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Prof. Ary Fernandes Junior Departamento de Microbiologia e Imunologia Instituto de Biociências - UNESP Distrito de Rubião Júnior s/n CEP 18618-000/ Botucatu/ SP /Brasil Tel. 14 3811. 6240/6058 - fax 14 3815 3744 [email protected] Microbiologia da Ensilagem

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Prof. Ary Fernandes Junior

Departamento de Microbiologia e Imunologia

Instituto de Biociências - UNESP

Distrito de Rubião Júnior s/n

CEP 18618-000/ Botucatu/ SP /Brasil

Tel. 14 3811. 6240/6058 - fax 14 3815 3744

[email protected]

Microbiologia da

Ensilagem

EUA e Europa Predomina Confinamento

Microbiologia da Ensilagem

Criação Animal Quais???

Brasil, Argentina, Austrália e Nova Zelândia

Pastagens

Forrageiras Tropicais Verão = 85% e

Inverno = 15% (????)

Criação extensiva

(pastoreio)

Criação intensiva

(confinamento)

Dados de Kg/ha corresponde a kg de matéria seca

(media 5 anos)(Tosi, 1977)

(Fenação e Ensilagem)

Estação

Colonião

Kg/ha (%)

Gordura

Kg/ha (%)

Jaraguá

Kg/ha (%)

Pangola

Kg/ha (%)

Verão 8.912 (88,1 %) 4.243 (75,9%) 8.056 (90,4%) 10.215 (87,6%)

Inverno 1.203 (11,9 % 1.349 (24,1%) 859 (9,6%) 1.442 (12,4%)

Total 10.115 (100%) 5.592 (100%) 8.915 (100%) 11.657 (100%)

Produção Excedente Conservação

“Processo fermentativo de conservação de

forragens normalmente utilizadas para a

alimentação do gado em geral”

Ensilagem

“Processo onde ocorrem alterações físico-

químicas e organolépticas de uma forrageira ou

alimento úmido fermentescível armazenados na

ausência do ar”

Silagem

“Produto obtido da fermentação de plantas

com quantidades suficientes de carboidratos

realizada num compartimento fechado”

“Alimento úmido e suculento resultado de

uma fermentação controlada de uma

forrageira fresca armazenada em um silo sob

condições de anaerobiose”

“Alimento utilizado na entressafra (Alimento

de inverno), fornecido especialmente para os

ruminantes como fonte de fibras”

“Forrageira de alto valor nutricional

preservada com um mínimo de perda de

nutrientes”

Silagem

Vantagens

-Retém maior quantidade de nutrientes vegetais

em relação ao feno;

-Não requer processamento posterior, podendo

ser misturada com outros alimentos;

-Diminui riscos de incêndio;

-Aumenta a produção de animais/hectare/ano;

-Permite completa mecanização do sistema,

economizando tempo

-Pode processar toda a planta no caso do

milho e do sorgo;

-Requer menos espaço para armazenar;

Vantagens

-Transporte mais caro devido o alto teor de

umidade;

Desvantagens

-Requer construções especiais para

armazenamento e equipamentos para melhorar

o processo;

-Menor teor de vitamina D que o feno;

-Dióxido de nitrogênio produzido pelo silo

nas primeiras horas após início de

ensilagem é tóxico

-Requer muito trabalho durante o enchimento

do silo, que deve ser rápido;

-Se a ensilagem não for boa, as perdas são

maiores que manter os animais no campo;

Desvantagens

Objetivos: Produção suficiente de ácido

lático de origem microbiana

Atividade Enzimática das Planta e

Ação de Microrganismos (Bact. e Lev.)

pH entre 3 e 4 (Ác. Orgânicos e Ác. Lático)

(Acidificação Natural)

Conservação da forragem pela Acidificação

deste meio

Obs: Possível Acidificação

Artificial ?

Aditivo (Ácidos Minerais)

X

Desvantagens

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Planta: Qualidade da Silagem é função da

planta utilizada.

Teores acima de 28% de Matéria Seca

Problemas com Forragens tropicais e

Leguminosas

Corte e Transporte: Picadas (0,5 a 2,0 cm)

Pré - Murchamento (Exposição ao sol)

(Reduz de 75 para 35%)

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Umidade: Ideal abaixo de 70%

Elevada Desenvolvimento de Clostridium

(Fermentação Butírica)

Baixa Dificulta a compactação do material.

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Aditivos As vezes indispensável

(Teor de umidade da planta)

Melaço de cana de açúcar (2%) ou cana de

açúcar picada (20%);

Ácidos MineraisQueda rápida do pH;

Ácidos orgânicos (Ex. Ácido Fórmico)

Preservativo, Desidratante e efeito Bactericida

razoavelmente seletiva e pH;

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Outros Enzima Celulase e Culturas

bacterianas (Quais ?)

Substâncias bactericidas Antibióticos,

Enxofre, Metabissulfito, Formaldeído

(Pequenas quantidadesDifícil

homogeneização).

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Oxidação da Fração protéica Aminas

(Prejudica a palatabilidade)

Compactação do material ensilado

(Respiração Calor (aumenta temperatura no meio (60 a 70oC)).

-Aumentar quantidade de material armazenado;

-Eliminar ar do interior do silo

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Fechamento do silo Não mais que dois ou

três dias (Perdas devido exposição ao ar).

Abertura do Silo Após um a três meses.

Consumo - Não mais que um mês. Por que???

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Obs. Perdas podem chegar a 30% da MS

com utilização direto do substrato ou dos

produtos da fermentação.

Perda de água e desenvolvimento de MO

aeróbios (ex. Leveduras e

Bolores)Deterioração da silagem

(decomposição do ácido lático).

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Fermentação

Provocar a Acidificação – Depende dos

cuidados anteriores

Glicose e Frutose Ác. orgânicos (láctico,

acético, butírico, etc)

(São Conservantes e Fonte de Energia)

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Fermentação Láctica tem que predominar

sobre reações paralelas indesejáveis

(Fermentações Butírica e Alcoólica;

Processos Oxidativos)

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Segunda: Bactérias do grupo dos coliformes

produzem ácido acético e conseqüente queda

do pH ( de 5,0)

Etapas do processo fermentativo

Primeira: Consumo de oxigênio pelas células

das plantas recém ensiladas;

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Heterolática 1 mol de ac. lático, 1 mol de etanol

e 1 mol de CO2

Terceira: Multiplicação de Lactobacilos e

Estreptococos

Homolática 1,8 a 2,0 moles de ác. lático por mol

de glicose;

Fermentação láctica (1o Homoláctica e depois

a Heteroláctica).

Classificação das bactérias produtoras de ácido lático na ensilagem

Heterofermentativos

Cocos Leuconostoc mesenteroides

L. dextranicum L. cremoris

Bacilos Lactobacillus brevis

L. fermentum L. buchneri L. viridescens

Homofermentativos

Cocos Enterococcus faecalis E. faecium Pediococcus acidilactici P. cerevisae P. pentosaceus

Bacilos Lactobacillus plantarum L. curvatus L. casei L. coryniformis coryniformis

ETAPAS DO PROCESSO DE ENSILAGEM

Outras Fermentações

Butírica Clostrídeos (Açúcares Solúveis e

Ác. láctico Ac.Butírico)

Alcoólica (leveduras) (crescimento lento)

Pouca influência

Por Enterobactérias Competem pelo

substrato com as formadoras de ácido láctico e

produzem grandes quantidades de acetato.

Listeria monocytogenes

Fungos

Riscos Microbiológicos

Guias para avaliação da qualidade da silagem

Qualidade

Indício

Bem

fermentada (Ácida)

Insuficienteme

nte Ácida

Superaquecida Severamente

Superaquecida

Cor

Clara

Verde-Amarelada Cáqui

Escura

Verde-Oliva

Marron

Marron-escura

Marron-escura

Preta

Cheiro Agradável Vinagre

Forte Rançoso

Leve de açúcar queimado ou Fumo

Nitidamente de açúcar queimado ou Fumo

Textura Firme Gomosa De Gomosa a Seca Seca

Acidez Gosto ácido

pH < 4,5 Gosto insípido

pH=5,0 Não serve como guia Não serve como guia

pH de 4,3 ou menos;

concentração de ác. butírico inferior a 0,2%;

N amoniacal inferior a 11% do total de N;

teor de ácido láctico de 3 a 13% da MS

ácido acético 2% da MS

Uma boa silagem:

Os mandamentos da ensilagem

- Inoculação para evitar perdas e acelerar a

fermentação

-Corte de forragem (milho/ sorgo) no momento ideal

para obter o máximo de em energia

- Corte a forragem com o tamanho de partícula

adequado para facilitar a compactação

- Afiar as facas pelo menos duas vezes ao dia

- Compacte nas duas direções

Os mandamentos da ensilagem

- Use tratores com rodas finas na hora de compactar

- Encha rapidamente o silo

- Cubra o silo com lona plástica de alta resistência,

quanto a forragem estiver bem compactada

- Retire a silagem, extraindo no mínimo 15 cm por dia

ou use um inibidor fúngico na fase exposta do silo

- Jogar fora as partes fungadas e estragadas,

eliminando assim os resíduos tóxicos

Muito obrigado