Março/Abril 2016 Ano 3 AVATAR INSPIRA IMPLANTAÇÃO DA Nº …

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Março/Abril 2016 Ano 3 Nº 17 TECNOLOGIA E MERCADO CIDADES MAGNÉTICAS SÃO SEGURAS, AGRADÁVEIS DE SE VIVER E CRESCEM ORDENADAMENTE Pág. 3 ACONTECE NA POLI PROGRAMA PRÉ-IC PLANEJA OFICINAS DE ROBÓTICA Pág. 4 PROJETOS O DIFERENCIAL DA FDTE EM CONTROVÉRSIAS CONTRATUAIS Pág. 5 BIOGRAFIA FRANCISCO ROMEU LANDI: UM LÍDER FORMADOR DE LÍDERES Pág. 6 TIME LINE MOBILIDADE URBANA Pág. 7 O QUE ESTOU LENDO Pág. 8 CURTAS POLI ATLAS ENTRE OS PRIMEIROS VI SETEC SERÁ EM AGOSTO Pág. 8 Pesquisadores do Núcleo de Apoio à Pesquisa da Poli - NAP Mineração - desenvolvem projeto de automação para a Vale visando aumentar a eficiência da gestão de minas. A concepção do projeto Min_AO² - Gestão Sistêmica do Planejamento e Operação da Mina do Futuro – Carajás, no Pará, foi inspirada no filme de ficção científica Avatar, de 2009, escrito e dirigido por James Cameron, cujo enredo é baseado em um conflito em Pandora, em 2154, quando colonizadores humanos e nativos entram em guerra pelos recursos naturais do planeta fictício. O professor Giorgio de Tomi, chefe do Departamento de Minas e Petróleo da Poli, faz um paralelo entre o filme e o projeto que desenvolve. “O Avatar é a Mina do Futuro, onde o recurso mineral, importante para a sociedade, estava numa região remota, de difícil acesso, sem infraestrutura e com uma população nativa. Na visão do filme, para resolver o problema todos os equipamentos eram autônomos, ha- via uma central de controle em 3D que unia todas as diver- sas partes envolvidas na operação da mina, decidindo para qual frente de lavra iriam enviar o equipamento. O filme é uma visão do futuro que enxergamos para a mineração, de que devemos desenvolver essa automação. No nosso caso, o desafio é como fazer isso com o mínimo impacto social, ambiental e econômico para a sociedade”, explica Tomi. O Min_AO² (Mining Asset Otimization) busca a otimização de ativos para a mineração. “Para transformar uma empresa de mineração num sucesso é preciso obter o melhor apro- veitamento da jazida, que é seu principal ativo”. O projeto busca soluções para que a indústria mineral aproveite ao máximo seus recursos naturais pensando no contexto do futuro, avaliando como se faz hoje, o que se pretende fazer no futuro e como chegar ao resultado. O primeiro projeto, o Min_AO¹, foi desenvolvido por meio de edital da Fapesp. O estudo demonstrou que o principal desafio está em aumentar o nível de automação, pois a mi- neração depende de operações não automatizadas. “Diante do panorama geral fomos estreitando o funil para ver qual o real obstáculo que impede de chegarmos à Mina do Fu- turo. O que chamou a atenção foi uma lacuna na comu- nicação entre o planejamento e a operação de mina, pois nem sempre o que é planejado é cumprido na operação”. Tomi explica que a mineração é um mundo de incertezas e que é muito difícil o planejamento levar em conta todas as variáveis existentes na operação. “Enquanto não se apro- ximar o planejamento da operação haverá dificuldade para implantar a mina com a visão de futuro que existe na co- munidade mineral”. AVATAR INSPIRA IMPLANTAÇÃO DA MINA DO FUTURO EM CARAJÁS Continua na página 2. Professor Giorgio de Tomi: projeto visa aumentar a eficiência da gestão de minas

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Março/Abril 2016Ano 3Nº 17

TECNOLOGIA E MERCADOCIDADES MAGNÉTICAS SÃO SEGURAS, AGRADÁVEIS DE SE VIVER E CRESCEM ORDENADAMENTE Pág. 3

ACONTECE NA POLIPROGRAMA PRÉ-IC PLANEJA OFICINAS DE ROBÓTICA Pág. 4

PROJETOSO DIFERENCIAL DA FDTE EM CONTROVÉRSIAS CONTRATUAIS Pág. 5

BIOGRAFIAFRANCISCO ROMEU LANDI: UM LÍDER FORMADOR DE LÍDERES Pág. 6

TIME LINEMOBILIDADE URBANA Pág. 7

O QUE ESTOU LENDO Pág. 8

CURTASPOLI ATLAS ENTRE OS PRIMEIROSVI SETEC SERÁ EM AGOSTO Pág. 8

Pesquisadores do Núcleo de Apoio à Pesquisa da Poli - NAP Mineração - desenvolvem projeto de automação para a Vale visando aumentar a eficiência da gestão de minas. A concepção do projeto Min_AO² - Gestão Sistêmica do Planejamento e Operação da Mina do Futuro – Carajás, no Pará, foi inspirada no filme de ficção científica Avatar, de 2009, escrito e dirigido por James Cameron, cujo enredo é baseado em um conflito em Pandora, em 2154, quando colonizadores humanos e nativos entram em guerra pelos recursos naturais do planeta fictício.

O professor Giorgio de Tomi, chefe do Departamento de Minas e Petróleo da Poli, faz um paralelo entre o filme e o projeto que desenvolve. “O Avatar é a Mina do Futuro, onde o recurso mineral, importante para a sociedade, estava numa região remota, de difícil acesso, sem infraestrutura e com uma população nativa. Na visão do filme, para resolver o problema todos os equipamentos eram autônomos, ha-via uma central de controle em 3D que unia todas as diver-sas partes envolvidas na operação da mina, decidindo para qual frente de lavra iriam enviar o equipamento. O filme é uma visão do futuro que enxergamos para a mineração, de que devemos desenvolver essa automação. No nosso caso, o desafio é como fazer isso com o mínimo impacto social, ambiental e econômico para a sociedade”, explica Tomi.

O Min_AO² (Mining Asset Otimization) busca a otimização de ativos para a mineração. “Para transformar uma empresa de mineração num sucesso é preciso obter o melhor apro-veitamento da jazida, que é seu principal ativo”. O projeto busca soluções para que a indústria mineral aproveite ao máximo seus recursos naturais pensando no contexto do futuro, avaliando como se faz hoje, o que se pretende fazer no futuro e como chegar ao resultado.

O primeiro projeto, o Min_AO¹, foi desenvolvido por meio de edital da Fapesp. O estudo demonstrou que o principal desafio está em aumentar o nível de automação, pois a mi-neração depende de operações não automatizadas. “Diante do panorama geral fomos estreitando o funil para ver qual o real obstáculo que impede de chegarmos à Mina do Fu-turo. O que chamou a atenção foi uma lacuna na comu-nicação entre o planejamento e a operação de mina, pois nem sempre o que é planejado é cumprido na operação”. Tomi explica que a mineração é um mundo de incertezas e que é muito difícil o planejamento levar em conta todas as variáveis existentes na operação. “Enquanto não se apro-ximar o planejamento da operação haverá dificuldade para implantar a mina com a visão de futuro que existe na co-munidade mineral”.

AVATAR INSPIRA IMPLANTAÇÃO DA MINA DO FUTURO EM CARAJÁS

Continua na página 2.

Professor Giorgio de Tomi: projeto visa aumentar a eficiência da gestão de minas

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EDITORIAL

Assistimos preocupados à polarização política que toma conta do ambiente nacional. Há, como é usual, gente sincera e de princípios defendendo as duas principais teses em debate e, como também é co-mum, buscando convencer outros em favor de suas crenças a qualquer custo.

Existem professores que entendem ser parte de seu papel promover o debate entre os alunos, e eles têm razão. Ao mesmo tempo em que tal debate promove o amadurecimento dos jovens, entretanto, quando malconduzido, tem o demérito de torná-los simples partidários cegos de um dos dois grupos. Não surpre-enderia assistirmos em curto tempo o despertar, nes-tes jovens, do desânimo com a classe política, com o futuro do Brasil e, por fim, com a própria engenharia.

MENSAGEM DE ESTÍMULO AOS ALUNOS JOVENS

Que tal oferecermos uma visão alternativa aos jovens estudantes?

Pensemos que o momento é, também, uma opor-tunidade única de mudar as coisas para melhor. Se soubermos aproveitá-lo, podemos observar uma transição rumo a práticas de engenharia mais sau-dáveis e ao mesmo tempo mais humanas. Não é a engenharia com que todos sonhamos?

E, uma vez que isso ocorra, há forte possibilidade dos futuros engenheiros serem justamente os protagonistas desta nova engenharia. E o Brasil, seu maior beneficiário.

Estimular estes alunos é uma obrigação de todos nós, profissionais mais antigos, e um privilégio todo especial

do professor, grande responsável por sua formação téc-nica e humana. E é dele, professor, a melhor condição de transmitir esta visão positiva e de estímulo de que trata o título deste editorial aos alunos jovens.

Continuação da matéria de capa: AVATAR INSPIRA IMPLANTAÇÃO DA MINA DO FUTURO EM CARAJÁS

Min_AO²O projeto Min_AO² foi desenhado com foco es-pecífico de estudar processos, metodologias e tecnologias para aproximar esses dois mundos – planejamento e operação de minas. A Mina do Sossego, da Vale, que produz cobre em Carajás,

tema, se o equipamento não está na janela de manutenção. Existem casos em que a operação programa uma frente de lavra, mas o trabalho não pode ser executado porque o equipamento foi para manutenção, gerando custos extras e atra-sando o processo. O problema é de comunicação, mas não é algo simples que se resolve facilmente. “São várias frentes de lavra, vários equipamen-tos, vários operadores, vários vetores de metas. A gestão entre a operação e o planejamento é um malabarismo constante na cabeça de uma úni-ca pessoa, que toma decisões juntando todas as informações. Queremos que essa pessoa vire um gestor e que o sistema faça o controle automa-ticamente”.

De acordo com Giorgio de Tomi o projeto gerou interesse interno na Vale, que colocou um douto-rando na equipe de pesquisa. Duas equipes traba-lham no desenvolvimento do Min_AO²: uma do laboratório da Poli e outra da Vale. “Na equipe da Poli atuam um engenheiro, que está iniciando o doutorado, e três engenheiros iniciando o mestra-do, e a Vale pediu para incluir um doutorando da área de ferro, que será o ponto de ligação entre o nosso projeto e a Vale para buscar oportunidade de desenvolvimento e, provavelmente, criar uma linha de pesquisa para o ferro. Minha expectativa é que não precisemos esperar terminar o Min_AO² para envolver as operações da mina de ferro”, afirma.

aceitou ser o laboratório de estudos. A operação de cobre é separada da operação principal que é o ferro. Portanto, precisam encontrar suas próprias soluções, pois a inteligência das operações de fer-ro não se aproveita na mina de cobre. “Com essa congruência de objetivos desenhamos o projeto Min_AO² focado no cobre, como um projeto da Escola Politécnica, tendo a FDTE como interve-niente”.

Para que se desenvolva uma tecnologia de co-municação entre o planejamento e operação o desafio não é tecnológico e sim cultural e de processo. Os estudos estão programados para ser concluídos em quatro anos. No ano passado a equipe se preocupou com a estruturação e neste ano trabalha no desenvolvimento. O terceiro ano será de aplicação e o quarto de avaliação. O ob-jetivo é envolver os líderes, gestores e o pessoal operacional, realizando ajuste cultural nos três ní-veis. “Precisamos mudar a cultura dos envolvidos, o que não será difícil porque eles querem mudar mais do que a gente. A mudança cultural, de pro-cesso e tecnologia está sendo sistematizada em parceria com o pessoal da Vale para que o con-junto funcione”.

O ambiente mais automatizado vai permitir que, antes de definir a frente de lavra, seja verificado automaticamente, por meio de alarmes no sis-

André Steagall Gertsenchtein

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TECNOLOGIA E MERCADO

Cyro Laurenza*Ao final do século passado, o mundo acadêmico insistia no término do “small is beatifull” julgando, pelo conceito de mercado e pelos investimentos em infraestrutura, que isso tinha acabado. Erraram. O mundo compreendeu que verticalização urbana para aproveitar a infraestrutura implantada com-plicou a maneira de administrar, viver, conviver e transitar em uma cidade. Os custos passaram a ser insustentáveis.

Administradores das cidades vêem somente a sua. Não compreendem que imersos em um mundo de cidades vizinhas, com elas crescem e se tornam mui-tas vezes conurbados, e quando isso acontece pas-sam a transferir a responsabilidade desse núcleo para Regiões Metropolitanas ou para o Estado, pensando seu município sem levar em conta seus vizinhos. Erram muito e persistem no erro. Não descobriram que em pouco tempo as comunicações terrestres e de ondas magnéticas superaram imensos problemas na comunicação.

Planejamento é o único instrumento que constrói o futuro. Para existir deve ter como objetivo o tempo de muitos mandatos. Os eleitos podem pensar em planejamento, no futuro da cidades, encorajando rotas do futuro próximo e do mais distante possível.

As cidades que crescem de forma ordenada visam se tornar uma cidade bonita, agradável, daquelas que ao visitarmos, lá gostaríamos de viver. Não so-mos mais, como no passado, desejosos de viver no torrão natal. Além de bela, a cidade deve responder aos anseios do ser humano, que são o da seguran-ça, da possibilidade de se locomover tranquilo pelas calçadas, pelo privilégio de se deslocar pela cidade em tempos admissíveis, em boa e confortável mo-bilidade urbana.

Quem opta por continuar vivendo próximo ao torrão natal, pois ali deixou coisas importantes, parentes e amigos, precisa ter como se comunicar com faci-lidade em todos os níveis. Em atendimento a estas necessidades passou a surgir o transporte regional ferroviário de alta qualidade, com altas taxas de re-torno social, integrando cidades e regiões. Alguém que reside em Milão pode trabalhar em uma peque-na cidade a 200 quilômetros, onde possam existir escritórios e indústrias que congreguem técnicos de todo o norte da Itália.

Deve existir ainda a manutenção das leis econô-micas, financeiras, de taxas, tarifas e impostos, e que toda e qualquer mudança seja discutida com a sociedade. Com esses fatores desenvolvidos, estaríamos abrindo portas para absorver melhor

CIDADES MAGNÉTICAS

“refugiados” de outras cidades que podem trazer também outras riquezas. Grupos econômicos se encontrarão melhor assistidos em cidades cons-truídas assim, e haverá crescimento ordenado nas melhores condições ambientais e de conforto hu-mano. O prazer de viver ali e saber que o amanhã é mais ou menos previsível.

tornar uma cidade bonita, agradável, daquelas que ao visitarmos, lá gostaríamos de viver; responder aos anseios maiores do ser humano, que são o da segurança, da boa e confortável mobilidade urbana; a manutenção das leis econômicas, financeiras, de taxas, tarifas e impostos, e que toda e qualquer mu-dança seja discutida com a sociedade.

Muitas cidades brasileiras estão se magnetizando, mas é possível que nenhuma reúna esses requisitos e então possa entrar no conceito final de magné-ticas atrativas. O Instituto ENDEAVOR destacou 14 em 2014 e 32 em 2015. Em reportagem na revista Exame, n.23, 2015, o jornalista Mauricio Oliveira con-clui: “cidades de porte médio podem ser excelentes lugares para empreender – melhores até que muitas metrópoles”.

Renasce no Brasil a consciência da necessidade de pesquisarmos novas abordagens de planejamento de cidades, regiões e macrorregiões. Por que não discutir respostas a essas questões: Como criar con-dições para que haja disseminação de cidades mag-néticas no Brasil? Como tornar cidades como Campi-nas, Uberlândia, São José dos Campos, magnéticas? O que fazer com Regiões Metropolitanas imersas em intensa diversidade política? Por que o Brasil restrin-ge a ampliação do Sistema Ferroviário de passagei-ros de longo percurso?

Cyro Laurenza* Engenheiro civil pelo Mackenzie. Presidente do Conselho do Instituto para o Desenvolvi-mento dos Sistemas de Transporte –IDESTRA-; ex-pre-sidente nacional do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – SINAENCO e ex-presidente da FEPASA.

Cyro Laurenza: muitas cidade brasileiras estão se magnetizando

Planejamento é o único instrumento que

constrói o futuro

As Cidades Magnéticas são as que possuem mag-netismo de atração construído com muita dedica-ção, inteligência e planejamento na busca dessas três soluções “conforto visual, mobilidade excelente e segurança econômica”. Caroline Haynes, diretora de estudos sobre Cidades Magnéticas, da consul-toria KPMG, desenvolveu extensa análise em nove cidades mundiais. Cada qual teve seu desenvolvi-mento seguindo táticas ou intuição, em um pro-cesso gradativo para se desenvolverem como imãs, não se tornando e, evitando até, se transformarem em Cidades Globais

Para sua dissertação Caroline escolheu Bilbao, Chan-gwon, Christchurch, Denver, Songdo, Incheon, Mal-mo, Oklahoma City, Pittsburgh e Tel Aviv. O trabalho mostra que as coisas só acontecem se tivermos esses três momentos no desenvolvimento de uma cidade a partir do estado-da-arte em que se encontram: se

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ACONTECE NA POLI

O Programa Pré-IC da Poli de 2016 começou no dia 19 de fevereiro com algumas novidades. O professor Diolino José dos Santos Filho, membro da Comissão do Pré-IC explicou que neste ano foi implantada uma nova estrutura modular. “Primeiro iremos traba-lhar com os princípios de criação e da metodologia científica para os alunos desenvolverem seus traba-lhos. Depois virão os conhecimentos teóricos básicos sobre cada uma das quatro áreas de engenharia em que irão atuar. O segundo semestre será voltado para o desenvolvimento do projeto de pesquisa específi-co”. Além disso, os alunos serão inseridos em grupos de pesquisas dos professores da Poli e poderão atu-ar em projetos da FAPESP, tendo a oportunidade de trabalhar na estrutura que as entidades de fomento oferecem para pesquisas.

Com as mudanças o Pré-IC será mais consistente. Os estudantes terão quatro meses para desenvolver projetos de pesquisa e, neste ano, já entraram visan-

PROGRAMA PRÉ-IC PLANEJA OFICINAS DE ROBÓTICA NA ESCOLA PÚBLICA

do a área na qual pretendem atuar. Diolino explica que os alunos da Escola Estadual Anecondes Alves Ferreira, por exemplo, pretendem fazer mecatrônica. “Isto permite que eles trabalhem dentro da área que mais gostam”. Além da Anecondes participam o Co-légio Marupiara, a Escola Estadual Professor José Fer-nando Abbud e Escola Estadual Santo Dias da Silva, totalizando 28 alunos.

RobóticaCom o Colégio Renascença e apoio da FDTE a Poli planeja organizar oficinas de robótica nas quais os alunos do Pré-IC irão praticar algo que será multipli-cado nas escolas. “O Programa de Educação Tutorial PET Automação e Sistemas faz projetos com duração de um ano e o projeto com o Renascença diz respei-to a uma oficina de robótica, que será desenvolvida exclusivamente para as escolas públicas”. O professor Diolino explica que estas oficinas serão um agente motivador e mostrará aos alunos que eles podem ingressar na universidade. Cada oficina terá a dura-ção de um ano e os alunos que não estão no Pré-IC também participam do projeto. “Isso amplia bastan-te a atuação do programa e podemos beneficiar os alunos por meio da parceria com o Renascença. Esta é a grande novidade, estamos ampliando para a rede pública de ensino o que somos capazes de fazer na Poli”.

Reforço escolarOutra novidade apresentada pelo professor Diolino é a parceria iniciada no ano passado com a partici-pação na feira científica do Colégio Renascença, que teve a Escola Anecondes como vencedora. A parceria envolve o Pré-IC, a Sociedade Hebraico Brasileira Re-nascença e o PET Automação e Sistemas, que é pa-trocinado pelo MEC. Os alunos poderão participar de programas na Escola Renascença, onde terão aulas

de reforço de matemática, física, química, português, história e geografia em dois encontros semanais.

Formação HumanaO professor Diolino comenta que está sendo criado um curso de aprimoramento para os professores da rede pública de ensino, com 108 horas de duração e que deve ser oficializado na Secretaria da Educação. O objetivo é discutir aspectos da formação humana dos alunos pensando no processo de aprendizagem que ele percorre ao longo dos anos. “Este é um trabalho da Poli na formação do professor da rede pública. No Pré-IC trabalhamos com a mudança da mentalidade do aluno, mas se não fizermos o mes-mo com o professor o processo fica incompleto e estanca no aluno. Pretendemos ter professores que tenham uma visão diferenciada. Os professores que acompanham os alunos do programa também pre-cisam ter outra visão”. Segundo o professor Diolino poderão participar deste curso os supervisores que são responsáveis pelos alunos das quatro escolas que estão no Pré-IC, os coordenadores de curso e os diretores destas escolas.

RecepçãoOs alunos do Pré-IC de 2016 foram recepcionados pelo diretor da Poli, José Roberto Castilho Piqueira, por diretores da FDTE e pelos professores que atuam no programa. O objetivo do programa é despertar e incentivar a vocação científica entre estudantes do ensino médio das escolas da rede pública. Os alunos têm desde aulas de conceitos de metodologia cien-tífica até o desenvolvimento de projeto de engenha-ria, orientados por professores da Poli.

Na abertura da solenidade o professor José Roberto Castilho Piqueira fez um breve histórico sobre a Poli e de sua importância para o desenvolvimento de São Paulo e do país. Agradeceu o apoio da Secretaria da Educação e da FDTE para a realização do programa e convidou os alunos a tomarem posse do conheci-mento oferecido pelos professores. “O programa Pré--IC quer ajudar vocês a conhecer a Poli e a adquirir condições de ingressar nesta escola. Sejam os me-lhores, aproveitem a amizade de seus colegas, dos professores e principalmente aproveitem a Escola Politécnica”, estimulou. A professora Edith Ranzini, diretora de Assuntos Especiais da FDTE lembrou que para a fundação o programa Pré-IC é prioridade, pois ele dá a oportunidade de os estudantes verificarem que a universidade está ao alcance de todos. “Uma das nossas missões como professores universitários é cuidar para que o país tenha futuro e o futuro do Brasil são vocês”, afirmou.

Professor José Roberto Castilho Piqueira: sejam os melhores, aproveitem a Escola Politécnica

Alunos do Pré-IC 2016

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Em controvérsias contratuais a FDTE - Fundação para o Desenvolvimen-to Tecnológico da Engenharia atua para apoiar escritórios de advocacia e clientes com documentos técni-cos, identificando os fatos gerado-res de disputas, de modo a evitar interpretações equivocadas sobre tais ocorrências e se foram registra-das de forma adequada a retratar o estabelecido em contratos no setor da construção civil.

De acordo com o engenheiro Clau-dio Dall’Acqua, o criterioso trabalho da FDTE em tratar as evidências geradoras das controvérsias contra-tuais visa oferecer a advogados, as-sistentes técnicos e árbitros de câmaras de conciliação informações que possibilitem a tomada de decisões baseada em fatos reais. “Benefícios e Despesas Indire-tas (BDI) constituem um tema que fascina, desafia e estimula os profissionais envolvidos em custos, orça-mentos e planejamento de obras, além de interessar muito à alta administração de empresas executoras de obras públicas e privadas. Mas, tais características, previsões e estimativas que o proponente pôde reali-zar ao seu inteiro arbítrio, alicerçadas em parâmetros internos de custos e histórico de experiências ante-riores do tema, se esgotam no momento em que a proposta de preços é apresentada ao cliente ou o con-trato é assinado. Daí em diante, o que vale é a prova inequívoca de que tais previsões se confirmaram ou foram afetadas pelo curso dos acontecimentos. Cessa a variabilidade das previsões para em seu lugar entrar o demonstrativo do realmente ocorrido.

Quando no decorrer do contrato, ou em seu término, surgem questionamentos sobre os resultados, é nor-mal que a busca de entendimento se dê por meio de dos diversos mecanismos de solução de conflitos. Visando oferecer aos advogados informações que auxiliem na busca da solução da controvérsia con-tratual, a FDTE oferece fundamentação técnica sobre a realidade estabelecida nos contratos comparando com o que foi realizado, de modo que não haja inter-pretações equivocadas que possam prejudicar uma possível solução. Dall’Acqua explica que é um equí-voco conceitual interpretar o passado com base em alusões ou ilações do que poderia ter ocorrido e a partir de base instável fazer afirmações sem a devida comprovação. “Nossos engenheiros são amplamen-

O DIFERENCIAL DA FDTE EM CONTROVÉRSIAS CONTRATUAIS

te treinados para analisar os fatos constantes no con-trato, estudar as ocorrências perturbadoras durante a realização do trabalho e oferecer documentação técnica compatível e imparcial sobre o que está ge-rando controvérsia, possibilitando a comprovação do dano ocorrido e permitindo o cálculo justo das eventuais indenizações. Este procedimento é funda-mental para que toda disputa seja solucionada com fundamentação técnica”.

tos para a elaboração ou prevenção de reivindicações; identificação de pontos técnicos de sucesso provável; elaboração de estratégias de interesse dos clientes; análise dos impactos físicos e financei-ros decorrentes de indefinições, atrasos, retrabalhos, ociosidades, deficiências de qualidade e de produtividade; identifi-cação dos pontos de ruptura contratual; análise crítica de métodos construtivos e de soluções técnicas; orientação na coleta de dados e organização de infor-mações relevantes; preparação, análise e conceituação de quesitos, depoimentos, testemunhos e pareceres técnicos, sem-pre voltados à manutenção da equação do equilíbrio econômico-financeiro con-tratual.

Cláudio Dall’Acqua comenta que além dos me-canismos oferecidos pela FDTE aos clientes que buscam soluções negociadas, seus técnicos estão aptos a participarem dos Dispute Boards, que fun-cionam de modo preventivo ou corretivo, mas com o objetivo de evitar que desajustes contratuais, sa-náveis no transcorrer do próprio contrato, possam se transformar em conflitos entre as partes. Neste caso, a FDTE presta assistência técnica, tanto no su-porte de engenharia aos pleitos elaborados pelas partes, quanto em comitês de acompanhamento da execução de contratos, visando orientar sobre a melhor solução de eventuais questões, evitando assim, possíveis controvérsias.

EquipeO Grupo de Controvérsias Contratuais da FDTE está assim constituído: André S. Gertsenchtein, diretor superintendente da FDTE, Engenheiro Civil pela Poli-USP em 1989; Claudio A. Dall’Acqua, Engenheiro Civil pela Poli-USP em 1966, empresário do setor da construção civil, coordenador de gestão de empre-endimentos e vice-presidente do Conselho Curador da FDTE; Bertram C. Shayer, Engenheiro Civil pela Poli-USP em 1964, diretor de empresas de constru-ção pesada e empresário da área de gerenciamento de empreendimentos e atual Coordenador Técnico do Grupo de Controvérsias Contratuais da FDTE; João A. Machado Neto, Engenheiro Civil pela Escola de En-genharia da Universidade Mackenzie em 1972, dire-tor de empresas de engenharia e empresário da área de gerenciamento de empreendimentos há mais de 15 anos e atual diretor de Operações da FDTE.

Claudio Dall’Acqua: identificamos os fatos de modo a evitar interpretações equivocadas

PROJETOS

A FDTE oferece fundamentação técnica sobre

o que está estabelecido nos contratos comparando com o que foi realizado, de modo que não haja interpretações

equivocadas

A fundação atua para apoiar escritórios de advocacia e clientes com documentação técnica desenvolvida por engenheiros especializados

O Grupo de Controvérsias Contratuais criado pela FDTE há quatro anos conta com amplo histórico de negociações bem sucedidas no setor da engenharia, motivo pelo qual tem crescido muito a procura de seus serviços por escritórios de advocacia que atuam neste setor e desejam oferecer qualidade de traba-lho e segurança técnica aos seus clientes.

A assistência técnica prestada pela FDTE aos seus clientes abrange suporte à preparação de documen-

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A vida do professor Francisco Romeu Landi está ligada à história da modernização da Escola Poli-técnica da USP (Poli) e do ensino de Engenharia no país. Engenheiro Mecânico-Eletricista estudou na Poli (Poli-USP), onde também atuou como pro-fessor e diretor. Fez pós-doutorado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Portugal, e no Building Research Establishment, na Inglaterra. Ocupou diversos cargos de comando. Foi presi-dente do conselho do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, vice-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Pau-lo (IPT), presidente do conselho deliberativo do Centro de Desenvolvimento e Documentação da Indústria de Plástico para a Construção Civil, mem-bro do conselho de administração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, do Ministério da Ciência e Tecnologia, diretor-presidente do Conse-lho Técnico-Administrativo da FAPESP e presidente do Fórum Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa. Trabalhou na DKW-VEMAG e participou do Grupo Executivo da Indústria Automobilística - Geia, coordenado por Antonio Delfim Neto e insti-tuído no governo Juscelino Kubitschek.

Filho de Lourenço Landi e Luzia Romeu Landi, Francisco Romeu Landi nasceu em 22 de março de 1933. Estudou no Ginásio do Estado Presiden-te Roosevelt e na Poli. Teve aulas de graduação na Velha Poli, no centro de São Paulo, e práticas la-boratoriais no prédio do Laboratório de Máquinas Hidráulicas, onde hoje se localiza o IPT. Em 1966 passou a dar aulas de Sistemas Prediais. O Departa-mento de Construção Civil, criado em 15 de janeiro de 1970, foi chefiado por ele em dois períodos: de 1987 a 1989 e de 2002 a 2003. Faleceu aos 71 anos, vítima de um infarto no dia 22 de abril de 2004, em São Paulo, enquanto se dirigia da FAPESP a sua casa. Deixou a esposa, Marisia Del Nero Landi e os filhos Paula, Francisco e Fernando, os três enge-nheiros.

Vahan Agopyan, vice-reitor da USP, afirma que o professor Landi foi uma pessoa importante no de-senvolvimento da pesquisa científica. Depois de concluir o pós-doutorado na Europa, retornou ao Brasil com ideias bem definidas, e no final da déca-da de 1970 e na década de 1980 conseguiu formar uma geração de pesquisadores em todas as áreas da Construção Civil. “Formou equipes de pesquisas na Poli e no IPT e isso se propagou para todo o país, mudando conceitos empíricos para conceitos cien-tíficos. Teve papel importante no desenvolvimento do PCC da Poli e na área de Construção Civil do IPT

FRANCISCO ROMEU LANDI: UM LÍDER FORMADOR DE LÍDERES

e brasileira em geral”. Na presidência da FAPESP trabalhou para que todos os estados brasileiros ti-vessem uma fundação de apoio à pesquisa. Vahan conta que Landi foi seu professor em 1973, tendo-o incentivado a fazer mestrado, doutorado e a livre docência. “Landi era generoso, seu prazer era ver todo mundo progredir. Foi o grande reformador da escola. Enviou professores da Poli para conhe-cer as melhores escolas de Engenharia do país e do mundo, visando reformular o ensino. O que a Poli é hoje deve muito a essa visão dele. Quando assumi a direção da Poli, em 2002, ele coordenou o projeto 2015, uma de suas ideias. Era um amigo, um líder inovador que criou uma escola, uma linha de pen-samento na Poli e no país”, afirma.

Para Orestes Marracini Gonçalves, falar do Landi demandaria muitas horas. “Trilhamos muitos cami-nhos, tem coisas do Landi que ainda estão aqui, ele está no DNA do departamento, é uma pessoa inesquecível, que marcou seu tempo e deixou le-gado. Era um grande amigo e faz muita falta até hoje”. Define o professor Landi como uma pessoa generosa, justa, um líder moderno que criou ou-tros líderes. “Era um construtor de ideias. Sabia da importância do Engenheiro e de como este pro-fissional deveria ser, vislumbrava uma engenharia que se moderniza e se adapta à sociedade. Con-seguia enxergar as necessidades a ponto de trazer para estudos, na década de 1970, a questão do De-

sempenho na Construção Civil, que virou prática apenas a partir 2010”.

O professor Orestes conta que seu contato com Landi começou na década de 70 com a estrutu-ração do PCC, cujo crescimento teve início com a contratação de quatro professores: Vahan Ago-pyan, Hermes Fajersztajn, Moacir Eduardo Alves da Graça e Orestes Marracini Gonçalves. “Em seu re-torno da Europa trouxe uma série de ideias novas, como a questão do Desempenho, a necessidade de trabalhar com a demanda de água e com a proteção contra incêndios”. O professor Orestes e o professor Landi chegaram a firmar uma sociedade, cujo sentido era também o de levar para a prática o conhecimento que tinham na Poli e ao mesmo tempo alimentar a Escola do que a prática oferece.

O atual chefe do PCC, professor Francisco Ferreira Cardoso, fez parte das primeiras equipes formadas por Landi. “Estava no terceiro ano, isso em 1978, quando me convidou para ser bolsista de iniciação científica e, em seguida, monitor. Logo que me for-mei, comecei a dar aulas de desenho técnico. Ele es-tava iniciando a reformulação da disciplina, que em seu modo de ver, é de formação e por ela o departa-mento interage com todos os alunos da escola”. Para Cardoso, o professor Landi tinha duas características: liderança e inovação. “Em 1981 já previa o uso do computador. Nos meus 40 anos de Poli ele foi, sem dúvida alguma, a pessoa mais marcante para mim e para a escola”. Cardoso lembra que em meados dos anos 1980 Landi valorizou no departamento a im-plantação do regime de dedicação integral, possibi-litando que a também escola passasse a ter professo-res engenheiros dedicados às suas outras atividades fins. Outra transformação foi valorizar e consolidar os cursos de pós-graduação e pesquisa.

Segundo o professor Alex Abiko, uma das caracte-rísticas do professor Landi era sua capacidade de agregar e motivar pessoas a trabalhar em torno de uma ideia de Universidade e de Departamento de Construção muito avançado à sua época. “Ele tinha uma característica pessoal de gerente, de liderança, de conseguir trazer as pessoas para trabalhar pela ideia que tinha de como devia ser uma universidade. Em Construção Civil ele teve importância capital no trabalho que foi desenvolvido na Poli e que perma-nece até hoje”. Segundo Alex Abiko, o professor Lan-di trouxe uma série de jovens pesquisadores e jovens docentes para trabalhar com ele e buscava esse pes-soal no movimento estudantil, tanto no grêmio da Poli, como no centro acadêmico da Engenharia Civil.

Professor Francisco Romeu Landi

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“Ele sempre teve o mesmo olhar para todos e praticava

o amor ao próximo com naturalidade”

BIOGRAFIA

Asseque prae cum nos aborepudaes max TIME LINE

Em novembro de 1978 a FDTE começou a desen-volver para a Companhia de Engenharia de Tráfe-go (CET), um sistema automatizado de formação de comboios de ônibus com o objetivo de solu-cionar o congestionamento que se formava no corredor formado pelas avenidas Nove de Julho, São Gabriel e Santo Amaro, devido a falta de capa-cidade de embarque dos pontos de ônibus. Criada dois anos antes, a CET começava a implantar os primeiros corredores exclusivos de ônibus da ci-dade de São Paulo.

O projeto denominado Comboio de Ônibus Or-denados (Comonor), coordenado pelo professor Antonio Marcos de Aguirra Massola, foi implanta-do em um ano e quatro meses e implicou na re-organização do ponto inicial da faixa exclusiva de ônibus. Para reduzir o tempo de parada nos pontos as linhas foram divididas por cores, o que implicava em uma mudança para usuários e motoristas. Os ônibus foram divididos em três séries, A, B e C, que paravam em pontos específicos deslocados, na mesma sequência.

que eventualmente entrassem nas baias exclusi-vas dos ônibus. Um sistema computadorizado de controle de semáforos de saída das baias liberava os ônibus na sequência correta, repetindo a letra, dependendo do número de ônibus detectados em cada baia.

O Comonor foi considerado um sucesso. Aumentou a velocidade média dos ônibus em 90%, reduziu as filas nos pontos e resultou em grande economia de combustível. Em seguida o sistema foi implantado nas avenidas Celso Garcia e Rangel Pestana. Em uma segunda etapa o mesmo sistema foi desenvolvido para a prefeitura de Porto Alegre e implantado nas avenidas Farrapos, Bento Gonçalves e Assis Brasil.

Antonio Marcos de Aguirra Massola: Possui gradua-ção em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1967), mestrado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Uni-versidade de São Paulo (1970) e doutorado em En-genharia Elétrica pela Escola Politécnica da Univer-sidade de São Paulo (1974). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo. Tem experiên-cia na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Engenharia Eletrônica, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura de precisão, automa-ção de sistemas elétricos, sistema de informação, impacto ambiental e automação agrícola.

Para que um ônibus parado em um dos pontos não bloqueasse a passagem de outro, cujo ponto estava mais adiante, o sistema concebido com-punha comboios de dois, três ou mais ônibus, sempre em sequências respeitando a ordem al-fabética, com repetição das letras, se necessário, dependendo do número de ônibus à espera no local de formação dos comboios, mas, nunca in-vertendo a ordem alfabética.

Ao chegar ao ponto de formação dos comboios, os ônibus entravam em baias específicas e tinham sua presença detectada por meio de sistema de “loops” magnéticos enterrados, que foi desenvolvido pela FDTE. Ele era formado por um conjunto de equipa-mentos – detectores, circuito, sensores de veículos e controlador (sistema de contagem de veículo, unidade lógica, programação de tempo, relógio, fonte de alimentação e relês de acionamento de semáforos) – destinados ao acionamento auto-mático dos semáforos das estações formadoras de comboios de ônibus dos corredores. O programa descartava a presença de outros tipos de veículos

O professor Ubiraci Espinelli Lemes de Souza diz que ainda lembra-se do dia em que foi convida-do por Landi a ingressar em sua equipe. “Eu era um Engenheiro Civil recém formado e ele estava apostando em mim para ajudá-lo nesta tarefa”. Conta que durante sua formação teve o ampa-ro técnico e emocional do professor Landi. “Seu exemplo de competência, esforço e amor em lidar com o que fazíamos, e sua coordenação e amparo a todos os integrantes do Departamento fizeram com que o PCC passasse de colabora-dor a líder do aperfeiçoamento acadêmico e da transferência das inovações para a sociedade”, afirma.

A secretária Sueli Carneiro Leão Rossetti diz que já trabalhava na diretoria da Poli quando o profes-sor Landi entrou como diretor. Lembra-se que por ocasião do centenário da Poli percebia o quanto ele se sentia privilegiado por estar na função de diretor num momento tão importante para a Es-cola. “Seu maior empenho como diretor foi insti-gar os docentes à reflexão sobre o perfil do Enge-

nheiro que iria se formar no século XXI. Na busca de um ensino de excelência dedicou-se ao projeto Poli 2015, visando estratégias de transformações”. Sueli destaca ainda que o professor Landi foi um grande estimulador da inovação e empreendedor, um líder natural pela sua capacidade de articula-ção e modéstia, que tinha como objetivo manter a Poli como referência nacional e internacional. “Culto e apreciador de leituras nas áreas de medi-cina, direito, administração e economia, também era alegre e espirituoso e fazia, às vezes, algumas citações de Juó Bananère em La Divina Increnca. Era exigente, justo, solidário, humano, digno e se-guidor dos princípios éticos. Sinto-me orgulhosa

e privilegiada pela oportunidade de ter convivido por oito anos com profissional tão brilhante e pela amizade, da qual terei sempre avivada as boas re-cordações”, afirma.

Paula Landi, filha do professor e também poli-técnica diz que a Poli sempre fez parte da vida da família. “Quando os prédios da Poli estavam em construção na Cidade Universitária íamos fa-zer piquenique nos finais de semana no entorno do Biênio porque meu pai queria acompanhar as obras. A Poli era a casa dele, assim foi a vida intei-ra”. Afirmou ainda que além do relato dos amigos, gostaria de ressaltar, na personalidade de seu pai, o grande ser humano que ele era. “Ele sempre teve o mesmo olhar para todos e praticava o amor ao próximo com naturalidade”, concluiu.

Fontes: Poli http://www3.poli.usp.br/a-poli/his-toria/galeria-de-diretores/214-prof-dr-francisco--romeu-landi.html , FAPESP http://www.fapesp.br/1606, Wikipédia https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Romeu_Landi e depoimentos.

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Expediente

FDTEDiretor-Superintendente: André Steagall GertsenchteinDiretor de Operações: João Antonio Machado NetoDiretor Administrativo e Financeiro: Antonio Carlos FonsecaDiretora de Assuntos Especiais: Edith RanziniCONSELHO CURADORPresidente: Nelson ZuanellaVice-Presidente: Claudio Amaury Dall’Acqua

Membros: Antonio Hélio Guerra Vieira, Claudio Amaury Dall’Acqua, Ivan Gilberto Sandoval Falleiros, João Cyro André, José Roberto Car-doso, José Roberto Castilho Piqueira, Lucas MoscatoEndereço: Av. Eusébio Matoso, 1375 – 6º andar PinheirosSão Paulo / SP - CEP: 05423-180 - Telefone: (11) 3132 - 4000Jornalista responsável: Luiz Voltolini (MTb - 11.095)Revisão: Maria Aparecida MasucciFotos: Zé Barretta - [email protected]ção: Samuel Coelho - [email protected]

Tiragem: 2.000 exemplaresPeriodicidade: bimestralA reprodução do conteúdo desta publicação é permitida mediante autorização prévia e citada a fonte.

FDTE Informa é uma publicação da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia. Disponível no site da entidade (www.fdte.org.br) e distribuída gratuitamente. Os textos e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

O QUE ESTOU LENDO

O MAPA CULTURALGiorgio de Tomi - Atualmente estou len-do o livro “O MAPA CULTURAL: Como decodificar a maneira que as pessoas pensam, lideram e obtém resultados em ambientes multiculturais”, de Erin Meyer. A autora apresenta os desa-fios de atuar no ambiente globalizado de negócios, as habilidades necessárias para nave-gar entre as diferenças culturais e as atitudes típicas de profissionais de diferentes origens, sejam elas explícitas ou subliminares. Trata-se de um tema fascinante, pois cada vez mais temos que atuar em ambientes internacionalizados junto à equipes multiculturais e de diferentes nacionalidades. A obra está recheada de discussões sobre exemplos práticos, mostrando interações profissionais e as

armadilhas potenciais que podem prejudicar tanto a atuação profissio-

nal quanto situações de negociação. Inclui casos diversos, por exemplo,

comparando as percepções de execu-tivos russos em contato com empresas

israelenses, ou o exemplo de um gerente brasileiro tentando entender como lidar

com um grupo de fornecedores chine-ses. O livro foi recomendado por Cordelia Lins, uma empreendedora e empresária de sucesso canaden-se, em função de suas experiências internacionais de negócios. Estou lendo por meio digital (Kindle) devido à portabilidade e a facilidade de acesso em qualquer situação (por exemplo, durante férias, fins de semana, ou até mesmo, durante as viagens de Metro). Além disso, a aquisição das obras é simples

e instantânea. O sistema de compras tem até uma opção “Buy with 1 click”, o que torna a experiência muito mais ágil. Prof. Dr. GIORGIO DE TOMI - Engenheiro de Minas doutorado pelo Imperial College (UK), mestrado pela Southern Illinois University (EUA) e graduado em Enge-nharia de Minas pela USP. Atualmente é Diretor do Nú-cleo de Pesquisa para a Pequena Mineração. É “Char-tered Engineer” pelo Engineering Councilda, Inglaterra; membro do Institute of Materials, Minerals and Mining da Inglaterra; Assessor Internacional do Programa Global de Mercúrio da ONU. Tem ampla atuação em Engenharia de Minas nos temas de planejamento de lavra, software de mineração, automação na minera-ção, cadeia de produção mineral, governança de lavra e gestão de produção na indústria mineral.

CURTAS

Equipe de Baja conquista o quarto lugar com o projeto Poli Atlas - A Equipe Poli de Baja conquis-tou o quarto lugar na colocação geral da 22ª Compe-tição Baja SAE Brasil-Petrobras, realizada em São José dos Campos (SP), entre os dias 31 de março e 03 de abril. Segundo o professor Marcelo Alves, orientador do projeto Baja, o resultado deste ano foi muito bom, comparando com o ano passado. “Ganhamos as pro-vas de aceleração e velocidade máxima e na colocação

geral ficamos em 4º lugar. Mais uma vez o carro ficou entre os seis finalistas da prova de projeto. Além dis-so, o fato de competir com apenas um veículo, que foi batizado de Poli Atlas, fez com que o time fosse bastante cuidadoso, evitando cometer os erros do ano passado”. Participaram da prova 74 equipes de 68 instituições de ensino superior e 1.460 estudantes de engenharia das cinco regiões brasileiras.

VI SeTEC será em agosto- A Semana Temática de Engenharia Civil e Ambien-tal de 2016 (VI SeTEC) será realizada entre os dias 15 e 19 de agosto. O tema deste ano será “A Transpo-sição de Limites da Engenharia”. O evento acadê-mico é composto por palestras, mesas-redondas, workshops, visitas técnicas e estudos de caso organi-zado por alunos da Escola Politécnica da USP (POLI). O evento aproxima o aluno do mercado de trabalho e cria oportunidades de conhecer professores e alu-nos das áreas de atuação da Engenharia Civil e Am-biental. Na edição realizada no ano passado houve aumento no número de eventos, inauguração de uma mostra dos trabalhos de Iniciação Científica e um workshop com as empresas patrocinadoras, consolidando a SeTEC como uma das maiores se-manas de engenharia.

Thunderatz é ouro nos EUA - A equipe de ro-bótica da Poli conquistou duas medalhas de ouro e uma de bronze na RoboGames 2016, realizada entre os dias 08 e 10 de abril, em Pleasanton na Califórnia. As medalhas de ouro foram conquista-das nas categorias Hockey e Middleweight e a de bronze no Trekking (Robomagellan nos EUA). A Ro-boGames é considerada a Olimpíada da Robótica, com a participação de mais de cem países. Cauê Ci-morelli Muriano, o capitão da ThundeRatz comenta que dos 35 membros da equipe 17 participaram da prova neste ano. São eles: Cauê Cimorelli Muria-no, Kevin Eiji Pasqualini, Marco Enrique dos Santos Abensur, Lucas Eder Alves, Lucas Rebelo Dal’Belo, Vitor Kenji Fukuda, Guilherme Almeida Silis, Gabriel Ribeiro Reis, Samanta Allis da Silva, e Douglas Mar-

ques Fantini da Mecatrônica, Gabriel Kim Rocha e Cláudia Chi Delgado Lira - Elétrica/Sistemas Eletrôni-cos; Adrian D’Lucas Cardoso Gonçalves e Daniel Nery Silva de Oliveira da Elétrica; Vitor Patrezze Nunes da Mecânica; Tiago Koji Castro Shibata da Computação e Matheus Vitti Santos da Elétrica/Telecomunicações.