Mariana de Aguiar Viana
-
Upload
biblioteca-ifsp-sao-roque -
Category
Documents
-
view
219 -
download
1
description
Transcript of Mariana de Aguiar Viana
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DESÃO PAULO, CAMPUS SÃO ROQUE
MARIANA DE AGUIAR VIANA
ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUADO RIO GUAÇU, SÃO ROQUE - SP
SÃO ROQUE2014
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO, CAMPUS SÃO ROQUE
MARIANA DE AGUIAR VIANA
ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO GUAÇU, SÃO ROQUE - SP
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental sob orientação do Professor Doutor Ricardo dos Santos Coelho.
SÃO ROQUE2014
Nome: Mariana de Aguiar Viana
Título: Análise da qualidade da água do Rio Guaçu, São Roque – SP.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – Campus São Roque, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental.
Aprovado em: ____/____/____
Banca Examinadora
Prof. Dr. Ricardo dos Santos Coelho Instituição: Instituto Federal de São Paulo
Julgamento: Aprovado Assinatura:_____________________________
Prof. Dr. Fernando Santiago dos Santos Instituição: Instituto Federal de São Paulo
Julgamento: Aprovado Assinatura:_____________________________
Prof. MSc. Vanderlei J. Ildefonso Silva Instituição: Instituto Federal de São Paulo
Julgamento: Aprovado Assinatura:_____________________________
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Ricardo Coelho dos Santos, pelo apoio na superação
de variadas dificuldades,
Ao Prof. MSc. Vanderlei Ildefonso, pelo apoio prestado,
Ao Prof. Dr. Roque Passos Piveli, pela cooperação e apoio nas coletas,
À minha mãe, Ilva de Freitas, que sempre acreditou em mim,
Aos meus tios, Euzébio Mendes da Costa e Maria Nilza Viana da Costa, que me
receberam em sua casa e possibilitaram a realização do meu sonho de me formar,
À minha avó Horácia de Aguiar, que sempre auxiliou e sentiu orgulho de mim,
Ao meu tio Ivan de Freitas, pelo apoio sempre dado ao longo da minha caminhada,
À minha tia Fátima de Freitas, que viabilizou o início de todas as mudanças,
Ao Jean Rabelo, pelo apoio e disposição em auxiliar,
Aos meus amigos, pela paciência e amizade, mesmo de longe.
VIANA, M. A. ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO GUAÇU, SÃO ROQUE - SP. [Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia em Gestão
Ambiental]. Instituto Federal de São Paulo. São Roque, 2014.
RESUMO
A água, recurso natural universal, essencial à manutenção da vida, é utilizada de forma inadequada. Devido ao seu gasto descontrolado gera desperdício, acrescido de poluição indiscriminada advinda de fontes diversas como a doméstica e a industrial, vem afetando diretamente sua qualidade. O Rio Guaçu, situado no município de São Roque (SP), uma estância turística a 60 km da capital, está localizado em uma área de preservação ambiental, mas sofre degradação contínua por receber todo o lançamento de efluentes domésticos e industriais da cidade. A avaliação dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água do Rio Guaçu, permite analisar sua qualidade e indicar quais os possíveis impactos causados pela ação antrópica no seu entorno. Este trabalho tem por objetivo avaliar, via a metodologia utilizada pela CETESB, os parâmetros de qualidade da água, sendo tais: pH, temperatura, turbidez, oxigênio dissolvido, Demanda Biológica de Oxigênio (DBO), Nitrogênio total, Fósforo total, Sólidos totais e Coliformes termotolerantes. Com os resultados obtidos dessas variáveis, é possível calcular o IQA (Índice de Qualidade das Águas), utilizado para avaliar a qualidade da água bruta. Foram realizadas quatro coletas de água no período de Outubro de 2013 a Abril de 2014 em 3 (três) estações de coleta, distribuídas ao longo do rio, sendo a primeira próxima à nascente, a segunda na metade do curso d’água e a última a alguns quilômetros fora do centro da cidade, onde se encontra uma menor carga poluidora. De acordo com as análises realizadas, verificou-se que o Rio Guaçu é um ambiente altamente impactado, com elevada concentração de Coliformes Fecais e matéria orgânica em suas águas, deste modo, foi classificado de acordo com os padrões exigidos pela Resolução Conama nº357/2005 como de Águas Doces Classe 4, destinado apenas à navegação e harmonia paisagística. Em sua última estação, o rio já viabiliza a manutenção de vida aquática, após início da autodepuração natural das águas e confluência com outros rios. Este trabalho permite que se possa interpretar cada parâmetro de qualidade da água isoladamente, compondo fontes de informações relevantes sobre o Rio Guaçu.
Palavras- chave: Qualidade da água, parâmetros, Rio Guaçu - São Roque, IQA.
VIANA, M. A. WATER QUALITY ANALYSIS OF THE GUAÇU RIVER, SÃO ROQUE- SP [Academic Coursework in Technology in Environmental Management].
São Paulo Federal Institute. São Roque, 2014.
ABSTRACT
Water, a universal natural resource, essential to maintenance of life, is managed inadequately due to its uncontrolled use which generates waste, plus indiscriminate pollution arising from various sources such as domestic and industrial, which directly affects its quality. Guaçu River, located in São Roque City, SP, a tourist center 60 km from the capital, is located in an environmentally protected area, but suffers continuous degradation because of the discarding of domestic and industrial effluents from the city. Physical, chemical and biological evaluation parameters of Guaçu River water, allows us to analyze its quality and indicate the possible impacts caused by human activities around the river. This paper aims to evaluate, through the methodology used by CETESB, the parameters of water quality, for example: pH, temperature, turbidity, dissolved oxygen, Biological Oxygen Demand (BOD), total Nitrogen, total Phosphorus, total Solids and thermotolerant coliforms. Through these variables, it is possible to calculate the WQI (Water Quality Index), used to evaluate the quality of water. Four water samples were collected from October 2013 to April 2014 in 3 (three) sampling stations distributed along the river, and then the samples were analyzed in the laboratory. Through the analyses, it was found that the Guaçu River environment is strongly impacted by pollution, but is able to maintain aquatic life at a certain point after the natural depuration of water and confluence with other streams. This paper allows one to interpret each water quality parameter in an isolated way, composing relevant information sources about Guaçu River.
Keys words: Water Quality, parameters , Guaçu River - São Roque, WQI.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Limites administrativos de São Roque- SP................................................................... 15Figura 2: População urbana e rural de São Roque-SP................................................................ 16Figura 3: Rio Carambeí em percurso urbano – Avenida Antonino Dias Bastos Sedimentos e acúmulo de resíduos nas laterais do canal............................................................ 17Figura 4: Assoreamento no rio Guaçu.......................................................................................... 18Figura 5: Residência/borracharia fixada em área irregular no entorno........................................ 18Figura 6: Rio Guaçu – São Roque – pontos de erosão e resíduos espalhadosnas margens e ausência de mata ciliar......................................................................................... 19Figura 7: Corpo d’água desconhecido poluído que deságua no Rio Guaçu................................ 19Figura 8: Continuação do Rio Guaçu após receber descarga de corpo d’água desconhecido... 19Figura 9: Confluência do Ribeirão Marmeleiro com o Rio Guaçu................................................ 20Figura 10: Quadro com valores de Índice de Qualidade das águas............................................ 29Figura 11: Estações de coleta do Rio Guaçu: Estação 1 (E1), Estação 2 (E2) e Estação 3 (E3) 31Figura 12: Primeira estação de coleta (E1) Rio Guaçu, São Roque............................................ 32Figura 13: Coleta de amostra no Rio Guaçu, São Roque, SP..................................................... 33Figura 14: Estação de Coleta E3 do Rio Guaçu, São Roque, SP................................................ 33Figura 15: Frascos plásticos numerados com amostras coletadas.............................................. 34Figura 16: Análise em campo de parâmetros da água do Rio Guaçu, São Roque...................... 35Figura 17: Temperatura da água nas coletas realizadas no Rio Guaçu em São Roque-SP, no período de outubro/2013 a Abril/2014........................................................................................... 37Figura 18: Temperatura média da água de todas as Estações.................................................... 38Figura 19: Variação das concentrações de Oxigênio Dissolvido (OD) nas coletas realizadas no Rio Guaçu, São Roque-SP (Out/13 a Abril/14)........................................................................ 39Figura 20: Média de Oxigênio Dissolvido das Estações de Coleta do Rio Guaçu....................... 39Figura 21: Variação do Potencial Hidrogeniônico (pH) das coletas realizadas no Rio Guaçu, São Roque-SP, de Outubro/2013 a Abril/2014............................................................................. 40Figura 22: Média do Potencial Hidrogeniônico (pH) das Estações de Coleta do Rio Guaçu, São Roque, SP (E= Estação de coleta)........................................................................................ 41Figura 23: Resultados das análises de Sólidos Totais das coletas.............................................. 41Figura 24: Média de concentração de Sólidos Totais (ST) das Estações.................................... 42Figura 25: Valores de turbidez das coletas realizadas no Rio Guaçu, São Roque-SP, no período de Outubro de 2013 a Abril de 2014................................................................................ 43Figura 26: Média de Turbidez das Estações................................................................................ 43Figura 27: Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) das coletas de água realizadas no Rio Guaçu, São Roque-SP, de Outubro/13 a Abril/14............................................ 44Figura 28: Valor médio da DBO das Estações de Coleta do Rio Guaçu..................................... 45Figura 29: Valores de Fósforo total nas coletas de água realizadas no Rio Guaçu, em São Roque-SP, de Outubro de 2013 a Abril de 2014........................................................................... 45Figura 30: Média da concentração de Fósforo das amostras...................................................... 46Figura 31: Valores de Nitrogênio total analisados nas coletas de água do Rio Guaçu, São Roque-SP, de Outubro de 2013 a Abril de 2014........................................................................... 47Figura 32: Média de concentração de Nitrogênio Total das Estações......................................... 48Figura 33: Concentração de Coliformes Fecais na água do Rio Guaçu, São Roque-SP, nas coletas realizadas de Outubro de 2013 a Abril de 2014.............................................................. 49Figura 34: Média de concentração de Coliformes Fecais por Estação nas amostras de água do Rio Guaçu................................................................................................................................. 49Figura 35: Demonstrativo da variação do IQA – Índice de Qualidade das Águas da água do Rio Guaçu, São Roque-SP............................................................................................................ 50Figura 36: Média de valores do IQA para as Estações de Coleta................................................ 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Valores obtidos nas análises das Estações 1(E1), 2(E2) e 3(E3)........................................36Tabela 2: Valores médios das análises de parâmetros do Rio Guaçu e os limites permitidos pela Resolução CONAMA nº357/2005 para águas Classe 3........................................................................37
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 101.1 Poluição das Águas......................................................................................................................... 101.2 Justificativa do Estudo ................................................................................................................... 132 OBJETIVOS ......................................................................................................................................... 142.1 Objetivo Geral ................................................................................................................................ 142.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................................... 143 CARACTERIZAÇAO DA ÁREA .............................................................................................................. 154 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................. 214.1 Monitoramento .............................................................................................................................. 214.2 Aspectos Legais .............................................................................................................................. 224.3 Qualidade da Água ......................................................................................................................... 234.4 Indicadores ..................................................................................................................................... 244.4.1 Parâmetros Físicos ....................................................................................................................... 244.4.2 Parâmetros Químicos ................................................................................................................... 254.4.3 Parâmetros Biológicos ................................................................................................................. 274.5 Índice de Qualidade da Água ......................................................................................................... 274.6 Autodepuração da Água ................................................................................................................ 295 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................................... 316 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................... 366.1 Temperatura da água ..................................................................................................................... 376.2 Oxigênio Dissolvido (OD ) ................................................................................................................ 386.3 Potencial Hidrogeniônico (pH) ....................................................................................................... 406.4 Sólidos Totais .................................................................................................................................. 416.5 Turbidez .......................................................................................................................................... 426.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio ................................................................................................. 446.7 Fósforo Total ................................................................................................................................... 456.8 Nitrogênio Total .............................................................................................................................. 476.9 Coliformes Fecais ............................................................................................................................ 486.10 Índice de Qualidade das Águas .................................................................................................... 507 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 52REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 54
10
1 INTRODUÇÃO
A água potável de qualidade, tão indispensável à sobrevivência da vida terrestre, é
retirada do ambiente continuamente para atender às várias necessidades humanas
como a demanda de uso industrial e agrícola. Apesar de possuir uma importância
estratégica, recebe despejos de diversas fontes poluidoras como a doméstica e
industrial. Desse modo, a água torna-se, cada vez mais, um recurso frágil e exposto
às atividades humanas como a poluição e o crescimento populacional, que
certamente a modificam e impedem que se preserve sua qualidade
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2010).
O Brasil possui grande reserva de água doce, mas, mesmo com a imensa
abundância desse recurso, pode haver o risco de diminuição da quantidade
disponível para consumo, devido à distribuição desigual, seu desperdício constante
e a estiagem. A ameaça da escassez de água no mundo é iminente e registra atuais
crises e conflitos, já que783 milhões de pessoas estão vivendo sem água potável e
2,5 bilhões não têm acesso a saneamento adequado, segundo a Organização das
Nações Unidas - ONU (2014). A escassez de água no mundo é agravada em virtude
das desigualdades sociais (populações menos favorecidas desconhecem como lidar
com seu entorno) e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais.
Segundo a CETESB (2013), os números apresentados pela ONU deixam claro que
possuir água significa deter poder.
Interferências inconsequentes no curso de diversos rios; construção de hidrelétricas
sem estudo criterioso de impacto ambiental; violação de nascentes e urbanização de
áreas sem observação do seu entorno geralmente são consequências do
crescimento urbano que ocasiona uma infinidade de impactos danosos
para o meio como o acréscimo da poluição doméstica e industrial, que cria
condições ambientais inadequadas e gera poluição do ar e sonora,
aumento da temperatura, contaminação das águas e desenvolvimento de
doenças, entre outros problemas.
1.1 Poluição das Águas
Conforme relatado pela CETESB (2008), o desenvolvimento e a
industrialização das cidades, deficientes em seus sistemas de coleta e
11
tratamento dos esgotos gerados pela população e a carga de poluentes
lançadas no meio ambiente, resultam em prejuízos significativos para a
sociedade, como comprometimento da qualidade das águas dos rios e
reservatórios.
Segundo Coelho (2001): “A água é um dos mais importantes recursos e também um
dos mais suscetíveis aos impactos decorrentes de atividades antrópicas e sua
constante utilização requer um grande número de estudos para avaliar e manter sua
qualidade.”
A qualidade das águas sofre alterações de acordo com as fases do ciclo hidrológico;
da mesma maneira, quando a água tratada é consumida para uma determinada
finalidade, as características se alteram, resultando águas residuárias, que são os
esgotos ou efluentes líquidos (PIVELI, 2006).
Os esgotos domésticos contêm aproximadamente 99,9% de água. A fração restante
inclui sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, e microrganismos. A
característica do esgoto depende da destinação dada à água, que varia com o clima,
situação social e econômica e hábitos da população (VON SPERLING, 2005, apud
HESPANHOL, 2009).
Segundo a CETESB (2008), acrescente urbanização e industrialização de algumas
regiões do Estado de São Paulo, têm como consequência:
Um maior comprometimento da qualidade das águas dos rios e reservatórios, devido, principalmente, à maior complexidade de poluentes que estão sendo lançados no meio ambiente e à deficiência do sistema de coleta e tratamento dos esgotos gerados pela população.
A poluição do meio aquático altera as características hidrológica, físico-química e
biológica da água e pode comprometer sua qualidade e alterar a classe na qual está
enquadrada.
Chamamos de poluição das águas, a adição de substâncias contaminantes ou de
formas de energia que alterem a natureza do corpo d’água. (VON SPERLING, 2005,
apud HESPANHOL, 2009).
E ainda, conforme a CETESB (2008):
O deflúvio superficial urbano contém todos os poluentes que se depositam
na superfície do solo. Na ocorrência de chuvas, os materiais acumulados
em valas e bueiros são arrastados pelas águas pluviais para os cursos
12
d’água superficiais, constituindo-se numa fonte de poluição, tanto maior
quanto mais deficiente for a coleta de esgotos ou mesmo a limpeza pública.
A poluição das águas retarda sua autodepuração, podendo ocorrer em níveis acima
da capacidade assimilativa do corpo d’água, desta forma afetando a ocorrência dos
ecossistemas aquáticos, essenciais à preservação do planeta (COELHO, 2001).
O município não zela pela saúde da população, sem conhecer e manter o controle
da qualidade da água que possui. A inobservância desse aspecto pode custar caro,
com consequências graves à saúde local.
O monitoramento do ambiente possibilita a avaliação do grau de degradação
ambiental e da extensão da poluição, assim como ações de controle, redução e
extinção de suas origens (CHAPMAN (1989), apud COELHO (2011).
Ainda, com a atuação das redes de monitoramento, é possível avaliar a evolução da
qualidade das águas doces, estabelecer as áreas prioritárias para ações de controle
da poluição, assim como identificar os trechos mais degradados para fins de
remediação e prevenção (CETESB, [201-]).
O monitoramento de qualidade da água no Brasil encontra-se defasado devido,
principalmente, à limitação de recursos. Mas também existem problemas associados
à ausência de padronizações nas coletas e nas análises laboratoriais, além de
informações insuficientes à população e aos responsáveis por decisões, gerando
dificuldades na análise de diagnósticos e soluções efetivas quanto à gestão dos
recursos hídricos e à evolução de qualidade das águas (ANA, [201-]).
Pela Resolução CONAMA nº 357/2005, enquadramos os corpos d’água num
sistema de classes. A Resolução estabelece as condições e padrões de lançamento
de efluentes, de forma a enquadrar o corpo d’água conforme os níveis de poluição
das águas, determinando quais suas destinações e usos possíveis.
Este trabalho visa avaliar a qualidade da água do Rio Guaçu, localizado no
município de São Roque, principal receptor de despejos finais de origem doméstica
e industrial da cidade, com objetivo de facilitar o seu monitoramento futuro e
contribuir para estudos, melhorias e redução de danos ambientais ao rio e ao seu
entorno.
13
1.2 Justificativa do Estudo
São Roque é uma cidade caracterizada por sua abundância natural, possuindo
nascentes, rios e represas importantes para toda a região.
A cidade está contida em bacias de cursos d’água tributários do Rio Tietê, bacia do
Rio Sorocamirim e uma parcela pequena, na bacia do Rio São João. Muitos corpos
d’água da rede de drenagem encontrados no município, como córregos e nascentes,
não constituem volumes de água significantes e o nível de poluição ainda é baixo,
devido a pouca intensidade da pecuária e agricultura. (PLANO DIRETOR DE SÃO
ROQUE, 2005).
No entanto, as águas que cruzam as áreas mais densamente habitadas, encontram-
se altamente impactadas, com necessidade de estudos que classifiquem suas águas
e disponham dados robustos que possam ser empenhados em planejamentos e na
aplicação de medidas prioritárias de gestão da saúde do município.
O Rio Guaçu, principal receptor de despejos finais da cidade, com dados e registros
escassos ou ausentes, necessita ser analisado segundo suas características físicas,
químicas e biológicas. Este trabalho releva a necessidade de pesquisas que revelem
a situação atual e tendências futuras da qualidade do rio, de modo a fornecer
informações de fácil entendimento e que auxiliem estudos mais aprofundados sobre
os impactos gerados em sua extensão, tanto sobre a vida aquática como sobre a
saúde local e a destinação a ser dada às águas residuárias do município.
14
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a qualidade da água do Rio Guaçu, com vista à saúde pública e à
preservação da vida aquática.
2.2 Objetivos Específicos
Avaliar a qualidade da água do Rio Guaçu de acordo com o Índice de
Qualidade das Águas.
Determinar e avaliar os parâmetros de qualidade da água do Rio Guaçu.
Caracterizar e classificar as águas do Rio Guaçu.
15
3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
A cidade de São Roque, situada a aproximadamente 60 km da capital São Paulo
(Figura 1), desenvolveu-se em uma região de serras, morros e morrotes e ficou
conhecida por sua abundância natural, ambientes paisagísticos, pelo comércio de
vinho, alcachofras e interesses turísticos para esportes de aventuras, (ROSA, 2011).
A cidade foi fundada em 1657, pelo capitão paulista Pedro Vaz de Barros, Vaz
Guaçu- o Grande, devoto do santo francês São Roque, motivo pelo qual a cidade
recebeu esse nome. Imigrantes italianos e portugueses desenvolveram na cidade o
cultivo de uvas nas encostas dos morros, onde instalaram suas adegas e tornaram a
cidade conhecida como a “Terra do Vinho”, contribuição direta para sua cultura e
povoamento. As adegas existentes na cidade são atrativos turísticos, compondo o
conjunto mais expressivo da indústria vinícola do Estado de São Paulo (ROSA,
2011).
Figura 1: Limites administrativos de São Roque- SPFonte: www.igc.sp.gov.br
A população de São Roque foi estimada em 84.460 habitantes e área de 306, 908
km² (IBGE, 2013) e encontra-se em frequente expansão, com uma população em
16
crescimento contínuo, principalmente devido à baixa taxa de mortalidade infantil
(IBGE, 2010).
O relevo da cidade e o solo suscetível a erosão, favorecem processos erosivos e
pontos de assoreamento dos rios, além dos danos causados pelo processo de
ocupação irregular. Segundo o Ministério do Meio Ambiente- MMA (2000), em
algumas cidades brasileiras, a população em área irregular ou informal chegou a
50%.
O município possui 75,97% da população residindo em área urbana conforme
demonstra o mapa da Figura 2e faz divisa com os municípios: Mairinque, Itu,
Araçariguama, Itapevi, Vargem Grande Paulista e Ibiúna. O clima é temperado,
brando sem estiagem e a temperatura mínima é 22º, média 30º, Alta 33º (ROSA,
2011).
Figura 2: população urbana e rural de São Roque-SP (2010).Fonte: IBGE-2010
Pertencente à Bacia do Médio Tietê, a região de São Roque é composta pelas sub-
bacias situadas na porção central e ao norte do Município como tributárias do Rio
Tietê, que correm no sentido Sul-Norte; na região noroeste bacia do Ribeirão Guaçu,
a região nordeste a bacia do Ribeirão do Colégio, e ao sul do Município a bacia do
Rio Sorocamirim, que corre no sentido Leste-Oeste e é divisa entre os municípios de
17
São Roque e Ibiúna. A bacia do rio Sorocamirim, compartilhada pelos municípios
vizinhos, é a principal fonte de abastecimento de água potável de São Roque e de
Ibiúna (PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005).
A rede de drenagem do Município integra quatro bacias: a do Tietê a noroeste, a do
Juquiá ao sul, a do Itapetininga a sudoeste e a do Rio Sorocaba nas áreas leste,
central e noroeste.
O Rio Guaçu, localizado em São Roque, encontra-se numa área de preservação
ambiental, fazendo parte da Reserva do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo
(UNESCO). Infelizmente, ao atravessar a cidade, esse corpo d’água recebe dela
todo o lançamento de efluentes provenientes de fontes domésticas e industriais.
Seus principais contribuintes, o Rio Aracaí e o Rio Carambeí (Figura 3), nascem em
regiões afastadas do grande centro, porém, o planejamento urbano e gestão
ambiental insuficientes, inviabilizam um sistema de captação de efluentes, ocorrendo
perda substancial da qualidade dos mesmos (ROSA, 2011).
Figura 3: Rio Carambeí em percurso urbano – Avenida Antonino Dias Bastos sedimentos e acúmulo de resíduos nas laterais do canal.Fonte: Gilberto Chagas
18
O Rio Guaçu ocupa áreas propícias ao assoreamento e a inundações devido à
ocupação irregular no seu entorno e à movimentação do solo, conforme observado
nas Figuras 4, 5 e 6:
Figura 4: Assoreamento no rio Guaçu. Fonte: Gilberto Chagas
Figura 5: Residência/borracharia fixada em área irregular no entorno. Fonte: Gilberto Chagas
19
Figura 6: Rio Guaçu – São Roque – pontos de erosão, resíduos espalhados nas margens e ausência de mata ciliar. Fonte: Gilberto Chagas
Ao longo do Rio Guaçu, verificam-se diversas descargas de corpos d’água poluídos,
com elevada carga orgânica, muitos de origem desconhecida (Figura 7),
prejudicando o ecossistema do rio (Figura 8).
Figura 7: Corpo d’água desconhecido poluído que deságua no Rio Guaçu. Fonte: Próprio Autor
20
Figura 8: Continuação do Rio Guaçu após receber descarga de corpo d’água desconhecido. Fonte: Próprio Autor
Destaca-se a confluência do Ribeirão do Marmeleiro com o Rio Guaçu, como grande
fonte poluidora que agrava a situação das águas do rio, devido ao elevado teor de
matéria orgânica despejada pelo ribeirão proveniente de vários bairros da região
(Figura 9).
Figura 9: Confluência do Ribeirão Marmeleiro com o Rio Guaçu. Fonte: Próprio Autor
21
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 Monitoramento
O monitoramento do ambiente é importante fonte de informações relevantes sobre a
extensão da poluição e seus prováveis impactos, como forma de avaliar a eficiência
de ações mitigadoras, adotadas com o propósito de diminuir ou mesmo eliminar sua
origem (CHAPMAN, 1989, apud COELHO, 2001).
Soares (2003), citado por Hespanhol (2009), pontua:
A localização das estações de monitoramento na bacia hidrográfica,
denominada de macrolocalização, a determinação de frequências de
amostragem e a definição das variáveis a serem monitoradas, são
atividades associadas ao projeto da rede de monitoramento da qualidade da
água. A rede de monitoramento, por sua vez, é parte do sistema de
informações sobre qualidade da água, cujo objetivo é a descrição dos
fenômenos físicos, químicos e biológicos relacionados à qualidade do corpo
d’água.
No Estado de São Paulo, com a Rede de Monitoramento de Qualidade das Águas
Interiores do Estado de São Paulo, a CETESB monitora 22 Unidades de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos, operação realizada desde 1974, que
viabiliza o conhecimento e acompanhamento das condições existentes nos
principais rios e reservatórios situados nas Unidades. A localização da UGRHI está
estrategicamente estruturada dentro da bacia hidrográfica, onde os recursos hídricos
se direcionam para um corpo d’água principal (CETESB, [201-]).
O monitoramento tradicional pode ser realizado pelas análises físicas e químicas
das águas que recebem os resíduos de origem doméstica ou industrial. Com os
métodos biológicos introduzidos mais tarde, foi possível conhecer mais do que
apenas as concentrações e alterações dos resíduos no tempo e no espaço, mas
também as respostas biológicas às mudanças ambientais e à ação dos
contaminantes (COELHO, 2001).
Devido ao monitoramento, é possível avaliar tendências na qualidade da água e
observar como esta é afetada por contaminantes e atividades antrópicas. O
monitoramento tem o objetivo de medir ou verificar parâmetros de qualidade e
22
quantidade de água, contínua ou periódica, dessa forma, acompanhando a evolução
das condições da qualidade da água ao longo do tempo.
4.2 Aspectos Legais
A legislação ambiental atua para garantir a preservação, conservação e qualidade
do meio ambiente e dos recursos naturais. Em relação aos recursos hídricos, ela
envolve políticas que tratam do direcionamento e repartição de responsabilidades
entre as esferas federal, estaduais e municipais.
O início das melhorias na gestão dos recursos hídricos foi dado a partir da
implementação do Código de Águas, estabelecido pelo Decreto Federal nº 24.643
de 10 de julho de 1934 e ainda em vigor, que posteriormente sofreu revogação de
alguns artigos, pela Constituição Federal (HESPANHOL, 2009)
Previstos na Constituição, uma Política Nacional de Recursos Hídricos e um Sistema
Nacional de Recursos Hídricos, foram determinantes para a aprovação da Lei 9.433,
em 8 de janeiro de 1997 que, por sua vez, definia como um de seus objetivos, a
criação de um Sistema de Informações de Recursos Hídricos (SOARES, 2003, apud
HESPANHOL, 2009).
Em julho de 2000, foi criada a Agência Nacional de Águas (ANA), por meio da Lei n°
9.984, cabendo-lhe supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades
decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos,
dentre outros (Diário Oficial da União - D.O.U).
A legislação vigente no Estado de São Paulo é dada pelo Decreto Estadual 8468/76
e a federal pela Resolução CONAMA n° 357/05 (Alterada pela Resolução 410/2009
e pela 430/2011). As duas legislações estabelecem que o uso dos recursos hídricos
deve atender, dentre outros, padrões para abastecimento público e para
preservação do equilíbrio das comunidades aquáticas (CETESB, 2008). No entanto,
na Resolução CONAMA n° 357/2005, os padrões de qualidade exigidos são
determinados de acordo com o uso pretendido do corpo d’água, dentro de um
sistema de classes. Cada classe exige um limite individual de cada substância e o
conjunto dos parâmetros de qualidade da água deve ser monitorado pelos órgãos
públicos responsáveis.
23
4.3 Qualidade da Água
A água é o solvente universal que possui elevada tensão superficial, auxilia na
absorção dos nutrientes do solo, possui alto calor específico, contribui para todo o
processo vital dos ecossistemas da natureza e vários outros processos no qual faz
parte; o próprio homem contém 70% de sua constituição composta por água. A
qualidade e quantidade disponível desse recurso no ambiente são determinantes
para o desenvolvimento econômico e social de uma comunidade (PAIVA, 2001,
apud HESPANHOL, 2009).
Oliveira, 2004, citado por Hespanhol, 2009, fala sobre a importância dos corpos
d’água para uma cidade:
A qualidade dos corpos d’água em uma cidade é uma das principais, senão
a maior, referência de qualidade de vida da cidade. A água, como bem
natural dotado de valor econômico, deve ser garantida tanto para a
manutenção do equilíbrio ecológico, como para os múltiplos usos exigidos
pela sociedade, garantindo, assim, a sua conservação para as futuras
gerações.
Os objetivos do controle da qualidade das águas são relacionados com a
conservação e melhoria das fontes ou mananciais, aplicação da tecnologia
apropriada para correção, tratamento, distribuição e uso seguro no destino final para
coleta, transporte, tratamento e disposição adequados das águas residuárias no
ambiente. O próprio esgoto tratado, dependendo novamente do uso, como é o caso
de irrigação controlada, pode ser uma fonte de nutrientes e de água, esta de
qualidade inferior, comparada com a água de abastecimento (PIVELI, 2006).
Conforme ALVES, 2006, citado por HESPANHOL, 2009, a variação da qualidade da
água depende do regime hidrológico do rio, como a variação da vazão da água, ao
número de cheias por ano. Durante o período de enchente, a qualidade da água
geralmente mostra variações notáveis, devido às diferenças na sua origem: alguns
tipos vão carregar sólidos suspensos, outros, carbono orgânico dissolvido e
nutrientes. A Resolução 357/2005 do CONAMA procurou estabelecer parâmetros
que delimitem quantidades aceitáveis de elementos naturalmente presentes,
considerando as diferentes utilizações da água.
24
4.4 Indicadores
A água é de vital importância para a sobrevivência dos seres vivos, uma vez que
está presente na maioria dos processos metabólicos. Ela interage com todo o
ambiente, funcionando como indicador ambiental de grande eficiência (OKI, 2002,
apud HESPANHOL, 2009).
Os rios são sistemas complexos que formam as bacias hídricas. De acordo com
Hynes, 1970, citado por Hespanhol, 2009, salienta-se:
Por meio do ciclo hidrológico, as chuvas precipitadas sobre as vertentes irão
formar o deflúvio superficial, que irá carrear sedimentos e poluentes para a
rede de drenagem. Desta forma, o rio é um integralizador dos fenômenos
ocorrentes nas vertentes da bacia, que pode ser avaliado pelos parâmetros
de qualidade da água.
Para um eficiente controle da qualidade das águas deve-se conhecer suas
propriedades naturais, conceitos, importância, aplicação, como determinar
analiticamente o significado de cada um dos parâmetros que juntos indicam suas
características físicas, químicas e biológicas (PIVELI, 2006).
Os coliformes fecais são avaliados e utilizados como indicadores biológicos da
qualidade da água do rio. A detecção de bactérias do grupo coliformes
termotolerantes nas águas indica contaminação proveniente das fezes humana e/ou
animal.
A água contaminada pode ser medida por meio de características físicas, químicas e
biológicas das impurezas existentes que, a partir disso, são analisadas por
parâmetros de qualidade.
4.4.1 Parâmetros físicos
I –Turbidez
A turbidez indica o grau de atenuação que um feixe de luz sofre ao atravessar a
água. Essa atenuação ocorre pela absorção e espalhamento da luz causada pelos
sólidos em suspensão (silte, areia, argila, algas, detritos, etc). O aumento da
turbidez faz com que uma quantidade maior de produtos químicos (ex: coagulantes)
25
sejam utilizados nas estações de tratamento de águas, aumentando os custos de
tratamento. Além disso, a alta turbidez também afeta a preservação dos organismos
aquáticos, o uso industrial e as atividades de recreação (ANA, 2013).
II –Temperatura
A temperatura influencia vários parâmetros físico-químicos da água, tais como a
tensão superficial e a viscosidade. Os organismos aquáticos são afetados por
temperaturas fora de seus limites de tolerância térmica, o que causa impactos no
seu crescimento e reprodução (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, [201-]).
4.4.2 Parâmetros químicos
I -Potencial Hidrogeniônico (pH)
O pH afeta o metabolismo de várias espécies aquáticas. A Resolução CONAMA 357
(Alterada pela Resolução 410/2009 e pela 430/2011) estabelece que, para a
proteção da vida aquática o pH deve estar entre 6 e 9. Alterações nos valores de pH
também podem aumentar o efeito de substâncias químicas que são tóxicas para os
organismos aquáticos, tais como os metais pesados.
Segundo a CETESB (2008): “Por influir em diversos equilíbrios químicos que
ocorrem naturalmente ou em processos unitários de tratamento de águas, o pH é um
parâmetro importante em muitos estudos no campo do saneamento ambiental.”
II - DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) traduz indiretamente a quantidade de
matéria orgânica presente no corpo d’água. A matéria orgânica é formada por
inúmeros componentes, como compostos de proteína, carboidratos, ureia,
surfactantes (detergentes), gordura, óleos, fenóis, pesticidas, etc. O valor da
Demanda Bioquímica de Oxigênio é usado para estimar a carga orgânica dos
efluentes e dos recursos hídricos, e com esses valores é possível calcular qual a
necessidade de aeração (oxigenação) para degradar essa matéria orgânica nas
26
Estações de Tratamento de Esgoto (ETE’s) (UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VIÇOSA, [201-]).
III - Sólidos Totais
Conforme PIVELI (2005), “Sólidos na água correspondem a toda matéria que
permanece como resíduo, após evaporação, secagem e calcinação da amostra a
uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado”.
IV - Oxigênio Dissolvido (OD)
A disponibilidade de Oxigênio Dissolvido (OD) na água depende do balanço entre a
quantidade consumida por bactérias para oxidar a matéria orgânica e a quantidade
produzida no próprio corpo d’água através de organismos fotossintéticos. O nível de
OD na água não deve permanecer negativo por tempo prolongado, pois caso haja
ausência de oxigênio na água, pode ocasionar geração de maus odores, o
crescimento de outros tipos de bactérias e morte de diversos seres aquáticos, como
peixes (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, [201-]).
V –Nitrogênio
O Nitrogênio é encontrado nos corpos d’água nas formas de nitrogênio orgânico,
amoniacal, nitrito e nitrato. Lançado em grandes quantidades nos corpos d’água,
junto com outros nutrientes tais como o fósforo, causa um crescimento excessivo
das algas, podendo prejudicar o abastecimento público, a recreação e a preservação
da vida aquática (ANA, [201-]).
VI –Fósforo
O Fósforo é um nutriente e não traz problemas de ordem sanitária para a água. Tem
origem nos despejos domésticos e/ou industriais, detergentes, excrementos de
animais e fertilizantes. Encontrado principalmente na forma de fosfatos,
concentrações elevadas de fósforo podem contribuir para a proliferação de algas e
acelerar, indesejavelmente, em determinadas condições, o processo de
27
eutrofização. Por outro lado, o fósforo é um nutriente fundamental para o
crescimento e multiplicação das bactérias responsáveis pelos mecanismos
bioquímicos de estabilização da matéria orgânica (CETESB, 2008).
4.4.3 Parâmetros biológicos
I - Coliformes Fecais
A determinação da concentração dos coliformes é de suma importância como
parâmetro indicador da possível existência de microrganismos patogênicos que
transmitem doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifoide,
disenteria bacilar e cólera (CETESB, 2008).
Os coliformes podem ser totais ou fecais. Os coliformes totais compõem os grupos
de bactérias gram-negativas que podem ser aeróbicas ou anaeróbicas, conforme o
ambiente e a bactéria; não originam esporos e fermentam a lactose, produzindo
ácido e gás a 35-37°C. O grupo inclui os gêneros Escherichia, Citrobacter,
Enterobacter e Klebsiella. Os coliformes fecais ou “termotolerantes” suportam
temperatura superior a 40°C, convivem em simbiose com humanos e animais de
sangue quente (no trato gastrintestinal), assim como são encontradas no solo
(ARAÚJO, 2013).
A principal componente deste grupo é a bactéria gram-negativa Escherichia coli,
espécie termotolerante de origem fecal, humana e animal que por si só não
representa perigo à saúde, mas pode servir como indicador da presença de
organismos patogênicos.
4.5 Índice de Qualidade da Água (IQA)
Os índices e indicadores ambientais nasceram como resultado da crescente
preocupação social com os aspectos ambientais do desenvolvimento, processo que
requer um número elevado de informações em graus de complexidade cada vez
maiores. Além disso, os indicadores tornaram-se fundamentais no processo
decisório das políticas públicas e no acompanhamento de seus efeitos (CETESB,
2008).
28
A CETESB utiliza desde 1975, o Índice de Qualidade das Águas – IQA, como
informação básica de qualidade de água facilitando o entendimento para o público
em geral, bem como para o gerenciamento ambiental das 22 Unidades de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.
Segundo a CETESB (2008), as variáveis de qualidade, que fazem parte do cálculo
do IQA, refletem, principalmente, a contaminação dos corpos hídricos ocasionada
pelo lançamento de esgotos domésticos. É importante também salientar que esse
índice foi desenvolvido para avaliar a qualidade das águas, tendo como
determinante principal a sua utilização para o abastecimento público, considerando
aspectos relativos ao seu tratamento.
Os parâmetros analisados e considerados relevantes para o cálculo são nove:
temperatura, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, DBO (Demanda Bioquímica de
Oxigênio), Fósforo, Nitrogênio, Sólidos e Coliformes. Para a verificação do IQA, é
utilizada a seguinte fórmula:
QA=∏i−1
n
qiwi
Onde:
qi : qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva
curva média de variação de qualidade, em função de sua concentração ou medida e;
wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em
função da sua importância para a conformação global de qualidade.
Esses valores do IQA variam entre 0 e 100, de acordo com o quadro da Figura 10:
29
Categoria Ponderação
Ótima 79 < IQA £ 100
Boa 51 < IQA £ 79
Regular 36 < IQA £ 51
Ruim 19 < IQA £ 36
Péssima IQA £ 19
Figura 10: Quadro com valores de Índice de Qualidade das Águas.Fonte: CETESB, 2008.
4.6 Autodepuração da água
O restabelecimento do equilíbrio das águas está diretamente ligado ao processo de
autodepuração, por mecanismos essencialmente naturais, após as alterações
induzidas pelos despejos afluentes. Mesmo ao ser considerado depurado, o corpo
d’água pode não estar totalmente purificado em termos higiênicos, apresentando,
por exemplo, organismos patogênicos (VON SPERLING, 2005, apud HESPANHOL,
2009).
Agentes naturais físicos, químicos e biológicos auxiliam na autodepuração das
águas junto à decomposição biológica realizada por microrganismos na matéria
orgânica e transformações cíclicas ocorrentes. Por esses processos, as águas
retornam ao estado que se encontravam antes da poluição.
A existência de matéria orgânica num corpo d’água promove o consumo de oxigênio
dissolvido, utilizado pelas bactérias decompositoras desta matéria. À medida que a
30
concentração de oxigênio diminui, a qualidade da água sofre alterações que
resultam em diversos problemas ambientais como a poluição.
Pela determinação da concentração de oxigênio dissolvido, estuda-se o fenômeno
de autodepuração natural das águas, onde são balanceadas as entradas e saídas
de oxigênio através do tempo nas massas líquidas, obtendo-se sua concentração
em pontos diversos (PIVELI, 2009).
Segundo Braga et al. (2004), citado por Hespanhol (2009), o processo de
autodepuração ocorre pela decomposição e pela recuperação do oxigênio dissolvido
(reaeração). Os seres decompositores aeróbios utilizam o oxigênio dissolvido na
água para realizar seu metabolismo e passam a competir com os demais
organismos. Com alimentos e mecanismos bioquímicos à sua disposição, sua
sobrevivência é facilitada e mesmo com oxigênio dissolvido bastante baixo, ganham
a competição. Dessa forma, ocorre a morte de seres aquáticos como peixes e a
população de decompositores se prolifera. Assim, a matéria orgânica biodegradável
causa poluição. O processo de autodepuração completa-se com a reposição, pela
reaeração, desse oxigênio consumido.
31
5 MATERIAIS E MÉTODOS
As amostras foram coletadas em três pontos distintos ao longo do rio,
georeferenciados por aparelho GPS, contendo as seguintes coordenadas:
Estação 1(E1): S 23°31.490’W 47°07.988’ Altitude: 767 m
Estação 2(E2): S 23°28.800’ W 47°08.516’ Altitude: 678 m
Estação 3(E3): S 23°25.174 W 47°08.001’ Altitude: 641 m
As Estações foram escolhidas levando-se em conta alguns critérios (Figura 11):
considerado o início do rio, após confluência de dois outros rios (E1); área crítica de
disposição de esgoto (E2); após o início do processo de autodepuração do rio (E3).
E1 E2
E3
32
Figura 11: Estações de coleta do Rio Guaçu: Estação 1 (E1), Estação 2 (E2) e Estação 3 (E3).Fonte: Próprio Autor
As coletas de amostras para análise foram realizadas em 4 (quatro) períodos:
Outubro de 2013, Janeiro, Março e Abril de 2014. As coletas realizadas em Janeiro e
Março seriam realizadas em Dezembro/2013 e Fevereiro/2014, respectivamente,
mas devido a imprevistos técnicos e relacionados ao tempo, foram adiadas para os
meses subsequentes. As coletas foram feitas considerando períodos de seca e
chuva (Figuras 12, 13 e 14).
Figura 12: Primeira estação de coleta (E1) Rio Guaçu, São Roque. Fonte: Próprio Autor
Figura 13: Coleta de amostra no Rio Guaçu, São Roque, SP. Fonte: Próprio Autor
33
Figura 14: Estação de coleta E3 do Rio Guaçu, São Roque, SP. Fonte: Próprio Autor
Os parâmetros de qualidade foram descritos no item 4.4 e determinados pelos
resultados das amostras coletadas, sendo estes: Coliformes totais, Demanda
Bioquímica de Oxigênio - DBO, pH, Nitrogênio, Fósforo, Temperatura, Turbidez,
Oxigênio Dissolvido (OD) e Sólidos Totais. Após a determinação das variáveis de
qualidade de todas as amostras terem sido realizadas, foi feito o cálculo do Índice de
Qualidade das Águas- IQA, utilizado pela CETESB, para interpretação das águas do
rio, de acordo com a metodologia da National Sanitation Foundation dos Estados
Unidos da América, adaptado e desenvolvido pela CETESB, descrito no item 4.5.
Em Janeiro de 2014, foi possível calcular o IQA apenas para as estações 1 e 3, pois
na estação 2, houve erro de leitura da turbidez, parâmetro de qualidade necessário
para o cálculo do IQA.
As amostras de água do Rio Guaçu foram coletadas de forma direta, reservadas em
frascos plásticos que foram numerados e sacos específicos para análises biológicas
do tipo “whirl-pak®”. Após as coletas, as amostras foram identificadas e
acondicionadas (Figura 15) em caixas de isopor com gelo, mantendo a temperatura
entre 1ºC e 4°C.
34
Figura 15: Frascos plásticos numerados com amostras coletadas. Fonte: Ricardo Coelho
Alguns parâmetros foram determinados em campo: temperatura, pH, turbidez e
oxigênio dissolvido (Figura 16). Os aparelhos utilizados seguem as seguintes
descrições:
pHmetro - marca Tecnopon, modelo mPA 210;
Oxímetro portátil - Marca: Lutron Eletronic, Modelo: DO5519;
Turbidímetro – Marca: Orion, Modelo: AQ4500;
Aparelho GPS – Marca: Garmin, Modelo: e-Trex 10.
Os demais parâmetros foram encaminhados para o laboratório da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo (USP) e analisados de acordo com a metodologia
descrita pelo Standard Methods for Water and Wastewater (APHA, 2012).
35
Figura 16: Análise em campo de parâmetros da água do Rio Guaçu, São Roque. Fonte: Ricardo Coelho
Para encontrar o Nitrogênio Total da amostra são realizados os processos de
digestão, destilação e titulação do Nitrogênio amoniacal e do Nitrogênio orgânico.
O Fósforo Total das coletas de amostragem foram determinados a partir do
espectofotômetro a 880 nm. Os fosfatos orgânicos sofrem a digestão química prévia
(como digestores, os ácidos sulfúrico e nítrico), seguida de colorimetria.
Os Sólidos Totais de cada amostra do rio foram definidos pela evaporação a banho-
maria de uma porção da amostra e secagem posterior em estufa a 103°-105°. Uma
cápsula de porcelana numerada é utilizada, lavada com água destilada, calcinada
em forno mufla 550-600 C°, onde então a amostra é introduzida na cápsula por uma
proveta de 100 ml e submetida a banho-maria. Em seguida vai à estufa de secagem,
até chegar a peso constante e realizado pesagem em balança analítica.
A determinação da DBO foi obtida através das medidas da concentração de oxigênio
dissolvido nas amostras antes e após um período de incubação de 5 dias a 20ºC,
necessário para ocorrência das reações bioquímicas.
36
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das coletas foram analisados e comparados aos padrões exigidos
pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para águas Classe 2, 3 e 4. A tabela 1
mostra os valores obtidos nas análises de cada parâmetro. A tabela 2, apresenta os
valores médios de cada Estação e os valores determinados pela legislação em
águas classe 3.
Tabela 1- Valores obtidos nas análises das Estações 1(E1), 2(E2) e 3(E3).Data da coleta out/13 jan/14
Parâmetro E 1 E 2 E 3 E 1 E2 E3OD 5,8 2,3 5,8 7,9 4,8 7,8Temperatura 20 24,3 24,3 23,6 25,2 24,5pH 7,4 7,3 7,5 7,7 7,4 7,6Turbidez 21,2 20 22,3 71,6 - 48,9DBO 6 16 8 7 7 5Nitrogênio 3 6 3 2 8 0,5Fósforo 0,04 0,25 0,05 0,21 0,21 0,37Sólidos Totais 120 170 60 260 430 200
Coliformes 1000010100
0 660027200
0 272000 50100
Data da coleta mar/14 abr/14Parâmetro E1 E2 E3 E1 E 2 E 3
OD 3,4 2 4,3 1,8 0,5 0,8Temperatura 24 25,9 24,6 21 22,1 21,2pH 7,6 7,5 7,7 7,3 7,2 7,4Turbidez 14,8 17,3 17,6 12,5 16,4 7,5DBO 8 7 8 12 14 10Nitrogênio 2 7 0,5 1 9 3Fósforo 0,5 0,5 0,5 0,18 0,1 0,37Sólidos Totais 190 290 240 150 250 170
Coliformes 150000 440000630
0 310000 96000 3200
37
Tabela 2 – Valores médios das análises de parâmetros do Rio Guaçu e os limites permitidos pela Resolução CONAMA nº357/2005 para águas Classe 3.
Estações (Média)
Parâmetro E1 E2 E3 Limite CONAMA 357/05Oxigênio dissolvido 4,72 2,4 4,67 mg.L -¹ ≥4Temperatura 22,15 24,37 23,65 mg.L -¹ -pH 7,5 7,35 7,55 un. pH 6-9,0Turbidez 30,02 17,9 24,07 UNT Até 100DBO 8,25 11 7,75 mg.L -¹ 10Nitrogênio 2 7,5 1,75 mg.L -¹ 13,3Fósforo 0,23 0,26 0,32 mg.L -¹ 0,15Sólidos Totais 180 285 167,5 mg.L -¹ -
Coliformes Fecais18550
0 227250 16550 NPM/100 ml-1 2500
6.1 Temperatura da água
As temperaturas das águas, durante as coletas realizadas, estão representadas na
Figura 17. A temperatura mais elevada foi de 25,9 C° na Estação 2, no mês de
Março de 2014, e a mais baixa de 20 C° na Estação 1, no mês de Outubro de 2013.
A temperatura média das Estações está apresentada na Figura 18.
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140
5
10
15
20
25
30
Temperatura - C °
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
C°
Figura 17: Temperatura da água durante as coletas realizadas no Rio Guaçu, em São Roque-SP, no período de outubro/2013 a Abril/2014.
38
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E321
21.5
22
22.5
23
23.5
24
24.5
25
Temperatura Média das Estações
Series1
C°
Figura 18: Temperatura média da água de todas as Estações.
O aumento da temperatura dos corpos d’água acelera a velocidade das reações
químicas e biológicas, como diminuição da solubilidade de gases, que resulta em
mau cheiro. Sendo assim, é um parâmetro de grande importância.
Não houve alterações significativas de temperatura durante os meses coletados, no
qual a temperatura média de todas as Estações foi de 23,3 C°.
6.2 Oxigênio Dissolvido (OD)
O Oxigênio Dissolvido (OD) foi mais elevado em Janeiro de 2014, 7,9 mg.L-1 na
Estação 1. E o menor valor encontrado foi de 0,5 mg.L-1 em Abril de 2014, na
Estação 2 (Figura 19). A média de OD nas Estações foi apresentada na Figura 20.
39
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140
1
2
3
4
5
6
7
8
9
OD - oxigênio dissolvido (mg L-1)
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
OD
- mg/
L
Figura 19: Variação das concentrações de Oxigênio Dissolvido (OD) Nas coletas realizadas no Rio Guaçu, São Roque-SP (Out/13 a Abril/14).
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E,2 e E30
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
Média Oxigênio Dissolvido (OD)
Series1
mg/
L
Figura 20: Média de Oxigênio Dissolvido das Estações de Coleta do Rio Guaçu.
Na Estação 2, observa-se OD bem abaixo dos limites estabelecidos pela legislação
para águas de classe 4, que determina que seja superior a 2,0 mg.L-1 em qualquer
amostra. O valor médio das Estações de coleta foi de 3,93 mg.L-1. Comparado ao
monitoramento do Córrego Franquinho, Unidade Hidrográfica Alto Tietê, SP
(COELHO, 2001, p.52), que apresentou valor mínimo de 0,42 e máximo de 3,25
mg.L-1, o Rio Guaçu demonstra estar menos deteriorado, apresentando OD mais
40
elevado em seus primeiro e último ponto no mês de Janeiro de 2014. Esse resultado
justifica-se pelo fato de o rio evidenciar o início do processo de autodepuração na
Estação 3. É relevante mencionar que a coleta de Janeiro nas Estações 1 e 3, foram
realizadas em período do ano onde ocorreram constantes precipitações
pluviométricas, favorecendo a apresentação de OD mais elevado. Dessa forma,
segundo os limites determinados pelo CONAMA, que determina > 4 = classe 3; > 5=
classe 2 e > 6 = classe 1, os valores encontrados na Estação 1, de 7,9 mg L-1 no
mês de Janeiro/2014, classifica o rio de acordo com os padrões exigidos para águas
Classe 1 (OD não inferior a 6,0 mg.L-1), mas segundo a média, as Estações 1 e 3
são classificadas como classe 3 e a Estação 2 como classe 4.
6.3 Potencial Hidrogeniônico (pH)
Conforme mostra a Figura 21, o pH mais elevado foi de 7,7, encontrado na Estação
3, no mês Março de 2014. O menor valor foi de 7,2 em Abril de 2014 na Estação 2
e a média das Estações foi de 7,4 (Figura 22).
Observa-se que o pH demonstra tendência a estar neutro e encontra-se de acordo
com o limite exigido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para águas doces de
classes 1, 2 e 3 (6 a 9), em todas as amostras.
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/146.9
7
7.1
7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
7.7
7.8
pH (Potencial Hidrogeniônico)
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
pH
Figura 21: Variação do Potencial Hidrogeniônico (pH) das coletas realizadas no Rio Guaçu, São Roque-SP, de Outubro/2013 a Abril/2014.
41
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E37.25
7.3
7.35
7.4
7.45
7.5
7.55
7.6
Média de Potencial Hidrogeniônico (pH)
Series1
pH
Figura 22: Média do Potencial Hidrogeniônico (pH) das Estações de Coleta do Rio Guaçu, São Roque, SP (E= Estação de Coleta).
6.4 Sólidos Totais
Obteve-se maior valor de Sólidos Totais na água de 430 mg.L-1, no mês de Janeiro
de 2014 (Figura 23) e o menor valor obtido foi de 90 mg.L-1, em Outubro de 2013, na
Estação 3, onde houve chuva nas últimas 24 horas. A média das Estações consta
na Figura 24.
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140
50100150200250300350400450500
SÓLIDOS TOTAIS (mg.L-1)
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
SÓLID
OS
mg/
L
Figura 23: Resultados das análises de Sólidos Totais das coletas.
42
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E30
50
100
150
200
250
300
Média de valores de Sólidos Totais (ST)
Series1
mg/
L
Figura 24: Média de concentração de Sólidos Totais (ST) das Estações.
Os Sólidos Totais representam o teor de matéria seca no corpo d’água.
A Resolução CONAMA 357/2005 não menciona sobre esse parâmetro, mas
comparando aos valores do Rio Uberabinha, analisados por Gonçalves (2009), os
quais apresenta médias crescentes de Sólidos Totais chegando à máxima obtida de
78,1 mg.L-1. O Rio Guaçu contém médias mais elevadas chegando à 285 mg.L-1 na
Estação 2.
6.5 Turbidez
Verificou-se a Turbidez máxima de 71,6 UNT, na Estação 1, no mês de Janeiro de
2014 e o menor valor obtido, 7,5 UNT, foi encontrado na Estação 3, no mês de Abril
de 2014 (Figura 25). A média de Turbidez das Estações foi de 24 UNT (Figura 26).
As médias de Turbidez das Estações estão representadas na Figura 26.
43
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140
1020304050607080
Turbidez - UNT
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
TURB
IDEZ
(UN
T)
Figura 25: Valores de turbidez das coletas realizadas no Rio Guaçu, no período de Outubro de 2013 a Abril de 2014 – São Roque, SP.
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E30
5
10
15
20
25
30
35
Valores médios de Turbidez das Estações
Series1
UNT
Figura 26: Média de Turbidez das Estações.
Quando a penetração da luz solar no corpo d’água diminui, altera a oxigenação no meio.Para classificação de águas de classes 2 e 3 são estabelecidas o máximo de 100
Unidades Nefelométricas de Turbidez (UNT), desta forma, a média de Turbidez das
Estações do Rio Guaçu está de acordo com o padrão exigido pela legislação,
enquanto os resultados de Turbidez do Córrego Franquinho, monitorado por Coelho
(2001), apresentaram valores elevados,fora da legislação, com valor máximo de 377
UNT. Os valores máximos de Turbidez do Rio Guaçu e do córrego Franquinho
44
ocorreram no mês de Janeiro, o que leva a concluir que, em períodos chuvosos, o
espalhamento e carregamento de partículas para os rios aumentam
substancialmente.
6.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
O valor mais elevado para Demanda Bioquímica de Oxigênio foi de 16 mg.L-1, em
Outubro de 2013, na Estação 2. Relevante mencionar que houve ocorrência de
chuva nas últimas 24 horas. O menor valor obtido foi de 5 mg.L-1, em Janeiro de
2014 na Estação 3 (Figura 27). A média encontrada das Estações foi de 9 mg.L-1
(Figura 28).
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/1402468
1012141618
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)mg .L-1
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
DBO
mg/
L
Figura 27: Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) das coletas de água realizadas no Rio Guaçu, São Roque- SP, de Outubro/13 a Abril/14.
45
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E30
2
4
6
8
10
12
Média de DBO das Estações de Coleta (mg. L-1)
Series1
mg/
100
ml
Figura 28: Valor médio da DBO das Estações de coleta do Rio Guaçu.
A maior DBO encontrada na Estação 2, ultrapassa os limites estabelecidos pela
legislação, caracterizando as águas como classe 4, para usos menos exigentes.
Pode-se concluir que a quantidade de matéria orgânica presente nesse ponto é
maior que sua capacidade de assimilação. Ao contrário, a DBO de menor valor,
encontrada em Janeiro/2014, apresenta padrões que se enquadram em águas de
classe 2, segundo CONAMA 357/2005. Mesmo apresentado esse mínimo valor de
DBO no ponto descrito, comparando os resultados à avaliação realizada por
Gonçalves (2009) no Rio Uberabinha, Uberlândia, MG, após já ter sido alterado por
atividades antrópicas, obteve-se DBO máxima de 7,1 mg.L-1, enquanto o Rio Guaçu,
encontrou seu valor médio de DBO 9 mg.L-1, fora dos padrões da legislação.
6.7 Fósforo Total
O maior valor de Fósforo total encontrado foi de 0,37 mg. L-1, em Janeiro de 2014 na
Estação 3 e o mesmo valor em Abril de 2014, também na Estação 3. O menor valor
foi de 0,04 mg.L-1, em Outubro de 2013(Figura 29).O valor médio das Estações foi
de 0,27 mg.L-1(Figura 30).
46
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
FÓSFORO TOTAL (mg.L-1)
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
FÓSF
ORO
mg/
L
Figura 29: Valores de Fósforo total nas coletas de água realizadas no Rio Guaçu, em São Roque-SP, de Outubro de 2013 a Abril de2014.
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E30
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
Média Fósforo Total das Estações de coleta (mg.L-1)
Series1
mg/
L
Figura 30: Média da concentração de Fósforo das amostras.
Os principais contribuintes para elevados teores de fósforo nas águas são os
detergentes, oriundos de esgotos domésticos, que podem contribuir para o processo
de eutrofização e a proliferação de algas.
47
Apenas as Estações 1 e 3 em Janeiro de 2014 e a Estação 2 em Abril de 2014, não
ultrapassaram os limites permitidos pela legislação, todos os outros estão acima do
padrão de Fósforo Total de 0,10 mg.L-1 para ambientes caracterizados lóticos, para
classe 1 e 0,15 mg.L-1 para classe 3. Comparado ao Rio Uberabinha, monitorado por
Gonçalves (2009) em 5 estações distintas, por oito meses, com Fósforo total obtido
acima dos limites apenas na média dos dois últimos pontos, o Rio Guaçu encontra-
se em piores condições, com todas as médias de cada Estação, acima dos limites
da Resolução CONAMA 357/2005. Mas comparado ao Córrego Franquinho,
Unidade Hidrográfica Alto Tietê, com valor máximo de Fósforo Total obtido de 5,25
mg.L-1, muito elevado em relação à legislação, o Rio Guaçu se encontra em
condições bem melhores.
Os três valores de Fósforo das coletas do mês de Março de 2014 foram
apresentados como menores que 1 (<1) e considerados como 0,5 mg.L-1 para efeitos
de cálculo.
6.8 Nitrogênio Total
O Nitrogênio total foi verificado com o valor máximo de 9 mg.L-1, na Estação 2, em
Abril de 2014 e o menor valor foi de 1 mg.L-1, apresentado na Estação 1, na mesma
coleta realizada no mês de Abril (Figura 31). A média encontrada nas Estações foi
de 3,75 mg.L-1 (Figura 32).
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140123456789
10
NITROGÊNIO TOTAL (mg.L-1)
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
NIT
ROGÊ
NIO
mg/
L
Figura 31: Valores de Nitrogênio total analisados nas coletas de água do Rio Guaçu, São Roque-SP, de Outubro de 2013 a Abril de 2014.
48
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E30
1
2
3
4
5
6
7
8
Média de Nitrogênio Total das Estações (mg.L-1)
Series1
mg/
L
Figura 32: Média de concentração de Nitrogênio Total das Estações.
Nota-se que a Estação 2, onde há a maior presença de matéria orgânica e de ações
antropogênicas, encontra-se com valor elevado de Nitrogênio Total, comparando-se
à análise da qualidade da água do Rio Piriqui, realizada por Hermes et al. (2009),
onde consta o máximo de 0,78 mg.L-1, bem abaixo dos padrões exigidos na
Legislação. Mas nessa Estação, o Rio Guaçu se enquadra na legislação que
classifica águas de classe 3, devido ao pH em questão, de 7,2, ser parâmetro
diretamente ligado ao limite permitido de Nitrogênio Total pelo CONAMA 357/2005,
que é de 13,3 mg/L N para pH menor ou igual a 7,5 (≤ 7,5). O valor de Nitrogênio
sofre baixa na Estação 3 seguinte, onde o rio já está se autodepurando, após
ocorrer diminuição da ação antrópica.
6.9 Coliformes Fecais
O maior valor de Coliformes Fecais na água foi de 440.000 NPM/100 mL na Estação
2, em Março de 2014 e a menor quantidade obtida foi de 3200 NPM/100 mL na
Estação 3 em Abril de 2014 (Figura 33). A média nas Estações foi de 143100
NPM/100 mL (Figura 34).
49
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
400000
450000
500000 Coliformes Fecais (NPM/100 mL)
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
NPM
/100
mL
Figura 33: Concentração de Coliformes Fecais na água do Rio Guaçu, São Roque, SP, nas coletas realizadas de Outubro de 2013 a Abril de 2014.
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E30
50000
100000
150000
200000
250000
Média de Coliformes fecais (NPM/100 ml)
Series1
NPM
/100
ml
Figura 34: Média de concentração de Coliformes Fecais por Estação nas amostras de água do Rio Guaçu (E= Estação).
Todas as médias de cada Estação apresentaram valores maiores do que o permitido
pela legislação. Comparando-se ao monitoramento do Rio Uberabinha, em ponto
mais alterado, que recebe despejos industriais e domésticos clandestinos, com
máxima 1900 NPM/100 mL, encontram-se valores para o Rio Guaçu muito maiores,
com a média mínima de 16550 NPM/100 mL na Estação 3.
Todos os resultados determinaram quantidade de Coliformes Fecais acima de 2500
NPM/100 ml, o que não permite classificar o corpo d’água na classe 3. A presença
50
de Coliformes Fecais foi apresentada em teor elevada, fato que altera drasticamente
a qualidade das águas, pois aumenta consideravelmente a probabilidade da
presença de organismos patogênicos, oferecendo risco à saúde pública.
6.10 Índice de Qualidade das Águas
O maior valor obtido de IQA foi de 60 em Outubro de 2013 que classifica nesse
período as águas do Rio Guaçu como Boa, de acordo com a tabela de ponderação,
descrita no item 4.5.
O menor valor foi de 31, encontrado na Estação 2, no período de Outubro e também
Abril de 2014, classificando as águas como de qualidade Ruim (Figura 35).
As médias obtidas de IQA constam na Figura 36.
Oct/13 Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/140
10
20
30
40
50
60
70
IQA - Índice de Qualidade das Águas
Estação 1Estação 2Estação 3
MESES
IQA
Figura 35: Demonstrativo da variação do IQA – Índice de Qualidade das Águas do Rio Guaçu, São Roque-SP.
51
Estação 1 Estação 2 Estação 3 E1, E2 e E30
10
20
30
40
50
60
Média do IQA das Estações
Series1
IQA
Figura 36: Média de valores do IQA para as Estações de coleta.
A média do IQA encontrado na Estação 1 foi de 45, caracterizando as águas como
Regular. Na Estação 2 foi obtida a média de 34, classificando as águas como de
qualidade Ruim e a Estação 3 obteve o número 49, que classifica as águas como
Regular. A média de todas as Estações obteve o número 42, que representa águas
com característica de Regular.
Com a representação dos valores de IQA, foi possível verificar que a poluição do Rio
Guaçu inicia-se logo no seu primeiro ponto, antes de receber carga mais elevada de
despejos. Isso ocorre por receber contribuições de dois outros rios com águas
impactadas (Aracaí e Carambeí) e pelo provável despejo de esgotos clandestinos
em suas águas.
52
7 CONCLUSÃO
Verificou-se por meio de análises dos parâmetros e cálculos do IQA do Rio Guaçu,
que todos os trechos avaliados estão fora dos padrões exigidos pela Resolução
CONAMA n° 357/2005 (Alterada pela Resolução 410/2009 e pela 430/2011), para
águas de classes 1, 2 e 3. Sendo assim, de acordo com a legislação vigente e os
parâmetros físicos, químicos e biológicos analisados, o Rio Guaçu se classifica
como Águas Doces classe 4, destinado apenas à navegação e harmonia
paisagística.
Devido à elevada concentração de Coliformes Fecais e de matéria orgânica,
resultantes principalmente de despejos de esgotos domésticos, evidenciou-se a
poluição e degradação de suas águas, agravada pela falta de tratamento, que
ocasiona risco à saúde pública e compromete a preservação do meio aquático.
Em alguns trechos analisados, em períodos distintos, ocorreram relevantes
diferenças nas características físicas, químicas e biológicas do rio, devidas
principalmente às variações climatológicas, como também à ocorrência de chuvas.
O Rio Guaçu, ainda está poluído em seu último trecho, mas evidencia encontrar-se
em processo de autodepuração, visto que nessa Estação, houve mudanças visíveis
no aspecto das águas e alterações significativas nos valores dos parâmetros
analisados.
Recomenda-se sejam realizados estudos Ecotoxicológicos, relevantes para
pesquisas futuras e conhecimento amplo da qualidade do corpo d’água, com
objetivo de apurar as concentrações de outros tipos de contaminantes na água que
podem estar presentes, alterando e agravando suas condições e sua poluição.
Cabe ressaltar, que o Rio Guaçu necessita ser objeto de políticas públicas
prioritárias no município, salientando-se, a importância da construção de uma
Estação de Tratamento de Esgoto, auxiliada por estudos sérios sobre resíduos que
compõem seu esgoto. A depuração da água residuária tratada permite, ao final do
processo, que ela seja reconduzida ao leito do rio onde, mesmo não sendo potável,
não oferecerá riscos nocivos à saúde do corpo d’água e da população em seu
entorno. Após tratamento, o processo de recuperação da água tratada continuará
naturalmente.
Além disso, sugere-se implantar ações de monitoramento do rio, recuperação de
suas matas ciliares e envolvimento não apenas dos órgãos responsáveis, mas
53
também da Educação Ambiental de toda a sociedade ligada direta ou indiretamente
ao rio.
Se a população perceber o interesse da prefeitura pelo seu bem-estar, a
consequência natural, é que, paulatinamente todos irão se tornar responsáveis pela
conservação do seu meio ambiente.
Uma parceria entre a Prefeitura de São Roque e o Instituto Federal (IF), campus São
Roque, funcionaria como facilitadora de ações de Educação Ambiental no município.
A Prefeitura daria apoio orçamentário, enquanto o IF ofereceria todo o suporte
técnico-científico que possui.
A junção dessas duas forças pode ser considerada o primeiro passo para a
resolução do problema de revitalização do rio e da conservação da boa qualidade de
suas águas.
Como segunda providência, não menos importante, mas aparentemente mais difícil,
é a conscientização da população sobre os cuidados que devem ter com a natureza.
Para o sucesso da atuação da parceria sugerida, é necessária a preocupação
constante das duas partes (prefeitura e população) em conservar o que foi realizado.
.
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS (ANA). Programa nacional de avaliação de qualidade das águas. Disponível em:<http://www2.ana.gov.br/Paginas/projetos/QualidadeAgua.aspx>. Acesso em: 22 jun. 2013.
AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS (ANA). Panorama da qualidade das águas superficiais do Brasil. Caderno de Recursos Hídricos, Superintendência de planejamento de Recursos Hídricos, Brasília – DF, 2005. Disponível em:<http://pnqa.ana.gov.br/Publicao/PANORAMA%20DA%20QUALIDADE%20DAS%20%C3%81GUAS.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2014.
AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS (ANA). Indicadores de qualidade. Disponível em:<http://pnqa.ana.gov.br/IndicadoresQA/IndiceQA.aspx>. Acesso em: 15 nov. 2013.
ÁGUA - Um olhar integrado. Análise da água. Disponível em: <http:/www.c2o.pro.br/analise_agua/index.html>. Acesso em: 15 ago. 2013.
COELHO, R. S. Avaliação da qualidade da água do Córrego Franquinho, Sub-Bacia Tiquatira / Franquinho, Unidade Hidrográfica do Alto Tietê, São Paulo, SP. Dissertação – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Universidade de São Paulo, 2001.
APHA. - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 22 ed., Washington, D.C. American Public Health Association, 2012.
ARAÚJO, M. Coliformes. Disponível em: http://www.infoescola.com/reino-monera/coliformes/. Acesso em: 10 julho. 2014.
COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Tratamento da água: complexo metropolitano. Disponível em:<http://site.sabesp.com.br/interna/Default.aspx?secaoId= 36>. Acesso em 17 ago. 2014.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Programa de monitoramento. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/124-programa-de-monitoramento>. Acesso em: 11 abr. 2014.
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Relatório de qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/124-programa-de-monitoramento> Acesso em: 22 jun. 2013.
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Índice de Qualidade das Águas. Disponível em; http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/agua/aguas-superficiais/aguas-interiores/documentos/indices/02.pdf Acesso em: 15 jan. 2014
55
D.O.U-DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. (2005) Resolução CONAMA N° 357, de 17 de março de 2005 (alterada para 430/2011).
GONÇALVES, E. M., Avaliação da qualidade da água do Rio Uberabinha, Uberlândia, MG. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <file:///C:/Users/User/Documents/analiseriouberlandia.pdf>.Acesso em: 10 jun. 2014.
HERMES, E., et al. Análise da qualidade da água e determinação do IQA no Rio Piquiri, Ubiratã-PR, Anais do I Seminário Internacional de Ciência, Tecnologia e Ambiente, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel-PR, 2009.Disponível em: <file:///C:/Users/User/Desktop/trabalho4.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2014.
HESPANHOL, K. M. H. Monitoramento e diagnóstico da qualidade da água do Ribeirão Morangueiro. Dissertação de pós-graduação, Universidade Estadual de Maringá, PR, 2009. Disponível em: <http://www.peu.uem.br/Discertacoes/Katia.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICIA (IBGE). Contagem da População-Sistema de recuperação de informações municipais.Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm. Acesso em: 02 nov.2013.
SOARES, G.T, et. al. Índice de qualidade das águas do Rio Águas Claras, Alvorada do Oeste - RO, Dissertação para pós-graduação, Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal –FACIMED, [201-].
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL. Disponível em: <http://www.onu.org.br/770-milhoes-de-pessoas-nao-tem-acesso-a-agua-ate-2015-tres-bilhoes-podem-sofrer-com-a-escassez-de-recursos-hidricos/>. Acesso em: 18 nov. 2013.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, A ONU e a água. Disponível em: http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-e-a-agua/>. Acesso em: 20 mai. 2014.
PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA G. C. Curso de Gestão Ambiental. v.único, Coleção ambiental, Barueri, São Paulo, Manole, 2004.
PIVELLI, R. P. Qualidade das águas e poluição: aspectos físico-químicos. v. único, São Paulo, ABES, 2005.
PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE SÃO ROQUE. Revisão do plano diretor: caracterização ambiental e urbanística. São Roque, 2005. v.1. Disponível em: <http://saoroque.sp.gov.br/useruploads/files/plano_diretor/caracterizacao.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2013.
56
ROSA, R. Influência das feições geomorfológicas: Estância Turística de São Roque-SP. 2011. Monografia (Bacharelado em Geografia) Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina, PR, Londrina, 2011, 50 p.
STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION THE WATER AND WASTE WATER. Disponível em: <http://www.mwa.co.th/download/file_upload/SMWW_1000-3000.pdf>,[19--]. Acesso em: 29 fev. 2014.
TEIXEIRA W.; Et al.Água: ciclo e ação geológica. Decifrando a Terra, 2 ed. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 2009.
TRATAMENTO de água, Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:KAeOGPPLbAEJ:www.tratamentodeagua.com.br/r10/Lib/Image/art_281243868_exemplo6_2_iqa.xls+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em 20 out. 2013.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Qualidade da água. Disponível em:<http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm>. Acesso em: 20 out. 2013.
ZAN, R. A.,et al., Avaliação da qualidade das águas superficiais do Rio Jamari na região da construção de uma PCH no município de Monte Negro-Rondônia, Amazonas Ocidental. Rev. Elet. Em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 2012. Disponível em:<file:///C:/Users/User/Desktop/trabalho5.pdf>. Acesso em: 23 Abr. 2014.