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junho/2011 | edição 105 | ano IX | www.nossolarcampinas.org.br Mensagem aos Espíritas O Paralítico da Piscina Origem da Linguagem O Brado de Filípedes A Revista que se Responsabiliza Doutrinariamente pelos Textos Publicados

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junho/2011 | edição 105 | ano IX | www.nossolarcampinas.org.br

Mensagem aos Espíritas

O Paralítico da Piscina

Origem da Linguagem

O Brado de Filípedes

A Revista que

se Responsabiliza doutrinariamente

pelos Textos Publicados

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP2

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Editor Emanuel Cristiano

Jornalista Responsável Renata Levantesi (Mtb 28.765)

Design Gráfico Julio Giacomelli

Revisão Zilda Nascimento

Administração e Comércio Elizabeth Cristina S. Silva

Apoio Cultural Braga Produtos Adesivos

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O Centro de Estudos Espíritas “Nosso

Lar” responsabiliza-se doutrinariamente

pelos artigos publicados nesta revista.

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chico xavier

Visita de Jovens à Cidade do Livro

mediunidade

O Jovem Visitante

diálogo

Subsistência dos Centros Espíritas

capa

Necessidade de Evolução Educação - Fonte de Bênção

reencarnação

O Paralítico da Piscina

cristianismo

A Última Tentação

orientação

Mensagem aos Espíritas

informação

Origem da Linguagem

teologia

A Idéia de Deus no Homem

cultura geral

O Brado de Filípides

com todas as letras

Escreva Certo o Nome das Marginais

mensagem

Em Nosso Trabalho

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011 editorial

A META ATINGIDA POR VINíCIuS

Jesus, o Mestre, nos legou a mais positiva prova de fé no poder da educação. O seu sacrifício a prol da redenção da Humanidade encerra essa prova. Se Ele não alimentasse a crença firme e inabalável na con-versão do mau, na iluminação in-terior do ignorante, numa palavra, na redenção humana, por certo não se teria consagrado a essa causa, re-nunciando-se a si próprio até o ex-tremo do sacrifício cruento no patí-bulo da cruz.

E, notemos bem, sua fé, nesse particular, é integral conforme se de-preende deste solene imperativo diri-gido aos seus discípulos: “Sede perfei-tos como vosso Pai celestial é perfeito”.

Como vemos, não se trata de uma modificação parcial ou relativa, porém contínua e progressiva demandando a perfeição suprema.

Muito tem custado fazer a cris-tandade compenetrar-se desta ver-dade a respeito da missão do Filho de Deus. O dia, porém, que tal evi-dência se fizer sentir no coração e na mente dos cristãos, a meta, vi-sada há vinte séculos pelo Excelso Mestre, terá sido atingida.

Eis como um grande pensador compreende e define o que seja a educação:

“Que mais é a educação senão a arte de transformação ordenada e progressiva da personalidade, arte que, depois de residir na escola em um poder alheio passa ao cuidado próprio e que, plenamente com-preendida nesta segunda fase do seu desenvolvimento, se estende desde o retoque de uma linha, desde a modificação de uma ideia, um sentimento e um hábito, até as reformas mais vastas e profun-das, até as plenas conversões que, à maneira de Saulo de Tarso, im-primem à vida inteira novo sen-tido, nova orientação e como que apagam dentro de nós a alma que havia e criam uma outra alma? Arte soberana, em que se resume toda a superioridade da nossa na-tureza, toda a dignidade do nosso destino, tudo que nos eleva sobre a condição da coisa ou do animal; arte que nos converte, não em es-cravos da Fatalidade, porque isso não é próprio de homens, nem o foi dos deuses, mas sim em rivais dela, depois de alcançar que deixe-mos de ser seus escravos.”

“As grandes existências em que a vontade subjuga e plasma o ma-terial da natureza com obediên-cia a um modelo que resplandece sempre no espírito são reais obras de arte, produtos de uma habili-dade superior, à que a substância

humana se rende, como a pala-vra ao metro, a pedra à escultura, a cor à tela. Assim em Goethe, a obra da própria vida parece uma estátua em que o tenaz e rítmico esforço da vontade, firme como cinzel com ponta de diamante, es-culpe um ideal de perfeição, se-rena, nobre e harmônica”.

Haverá, acaso, descrição mais exata e real da obra da reden-ção humana – personificada no Filho de Deus – do que seja essa acima transcrita como obra de educação?

Os verdadeiros sacerdotes do Cristianismo de Jesus não são, portanto, os que se dedicam às cerimônias e aos ritualismos do culto externo, mas sim os educadores, cônscios do seu papel, que procuram, pela palavra e pelo exemplo, despertar os poderes internos, as forças espirituais latentes dos seus educandos.

Tais são, de fato, os continuado-res e colaboradores da divina missão do Mestre Nazareno.

E só assim a meta será atingida. v

Fonte: VINÍCIUS. O Mestre na Educação. Págs. 35 - 37. Feb. 2009.

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011chico xavier

VISITA DE JOVENS à Cidade do Livro

POR SuELy CALDAS SCHuBERT

28-7-1948“(...) Excelente a visita dos jovens

à “Cidade do Livro” que sonhaste com Jesus e realizaste com o Mestre Querido. Terão, assim, uma ideia do serviço silencioso da FEB.

Esperemos os frutos do Congresso. Prestei sincera atenção a quanto me disseste. Vejamos o futuro. Os Diretores do movimento convida-ram-me, em telegrama, para assis-tir às solenidades de encerramento na Casa de Ismael, mas o docu-mento chegou num dia em que me achava ausente e meu irmão André respondeu por mim, notificando a impossibilidade de meu compare-cimento.

Desculpa-me o apontamento que fiz, alusivo ao Ministro Bento de Faria, pela leitura de tua notícia, julguei fosse D. Zilfa a médium que lhe assistira a senhora, antes de sua desencarnação, mas verifiquei agora não haver feito uma leitura exata.

Pedes-me contar-te a história da casa adquirida para o “Luiz Gonzaga” para que “Reformador” esteja bem informado. Contarei a história ao teu bom coração, pe-

dindo-te arquivá-la no íntimo. (Segue a longa história, termi-nando assim: Peço-te guardar con-tigo a história toda com que tomo tanto tempo. Deve ser esquecida.)

Bela a notícia do Otero. Ele entregará a tradução à própria Livraria da Feb? Penso que assim fará, porque será interessante que a “Há Dois Mil Anos” em espa-nhol não fique muito distanciado dos “braços maternos” da Casa de Ismael. (...)”

Ressalte-se nesta carta a visita dos jovens à “Cidade do Livro”, no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, obra realizada

por Wantuil de Freitas à frente da FEB e sobre a qual já comen-tamos.

A tradução para o castelhano, de “Há Dois Mil Anos...” enco-mendada por Luiz Otero, não satisfez à FEB, e só mais tarde essa obra teria um novo tradutor, sendo a edição castelhana publi-cada na Argentina. v

Fonte: SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de Chico Xavier.

Págs. 227-228. Feb. 1998.

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011 mediunidade

Tenho a impressão de que foi numa tarde.

De novo eu estava sentindo “aquela” sonolência, que, depois, aprendi revela um estado de desdobramento, graças ao qual retomamos a condição de espírito e podemos ver e ouvir além dos sentidos corpóreos.

Esforcei-me por vencê-la e vi ali adiante, no meu quarto, um jovem de terno branco, olhando-me sorridente, como quem posa para uma fotografi a.

O tecido do terno me lembrava o antigo “tussor de seda”. Tinha a apa-rência de ser maleável, mas resistente, e era muito uniforme sem nenhum amarrotado.

Ao lado do jovem, parecia haver al-guém lhe dando o braço, porém era ape-nas uma sombra, não se distinguia ima-gem alguma.

E o jovem me olhava e sorria, aper-tando os lábios, como que segurando o riso. Notei que ele era claro, de pele ro-sada e perfeita, o cabelo, pouco, era cor de palha e todo crespo, mas assentado na cabeça. Interessante é que tudo nele parecia arredondado: os olhos, o nariz, o queixo...

Terminada a visão, adormeci de todo, mas ao acordar não esquecera o que tinha visto, sem entender quem seria o jovem e por que eu o vira.

Tempos depois, fui a uma cidade da região noroeste do nosso estado, a ser-viço da divulgação doutrinária, e estando a conversar com os anfi triões, na sala da casa em que me hospedara, vi chegar um jovem muito alegre, amigo deles. Iria as-sistir à palestra, à noite, e esperava levar sua noiva, que não era espírita.

Observando o jovem, lembrei da visão. Era ele, sim, mas me pareceu um tanto diferente.

É que, em desdobramento, não temos uma aparência exata como a do corpo físico, pois outra é a substância que constitui o nosso corpo espiritual, o pe-rispírito. Por isso, o jovem não estava exatamente como se me apresentara na visão, não tinha o corpo magro que, agora, eu observava, nem as várias es-pinhas no rosto, mas o cabelo era bem semelhante.

De tudo, concluí que, provavelmente, o jovem me visitara em espírito, na oca-sião em que se programava a minha visita àquela cidade. E a sombra ao seu lado, que na ocasião não consegui ver bem, seria da noiva dele, não espírita, que, afi -nal, não foi à palestra e, portanto, não cheguei a conhecer pessoalmente. v

Fonte: OLIVEIRA, Th erezinha. Coisas que Eu não Esqueci Porque me Ensinaram

Muito. Págs. 35 – 37. Editora Allan Kardec. 2010.

O JOVEM VISITANTE

POR THEREZINHA OLIVEIRA

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011diálogo

DIÁLOGO COM

dIVALdOPOR DIVALDO FRANCO

2.1 - Subsistência dos Centros Espíritas

Éder Fávaro: — A primeira pergunta: Os Centros Espíritas enfrentam muitas dificuldades para sua subsistência. Quais os caminhos que devem ser persegui-dos para a obtenção dos indispen-sáveis recursos fi nanceiros?

DIVALDO: — É uma proble-mática das mais graves, essa da manutenção dos nossos pro-gramas, diante da rea lidade que vivemos na terra. Não obs-tante, quando Allan Kardec, em Obras Póstumas, fez a análise da Constituição do Espiritismo, ele teve o cuidado de nos adver-tir, para que não utilizássemos de meios ignóbeis, em outras pa-lavras, bem se vê, para justifi car-mos as nossas finalidades rele-vantes. É perfeitamente justo e válido que aqueles que nos bene-fi ciamos do movimento espírita, contribuamos para a sustentação das nossas atividades espíritas através das Casas que nos abri-gam. Normalmente, aparecem muitas propostas, através das quais teríamos recursos em abun-dância, para podermos colocar o Espiritismo entre as Doutrinas que podem ajudar grandemente

a humanidade. A nossa preo-cupação essencial não deve ser aquela de atrair adeptos e de ter-mos um grande número de par-ticipantes em nosso movimento, mas a de fazermos, inicia l-mente, as pessoas espiritualistas (O Livro dos Médiuns, Capítulo III, item 19), para depois delas fazermos espíritas com a cons-ciência do signifi cado e dos ob-jetivos da Doutrina Espírita, no próprio comportamento. Então, não dispomos de uma fórmula, de uma resposta que nos faci-lite meios para a manutenção da Casa Espírita. Diante da proble-mática, porém, que não recor-ramos àqueles meios que aten-tam contra a pureza doutrinária, para possuirmos edifícios visto-sos, termos amplos salões, pro-jetarmo-nos diante do público, com as nossas bases naquilo que a Doutrina Espírita condena.

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011 diálogo

2.2 - A Modernidade do Centro Espírita

PERGUNTA: — Até que ponto o Centro Espírita dever ser com-parado a uma empresa, preocu-pando- se com a satisfação de seus clientes, buscando permanente-mente a qualidade dos serviços ofe-recidos, organizando e racionali-zando suas atividades, de modo a obter melhor produtividade, ado-tando uma administração mo-derna e participativa?

DIVALDO: — A palavra empresa parece soar-nos um pouco fora do próprio contexto espírita, por-que, salvadas algumas exceções, a empresa é um grupamento de pessoas com atividades remune-radas e com o objetivo de lucro. O Espiritismo é Doutrina essen-cialmente voltada para a transfor-mação moral do indivíduo, e esta deve ser, como sempre recomendou o Codificador, a mola mestra das nossas atividades. No Capítulo III de O Livro dos Médiuns, quando Kardec fala a respeito do método, ele diz que uma palestra, uma conversa espírita, é também uma aula de Espiritismo. Não devere-mos ter muitas preocupações em criar e gerar a consolidação empre-sarial da Casa Espírita, para que ela sobreviva como uma entidade poderosa na Terra. A mim, pes-soalmente, parece-me um grande

risco. Kardec foi muito prudente, quando afirmou que melhor seria houvesse pequenos grupos espíri-tas, a entidades poderosas, que pu-dessem galvanizar o interesse de todos e que um dia tivessem que entrar em campo de batalha com as outras entidades poderosas do mundo, para poderem sobreviver.

Naturalmente, podemos utilizar- nos dos métodos da tecnologia contemporânea, das grandes con-tribuições da informática, princi-palmente na área da comunicação, para divulgar a Doutrina Espírita. Devemos arrebentar as amarras com o passado tímido, com as pre-ocupações excessivamente místi-cas, com o excesso de pudor, que não leva a coisa nenhuma, para projetar a Doutrina, o quanto pos-sível no mundo, a fim de que ela preencha sua finalidade, que foi também prevista pelo Codificador no sexto período, preservado à função do Espiritismo no mundo, que é o da renovação social.

Se levarmos a Doutrina Espírita ao mundo, inutilmente trabalha-remos com os efeitos, se não ar-rancarmos as causas que tra-zem esses fatores perniciosos na área sócio-econômica, na sócio- moral, na sócio-psicológica, que af ligem a criatura humana. Não obstante, deveremos alicerçar as nossas atividades da Casa Espírita, dentro de uma visão atual, recor-

rendo, naturalmente, ao know- how das grandes empresas, sem nos transformarmos em uma em-presa competitiva, trazendo pes-soas equipadas de conhecimento, conhecimento esse que possa ser aplicado em nossa Casa para o melhor desenvolvimento das nos-sas atividades. Todavia, sempre preservando a pureza dos objeti-vos do nosso trabalho, porque, no momento em que nos transfor-marmos em uma empresa como outra qualquer, teremos que nos utilizar dos recursos e dos hábi-tos ancestrais das empresas tradi-cionais, para podermos sobreviver. O Espiritismo, como mensagem, ficará à margem como aconteceu com doutrinas religiosas que, no passado, muito preocupadas com o mundo e com as suas oferendas, esqueceram-se do essencial, que é o homem. A Doutrina Espírita obje-tiva, sobretudo, o homem como o maior investimento da Divindade no mundo. Como a grande meta que temos diante de nós para al-cançar, comecemos esse trabalho de nossa renovação moral, pessoal, para que ela contagie, no bom sen-tido, aqueles que estão próximos de nós, em torno de nós, na Família, na Casa Espírita e na Sociedade. v

Fonte: FRANCO, Divaldo. Diálogo com Trabalhadores e Dirigentes

Espíritas. U.S.E. 2001.

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011

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capa

As tendências, que promanam do passado em forma de inclina-ções e desejos, se transformam em hábitos salutares ou prejudiciais quando não encontram a vigilân-cia e os mecanismos da educação pautando os métodos de disciplina e correção. Sob a impulsão ao ata-vismo que se prende nas faixas pri-mevas, das quais a longo esforço o Espírito empreende a marcha da libertação, os impulsos violentos e a comodidade que não se interessa pelos esforços de aprimoramento moral amolentam a individuali-dade, ressurgindo como falhas gra-ves da personalidade.

As constrições da vida, que se manifestam de vária forma, condu-zem o aspirante evolutivo à trilha correta por onde, seguindo-a, mais fácil se lhe toma o acesso aos obje-tivos a que se destina. Nesse desi-derato, a educação exerce um papel

preponderante, porque faculta os meios para uma melhor identifica-ção de valores e seleção deles, lapi-dando as arestas embrutecidas do eu, desenvolvendo as aptidões em germe e guiando com segurança, mediante os processos de fixação e aprendizagem, que formam o ca-ráter, insculpindo-se, por fim, na individualidade e externando-se como ações relevantes.

Remanescente do instinto em que se demorou por longos perío-dos de experiência e ainda mergu-lhado nas suas induções, o Espírito cresce, desembaraçando-se das teias de vigorosos impulsos em que se enreda para a conquista das apti-dões com que se desenvolve.

Pessoa alguma consegue imu-nizar-se aos ditames da educação, boa ou má, conforme o meio so-cial em que se encontra. Se não ouve a articulação oral da pala-

vra, dispõe dos órgãos, porém, não fala; se não vê atitudes que facilitam a locomoção, a aquisição dos recursos para a sobrevivência, consegue por instinto a mobiliza-ção com dificuldade e o alimento sem a cocção; tende retomar às ex-periências primitivas se não é so-corrido pelos recursos preciosos da civilização, porque nele predo-minam, ainda, as imposições da natureza animal. Possui os refle-xos, no entanto, não os sabe apli-car; desfruta da inteligência e, por falta de uso, já que se demora nas necessidades imediatas, não a de-senvolve; frui das acuidades da razão e do discernimento, entre-tanto se embrutece por ausência de exercícios que os aprofunde. Nele não passam de lampejos as manifestações espirituais superio-res se arrojado ao isolacionismo ou relegado às faixas em que se

NECESSIDADE DE evoLuçãoEDUCAçãO - FONTE DE Bênção

POR JOANNA DE ÂNgELIS/DIVALDO PEREIRA FRANCO

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011 capa

detêm os principiantes nas aquisi-ções superiores...

Muito importante a missão da educação como ciência e arte da vida.

Encontrando-se ínsitas no Espírito as tendências, com-pete à educação a tarefa de desenvolver as que se apre-sentam positivas e corrigir as inclinações que induzem à queda moral, à repetição dos erros e das manifestações mais vis, que as conquistas da razão ensinaram a superar.

A própria vida facultou ao Espírito, em longos milênios de ob-servação, averiguar o que é de me-lhor ou pior para si mesmo, auxi-liando-o no estabelecimento de um quadro de valores, de que se pode utilizar para a tranqüilidade inte-

rior. Trazendo do intervalo que medeia entre uma e outra reencar-nação reminiscências, embora in-convenientes, do que lhe haja su-cedido, elege os recursos com que se pode realizar melhormente, ao mesmo tempo impedindo-se deslizes e quedas nos subterrâ-neos da aflição. Outrossim, ins-pirado pelos Espíritos promotores do progresso no mundo, assimila as idéias envolventes e conforta-doras, entregando-se ao labor do autoaprimoramento.

O rio corre e cresce conforme as condições do leito.

A plântula se esgueira e segue a direção da luz.

A obra se levanta consoante o de-sejo do autor.

Em tudo e toda parte predomi-nam leis sutis e imperiosas que es-tabelecem o como, o quando e o onde devem ocorrer as determina-

ções divinas. Rebelar-se contra elas, é o mesmo que atrasar-se na dor, es-pontaneamente, contribuindo du-plamente para a realização que con-quistaria com um só esforço.

A tarefa da educação deve começar de dentro para fora e não somente nos compor-tamentos da moral social, da aparência, produzindo efeitos poderosos, de profundidade.

Enquanto o homem não pen-sar com eqüidade e nobreza os seus atos se assentarão em bases fal-sas, se deseja estruturá-los nos su-periores valores éticos, porquanto se tomam de pequena monta e de fraca duração. Somente pensando com correção pode organizar pro-gramas comportamentais superio-res aos quais se submete consciente, prazerosamente. Não aspirando à paz e felicidade por ignorar-lhe o de que se constituem, impraticável lecionar-lhe sobre tais valores. Só, então, mediante o paralelismo da luz e da treva, da saúde e da en-fermidade, da alegria e da tristeza se poderão ministrar-lhe as vanta-gens das primeiras em relação às se-gundas... Longo tempo transcorre para que os serviços de educação se façam visíveis, e difícil trabalho se impõe, particularmente, quando o mister não se restringe ao verniz social, à transmissão de conheci-mentos, às atitudes formais, sem a integração nos deveres consciente-mente aceitos.

Por educar, entenda-se, também, a técnica de disciplinar o pensa-mento e a vontade, a fim de o edu-cando penetrar-se de realizações

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que desdobrem as inatas manifesta-ções da natureza animal, adormeci-das, dilatando o campo íntimo para as conquistas mais nobres do senti-mento e da psique.

Nas diversas fases etárias da aprendizagem humana, em que o ser aprende, apreende e compre-ende, a educação produz os seus efeitos especiais, porquanto, atra-vés dos processos persuasivos, libera o ser das condições precárias, ar-mando-o de recursos que resultam em benefícios que não pode ignorar.

A reenca rnação, sem dúvida, é valioso método educativo de que se utiliza a vida, a fim de propiciar os meios de crescimento, desenvolvimento de aptidões e sabedoria ao Espírito que engatinha no rumo da sua finalidade grandiosa.

Como criatura nenhuma se rea-liza em isolacionismo, a sociedade se torna, como a própria pessoa, educadora por excelência, em razão de propiciar exemplos que se fazem automaticamente imitados, im-pregnando aqueles que lhes sofrem a influência imediata ou mediata-mente. No contexto da convivên-cia, pelo instinto da imitação, ab-sorvem-se os comportamentos, as atitudes e as reações, aspirando-se a psicosfera ambiente, que produz, também, sua quota importante, no desempenho das realizações indivi-duais e coletivas.

Como se assevera, com reservas, que o homem é fruto do meio onde vive, convém se não esquecer de que

o homem é o elemento formador do meio, competindo-lhe modifi-car as estruturas do ambiente em que vive e elaborar fatores atraen-tes e favoráveis onde se encontre co-locado a viver. Não sendo infenso aos contágios sociais, não é, igual-mente, inerme a eles, senão, quando lhe compraz, desde que reage aos fatores dignificantes a que não está acostumado, se não deseja a estes ajustar-se.

Além do ensino puro e simples dos valores pedagógicos, a educação deve esclarecer os benefícios que resultam da aprendizagem, da fi-xação dos seus implementos cultu-rais, morais e espirituais. Por isso, e sobretudo, a tarefa da educação há que ser moralizadora, a fim de pro-mover o homem não apenas no meio social, antes preparando-o para a sociedade essencial, que é aquela preexistente ao berço donde ele veio

e sobrevivente ao túmulo para onde se dirige.

Nesse sentido, o Evangelho é, quiçá, dos mais respeitáveis reposi-tórios metodológicos de educação e da maior expressão de filosofia edu-cacional. Não se limitando os seus ensinos a um breve período da vida e sim prevendo-lhe a totalidade, propõe uma dieta comportamental sem os pieguismos nem os rigores exagerados que defluem do próprio conteúdo do ensino.

Não raro, os textos evangélicos propõem a conduta e elucidam o porquê da propositura, seus efei-tos, suas razões. Em voz impera-tiva, suas advertências culminam em consolação, conforto, que ex-pressam os objetivos que todos co-limam.

– “Vinde a mim”, - assentiu Jesus, - porque eu “Sou o caminho, a Verdade e a Vida”, não delegando

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a outrem a tarefa de viver o ensino, mas a si mesmo se impondo o im-postergável dever de testemunhar a excelência das lições por meio de comprovados feitos.

Sintetizou em todos os passos e ensinamentos a função dupla de Mestre – educador e pedagogo –, aquele que permeia pelo compor-tamento dando vitalidade à técnica de que se utiliza, na mais eficiente metodologia, que é a da vivência.

Quando os mecanismos da edu-cação falecem, não permanece o aprendiz da vida sem o concurso da evolução, que lhe surge como dispositivo de dor, emulando-o ao crescimento com que se libertará da situação conflitante, afugente, cor-rigindo-o e facultando-lhe adquirir as experiências mais elevadas.

A dor, em qualquer situação, ja-mais funciona como punição, por-quanto sua finalidade não é puni-tiva, porém educativa, corretora. Qualquer esforço impõe o contri-buto do sacrifício, da vontade dis-ciplinada ou não, que se exterioriza em forma de sofrimento, mal-estar, desagrado, porque o aprendiz, sim-plesmente, se recusa considerar de maneira diversa a contribuição que deve expender a beneficio próprio.

Nenhuma conquista pode ser lograda sem o correspondente tra-balho que a torna valiosa ou inex-pressiva. Quando se recebem títu-los ou moedas, rendas ou posição sem a experiência árdua de con-segui-los, estes empalidecem, não raro, convertendo-se em algemas pesadas, estímulos à indolência, convites ao prazer exacerbado, si-tuações arbitrárias pelo abuso da fortuna e do poder.

Imprescindível em qualquer co-metimento, portanto, o exame da situação e a avaliação das possibili-dades pessoais.

Sendo a Terra a abençoada es-cola das almas, é indispensável que aqui mesmo se lapidem as arestas da personalidade, se corrijam os desajustamentos, se exercitem os dispositivos do dever e se predis-ponham os Espíritos ao superior crescimento, de modo a serem su-peradas as paixões perturbadoras que impelem para baixo, ao invés daquelas ardentes pelos ideais li-bertadores, que acionam e condu-zem para cima.

Os hábitos que se arraigam no corpo, procedentes do Espírito como lampejos e condicionamen-tos, retornam e se fixam como ne-cessidades, sejam de qual expressão for, constituindo uma outra natu-reza nos refolhos do ser, a respon-der como liberdade ou escravidão, de acordo com a qualidade intrín-seca de que se constituem.

A morte, desvestindo a alma das roupas carnais, não lhe pro-duz um expurgo das qualidades íntimas, antes lhe impõe maior ne-cessidade de exteriorizá-las, libe-rando forças que levam a proces-sos de vinculações com outras que lhes sejam equivalentes. Na Terra isto funciona em forma de com-plexos mecanismos de simpatia e antipatia, em afinidades que, no além-túmulo, porque sincronizam na mesma faixa de aspiração e se movimentam na esfera de especi-ficidade vibratória, reúnem os que se identificam no clima mental, de hábitos e aptidões que lhes são próprios.

Nunca se deve transferir para mais tarde o mister de educar-se, corrigir-se ou educar e corrigir. O que agora não se faça, neste par-ticular, ressurgirá complicado, em posição diversa, com agravantes de mais difícil remoção.

Peda gogos eminente s , o s Espíritos Superiores ensinam as regras de bom comportamento aos homens como educadores que exemplificam depois de haverem passado pelas mesmas faixas de sombra, ignorância e dor, de que já se libertaram.

Imperioso, portanto, conforme propôs Jesus, que se faça a paz com o “adversário enquanto se está no caminho com ele”, de vez que, amanhã, talvez seja muito tarde e bem mais difícil alcançá-lo.

O mesmo axioma se pode apli-car à tarefa da educação: agora, en-quanto é possível, moldar-se o eu, antes que os hábitos e as acomo-dações perniciosas impeçam a to-mada de posição, que é o passo ini-cial para o deslanchar sem reversão.

Educação, pois, da mente, do corpo, da alma, como processo de adaptação aos superiores degraus da vida espiritual para onde se segue.

A educação, disciplinando e enriquecendo de preciosos recur-sos o ser, alça-o à vida, tranqüilo e ditoso, sem ligações com as regiões inferiores donde procede. Fascinado pelo tropismo da ver-dade que é sabedoria e amor, após as injunções iniciais, mais fácil se lhe torna ascender, adquirir a feli-cidade. v

Fonte: FRANCO, Divaldo Pereira.

S.O.S. Família. Págs. 93 - 99. Leal. 1994.

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reencarnação

“Havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, há um tanque, que em hebraico se chama Betsaida, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia um grande número de en-fermos, cegos, coxos, paralíti-cos, esperando que se movesse a água. Porque descia um anjo em certo tempo ao tanque, e agi-tava a água; e o primeiro que entrava no tanque, depois de se mover a água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Achava-se ali um homem, que havia trinta e oito anos estava en-fermo. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim desde muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar são? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tan-que, quando a água for movida; mas enquanto eu vou, outro desce antes de mim. Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente o homem ficou são, tomou o seu leito e começou a andar. Era sábado

aquele dia, pelo que disseram os Judeus ao que havia sido curado: Hoje é sábado, e não é lícito levar o teu leito. Ele respondeu: Aquele que me curou, esse mesmo me disse: Toma o teu leito e anda. Eles lhe perguntaram: quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? Mas o que havia sido curado, não sabia quem era, por-que Jesus se tinha retirado, por haver muita gente naquele lugar. Depois Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha, já estás são; não peques mais; para que te não suceda coisa pior. O homem foi dizer aos judeus que Jesus era quem o havia curado. Por isso os judeus perseguiram a Jesus, por-que fazia estas coisas nos sába-dos. Mas Jesus disse-lhes: Meu Pai não cessa de agir até agora e eu também; por isso, pois, os ju-deus procuravam com maior ânsia tirar-lhe a vida, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo- se igual a Deus.”

(João, V, 1-18.)

O progresso humano tem como base a Revelação. É ela a luz que em todos os tem-pos tem iluminado as gera-ções para que conheçam os esplendores divinos.

Sem Revelação não há Ciência, nem Arte; não há Filosofia, nem Religião.

Na infância do Espírito, a Revelação é como um véu que deixa passar unicamente uma certa porção de luz, para que não se lhe ofusque o entendimento; mas, à medida que o Espírito evo-lui; à proporção que a inteligên-cia se desenvolve, o sentimento se aperfeiçoa e o Espírito cresce em conhecimentos, a Revelação lhe abre horizontes novos, auxiliando sua ascensão para a posse da liber-dade total no seio dos espaços in-finitos.

Se consultarmos a História da Ciência, veremos que os novos in-ventos e as novas descobertas são oriundos da revelação pessoal, cujo executor, Espírito missioná-rio que aqui veio para tal fim, não

O ParaLÍTiCo DA PISCINA

POR CAIRBAR SCHuTEL

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reencarnação

é mais que um emissário do invi-sível que, no momento da reali-zação de sua tarefa, é cercado dos Mensageiros da Imortalidade para o bom cumprimento da tarefa que veio desempenhar.

A navegação marítima e aérea; a locomoção terrestre pelo vapor e pela eletricidade, aí estão como provas do que dizemos, do pro-gresso que nos anima bafejado pelo calor intenso da Revelação.

A Arte de hoje está mais aperfei-çoada que a de ontem.

Novos instrumentos têm fa-cultado aos homens trabalho que ontem lhes seria impossível exe-cutar.

O mesmo se vê na Filosofia e na Religião. Segundo a Lei Mosaica

e o atraso daquela época. “Deus vingava a iniqüidade dos pais nos filhos até a 38ª geração”.

Por essa ocasião proclamava-se a lapidação de adúlteras na praça pública e prevalecia a lei da resis-tência: “dente por dente, olho por olho”.

Depois, com a evolução reli-giosa, os profetas, sob o inf luxo da Revelação, ou seja, da comuni-cação dos Espíritos encarregados do progresso humano, projetaram mais intensamente a sua luz, até a recepção do Cristianismo, dou-trina excelente que não se pode comparar ao Mosaísmo.

Daí a distinção da Velha e da Nova Dispensação: Antigo e Novo Testamento.

A Nova Dispensação marca uma nova era no mundo; pois, abolidos os artigos e parágrafos do Código Antigo, que lesa-vam a Lei do Perdão e da Caridade e proclamados estes Preceitos como único meio de salvação, deu-se Deus a conhecer na mag-nitude de seu amor, con-f irmando o que dissera pela boca do profeta: “Não quero a morte do ímpio, mas sim que o ímpio se con-verta e se salve.” (Ezequiel, XVIII, 23.)

Na escala evolutiva dos co-nhecimentos religiosos, como em

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todas as manifestações do pensa-mento, a evolução, seja no terreno material ou no plano espiritual, não faz transições bruscas. Com muita razão disse o filósofo:

Natura non tacit saltus, “A Natureza não dá saltos”.

A leitura da História Religiosa vem em apoio desta afirmação.

Na junção do Mosaísmo com o Cristianismo aparece a figura majestosa de João Batista, o maior dos Profetas, ora com o machado em punho a cortar pelas raízes as árvores estéreis, ora de pá, char-rua e picareta, derrubando outei-ros, arrasando montes, nivelando vales, de modo a aplainar veredas novas ao intelecto humano, onde a semente do Cristianismo deveria germinar, brotar, crescer, florescer e frutificar!

Entrelaçando num mesmo elo as verdades religiosas proclama-das na Antiga Lei com as erigidas pela Nova Lei, o Profeta separa e exclui, como quem separa o joio do trigo, as idéias nocivas ao de-senvolvimento humano, para que possam prevalecer as verdades promissoras que o Cristo gravou nos corações dos que querem se-guir seus passos amorosos.

Em torno dessas verdades se reuniram os humildes, os seden-tos de justiça, os famintos de ver-dades novas, os sofredores venci-dos ao peso do mundo, os aflitos a quem as trevas oprimiam a razão, os perseguidos por amor à justiça, todos os que, extasiados ante a grande figura do Profeta, toma-ram novas veredas, que deveriam conduzi-los a Jesus.

E foi para estes que o Mestre

prometeu o galardão nos Céus; foi para estes que reservou as bem- aventuranças, inclusive a graça de serem chamados filhos de Deus, e de verem a Deus.

Enfim surgiu o Cristianismo, que apresenta uma concepção de moral inexcedível, embora no sentido filosófico e cien-tífico (pois o Cristianismo é Filosofia, Ciência e Religião). Mas o Cristo não disse tudo, dado o atraso do povo de então. Foi o que deu mo-tivo à Terceira Revelação, a mais extraordinária e pu-jante manifestação da Vida na Eternidade.

A Humanidade não pára a sua marcha e quando parece deter- se por um instante, as águas se agitam ao influxo dos anjos e os coxos continuam a caminhar em busca da perfeição!

*

Existia em Jerusalém uma fonte que o povo considerava mi-lagrosa; segundo acreditavam, periodicamente descia àquelas paragens um anjo, que movimen-tava as águas: o enfermo que se achasse no tanque no momento em que se movia a água, de lá saía completamente são.

Como é natural, uma roma-ria de estropiados procurava na água de Betsaida a cura para seus males.

Dentre um número avultado de coxos, cegos e paralíticos, que lá se achavam à espera que a água se movesse, estava um homem que

havia 38 anos ficara paralítico. Jesus, cujos olhares perscruta-

dores desciam aos foros mais re-cônditos da consciência humana, tomado de compaixão pelo mais enfermo de todos os doentes e o mais desprotegido que lá estava, e para dar um ensinamento que deveria repercutir através das ge-rações, sem aguardar a agitação das águas, ele próprio, revestido do poder que lhe vinha de Deus, deliberou curar o paralítico, cujos 38 anos haviam sido de martírio e, portanto, de reparação dos pe-cados que havia cometido. E com um gesto de generosidade se dirige ao enfermo e lhe diz: “Queres ficar são?”

O doente, com sua crença in-fantil e sem conhecer aquele que consigo falava, lhe responde: “Senhor! Não tenho quem me ponha no tanque quando a água se mover.”

Disse-lhe então Jesus: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.” E imediatamente, ao inf luxo da Divina Palavra, a paralisia desapareceu; os membros desataram-se-lhe e o homem ficou são!

São muitos os ensinamentos que colhemos deste episódio. No primeiro realça o fato físico da cura, que ultrapassa todo o entendimento humano; no se-gundo, o ensino moral que a Nova Revelação salienta e ex-plica, tal como nenhuma outra filosofia é capaz de fazer.

A poderosa ação de Jesus, cuja autoridade sobre os Espíritos ma-

reencarnação

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léficos era extraordinária, aliada à manipulação dos f luidos at-mosféricos convertidos em subs-tância medicamentosa, explica a cura do enfermo há tantos anos paralítico.

A f luidoterapia já representa hoje um papel de destaque na Medicina e os próprios médicos não desconhecem o seu valor, embora lhe dêem nomes novos, como sugestão, hipnotismo, etc. Esse método de curar foi usado pelos apóstolos e discípulos de Jesus, e os médiuns-curadores dele se utilizam, atualmente, com grande proveito.

O Espiritismo, revelando à Humanidade onde haurir as for-

ças e consolações nas vicissitudes da vida, ensina que podemos per-feitamente, por intermédio dos mensageiros de Deus, conseguir a cura de nossos males.

Não há milagre nesta ordem de fatos, mas simplesmente fenôme-nos de uma natureza toda espiri-tual, que os inscientes não podem compreender por não se dedica-rem ao estudo de suas leis e à in-vestigação de sua origem.

Encarado pelo lado científico, o fato aí está, tal como narra o Evangelho, e em Ciência não é costume admitir-se unicamente palavras; exigem-se fatos, e fatos que se possam verificar, como aconteceu ao do paralítico da pis-

cina, o qual não passou desperce-bido aos sacerdotes do tempo de Jesus.

Encarando a narração do Evangelho pelo lado moral, per-guntamos a nós mesmos: por que só um enfermo mereceu a graça de cura sem a agitação das águas, enquanto os outros permaneceram esperando o momento azado para entrar no tanque?

É que, sem dúvida, todos os que ali estavam, como acontece ainda hoje com a maioria dos en-fermos que buscam as curas espí-ritas, buscavam unicamente a cura do corpo, a cura dos males físicos, enquanto que o paralítico prova-velmente não só desejava a liber-

reencarnação

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dade do corpo, como também a do Espírito.

A “água movida” poderia restabelecer o físico, mas, como matéria que é, não atingia a a lma. É o que acontece às águas de várias fontes, mesmo do nosso país - Caldas, Lindóia, Caxambu, Cambuquira.

As nossas águas termais curam também os que têm dinheiro e que delas se abeiram em estações. Os que não o têm, ficam ao redor das piscinas sem terem quem os ponha nos tanques, ao moverem- se as águas, mas, muitas vezes, re-cebem do Alto a virtude que os liberta dos males. E assim como a água do Poço de Jacó não saciava e nunca saciou completamente a sede da samaritana, a água da piscina, a seu turno, não podia também curar completamente os enfermos; era uma cura aparente, exterior, que deixava os enfermos, sujeitos a moléstias ainda mais graves.

Mas o ponto principal do tre-cho evangélico é que, sem entrar na piscina, o paralítico havia 38 anos, ficou são.

Mas qual o motivo, já per-guntamos, por que Jesus limi-tou a cura a um, quando tantos se achavam em redor da piscina? Seria porque Jesus não poderia ou não quereria curar os outros?

É, talvez, porque só o paralí-tico, pela sua crença estivesse apto a receber a cura, e os outros, não. E, com certeza, porque os outros não acreditavam que Jesus pu-

desse curá-los, e tivessem mais fé na água da piscina do que no Mestre; preferiam a água material à espiritual!

Pode ser ainda porque os de-mais, em grande atraso espiritual e moral, rejeitaram as exortações do Mestre, pois não era costume ir Jesus curando cegamente sem anunciar aos enfermos a Palavra da Vida.

Parece não haver dúvida sobre esta hipótese da exortação. As pa-lavras do Mestre, ao encontrar-se Ele com o paralítico no templo – “Olha, não peques mais para que te não suceda coisa pior”, dão indício de que houve, por oca-sião da cura, exposição doutri-nária que enunciou o motivo da moléstia.

*

Ocorrendo a cura do paralí-tico num sábado, os Judeus, que eram fiéis observadores dos dias, das horas, das práticas exteriores e ritos de sua Igreja, revoltaram--se contra Jesus por haver “vio-lado o sábado”, e quiseram impe-dir o “curado” de levar sua cama. Mas os recém-sarado, sem obede-cer ordens subalternas, limitou- se a responder: – Aquele que me curou disse “Toma o teu leito e ca-minha.”

“Ele me disse que caminhasse, eu não posso deixar de ouvir sua palavra para ouvir a vossa, que nunca teve poder de me curar, nem mesmo de me colocar no tanque quando a água se movia.”

Voltando à recomendação de Jesus – “Olha, não peques mais para que não te aconteça coisa

pior”, parece querer o Mestre dizer ao paciente, como nos íamos referindo que aquela enfer-midade tinha por causa o pecado que ele cometera. Cessada que foi a ação do pecado, sob a palavra de Jesus, cessou imediatamente a moléstia, sendo restituída liber-dade ao doente.

Mas os judeus eram cegos de Espírito, não viam o que Jesus lhes mostrava; como acontece com a maioria da Humanidade atual, ainda semelhante a um re-banho de ovelhas cegas guiado por cegos, os judeus, em vez de aprenderem a lição que lhes era oferecida, deliberaram perseguir a Jesus, sob o pretexto de que ele curara num sábado!

Então o Mestre dirige-se animosamente a eles e diz-lhes: “O meu Pai não cessa de agir”, quer dizer: “O que está descrito na vossa Lei, que Deus descansou no 7° dia, após a criação do mundo, não é verdade, porque Deus, o meu Pai, trabalha sem cessar, e eu também trabalho sempre.”

E, assim, prodigalizando a todos os momentos de sua vida na Terra, lições substanciosas e edificantes aos que dele se acerca-vam, Jesus estabeleceu o amor a Deus e a Caridade, princípios básicos da Religião que deve-mos abraçar. v

Fonte: SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e Ensinos de Jesus.

Págs. 305 - 312. O Clarim. 1979.

reencarnação

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011 cristianismo

Dizem que Jesus, na hora extrema, começou a procurar os discípulos, no seio da agitada multidão que lhe cer-cava o madeiro, em busca de algum olhar amigo em que pudesse reconfor-tar o espírito atribulado...

Contemplou, em silêncio, a turba enfurecida. Fustigado pelas vibra-ções de ódio e crueldade, qual se de-vera morrer, sedento em chagas, sob um montão de espinhos, começou a lembrar os afeiçoados e seguidores da véspera...

Onde estariam seus laços amorosos da Galiléia?...

Recordou o primeiro contato com os pescadores e chorou.

A saudade amargurava-lhe o co-ração.

Por que motivo Simão Pedro fora tão frágil? Que fizera ele, Jesus, para merecer a negação do companheiro a quem mais confiara?

Que razões teriam levado Judas a esquecê-lo? Como entregara, assim, ao preço de míseras moedas, o cora-ção que o amava tanto?

Onde se refugiara Tiago, em cuja presença tanto se comprazia?

Sentiu profunda saudade de Felipe e Bartolomeu, e desejou escutá-los.

Rememorou suas conversações com Mateus e refletiu quão doce lhe seria poder abraçar o inteligente fun-cionário de Cafarnaum, de encontro ao peito...

De reminiscência a reminiscência, teve fome de ternura e da confiança das criancinhas galiléias que lhe ou-

viam a palavra, deslumbradas e feli-zes, mas os meninos simples e humil-des que o amavam perdiam-se, agora a distância...

Recordou Zebedeu e suspirou por acolher-se-lhe à casa singela.

João, o amigo abnegado, achava- se ali mesmo, em terrível desapon-tamento, mas precisava socorro para sustentar Maria, a angustiada Mãe, ao pé da cruz.

O Mestre desejava alguém que o ajudasse, de perto, em cujo carinho conseguisse encontrar um apoio e uma esperança...

Foi quando viu levantar-se, dentre a multidão desvairada e cega, alguém que ele, de pronto, reconheceu. Era o mesmo Espírito perverso que o ten-tara no deserto, no pináculo do tem-plo e no cimo do monte.

O gênio da sombra, de rosto enig-mático, abeirou-se dele e murmurou:

- Amaldiçoa os teus amigos in-gratos e dar-te-ei o reino do mundo! Proclama a fraqueza dos teus irmãos de ideal, a fim de que a justiça te reco-nheça a grandeza angélica e descerás, triunfante, da cruz!... Dize que os teus amigos são covardes e duros, impassí-veis e traidores e unir-te-ei aos pode-rosos da Terra para que domines todas as consciências.

Tu sabes que, diante de Deus, eles não passam de míseros desertores...

Jesus escutou, com expressiva mudez, mas o pranto manou-lhe mais intensamente do olhar translúcido.

- Sim - pensava -, Pedro negara-o, mas não por maldade. A fragilidade

do Apóstolo podia ser comparada à ternura de uma oliveira nascente que, com os dias, se transforma no tronco robusto e nobre, a desafiar a implacá-vel visita dos anos.

Judas entregara-o, mas não por má-fé.

Iludira-se com a política farisaica e julgava poder substituí-lo com van-tagens nos negócios do povo.

Encontrou, no imo d’alma, a ne-cessária justificação para todos e pa-recia esforçar-se por dizer o que lhe subia do coração.

Ansioso, o Espírito das trevas aguardava-lhe a pronúncia, mas o Cordeiro de Deus, fixando os olhos no céu inflamado de luz, rogou em tom inesquecível:

- Perdoa-lhes, Pai! Eles não sabem o que fazem!...

O príncipe das sombras retirou-se apressado.

Nesse instante, porém, em vez de deter-se na contemplação de Jerusalém dominada de impiedade e loucura, o Senhor notou que o firmamento ras-gara-se, de alto a baixo, e viu que os anjos iam e vinham, tecendo de estre-las e flores o caminho que o conduzira ao Trono Celeste.

Uma paz indefinível e soberana es-tampara-se-lhe no semblante.

O Mestre vencera a última tentação e seguiria, agora, radiante e vitorioso, para a claridade sublime da ressurrei-ção eterna. v

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Contos e Apólogos. Págs. 113-115. Feb. 2005.

A ÚLTIMA TENTAçãO

POR IRMãO X/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

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orientação

“É indispensável manter o Espiritismo,

qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem

compromissos políticos, sem profissionalismo

religioso, sem personalismos

deprimentes, sem pruridos de conquista

a poderes terrestres transitórios.”

Bezerra de Menezes (Mensagem “Unificação”,

psicografia de Francisco Cândido Xavier -

Reformador, Agosto - 2001)

O Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, em sua reunião de 10 a 12 de Novembro de 2006.

Considerando que as ideias es-píritas, tais como reencarnação, imortalidade, comunicação com os Espíritos e vida após a morte, têm sido alvo de interesse geral, pro-piciando à mídia a divulgação de filmes, teatro, livros e notícias de fatos ocorridos, que mostram, cada vez mais, a certeza dessas verdades que a Doutrina Espírita divulga há 150 anos.

Considerando que essa pro-moção perfeitamente compatível com os propósitos do Movimento Espírita que há o de colocar ao al-cance e a serviço de todos a mensa-gem consoladora e esclarecedora da Doutrina Espírita, dando sentido à vida e trazendo respostas às inquie-tações de muitos seres humanos com tendência ao suicídio, à violên-cia, ao uso das drogas e à desagre-gação familiar.

Considerando que, com a divul-gação feita pela mídia, independen-

temente da ação do Movimento Espírita, é natural que um número cada vez maior de pessoas procure os núcleos espíritas, interessados em aprofundar-se no conhecimento dos ensinos doutrinários e em rece-ber a assistência, o esclarecimento e a orientação de que necessita, bem como preparar-se para o trabalho voluntário, na assistência aos que necessitam de amparo espiritual e em outras atividades.

Considerando que esta circuns-tância oferece ao trabalhador espí-rita a oportunidade de intensificar o desenvolvimento de suas tarefas voltadas ao estudo, à difusão e à prática do Espiritismo, consciente de que a convicção do ser humano quanto à sua condição de Espírito imortal é fundamental para ajudá- lo a atravessar esta fase de transição em que nos encontramos, quando se prepara a Humanidade para as-cender à condição de mundo de re-generação.

Considerando que o Centro Espírita continua a ser o núcleo bá-sico da difusão espírita, propiciando

MENSAGEM AOS ESPÍRITAS

PRESERVAÇãO DOS PRINCíPIOS DOuTRINáRIOS NA PRáTICA ESPíRITA

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011 orientação

espaço para todas as atividades de atendimento e de estudo aos inte-ressados em receber os benefícios da Doutrina Espírita, tal como foi revelada pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec e nas obras que, se-guindo suas diretrizes, lhe são com-plementares e subsidiárias.

Recomenda:1 - que os dirigentes e traba-

lhadores espíritas intensifiquem os seus esforços no sentido de colocar a Doutrina Espírita ao alcance e a serviços de todos os homens, divul-gando os seus ensinos com o pro-pósito de esclarecer fraternalmente, sem impor e sem pretender converter a quem quer que seja.

2 - que procuremos aprimorar, ampliar e multiplicar os núcleos espí-ritas, utilizando toda a sua potencia-lidade no atendimento às necessida-des de assistência, de conhecimento, de estudo e de orientação que os seres humanos apresentam.

3 - que no desenvolvimento da ta-refa de estudo, difusão e prática da Doutrina Espírita.

3.1 - estudemos constantemente

a Doutrina Espírita, não só para o nosso próprio aprimoramento, como também, para manter o trabalho doutrinário dentro dos princípios es-píritas, sem as influências nocivas de interpretações pessoais distorcidas.

3.2 - trabalhemos juntos e una-mos os nossos esforços, impondo si-lêncio aos nossos ciúmes e às nos-sas discórdias, para não prejudicar e nem retardar a execução do traba-lho, em qualquer área de atividade em que nos encontremos.

3.3 - mantenhamos o Espiritismo com a pureza doutrinária própria do Cristianismo nascente, sem in-corporar à sua prática qualquer forma de ritual, de sacramento ou de idolatria, incompatível com os seus princípios. É lícito, justo e conveniente orarmos em benefício de alguém que nasce, de um casal que assume compromissos matri-moniais ou de alguém que retorna à vida espiritual. Não é lícito, to-davia, sacramentarmos esses ges-tos, chamando-os de “batizado es-pírita”, “casamento espírita” ou “funeral espírita”, mesmo quando

se apresentam sob aparente legali-dade. As instituições que se classi-ficam como espíritas têm o dever decorrente de pautar a sua prática dentro dos princípios contidos nas obras básicas de Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita, e têm o direito constitucional de pre-servar a sua autonomia e liberdade de ação na execução desses princí-pios. O Espiritismo não tem sacer-dotes e nas atividades verdadeira-mente espíritas a ninguém é dado o direito de consagrar atos ou fazer concessões, seja em nome de Deus, de Jesus, dos Espíritos Superiores ou da própria Doutrina Espírita.

3.4 - colaboremos com os ór-gãos públicos e com a sociedade em geral, em todas as suas ações mar-cadas pelos propósitos de solidarie-dade e de fraternidade, visando a assistência e a promoção material, social e espiritual do ser humano, preservando e praticando, todavia, a integridade dos princípios e objeti-vos doutrinários espíritas que carac-terizam a instituição.

3.5 - relacionemo-nos com os re-presentantes e seguidores de todos os segmentos religiosos, procurando construir a base de um convívio sa-lutar, marcado pelo respeito recí-proco e pela fraternidade, base fun-damental para a construção de uma sociedade em que a multiplicidade de convicções sociais, filosóficas ou religiosas não seja impedimento para a coexistência fraterna.

Com isto estaremos vivenciando e preservando plenamente os princí-pios da Doutrina Espírita.

CFN - Brasília, 12 de novembro de 2006. v

Fonte: Mundo Espírita. Jan. 2007. Pág. 10.

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP

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Pedis-me hoje, caros e amados ouvintes, que vos dite ao meu mé-dium a história da origem da lingua-gem. Esforçar-me-ei por vos satis-fazer. Deveis, porém, compreender que me será impossível, nalgumas linhas, tratar inteiramente esta grave questão, à qual se liga, forçosamente, outra ainda mais importante: a da origem das raças humanas.

Que Deus Todo-Poderoso, tão benevolente para com os espíritas, conceda-me a lucidez necessária para afastar de minha dissertação a obscuridade, a confusão e, princi-palmente, todo o erro!

Entro na matéria dizendo-vos: Admitamos como princípio esta verdade: que o Criador deu a todos os seres da mesma raça um modo especial, mas seguro, para se enten-derem e para se comunicarem entre si. Entretanto, essa linguagem, esse modo de comunicação era tanto mais restrito quanto mais inferio-res as espécies. É em virtude desta verdade, desta lei, que os selvagens e as tribos pouco civilizadas possuem línguas tão pobres que uma porção de termos utilizados nas regiões fa-vorecidas pela civilização lá não en-contram palavras correspondentes. E é em obediência a essa mesma lei que as nações que progridem criam novas expressões para descobertas e necessidades novas.

Como disse alhures, a Humanidade já atravessou três grandes períodos: a fase bárbara, a fase hebraica e pagã e a fase cristã. A esta última sucederá o grande período espírita, cujos fun-damentos iniciais lançamos entre vós.

Examinemos, pois, a primeira fase e o começo da segunda. Não repetirei senão o que já disse. A pri-meira fase humana, que poderemos chamar pré-hebraica ou bárbara, arrastou-se lentamente e por tempo prolongado em horrores e convul-sões de uma terrível barbárie. Aí o homem é peludo como um animal selvagem e, como as feras, abriga-se em cavernas e nos bosques. Vive de carne crua e se repasta de seu semelhante, qual se fora excelente caça. É o mais absoluto reino da antropofagia. Nada de sociedade, nada de família! Alguns grupos dis-persos aqui e ali, vivendo na mais completa promiscuidade e sem-pre prontos a se entredevorarem: tal é o quadro desse período cruel. Nenhum culto, nenhuma tradição, nenhuma idéia religiosa. Apenas necessidades animais a satisfazer, eis tudo! Prisioneira de uma matéria estupefaciente, a alma fi ca morna e

latente em sua prisão carnal; nada pode contra o invólucro grosseiro que a encerra e sua inteligência ape-nas se pode mover nos recônditos de um cérebro limitado. O olho é apagado, a pálpebra pesada, o lábio grosso, o crânio achatado e a lin-guagem se restringe a alguns sons guturais. Nada prenuncia que desse animal bruto sairá o pai das raças hebraicas e pagãs. Todavia, com o tempo eles sentem necessidade de se defenderem contra outros carní-voros, como o leão e o tigre, cujas presas terríveis e garras afi adas ven-ciam facilmente o homem isolado. Entretanto, o reino da matéria e da força bruta se manteve durante toda essa frase cruel. Não procureis no homem dessa época nem senti-mentos, nem razão, nem linguagem propriamente dita; ele apenas obe-dece à sensação grosseira e só tem um objetivo: beber, comer e dor-mir. Nada além disso. Pode dizer-se que o homem inteligente aí está em germe, mas não existe ainda. Contudo é preciso constatar que, entre as raças brutais, já aparecem alguns seres superiores, Espíritos encarnados com a incumbência de conduzir a Humanidade ao seu ob-jetivo e apressar o advento das eras hebraica e pagã. Devo acrescentar que, além desses Espíritos encarna-dos, o globo terrestre era visitado

oriGeM DA LINGUAGEM

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freqüentemente por esses ministros de Deus, cuja tradição a memória consagrou sob os nomes de anjos e arcanjos e que, quase todos os dias, estes se punham em contato com os seres superiores, Espíritos en-carnados, de que acabo de falar. A missão de alguns desses anjos con-tinuou durante grande parte da se-gunda fase, ou humanitária. Devo aditar que o quadro que acabo de esboçar, dos primeiros tempos da Humanidade, vos ensina um pouco a que leis rigorosas estão submetidos os Espíritos que ensaiam viver em planetas de formação recente.

A linguagem propriamente dita, como a vida social, só começa a ter um caráter certo a partir da era hebraica e pagã, durante a qual o Espírito encarnado, sempre sujeito à matéria, começa a se revoltar e a quebrar alguns elos de sua pesada cadeia. A alma fermenta e se agita em sua prisão carnal; por esforços reiterados reage energicamente con-tra as paredes do cérebro, cuja maté-ria sensibiliza; melhora e aperfeiçoa, por um trabalho constante, o jogo de suas faculdades, desenvolvendo, conseqüentemente, os órgãos físi-cos; enfi m o pensamento pode ser lido num olhar límpido e claro. Já estamos longe das frontes achata-das! É que a alma se sente, se reco-nhece, tem consciência de si mesma e começa a compreender que é in-dependente do corpo. Desde então luta com ardor para se desven-cilhar da opressão de sua robusta rival. O homem se modifi ca cada vez mais e a inteligência se movi-menta mais livremente num cérebro mais desenvolvido. Constatamos, todavia, que nessa época o homem ainda é circunscrito e considerado como animal; o homem é escravo do homem. A escravidão é consa-grada pelo Deus dos hebreus, tanto

quanto pelos deuses pagãos; e Jeová, assim como Júpiter Olímpico, pede sangue e vítimas vivas.

Esta segunda fase oferece aspec-tos curiosos, do ponto de vista fi lo-sófi co. Já tracei um quadro rápido, que meu médium vos comunicará oportunamente. Seja como for, e para voltar ao tema em estudo, tende certeza de que não foi senão na época dos grandes períodos pas-torais e patriarcais que a linguagem humana tomou um aspecto regular e adotou formas e sons especiais.

Durante essa época primitiva, em que a Humanidade se liber-tava das fraldas e do balbuciar da primeira infância, poucas palavras bastavam aos homens, para os quais ainda não tinha nascido a ciência, cujas necessi-dades eram muito restritas e as relações sociais não ultrapassa-vam a porta das tendas, o âm-bito da família e, mais tarde, os confins das tribos. Era a época em que o pai, o pastor, o ancião, o patriarca, numa pa-lavra, dominava como senhor absoluto, com direito de vida e morte.

A língua primitiva era uniforme; porém, à medida que crescia o nú-mero de pastores, estes, deixando por sua vez a tenda paterna, foram constituir novas famílias em regi-ões desabitadas, formando novas tri-bos. Então a língua por eles usada se modifi cou gradativamente, de gera-ção em geração, da que era usada na tenda paterna, que outrora haviam abandonado. Assim foram criados os vários idiomas. Aliás, embora não seja minha intenção dar um curso de lingüística, já deveis ter notado que as línguas mais discordantes apre-

sentam palavras cujo radical pouco variou e cujo signifi cado é quase o mesmo. Por outro lado, conquanto tenhais a pretensão de formardes um velho mundo, a mesma razão, que corrompeu a língua primitiva, ainda reina soberana em vossa França tão orgulhosa de sua civilização, onde vedes as concordâncias, os termos e a signifi cação variarem, já não direi de província em província, mas de co-muna em comuna. Apelo aos que per-correram a Bretanha, como aos que viajaram à Provença e ao Languedoc. É uma variedade de idiomas e de dia-letos que espanta a quem os quisesse coligir num único dicionário.

Uma vez que os homens primiti-vos, ajudados pelos missionários do Eterno, emprestaram a certos sons especiais outras tantas idéias espe-ciais, foi criada a língua falada; as modifi cações que mais tarde ela so-freu o foram sempre em razão do progresso humano. Por conseguinte, conforme a riqueza da língua, pode estabelecer-se facilmente o grau de civilização a que chegou o povo que a fala. O que posso acrescentar é que a Humanidade marcha para uma língua única, conseqüência forçada de uma comunhão de idéias mo-rais, políticas e, sobretudo, religiosas. Tal será a obra da fi losofi a nova – o Espiritismo – que hoje ensinamos.

Erasto v

Fonte: KARDEC, Allan. Sociedade Espírita de Paris – Médium: Sr. D’ Ambel. Revista

Espírita. Jornal de Estudos Psicológicos. Págs. 478 - 482. Ano V. FEB. 1862.

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O sentimento instintivo da existência de um poder superior à sua própria capacidade acom-panha o homem desde os pri-mórdios da sua experimentação, ainda na fase tribal, na chamada infância da Humanidade, onde, mercê dessa situação infantil, costuma confundir os fenôme-nos e as obras da Criação com o próprio Criador, iniciando então a busca da fi logênese divina que

A IDÉIA DE deuS NO HoMeM

POR ELISEu F. DA MOTA JÚNIOR

teologia

vai acompanhá-lo ao longo de toda a sua evolução.

Com efeito, se lançarmos um olhar pela histórica antropoló-gica veremos a idéia de Deus presente no pensamento hu-mano desde remotas tribos da antiguidade, onde tem início através de estranhas e rudimen-tares formas de exteriorização de culto, como o temor ao trovão, ao Sol e à Lua, passa pela ado-

ração dos ídolos de pedra (lito-latria), de vegetais (fi tolatria), de animais (zoolatria) e do homem (antropomorfi smo), para chegar à modernidade proliferando-se nas mais diversas religiões, sei-tas e crenças.

Uma análise puramente ma-terialista diria que os inumerá-veis deuses que desfilaram ao longo de séculos de civilização estão todos superados e deles

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agora só restam alguns destro-ços imprestáveis e geradores de temor e culpa na consciência das pessoas sensíveis. Mas nem essa visão pessimista poderá apagar da história da Humanidade os traços da presença constante da idéia de um poder superior, ainda que ocasionalmente per-turbada por pensamentos filo-sóficos espúrios que quiseram aposentar e até mesmo assassi-nar Deus, na inútil tentativa de bani-lo da mente do homem.

É certo que a crença em Deus não foi e nem é algo certo e preciso como uma equação matemática, pois de fato variou desde o culto politeísta, com deuses e deusas para todo tipo de gosto, sexo ou idade, mas não é menos correto que tivemos concepções profundamente tocantes como a mensagem trazida pelo Cristo, que insi s t iu exaust ivamente na pate rn id ade d iv ina manifestada através do amor incondicional.

Acerca dessa questão contro-vertida o Espírito Emmanuel, por intermédio da psicografia de Francisco Cândido Xavier, fornece uma interessante versão da gênese planetária, da organi-zação da vida e da evolução da idéia de Deus no pensamento do homem, afirmando ele que as raças adâmicas, formadas pelos Espíritos exilados de um

Xavier, Francisco C. (1910-2002 ) Médium extraordinário, psicografou uma vasta obra lite-rária de inúmeros autores desen-carnados. No livro A caminho da Luz, do Espírito Emmanuel, está a explicação da origem da Terra e a história da civilização vista do plano espiritual.

planeta integrante do sistema de Capela, na Constelação de Cocheiro, embasaram os pró-dromos das civilizações egípcia e hindu, da família indoeuro-péia e do povo de Israel.

Esclarece ele que apenas os arianos europeus não cultua-vam divindades, mas a despeito disso foram os que mais se so-lidarizaram com os aborígenes, Espíritos nativos que iniciaram a sua marcha ascendente aqui mesmo no planeta Terra. Os demais povos trouxeram con-cepções teístas, como aconte-ceu por exemplo com os gregos, que beberam na fonte egípcia o culto politeísta e criaram a exuberante mitologia, na qual proliferavam divindades enalte-cendo a terra, o espaço, a água, o fogo, o ar e outros elemen-tos da Natureza, não obstante a noção monoteísta retida pelos iniciados, que também era culti-vada pelos hebreus.1

E verdade que no cativeiro egípcio o povo de Israel assimi-lou o ranço idólatra, mas com o Decálogo teve a revelação do Deus único, recebida por inter-médio de Moisés, que o guiou pelo deserto durante quarenta anos, até o seu estabelecimento na Palestina, posteriormente do-minada por Roma e retalhada em uma tetrarquia – quatro ter-ritórios, cada um governado por um tetrarca. Para comandar a Galiléia foi nomeado Herodes,

1 EMMANUEL (Espírito)/F. C. XAVIER (Médium). A caminho da luz.

Lutero, Martinho (1483-1546) Teólogo alemão que, inconfor-mado com o dogmatismo da Igreja, em 1517 afixou as suas 95 teses na porta da capela do castelo de Wittemberg, de onde se originou a Reforma Protestante, que mais tarde pro-vocou conflitos não apenas entre os seus adeptos mas sobretudo contra os católicos, gerando mor-tes e intolerância religiosa.

teologia

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um príncipe judeu simpático à dominação romana.

Foi com certeza antes do ano 5 da nossa era, sendo Tibério César o imperador romano, que Jesus nasceu, e, mesmo na-quele ambiente hostil, recolheu o lixo do politeísmo ancestral misturado com o monoteísmo exclusivista e autoritário da tradição judaica, e incinerou todo esse entulho nas geenas ardentes; em troca nos legou a sadia revelação do verdadeiro conceito teísta, consubstan-ciado na sua singela e simulta-neamente sublime definição de Deus: Meu Pai!

Não, porém, o genitor hu-mano e imperfeito, mas o Pai compassivo, misericordioso, justo e bom, que nos dá pão e peixe e não pedra e serpente e que nos convida incessante-mente para o seu reino de har-monia e paz através da prática do amor fraterno e da caridade. E se nos desviamos dessa rota em função da nossa inferiori-dade que custamos a reconhe-cer, ele estará nos esperando pa-ciente e bondosamente na porta da casa, quando, tocados pelo arrependimento e cansados das conseqüências desastrosas da nossa prodigalidade, retornar-mos ao seu seio acolhedor.

Esse ponto de capital impor-tância da mensagem evangélica, pregado inicialmente pelos dis-cípulos de Jesus e depois disse-minado entre os gentios através da palavra rutilante de Paulo de Tarso, que para essa finalidade

foi especialmente convocado às portas de Damasco, era para ser f ielmente observado pelo Cristianismo então nascente.

Contudo, com o advento da execrável Idade Média, que teve início com o esfacelamento do Império Romano no ano 395 da era atual, a Humanidade mergulhou no poço dramático do antropomorfismo, escrava que se tomou da interpretação literal e dogmática do texto bí-blico que atribui a Deus a cria-ção do homem à sua imagem e semelhança, escravidão da qual ainda não logrou libertar-se até hoje.

Em nome desse “Deus-homem”, que coma nda a ferro e fogo o Universo a partir do seu trono em um céu jamais localizado, foram cometidos abusos e violên-cias inomináveis, além da abominável simonia, sem-pre sob terríveis ameaças de anátemas e de condenações irre-missíveis a penas eternas, cruéis e atrozes.

Esse antropomorfismo dra-mático e a injustif icável co-brança de indulgências acaba-ram formando os pródomos do materialismo histórico e dialé-tico de Marx, o confuso pante-ísmo de Baruch de Espinosa, a subserviência do povo inculto e a indiferença dos agnósticos.

Inconformado com o dog-matismo da Igreja, em 1517 Martinho Lutero af ixou as suas 95 teses na porta da ca-

pela do castelo de Wittemberg, de onde se originou a Reforma Protestante. Entretanto, de muito pouco valia foram os he-róicos protestos de Lutero con-tra a posição lastimável dos te-ólogos dogmáticos, porque a própria doutrina protestante ex-plodiu e lançou estilhaços por todos os lados, gerando con-flitos não apenas entre os seus adeptos mas sobretudo contra os católicos, provocando novos morticínios e a lamentável in-tolerância religiosa, que persiste até hoje e da qual será desne-cessário tecer qualquer tipo de consideração.

Mas este quadro tristemente pintado em cores fortes não in-valida a afirmação da Doutrina Espírita2 no sentido de que todos os homens, em todas as épocas da história, sempre ti-veram instintivamente o sen-timento da existência de Deus e o pressentimento da vida fu-tura, que não são meras idéias adquiridas, senão uma clara e evidente manifestação de um axioma aplicado nas nossas ci-ências: o princípio de que não há efeito sem causa e, por conseguinte, de que não exis-tem efeitos inteligentes sem uma causa inteligente. v

2 Allan KARDEC. O livro dos Espíritos, questões 5, 6 e 221.

Fonte: MOTA JÚNIOR, Eliseu F. Que é Deus? Págs. 139 - 143.

O Clarim. 2007.

teologia

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Por ocasião da primeira guerra médica na planície de Marathónas (em 490 a.C), as mulheres dos gre-gos ficaram muito preocupadas, an-siando saber o resultado. Isso porque os persas, inimigos, disseram, ame-açando, que se fossem vencedores avançariam para Atenas, violenta-riam suas mulheres e matariam suas crianças.

Quando souberam dessa amea-ça, os gregos ordenam às suas espo-sas que, se em 24 horas nenhuma notícia tivessem sobre a vitória, de-veriam matar seus próprios filhos e se suicidarem.

Os atenienses ganharam a bata-lha, mas num tempo maior que o previsto. Temendo que suas esposas executassem o planejado, o gene-ral grego Milcíades ordenou a seu melhor corredor, o soldado atlético Filípides, que corresse até Atenas, situada a 40 km aproximadamente, para dar a notícia impedindo o in-fanticídio e o suicídio coletivos.

Filípides correu essa distância com determinação, idealismo, garra, força, técnica e patriotismo.

Ao chegar, trazia as pernas trô-pegas e rasgadas pelas dificuldades do caminho; os pés sangrando e descarnados, tez lívida, boca seca, fissurada, demonstrava o esforço descomunal do ateniense idealista.

Logo, sua figura chamou a aten-ção e fora identificada. A popula-ção acorreu referta de expectativa.

O herói, de peito arfante, ergueu a destra empoeirada, porém, valen-te; tomou um último fôlego de ar e bradou triunfal, num frêmito de alegria:

– Vencemos! E, logo em seguida, caiu morto.

Sua epopéia salvou as mulheres e as crianças de sua nação! Séculos de-pois o episódio (mitológico ou não) deu origem às nossas modernas Maratonas.

***

Comparativamente, estamos to-dos numa espécie de maratona, desenvolvendo nossa jornada evolu-tiva. Resta-nos saber se teremos co-ragem de, por amor a nós mesmos e ao próximo, superando nossos ví-cios e más inclinações, fazer retum-bar, também, nossa voz:

– Vencemos!O Espiritismo é o grande farol

iluminando-nos o caminho. A cor-rida, porém, nos pertence. A pressa de progredir é nossa!

Inspirados por Filípedes, apresse-mo-nos em busca de nossa própria evolução. v

O BRADO DE FILÍPIdES

POR EQuIPE FidelidadESPíRITA

cultura geral

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com todas as letras

Fonte: MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág. 93. Editora Moderna. 1999.

ESCREVA CERTO O NOME dAS MARGINAIS

POR EDuARDO MARTINS

Os maiores congestionamentos de São Paulo ocorrem em geral nas Marginais do Tietê e do Pinheiros. Ou seria nas Marginais Tietê e Pinheiros, como a im-prensa e o rádio noticiam cada vez mais? É recomendável você usar sempre Marginal do Tietê e Marginal do Pinheiros. Repare: é como se você escrevesse Marginal do Rio Tietê e Marginal do Rio Pinheiros, reti-rando apenas, nos dois casos a palavra Rio. Não são apenas esses locais da capital pau-lista, no entanto, que provocam dúvi-das. O parque, por exemplo, é Parque Ibirapuera ou Parque do Ibirapuera? Prefi ra a segunda forma porque, na origem, se tratava do parque do bairro do Ibirapuera.Por isso, fi cou o nome Parque do Ibirapuera. E o Bexiga, que muita gente chama de “Bixiga”? Afinal, qual a grafia correta? É Bexiga, mesmo, por mais que exista até o Museu do Bixiga, com i. Esse nome an-tigo do bairro da Bela Vista tem três ori-gens possíveis: a) uma epidemia de varíola que houve na região no começo do século passado (a doença deixa bexigas no corpo); b) ficava no bairro a chácara de Antônio Pereira Bexiga onde, em 1819, se hospe-

dou o historiador francês Auguste de Saint-Hilaire; c) f inalmente, teria havido no local, também no século passado, um ma-tadouro onde se vendiam bexigas de boi. Como se vê, os três casos remetem para a pa-lavra bexiga, com e. Por que então Bixiga? Sua origem é a maneira pela qual os morado-res do bairro pronunciavam a palavra bexiga (como “bixiga”). Por isso, sem medo de errar, escreva Bexiga. v

Butantã (e não “Butantan”), Artur (e não “Arthur”) Alvim, Guaianases (e não “Guaianazes”), Campos Elísios (e não “Elíseos”), Ermelino (e não “Ermelindo”) Matarazzo, Mooca (sem acento!), Viaduto Santa Ifi gênia (e não “Efi gênia”), Pátio (e não “Páteo”) do Colégio, Brás (e não “Braz”), Água Rasa (e não “Raza”), etc.

Veja mais alguns nomes de bairros ou locais de São Paulo e sua grafi a correta:

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011 mensagem

EM NOSSO TraBaLHo

“Porque toda casa é edificada por

alguém, mas o que edificou todas

as coisas é Deus.” — Paulo.

(Hebreus, 3:4.)

O Supremo Senhor criou o Universo, entretanto, cada cria-tura organiza o seu mundo par-ticular.

O Arquiteto Divino é o pos-suidor de todas as edificações, todavia, cada Espírito constrói a habitação que lhe é própria.

O Doador dos Infinitos Bens espalha valores ilimitados na Criação, contudo, cada um de nós outros deverá criar valores que nos sejam inerentes à perso-nalidade.

A natureza maternal, rica de bênçãos, em toda parte constitui a representação do patrimônio imensurável do Poder Divino e, em todo lugar, onde exista alguém, aí palpita a vontade igualmente criadora do homem, que é o herdeiro de Deus.

O Pai levanta fundamentos e estabelece leis. Os filhos contri-buem na construção das obras e operam interferências.

É compreensível, portanto, que empenhemos todo o cui-dado em nosso esforço individu-

alista, nas edificações do mundo, convictos de que responderemos pela nossa atuação pessoal, em todos os quadros da vida.

Colaboremos no bem com o entusiasmo de quem reconhece a utilidade da própria ação, nos círculos do serviço, mas sem pai-xões destruidoras que nos amar-rem às ilhas do isolacionismo.

Apresentemos nosso trabalho ao Senhor, diariamente, e pe-çamos a Ele destrua as particu-laridades em desacordo com os seus propósitos soberanos e jus-tos, rogando-Lhe visão e enten-dimento.

Seremos compelidos a formar o campo mental de nós mesmos, a erguer a casa de nossa elevação e a construir o santuário que nos seja próprio.

No desdobramento desse ser-viço, porém, jamais nos esqueça-mos de que todos os patrimônios da vida pertencem a Deus. v

Emmanuel/Chico XavierVinha de Luz

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2º Ano Domingo 09h00 – 11h00 05/02 Restrito

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3º Ano Domingo 09h00 – 11h00 05/02 Restrito

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Mocidade Espírita Domingo 10h00 – 11h00 ininterrupto Aberto ao público

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Assistência Espiritual: Passes 2ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público

Assistência Espiritual: Passes 3ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público

Assistência Espiritual: Passes 4ª Feira 14h00 - 14h40 ininterrupto Aberto ao público

Assistência Espiritual: Passes 5ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público

Assistência Espiritual: Passes 6ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público

Assistência Espiritual: Passes Domingo 09h00 - 09h40 ininterrupto Aberto ao público

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