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AvaliaçAvaliaçãão nutricional e conduta o nutricional e conduta dietoterdietoteráápicapica na crianna criançça a
com distcom distúúrbios neurolrbios neurolóógicosgicosSSáávia M. Moura Vieiravia M. Moura Vieira
EspecialistaEspecialista em nutriem nutriççãão clo clíínicanicaOutubro / 2008Outubro / 2008
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Objetivos
• Compreender quem é o paciente pediátrico com distúrbio neurológico
• Compreender quais as necessidades especiais destes pacientes e como abordá-las
• Compreender como prevenir complicações nutricionais nestes pacientes.
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
• O desenvolvimento do sistema nervosotem início logo após a concepção e continua após o nascimento.
• Ocorrendo qualquer fator agressivo ao tecido cerebral antes, durante ou após o parto, as áreas mais atingidas terão a função prejudicada e certas alterações podem ser permanentes.
O que é?
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Paralisia cerebral
• O termo paralisia cerebral (PC) é usado
para definir qualquer desordem
caracterizada por alteração do
movimento (tônus e postura) secundária a
uma lesão não progressiva, mas
freqüentemente mutável, do cérebro em
desenvolvimento.ABPC, 2001.
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Quais são as causas de lesão cerebral?
• Prematuridade / BPIG• Hipóxia aguda e crônica• Infecções congênitas - TORCHS• Malformações do SNC - 20%• Outros
– Hipoglicemia– hiperbilirrubinemia
SILVA E LEMOS, 2004.
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
• Infecções• Traumatismo cranioencefálico
• Acidente vascular cerebral– Cardiopatia congênita cianótica
– Anemia falciforme– Malformações vasculares
• Anóxia cerebral– Quase afogamento
– Aspiração– Parada cardíaca durante o ato cirúrgico
– Convulsões
• Desnutrição
DEON, 1990.
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• O desenvolvimento anormal do cérebro pode também estar relacionado com uma desordens genéticas – observa-se outras alterações primárias além da cerebral.
LIMA & FONSECA, 2004.
• Em muitas crianças, a lesão ocorre nos primeiros meses de gestação e a causa é desconhecida.
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
KRUSEN, 1994.
Quais as principais conseqüências gerais?
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• Geralmente depende do tipo de paralisia cerebral e de sua gravidade.
• Mais de 90% das crianças com paralisia cerebral sobrevivem até a vida adulta.
• Apenas as mais gravemente afetadas (incapazes de realizar qualquer cuidado pessoal) apresentam uma expectativa de vida muito menor.
Qual o prognóstico?
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Quais as características clínicas e da alimentação de crianças com PC com e sem problemas na alimentação?
DAHAL, et al, 1996.
615Nutrição por sonda715Não amamentadas415Problemas crônicos
Alimentação durante a infância115Diplegia16Tetraplegia110Distonia213Epilepsia715Retardo mental114
Sem comunicação verbal
112Sem apreensão 818Dep. Cadeira de rodas216Incapacidade severa
Sem PA, n = 14Com PA, n = 21Asp. clínicos
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Quais os fatores de risco nutricionais? Problemas alimentares e suas conseqüências.
FONTE: DAHAL, et al, 1996.
3 (9%)21Sobrepeso / obesidade
15 (43%)213Desnutrição
17 (49%)611Retardo do crescimento
TotalN = 35
Sem problemasN = 14
Com problemasN = 21
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Quais os fatores de risco para complicações
nutricionais? Anamnese!• Fatores biológicos da criança (seqüelas, incapacidades, deficiências)
• Fatores ambientais (sócio-econômico, tipo de cuidador)
• Fatores psicossociais (estrutura familiar, condições psicológicas da criança e do cuidador)
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Espasticidade• Aumento das necessidades metabólicas
• Dificuldade em realizar movimentos
precisos – limitação da independência
Distúrbios convulsivos• Aumento das necessidades
metabólicas
• Maior risco de aspiração
• Traumas
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Deformidades esqueléticas• Limitações ao
posicionamento correto às refeições
• Dificuldades de se locomover e de auto-cuidado
• Dificuldade de se obter medidas precisas
ABPC, 2001
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Problemas dentáriosDefeitos congênitos do aparelho bucalAgenesias dentáriasEfeito colateral de medicações
• Higiene oral difícil
• Sangramento gengival
ABPC, 2001
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Constipação intestinal• Maior prevalência nos que
não deambulam• Fatores predisponentes:
– redução da atividade física
– tônus muscular da parede intestinal reduzido
– Ingesta inadequada de fibras e fluídos
– Uso crônico de medicamentos laxantes– Efeito colateral de medicamentos
anticonvulsivantes – Resposta reduzida aos sinais fisiológicos – Incapacidade de estabelecer rotina
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Disfagia e Refluxo gastroesofágico
• Doença do refluxo gastresofágico (DRGE)– azia, queimação– dor– irritabilidade– hiporexia– anemia
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Dependência do cuidador• Parcial ou total• Desvios oro-motores dificultam– obtenção– preparo– habilidade de levar à boca– posição corporal comprometida
– habilidade de comunicar– Aprendizagem
• Aspectos psicológicos e experiência do cuidador
PUYUELO et al, 2001
• Comportamento da criança e cuidador à refeição
• Hábitos dos pais ou cuidadores
• Nível de conhecimentos quanto à alimentação e cuidados
• Ambiente familiar
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• Disfagia: quando suspeitar?– Tempo longo de refeição– choro excessivo
• Esofagite / queimação• Desconforto• Dor
– aspiração• pneumonia de repetição• tosse ou secreção pulmonar
– vômitos– sialorréia intensa– mudanças de peso– Dificuldade de conter alimento na boca
– Refluxo GE
ABPC, 2001
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Inquérito dietético• Mudanças na diluição dos
produtos• Adição ou eliminação de
ingredientes• Tamanho real das porções
– Resto ingesta– Perdas por vômitos– Perdas por sondas gástricas
• Uso de suplementos
• Restrições dietéticas e suas razões.
• Textura, consistência e temperatura mais aceita
• Cronograma das refeições e duração
• Principais determinantes da quantidade, variedade e ritmo de ingestão
• Hidratação
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IMPORTANTE: diagnóstico dietético
• Dieta hipocalórica, hipoprotéica, hipoglicídica, normolipídica, sugere deficiência de fibras, vitaminas C e A e ácido fólico.
• Hidratação inadequada
• Tempo de refeição muito prolongado devido à disfagia
• Erro alimentar
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Como avaliar?Exame físico
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Avaliação antrometricaLimitações
• Alterações– crescimento físico– composição corporal
• As variações do crescimento físico e desenvolvimento nos pacientes com lesões neurológicas graves são amplas e os fatores contribuintes pouco compreendidos.
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Avaliação antropométrica
• Medidas: na medida do possível, conforme preconizados para a população geral.
• Qualquer desvio da técnica padrão deve ser registrado.
• Em alguns clientes, medidas precisas não são possíveis, ainda que muito úteis
⇓⇓⇓⇓
Dados incertos podem levar a falsas
conclusões sobre as condições do cliente e pode ser pior do que a perda do dado
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Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
• Repetidas medidas em tempos diferentes
• Vários tipos de medidas ⇓⇓⇓⇓
mais significativo• Corrigir idade gestacional até 2 anos (prematuro)
�Importante: “não se faz diagnóstico de problema de crescimento em uma única consulta”.
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Composição corporal
• Útil
• Pouca informação de referência
• Acompanhamento individual
Plano dietéticoPlano dietéticoPlano dietéticoA paralisia cerebral não tem cura, A paralisia cerebral não tem cura, seus problemas duram toda a vida. seus problemas duram toda a vida. No entanto, muita coisa pode ser No entanto, muita coisa pode ser feita para prover à criança o feita para prover à criança o máximo de independênciamáximo de independência e de e de qualidade de vidaqualidade de vida possívelpossível. .
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Alterações das necessidades nutricionais
• Vários tipos de seqüelas e níveis de complexidade
• dificulta a definição dos efeitos da lesão cerebral sobre as necessidades energéticas e outras
• Necessidades absolutas de energia parecem reduzidas
• Necessidade de energia: parece aumentar na espasticidade e atetose
• Trabalhos sugerem melhor adequação das recomendações por estatura
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Cálculos dietéticosKcal/kg/idade X Peso atual
Kcal/cm/idade/comprimento ou alturaAjuste individual
• Eutróficos– Manter o VCT habitual obtido na avaliação dietética, corrigindo apenas qualitativamente os erros alimentares e adequando a distribuição quantitativa dos macronutrientes, se necessário
– Qiuadriplegia - 60 a 70% VCT (Bom senso!)
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• Desnutridos– Leves ou moderados → acrescenta-se 10 a 20% do VCT habitual
– Graves → Inicia-se com 60% do VCT calculado ou o habitual da criança e evolução depende do quadro clínico (internação)
– Reposição vitamínica e mineral – 1 a 2 vezes a RDA; potássio de acordo com ionograma
• Obesos– Adequação calórica sem restrições severas que comprometam ainda mais o crescimento
– Correção dos erros alimentares em médio prazo
Cálculos dietéticos
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• Fácil compreensão e de fácil aplicação
• Dietas concentradas (treinar!)– Otimizar ingestão
• Adaptações para – rejeição alimentar– disfagia
• Sondas– treinamento
Prescrição dietética
Fono e Fisio!
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Avaliação da evolução nutricional
• Basear-se, em princípio, nos parâmetros individuais
• Valorizar melhorias em qualquer aspecto da vida e do cuidado da criança
• Otimizar qualidade de vida também da mãe/cuidador
• Parabenizar e incentivar a mãe.
Obrigada pela sua participação e
interesse!
Obrigada pela sua Obrigada pela sua participação e participação e
interesse!interesse!
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Bibliografia - livros 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PARALISIA CEREBRAL (Ferraretto, Ivan).
Paralisia cerebral: aspectos práticos. 2.ed. São Paulo: Memnon, 2001. 390 p. 2. BOBATH, Berta (Bobath, Karel). Desenvolvimento motor nos diferentes tipos
de paralisia cerebral. São Paulo: Manole, 1989. 123p. 3. DEON, J. Nutrition managenent in rehabilitation. USA: An Aspen
Publication, 1990.4. FLEHMIG, Inge. Texto e atlas do desenvolvimento normal e seus desvios no
lactente: diagnóstico e tratamento precoce do nascimento até o 18º mês. São Paulo: Atheneu, 2002. 316p. ISBN 8573792213
5. KRUSEN, Frank Hammond (Kottke, Frederic J). Tratado de medicina fisica e reabilitação de Krusen. 4.ed. São Paulo: Manole, 1994. 2v.
6. LIMA, César Luiz Ferreira de Andrade; FONSECA, Luiz Fernando. Paralisia cerebral: neurologia, ortopedia, reabilitação. Rio de Janeiro: MEDSI: Guanabara Koogan, 2004. 492 p.
7. PUYUELO SANCLEMENTE, Miguel (Puyuelo Sanclemente, Miguel). A fonoaudiologia na paralisia cerebral: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Santos Ed., 2001. 134p.
8. SNELL, R. S. Neuranatomia clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 526 p.
Sávia Moura – out/2008Nutricius Vitae
Bibliografia - periódicos 1. AYYANGAR, R. Health maintenance and management in childhood disability.
Phys Med Rehabil Clin N Am., 13(4):793-821, Nov, 2002.2. BANDINI, L. G. et all.Estimation of energy requirements in persons with
severe central nervous system impairment,Journal of Pediatrics, 26 (5): 828-39, 1995.
3. DAHL, M.; et al. Feeding and nutritional characteristics in children with moderate and severe cerebral palsy, Acta Paediatr, 85: 697-701, 1996.
4. GISEL, E. G.; PATRICK, J. Identification of children with cerebral palsy unable to maintain a normal nutrition state. Lancet, 6: 283-5, feb, 1988.
5. HOGAN, S. E. Energy requirements of children with cerebral palsy. Can J Diet Pract Res., 65(3):124-30, Fall , 2004.
6. O´DONNELL, AM; GRIPPO, B. Malnutrition, environment and children's development. Vertex, 15(56):130-5, Jun-Aug; 2004.
7. SLEIGH, G; SULLIVAN, PB; THOMAS, AG. Gastrostomy feeding versus oral feeding alone for children with cerebral palsy, Cochrane Database SystRev.(2):CD003943, 2004.
8. THOMMESSEN, M. et all. The impact of feeding problems on growth and enrgy intake in children with cerebral palsy, European Journal of Clinical Health, 45: 479-87, july, 1991..