Marcelo Tinoco | Era uma vez...
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Transcript of Marcelo Tinoco | Era uma vez...
Era Uma Vez... Marcelo Tinoco
13 de maio a 7 de junho de 2014
Rua Estados Unidos, 1494CEP 01427 001São Paulo - SP - Brasil+55 (11) 4306 4306www.zippergaleria.com.br
2a a 6a 10:00 - 19:00sábados 11:00 - 17:00
As fotos-pinturas-quadros de Marcelo Tinoco.
Era uma vez...
O artista Marcelo Tinoco tem se destacado com sua
produção fotográfica que lembra a maneira refinada e
colorista de pintar o imaginário e a luz das paisagens
renascentistas de artistas flamengos como Hieronymus
Bosch e de Pieter Bruegel, o Velho. O primeiro, do final
do século XV e o outro, de meados do XVI, retrataram
com magia o cotidiano do final da Idade Média.
Diferentemente dos dois pintores que faziam figurar
pessoas e cenas de pecados e tentação com aparência
de caricatura, e que representavam o teor religioso
que marcou aquela época da civilização europeia, as
fotos de Tinoco vistas nas séries Timeless e Histórias
Naturais recriam a mesma atmosfera impressionan-
te que mistura alquimia, sonhos e utopia. Elementos
que formaram o complexo imaginário do homem me-
dieval de uma era pré-fotográfica em que os artistas
buscavam pintar além do mundo real. Nas obras do
fotógrafo, as imagens fotográficas recebem no trata-
mento o mesmo refinamento colorista e detalhista,
mas com uma dose de beleza e humor adicionada às
cenas contemporâneas retratadas. O que lhes confere
toque de irracionalidade pois mistura os tempos. Ges-
to de juntar histórias dentro de uma fotografia de arte.
Uma forma de narrar o tempo. Era uma vez...
Na nova série 1900, Belle Époque Rural em exposição
na Zipper Galeria, o artista continua trabalhando com
a mesma fatura pictórica e tem a luz como elemento
principal de suas imagens, como no movimento
impressionista que surgiu na França em finais do
século XIX.
O grupo de artistas que formou este movimento rom-
peu com os cânones da pintura vigente ao sair para
o campo em busca de inspiração, à procura da luz
The photo-paintings-frames by Marcelo Tinoco.
Once upon a time...
The artist Marcelo Tinoco has been standing out
with his remarkable photographic production,
which brings us back to the refined and colorist
way of painting the light and the imagery of the
Renaissance landscapes by Flemish artists such as
Hieronymus Bosch and Pieter Bruegel the Elder. The
former, from the late fifteenth century, and the latter
from the mid-sixteenth century, both magically
portrayed everyday life in the late Middle Ages.
Unlike the two painters who portrayed cartoon-
like people and scenes of sin and temptation -
representing the religious content that marked
that era of the European civilization - the images of
Tinoco in the series Timeless and Natural Histories
recreate that same impressive atmosphere, yet
mixing alchemy, dreams and utopia. They recover
elements which formed the complex imagery of
the medieval man of a pre-photographic era, where
artists sought to paint beyond the real world. In the
works of the photographer, the images received the
same detailed and refined colorist treatment, yet
with a dose of beauty and good humor added to the
portrayed contemporary scenes, giving them a touch
of irrationality as they merge different epochs. The
images merge stories through fine art photography,
as a form of narrating time: once upon a time...
In the new series 1900, Belle Époque Rural, on
display at Zipper Gallery, the artist continues with
the same workmanship and uses light as the
main element of his images, as was done in the
Impressionist movement originated in France in the
late nineteenth century.
natural e das vibrações da natureza iluminada pelo
sol. Deixando de lado os ensinamentos acadêmicos,
pintaram a natureza em suas variações cromáticas,
não mais preocupados em retratar a realidade com
fidelidade. Estes preceitos inspiraram Marcelo Tinoco
que busca com o seu processo artesanal construir
“quadro a quadro”as novas imagens. Tinoco, em bus-
ca da mesma luz que encantava os impressionistas
no começo do século passado, planeja suas viagens
para refaz o percurso desses artistas.
O fotógrafo vai muito além do mundo dito real. O que
retrata em suas fotos é o mundo fantástico observável
nas locações, personagens e pintores daqueles finais
dos 1800 e princípios dos 1900, buscando reconstituir
tal universo na série 1900, Belle Époque Rural.
O tipo de luz dos impressionistas, o uso de muitas
plantas e flores nas bordas das fotos como se
emoldurassem a cena, referem-se todos ao estilo
Art Nouveau. Sua tese é que a inspiração para o
estilo artístico deste movimento viria do campo,
dos camponeses. Para afirmar sua teoria, busca as
raízes do movimento valorizando o ambiente rural,
o ambiente deste homem do campo. Marcelo Tinoco
busca reconstituir o mundo visto em filmes como
Fanny & Alexander e Morangos Silvestres, do cineasta
sueco Ingmar Bergman, que retratam com fidelidade
a sociedade daquela época.
Para conseguir a tonalidade e a vivacidade de suas
fotografias na mesma luz dos impressionistas, Tinoco
deixa evidente a técnica que utiliza para “pintar”minu-
ciosamente os seus “quadros vivos”, transformando a
realidade registrada por sua câmera nas elaboradas e
rebuscadas imagens vistas nas suas primeiras séries.
Este reconhecimento se dá justamente por assumir de
forma plástica o uso exacerbado desses recursos, ao
“colar” digitalmente suas imagens.
The group of artists who formed this movement
broke away from the prevailing canons of painting
by going out to the field for inspiration, seeking
natural light and the vibrations of nature radiated
by the sun. Leaving aside their academic teachings,
they painted nature in its chromatic variations, no
longer concerned with faithfully portraying reality.
These precepts inspired Marcelo Tinoco to seek to
build the new images “frame by frame” through
his own handmade process. Tinoco, in search of
the same light that charmed Impressionists in the
beginning of the last century, plans his travel so as
to retrace the journey of these artists.
The photographer goes far beyond the so-called
real world. What is portrayed in his photos is the
fantastic world observable in the sites, characters
and painters of the late 1800’s and early 1900’s,
seeking to reconstitute such universe in the series
1900, Belle Époque Rural.
The type of light used by Impressionists, the use
of many plants and flowers at the edges of the
photos as if ‘framing’ the scene, all refer to the Art
Nouveau style. His thesis is that the inspiration for
the artistic style of this movement would come
from the countryside, from the peasants. To assert
his theory, he seeks the roots of the movement by
reverencing the rural environment, the home of the
peasant. Marcelo Tinoco seeks to reconstruct the
world as seen in films such as Fanny & Alexander
and Wild Strawberries, by Swedish filmmaker
Ingmar Bergman, both of which faithfully portray
the society of the time.
To achieve in his photographs the same tone and
liveliness seen in the light of the Impressionists, Tinoco
makes evident the technique used to meticulously
As fotografias sobrepostas resultam em imagens ma-
nipuladas na tela do computador, belas em seu poder
de transportar-nos no tempo – este que nem sempre
reconheceremos como passado, presente ou futuro.
Para o artista, trata-se de composições fotográficas
autorais, onde até o paintbrush é empregado de uma
forma artística própria.
Tinoco faz uso dos softwares disponíveis de mani-
pulação de imagens para, literalmente, pintar sem
tinta suas fotografias. Resulta disso um estilo de obra
de arte “pré-fotográfica”, que mimetiza as pinturas
dos renascentistas. Poderia ser assim definida sua
técnica; algo como uma foto-pintura-quadro. Tinoco
utiliza os recursos do Photoshop de forma explícita,
sem dissimulação. Não esconde a manipulação, nem
nos confunde ao elaborar imagens coladas umas so-
bre as outras para construir a sua cena paisagística,
de uma realidade que extrapola o mundo visível.
Suas imagens construídas são experimentações que
ampliam a noção de linguagem fotográfica.
A fotografia experimental de Marcelo Tinoco atinge a
sua maioridade ao ultrapassar os limites do registro,
levando a imagem para uma era da pós-produção di-
gital: manipula a fotografia de tal modo que chega a
sugerir situações atemporais e fantásticas. Que não
estavam ali antes. Coloca em uma mesma foto dois ou
mais quadros de tempos que remetem ao passado. O
resultado são imagens surreais do tempo.
Inicialmente, para chegar a estes resultados e em
busca da luz perfeita para o objeto de seu retrato, cap-
tura as imagens em certa hora do dia, como faziam os
pintores impressionistas; depois as reconstrói na tela
do computador, tornando a fotografia uma condição
ficcional, uma espécie de realismo fantástico.
“paint” his “living portrays”, transforming the
reality recorded by his camera into the elaborate
and exquisite images seen in his first series. This
acknowledgment takes place precisely through
the lavish and plastic use of these resources, as he
“pastes” his images digitally.
Overlapping shots result in manipulated images
on the computer screen, beautiful in its power to
transport us in time – which is not always recognized
in terms of past, present or future. For the artist, it’s
about authoring photographic compositions, where
even Paintbrush is used in his own artistic way.
Tinoco makes use of available image-manipulating
software to literally paint on his photos without ink,
resulting in a style of “pre-photographic” artwork,
which mimics the paintings of the Renaissance. His
technique could be defined as a photo-painting-
frame. Tinoco uses Photoshop features in an explicit
manner, without dissimulation. He does not hide the
manipulation, nor does he confuse us when creating
images pasted onto each other, in order to build his
landscaped scene, of a reality that goes beyond the
visible world. His constructed images are experiments
which expand the notion of photographic language.
The experimental photography by Marcelo Tinoco
comes of age as he pushes the boundaries of
record, leading the image to an era of post-digital
production: he manipulates the photograph so as
to suggest timeless and fantastic situations - which
were not there before. He merges into the same
photo two or more paintings recalling the past,
resulting in surreal images of time.
Initially, to achieve these results, and in search of
the perfect light for the object of his portrait, he
Ao sobrepô-las, recortá-las e completá-las com os re-
cursos daqueles softwares, as fotografias produzem
uma beleza descomunal que narra histórias fantás-
ticas. Inebriantes aos nossos olhos. O real torna-se
hiper-real, até mesmo surreal. Soma em uma mesma
imagem as noções de pintura. Imagens cinemato-
gráficas e teatrais.
Mas o que mais chama a atenção de fato é, justa-
mente, a beleza dessas fotografias resultantes de um
pensamento fílmico na sobreposição dos quadros. À
diferença do cinema que encadeia quadros para dar
a noção de movimento, os de Tinoco são sobrepostos,
congelando a narrativa ou a cena feita de vários mo-
vimentos ou instantes em um único quadro encorpa-
do. Densos de informações. Criam uma condição fo-
tográfica que mexe com nossa memória, com nosso
imaginário de tempos remotos somados à situações
atuais. Produzem sensações visuais pelo exagero e
pela intensidade das cores de que o artista faz uso.
Buscam destacar nas cenas registradas as expressões
e as situações humanas, misturando o contemporâ-
neo e o passado.
Ao analisarmos as fotos da série 1900, Belle Époque
Rural, a impressão é de que não sabemos o seu
exato tempo, a época em que foram realizadas as
fotografias. Tampouco a que mo-mento histórico
pertencem os tipos humanos, em função dos recursos
que o artista utiliza: fotografa atores figurantes de
cenários temáticos em parques de diversão, por um
lado, e homens, mulheres e crianças vestindo roupas
tradicionais em festas e danças típicas. Para buscar
estes figurantes para suas fotos da série 1900, Belle
Époque Rural, Tinoco foi a parques e festas folclóricas
na Escandinávia, no sul da França, frequentou
zoológicos e fazendas, visitou o Chile e o Sul do Brasil
captures images at certain times of day, as did the
Impressionist painters; then he reconstructs them
on the computer screen, turning photography into a
fictional condition, a sort of fantastic realism.
By superimposing, cropping and completing the
images with software resources, the photographs
produce an extraordinary beauty which narrates
fantastic stories, intoxicating to our eyes. The real
becomes hyper-real, even surreal, by blending, in
one image, the notions of painting with cinematic
and theatrical images.
In fact, what is most eye-catching is precisely the
beauty of these photographs resulting from a filmic
thought in overlapping frames. Unlike a film which
links frames to give the notion of movement, Tinoco’s
frames are superimposed, freezing the narrative
or scene from different movements or moments
in a single bold frame, dense with information.
They create a photographic condition that messes
with our minds, with our imagery of distant
epochs, intertwined with current situations. They
produce visual sensations through the exuberant
intensity of the colors used. They seek to highlight
human expressions and conditions, merging the
contemporary with the past.
As one analyzes the photos in the series 1900, Belle
Époque Rural, one can’t help but be unsure of the
exact time when the photographs were taken. Nor
can one be sure of the historical moment to which
the human types belong, due to the resources used
by the artist: he photographs characters of thematic
sceneries in amusement parks, as well as men,
women and children wearing traditional clothes
at parties and dances. To find these characters for
his photos of the series 1900, Belle Époque Rural,
em pesquisa de locações rurais. Com este método,
recriou o cotidiano e os costumes de épocas passadas.
Não é só o abrir e fechar do obturador da máquina fo-
tográfica que mais lhe atrai. Seu interesse caracterís-
tico por imagens do tipo diorama cenográfico surgiu
depois de uma visita ao Museu de História Natural
de Nova York, em 2005. No ano seguinte, bastante
influenciado por esta experiência museológica, inicia
suas experiências na fotografia.
O gosto por este tipo de fotografia começa ao pesqui-
sar locações na internet para traçar e planejar suas
viagens, como um “caçador de imagens” em busca de
paisagens ideais que servirão de pano de fundo para
suas ideias fotográficas pré-formuladas. Na sequência
da captação autoral das imagens vem o trabalho de
laboratório na tela do computador em que vai editar,
colar, manipular e imprimir suas imagens inventadas.
Em muitas ocasiões, os próprios locais de trabalho
dessas pessoas retratadas mimetizavam construções
dos períodos a que se refere a recriação da época. São
o próprio suporte de suas “fotografias cenográficas.”
Diante dessas imagens, cabe-nos perguntar se de
fato se trata de fotografia ou pintura. Questão inevi-
tável em um primeiro olhar quando nos deparamos
com estas imagens criadas por Tinoco. Ou será que
se trata apenas de um fotógrafo profissional que se
aventura pela fotografia artística em tempos em que
os tradicionais pincéis foram substituídos pelas câ-
meras fotográficas digitais, com as telas substituídas
pelos monitores de computador e todos os seus re-
cursos de manipulação de imagem?
Mas nada mais são do que novos recursos que forne-
cem ao artista as mesmas possibilidades pictóricas de
uma paleta de tintas, de cores vibrantes que seriam
Tinoco visited parks and folk festivals in Scandinavia
and southern France, attended zoos and farms, and
visited Chile and southern Brazil in search of rural
sites. With this method, he was able to recreate the
daily life and customs of the past.
It is not just the opening and closing of the camera
shutter which appeals to him. His characteristic
interest in images of scenic diorama arose after a
visit to the Museum of Natural History in New York,
in 2005. In the following year, heavily influenced by
this museum experience, he began his experiments
in photography.
The taste for this type of photography began when he
started searching on the internet for locations to plot
and plan his trips - like an “image hunter” in search
of ideal landscapes which would serve as settings
for his pre-formulated photographic ideas. After the
authorial image capturing, comes laboratory work
on the computer screen to edit, paste, manipulate
and print his invented images. On many occasions,
the portrayed workplaces themselves mimicked
constructions from the periods being referred to,
thus also supporting his“scenographic photographs”.
Given these images, we must ask ourselves if
indeed this work is photography or painting. It is an
inevitable question at first glance when one comes
across the images created by Tinoco. Or is it just
about a professional photographer who ventures
into artistic photography in times when traditional
brushes have been replaced by digital cameras, and
canvasses replaced by computer screens and all of
its image manipulation features?
They are but new features which provide the
photographer with the same pictorial possibilities of
espalhadas sobre uma tela de algodão a ser pintada
por pincéis. E na maneira impressionista, o fotógrafo sai
em busca de suas paisagens para retratá-las em suas
cores mais vibrantes. Nas próprias palavras do artista,
sua busca é consciente dos precedentes dos pintores
impressionistas nesta série 1900, Belle Époque Rural.
Marcelo Tinoco é também um artesão. As suas foto-
grafias são o resultado de um trabalho manual me-
ticuloso mas que se utiliza da “Pen Tablet” de seu
computador para a construção de novas formas e
cores. Trabalho que pode levá-lo à exaustão, depois
de dias intensos que podem consumir semanas de-
dicadas a uma mesma imagem. Uma construção em
seus menores detalhes.
Suas fotografias, como já disse, são também cine-
matográficas. Lembram muito as grandes telas dos
cineramas. Um cinema estático feito de várias cenas
registradas e sobrepostas, como uma colagem de
longa “duração” que une dois ou mais tempos so-
brepostos para criar uma nova imagem imóvel, mas
que ainda guarda a noção de movimento, que se
desloca temporalmente.
As imagens também trazem o nome das localidades
onde as fotos foram feitas como Shakespeare em
Bento – Bento Gonçalves, de 2013, da série: Hiper!
O artista sai em busca de locações em cidades tu-
rísticas, como esta localizada na serra gaúcha. São
imagens feitas para o contemplar.
Vivemos hoje o reflexo de um fenômeno que se ini-
ciou nos anos 1990, quando a linguagem fotográfica
foi totalmente assimilada pela arte e que permitiu a
fotógrafos, muitos anos depois, assimilar a fotografia
como linguagem artística e extrapolar a noção de
registro para captar mais do que a realidade vista.
an ink palette, vibrant colors that would be spread
over a cotton fabric and painted by brushes. And in
the impressionist fashion, the photographer goes in
search of his landscapes to be portrayed in their most
vibrant colors. In the artist’s own words, his search
is aware of the precedents of the Impressionist
painters in the 1900, Belle Époque Rural series.
Marcelo Tinoco is also a craftsman. His photos are the
result of painstaking manual labor using the “Pen
Tablet” from his computer to construct new shapes
and colors. In this exhausting work, days become
weeks devoted to a single image, meticulously
building upon a detail to next.
His photographs, as mentioned previously, are
also cinematic. They closely resemble the large
Cinerama screens. They are a static film made up of
several recorded scenes, superimposed onto each
other as sort of a“lasting”collage, merging two
or more epochs, overlapped to create a new still
image which yet holds the notion of movement by
travelling in time.
The images also bear the name of the locations
where the photos were taken, as in Shakespeare
in Bento - Bento Gonçalves, 2013, from the series
Hyper!, where the artist sets out to find locations in
touristic towns such as this, located in Serra Gaucha,
and where the images are made for contemplation.
Today we are witnessing the reflection of a
phenomenon which began in the 1990’s, whereby
the photographic language was fully incorporated by
art, and which allowed photographers, many years
later, to assimilate photography as artistic language,
and to extrapolate the notion of registry to capture
more than the observed reality. This can be seen in
Como na série Hiper!, que tem um apelo mais grá-
fico. Nestas imagens há tudo o que é hiper. Hiper
movimentado, hiper rebuscado, hiper bonito, hiper
absurdo. Vai além do que se registra. Passa a ser
também interpretação do mundo físico, registrando
também suas transformações e a condição humana.
A fotografia tornou-se antes de tudo um relato líri-
co que dá conta do mundo feito através do olho de
uma câmera: ora é um olho vagante, ora não. Olhos
que estão sempre construindo um diário visual como
forma de uma crônica, conforme o fotógrafo vai acu-
mulando suas imagens no tempo.
Esta é uma maneira de ver e não exatamente a
maneira real de vermos o mundo, com os próprios
olhos. Trata-se de um novo prisma para uma reali-
dade ampliada através da fotografia contemporânea
livre de normas. A fotografia era entendida como do-
cumento fiel a uma realidade.
Ricardo Resende, 2014
Mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e
Artes da Universidade de São Paulo (USP), tem carreira cen-
trada na área museológica. Trabalhou de 1988 a 2002, entre
o MAC-USP e o MAM-SP, quando desempenhou as funções
de arte-educador, produtor de exposições, museógrafo, cura-
dor assistente e curador de exposições. Desde 1996, é con-
sultor do Projeto Leonilson. De março de 2005 a março de
2007, foi diretor do Museu de Arte Contemporânea do Cen-
tro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza,
no Ceará. Em 2007 participou de residência artística, como
crítico convidado do Lugar a Dudas, em Cali, Colômbia. De
janeiro de 2009 a junho de 2010, foi diretor do Centro de
Artes Visuais da Fundação Nacional das Artes, do Ministério
da Cultura. Atualmente é o diretor geral do Centro Cultural
São Paulo. Em 2011 foi curador das mostras retrospectivas
Sob o Peso dos Meus Amores, do artista Leonilson, no Itaú
Cultural, e Sérvulo Esmerado, na Pinacoteca do Estado de São
Paulo, em São Paulo.
the series Hyper! which has a more graphic appeal.
In these images, hyper is in everything: hyper-busy,
hyper-refined, hyper-beautiful, hyper-absurd. It goes
beyond what is recorded. It is also an interpretation
of the physical world, recording its transformations
and the human condition.
His photography becomes primarily a lyrical narrative
seeing the world through the ‘eye’ of a camera,
which at times is a wandering eye. An eye which is
always building a visual diary in chronicle form, as
the photographer accumulates his images in time.
It is a way of seeing the world - and not exactly the
real way we see the world, with our own eyes. It
is a new approach to a broader reality, through a
contemporary photography free of norms, free from
having to always be a loyal record of reality.
Ricardo Resende, 2014
Having a Master’s degree in Art History from the School
of Communication and Arts, University of São Paulo ( USP
), Ricardo has focused his career on the museology area.
Between 1988 and 2002, he worked for MAC - USP and
MAM- SP, as art educator, exhibition producer, museologist,
assistant curator and curator. Since 1996, he has been an
advisor to the Leonilson Project. From March 2005 to March
2007, he was the director of the Museum of Contemporary Art
of the Dragão do Mar Art and Cultural Center, in Fortaleza,
Ceará. In 2007 he participated in an artist residency as guest
critic of Lugar a Dudas in Cali, Colombia. From January 2009
to June 2010, he was director of the Center for Visual Arts of
the Fundação Nacional das Artes, of the Ministry of Culture.
He is currently the general director of Centro Cultural São
Paulo. In 2011 he was the curator of the retrospective shows
Sob o Peso dos Meus Amores, by the artist Leonilson, at
Itaú Cultural, and Sérvulo Esmerado, at the Pinacoteca do
Estado de São Paulo, in São Paulo.
Exposições Coletivas [Group Exhibitions]
2014
▶I Foto Bienal MASP/Pirelli. MON, Museu Oscar
Niemeyer, Curitiba, Brasil [Brazil]
2013
▶Programa de Exposições 2013. MARP Museu de
Arte de Ribeirão Preto, Brasil [Brazil]
▶I Foto Bienal MASP/Pirelli. MASP Museu de Arte de
São Paulo, Brasil [Brazil]
▶38º SARP Salão de Arte de Ribeirão Preto. MARP
Museu de Arte de Ribeirão Preto, Brasil [Brazil]
▶45º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba.
Pinacoteca Municipal, Piracicaba, Brasil [Brazil]
Coleções Públicas e Privadas [Public and Private Collections]
▶MASP, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil
[Brazil]
▶Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, Alemanha
[Germany]
▶MIS, Museu da Imagem e do Som, São Paulo, Brasil
[Brazil]
Prêmios [Awards]
2013
▶XIII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, Brasil
[Brazil]
▶Prêmio Aquisição - 45º Salão de Arte de Piracicaba,
Brasil [Brazil]
Marcelo TinocoSão Paulo, Brasil [Brazil], 1967
Vive e trabalha em [lives and works in]
São Paulo, Brasil [Brazil]
Formação [Education]
1993
▶Artes Plásticas [Fine Arts]. FAAP Fundação Armando
Álvares Penteado, São Paulo, Brasil [Brazil]
Exposições Individuais [Solo Exhibitions]
2013
▶Timeless. II Mostra do Programa de Fotografia, CCSP
Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil [Brazil]
▶Timeless. Memorial Rezende Barbosa, Assis, Brasil
[Brazil]
2012
▶Galeria Arterix, São Paulo, Brasil [Brazil]
▶Nova Fotografia. MIS Museu da Imagem e do Som,
São Paulo, Brasil [Brazil]
2011
▶Fotorama & Timeless. Consulado Brasileiro de
Frankfurt, Alemanha [Germany]
2010
▶Fotorama. Galeria Nuvem, São Paulo, Brasil [Brazil]
BorealCopenhagem, Dinamarca 2014 Jato de tinta sobre papel de algodão [c-print on cotton paper]110 x 170 cm [43,3 x 67 in]Edição [Edition]: 6
OrgânicaEstocolmo, Suécia 2014Jato de tinta sobre papel de algodão [c-print on cotton paper]110 x 168 cm [43,3 x 66 in]Edição [Edition]: 6
Morangos SilvestresEstocolmo, Suécia 2014Jato de tinta sobre papel de algodão [c-print on cotton paper]110 x 179 cm [43,3 x 70 in]Edição [Edition]: 6
Fanny & AlexanderOslo, Noruega 2014 Jato de tinta sobre papel de algodão [c-print on cotton paper] 110 x 186 cm [43,3 x 73 in]Edição [Edition]: 6
Caminho para FrutillarFrutillar, Chile 2013Jato de tinta sobre papel de algodão [c-print on cotton paper]110 x 175 cm [43,3 x 69 in]Edição [Edition]: 6
Belle Epoque RuralLuberon, França 2014Jato de tinta sobre papel de algodão [c-print on cotton paper]150 x 188 cm [59 x 74 in]Edição [Edition]: 6
Shakespeare em BentoBento Gonçalves, Brasil 2013 Jato de tinta sobre papel de algodão[c-print on cotton paper]110 x 204 cm [43,3 x 80,3 in]Edição [Edition]: 6
TolstoiOslo, Noruega 2014 Jato de tinta sobre papel de algodão [c-print on cotton paper]110 x 179 cm [43,3 x 70 in]Edição [Edition]: 6
AvalancheMunique, Alemanha 2013Jato de Tinta em papel de algodão [c-print on cotton paper]110 x 214 cm [43,3 x 84 in]Edição 6
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