Metodologia de Identificação de Áreas para Implantação de ... · Seleção de Áreas...
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Metodologia de Identificação de Áreas para Implantação de Aterros Sanitários
Maria Cândida Barbosa do Nascimento
Brasília, DF – 29 de Novembro 2005
Seminário sobre Licenciamento Ambiental de Sistemas de Disposição de Resíduos Sólidos Urbanos e da Construção Civil
Resíduos Sólidos Urbanos
Impactos Ambientais - Meio Físico
Contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas
Processos de contaminação das águas superficiais e subterrâneas
Contaminação do solo e das águas
Contaminação das águas superficiais
Resíduos Sólidos Urbanos
Lançamento de resíduos em áreas fisicamente inadequadas
Disposição em planícies aluvionares
Foto: PM Mogi das Cruzes
Disposição em boçorocas
Foto: IPT Foto: IPT
Disposição em terrenos calcários
Foto: IPT
Resíduos Sólidos Urbanos
Seleção de áreas para aterros sanitários
Seleção de Áreas
Resolução CONAMA 001/1986
Art 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, .....
Seleção de Áreas
mundialmente:
reconhecida como uma das etapas mais complexas do gerenciamento de resíduos sólidos:
• Síndrome NIMBY• Conurbações
Seleção de Áreasescolha deve atender:
• ao planejamento do desenvolvimento econômico, social e urbano da região
• as diretrizes fixadas para uso e ocupação do solo
• a legislação vigente
• a proteção da saúde pública
• a defesa do meio ambiente: sustentabilidade
Resíduos Sólidos Urbanos
Etapas de investigações
Etapas do processo de seleçãoLicenciamento Ambiental
FASE 1Demarcação de zonas favoráveis para pesquisa de áreas
FASE 2Seleção de áreas potenciais nas zonas favoráveis
FASE 3Escolha da área com aptidão mais favorável
1a Fase - Demarcação de zonas favoráveis
Nível: estudo regional
Método: levantamentos de dados básicos: mapas, fotos aéreas, imagens, etc.
dados temáticos: • meio físico • meio biótico • meio sócio-econômico • legais e institucionais.
1a Fase - levantamento de dadosimagens de satélite
1a Fase - levantamento de dadosmaterial cartográfico
Folha Icém - IBGE 1965 - escala 1:50.000
1a Fase - levantamento de dadosfotos aéreas
1a Fase - levantamento de dadosMeio Físico
Mapas temáticos:
• geológico – substrato rochoso• geomorfológico – relevo e dinâmica superficial• pedológico – cobertura de solo• rede de drenagem – escoamento superficial
mananciais de abastecimento (bacias hidrográficas)
1a Fase - levantamento de dadosMeio Físico - Geologia
Mapa Geológico Digital da Bahia – 2000- CBPM
1:1.000.000
Carta Geológica da RMSP - Emplasa - 19801:100.000
1a Fase - levantamento de dadosMeio Biótico
Mapas temáticos & informações:
• Cobertura vegetal• Áreas Verdes e/ou tombadas
1a Fase - levantamento de dadosMeio Sócio-econômico
Mapas temáticos & informações:
Mapa de uso e ocupação do solo• Aeroportos• Área Militar• Horticultura• Minerações • Área de Disposição de resíduos
Vetores de expansão urbana
Mineração
1a Fase - levantamento de dadosAspectos Legais e Institucionais
Pesquisa:• Unidades de Conservação• Legislação Municipal, Estadual e Federal • Lei de Uso e Ocupação do Solo• Lei Orgânica
Mapa de Zoneamento Ambiental
770
865
770
808
810
827
875
865816
772
766
849
910
816
850
931
x
x
x
x
x
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x
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x
x
x
826
x
x
x
x
43°1
5 ' W
21°45'S21°45'S
21°55'S
21°35'S 21°35'S
Pous
o
Alegre
S. M
arcos
RepresaJoão Penido
MG-
353
BR-040
RFFS
A
Sarandira
JUIZ DE FORA
Belmiro Braga
Córr.
BR-267Chácara
Bicas
Pequ
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Santana do Deserto
Matias Barbosa
Rio do Peixe
Rio do Peixe
BR-267
Rio Preto
Lima D
uarte
Represa de S.Pedro
PedroTeixeira
BR-040
MG-
353
Rosário de Minas
Santos Dumont
Piau
Cel. Pacheco
Bias
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Igrejinha
Penido
Palmital
Monte Verde
Claro
Jacutingado Pião
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Sant
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Torreões
Barr. do Triunfo
Áreas de Mananciais- Bacia Hidrográfica:
Áreas com restrições para aterros sanitários
Áreas potenciais para aterros sanitários
F Ribeirão da Estiva
E Represa Poço D'Antas e Reserva Biológica
D Represa de São Pedro
C Represa Dr. João Penido
B Ribeirão Espírito Santo
A Rio do Peixe
3 Parque Municipal da Lajinha
2 Reserva Biológica Municipal de Santa Cândida
1 Área de Proteção Ambiental da Mata do Krambeck
Área de Segurança - Fazenda do Exército
Cinturão Verde
_
9.000 m
Limite Municipal
Rodovia (Estadual / Federal)
Convenções
Tráfego Periódico
Drenagem
Reservatório
Mancha UrbanaVila
Ferrovia
Área do Igrejinha
Área São Fidelis
Área da Fazenda Limeira
A
D
23
1
E
A
B
C
B
AA
A
A
C
F
F
FASE 1 - Demarcação de zonas favoráveis para pesquisa de áreas
2a Fase - Seleção de áreas potenciais nas zonas favoráveis
Nível: estudos de semi-detalhe
Método: análise dos dados e materiais existentesinvestigações de campo
2a Fase - Análise do Meio Físico
Interpretação:• fotografia aérea• imagens de satélite• cartografia
Análise:• morfologia dos terrenos e a declividade das vertentes• ocorrência de estruturas geológicas rúpteis (falhas e
fraturas)• rede de drenagem superficial
2a Fase - Análise do Meio Físico
Levantamento de dados hidrológicos:
• avaliar e localizar os pontos de captação de água superficial e subterrânea
• avaliar o escoamento superficial e a qualidade das águas
• avaliar o tipo, geometria dos aqüíferos, a profundidade do N.A., e o traçado das linhas de fluxo
• demarcar as zonas de recarga dos aqüíferos.
2a Fase - Análise do Meio Biótico
Interpretação:• fotografia aérea• imagens de satélite
Análise:• cobertura vegetal
2a Fase - Análise do Meio Sócio-econômico
Interpretação:• fotografia aérea• imagens de satélite
Análise:• núcleos habitacionais• acessos
2a Fase - Investigações de campo
• mapeamento semi-detalhado
• averiguar in loco as condições físicas, bióticas e antrópicas das áreas analisadas
• excluir áreas desfavoráveis
• selecionar alvos para a pesquisa de detalhe das áreas favoráveis.
2
34
5
6
89
7
1
41°
00'
FASE 2 - Seleção de áreas potenciais nas
zonas favoráveis
67
89
54321
MARIA JAPE IMARIA JAPE II
CAROBEIRAITARIRI
Setor Oeste/Sudoeste
Setor Norte/Noroeste
ÁREAS POTENCIAIS PARAATERROS SANITÁRIOS
ÁREAS COM RESTRIÇÕES PARA ATERROS SANITÁRIOS
3a Fase - Escolha da área com aptidão mais favorável
Nível: estudo de detalhe
Métodos: investigações diretas nas áreas potenciaishierarquização das áreas potenciaisaudiência pública
3a Fase - Escolha da área com aptidão mais favorável - Meio Físico
Aspectos a considerar:
• topografia e declividade das vertentes
• potencial de áreas sujeitas a inundações
• caracterização hidrogeológica - tipo de aqüífero e profundidade
• potencial de contaminação das águas superficiais e subterrâneas
• distância de cursos de águas superficiais
• disponibilidade de áreas de empréstimo para a cobertura diária dos resíduos
• caracterização do manto de intemperismo – profundidade e propriedades geotécnicas
3a Fase - Escolha da área com aptidão mais favorável - Meio Físico
Investigações Diretas: permeabilidade x características geotécnicas do solo x
aptidão para aterros sanitários
cf. perm.k (cm/s)
102 101 1 10-1 10-2 10-3 10-4 10-5 10-6 10-7 10-8
permeab. alta
boa
intermediária baixa
solo cascalho
limpo
drenagem
aptidãoaterro.
areia
areia lamosa
lama arenosalama siltosa
desejávelnão recomendado recom. c/restrições
arenosa(lama)argila siltosa(lama)argila
argila (lama)
má pratic. impermeável
ADAPTADO DE: McRae, 1988, Mello e Teixeira, 1967, Nascimento,MCB 2001.
3a Fase - Escolha da área com aptidão mais favorável - Meio Biótico
grau de preservação da biota e da fauna terrestre e aquática
3a Fase - Escolha da área com aptidão mais favorável - Meio Sócio-econômico
• valor econômico do terreno
• condições de acesso
• distância do(s) ponto(s) gerador(es)
• vida útil do aterro
• distância de aglomerados urbanos e rurais
• grau de urbanização e compatibilidade da vizinhança
Fase 3 – Quadro síntese de critérios adotados para os meios Físico, Bióticos e Sócio-econômicos para escolha de áreas
Principais critérios para avaliação preliminar de locais para disposição de resíduos, segundo IPT/CEMPRE (1995) e Tressolti e Consoni (1998).
CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS
ITENS
ANALISADOS RECOMENDADO RECOMENDADO COM RESTRIÇÕES NÃO RECOMENDADO
Vida útil > 10 anos 10 anos, a critério do órgão ambiental Distância do gerador 10 < distância < 20 km > 20 km Distância de núcleo urbano h bit i l
> 500 metros < 500 metros Densidade populacional baixa média alta Zoneamento ambiental sem restrições no zoneamento urbano unidades de conservação
bi t l l tZoneamento urbano vetor crescimento mínimo vetor intermediário vetor máximo Uso e ocupação das terras áreas devolutas ou pouco utilizadas ocupação intensa Valor da Terra baixo médio alto Aceitação popular boa razoável inaceitável Distância aos cursos de água > 200 metros < 200 metros - com aprovação do órgão ambiental responsável Declividade 1 - 20 % < 1 % ou > 20% Profundidade do nível de água 3 metros 1,5 metros < 1,5 metros
Condutividade hidráulica do subsolo 10 – 6 cm/s - desejável 5,0 x 10 -5 cm/s > 5 x 10 –5 cm/s
Fase 3 - Hierarquização das Áreas Potenciais
INDICADOR coef.import.
disponibilidade solo cobertura
característica do solo
clima (direção predom.ventos)
vida útil do aterro sanitário
distância centro gerador resí.
condições via acesso
ocupação atual da área
disponibilidade infra-estrutura
titulação da área
distâncias áreas urbanas
PONTUAÇÃO TOTALHIERARQUIZAÇÃO
notaponderada
notaponderada
notaponderada
notaponderada
notaponderadanota nota nota nota nota
(Área 4) (Área 5) (Área 6) (Área 7) (Área 9)
3 7
5
21 10 30 10 30 7 21 7 21
21
1010
721
1010
721
1010
721
1010
715
1010
3
1
5 10 50 10 50 10 50 10 50 10 50
51512555150105
5
5
1 5
7
3 9
14
5 5 5 5 5 5 5 5 5
14
30254,95
2°
7
10
14
30231
5º
7
10
14
30226,05
4°
7
10
14
21239,25
3°
7
7259,65
1°
2
3
7,13
10
35,65
50
6,65
10
33,25
50
5,21
5 25
26,05 5
10
25
50
9,79
10
48,95
50
Fase 3 – Audiência Pública
• apresentação das áreas escolhidas em hierarquia com base na metodologia adotada
• recomenda-se a área com maior aptidão
• área mais apta é sujeita a audiência pública visando consulta e aprovação
Seleção de áreas para aterros sanitários - Conclusão
• envolve a integração de vários critérios ambientais
• possui uma importância emergencial principalmente nos municípios carentes de recursos financeiros, pois possibilita a amenização e/ou eliminação dos impactos ambientais negativos, mesmo sendo a operação dos aterros deficitária –Medida preventiva
Licenciamento Ambiental de Aterros Sanitários - Recomendações
• que nos processos de licenciamento ambiental sejam estabelecidas diretrizes de critérios físicos, bióticos e sócio-econômicos de alternativas locacionais para implantação de aterros sanitários;
• que para a obtenção de Licença Prévia seja contemplada obrigatoriamente a metodologia de seleção de áreas para aterros sanitários.
Maria Cândida Barbosa do NascimentoMsc. Geóloga
Docente da Faculdade de Engenharia Ambiental
Tel: (11) 9806 8626 (11) 3726 3649