Meu Slade - Revolução Industrial. Eduardo Carneiro

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Revolução Industrial “Quem quiser ver com clareza a história deve, antes de mais nada, destruir esse farol enganador, que é a idéia de progresso” Baudelaire.

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Revolução Industrial

“Quem quiser ver com clareza a história deve, antes de

mais nada, destruir esse farol enganador, que é

a idéia de progresso” Baudelaire.

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Perguntas de um operário que lê (Bertolt Brecht)

Quem construiu Tebas, a das sete portas?Nos livros vem o nome dos reis,Mas foram os reis que transportaram as pedras?Babilônia, tantas vezes destruída,Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casasDa Lima Dourada moravam seus obreiros?

No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde Foram os seus pedreiros? A grande RomaEstá cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem Triunfaram os Césares? A tão cantada BizâncioSó tinha paláciosPara os seus habitantes? Até a legendária AtlântidaNa noite em que o mar a engoliuViu afogados gritar por seus escravos.

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(Cont.) Perguntas de um operário que lê (Bertolt Brecht)

O jovem Alexandre conquistou as ÍndiasSozinho?César venceu os gauleses.Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?Quando a sua armada se afundou Filipe de EspanhaChorou. E ninguém mais?Frederico II ganhou a guerra dos sete anosQuem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.Quem cozinhava os festins?Em cada década um grande homem.Quem pagava as despesas?

Tantas históriasQuantas perguntas

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Dar continuidade ao processo em que aEuropa “engole” o Mundo;

“Revolução Industrial”: tema clássico daHistória Econômica;

Elogio ao Progresso;

Elogio à Tecnologia;

Elogio à Fábrica;

Elogio ao Trabalho, às invenções;

Elogio ao Mundo Burguês e à Modernidade.

INDUSTRIALIZAÇÃO = virou sinônimo de

Economia Desenvolvida

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O homem se liberta dos limites da natureza (Qual homem?);

A capacidade de produção humana torna-se ilimitada (Por que não acabou com os famintos?);

Encheu o mundo de mercadorias (Para quem?);

Alterou as formas de relacionamento dos homens entre si e entre eles e a natureza (Para melhor?; Para quem?);

Possibilitou crescimento econômico (Quem usufrui?);

a ciência é apropriada pelo capital.

TRABALHO = origem da riqueza as nações?;

FÁBRICA = “Apoteose do trabalho”.

Revolução Industrial: Nossa? Ocidental: Européia? Inglesa?

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EPOPÉIA ou TRAGÉDIA?

GLÓRIA ou RUÍNA?

FANTÁSTICO ou DESASTROSO?

ELOGIAR ou DENUNCIAR?

RAZÃO ou LOUCURA?

APOLOGIA ou ACUSAÇÃO?

PROGRESSO ou MISÉRIA?

REVOLUÇÃO ou EXPLORAÇÃO?

CAPITAL ou TRABALHO?

Fenômeno estatístico e tecnológico ou SOCIOECONÔMICO?

“A História é uma tentativa de rearranjar os acontecimentos a partir do olhar de quem a escreve. [...] Esse olhar é vesgo e limitado, a

escrita é marcada pela incompletude da linguagem, pelo silêncio, pelo equívoco [...] O dizer domestica o significar ; a história, os fatos;

o olhar, às múltiplas possibilidades[...]”

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Do ponto de vista do artesão, a Revolução Industrialrepresentou sua falência;

Do ponto de vista do Exército de Reserva, representou odesemprego;

Do ponto de vista do operário, representou sua exploração;

Do ponto de vista dos países exportadores de matérias-primas, o subdesenvolvimento;

Do ponto de vista de vários países ; a colonização;

Do ponto de vista da natureza, representou sua devastação edegradação. De onde olhas?

“As fábricas não produziam somente mercadorias, mas também miseráveis”.

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Iniciemos pela Desrazão; pelaLoucura, pela Irracionalidade,pela desumanidade.

Primeira Cena desseepisódio não é a Indústria,nem a máquinas, nemmercadoria, mas:

“O espetáculo dos miseráveis perambulando sobre as ruas de Londres exibindo suas necessidades”

“As fábricas não produziam somente mercadorias, mas também miseráveis”.

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“O espetáculo dos pobres exibindo suas necessidades, faz das multidões um tema que nega a imagem da sociedade

elaborada pelos burgueses do século XIX”

“O inferno é uma cidade semelhante a Londres, uma cidade esfumaçada e populosa. Existe pouca compaixão e

muito menos justiça”

“A noite, Paris é assustadora. Em meio às trevas que tudo domina, clarões de luz

indicam a presença dos catadores de lixo,gritos interrompidos denunciam os

ladrões em plena ação, passos abafados dão conta do vai e vem das prostitutas [...] o assustador contraste entre a opulência material e a degradação do homem fazia de Londres uma singularidade absoluta”

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“As crianças são obrigadas a fornecer um trabalho de uma duração irracional e cruel

e que até os adultos têm de fazer um trabalho que ultrapassa as forças de um ser humano. As conseqüências são que muitos

morrem prematuramente outros sofrem toda a vida os efeitos de uma constituição

deficiente e que, psicologicamente falando, os receios de ver nascer gerações

enfraquecidas pelas taras dos sobreviventes parecem muito fundamentados [...] alando claramente: o trabalhador é, de direito e de

fato, o escravo da classe possuidora, da burguesia; a sua escravidão é tal que chega

ao ponto de ser vendido como uma mercadoria e de seu preço subir e descer tal

como uma mercadoria”

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“A medida que as novas cidades industriais

envelheciam, multiplicavam-se os

problemas de abastecimento de água,

saneamento, superpopulação [...] Os

habitantes das cidades industriais

tinham freqüentemente de suportar o

mau cheiro do lixo industrial e dos

esgotos a céu aberto, enquanto seus

filhos brincavam entre detritos e montes

de esterco [...] Nos distritos têxteis e nas

cidades mais procuradas pelos

imigrantes encontravam-se os mais

atrozes indícios da deterioração –

superlotação, moradias em porões e

imundice indescritível”.

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“O crescimento das cidades não foi uma pura benção, continham

enormes aglomerados de casas degradadas e longas filas de

barrancas miseráveis, onde as famílias das classes operárias se

amontoavam. Por regra, as instalações sanitárias não

existiam e o lixo de toda a espécie era simplesmente atirado para a rua. Os esgotos, onde existiam, tomavam normalmente a forma

de valas abertas no meio das ruas. As ruas eram quase todas estreitas, tortuosas, escuras e

sem pavimentação”

“Embora se reconhecesse que a produtividade aumentara com a utilização da força mecânica, a maioria dos relatos salientava o recurso ao trabalho infantil e as condições insalubres das novas cidades industriais”

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“Os homens são espoliados de parte de sua humanidade. A repetição continuada das mesmas tarefas impostas

pela máquina, os reduzem a um apêndice dela”.

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“E quem trabalhava nas fábricas? Os expulsos do campo. As vítimas

dos fechamentos e da elevação dos arrendamentos. E

trabalhavam por qualquer salário, desde que pudessem comprar

comida. E quantas horas fossem necessárias: 16 horas diárias era a média. E a qualquer idade, pois

quanto mais pessoas trabalhasse, mais comida haveria para a

família. Crianças de até 3 anos limpavam o chão das fábricas, aos

seis pregavam botões”

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BASE DO PROGRESSO:

- Trabalho Infantil;

- Jornada de trabalho de 16h;

-Condições de trabalho sinistras;

-Constantes acidentes de trabalho;

-Concentração de renda.

MARX enxergou tudo isso como PRÉ_HISTÓRIA.

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“Do ponto de vista da dívida social os resultados da Revolução Industrial

não foram tão espetaculares, sobretudo se atentarmos para o fato

de que esse progresso implicou custos sociais bastante elevados para as

classes trabalhadoras britânicas [...] Erros ou faltas eram severamente punidos. Chicotear crianças como

punição era bastante comum [...] Foi em conseqüência da Revolução Industrial que surgiram novas

doutrinas econômicas, algumas para justificá-la e outras para criticá-la ou combatê-la” (IANNONE, Roberto)

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“Foi o movimento de

fechamento de terras, de

efeitos tão terríveis nos

pobres, que possibilitou todo

esse melhoramento notável

na técnica, ciência e

ferramentas agrícolas, em

grande escala[...] “

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“As transformações

provocadas pela revolução

industrial inglesa foram muito

mais sociais do que técnicas,

tendo em vista que é nessa

fase que se consubstancia a

diferença crescente entre

ricos e pobres” Hobsbawn.

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INDÚSTRIA: emprego de utensílios ou máquinas napreparação de bens e serviço. Conjunto de fábricas de umdeterminado setor. A produção de bens de consumo(alimentos, carros etc.) e bens de produção (máquinasindustriais, ferramentas) em fábricas;

FÁBRICA: estabelecimento industrial equipado commáquinas capazes de produzir e transformar bens deconsumo e de produção.

“A fábrica mecanizada foi a APOTEOSE do trabalho” (DECCA, Edgar. O nascimento da fábrica)

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“Em perspectiva histórica, deve-se considerar como indústria todo

esse esforço (apelo a utensílios na produção), do mais simples ao mais elaborado. Artesanato e manufatura, com pequena ou média produção, com forma singela ou sofisticada, tudo é

INDÚSTRIA – se esta é elaboração da matéria-prima para

conveniente uso. [...] quem achar que indústria é apenas o que se faz hoje, deverá estar sempre revendo

o conceito, pois as formas vão mudando com o tempo”

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“Tudo leva a crer que a fábrica surgiu muito mais por

imperativos organizacionais capitalistas de trabalho do que

por pressões tecnológicas”

“O sistema fabril impõe ordem, disciplina e controle. O que a

caracteriza não é tanto a tecnologia, mas a organização do

trabalho”

DECCA, Edgar. O nascimento da fábrica. SP: Brasiliense, 1982.

“As Inovações Tecnológicas

deixavam o operário num estado de

insegurança constante, pois as

novas máquinas exigiam dele mais

qualificação. O medo o docilizava”

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“As máquinas criadas e usadas durante os anos cruciais da revolução industrial

não foram apenas e tão-somente aquelas que substituíram o trabalhador

manual, mas principalmente aquelas que tornaram inevitável a

concentração das atividades produtivas sob a forma de fábrica”

“O êxito da revolução estava intimamente ligado à afirmação de

novas relações de poder hierárquicas e autoritárias”

“Foi através da fábrica que o homem pobre foi introduzido ao mundo

burguês”

“Fábrica é a forma de

organização superior do

processo de produção

capitalista”

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“É este processo, o do surgimento das primeiras economias industrializadas, que conhecemos como

Revolução Industrial” (MAGALHÃES FILHO, p. 252).

“A invenção da máquina a vapor e da máquina de algodão gerou a Revolução Industrial” (DECCA, Edgar)

“Convencionou-se chamar Revolução Industrial os acontecimentos econômicos da Inglaterra no século

XVIII que asseguram novo elemento energético, superior à força da água, do vento, dos animais e do homem,

manifestando-se, sobretudo na produção têxtil e metalúrgica [...] Passagem da manufatura para a

maquinofatura”. (IGLÉSIAS, Francisco, p.12).

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“Em suma: a Revolução Industrial correspondeu à revolução do processo

produtivo, pois deixou-se de produzir através da manufatura e passou-se para a

mecanização ou, mais especificamente, para a maquinofatura [...] A esse período

histórico, iniciado na Inglaterra e que acabou resultando no advento da industrialização

alicerçada na fábrica e no maquinismo, convencionou-se designar como Revolução

Industrial” (IANNONE, R.)

“A Revolução Industrial também foi uma revolução das idéias” (ASHTON, T.)

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“Convencionou-se dizer que a Revolução Industrial se

verificou na segunda metade do século XVIII, na Grã-

Bretanha, com o aperfeiçoamento da máquina a vapor [...] É a passagem do sistema doméstico para o de

fábricas [...] assiste-se a passagem da manufatura para a maquinofatura [...]

Não é fácil estabelecer conceito unívoco da

Revolução Industrial”

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“Este é um ponto de partida caprichoso, pois as repercussões desta revolução não se fizeram sentir de uma maneira óbvia e

inconfundível – pelo menos fora da Inglaterra – até bem o final do nosso período; certamente não antes de 1830” p. 43.

“O próprio nome de revolução

industrial reflete seu impacto

relativamente tardio sobre a Europa

[...] Por analogia ao movimento

ocorrido na França, os socialistas

batizaram os acontecimentos da

Inglaterra de Revolução Industrial e

isso, por volta de 1820 [...] Foi

somente nos anos 80 que todos os

índices estatísticos relevantes deram

uma guinada repentina, brusca e

quase vertical para a partida”

“”

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“Abriu pela primeira vez perspectivas

de desenvolvimento ilimitado da

capacidade produtiva da humanidade”

“Estava para ser dado o mais

importante passo do homem desde

que criara a agricultura”

“O maior significado da Revolução

Industrial para a humanidade está nas

potencialidades que despertou no

homem, em termos de conhecimento

da natureza e de seu domínio”

“A rápida evolução das forças produtivas e o aumento por

ela permitido na produtividade do trabalho humano, criarão,

pela primeira vez na história, uma civilização cujas

perspectivas de crescimento são ilimitadas”

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a) A apropriação das novas técnicas foi GRADUAL,portanto, sua ação revolucionária não foi para todos;

b) As transformações na indústria foram graduais,localizadas e incompletas.

c) a maior parte das indústrias em meados do séculoXIX ainda era artesanal, com fontes de energiatradicionais e pequenas unidades produtivas.

d) O retrato geral da indústria não é a GRANDE. Muitosdefendem uma evolução em vez de revolução.

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“Um termo mais pitoresco e menos útil, a Revolução Industrial, foi

aplicado às últimas décadas do século XVIII e às primeiras do século

XIX; como se tornará evidente, o termo é incorreto e induz em erro. O seu uso desvia a atenção de tipos de desenvolvimento contemporâneos,

mas distintos [...] O termo em si, não tem base científica e transmite uma

impressão grosseiramente enganadora da natureza da mudança econômica. Por analogia, o termo foi igualmente aplicado ao começo da industrialização noutros países”

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“ Para alguns, não há a menor dúvida de que se situa exatamente em 1760.

Há, entretanto, quem defenda ferrenhamente a tese de que se trata de um longo processo iniciado por

volta de 1550.

[...] Há ainda quem garanta que não tivemos uma única revolução

industrial e sim duas [...]

A própria existência da revolução em si ainda é algo de muita controvérsia.

As raízes da sociedade industrial moderna podem recuar

indefinidamente no passado, e cada historiador tem liberdade de

selecionar seu próprio ponto de partida”

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“A palavra revolução implica uma rapidez de mudança que não é típico dos processos

econômicos[...] com essa expressão, há o perigo de não levar em consideração o

devido fato da continuidade desse processo [...]

Assim foi que, embora se tivesse verificado progresso em todos os campos da conduta humana, a mudança nunca foi tão rápida que pusesse em perigo a estabilidade das

instituições existentes. No período de 1700-1760, a Inglaterra não experimentou

qualquer revolução, na técnica de produção, na estrutura da indústria ou na

vida econômica e social do povo”.

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“Significa dizer que a certa altura da década de 1780, e pela

primeira vez na história da humanidade, foram retirados os

grilhões do poder produtivo das sociedades humanas, que daí

por diante se tornaram capazes da multiplicação rápida,

constante, e ilimitada de mercadorias e serviços”

“Se a transformação rápida,

fundamental e qualitativa que se deu

por volta da década de 1780 não foi

uma revolução, então a palavra não

tem qualquer significado prático.”

“Sob qualquer aspecto este foi

provavelmente o mais

importante acontecimento na

história do mundo”

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“Tem-se questionado, com procedência, o conceito de Revolução Industrial. Há quem prefira ver aí uma

rápida e irresistível evolução [...] Há estudiosos que não se contentam em

falar em Revolução Industrial e falam e

Segunda Revolução no século XIX, com o petróleo,

a eletricidade [...]”

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ERA DAS REVOLUÇÕES (1789-1848):

-A dupla revolução mostra a cratera gêmea de ummesmo vulcão regional maior - a emergência dasociedade capitalista liberal.

“A grande revolução de 1789-1848 foi o triunfo não da industria como tal, mas da indústria capitalista”

“A história da dupla revolução não é meramente a história do triunfo da nova

sociedade burguesa. É também a história do aparecimento das forças que, um século

depois de 1848, viriam transformar a expansão em contração”

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“A expressão foi utilizada pela primeira vez na década de 1820 por escritores franceses que, desejando

realçar a importância da mecanização da indústria francesa do algodão, a

compararam à grande revolução política de 1789. O termo só ganhou aceitação após 1884 [...] As primeiras descrições do fenômeno realçaram as

grandes invenções e a natureza dramática das mudanças”

“Estudiosos sérios reconheceram as inadequações do termo

e protestaram contra a sua utilização, mas sem sucesso...

A palavra revolução implica uma subtaneidade de que

mudança que não é, na verdade, característica dos

processos econômicos”

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DEANE, Phyllis.

A Revolução

Industrial.

“Os estudantes do

desenvolvimento econômico dos

países subdesenvolvidos de

nossos dias têm plena

consciência do fato de que o

caminho para o crescimento

econômico prolongado reside na

Revolução Industrial”.

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1760-80 1770-80

INGLATERRA

Indústria Têxtil

Ferro

Mineração de Carvão

Máquina á Vapor

Capitalismo Liberal Imperialismo

Europa, EUA e Japão

Eletricidade

Aço

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“A tentativa dos tecelões manuais em competir com a máquina a vapor e com a organização superior da fábrica

constitui a matéria de um dos capítulos mais deprimentes da história econômica deste período”

ASHTON, T.

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Não foi fruto de planejamento econômico;

Baseada no Setor Têxtil, a economia ainda era agrícola;

Revolução Burguesa e o triunfo do liberalismo;

Posição Geográfica;

Crescimento Demográfico;

Hegemonia no comércio ultramarino;

Ricas jazidas de ferro e carvão;

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“Foi ali, onde existia o maio comércio ultramarino,

conseqüência de sua supremacia naval, que grandes capitais foram acumulados, práticas creditícias e financeiras atingiram um alto grau

de especialização, fábricas e maquinismo se disseminaram, alterando consideravelmente o equilíbrio político-econômico mundial [...] A acumulação de

capital foi decisivo para a Revolução Industrial Britânica [...] Os progressos da industrialização não teriam sido possíveis para os ingleses sem capitais e sem meios

de pagamento [...]

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Substituição das ferramentas pelas máquinas;

Substituição da energia humana pela energia motriz;

Sistema fabril;

Predomínio das relações assalariadas de produção;

Alienação do trabalhador em relação à sua atividade: ele não tem mais controle sobre do conjunto da produção\do ciclo produtivo. Produz apenas parte de um todo.

Máquina a Vapor: poluente;

“Homem como apêndice da máquina”

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Não foi o espírito inventivo; não foi o talento; não foi a poupança, mas a violência, cobiça, egoísmo e exploração.

a) Acumulação Primitiva de Capital: A dúvida surge a respeito da origem desse capital primitivo que financia a Revolução Industrial. É comercial, agrícola, bancário, ou industrial mesmo por meio de um autofinanciamento?

Pilhagem das Colônias: “Enquanto se processava, com intensidade cada vez maior, a exploração colonial, criavam-se as condições que fariam surgir as primeiras economias industrializadas” (MAGALHÃES FILHO, p. 253).

Tráfico Negreiro; Pirataria;

Cerceamentos: roubo de terras - “as ovelhas engoliam os homens”.

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“Uma das diferenças mais óbvias entre as sociedades pré-industriais e as sociedades industriais modernas é o papel grandemente diminuído da

agricultura nesta última. A contrapartida é a muito maior produtividade da agricultura

moderna, que permite alimentar uma grande população não agrícola.

Outra diferença é a grande proporção da mão-de-obra moderna empregada no setor terciário ou de

serviços” p. 189.

“A maior parte da mão-de-obra era constituída por mulheres

e crianças que eram mais baratas e dóceis” p. 208.

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b) Aumento Demográfico: A abundância demão-de-obra abaixou os salários.

c) Inovações Tecnológicas: Mais produção aum menor custo por unidade.

d) Melhoramento dos Transportes: Campo ecidade ficaram mais próximos; barateou ointercâmbio comercial;

e) Sociedade Liberal: “as necessidades não maisconseguiam ser saciadas com o mercadonacional”.

f) Trabalhador “livre”

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“A Revolução Industrial era uma questão tanto econômica como tecnológica: consistiu tanto em

alterações no volume e distribuição da riqueza como na mudança dos

métodos de dirigir essa riqueza para determinados fins. Sem inventos, a

indústria teria prosseguido no seu lento progresso, tornando-se as empresas maiores, o comércio

mais vasto mas sem Revolução Industrial. Porém, sem os novos

recursos dificilmente esses inventos poderiam ter ocorrido e teriam sido aplicados de forma limitada” p. 118.

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“Mas as condições adequadas estavam visivelmente

presentes na Grã-Bretanha, onde mais de um século

se passara desde que o primeiro rei tinha sido

formalmente julgado e executado pelo povo e desde

que o lucro privado e o desenvolvimento econômico

tinham sido aceitos como os supremos objetivos da

política governamental [...] as manufaturas de há

muito tinham-se disseminado por um interior não

feudal [...] A política já estava engatada ao lucro

[...] No geral, todavia, o dinheiro não só falava

como governava” (HOBSBAWN, p. 47).

Entre 1770-80: a exportação

inglesa aumentou 900%.

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“Mas com a associação da

máquina à força do vapor

ocorreu uma modificação

importante no método de

produção. O aparecimento da

máquina movida a vapor foi o

nascimento do sistema fabril

em grande escala. Era

possível ter fábricas sem

máquinas, mas não era

possível ter máquinas a vapor

sem fábricas” p. 172.

.