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nº 69 - ano VI fevereiro/2013 MEDICAMENTO VIA ÁGUA DE BEBIDA Descobrimos tudo sobre como medicar lotes doentes de aves usando a água como principal parceira SAIBA COMO ANDA O PNSA E MAIS

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nº 69 - ano VIfevereiro/2013

MEDICAMENTO VIAÁGUA DE BEBIDA

Descobrimos tudo sobre como medicar lotes doentes de aves usando a água

como principal parceira

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Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

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eDITORIAL

Agradecimentos

erramos

Em meados do ano passado, quando

fizemos uma pesquisa para coletar ideias

de pautas relevantes para o setor, a su-

gestão de abordar a administração de

medicamento via água de bebida foi

apontada com um dos assuntos deficien-

tes em literatura e em instruções mais

precisas para o setor produtivo. Na con-

fecção da matéria, podemos constatar

isso: existe um material extenso sobre va-

cinação, mas pouco se fala sobre medica-

mentos via água de bebida propriamen-

te. Fomos atrás de referências, procura-

mos artigos e entrevistamos profissionais

qualificados para responder nossos ques-

tionamentos. O resultado está na página

12. Foi gratificante para nós da Revista do

AviSite aprofundar nossos conhecimen-

tos no assunto. Agora podemos consta-

tar que a medicação via água de bebida é

uma técnica que alia praticidade e eficá-

cia terapêutica. Esta forma de uso tem se

intensificado ainda mais nos últimos anos

comparativamente à medicação via ração

por vários motivos. Entre eles, porque

nos processos infecciosos, onde os ani-

mais passam por um quadro febril, uma

das primeiras respostas de defesa do or-

ganismo é um maior consumo de água e

a redução da ingestão da ração.

Também ficamos curiosos sobre

como anda o funcionamento, e se exis-

tem novidades ou não, no Programa Na-

cional de Sanidade Avícola (PNSA) do

MAPA. Bruno Rebelo Pessamilio, Coorde-

nador do programa respondeu nossos

questionamentos gentilmente e atestou

que o PNSA hoje atua no Brasil todo e

trabalha com as atualizações constantes

das suas legislações e tem como desafios

aumentar a segurança dos estabeleci-

mentos avícolas, aumentar a biosseguri-

dade das granjas, abatedouros e repro-

dutores; atuar sobre a prevenção e o con-

trole das doenças das aves e mobilizar as

granjas para tudo isso. Como contrapon-

to conversamos com Ariel Mendes, Dire-

tor de Produção e Técnico Científico da

Ubabef e, com o Diretor Executivo do Ins-

tituto Ovos Brasil, José Roberto Bottura

sobre a opinião de quem está envolvido

diretamente com o setor. Acompanhe a

discussão a partir da página 18.

Boa leitura!

Medicando através da água

Nossa gratidão pela ajuda na confec-ção das reportagens dessa edição vai para Ariel Mendes , Bruno Rebelo Pessa-milio, José Roberto Bottura, Soeli Tiegs, Glaucio Mattos, José Severino Neto, Eduardo Muniz e Josiane Tavares de Abreu.

Na notícia “Venezuela retorna ao ranking dos 10”, a tabela saiu sem o nome dos países importadores. Eles são: 1) Ará-bia Saudita 2) Japão 3) Holanda 4)China 5) Hong Kong 6) Emirados Árabes 7) Egi-to 8) Kuwait 9) Alemanha 10) Venezuela

4 Avicultura | Produção Animal

PublisherPaulo [email protected]

Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) [email protected]

Comercial Daniel Cannos Fernanda Bronzeado [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Innovativa [email protected]

InternetJessica Sousa Vinicius [email protected]

Administrativo e circulaçãoCaroline Esmi [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIenTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Uma das vantagens da administração de medicação via água de bebida é a flexibilidade ou praticidade de medicar diferentes lotes em diferentes idades em qualquer momento

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Eventos

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10 a 12 de junhoConferência Facta 2013 Local: The Royal Palm Hotel - Campinas, SPRealização: Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta)Contato: (19) 3243-6555E-mail: [email protected]: www.facta.org.br

Agosto

27 a 29 de agostoSIAV – Salão Internacional da Avicultura Local: Anhembi, São Paulo, SPContato: (11) 3031-4115Informações: www.abef.com.br/ubabef.phpE-mail: [email protected]

Novembro

12 a 15 de novembro Congresso Latino-americano de AviculturaLocal: Centro Internacional de Ferias y Convenciones, El Salvador E-mail: [email protected]: www.avicultura2013.com

2013 Março

12 a 14 de março III Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais Local: São Pedro, SPContato: (19) 3481-9999 Informações: www.sbera.org.br/sigera2013E-mail: [email protected]

15 a 17 de marçoX Simpropira - Simpósio de produção animal e Curso teórico-prático de necropsia e inseminação de aves comerciaisLocal: Campus Pirassununga da USP, SPRealização: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPInformações: sacavet.com.br/simpropira/

19 a 21 de marçoXI Congresso APA de produção e comercialização de ovosLocal: Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SP Realização: Associação Paulista de Avicultura Contato: (11) 3832-1422E-mail: [email protected]ções: www.apa.com.br

Abril

09 a 11 de abrilXIV Simpósio Brasil Sul de avicultura Local: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes - Chapecó, SCRealização: NucleovetContato: (49) 3329-1640E-mail: www.nucleovet.com.br

Junho

06 a 08 de junho2ª FAVESU - Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba Local: Marechal Floriano, ES Realização: AVES e ASESContato: (27) 3288-1182E-mail: [email protected]: www.favesu.com.br

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6 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor

Na edição de dezembro da Revista do AviSite trouxemos as boas notícias e as lições na retrospectiva de 2012 e também o que o setor deve esperar de 2013 depois de um ano atípico. O número traz o Especial Associações e as projeções do USDA para produ-ção, consumo, importação e exportação de carne de frango nesse ano.

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nº 68 - ano VIdezembro/2012

Especial Associações: Adeus à velha aviculturaPerspectivas do USDA para 2013

Depois de tudo que o setor enfrentou (e ainda enfrenta) é um alívio se despedir do ano que passou. Agora, é hora de olhar para frente e

colocar em prática o que aprendemos com a crise

Participe e envie seu comentário para

[email protected]

Para não fugir à praxe – historicamente e com raras exceções, o maior volume anual ocorre no décimo mês do ano – a produção de pintos de corte de outubro voltou a subir em relação aos meses anteriores. Mas desta vez não correspon-deu ao recorde de 2012, pois, segundo a Apinco, alcançou 523,3 milhões de cabeças, o que significa que ficou cerca de 1 milhão de cabeças abaixo da produção de maio passado.

Os balanços das duas principais empresas brasileiras produto-ras de carne de frango aponta aumento de 7,73% na produ-ção de carne de aves nos nove primeiros meses de 2012. Considerado apenas o terceiro trimestre do ano, o incremen-to foi mais significativo, de quase 12%.Os resultados divulgados também refletem as dificuldades enfrentadas no mercado externo, onde apenas a BRF regis-trou expansão no volume exportado. O efeito disso, natural-mente, foi o significativo aumento da produção colocada internamente.

Uma ideia inovadora, profissionais gabaritados e fortes parce-rias. Apoiado nesse tripé, a Escola de Processamento Avícola (19 a 22 de setembro, Chapecó, SC) ofereceu um evento único que discutiu todas as etapas do processamento avícola - genética, nutrição, transporte, apanha, pendura, atordoa-mento, sangria, evisceração, rendimento de carcaça, resfria-mento, desossa, corte e novas tecnologias de embalagens.

Eu acompanho as notícias do mercado de agricultura por que eu sou avicultor e gasto muito insumo. PARABÉNS para a Revista do AviSite.

Braz Tomaz Nevez – Uberaba , MG

Prezados, recomendo muita cautela com qualquer aumento de produção. O ano de 2012 mostrou muita fragilidade e não dá para pensar em crescer. Integrados não aguentam.

Flavio Coimbra - Astorga, PR

É um absurdo a forma como as instituições financeiras ligadas ao governo conduzem a forma de acesso e libera-ção ao crédito ao setor de carnes, enquanto os gigantes do setor beneficiam-se de valores exorbitantes, frigoríficos de menor escala de produção (porém com papel funda-mental na região onde atuam) sequer conseguem recursos em momentos de crise acentuada para capital de giro...desta forma jamais conseguiremos estimular a concorrên-cia...pois existem apenas “poucos beneficiados”.

Geraldo Gonçalves Junior – Cascavel, PR

Excelente iniciativa. Temos estrutura física, conheci-mento técnico e grande produtor e exportador de frango. Eventos deste tipo devem ser mais frequentes.

Marlon Nangi – Uberlândia, MG

Produção de pintos de corte: Volume de outubro subiu, mas sem alcançar o recorde de maio

BRF e Marfrig: produção de carne de aves aumenta quase 8% em 2012

Escola de Processamento Avícola inova ao preencher lacuna em eventos técnicos de avicultura

As opiniões publicadas de leitores não refletem a posição do veiculo

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Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em janeiro

Passada a fase de reposição de estoques e de abastecimento para o período de pagamento de salários, o mercado do frango vivo perde o dinamismo anterior e passa a registrar o comportamento típico de todo janeiro – época do ano em que a de-

manda recua substancialmente em relação ao mês anterior e, com ela, caem também os preços pagos ao produtor.

C onforme o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da

inflação brasileira, apresentou variação de 5,84% em 2012. Entre os alimentos a variação ficou em 9,86%, índice que só não foi maior porque dois produtos importantes – açúcar e carnes – apresenta-ram deflação (-0,65% e -0,67%, respectivamente).

Nesse contexto, aves e ovos apresentaram variação 2,92 pontos percentuais maior que a média dos alimentos - 12,78%. Mas não foram os únicos responsáveis pelo alto índice de evolução de preços no setor, pois, por exemplo, cereais, farinhas e tubérculos, entre outros, registraram evolução muito superior (no caso dos três citados, de 34,91%, 17,79% e 25,81%, respectivamente). Leia mais na página 08.

IBGE: participação de aves e ovos na inflação de 2012

Os brasileiros que enfrentaram os

muitos planos econô-micos introduzidos no País até o advento do real devem se lembrar da “caça ao boi” decidida por um certo presidente

para tentar driblar as dificuldades observadas

no abastecimento de carne bovina. Pois mais de

um quarto de século depois o governo venezuelano está adotando procedi-mento idêntico em relação ao abastecimento de carne de frango. Mas como é impossível uma “caça ao frango” no pasto (como ocorreu no Brasil com o boi), a Força Armada Nacional Boli-variana (FANB) está agindo nos abatedouros avícolas do país.

Venezuela abre estação de “caça ao frango”

Mercado esfria e preços do frango vivo sofrem retrocessos

FAO alerta: ocorrências de 2006 com Influenza Aviária podem se repetir

O AviSite, ao comentar a regressão (mundial) dos casos de Influenza Aviária decorrentes de infecções pelo

H5N1, comentou que não se deve abrir a guarda. Não se trata de um eco, mas quem aponta na mesma direção é a FAO que alertou que o mundo corre o risco de ver repeti-rem-se “os desastrosos casos” de H5N1 de 2006. Coinciden-temente, ao mesmo tempo em que esse alerta se espalhava, o mundo tomava conhecimento da morte de duas crianças no Camboja ocasionada pelo H5N1. Um caso que, infeliz-mente, soma-se à morte de outras duas pessoas no mesmo país em consequência de infecção pelo H5N1. Ou seja: 2013 mal começou e, proporcionalmente, já supera o total de casos fatais registrados nos últimos cinco anos.

A pós operar em ambiente firme nos dois primeiros dias de negócios do ano, na sexta-feira, dia 05, o frango vivo

comercializado em Minas Gerais enfrentou um mercado re-cessivo e perdeu, num só golpe, dez centavos do preço até então vigente. Com isso, encerrou a primeira semana de 2013 cotado a R$2,95/kg, valor que se encontra cinco centavos aquém do registrado em São Paulo, onde continua prevale-cendo a cotação de R$3,00/kg. Essa é a primeira vez em quase 12 meses que o preço mineiro fica abaixo do paulista.

Frango vivo enfrenta forte recuo em Minas Gerais

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Notícias

Aves e ovos na inflação de 2012IBGE

C onforme o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da infla-

ção brasileira, apresentou variação de 5,84% em 2012. Entre os alimentos a variação ficou em 9,86%, índice que só não foi maior porque dois produtos importantes – açúcar e carnes – apresentaram deflação (-0,65% e -0,67%, respectivamente).

Nesse contexto, aves e ovos apresentaram variação 2,92 pontos percentuais maior que a média dos alimentos - 12,78%. Mas não foram os únicos responsáveis pelo alto índice de evolução de preços no setor, pois, por exemplo, cereais, farinhas e tubérculos, entre outros, registraram evolução muito superior (no caso dos três citados, de 34,91%, 17,79% e 25,81%, respectivamente).

Ressalte-se, de toda forma, que em algumas das maiores capitais brasileiras – como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro – a variação apresen-tada por aves e ovos ficou abaixo da média registrada pelos alimentos.

Sob esse aspecto, aliás, os dados do IBGE mostram resultados no mínimo curiosos. Por exemplo: em Goiânia, capital que apresentou a maior variação de preços anual (22,59%), enquanto o frango inteiro aumentou perto de 35%, o frango em pedaços teve redução superior a 5,5%. E mesmo em São Paulo (principal praça do País), onde o frango inteiro evoluiu 16,35%, o produto em pedaços registrou variação de apenas 2,74%. Com isso, na média nacional, para uma evolução de, praticamente, 17% do frango inteiro, os cortes ficaram aquém da infla-ção (5,84%), com aumento de 5,38%.

AVES E OVOSVariação acumulada dos preços ao consumidor

em 11 capitais brasileiras (relacionadas em ordem decrescente segundo a variação anual) - 2012

Frango inteiro

Frango em pedaços

Ovo de galinha

Aves e ovos (média)

GOIÂNIA 34,94% -5,56% 15,54% 22,59%

CURITIBA 19,10% 22,59% 25,55% 22,12%

FORTALEZA 17,29% 14,38% 32,62% 19,79%

BELÉM 17,00% 9,08% 30,37% 18,02%

RECIFE 18,43% 6,23% 18,41% 16,14%

PORTO ALEGRE 10,78% 13,24% 15,81% 13,22%

SALVADOR 13,13% 5,00% 21,55% 11,88%

SÃO PAULO 16,35% 2,74% 17,62% 9,57%

BELO HORIZONTE

14,02% 2,98% 6,20% 7,76%

DISTRITO FEDERAL

12,68% -0,27% 14,35% 7,71%

RIO DE JANEIRO 16,36% -1,27% 10,36% 4,67%

MÉDIA 4.140,280 -12,71% 2.014,475 -4,45%

NACIONAL 16,93% 5,38% 18,77% 12,78%

TOTAL 6.333,026 -6,08% 3.266,316 1,01%

Fonte dos dados básicos: IBGE - Elaboração e análises: AVISITE

Paraná lidera aumentoCusto de produção

E m dezembro de 2011, por exemplo, comparativamente a outros cinco

estados (os outros dois da Região Sul, mais Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo), o Paraná obtinha o menor custo na produção de um frango: R$1,5819/kg, valor 10% menor que o registrado no estado vizinho, Santa Catarina; ou um quarto a menos que o enfrentado pelo Espírito Santo, então operando com o maior custo de produ-ção entre os seis estados analisados.

No final do ano passado, dezembro de 2012, a posição do Espírito Santo conti-nuava a mesma: o custo capixaba perma-necia significativamente acima do obser-vado nos demais. Mas o Paraná... quanta diferença! Encerrou o ano passado com

um custo de produção superior ao de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Ou seja: ainda que por pequena diferença em relação aos gaúchos, os paranaenses enfrentam, agora, o segundo maior custo de produção do frango entre os seis estados avaliados.

Efeito, sem dúvida, da reversão do mer-cado de milho e do alto volume do grão exportado em 2012. Para demonstrar, basta dizer que, na pauta exportadora paranaense, o milho saltou da oitava posição (2011) para a quarta posição, superando pela primeira vez os cortes de frango (5º lugar) e o frango inteiro (6º lugar). Como o aumento no volume exportado foi acompanhado do aumento

do preço interno, quem mais pagou o pato foi o avicultor paranaense que per-deu (aparentemente de vez) a vantagem de custo que tinha em relação a outros estados.

Os dados de custo de produção integram os levantamentos realizados mensalmen-te pela Embrapa Suínos e Aves e podem ser visualizados em detalhe no site da entidade, www.cnpsa.embrapa.br.

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Uma revolução no desempenho

performance beyond phytase

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Casos de IA podem se repetirFAO alerta

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

(FAO) alertou que o mundo corre o risco de ver repetirem-se “os desastro-sos casos” de H5N1 de 2006. “A menos que medidas rigorosas de vigilância e controle dessa e de outras doenças animais sejam fortalecidas globalmente”.

Coincidentemente, ao mesmo tem-po em que esse alerta se espalhava, o mundo tomava conhecimento da morte

de duas crianças no Camboja ocasiona-da pelo H5N1. Um caso que, infelizmen-te, soma-se à morte de outras duas pessoas no mesmo país em consequên-cia de infecção pelo H5N1. Ou seja: 2013 mal começaram e, proporcional-mente, já supera o total de casos fatais registrados nos últimos cinco anos.

Um dos fatores que agravam o problema é, sem dúvida, o inverno rigoroso do Hemisfério Norte. Mas para o Veterinário-Chefe da FAO, Juan

Lubroth, o que coloca todo o mundo em risco é a crise econômica. Para o dirigente da FAO, uma vigilância estrita e contínua é indispensável, dadas as grandes reservas de H5N1 ainda exis-tentes em alguns países da Ásia e do Oriente Médio, nos quais a doença tornou-se endêmica. Se não houver controle adequado, o vírus pode, com facilidade, espalhar-se globalmente, como ocorreu em 2006, quando 63 países foram simultaneamente afetados.

Nildemar Secches deixa presidência

Nildemar Secches anunciou no pri-meiro dia de fevereiro sua saída da

presidência do conselho de administra-ção da BRF. Ainda não está decidido quem será o sucessor, mas o candidato mais cotado é o empresário Abilio Diniz.

A troca só deve ocorrer em abril, quando acontece a assembleia de acionistas e a eleição do novo conselho para os próximos dois anos. Os fundos de investimento Tarpon e Previ estão costurando a indicação de Abilio, que hoje é presidente do conselho de admi-nistração do Grupo Pão de Açúcar.

Abilio vem comprando sistematica-mente ações da BRF e, segundo fontes do mercado, já teria R$ 1,2 bilhão em ações, o equivalente a 3% da compa-nhia, avaliada em R$ 38 bilhões. Ele também já começou a se aproximar da atual gestão.

O empresário já convidou o presi-dente executivo da companhia, José Antonio do Prado Fay, para uma con-versa. Até agora o contato dos dois havia sido superficial, apenas em even-tos. “Está tudo seguindo o script. Fay e Nildemar não podem sair juntos da empresa, que perderia as referências”, disse uma fonte.

Abilio não tem a intenção, segundo

interlocutores próximos, de deixar a presidência do conselho do Grupo Pão de Açúcar. Executivos do setor de varejo já enxergam conflito de interesses em o empresário ter uma posição chave no maior varejista do País e em um dos maiores fornecedores de alimentos.

Nildemar Secches deixa a empresa 17 anos depois de assumir a presidên-cia da Perdigão em janeiro de 1995. Egresso de uma carreira no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele co-mandou a retomada do crescimento da companhia e articulou a fusão com a rival Sadia, anunciada em 2009.

Em 2012, a receita líquida da em-presa atingiu R$ 20,4 bilhões no acu-mulado de janeiro a setembro, alta de 9,5% em relação ao ano anterior, mas o lucro líquido ficou em R$ 250,5 mi-lhões, uma queda de 80%. A BRF foi prejudicada pelo aumento de custos provocado pela alta no preço dos grãos, pelas despesas envolvidas na venda dos ativos e marcas imposta pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela desaceleração das exportações.

As informações são do Estado de S. Paulo e do Valor Econômico.

Abilio Diniz vem comprando sistematicamente ações da BRF e, segundo fontes do mercado, já teria R$ 1,2 bilhão em ações

Notícias/Empresas

Mudança na diretoria

Pode haver conflito em o empresário Abílio Diniz ter uma posição chave no maior varejista do País e na BRF

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Produção Animal | Avicultura 11

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Acordo de R$ 10 milhões no MS Seara

O Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou termo de ajuste de

conduta (TAC) com a Seara Alimentos no município de Sidrolândia, MS. A partir de janeiro, o frigorífico se com-prometeu a conceder aos mais de dois mil empregados da unidade os intervalos previstos em lei para recu-peração térmica e descanso muscular.

A empresa também destinará R$ 10 milhões para 22 entidades filantró-picas e 10 órgãos públicos. O paga-mento vai ser por meio de doação de equipamentos e de carne de frango e produtos derivados, que serão efeti-vadas gradualmente num prazo de oito anos.

Segundo o procurador do traba-lho, Odracir Juares Hecht, todo o setor produtivo será beneficiado por-que as pausas ergonômicas vão

abranger quem trabalha em ambien-tes não frios. Sendo assim, os interva-los serão implementados gradualmen-te, de acordo com dois tipos: recuperação térmica e sobrecarga muscular.

No primeiro caso, a cada 50 minu-tos de jornada, os trabalhadores farão pausa de 10 minutos fora do ambien-te artificialmente frio, em local apro-priado para o descanso, com conforto térmico. Na segunda situação, isto é, nas atividades com sobrecarga mus-cular, as pausas ergonômicas previstas na Norma Regulamentadora nº 17 foram concedidas a partir de 1º de julho de 2013. Informações partem de assessoria de imprensa.

Sérgio Rial, executivo que vai assumir a presidência do Marfrig em 2014, admite que o grupo tem que

ser mais transparente na divulgação dos seus resultados. Ele conta que a companhia cogitou vender parte da Seara, mas diz que hoje não há mais necessidade de se desfazer de ativos para reduzir a dívida. “A Seara quei-mou caixa em 2012. Todo o resto gerou caixa. Estamos racionalizando o mix de produtos da Seara, que é mui-to alto. A Seara deve ficar neutra ou gerar algum caixa até o fim do ano. Não precisamos vender ativos”. O futuro cabeça à frente da companhia ainda afirmou que em 2012 houve uma tentativa de vender um pedaço da Seara para reduzir o endividamen-to da empresa. “Vender para resolver a estrutura de capital é sempre teme-rário, porque é feito pelas razões erradas”, afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo.

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12 Produção Animal | Avicultura

Saúde Avícola

Medicamento via água de bebida

Descobrimos tudo sobre como medicar lotes de aves doentes usando a água

como principal parceira

Quando a supervisora de marketing de uma empre-sa de nutrição animal su-

geriu o tema dessa reportagem sua intenção era despertar a atenção para um assunto que que ainda gera algumas dúvidas tanto para os produtores quanto para os téc-nicos envolvidos na manutenção da qualidade sanitária dos plan-téis. Por exemplo, existe a possibi-lidade de utilizar vários medica-mentos ao mesmo tempo? Qual o tempo ideal entre a incorporação na água e o consumo da ave? O objetivo dessa reportagem é tentar responder a exatamente essas questões.

Podemos começar discutindo a via oral para a administração de medicamentos. Os especialistas consultados afirmaram que é a forma mais prática, segura e eco-nômica para o tratamento de do-enças nos animais. Os produtores devem adotá-la sempre que possí-vel. Na avicultura em escala indus-trial, onde as aves são criadas em confinamento, a medicação via oral viabiliza o tratamento simul-tâneo de todo o lote como se fosse

uma entidade única, dispensando a necessidade de apanha e medica-ção individual diária, característi-cas da via injetável. Também di-minui o estresse provocado pela dor e afasta o risco de contamina-ção e necrose no local da injeção.

A medicação do plantel como um todo é uma prática muito utili-zada na avicultura e pode ser via ração ou via água de bebida. Glau-cio Mattos, analista A da Embrapa Suínos e Aves, lembra que a esco-lha de uma ou da outra depende dos objetivos do tratamento. Me-dicamentos preventivos que são administrados de forma contínua durante grande parte da vida de frangos de corte, por exemplo, são administrados preferencialmente via ração. Já em caso de tratamen-to curativo, de ocorrência impre-visível, a água é a forma de admi-nistração de escolha.

A administração de medica-mentos via água de bebida é uma técnica que alia praticidade e efi-cácia terapêutica. Esta forma de uso tem se intensificado ainda mais nos últimos anos comparati-vamente à medicação via ração

por vários motivos. Nos processos infecciosos, onde os animais pas-sam por um quadro febril, uma das primeiras respostas de defesa do organismo são um maior con-sumo de água e a redução da in-gestão da ração.

Consultamos José Severino Neto, médico veterinário e consul-tor técnico da Farmabase que ex-plicou que o método proporciona uma eficácia superior e menor cus-to particularmente nos tratamen-tos curativos: a) nos casos de do-ença clínica, muitas vezes o con-sumo de ração encontra-se afetado mais significativamente que o de água; b) rapidez para iniciar a me-dicação logo em seguida ao diag-nóstico da doença bloqueando sua evolução ainda no estágio inicial; c) a somatória dos dois itens ante-riores (a, b) resulta em mais rápida recuperação e retorno à produtivi-dade normal das aves.

Há outros itens que também são lembrados pelo médico veteri-nário entre os benefícios deste tipo de medicação::

- Maior praticidade devido a não interferência na rotina de tra-

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Produção Animal | Avicultura 13

balho da fábrica de ração para pro-duzir rações medicadas especiais, bem como por evitar a dificuldade de abastecimento dos comedouros com a ração medicada devido à presença da ração “de linha” em quantidades variáveis no silo da granja.

- Flexibilidade ou praticidade para medicar diferentes lotes em diferentes idades com diferentes medicamentos contra diferentes doenças em qualquer momento.

- Elimina o risco de contami-nação cruzada de antibióticos en-tre rações, na fábrica, em cami-nhões graneleiros ou nos silos. Desta forma, diminui também o risco de resíduos destas substân-cias em níveis indesejáveis nos produtos derivados de aves, aten-dendo aos requisitos de segurança alimentar ou mesmo detectáveis nos produtos derivados de aves, atendendo mais fácil e completa-mente aos requisitos de segurança alimentar e/ou de exigências im-postas pelos diferentes mercados consumidores.

José Severino Neto afirma que como desvantagem em relação à medicação via ração, a solução medicada requer preparação diá-ria, devido a uma menor estabili-dade dos antibióticos após dilui-ção na água de bebida. “Bem como no caso de tratamentos preventi-vos específicos programados para determinadas faixas de idade das aves, uma mesma ração medicada possibilita o tratamento de todos os lotes, sem a necessidade de pre-paro individual por granja”.

Tipos de tratamentos Podemos dividir os tratamen-

tos em três tipos diferentes de acordo com o estágio de evolução

da doença: preventivo, metafiláti-co e curativo. O tratamento pre-ventivo é realizado antes da mani-festação dos sintomas clínicos, du-rante a fase crítica do desafio ou na fase de incubação da doença. O tratamento metafilático é realiza-do logo após o início da doença, isto é, quando apenas um peque-no percentual dos animais apre-senta sinais clínicos. Visa não so-mente curar os doentes, mas prin-cipalmente, evitar a disseminação da doença e/ou o seu controle an-tes da manifestação clínica na maioria dos susceptíveis. Pode ser considerado como um tratamento curativo precoce. Já o tratamento curativo elimina os sintomas nos casos de doenças instaladas nos lo-tes de animais sem levar em conta o estágio de evolução. José Severi-no Neto atesta que na produção de aves é fácil concluir que o trata-mento preventivo e o metafilático são ideais e economicamente os mais aplicáveis. O curativo é reser-vado para ocorrências isoladas ou casos de evolução super aguda. Em todos os casos deve-se, sempre, utilizar doses terapêuticas dos an-tibióticos.

A sensibilidade dos micro-or-ganismos aos antibióticos é repre-sentada pela concentração inibitó-ria mínima (CIM) de cada micro--organismo para cada antimicro-biano, que corresponde à menor concentração do antimicrobiano capaz de inibir o desenvolvimento visível do micro-organismo. O médico veterinário Gláucio Mattos conta que os antibióticos têm sua ação regida pelo tempo de exposição das bactérias e podem ser divididos em duas categorias:

Tempo-dependentes: são aqueles que têm sua ação regida

Na produção de aves em escala industrial considera-se o conjunto (lote) como unidade produtiva e não o indivíduo isoladamente

Associação caseira de substâncias é contra indicada e somente deve

ser realizada quando levar

em consideração as propriedades farmacológicas

de cada uma das substâncias

utilizadas

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Saúde Avícola

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pelo tempo de exposição das bac-térias às suas concentrações séri-cas e teciduais. A ação destes anti-microbianos independe dos níveis séricos que atingem, mas depen-dem do tempo que permanecem acima da concentração inibitória mínima para esse micro-organis-mo.

Concentração ou dose-de-pendentes: são aqueles que exi-bem propriedades de destruição de bactérias em função da concen-tração, isto é: Quanto maior a con-centração da droga, mais rápida a erradicação do patógeno.

Assim, a administração do me-dicamento pode ser realizada de três formas (em qualquer dos ca-sos, iniciar a medicação nas pri-meiras horas do dia):

1) Dose diária diluída no volume de água consumido continuamente em 24 horas.Muito praticada no passado, apre-senta como principais desvanta-gens: a) excesso de consumo de medicamento nos dias quentes e situação inversa nos dias frios; b) menor eficácia de medicamentos dose-dependentes (fluorquinolo-

nas e aminoglicosídeos). Sempre que possível, optar pela medicação diurna pelo maior percentual de ingestão do volume total de água diário e por coincidir com o horá-rio de expediente de trabalho faci-litando o monitoramento da me-dicação e do comportamento das aves.

2) Dose diária diluída num volume de água consu-mido continuamente duran-te parte das 24 horas, seguido da administração de água pura no restante do período.É a forma mais utilizada nos dias atuais. Evita os inconvenientes da forma anterior possibilitando a administração mais precisa da dose desejada. Neste caso, além da administração da dose diária reco-mendada, é importante também que o número de horas de medica-ção diária seja ajustado à natureza (dose-dependente ou tempo- de-pendente) dos diferentes antibióti-cos de forma a assegurar que os ní-veis sorológicos ou teciduais atin-gidos atendam a estas característi-cas, otimizando assim a eficácia terapêutica.

3) Dose diária dividida em frações iguais e administra-das a intervalos regulares no período de 24 horas. Admi-nistrar água pura nos inter-valos entre as frações da dose diária. Apresenta como principais incon-venientes: A medicação durante períodos curtos aumenta o risco de insucesso terapêutico devido à possibilidade de parte das aves não beberem ou ingerirem uma quan-tidade insuficiente da solução me-dicada neste período. Pode tam-bém dificultar a solubilização de alguns medicamentos sob a forma

Para determinar a quantidade de medicamento (produto comercial) a ser utilizada para a medicação via água de bebida é necessário conhecer:

• A dose do princípio ativo (ex: 20 miligramas de amoxicilina/kg de peso vivo).

• A concentração do princípio ativo no medicamento (ex: 50%).

• O peso total do lote de aves (ex: 20.000 aves x 1,065 kg/ave = 21.300 kg peso vivo).

• O consumo diário total de água (0,26 L/ave x 20.000 aves = 5.200 L).Na sequência, os seguintes cálculos são feitos:

• Quantidade total de princípio ativo (20 mg amoxicilina x 21.300 kg peso vivo = 400.000 mg ou 400 g de amoxicilina).

• Quantidade total de medicamento (400 g amoxicilina num medicamento a 50% = 400 x 2 = 800 g de medicamento).

• Volume de água a ser medicado (70% do total diário): 5.200 L x 70% = 3.640 L.Portanto, serão utilizados 800 g do medicamento diluídos em 3.640 L de água para medicar 20.000 aves na dose de 20 mg de amoxicilina/kg peso vivo.

Fonte: Farmabase

Determinação da ingestão diária de água e cálculo da inclusão do medicamento na água

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Produção Animal | Avicultura 15

de pó solúvel e alguns medica-mentos podem ter exacerbada a baixa palatabilidade. Estas situa-ções podem ocorrer devido ao fato de que a fração da dose é diluída num pequeno volume de água para consumo em uma hora ou pouco mais. Adicionalmente, os horários para preparo das frações de dose podem não coincidir com o expediente de trabalho dos fun-cionários da granja.

Manejo correto da administração

O manejo adequado da água medicada dependerá, principal-mente, do cálculo da quantidade de líquido que será consumida pe-los animais durante o tratamento, da correta dosagem e dos equipa-mentos utilizados para prepara-ção, fornecimento e diluição do medicamento, afirma Eduardo Muniz, gerente de Serviços Técni-cos da unidade de Aves da Pfizer Saúde Animal Brasil. “Consideran-do-se que a administração do me-dicamento pela água para os lotes de aves é feita com o uso de dilui-ção na caixa d´água -que abastece o galpão -, e o consumo de água é variável no decorrer das 24 horas, é preciso um planejamento ade-quado de administração do medi-

camento. Para evitar erros de dosa-gem, a medicação deve ser orienta-da pelo médico veterinário por meio da prescrição veterinária, via receituário, onde as quantidades e o período de uso dos medicamen-tos devem estar claramente descri-tos”.

O consumo da água pode ser medido através de um hidrôme-tro, permitindo uma estimativa mais precisa sobre o volume de água a ser medicado. Na ausência deste equipamento, uma forma

prática de estimar o consumo diá-rio de água de um lote de frangos de corte é considerar o consumo diário de água como sendo equi-valente ao dobro do consumo diá-rio de ração (no caso de poedeiras comerciais e reprodutoras, esta proporção pode ser ligeiramente superior: 2,5 a 3 vezes).

O consultor José Severino Neto afirma que no caso de se optar pela medicação contínua durante parte das 24 horas. (exemplo: 10 horas de medicação), é importante também considerar que o consu-mo de água não é uniforme duran-te as 24 horas, sendo maior (apro-ximadamente 60 a 70%) no perío-do mais quente do dia (diurno). “Desta forma, o volume de água para medicação durante 10 horas deve ser estimado como sendo 60 a 70% do total diário (e não 42%)”. Severino Neto ressalta que é im-portante observar o perfil de con-sumo da água medicada pelas aves para a realização de eventuais ajustes de quantidade para mais ou para menos do volume de água para diluição do medicamento. Este ajuste pode ser feito ainda no mesmo dia ou no dia seguinte ao início do tratamento de forma a atender ao número de horas de medicação diárias necessárias.

Um lote de aves avaliado como estando doente

certamente é composto por percentuais

variáveis de aves com sintomas

clínicos, em fase de incubação da doença e pelas demais ainda

saudáveis, porém susceptíveis

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Saúde Avícola

(Leia mais sobre como determi-nar a quantidade de medicamen-to (produto comercial) a ser utili-zada para a medicação via água de bebida no box). “Lembrando que com base no exposto, conclui--se que o número de horas de me-dicação diária é um item funda-mental para o sucesso terapêutico e o volume de água medicada deve ser calculado de forma a atender este tempo”, completa Severino.

Consumo de água Alguns fatores que influenciam

o volume de água consumida tam-bém são lembrados por Gláucio Mattos, da Embrapa. Segundo ele, devem ser levados em considera-ção, por exemplo, a quantidade de alguns minerais presentes na dieta, como sódio, e potássio, que elevam o consumo de água, o mesmo ocor-rendo com alimentos com altos te-ores protéicos. “Outro fator impor-tante que interfere no consumo de água é a temperatura ambiente. Quanto mais quente, maior o con-sumo. O pico de consumo se con-centra, normalmente, entre 10:00 e 14:00”, conta Mattos, da Embra-

pa. Ainda segundo ele, o teor de cloro presente na água pode in-fluenciar a eficiência de alguns me-dicamentos. Alguns antibióticos, por exemplo, podem ficar instáveis em sua presença, prejudicando sua ação. Mesmo os medicamentos es-táveis na presença de cloro, podem ter sua ação reduzida pela alteração do pH em águas hipercloradas. A recomendação é a suspensão da cloração ou a redução de sua con-centração antes da administração às aves.

Eduardo Muniz, da Pfizer, aten-ta ao fato de tanto o tempo quanto o volume de água consumida de-vem ser acompanhados e registra-dos diariamente pelos funcionários que trabalham no manejo das aves. Normalmente, o volume é medido através de hidrômetros existentes nos sistemas hidráulicos das gran-jas. Este controle é uma importan-te maneira de medir o volume de água ingerido pelo lote e de fazer uma estimativa para os dias de me-dicação. Assim é possível checar se os animais receberam a correta quantidade de medicamentos pres-critos pelo médico veterinário.

Associação de medicamentos

Na opinião de Eduardo Muniz, com um diagnóstico correto, com o uso de um único princípio ativo es-pecífico, um produto é suficiente para combater uma doença com alta eficácia. “No entanto, existem produtos comerciais onde a formu-lação prevê associações de medica-mentos devidamente testados e aprovados. Dessa forma, a associa-ção caseira de substâncias é contra indicada e somente deve ser realiza-da quando levar em consideração as propriedades farmacológicas de cada uma das substâncias utiliza-das”, frisa. Para Gláucio Mattos, as-sociação de medicamentos pode ser utilizada, no entanto, nem sempre pode ser benéfica. Ele esclarece que medicamentos podem ter efeitos indiferentes (não se alteram os efei-tos de cada um), aditivo (soma do efeito de cada um), sinérgico (o efei-to da associação é maior que a soma de cada um) ou antagônicos (inibe--se ou diminui o efeito de um ou ambos). “Deste modo, é recomen-dável a prévia orientação de um médico veterinário”, aconselha.

1° método: Colocação do medicamento no reservatório de água

1) O reservatório deverá estar limpo, sem limo ou sujidades;

2) Encher o revervatório com água limpa, na quantidade apropriada para inclusão do medicamento;

3) Fazer uma prévia diluição da quantidade a ser aplicada do medicamento na água potável contida num balde, agitando continuamente até a dissolução completa;

4) Despejar o conteúdo do balde no reservatório e agitar, para completa homogeneização do fármaco;

5) Abrir o registro de fornecimento da água

medicada aos animais e manter fechado registro de entrada de água;

6) Somente abrir o registro de entrada de água quando todo o conteúdo do reservatório for consumido.

2° método: Uso de dosador acoplado a rede hidráulicaUm dosador injeta na rede hidráulica, através de pulsos, uma quantidade pré-determinada de medicação pré-diluída, a qual fica em um reservatório a parte (bombona, tambor ou caixa d’água) a ele interligado.

Fonte: Embrapa Suínos e Aves

Como administrar?

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PNSA

Como anda o PNSA?O Programa Nacional de Sanidade Avícola, criado em 1994, determina ações de vigilância, profilaxia, controle e erradicação de doenças em aves. Quase duas décadas após a sua instituição, como o programa está funcionado e o que está sendo feito para melhorá-lo e adaptá-lo à realidade da avicultura brasileira atual?

Foi em 1994, exatamente no dia 19 de se-tembro, que o Departamento de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura, Pe-

cuária e Abastecimento (DSA/Mapa) publicou no Diário Oficial da União a Portaria Ministerial 193, que criava o Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA). O Programa considera a impor-tância da produção avícola nos mercados inter-no e externo e a necessidade de normatização das ações de acompanhamento sanitário rela-cionadas ao setor. De acordo com a Portaria, sua atuação está pautada na execução de ações de vigilância, profilaxia, controle e erradicação de doenças em aves como a Influenza, a Doença de Newscastle, salmonelas e micoplasmas, entre outras.

O Brasil abateu cerca de seis bilhões de fran-gos em 2012, o que gerou uma produção de 13 milhões de toneladas de carne. O País é hoje o terceiro maior produtor mundial de carne de frango (atrás apenas dos Estados Unidos e da China) e o primeiro exportador global do pro-duto, tendo embarcado 3,9 milhões de tonela-das no último ano. Com estes números e com este destaque no ranking mundial da avicultu-

O PNSA, criado em 1994, visa prevenir e controlar as doenças emergenciais da avicultura

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ra, o Brasil precisa garantir a sani-dade e a qualidade de suas aves em produção. Precisa manter longe de seu território, por exemplo, a In-fluenza Aviária, doença exótica no País. Neste caso, o PNSA ajudou a criar e a incorporar a Instrução Normativa n° 17, de 7 de abril de 2006, que estabelece o Plano Na-cional de Prevenção da Influenza Aviária. E o trabalho para manter a casa em ordem é grande.

“O PNSA hoje atua no Brasil todo e trabalha com as atualizações constantes das suas legislações”, diz Bruno Rebelo Pessamilio, Coorde-nador de Sanidade Avícola do DSA/Mapa e coordenador geral do PNSA. “Temos como desafios aumentar a segurança dos estabelecimentos avícolas, aumentar a biossegurida-de das granjas, abatedouros e repro-dutores; atuar sobre a prevenção e o controle das doenças das aves e mo-bilizar as granjas para tudo isso”, descreve. Segundo Pessamilio, o status sanitário da avicultura brasi-leira é a melhor moeda que o setor pode ter. “A excelente sanidade das nossas aves nos deixa no topo da competividade do mercado inter-nacional e com a garantia de um produto de extrema qualidade”.

Pessamilio comenta que, atual-mente, o PNSA realiza procedimen-tos para as atualizações da IN 44 (de 23 de agosto de 2001), que apro-va as Normas Técnicas para o Con-trole e a Certificação de Núcleos e Estabelecimentos Avícolas para a Micoplasmose Aviária e da IN 78 (de 03 de novembro de 2003), que aprova as Normas Técnicas para Controle e Certificação de Núcleos e Estabelecimentos Avícolas como livres de Salmonella Gallinarum e de Salmonella Pullorum e Livres ou Controlados para Salmonella Ente-ritidis e para Salmonella Typhimu-rium. “São atualizações que já se-guiram para consulta pública e de-vem ser finalizadas em breve”.

O PNSA pode ser considerado um programa exemplar para outras aviculturas do mundo. Sua estrutu-ra parece ser bem organizada e sóli-da, com técnicos e veterinários do Mapa atuando em todos os Estados do Brasil, além de conferir ao País o pioneirismo da compartimentação da produção avícola. Em 2007, o PNSA representou junto aos comi-tês avícolas da Organização Inter-nacional de Epizootias (OIE) a pos-sibilidade de o Brasil implantar compartimentos em sua produção de aves. A compartimentação é um conceito que já foi muito discutido

e trabalhado pela OIE. Diferente da regionalização, que normalmente abrange o Estado todo, a comparti-mentação foca em uma empresa que mantém um rígido controle sa-nitário, rastreabilidade e avaliação de pontos críticos em praticamente todas as etapas produtivas. “Mes-mo diante de uma ocorrência sani-tária no Estado, por exemplo, a em-presa compartimentada instalada nele poderia manter suas exporta-ções”, defende a coordenaria do PNSA. A implantação deste concei-to é facilitada pelo fato de a indús-tria avícola brasileira adotar o siste-ma de integração, o qual já possui características da compartimenta-ção. Mas, como anda este processo no País? Por hora, a compartimen-tação ainda está no papel. “O Mi-nistério da Agricultura ainda não publicou a legislação que regula-menta a compartimentação da avi-cultura brasileira”, esclarece Ariel Antonio Mendes, Diretor Técnico da União Brasileira de Avicultura (Ubabef). “Temos tudo desenhado e organizado, só falta o Ministério dar o aval”. A coordenadoria do PNSA afirma que esta é uma das propostas que estão em andamento dentro do Programa. Porém, não soube especificar quando, e se, a

O PNSA foi criado para

melhorar e manter o status

sanitário da avicultura brasileira

O Programa está hoje em todos os Estados brasileiros e atua para melhorar a biosseguridade dos estabelecimentos avícolas

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PNSA

compartimentação entrará em vi-gor no Brasil.

Outra questão, que poderia ser considerada uma brecha do PNSA, diz respeito à falta de uma legisla-ção específica para a Laringotra-queíte.

AgilidadeA Laringotraqueíte Infecciosa

das Aves é uma doença respiratória altamente contagiosa causada por um herpes vírus. É uma doença pertencente à lista B da OIE, de dis-tribuição cosmopolita e acomete principalmente galinhas e reprodu-toras. O vírus é eliminado pelas se-creções oronasais e sua transmissão

ocorre por contato direto. Os sinais clínicos característicos são altera-ções respiratórias. E a mortalidade é alta. Sem tratamento terapêutico eficaz para a patologia até o mo-mento, a prevenção e a vacinação são os maiores aliados para conter epidemias. De acordo com Pessami-lio, o trabalho para elaborar uma le-gislação específica para a Laringo-traqueíte dentro do PNSA já vêm sendo discutido há tempos. “Nós queremos oficializar uma normati-va específica para esta doença, mas, no momento, não temos previsão de quando isso deverá ocorrer”.

Esta falta de previsão de alguns trabalhos e o processo arrastado de

outras atualizações de legislações já vigentes vêm sendo bastante criti-cados pelo setor. “O que falta para o PNSA é agilidade”, resume Ariel Mendes, da Ubabef. “Nós precisa-mos de agilidade para a publicação das atualizações das legislações so-bre micoplasma e salmonela, cujas vigências são de 2003, para ade-quá-las à produção de hoje. Con-cordo que o PNSA tem feito um tra-balho excelente de monitoria nos Estados, mas está faltando agilida-de para resolver as questões buro-cráticas e torná-las práticas”.

Outro que concorda com o Di-retor da Ubabef sobre a demora das resoluções dentro do PNSA é o Di-retor Executivo do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Bottura. “Preci-samos urgente de uma legislação para Laringotraqueíte. É inaceitável que uma doença com esta impor-tância sanitária ainda não tenha uma determinação própria dentro do Programa Nacional de Sanidade Avícola. O PNSA já tem quase duas décadas de vigência”, rebate.

Como se vê o PNSA tem muito mais desafios do que aqueles liga-dos diretamente à monitoria e ao controle sanitário e à fiscalização dos estabelecimentos avícolas. O Programa também precisa respon-der prontamente aos anseios e ade-quações propostas pelo setor.

A grande preocupação do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) sempre foi a manutenção do status sanitário dos plantéis avícolas, com o objetivo de ajudar a avicultura brasileira a crescer ano a ano. Para isso, o setor de produção, juntamente com o governo, vem desenvolvendo desde 1994 uma série de ações a fim de manter o Brasil livre de doenças emergenciais como a Doença de Newcastle e Influenza Aviária, além de demandas de controle para micoplasmas e salmonellas. Dentre as medidas adotadas pelo PNSA, em parceria com outros órgãos ligados à indústria avícola, destacam-se o reforço na biosseguridade dos plantéis avícolas e o treinamento de técnicos oficiais e privados para atuarem na prevenção e no controle de emergências. Segundo a coordenadoria do PNSA, o Programa foi reforçado nos principais Estados produtores e ampliado para outros por meio da estruturação da defesa sanitária e da realização de treinamentos específicos para os

técnicos das Delegacias Federais de Agricultura e das Secretarias de Agricultura dos Estados. “Como são as Secretarias de Agricultura que executam o PNSA nos Estados, essas ações são fundamentais para dar maior agilidade na atuação do governo no caso da ocorrência de eventuais surtos no País”, explica Bruno Rebelo Pessamilio, coordenador geral do PNSA. “Reforço que a principal missão do PNSA é aumentar a segurança e a biosseguridade dos estabelecimentos avícolas no Brasil, para manter a qualidade a excelência do status sanitários dos nossos plantéis”.

Para quem quiser saber mais sobre o PNSA e ou esclarecer alguma dúvida, pode entrar em contato com a coordenadoria por meio do e-mail oficial do Programa: [email protected] ou conferir os manuais do PNSA no site do Mapa http://www.agricultura.gov.br/animal/sanidade-animal. Fo

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de

O PNSA ainda não conta com uma

legislação específica para Laringotraqueíte

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Produção Animal | Avicultura 21

A mais recente delas, esteve junto à publicação da IN 36, de 07 de dezembro de 2012, que altera algumas das resoluções da IN 59, de 02 de dezembro de 2009. O principal objetivo da IN 59 é que as granjas avícolas, especialmente as de aves de corte, sejam registra-das no Ministério da Agricultura e estejam adequadas aos requisitos mínimos de biosseguridade. A norma, basicamente, engloba itens de estrutura e procedimen-tos que visam aumentar o nível de isolamento dos plantéis para man-tê-los com o melhor status sanitá-rio possível. Com a Instrução Nor-mativa nº 59, o Ministério da Agri-cultura alterou, entre outros dis-positivos, padrões métricos e pra-zos fixados na anterior Instrução Normativa nº 56 (dezembro de 2007). Objetivando o Programa Nacional de Sanidade Avícola e, ainda, o Plano Nacional de Pre-venção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, a Instrução Norma-tiva nº 56 introduziu alguns pro-cedimentos inéditos na avicultu-ra, caso, principalmente, da obri-gatoriedade de se telar (instalar te-las) todo e qualquer tipo de galpão

para aves com telas de medida es-pecífica. E uma das alterações in-cluídas na IN 59 diz respeito ao padrão dessas telas, a medida mí-nima da malha, estipulando um novo prazo para sua instalação e/ou adequação, determinado até o dia 06 de dezembro de 2012. Esta IN restringia os estabelecimentos de recria de aves de postura ao alojamento próprio e ao trânsito no máximo estadual. (Leia sobre este assunto também na edição de fevereiro da Revista do Ovo).

A IN 36 veio para acabar com esta obrigação do telamento. Um estudo encomendado, ano passa-do, pela Ubabef e pelo Instituto Ovos Brasil à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-pa, unidade Suínos e Aves) mos-trou que a medida iria comprome-ter a ambiência e o bem-estar das aves. Dessa forma, o Mapa estabe-leceu que até o dia 30 de março de 2013 deverá divulgar um progra-ma de monitoria para as granjas avícolas. Um programa compen-satório à não obrigatoriedade do telamento e que definirá as for-mas, a periodicidade e para quais doenças as granjas deverão fazer o seu controle e monitorias.

Desfalque: o PNSA ainda não tem uma legislação específica para a Laringotraqueíte

O PNSA defendeu a proposta da

compartimentação da avicultura brasileira

junto à OIE

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Artigo Técnico-Empresarial

Para a melhor performance em frangos de corte

Técnicos da Vetanco descrevem os danos causados pela infecção por Eimeria no trato digestivo e a

atuação do Vetribac D Solução® para previnir a enfermidade

A coccidiose ou eimeriose é uma doença causada pela infecção parasitária espé-

cie-específica por um protozoário do gênero Eimeria (KAWAZOE, 2009). Essa enfermidade é carac-terizada por enterites em diferen-tes graus, causando perdas de de-sempenho e mortalidade (BOR-GES, 2000).

As perdas econômicas mun-diais, devido à coccidiose foram estimadas em 1,5 bilhões de dóla-res anuais (REVOLLEDO e FER-REIRA, 2005). No Brasil, estima-se que a cada ano haja perdas que ul-trapassam 30 milhões de dólares (KAWAZOE, 2000).

Além da enterite e da diar-réia, com conseqüente diminui-ção na absorção intestinal de nutrientes, existe ainda um efei-to sinérgico da coccidiose com outros agentes patogênicos como, por exemplo, Clostridium sp., Escherichia coli e Salmonella sp. (FERREIRA et al., 2001; RE-VOLLEDO e FERREIRA, 2005).

As espécies de coccídeos mais importantes nos frangos de corte são: E. maxima, E. tenella e E. acer-vulina. A infecção pode cursar de forma aguda ou crônica e os pri-meiros sinais podem ser observa-dos depois da primeira semana de idade. Os oocistos ingeridos são triturados na moela e os esporozo-ítos são liberados no intestino del-gado por ação das enzimas. Por-tanto, os esporozoítos entram nas células epiteliais, onde começam seu desenvolvimento, liberando quantidades maciças de esquizon-tes, que finalmente são liberados como merozoítos. Esta liberação provoca ruptura celular e causa danos importantes no tecido epi-telial do intestino (CASTRO, 2007).

As Eimerias infectam e se de-senvolvem nas células intestinais das aves modificando drastica-mente as estruturas e a aparência das vilosidades, muitas vezes, cau-sando a destruição das células pa-rasitadas. Isso impede a renovação

da vilosidade intestinal, que resul-ta na sua ausência e na perda con-tínua de fluidos, hemorragia, sus-cetibilidade a invasão de bactérias e subsequente formação de lesões necróticas. As infecções severas são frequentemente acompanha-das de diarréia aquosa e morte do hospedeiro (KAWAZOE, 2000).

Os danos causados pela infec-ção por Eimeria no trato digestivo podem variar substancialmente sendo associados como distúrbios gerais, que se caracterizam por prejudicar o hospedeiro de uma forma sistêmica e distúrbios locais ocasionados diretamente no local da infecção e ao longo do trato di-gestivo das aves. Dentre os distúr-bios gerais comumente observa-dos estão a diminuição da inges-tão de alimento e do ganho de peso, afetando os parâmetros pro-dutivos (HOSTE, 2001).

Os animais jovens são mais susceptíveis, devido à falta de ma-turidade do seu sistema imunitá-rio, ocorrendo, muitas vezes, nos

Autores: Fabio Luis Gazoni e Fabrizio Matté

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Produção Animal | Avicultura 23

animais adultos, portadores assin-tomáticos que disseminam o pa-rasita. Contudo, surtos graves po-dem ocorrer em aves adultas. A via de infecção é a fecal-oral e o oocisto esporulado é a forma in-fectante. Para que o oocisto espo-rule são necessárias certas condi-ções que promovam essa esporu-lação, tais como: temperatura mo-deradas (entre os 18º a 30ºC), umidade relativa superior a 70% e ambientes bem oxigenados. Sen-do que, o tempo médio de esporu-lação é aproximadamente de 17h para E. acervulina, 18h para E. te-nella e 30h para E. maxima (LONG & REID, 1982).

Na região Sul, principal produ-tora de frangos de corte do país, a E. acervulina foi encontrada em 90% das granjas comerciais e E. maxima e E. tenella em 60% destas (PRADO, 2005). Essa incidência é devido à coccidiose ser uma das doenças mais frequentes na avi-cultura industrial mundial. Já que, em alguns casos, as falhas nos programas farmacêuticos e fa-lhas de manejo no vazio sanitário, proporcionam um maior desafio de coccidiose na avicultura co-mercial.

A coccidiase passa despercebi-da nos plantéis avícolas, pois as aves não apresentam os sintomas clínicos, e o protozoário causa le-são no intestino e aumenta o índi-ce de oocistos no ambiente. As coccídeas causam perdas econô-

micas e por essa razão necessitam de um controle efetivo e constan-te. Por esse motivo, é indicado o uso de um coccidicida de forma estratégica para controle da eime-riose. Portanto, segue os resulta-dos do uso do coccidicida Vetribac D Solução®, como uso preventivo e terapêutico, e em associação com o probiótico FloraMax B11®.

Vetribac D Solução®

Uso PreventivoO Vetribac D Solução® é um

produto coccidicida, à base de di-clazuril a 1%, uma molécula deri-vada do grupo da benzoilacetoni-trilas, que possui potente ativida-de anticoccidiana/coccidicida. Atua nas diferentes fases de desen-

volvimento de várias espécies de Eimerias.

A avaliação com o Vetribac D Solução® foi realizado em Granjas comerciais de frangos de corte, lo-calizadas no município de Xaxim - SC. O 1º tratamento foi realizado nos dias 1, 2 e 3 de idade na dose de 0,25 mg/Kg p.v./ dia e o 2º tra-tamento nos dias 18, 19 e 20, na dose de 0,5 mg/Kg p.v./ dia, via água de bebida.

Os resultados produtivos fo-ram observados nesses ensaios de campo, conforme Tabela 1.

Vetribac D Solução® + FloraMax B11® Uso Terapêutico

Na avaliação com a indicação

Oocistos aumento de 100x

Tabela 1 – Resultados zootécnicos, com uso de Vetribac D Solução® preventivo

Idade (dias)

P.M. (kg)

GPD (g) Conversão IEPMort. (%)

Nº Aves Sexo

Vetribac D Solução® 47 2,685 57,394 1,86 293,58 5,8 16000 F

Controle 47 2,631 56,086 1,93 273,02 4,7 16000 F

Vetribac D Solução® 47 3,013 64,579 1,78 349,74 3,7 14200 M

Controle 47 2,925 62,528 1,87 319,24 4,7 14200 M

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Artigo Técnico-Empresarial

de tratamento terapêutico, o Ve-tribac D Solução® foi associado ao probiótico FloraMax B11® com-posto por Lactobacillus bulgaricus (3 cepas), Lactobacillus casei (2 ce-pas), Lactobacillus cellobiosus (2 ce-pas), Lactobacillus fermentum (3 cepas), Lactobacillus helveticus (1 cepa).

Este tratamento foi realizado em Granjas comerciais de frangos de corte, localizadas no município de Palmitos - SC. Estes lotes apre-sentavam desafios sanitários por E. maxima escores 1 e 2 e E. te-nella escore 1, conforme JOHN-SON e REID (1970), sem mortali-dade, porém com desempenho abaixo do esperado.

Os lotes foram tratados com Vetribac D Solução® aos dias 28 e

29 de idade, na dose de 1 mg/Kg p.v., e FloraMax B11® na dose de 60g de probiótico cada 10.000 aves via água de bebida, sendo a 1ª dose aos 30° dia e a 2ª dose aos 39° dia de idade das aves.

Os resultados produtivos fo-ram observados nesses ensaios de campo, conforme Tabela 2.

Considerando os resultados demonstrados através das Tabela 1, pode-se determinar que a ad-ministração estratégica de Vetri-bac D Solução® preventivo, reduz as coccídeas circulante nas aves, havendo uma menor recontami-nação das aves no galpão, e con-sequentemente um menor desa-fio para células intestinais, me-nor gasto de energia para reposi-ção celular e com isso um me-

lhor ganho zootécnico.Os resultados apresentados na

Tabela 2, com a utilização de Ve-tribac D Solução® terapêutico + FloraMax B11®, demonstrou um excelente ganho de peso, bem como uma ótima conversão ali-mentar. Pois além de reduzir os desafios provocados pela cocci-diose, foi administrado bactérias benéficas que influenciam na me-lhoraria da saúde intestinal, redu-zindo o período de “turnover” ce-lular, além de estimular o sistema imune intestinal, competir por sí-tios de fixação e nutrientes de bac-térias patogênicas e produzir bac-teriocinas.

Os fatores que afetam a inte-gridade da mucosa e aumentam o “turnover” celular aumentarão também o gasto energético de ma-nutenção das aves. Quando ocor-rem lesões, além da redução da quantidade de substrato digerido e absorvido, há ainda o custo para renovação deste tecido. Assim, o rendimento econômico do lote es-tará seriamente comprometido quando da existência de afecções na mucosa do trato gastrointesti-nal (MAIORKA, 2005).

Por isso, a preservação de injú-rias no trato intestinal garante uma excelente digestão e absorção dos nutrientes e com isso as aves podem expressar o seu máximo potencial produtivo. A bibliogra-fia completa está disponível em www.avisite.com.br/cet.

Tabela 2 – Resultados zootécnicos, com uso de Vetribac D Solução® terapêutico e FloraMax B11®.

Idade (dias)

P.M. (kg) Conversão IEPMort. (%)

R$/ave Nº Aves Sexo

Vetribac D Solução® + FloraMax® 46 3.143 1.677 398 3.13 0,581 12000 M

Vetribac D Solução® + FloraMax® 46 3.155 1.669 405 2.82 0,598 15000 M

Média do Mês 46 2.944 1.736 351 2.94 0,496 6.659.638 M

Oocistos aumento de 400x

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Extratos vegetais e digestibilidade de nutrientes em frangos de corte

No atual cenário avícola na-cional, em 2011, o Brasil produziu mais de 13 milhões

de toneladas de carne de frangos, aproximando-se da China, que hoje ocupa o segundo lugar mundial e, abaixo apenas dos Estados Unidos (UBABEF, 2012), sendo que deste volume, 30,2% foi destinado para exportações.

A partir de 2006, com a proibi-ção do uso de antibióticos promoto-res de crescimento na dieta de fran-gos de corte, pela União Européia, resultou na busca por novas estraté-gias com o intuito de substituição dos antibióticos, como o uso de ex-tratos vegetais e óleos essências.

A principal diferença entre o termo extratos vegetais e óleos es-senciais é o método de obtenção/extração. Os óleos essenciais são lí-quidos oleosos provenientes de dife-rentes partes das plantas (flores, se-mentes, raízes, folhas, brotos, caules e frutos), obtidos por fermentação e destilação a vapor d’água, por ativi-dade enzimática seguida de destila-ção a vapor d’água ou por extração com dióxido de carbono líquido sob baixa temperatura e alta pressão (BURT, 2004; LANGHOUT, 2005).

Autores: Teresa Cristina de Freitas Carlos¹, Cristiane Soares da Silva Araújo² e Lúcio Francelino Araújo²(1) Zootecnista, Mestranda no Departamento de Nutrição e Produção Animal, FMVZ/USP - Campus Pirassununga. [email protected]. (2) Professores no Departamento de Nutrição e Produção Animal, FMVZ/USP - Campus Pirassununga.

Artigo

Figura 1 - Principais princípios ativos de algumas plantas e suas propriedades medicinais

Nome popular

Gênero e/ou Espécie Princípios ativos

Parte utilizada

para extração

Propriedades medicinais

Alecrim Rosmarinus officinalis

Cineol; rosmarinol; rosmaricina,

timol

Folha

Estimulante da digestão;

antibacteriano; antioxidante; anti-séptico

Canela Cinnamomum spp

Cinamaldeído; eugenol; linalol Casca

Antibacteriano; antioxidante; anti-

séptico; estimulante do apetite e digestão

Cominho Cuminun cyminun

Cuminaldeído; y-terpine Semente

Estimulante da digestão,

antibacteriano

Cravo Syzygium spp Eugenol Semente

Antibacteriano; antifúngica; anti-

séptico; estimulante do apetite e digestão

Orégano Origanum spp

Carvacrol; timol; carvone;

γ-terpine; p-cimene

Folha Antibacteriano; antifúngica

Pimenta Capsicum spp Capsaicina; piperina Fruto

Antiinflamatório; antidiarréico;

estimulante da digestão

Tomilho Thymus sppTimol; carvacrol;

p-cimene; geraniol

Planta inteira

Antibacteriano; antioxidante;

antifúngica; anti-séptico; estimulante do apetite e digestão

Fonte: Adaptado de Fascina (2011)

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26 Produção Animal | Avicultura

Já os extratos vegetais são prepara-dos por percolação, maceração ou outro método validado, utilizando como solvente água ou etanol que posteriormente podem ser elimina-dos ou não, podendo ser extraídos de diferentes partes das plantas (ANVISA, 2004).

De acordo com Kamel (2000), os efeitos benéficos das plantas es-tão associados com a constituição de seus princípios ativos e compos-tos secundários. Na Figura 1 são de-monstrados os princípios ativos de algumas plantas e suas propriedades medicinais.

Apesar de os princípios ativos serem responsáveis pelo efeito prin-cipal exercido no organismo, acre-dita-se que exista um efeito sinérgi-co, onde os componentes secundá-rios atuariam como potencializado-res dos princípios ativos (KAMEL, 2000). Inclusive, alguns pesquisa-dores recomendam que, para obten-ção de melhores resultados, devem ser administrados em combinações de óleos essenciais de diferentes plantas (LANGHOUT, 2000) e re-forçados pela adição dos princípios ativos mais relevantes (KAMEL, 2000).

Um dos mecanismos de ação dos extratos vegetais é através da melhora na digestibilidade dos nu-trientes, através do estímulo de se-creção da bílis, rica em ácidos bilia-res, pelo fígado, e pela para maior produção e atividade das enzimas pancreáticas e do intestino delgado. Estes dois mecanismos aceleram o processo digestivo melhorando o tempo de trânsito intestinal.

Segundo PLATEL & SRINIVA-SAN (1996) a capsaicina, estimula uma maior produção da amilase, da maltase, da sacarase e das enzimas pancreáticas reduzindo a viscosida-de intestinal e melhorando a diges-tibilidade dos nutrientes. A capsaici-na e o cinamaldeído apresenta ação estimulante sobre as enzimas pan-creáticas e aumenta o tempo de re-tenção de alimento no estômago de suínos (WANG; LI; BOURNE, 1998). Cinamaldeído e capsaicina também apresentam capacidade de proteção das microvilosidades in-testinais, responsáveis pela absorção de nutrientes e esta função da ca-mada intestinal está ligada intrinse-camente com a atividade antioxi-dante em nível celular e tecidual (RHODES, 1996) e o carvacrol esti-

mula a produção de ácido lático, re-duzindo o pH intestinal.

Em experimento desenvolvido na FMVZ – USP, campus de Pirassu-nunga, Carlos (2012) avaliou a di-gestibilidade ileal dos nutrientes com o uso de extratos vegetais para frangos de corte de 1 a 21 dias. A mistura de extratos vegetais testada representou uma combinação do carvacrol (5%), capsaicina (2%) e cinamaldeído (3%), os quais são encontradas no orégano, pimenta vermelha e na canela, respectiva-mente, sendo observado uma me-lhora na digestibilidade da proteína bruta e dos aminoácidos (Tabela 1).

Os resultados encontrados neste trabalho demonstram que o uso dos extratos vegetais avaliados melhora a digestibilidade dos nutrientes. Esta melhora é resultante das dife-rentes funções exercidas pelos prin-cípios ativos utilizados, os quais constituem em uma importante al-ternativa para que o nutricionista venha a definir qual a melhor estra-tégia de substiuição dos antibióticos promotores de crescimento em uma dieta.

Obs: Referências sob consulta aos autores

Tabela 1 - Digestibilidade dos nutrientes das dietas suplementadas com extratos vegetais para frangos de corte de 1 - 21 dias de idade

TratamentosCV(%)

Probabilidades

0 ppm 75 ppm 150 ppm 225 ppm Linear Quadrática Cúbica

Proteína Bruta (%) 56,55 61,17 62,61 58,83 5,21 0,0797 0,0006 0,6476

Metionina (%) 20,35 20,36 21,82 18,64 9,46 0,2882 0,0488 0,0880

Cistina (%) 89,45 98,75 95,76 92,94 5,97 0,4442 0,0119 0,2099

Met. +Cis. (%) 47,53 49,20 49,55 45,81 5,70 0,3461 0,0267 0,5838

Lisina (%) 25,58 27,31 27,90 22,96 13,10 0,2459 0,0249 0,4748

Treonina (%) 61,63 67,13 66,14 60,00 5,71 0,1874 <0,0001 0,7577

Triptofano (%) 58,56 65,22 61,60 60,00 5,82 0,9040 0,0039 0,0391

Arginina (%) 17,92 20,15 22,44 17,08 15,88 0,9643 0,0029 0,1307

Isoleucina (%) 45,00 51,71 52,53 45,00 9,93 0,9057 0,0003 0,7229

Leucina (%) 41,55 42,90 45,85 40,72 8,42 0,9444 0,0409 0,1577

Valina (%) 50,84 58,43 59,55 51,40 9,31 0,6862 <0,0001 0,6837

Histidina (%) 41,96 46,04 48,30 43,16 8,07 0,3138 0,0021 0,3345

Fenilanina (%) 38,32 40,97 42,88 37,66 8,60 0,9903 0,0082 0,2891

Glicina (%) 69,80 77,62 79,52 73,55 6,87 0,0979 0,0008 0,7966

Serina (%) 45,78 47,29 54,20 47,19 12,28 0,3153 0,0953 0,0908

Alanina (%) 50,76 51,56 55,78 49,03 8,30 0,8994 0,0398 0,0748

Ácido Aspártico (%) 40,82 43,40 48,89 40,53 14,17 0,6834 0,0429 0,1508

Ácido Glutâmico (%) 26,38 28,42 31,64 28,74 15,99 0,2757 0,2424 0,4345

CV, coeficiente de variação.

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Produção Animal | Avicultura 27

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AviGuia: produtos, serviços e empresas

28 Produção Animal | Avicultura

Estudos mostram que o Brasil será o maior fornecedor de

alimentos para o restante do mundo nos próximos anos. Partin-do dessa premissa, a DiVita Diag-nósticos chega no mercado nacio-nal preocupada em investir na mais alta tecnologia para atender de forma rápida e inovadora a produtividade do País. O médico veterinário Gabriel Jorge Neto

assume a diretoria da companhia e conta com uma equipe técnica altamente qualifi-cada para atende-rem da melhor forma seus clien-tes e parceiros. Os produtos comer-cializados abran-gem todo o mer-cado veterinário. Para a avicultura, em particular, os testes estão volta-dos para atender as exigências do Programa Nacio-nal de Sanidade

Avícola (PNSA) e o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Conta-minantes (PNCRC).

Para cumprir com as normas do PNSA, a empresa oferece testes sorológicos de ELISA para monitorar a resposta vacinal de doenças como ART (rinotraqueí-te), IBV (bronquite infecciosa) e SE (Salmonella enteritidis). Em rela-ção a essa última enfermidade, o

kit de anticorpo ELISA Flockscreen SE é um método rápido, simples e sensível que permite detectar anticorpos no soro de frangos ou gemas de ovos. O teste quantita-tivo apresenta resultados em até duas horas com a temperatura para incubação de 37ºC e de armazenamento, 4ºC.

Já o PremiTest é altamente confiável, possui certificações AFNOR (União Européia) e AOAC (EUA) e é utilizado por laborató-rios oficiais e privados. Consiste em inibir a proliferação do Ba-cilluss tearothermophilus, micro--organismo muito sensível a anti-bióticos, contido no ágar do teste. Se houver antibiótico na amostra, o bacilo não se prolifera. Se não houver, ocorre a proliferação, promovendo a alteração de pH no ágar. Esta proliferação é marcada por uma mudança de coloração no teste (de roxo para amarelo) em amostras de carne fresca, peixes, rações, ovos e mel como também detecta os mais usados antibióticos, a partir de concen-trações abaixo ou iguais às permi-tidas pela UE.

O produto ainda fornece re-sultados em menos de quatro horas, viabilizando a remoção de produtos contaminados ainda no estoque imediatamente. Além de não utilizar equipamentos caros para sua realização, o teste pode ser interpretado pela observação da mudança de coloração e não requer grandes instalações labo-ratoriais, e pode ser usado rotinei-ramente como exame de triagem.

A DiVita está localizada em Campinas, SP, com produtos pronta entrega e uma equipe pronta para atendê-lo. Saiba mais sobre a empresa em: www.divita.com.br.

Testes diferenciados para diagnósticos

DiVita

PremiTest possui certificações AFNOR

(União Européia) e AOAC (EUA)

Proliferação de bactérias provoca a alteração da cor do teste de roxo para amarelo, o que comprova a ausência de antibióticos

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Produção Animal | Avicultura 29

Edival Santos é o novo presi-dente da MSD Saúde Animal

no Brasil, substituindo Vilson Si-mon, que assumiu a liderança global de operações comerciais da empresa, em Summit / New Jer-sey, conforme anunciado em no-vembro de 2012.

Edival ocupava o cargo de gerente geral da MSD Saúde Ani-mal, na Espanha, e passará a exer-cer a nova função a partir de janei-ro de 2013, reportando ao vice-presidente da América Latina, Ralph Cabezas.

“Depois de um bem-sucedido desafio internacional, liderando a MSD Saúde Animal na Espanha, estou muito feliz de voltar para o Brasil, agora como gerente geral

da segunda maior subsidiária glo-bal da empresa”, alegra-se.

Edival Santos é Médico Veteri-nário, graduado pela Universidade de São Paulo e possui MBA em administração pelo IBMEC. Iniciou sua carreira no campo, trabalhando nas áreas técnica e marketing para a Coopers e Novartis. Ingressou na Intervet Brasil, em 2000, cresceu profissionalmente na companhia e, em 2005, foi nomeado Diretor de Marketing Global de Ruminantes, sediado em Boxmeer, na Holanda. Em 2010, passou a ocupar o cargo de gerente geral da Espanha da antiga Intervet/Schering-Plough, atual MSD Saúde Animal. Saiba mais sobre a MSD Saúde Animal em www.msd-saude-animal.com.br.

Novo presidente no Brasil

MSD Saúde Animal

Dedicada aos clientes de Rovabio® e Rhodimet®, a Adisseo lança a plataforma PNE ao mercado da

América do Sul. O serviço permite que produtores de ração obtenham, em tempo real, os valores nutricio-nais das suas matérias-primas. Por meio de previsões NIRS eles poderão obterinstantaneamente tanto os valores de energia metabolizável aparente e aminoáci-dos totais e digestíveis quanto os valores de fósforo total, fósforo fítico e parâmetros bromatológicos con-tidos nas matérias-primas. Os valores de digestibilida-de para as aves são baseados em testes “in vivo” reali-zados no CERN (Centre d’Expérimentation et de Recherche en Nutrition). Trazendo dados para mais de 20 matérias-primas, a plataforma web está disponível em cinco idiomas: Inglês, Espanhol, Português, Francês e Chinês. O PNE permite que os clientes tenham flexi-bilidade para usar as matérias-primas da melhor ma-neira, e assim adaptem as formulações das dietas de acordo com os resultados almejados. Acesse a plata-forma PNE e saiba mais sobre o serviço: https://pne.adisseo.com.

Em um esforço contínuo para melhorar o servi-ço ao cliente, a Kemin anunciou mudanças na

embalagem do seu portfólio. Essa mudança vai ajudar a manter as qualidades dos produtos nas instalações de clientes na América do Sul.

A fim de melhorar a durabilidade, a nova embalagem utiliza material de polietileno, que é mais resistente aos fatores externos do ambiente, mantendo a integridade do produto. Além de alterações funcionais, os clientes podem esperar para ver um novo design, que inclui etiquetas coloridas que irão facilitar e agilizar a identifica-ção do produto.

A Kemin está empenhada em fornecer uma experiência superior ao cliente. Esta mudança de embalagem foi projetada de tal forma a melhorar e aprimorar a experiência dos clientes em receber e trabalhar com produtos Kemin. Os clientes irão começar a ver a nova embalagem a partir de janeiro. Saiba mais sobre a Kemin em www.kemin.com.

Plataforma on-line Nova embalagem

Adisseo Kemin

Edival Santos assumiu presidência da companhia

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30 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

No final de novembro, a Unidade Aves, Suínos e Aquacultura da

Bayer HealthCare realizou uma reunião de fechamento do ano no hotel Intercity, em São Paulo , SP. O objetivo da reunião foi integrar a equipe, apontar a recepção do novo método de atendimento estabeleci-do em 2012 e verificar se os objeti-vos foram atingidos.

Com o redesenho da estrutura da equipe, em 2012 a Unidade de Negócios estabeleceu novas estraté-gias de atendimento a curto, médio e longo prazo, através de novas

contratações e mudanças de cargos. Para dar o suporte necessário aos produtores e oferecer pacotes de produtos e serviços, a equipe de vendas foi transformada em consul-tores técnicos de vendas. Também foram realizadas mais vendas consul-tivas, combos e prestação de servi-ços. “Considerando a proposta estratégica e após seis meses de implementação, revisamos durante a reunião os resultados e os gaps a serem trabalhados”, afirmou Rogério Petri, gerente da Unidade.

Segundo Petri, 2012 foi um ano

difícil para a atividade aves e suínos, devido ao alto custo de produção e baixo preço de venda. “Apesar de tudo, tivemos alguns saldos positivos como crescimento frente a 2011 e ganho de 2% em share do Baycox”, disse. Para 2013 a Unidade espera uma leve melhora no mercado com a recuperação do preço de venda. “Será um ano de implementação de nossa estratégia de uma forma mais efetiva, com mais vendas consultivas e lançamentos de produtos”, ressal-tou. Saiba mais sobre a Bayer em www.bayeravesesuinos.com.br.

A AB Vista apresentou a se-gunda edição do Internatio-

nal Phytase Summit (IPS), uma cúpula de estudos que reúne os principais acadêmicos do mundo para estudo do uso da fitase, juntamente com a Universidade Massey, Universidade de Ma-ryland e Universidade de Sydney.

O evento aconteceu de 11 a 13 de dezembro, em Roma, na

Itália, com apresentações de cien-tistas de diversas partes do mun-do para discutir temas acerca da utilização da fitase na alimenta-ção animal.

O IPS apresentou um amplo olhar para a dinâmica do mercado e futuro do abastecimento de energia, fontes de fósforo e pro-teínas, e discutiu os limites da substituição de fosfato. Nos dias

de debate, houve uma série de apresentações considerando os efeitos deletérios do fitato, como lidar com este composto e como destruir o fitato, incluindo a ava-liação de um novo programa de uso, o qual está sendo denomina-do pela AB Vista como ‘superdo-sing’. A lista completa das pales-tras pode ser encontrada em www.ips2-2012.com.

Unidade faz reunião no final do ano

Bayer

Equipe Bayer em reunião de balanço de 2012

Segunda edição do IPSABVista

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Produção Animal | Avicultura 31

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

O uso de blends de ácidos orgânicos pode contribuir

não só para melhorar o desempe-nho no campo, como também no controle de patogênicos em aves e suínos, defendeu a médica veteri-nária e Gerente de Produto Global para Ácidos Orgânicos e Óleos Essenciais da Novus Internacional, Laura Muñoz. A especialista desta-ca que o uso de ácidos orgânicos já é uma realidade no mercado europeu e esta experiência mos-trou que o uso de blends é mais eficaz em relação ao uso de ácidos orgânicos únicos.

A restrição do uso de antibióticos promotores de crescimento na produção animal na Europa levou aquele mercado a recorrer a estra-tégias nutricionais para minimizar o impacto da medida. Neste con-texto, ácidos orgânicos e óleos

essenciais ganharam um grande espaço. Muñoz defende uma apli-cação de blends de ácidos orgâni-cos na primeira semana de vida dos frangos e outra na última fase de produção. “A utilização na primeira semana é importante porque o estabelecimento de uma microbiota gastrointestinal desejá-vel começa neste período. O uso nos últimos dias pré-abate é im-portante porque é o momento em que retiramos alguns aditivos e a densidade por quilo de ave viva. Com essa aplicação, reduzimos a carga bacteriana das aves ao che-garem ao abatedouro e a contami-nação de carcaças”. A aplicação nos últimos dias de vida tem au-mentado sua popularidade no Brasil, no entanto a aplicação nos primeiros dias é menos comum. Saiba mais: www.novusint.com.

A empresa de melhoramento genético Cobb –Vantress está

construindo, no interior de Minas Gerais ,um novo complexo com criatório de ovos e uma granja climatizada para a criação das aves. O foco do empreendimento, no entanto, não está na ampliação das vendas e sim e agregar mais valor aos produtos com as pesqui-sas que estão sendo desenvolvi-das. Para Jairo Arenázio, Diretor--geral da Cobb-Vantress no Brasil , a companhia está colocando em prática seu novo plano estratégico, que deve render um aumento de 40% nas exportações de matrizes produzidas no Brasil. “Nosso foco

é investir no melhoramento gené-tico e na maior qualidade das matrizes, com isso, vamos produzir

o frango do futuro”, diz Arenázio.

Das instalações brasileiras da companhia saem matrizes para

Chile, Peru, Colômbia, Venezuela, Paraguai, Argentina e Equador, países onde, segundo Arenázio, a demanda por frango vem cres-cendo. Além disso, a unidade brasileira se prepara para expor-tar à China, África do Sul e Rús-sia. No ano passado, a compa-nhia dobrou o volume de matrizes exportadas a partir do Brasil, atingindo 2,5 milhões de aves embarcadas. “Queremos fazer da América do Sul um dos nossos principais mercados den-tro do grupo”, explica. Informa-ções foram divulgadas no Valor Econômico. Saiba mais em: www.cobb-vantress.com.

Controle de salmonella

Novus

Investimentos no BR

Companhia está

colocando

em prática seu

novo plano

estratégico

Cobb-Vantress

Muñoz especialista destaca que o uso de ácidos orgânicos já é uma realidade no mercado europeu

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32 Produção Animal | Avicultura

Associações

O Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav)

e do Sipargs, Nestor Freiberger, descreveu o ano de 2012 como um ano difícil também devido aos res-quícios da crise mundial de 2008 e 2009. “As sequelas de certa forma mexeram com a estrutura econômi-ca de diversas culturas que, em alguns casos, afetam drasticamente o desempenho da avicultura, como a demanda internacional dos grãos produzidos no Brasil’, afirmou em entrevista à Revista do AviSite, “Com uma mudança tão impactan-te no custo de produção, as incerte-zas na economia mundial e a seca nos Estados Unidos, nossa platafor-ma de atuação mercadológica so-freu oscilações”, completa.

Para o dirigente, uma fragilidade do setor no decorrer do ano foi a falta de planejamento da produção. “Não podemos apontar como um

erro, pois existem muitas mudanças no mercado que acabam gerando indefinições de plano de produção. Um exemplo é a retração na econo-mia. Em geral, isso afeta o consu-mo, o que automaticamente dimi-nui a demanda”. Esses fatores resultam na retração e no aumento do custo da produção o que, possi-velmente, é a origem de muitos entraves das mais diversas agroin-dústrias, segundo ele.

Em contrapartida, a manuten-ção do status sanitário livre de determinadas enfermidades que assolam a avicultura de outros paí-ses e a permanência no topo do ranking de maiores exportadores do mundo foram as notícias boas de 2012. Freiberger destaca a inclusão do setor na política de desoneração da folha de pagamento prevista para entrar em vigor este ano. “Para a avicultura gaúcha, as mu-

danças na política tributária estadu-al estão dando melhores condições de competitividade para as indús-trias do Estado, que, ao longo dos anos, vinham perdendo mercado doméstico, o que estrategicamente é um erro grave. Não somos favorá-veis ao protecionismo e guerra fiscal, mas se ficarmos de fora sere-mos engolidos. Fica o convite para quem quiser produzir no RS: Temos plena convicção de que o governo do RS está de braços abertos e estenderá os mesmos incentivos vigentes atualmente”, acrescenta.

O Presidente da ASGAV lembra que uma nova fase veio para ficar no mercado de grãos, por um longo período e para qual é necessária uma adequação aos novos direcio-namentos no mercado de grãos no governo federal. “Este ano, os estoques foram praticamente zera-dos. Isso porque a exportação de-senfreada, sem um dispositivo que garanta uma reserva de mercado, ainda é tratada de forma ineficaz por parte do governo”, constata. “Precisamos intensificar cada vez mais as ações de promoção do consumo de produtos avícolas. Ainda existe espaço para aumentar o consumo no Brasil”.

Para sobreviver em 2013, Frei-berger aconselha o alinhamento da produção com a demanda e alto custo de produção. “Esses são fatores primordiais para iniciarmos o ano com o pé no chão e os olhos direcionados para o mercado”. Outro ponto levantado é uma rea-valiação de valores que “deve ser feita, pois a carne de frango e ovos devem acompanhar a valorização dos insumos e de outros alimentos de origem animal. Algumas mudan-ças no âmbito econômico reposicio-naram o mercado de grãos e deve-mos adotar a mesma linha, ou ficaremos para trás”.

Rio Grande do Sul

Freiberger: 2012 foi um ano difícil também devido aos resquícios da crise mundial de 2008 e 2009

Presidente da ASGAV aponta erros e acertos de 2012

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Produção Animal | Avicultura 33

Aceav comemora jubileu de ouro

Ceará

A Associação Cearense de Avi-cultura celebrou no dia 07 de

dezembro o Jubileu de Ouro da entidade. São 50 anos de uma história que se confunde com o desenvolvimento da atividade de produção de aves e ovos, essência do setor avícola no Ceará. A asso-ciação expressou-se publicamente através do texto abaixo:

“Comemorar 50 anos nos re-mete olhar não apenas o tempo passado, mas a trajetória histórica de conquistas e de consolidação de uma atividade econômica do setor agropecuário que requer muita competência e muito equilí-brio. Ainda temos muitas adversi-dades a enfrentar e os ciclos de desenvolvimento e ascensão nes-sas cinco décadas retratam que tanto os nossos companheiros produtores como a entidade de classe, através de seus líderes, foram hábeis em construir cami-nhos sólidos em prol da consolida-ção do segmento.

A Aceav tem uma história respei-tável no cenário do associativismo local, regional e nacional do setor avícola. Poucas instituições podem se orgulhar de reunir em torno de seus quadros 98% dos produtores como associados regulares e aqui não se fala em um associativismo compulsório, mas sim do associativis-mo por adesão, expontâneo. O que, por si só, demonstra a importância desta entidade que tem lugar de destaque na sociedade cearense, pelos líderes que a conduziram.

E qual a receita para isso? Pri-meiro, a consciência que temos da necessidade de nossa união, legado que nos foi transmitido pelos nos-sos pioneiros. Segundo, a forma ágil e profissional que a entidade responde aos anseios e demandas do setor.

Chegamos aos cinquenta anos com a responsabilidade de nos prepararmos para novos desafios, que exigirão ainda mais inovação e competência das novas gerações que conduzirão tanto o desenvolvi-mento do setor quanto a gestão da nossa entidade.

Temos absoluta convicção de que os tempos vindouros serão de novas e maiores conquistas e que nos projetarão como celeiro da produção de proteína animal. Basta que tenhamos em condições com-petitivas os insumos, principalmente o milho, que já estão mais próximos com as novas fronteiras agrícolas dos estados vizinhos, dependendo de logísticas mais adequadas. Com isso, com toda certeza, conquistare-mos a tão sonhada fase de indus-trialização.

Nesta ocasião do Jubileu de Ouro, aproveitamos a oportunidade para agradecer às empresas que foram parceiras da ACEAV neste projeto de comemoração dos 50 anos”.

João Jorge Reis, Presidente da Aceav, discursa para os presentes no Jubileu de Ouro da entidade

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34 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e PreçosEstatísticas e Preços

Produção de pintos de corteDezembro/2012497,797 milhões | -9,53%

Produção de carne de frango Dezembro/2012 970,1 toneladas | -14,8%

Exportação de carne de frango Dezembro/2012 339,0 mil toneladas | -3,2%

Alojamento de pintainhas de postura Dezembro/20126,779 milhões | 4,19%

Desempenho do frango vivoJaneiro/2013R$ 2,93 | 85,98%

Desempenho do ovoJaneiro/2013R$ 54,35/caixa | 41,73%

MilhoJaneiro/2013R$ 33,45/saca | 6,36%

Farelo de SojaJaneiro/2013 R$ 1,031/ton | 51,84%

Oferta interna de carne de frangoDezembro/2012 631,1 toneladas | -19,9%

Produção e mercadoem resumo

Dificuldades econômicas em 2012 fizeram o setor

utilizar menos de 90% da capacidade instalada

No primeiro mês de 2013 os preços de frangos e suínos atingiram níveis re-

cordes para um mês de janeiro. A afirma-ção se refere aos animais abatidos, mas, no caso do frango, se aplica também à ave viva que – fato aparentemente inédito – en-cerrou o mês com um preço apenas meio por cento menor que o de dezembro pas-sado, ocasião em que o frango alcançou (pelo menos nominalmente) as melhores cotações de toda sua história moderna.

O que significa dizer que a atividade en-tra em 2013 com um potencial produtivo visivelmente menor que a do ano passado e, portanto, em condições de operar de forma a obter, até, recuperação de parte do que perdeu em 2012.

Mas isso está atrelado, indissoluvel-mente, a uma oferta restrita. Assim, apelar para recursos que tentem contornar a me-nor capacidade de produção atual é des-pertar fantasmas que ainda não foram in-teiramente exorcizados.

Com o volume produzido em dezembro de 497,8 milhões, a produção de pintos de corte em 2012 não foi muito além dos 6 bilhões de cabeças, recuando 3,81% em relação a 2011. E aqui - considerando que em 2011 foram alojadas no País pouco mais de 50 milhões de matrizes de corte, volume que em condições normais de produtivida-de permite produzir ao redor de 6,9 bilhões de pintos de corte – conclui-se que o setor utilizou menos de 90% da capacidade instalada.

Já os números finais da Apinco apon-tam que ao contrário de anos anteriores, a produção de carne de frango sofreu redu-ção. Mas o resultado final – 12,645 milhões/t, 1,7% a menos que 2011 – pare-ce não refletir todas as dificuldades enfren-tadas. A realidade é que o setor estava apa-relhado para produzir quase 14 milhões/t de carne de frango. Quer dizer: se produziu pouco mais 12,6 milhões/t, jogou no lixo 10% da capacidade instalada.Todas as porcentagens são variações anuais

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Produção Animal | Avicultura 35

Produção de pintos de corte

Segundo semestre de 2012 foi fechado com volume inferior ao do primeiro

O simples acompanhamento da produ-ção mensal de pintos de corte entre

jan/nov de 2012 sugeria que no 2° sem. do ano poderia ser registrado volume similar ao do 1° semestre - o que, aparentemente jamais havia sido registrado antes no setor. Mas a produção efetiva acabou ficando aquém do esperado, pois, conforme os números da Apinco, a 2ª metade de 2012 foi encerrada com um volume de pintos de corte ligeiramente inferior ao dos 6 primei-ros meses do ano.

Naturalmente, quem mais influenciou esse resultado foi a produção registrada no mês de dez, inferior aos 500 mi de cabeças originalmente previstos por grande parte do setor. O volume efetivo – 497,797 mi de pintos de corte – representou queda de 9,5% em relação a dez de 2011. Neste caso, aliás, os resultados de um e outro dez foram opostos, pois enquanto em dez/11 foi registrada a maior produção de pintos de corte daquele exercício (e de todos os tem-pos), um ano depois o volume produzido esteve entre os menores do ano que passou.

O efeito disso foi a produção, no 2º semestre de 2012, de pouco mais de 3 bi de pintos de corte, volume quase 6% menor que o do mesmo período de 2011. Compa-rativamente ao sem. anterior, o 1º de 2012, a redução foi pequena, inferior a 0,2%. Mas – repetindo – isso aparentemente nunca havia ocorrido antes e retrata as dificuldades enfrentadas pelo setor no período.

Como resultado final, a produção de pintos de corte também não foi muito além dos 6 bi de cabeças, recuando 3,81% em relação a 2011. E aqui - considerando que em 2011 foram alojadas no País pouco mais de 50 mi de matrizes de corte, volume que em condições normais de produtividade permite produzir ao redor de 6,9 bi de pin-tos de corte – conclui-se que o setor utilizou menos de 90% da capacidade instalada.

Notar que, nos últimos 10 anos, essa é a 2ª redução observada na produção brasileira de pintos de corte. A anterior, de 2006, foi determinada pela crise (externa) da Influenza Aviária. Mas, então, o índice de recuo foi inferior ao registrado no ano passado.

2002

3,81

93,

819

2003

3,90

73,

907

2004

4,27

84,

278

2005

4,69

64,

696

2006

4,57

74,

577

2007

5,15

25,

152

2008

5,46

95,

469

2009

5,56

05,

560

2010

5,99

85,

998

2011

6,24

56,

245

2012

6,00

7

Produção anual2002 a 2012

Bilhões de cabeças

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2011 2012 VAR. %

Janeiro 499,350 515,465 3,23%

Fevereiro 473,309 469,206 -0,87%

Março 526,847 498,647 -5,35%

Abril 513,028 483,664 -5,72%

Maio 536,043 524,327 -2,19%

Junho 514,100 514,783 0,13%

Julho 501,880 515,160 2,65%

Agosto 530,405 502,649 -5,23%

Setembro 515,772 478,335 -7,26%

Outubro 539,183 523,338 -2,94%

Novembro 544,747 483,605 -11,22%

Dezembro 550,243 497,797 -9,53%

1º SEM 3.062,677 3.006,092 -1,85%

2º SEM 3.182,229 3.000,884 -5,70%

Em 12 meses 6.244,906 6.006,975 -3,81%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

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36 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Números finais da Apinco apontam que ao contrário de anos anterio-

res, a produção de carne de frango do último bimestre de 2012 sofreu signifi-cativa redução.

Normal e tradicionalmente, esse é o bimestre em que se registram os maio-res volumes do ano, pois a produção do período está voltada para o alto consu-mo das Festas – que não se resume ao Natal e ao Ano Novo, mas começa bem antes, já no final de novembro, com os encontros de confraternização.

Mas, desta vez, a produção de nov/dez fugiu ao padrão habitual. E não só recuou, como também correspondeu ao menor volume bimestral do ano que passou. Aliás, opôs-se totalmente ao que é corrente no setor, pois ficou quase 11% abaixo do produzido no 1° bimes-tre de 2012, quando a praxe é superar significativamente a produção inicial do exercício.

Em função desse comportamento, também a produção do 2º sem foi me-nor que a do 1º - um fato absolutamen-te raro na atividade e que reflete as difi-culdades enfrentadas especialmente nos 6 meses finais do ano com a explosão dos custos de produção.

Neste caso, analisando-se os resulta-dos semestrais dos últimos 8 anos, cons-tata-se que entre 2005 e 2011 o volume produzido no 2º sem sempre foi maior e, em média, ficou 7,5% acima do registra-do no 1º sem. Em 2012, com a asfixia dos produtores pelos altos custos e pela falta de crédito, houve queda de, prati-camente, 6% de um sem. para outro.

O resultado final – 12,645 mi/t, 1,7% a menos que em 2011 – parece não refletir todas as dificuldades encon-tradas. Mas a realidade é que, com o alojamento de 50 mi de matrizes de cor-te em 2011, o setor estava aparelhado para produzir quase 14 mi/t de carne de frango em 2012. Quer dizer: se produziu pouco mais de 12,6 mi/t, jogou no lixo (em boa parte, literalmente) 10% da ca-pacidade instalada.

Produção de carne de frango

Volume do bimestre final de 2012 recua e ano é fechado com perda de 10% do potencial instalado

2002

7,44

97,

449

7,44

9

2003

7,64

57,

645

7,64

5

2004

8,40

98,

409

2005

9,34

89,

348

2006

9,35

49,

354

2007

10,3

0510

,305

2008

11,0

3311

,033

2009

11,0

2111

,021

2010

12,3

1212

,312

2011

12,8

6312

,863

2012

12,6

45

Produção anual2002 a 2012

Milhões de toneladas

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2011 2012 VAR.

JAN 1.088,3 1.156,4 6,2%

FEV 950,5 1.051,6 10,6%

MAR 1.048,7 1.053,1 0,4%

ABR 1.078,9 1.057,8 -1,9%

MAI 1.121,0 1.107,3 -1,2%

JUN 1.089,2 1.090,6 0,1%

JUL 1.094,7 1.083,7 -1,0%

AGO 1.032,7 1.030,7 -0,2%

SET 1.048,7 1.015,1 -3,2%

OUT 1.104,3 1.027,5 -6,9%

NOV 1.067,4 1.000,7 -6,2%

DEZ 1.138,3 970,1 -14,8%

1º SEM 6.376,8 6.517,0 2,2%

2º SEM 6.486,3 6.128,1 -5,5%

TOTAL ANUAL 12.863,1 12.645,1 -1,7%

Fonte dos dados básicos: APINCOProjeções e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 37

Exportação de carne de frango

Embarques de 2012 registraram recuo de apenas 0,6% em relação ao ano anterior

A expectativa de alcançarem-se no ano os 4 milhões de toneladas

acabou frustrada. Mas, considerado o período economicamente turbulento, as exportações de carne de frango do ano que passou apresentaram um bom desempenho, tanto que fecha-ram 2012 com uma redução de apenas 0,6% no volume embarcado.

Aliás, faltou pouco – apenas 25 mil toneladas – para que se alcançassem os mesmos números de 2011. Mas um fraco resultado em novembro (312,2 mil/t, queda de 9% no mês e de prati-camente 13% no ano), além de uma redução significativa dos embarques de industrializados e carne salgada em dezembro acabaram impedindo que isso ocorresse.

Assim, ainda que em alguns meses

de 2012 os embarques anualizados tenham ultrapassado a casa dos 4 milhões de toneladas (no mês de maio o acumulado em 12 meses ficou em 4,026 milhões/t), o total anual fechou em 3.917.581 toneladas, o que signifi-cou redução de 0,64% sobre 2011.

Analisando-se o desempenho das exportações brasileiras de carne de frango de 2002 para cá, é possível constatar que em apenas três ocasiões o volume embarcado sofreu redução em relação ao exercício anterior (em 2006, de 4,7%; em 2009, de 0,3%; e em 2012, de 0,6%). Mas o que mais chama a atenção no tocante a esse período é a relativa estabilização de volume nos últimos cinco anos. Ou seja: entre 2007 e 2012 a expansão acumulada ficou em 19% contra, por exemplo, um acumulado de 105% entre 2002 e 2007. Parece que a fase de fortes expansões ficou para trás.

Aliás, faltou pouco – ape-nas 25 mil toneladas – para

que se alcançassem os mesmos números de 2011

Desempenho entre 2002 e 2012Volume (milhões/t) evariação anual (%)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

2002

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

20%

25%

30%

35%

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2011 2012 VAR. %

Janeiro 295,398 328,877 11,33%

Fevereiro 296,585 281,674 -5,03%

Março 341,055 363,613 6,61%

Abril 325,263 331,001 1,76%

Maio 338,523 374,904 10,75%

Junho 331,321 307,194 -7,28%

Julho 310,874 312,297 0,46%

Agosto 354,337 317,482 -10,40%

Setembro 304,591 305,763 0,38%

Outubro 335,733 343,511 2,32%

Novembro 358,704 312,224 -12,96%

Dezembro 350,252 339,040 -3,20%

Em 12 meses 3.942,636 3.917,581 -0,64%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC

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38 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

F oram destinadas ao mercado interno em 2012 cerca de 8,727 milhões de

toneladas de carne de frango, volume 2,2% menor que aquele estimado para 2011.

Poderia ter sido mais, pois, levando em conta a capacidade de produção insta-lada (cerca de 14 mi/t ) e as exportações registradas, a oferta interna iria superar, com facilidade, os 10 mi/t, aumentando mais de 10% em relação ao ano anterior.

Seria, sem dúvida, uma expansão exa-gerada. E já nos 1ºs dias de 2012 o setor produtivo percebeu isso, pois o preço pago internamente pelo produto despen-cou. Buscou-se, então, a correção da rota, procurando reequilibrar oferta e demanda. Mas quando isso começava a ser alcan-çado, veio a explosão de custos e o embargo ao setor pelas instituições finan-ceiras, obrigando a um recuo ainda mais radical. Com isso, se o 1º sem. do ano foi fechado com uma expansão de apenas 1,82%, no 2º sem. ocorreu queda brutal (de mais de 6%) no volume de carne de frango disponibilizada internamente.

Apesar da produção menor, é bem provável que o consumo per capita efetivo do produto não tenha sido afetado. Assim, ainda que a disponibilidade apa-rente sugira que o consumo per capita tenha recuado pouco mais de 2,5% no ano (de 46,2 kg para cerca de 45 kg), a redução efetiva pode ter alcançado índices bem menores. Basta lembrar, a propósito, que 2012 foi iniciado com o repasse de elevados estoques do produto, consumi-dos no decorrer do 1º sem. Dessa forma, o consumo real de 2011 teria sido inferior a 46,2 kg; e o de 2012, superior a 45 kg.

A esta altura, o volume efetivo regis-trado em 2012 pouco importa, pois o que interessa, de verdade, é que em uma década o volume per capita de carne de frango oferecido ao consumidor brasileiro ficou pelo menos 1/3 maior, passando de 33,5 kg em 2002 para 45,0 kg em 2012. Ou seja: apesar de permanecer ao Deus dará, a avicultura continua cumprindo seu principal papel social: oferecer alimento nobre e acessível à população brasileira.

Oferta interna de carne de frango

Volume disponibilizado em 2012 recuou 2,2%, mas consumo per capita pode não ter sido afetado

Evolução MensalMIL TONELADAS

MÊS 2011 2012 VAR. %

Janeiro 792,908 827,526 4,37%

Fevereiro 654,004 769,947 17,73%

Março 707,647 689,511 -2,56%

Abril 753,720 726,892 -3,56%

Maio 782,496 732,465 -6,39%

Junho 757,899 783,421 3,37%

Julho 783,850 771,467 -1,58%

Agosto 678,406 713,243 5,14%

Setembro 744,176 709,387 -4,67%

Outubro 768,585 684,083 -10,99%

Novembro 708,707 688,508 -2,85%

Dezembro 788,135 631,069 -19,93%

1º SEM 4448,674 4529,762 1,82%

2º SEM 4471,859 4197,757 -6,13%

TOTAL 8.920,533 8.727,519 -2,16%

Fonte dos dados básicos: APINCO • Elaboração e análises: AVISITE

5.84

9

2002

5.84

9

2003

5.72

35.

723

5.72

3

5.98

4

2004

6.64

1

2006

5.98

4

2005

6.50

2

6.64

1

7.01

8

2007

7.01

8

2008

7.38

77.

387

2009

7.38

77.

387

8.49

3

2010

8.49

3

8.92

1

2011

8.92

1

2012

8.72

8

Oferta total(Milhões/t) e consumo per capita aparente (kg)

2002 a 2012

33,5

32,3

33,4 36

,1

36,4 38

,1 39,6

39,2

44,5 46

,2

45,0

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Produção Animal | Avicultura 39

Média mensal e variaçãoanual e mensal em treze meses

MÊS. MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JAN/12 1,58 -19,38% -25,11%

FEV 1,60 -20,31% 1,60%

MAR 1,80 -11,28% 12,35%

ABR 1,77 -0,76% -1,45%

MAI 1,70 6,00% -4,17%

JUN 1,85 14,60% 8,94%

JUL 1,86 4,89% 0,21%

AGO 2,30 10,41% 23,84%

SET 2,47 25,47% 7,33%

OUT 2,50 26,26% 1,35%

NOV 2,59 24,82% 3,50%

DEZ12 2,95 40,11% 14,01%

JAN/13 2,93 85,98% -0,59%

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG

Média anual em 10 anosR$/KG

*2013: 01/Jan a 31/Jan

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

R$/KG

R$ 1,49R$ 1,49

2005

2006

2007

2008

*2013: 01/Jan a 31/Jan

R$ 1,35

R$ 1,16

R$ 1,55

R$ 1,63

R$ 1,63

R$ 1,92

R$ 1,65

R$ 2,08

2013*

*2013: 01/Jan a 31/Jan

R$ 2,08

R$ 2,93

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Preço relativo no ano em comparação à média mensal de 10 anosPreço em Dezembro do ano anterior = 100

Média 2003/12

2013

98%

92%

89% 90% 96

% 99%

106% 110% 112%

107% 109%

94%

99%

O frango abriu 2013 com preços re-cordes para um mês de janeiro – o

que, segundo analistas, é consequência do alto custo enfrentado na produção.

Como todo início de ano é, normal-mente, período de fraco movimento para os alimentos, este janeiro foi, efeti-vamente, excepcional para o frango. Mas, diferentemente do que afirmam os analistas, não há relação direta entre va-lorização do produto e elevação dos custos, pois, se assim fosse, logo na pri-meira explosão de preços das matérias--primas (virada do 1º para o 2º semestre de 2012) os preços do frango teriam sido imediatamente reajustados. No entanto, só a partir de dezembro é que a relação custo/preço passou a ser favorável ao produtor. Por que tanta demora?

Na verdade, não é o custo quem de-termina o preço, mas a relação oferta/procura. E quando os custos explodiram, o setor ainda convivia com uma oferta elevada – efeito dos 50 milhões de ma-trizes de corte alojadas em 2011, volume que gerou potencial de produção não muito distante dos 14 milhões de tone-ladas. E como quem opera com animais vivos não tem condições de adequar imediatamente oferta e demanda, o se-tor – que já vinha de um 1º semestre sem lucros – passou a enfrentar prejuí-zos ainda maiores.

Ocorreu, então, efeito muito mais perverso do que a própria elevação dos

custos: o fechamento, ao setor, das portas das instituições financeiras. Sem crédito, só restou à atividade liquidar anteci-padamente parte do potencial instalado e, compulsoriamente, reduzir as atividades ao mínimo possível. Foi então que o paga-mento oferecido ao setor se tornou, novamente, remunerador, pois a oferta amoldou-se ao novo padrão de consumo (capaz de pagar mais pelo produto).

O aperto enfrentado afetou também (e sobremaneira) a capa-cidade de investimento do setor. Assim, a atividade entra em 2013 com potencial produtivo visivelmente menor que o do ano passado. Portanto, em condições de operar de forma a obter, até, recupera-ção de parte do que perdeu em 2012.

Desempenho do frango vivo em janeiro de 2013

Mês foi encerrado com preço apenas meio por cento menor que o de dezembro

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Estatísticas e Preços

Matérias-Primas

Fonte das informações: www.jox.com.br40 Produção Animal | Avicultura

Depois de dois meses de aumento, milho cai

Preço do farelo de soja continua em queda

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou queda pelo quarto mês consecutivo depois de 11 meses de

escalada. O produto foi comercializado em janeiro de 2013 ao preço médio de R$1,031/tonelada, valor 9,0% menor que o de dezembro passado –R$ 1,133. Na comparação com janeiro de 2011 – quando o preço médio era de R$679/t – a cotação atual registra aumento de 51,84%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoCom a maior desvalorização do farelo de soja em rela-

ção ao frango vivo, em janeiro de 2013,foram necessários 351,8kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insu-mo, significando melhora de 22,13% no poder de compra em relação a janeiro de 2012, quando foram necessários 429,7kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em ja-

neiro de 2013 foram necessárias aproximadamente 21,3 cai-xas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avi-cultor de postura em relação ao farelo aumentou na compa-ração com dezembro de 2012: melhora de 5,01% já que em dezembro 22,3 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a janeiro de 2012, a piora no poder de compra é de 1,57%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 20,9 caixas de ovos.

O preço do milho diminuiu em janeiro de 2013. O preço mé-dio do insumo saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês

cotado a R$ 33,45 – valor 6,25% menor que a média de R$ 35,68 obtida pelo produto em dezembro de 2012. A disparida-de de preços do milho em relação ao ano anterior é positiva. O valor atual é 6,36% maior, já que a média de janeiro de 2012 foi

de R$31,45/saca.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) fechou janeiro a R$2,93/kg

– média 0,6% menor que a de dezembro de 2012. A maior desvalorização do milho contribuiu para o aumento do po-der de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 190,2kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos em janeiro. Este valor representa aumento do poder de compra de 5,94% em relação ao mês anterior, pois em dezembro a tonelada do milho “custou” 201,5 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/OvoO preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30

dúzias), encerrou janeiro cotado à média de R$48,35, queda de 4,4% sobre o mês anterior.

Com a menor redução do ovo em relação ao milho,o poder de compra do produtor teve um pequeno aumento. Em janeiro, foram necessárias 11,5 caixas de ovos para adquirir uma tonela-da do cereal. Em dezembro foram necessárias 11,7 caixas/t, uma melhora 1,92% na capacidade de compra do produtor.

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Produção Animal | Avicultura 41

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42 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

2013: Cuidado redobrado com o status sanitário

Josiane Tavares de Abreu

é médica veterinária e mestre em Ciência Animal. Possui Doutorado em Virologia, Pós-doutorado em Medicina Veterinária Preventiva pela UFMG. É professora da PUC Minas, Presidente COESAM e membro da AVIMIG.

Com certeza a palavra de ordem de 2013 é recuperar as perdas de 2012, e para isso as decisões, incluindo as

medidas ou procedimentos relacionados aos programas de controle sanitário, devem ser bem embasadas e ajustadas em conheci-mento técnico-científico e não somente co-mercial. Visto os fatos e acontecimentos de 2012 e de anos anteriores, em relação à sani-dade avícola, tem-se uma perspectiva do quê poderá ser visto em 2013.

Primeiro: É premente uma avaliação criteriosa de como estão sendo feitos os diagnósticos e os monitoramentos dos lo-tes, considerando os problemas enfrenta-dos com enfermidades de notificação ofi-cial, como é o caso do Tifo e da Pulorose. Esses problemas ainda serão sentidos em 2013, em virtude de descarte de lotes e de seus ovos, além de ser possível ainda en-contrar lotes positivos mesmo com a ado-ção de diversas medidas de controle.

Entre as doenças de monitoramento ofi-cial ressalta-se que também não se deve mi-nimizar a participação do Mycoplasma gallisepticum e M. synoviae em quadros respiratórios complicados, além de outros agentes bacterianos muitas vezes negligen-ciados como as da família Pasteurelacea. Deve-se ressaltar que muitas vezes tem-se a tendência de determinar uma única causa para os problemas sanitários enfrentados, mas normalmente o quê se encontra são quadros multicausais envolvendo inclusive fatores relacionados ao manejo, nutrição e ambiente que nem sempre são considera-dos. E nessa tentativa de buscar uma única causa é comum não determinarmos real-mente como se iniciou e evoluiu um pro-blema e não sabemos quais medidas reali-zadas a partir disto foram efetivamente eficientes em resolver a questão. Quanto mais definirmos os processos, criar regis-tros e parâmetros com padrões a serem al-cançados, revisarmos os mesmos com seus devidos ajustes, tratarmos estes dados e do-cumentá-los de forma a inseri-los no geren-ciamento geral da empresa, menos resulta-

dos serão engavetados e não utilizados em sua rotina.

Lembrando ainda dos altos custos de produção enfrentados pela avicultura em 2012 e que deve manter-se pelo menos em parte, em 2013, cuidado redobrado deve ser tomado para que o controle do status sani-tário dos lotes não seja relegado a segundo plano. Não podemos reduzir a quantidade de amostras avaliadas por lote (amostra-gem) e a periodicidade dos mesmos, em virtude das limitações dos testes laborato-riais e das características inerentes de cada enfermidade. Os achados patognomônicos ou específicos estão cada vez mais difícil de serem encontrados a campo. Por outro lado, está mais comum as associações, não somente entre os patógenos, como também com outros fatores. Sendo assim, de forma a minimizar os custos relacionados às per-das decorrentes de problemas sanitários, os ajustes nos programas de biosseguridade devem ser prioritários em detrimento a correção dos problemas depois que estes ocorrem, incluindo o uso excessivo de anti-bióticos e outros fármacos. Ressalta-se que estes produtos são de suma importância para a avicultura industrial, mas jamais de-vem substituir as medidas de biossegurida-de que devem estar respaldadas no real co-nhecimento do desafio sanitário da empresa e da região na qual está inserida.

A aproximação e o trabalho conjunto entre o setor público, incluindo órgãos ofi-ciais, o privado e as instituições de ensino e pesquisa são essenciais para a manuten-ção do status sanitário de nossa avicultu-ra, no tocante a Doença de Newcastle e IA, e assim a credibilidade frente aos nossos clientes internos e externos. Medidas ur-gentes devem ser tomadas quanto ao nú-mero de laboratórios devidamente capaci-tados em infraestrutura e corpo técnico para suporte laboratorial numa emergên-cia sanitária, além do contingente huma-no para auxiliar a campo caso alguma en-fermidade exótica e/ ou sob controle oficial ocorra.

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44 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

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