atual avenida 9 de julho. No final da década de 20, a

intenção de alterar o nome da Avenida Paulista para Avenida Carlos de Campos,

homenageando o ex-presidente do Estado, não ganhou as graças da sociedade fazendo com

que a Avenida voltasse a ter o nome com o qual foi criada e é conhecida até os dias de hoje.

A Avenida foi aberta seguindo padrões urbanísticos relativamente novos para a época: seus

palacetes possuíam regras de implantação que, como conjunto, caracterizaram uma ruptura

com os tecidos urbanos tradicionais. Os novos palacetes incorporavam os elementos da

arquitetura eclética.

Localizada na Avenida Paulista, número 37, Bairro Paraíso, o CONDEPHAAT cita

como um dos bens protegidos:

Antiga residência de Ernesto Dias de Castro, genro de Ramos de Azevedo, o edifício

de dois pavimentos, porão e sótão foi construído na década de 1930. Possui, entre

as suas dependências, oito quartos, escritório, salas, cozinha, copa, mansarda e

lavanderia. Quanto ao seu estilo, o projeto de Felisberto Ranzini insere-se no

padrão eclético das construções do início deste século. O sobrado, avarandado no

pavimento térreo e com terraços descobertos, guarnecidos de guarda-corpos com

elementos vazados, no superior, possui telhado em ardósia, com águas

acentuadamente inclinadas, de inspiração européia. Restaurada recentemente, a

Casa das Rosas, abriga um museu da Secretaria Estadual de Cultura. Nos fundos

do lote foi construído um edifício de grandes proporções cujo projeto teve a

preocupação de respeitar os visuais do bem tombado.(Fonte: Maria Luiza Tucci

Carneiro; Número do Processo: 22104/82; Resolução de Tombamento: Resolução

57 de 22/10/85; Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 241, p. 65, 21/01/1987;

Publicação do Diário Oficial; Poder Executivo, 24/10/85, pg. 14. Área Envoltória;

Resolução SC 101, de 01/11/2013 (DOE 13/11/2013, pg. 59).

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O arquivo de estudo de tombamento do Edifício situado na Avenida Paulista, nº 37,

Processo Nº 22104 de 09 de junho de 1982, responsável técnico Sheila Schvarzmar, tendo

como interessado o CONDEPHAAT, é parte integrante do Projeto FAPESP nº 2009/51394-3

(www.arquicultura.fau.usp.br). (p. 01-03)

No contexto, os donos da Casa das Rosas, entre outros imóveis, foram autuados dando

início ao pedido de tombamento, constante na página 07: Comunicado a família Azevedo

sobre o Processo de Tombamento, 1982.

Cópias do mesmo documento e com o mesmo teor foram enviadas para: Espólio de

Lúcia Azevedo Dias de Castro; Administrador Regional da Vila Mariana, Dr. Armando de

Oliveira Borges e Delegado Titular do 5º Distrito Policial, Dr. Douglas Sochaia, o Ofício de

número SE-489/82, Processo CONDEPHAAT nº 22104/82, além enviou-se para à sua

Excelência o senhor Desembargador Dr. Octávio Gonzaga Júnior, Secretário de Estado dos

Negócios da Segurança Pública.

A página 15 do processo, de folha 13 dos autos originais, trás a descrição do imóvel,

usando-se do argumento de que o projeto da casa havia sido desenhado por Ramos de

Azevedo (Francisco de Paula Ramos de Azevedo (São Paulo SP 1851 - Guarujá SP 1928).

Engenheiro, arquiteto, administrador, empreendedor e professor.

Assim, mesmo que a Avenida Paulista, seguisse sua trajetória própria a que foi criada,

síntese dos padrões da elite paulistana, a casa permanecia um belo exemplar com qualidades

arquitetônicas intrínsecas, diferente das demais que mesmo sendo pós crise, não conseguiram

manter sua estrutura original. A casa nº 37 manteve, assim, o elo com a primitiva situação,

antes da crise de 29, onde a Avenida começou a ganhar uma nova infra-estrutura urbana.

Hospitalidade pelo acolhimento.

Citada em Odisséia de Homero, do latim “hospitalitas” O’Gorman (2007), argumenta

que, por dedução dos estudiosos linguísticos, as palavras hospitalidade e hostilidade, são

provenientes da mesma trajetória raíz proto-indo-européia *ghos-ti: desconhecido, estranho,

hóspede, anfitrião – “alguém com quem se tem deveres recíprocos de hospitalidade”, a

Hospitalidade, analisa a relação interpessoal como resgate, como compreensão do mundo

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contemporâneo, a troca do calor humano num ambiente social cada vez mais inóspito, pois

segundo Norbert Elias (1994) a inospitabilidade resultante da predominância do anonimato é

uma sequela do processo civilizador. A hospitalidade envolve comunicação.

Isabel Batista (2002, p. 161) escreve que “A hospitalidade pode dizer-se e manifestar-

se por meio de muitas maneiras: pelas palavras, pelos gestos, pelas leis e pela pluralidade

imensa de formas de gerir os tempos e os espaços que nos coube viver.” Tanto pelo

pensamento do Camargo, como pelo pensamento da Batista, tempo aqui, se refere aos

encontros, as partidas, etc e não cronológica.

A relação interpessoal é o componente básico da cena hospitaleira, onde a

reciprocidade nas relações humanas, como argumenta Mauss (2001) suscita: dar-receber-

retribuir, o que se faz necessário até mesmo na área comercial, posto que somos seres de uma

complexidade biopsicossocial. Buber (1979) formula a diferença entre o “eu-tu, de

relacionamento genuíno, do eu-isso, de relacionamento instrumental”, e estas relações se dão

em âmbito social e “[...] não existe vínculo social nem cultura sem um princípio de

hospitalidade” (Derrida, 1997, apud Camargo, 2015, p. 47).

Assim, a relação interpessoal é o componente básico da cena hospitaleira, sejam elas,

primárias (intimidade) ou secundárias (etiqueta). Camargo (2015) categoriza dois domínios da

hospitalidade: Tempo (recepção, a hospedagem, a alimentação, tendo o cuidado de

acrescentar o entretenimento) e o Espaço (doméstico, público e comercial, acrescido do

virtual, de importância cada vez maior na vida social atual).

Camargo (2015, p. 44) argumenta que, “[...] a hospitalidade mais que um fato

observável, é uma virtude que se espera quando nos defrontamos com o estranho [...] a regra

da cidade é o anonimato travestido de regras da urbanidade, que, no fundo, é a hospitalidade

ensaiada”.

Camargo (2003, p.28), alega que a “hospitalidade pode ser definida como o ato

humano, exercido em contexto doméstico, público e profissional, de recepcionar, hospedar,

alimentar e entreter as pessoas temporariamente deslocadas de seu habitat natural.”

A semiótica peirceana, por exemplo, explicada por (PEIRCE 1839 – 1914), determina

que ‘tudo significa’, isto é, o próprio ser humano é um ser simbólico. Assim, não só a

interação entre os humanos, como o uso dos signos (representações), tanto icônicos, quanto

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indiciais, somam às relações do ser simbólico na sociedade. Essas simbologias foram se

transformando ao longo da história, nascendo os usos e costumes, linguagens, religiões,

ciências, pensamentos, tecnologias e etc, primordialmente as narrativas provenientes das

combinações simbólicas.

Nessa questão, Arab (et al) explicam que:

O homem foi, assim, o único ser vivo a questionar o meio em que vivia e deseja um

significado para seu entorno e, ao mesmo tempo, para sua própria existência. Essa

necessidade de expor pensamentos, sentidos e percepções do mundo ao redor fez do

homem um ser narrativo. (ARAB et al, 2011, p.4)

Desde os tempos mais remotos em torno das fogueiras, que o homem faz uso das

histórias para explicar fenômenos ainda não desvendados, mas também como meio de se

comunicar e se relacionar, através da fala e da escuta, explorando a emoção e a razão e assim

o entendimento inter-relacional.

Em torno das fogueiras [...] as tribos se reuniam para compartilhar experiências.

[...] eram os meios de Comunicação pelas quais as mensagens e o saber acumulado

eram transmitidos de geração para geração. Era um momento de descobertas, de

aproximação entre os indivíduos do grupo, que consolidava a estrutura social e os

valores culturais. (GONTIJO, 2004, p. 28)

Estes momentos narrativos, através do contador de histórias, foi o elo integrador

identitário, que serviu como principal meio de transmissão de costumes, valores, cultura e

conhecimento, com o porvir da escrita para registrar tais oralidades.

Barthes (1976, p. 57) afirma que “a narrativa está presente em todos os tempos, [...]

lugares, [...] sociedades”, Arab (2012) argumenta ainda que “narrar e ser narrado é um meio

de se conhecer, não só a si mesmo, quanto ao seu meio”, que “pela narrativa [...] o homem é

persuadido [...] como vencedor ou [...] como perdedor”. Assim, as palavras, se bem escolhidas

ou não, servem tanto para o acolhimento, quanto para o distanciamento, podendo dar sentido

antagônico num mesmo espaço e tempo. “Por isso, entendemos aqui storytelling não como

um produto de uma ação humana, mas como sendo o próprio pannarrans.” Domingos (2009, p.

8 apud MAGALHÃES, 2014)

A hipótese de que somos personagens de várias histórias do dia a dia, é reforçada por

Domingos (2009, p. 8) que traz a noção de que “em um determinado tempo e espaço [...] o ato

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de narrar é inevitavelmente um ato de deslocamento e de negociações entre a consciência e a

inconsciência, gerando significadas formas de ser e estar do mundo”, porque o ser humano

inevitavelmente “[...] sempre será um ser humano que traz em si não só os primórdios de sua

existência, como os adapta às novas maneiras de narrar a vida (DOMINGOS, 2009, p. 8).

Não basta narrar-se para o público de fora, deve-se usar este poder de persuasão para

receber bem as pessoas que constroem a imagem de um determinado lugar.

Será que os lugares fazem e/ou sabem fazer o uso do acolhimento, uma das dimensões

da hospitalidade, mais propriamente, o acolhimento pela palavra, utilizando Storytelling?

Se a palavra é um ato humano. O acolhimento pela palavra, pode ser considerado um ato de

hospitalidade.

Storytelling é um termo em inglês “story” significa história e “telling”, contar, ou

seja, storytelling é a arte de contar histórias usando técnicas inspiradas em roteiristas ou

escritores, e sem deixar de esquecer das tradições orais das nossas ancestralidades, para

transmitir uma mensagem de forma inesquecível, assim como usar as palavras para o

acolhimento das pessoas em qualquer tempo e lugar, mas mais especificamente aqui, no

acolhimento.

Histórias servem para socializar, comunicar, liderar, planejar, pensar, ensinar, motivar,

engajar, enganar, entender, advertir e tantos outros fins possíveis.

A raça humana necessita da comunicação para viver em sociedade e a expressão oral é

a mais valorizada. Como Gimenes et al (2010) lembram, para Vygotsky, diz que a “palavra

falada, vem do pensamento, sobre uma reflexão do mundo exterior”, e que por isso mesmo, as

histórias são essenciais à cultura humana, tornando-se peças-chave em diferentes formas de

organização: familiar, sociedade, escolas e instituições.

Magalhães (2014) cita:

Contar histórias vêm sendo, desde a Antiguidade e numa vasta abrangência de tipos

de público e situações, um dos mais efetivos meios de garantir atratividade,

compreensão e retenção de conteúdos. Em tempo de atenção difusa, a variedade de

fontes emissoras e a própria sobrecarga informativa decorrente, além do próprio

caráter multitarefa dos indivíduos, é importante para as organizações encontrarem

formatos atualizados e geradores de confiança para intercambiar mensagens com

seus interlocutores. Como potencializador desta opção estratégica, postula-se o

emprego do storytelling (COGO; NASSAR, 2011, p. 1 apud MAGALHÃES, 2014).

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Storytelling torna os equipamentos culturais, como o caso do museu A Casa das Rosas

por intermédio de quem faz o acolhimento, mais humanizada, reforçando a identidade

coletiva dos sujeitos, somando a noção de “nós”.

O Espaço e as palavras: o acolhimento pelas histórias.

A essência mais doce da Avenida Paulista, A Casa das Rosas, reside no número 37,

Bairro Paraíso! Espólio de Lúcia Azevedo Dias de Castro, construída na década de 1930 e

habitada por 51 anos, primeiro por Lúcia e Ernesto e segundo por Ernesto Filho e Anna Rosa,

até 1986, quando desapropriada pelo governo pelo interessado CONDEPHAAT.

Em 1991, centenário da avenida, a mansão foi tombada e em 2004, reinaugurada como a Casa

das Rosas: Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.

O Conselho de defesa do patrimônio histórico, arqueológico, artístico e turístico do

Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), cita como bem protegido: Antiga residência (situada

na Avenida Paulista, inaugurada em 8/12/1891, final do século XIX) de Ernesto Dias de

Castro, genro de Ramos de Azevedo (proprietário do terreno), o edifício de dois pavimentos,

porão e sótão, foi construído na década de 1930, pós crise de 1929 (onde o comércio, indústria

surgem com força total e se instaura um novo eixo de moradia da famílias, tanta as

emergentes, quanto as antigas famílias abastadas da época de ouro do café, quanto dos

imigrantes e migrantes).

A casa possui, entre suas dependências, oito quartos (intimidade em cima), escritórios,

salas, cozinha, copa, mansardas e lavanderia. Historiadora em uma palestra no museu em 14

de Junho de 2015, na própria Casa das Rosas, onde se falava sobre o legado de Ramos de

Azevedo, conta que este engenheiro, arquiteto, administrador, empreendedor, professor, que

entre outros prédios históricos opulentos, teria arquitetado o Teatro Municipal de São Paulo,

que nasceu em 1851 e morreu em 1928, seria o responsável por introduzir o banheiro no

espaço interno das moradias.

Quanto ao seu estilo, o projeto de Felisberto Ranzini insere-se no padrão eclético das

construções do início deste século. O sobrado avarandado no pavimento térreo e com terraços

descobertos, guarnecidos de guarda-corpos com elementos vazados, no superior, possui

telhado em ardósia, com águas acentuadamente inclinados, de inspiração europeia. Restaurada

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recentemente, a Casa das Rosas, abriga um museu da Secretaria Estadual de Cultura. Nos

fundos do lote foi construído um edifício de grandes proporções, cujo projeto teve a

preocupação de respeitar os visuais do bem tombado. (Processo: 22/04/82. Tombamento:

resolução 57 de 22/10/85).

Segundo o artigo 216º da Constituição, o patrimônio cultural representa os bens “[...]

de natureza material e imaterial, tomadas individualmente ou em conjunto, portadores de

referência à identidade, à ação, à memória dos deferentes grupos formadores da sociedade

brasileira”. Exemplo: materiais como casas, praças, fazendas, igrejas... e imateriais como

esculturas, pinturas, doces, queijos, festas, poesia, além do patrimônio natural, como reservas,

ou seja, todos os bens, manifestações populares, cultos, tradições materiais, imateriais que

reconhecidas de acordo com sua ancestralidade, de importância histórica e cultural de uma

região adquirem um valor único e de durabilidade representativa simbólica material.

Assim, questiona-se se haveria acolhimento por meio da circularidade da dádiva neste

ambiente museal?

Se “A Dádiva não é uma coisa, mas uma relação social” (GODBOUT, J. “O espírito

da Dádiva”, 1999, p.16) e o homem é um ser social e consequentemente cultural, o contexto

sócio histórico é uma dimensão importante do processo cultural do homem. A Hospitalidade é

um processo de comunicação interpessoal, que se baseia nas relações sociais, “componente

básico da cena hospitaleira”. (CAMARGO, 2015, p. 48).

Assim, estaria a Casa das Rosas predestinada a um ponto de referência de patrimônio

histórico, pela transmutação da circularidade da dádiva simbólica pelos seus tempos e

espaços, ali impregnados?

Godbout (1997) diria que a hospitalidade “[...] é um dom do espaço; espaço a ser lido,

habitado, atravessado ou contemplado”, imperando as “leis superiores da humanidade que

supõe a acolhida” (GRINOVER, 2006, p. 32)

Se pelo trato doméstico ao que os moradores anteriores ao tombamento tinham com a

casa, tanto no recepcionar quanto no hospedar, entreter, alimentar que segundo o próprio

sobrinho-bisneto de Ramos em uma palestra no museu em 14 de Junho de 2015, num bate-

papo sobre o legado de Ramos de Azevedo, lembrou que: "Se você chegasse na casa para uma

visita ao toque da campainha, além de muito bem recebido, já havia um empregado a postos

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para polir a marca do dedo estampada no botão da campainha!”, aqui lembra-se o ato de

transpor a soleira da porta, de fora para dentro. (Casa das Rosas)

Neste mesmo evento do dia 14 de Junho de 2015, o jardineiro da época, seu Zé, como

gosta de ser chamado, lembra-se dos cuidados com os jardins e seus roseirais e sobre outros

depoimentos, que a última moradora, a dona Rosa colhia rosas e de suas pétalas fazia sua

famosa geleia de rosas.

Após o tombamento, transformou-se em um lugar e espaço de acolhimento público, de

certa forma privado e mais do que nunca, segundo nosso contexto onde exige-se o

distanciamento físico, o virtual, conforme Camargo (2015) que propõe de acordo com a

dinâmica da hospitalidade, tempos (recepção, hospedagem, alimentação e entretenimento) e

espaços (doméstico, público, privado e virtual).

A Exchange (troca) da dádiva na Casa das Rosas se dá mais no sentido da direção dos

antropólogos orientados para o ator, segundo alguns pensadores como Barth e Bourdieu, que

veem a troca como uma metáfora da interação em geral, herança teórica de Mauss e que dá

sentido a dádiva neste contexto, porque tudo o que e da forma como se apresenta, vai

depender da interpretação segundo os atores ali envolvidos, seus valores e crenças e suas

interpretações da circularidade da dádiva do dar, receber e retribuir, representada a partir da

arquitetura em si, dos jardins floridos, de todos os espaços agregados contemporâneos

próprios de uma avenida comercial, da sua memória e o que a torna o que é, assim como a

diversidade artística, como exemplo, a dos contadores de histórias (storytelling) e a

possibilidade da ação das palavras gerarem acolhimento, em um espaço público, como o

museu Casa das Rosas.

Appadurai (2008) lembra que Mauss afirmava a existência de uma forte tendência

contemporânea em considerar que as coisas são inertes e mudas. Pelo contrário, são

carregadas de significados. Atualmente, o senso comum ocidental, submetido a diversas

tradições, tende a opor as palavras e as coisas, ou mesmo associando palavra a religião, porém

aqui, queremos usar as palavras dissociadas a religião e perceber não só as palavras, como as

não-palavras nas coisas e o que elas expressam.

A dádiva não é uma coisa inanimada, mas uma relação social, que reflete no eu: dar,

receber e retribuir. Dádiva, não pode ser vista apenas como um ato econômico, dado pelos

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vícios já citados, mas como modalidade de relacionamento humano, fenômeno este que dá

origem a sociabilidade ou “fato social total” (CAMARGO, 2004, p. 17). E este

relacionamento humano se dá por meio de ações de circularidade do que se apresenta na Casa

das Rosas, como manifestações artísticas e culturais, arquitetônicas, paisagísticas, comensais

e pelas palavras, ou seja, uma troca simbólica que se configura na dádiva.

Assim, a dádiva, “Passa a não ser vista apenas como um ato econômico, mas como

modalidade de relacionamento humano, a rigor, como um fenômeno que dá origem à

sociabilidade, ou “fato social total”. (OLIVEIRA, R. C. In: Mauss, Marcel (2004), Orelha

Livro)

A casa das Rosas seria em si um “hau” ou “mana”? Segundo o que Sabourin (2008)

cita em seu artigo que Mauss propõe outra solução, além de uma ontológica: “o hau e o mana

não constituem um valor já instituído como próprio do doador, mas, ao contrário, um valor

produzido pela reciprocidade das dádivas, pelo movimento dos bens materiais ou

simbólicos.”, ou seja, pela circularidade da dádiva que a Casa das Rosas proporciona e “mais

que [...] a dádiva, o que importa é o vínculo social (a ser) criado.” (CAMARGO, 2005, p.717),

por este lugar e espaço de socializações.

Conclusões parciais.

As primeiras conclusões, observadas até aqui, posto que fazem parte das pesquisas

desenvolvidas para o curso do Programa de Pós-Graduação em Hospitalidade, é uma tentativa

de perceber a materialização do deslocamento, que funcionam como processos das

subjetividades coletivas mediante as políticas públicas no que tange o patrimônio e o modo

como os atores o percebem, ou ainda, como a dimensão museal se materializa e acolhe.

Portanto, a cidade como destino de chegada do visitante, precisa oferecer estruturas de

acolhimento; formais (Hospedarias, meios de hospedagem e etc) e informais: Patrimônio de

acolhimento e de inserção do visitante. A Casa das Rosas como Patrimônio Material gera uma

espécie de acolhimento ao visitante (ambiente e ações: contadores de histórias). Por ser um

patrimônio público e sujeito a fazer parte de processos de deslocamentos humanos (visitantes

e turistas), pode ser vista como um elemento de materialização de uma solidariedade urbana,

ou seja, um referencial de identificação para aquele que circula: capitaliza vivências pessoais

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e as transmuta em vivencias coletivas relacionadas ao local visitado, inserido indiretamente,

aquele que chega ao local de sua chegada.

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