Maria Francisca e sua luta contra o desmatamento do alto sertão
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Maria Francisca da Silva Alcântara,
esposa de Sidnei Firmino de Alcântara.
Vem combatendo a desertificação em
sua propriedade há mais de 20 anos.
Com uma propriedade de 44 tarefas, a
mesma já plantou árvores nativas em
mais de 20 das suas tarefas. Mãe de
Lucicléia, Rosilene, Erdilânio, Daniela e
Daniel. Também trabalha no sindicato
dos trabalhadores de sua cidade.
A desertificação é caracterizada como o processo de degradação da terra nas
zonas áridas, semiáridas, resultantes das atividades humanas ou de fatores
naturais (variações climáticas).
Francisca é uma mulher consciente, que respeita a natureza e o ambiente onde
vive. “Devido à minha agrofloresta eu fui dando incentivo para as pessoas da
comunidade, para que deixassem as árvores crescessem. Antes, aqui não tinha
nenhuma árvore só pedras, quando nós compramos eu comecei a plantar aos
poucos, na minha agrofloresta tenho macambira, catingueira, angico e ervas
medicinais. Moro aqui há 24 anos e desde do dia que cheguei não deixo ninguém
desmatar nenhuma árvore ou caçar, pois na minha propriedade tem muita caça.
Aqui eu tenho preá, camaleão, mocó e muitos pássaros que por aqui vivem”.
Francisca participa ativamente das reuniões da ASA (Articulação do Semiárido
Brasileiro), buscando mais conhecimento e repassando o que aprendeu para os
demais participantes. Ela traz a importância de não desmatar e sustentar a
biodiversidade da nossa caatinga.
“A minha floresta foi quem salvou meus animais, pois quando chegou a seca eu
tirava as folhas das árvores e dava pra eles, só conseguiram vencer o tempo de
estiagem graças à agrofloresta”.
PiranhasPiranhas
Ano 8 • nº1380
Janeiro/2014
Maria Francisca e sua luta pelo nãodesmatamento no Alto Sertão
Antes de ter sua cisterna-calçadão Francisca só plantava suas hortaliças no
inverno, mesmo assim, com a água da
barragem que fica próxima à sua casa. A
mesma teve muita dificuldade para fazer a
sua cisterna-calçadão, “no início tivemos
muita dificuldade pra construir a cisterna,
pois na época não tinham máquinas para
cavar, tudo era feito manualmente, eu e
meus filhos começamos a cavar o buraco,
mas não aguentamos e tivemos que pagar
para uns trabalhadores, para que eles cavassem”.
Logo após a cisterna construída, Francisca deu início a sua pequena horta
plantando tomate, cebolinha, coentro, alface, pimentão, entre outras
hortaliças.
Hoje Francisca e sua família estão muito mais felizes, pois além de ter a
cisterna de 16 mil litros que é pra consumo estão com a cisterna-calçadão de
52 mil litros para a produção de seus alimentos, que servem para suprir as
necessidades da família. “Eu estou muito feliz com meu terreno, porque aqui
eu estou mostrando a meu pai que o desmatamento não compensa, e ele está
vendo que isso é verdade. Com minha agrofloresta eu sirvo de exemplo para
meus vizinhos e familiares”.
As principais consequências da desertificação são: eliminação da cobertura
vegetal, redução da biodiversidade, salinização e alcalinização do solo,
intensificação do processo erosivo, redução da disponibilidade e da qualidade
dos recursos hídricos, diminuição na fertilidade e produtividade do solo,
redução das terras agricultáveis e redução da produção agrícola.
Devemos proteger a natureza porque ela
que nos dá a vida. O oxigênio que
respiramos é necessário à nossa vida e são
as árvores que o produzem. Se não fossem
as árvores a produzirem todos os dias o
oxigênio não podia haver vida na terra.