Mapeamento da produção intelectual da Escola de Saúde ...
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por
MARCOS RUBENS ALVES DA SILVA
Projeto apresentado no Instituto de Comunicação e informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Osvaldo Cruz como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Informação Científica e Tecnológica em Saúde
Orientadores: Maria Cristina Soares Guimarães e Fabricia Pires Pimenta
Rio de Janeiro, 2013
MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO INTELECTUAL DA ESCOLA DE
SAÚDE PÚBLICA DR. JORGE DAVID NASSER
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA EM SAÚDE
MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO INTELECTUAL DA ESCOLA DE SAÚDE
PÚBLICA DR. JORGE DAVID NASSER
por
MARCOS RUBENS ALVES DA SILVA
Escola de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul – Dr. Jorge David Nasser
Projeto apresentado ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Informação Científica e Tecnológica em Saúde.
Orientadoras:
Maria Cristina Soares Guimarães, Dra. em Ciência da Informação
Fabricia Pires Pimenta, Dra. em Ciências Médicas
Rio de Janeiro, Novembro/2013
RESUMO
SILVA, Marcos Rubens Alves da. Mapeamento da produção intelectual da Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser/MS. 2013. 20f. Projeto (Especialização em Informação Científica e Tecnológica) – Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Rio de Janeiro, 2013. A Escola de Saúde Pública (ESP) Dr. Jorge David Nasser e a Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (SUS) denominada (ETSUS), Ena de Araújo Galvão, atuam há mais de vinte e cinco anos no processo de formação dos profissionais em saúde no estado de Mato Grosso do Sul (MS), oferecendo cursos de pós-graduação em nível lato sensu (especialização) e estrictu senso (Mestrado e Doutorado) e de nível técnico profissionalizante, formando mais de sete mil profissionais ao longo destes anos. Recentemente a Escola de Saúde Pública iniciou o desenvolvimento e implantação de um Observatório em Saúde para monitorar e acompanhar as situações de saúde nas quatro regiões do estado através de seis eixos temáticos. Destacou-se como prioridade do grupo de pesquisa, identificar o que já foi produzido sobre a temática de "gestão da força de trabalho em saúde", nos cursos de pós-graduação oferecidos pela Escola de Saúde Pública, uma vez que a Escola Técnica do SUS não é uma fonte produtora de informação cientifica, contudo ela participa efetivamente no processo como consumidora de informação e usuária desse serviço. Neste sentido, pretende-se conhecer a produção intelectual e disponibilizá-la em um repositório temático. O repositório, portanto, atuará tanto como uma ferramenta de gestão do acervo documental, mas também propiciando a otimização da acessibilidade, uso, visibilidade, preservação e impacto desta produção intelectual; deste modo, auxiliando a retroalimentação das atividades de pesquisa e ensino dessas instituições. Neste último aspecto, colidindo com o que pretende o Observatório em Saúde. Assim, espera-se que este projeto seja o primeiro passo para a implantação de um repositório temático no intuito de se auxiliar a construção do Observatório em Saúde no Estado de Mato Grosso do Sul. Palavras-chave: Acesso aberto. Escola de saúde pública. Fontes de informação.
Observatório em saúde. Repositório temático.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 6
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 9
3.1 Os Observatórios em Saúde: Considerações e Finalidades ....................... 10
3.2 O Observatório em Saúde da Escola de Saúde Pública ............................. 13
3.3 A Biblioteca em Ciências da Saúde Dr. Sérgio Arouca ............................... 14
3.4 Movimento de Acesso livre e os Repositórios Institucionais ....................... 17
4. OBJETIVOS ..................................................................................................... 19
4.1 GERAL ......................................................................................................... 19
4.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................. 19
5. METODOLOGIA .............................................................................................. 20
6. RESULTADOS ESPERADOS.......................................................................... 22
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 23
8. CRONOGRAMA ............................................................................................... 25
9. ORÇAMENTO .................................................................................................. 26
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1. INTRODUÇÃO
A iniciativa da Escola de Saúde Pública (ESP) Dr. Jorge David Nasser
em desenvolver e implantar um Observatório em Saúde surge da necessidade de
se aprimorar as condições de saúde em Mato Grosso do Sul (MS), a partir da
verificação regional das demandas nos ambientes social, psicológico e físico das
populações no estado. Essa proposta visa promover mudanças no contexto
social, político e de gestão em âmbito local, contribuindo com informações e
pesquisas para dar suporte aos gestores no processo de tomada de decisão a fim
de melhorar as condições de saúde reduzindo as iniquidades existentes.
A Escola de Saúde Púbica Dr. Jorge David Nasser e a Escola Técnica
do Sistema Único de Saúde (SUS) denominada (ETSUS), Ena de Araújo Galvão,
atuam há mais de vinte e cinco anos no processo de formação dos profissionais
em saúde, no estado de Mato grosso do Sul oferecendo cursos em nível lato
sensu (especialização) e stricto senso (mestrado e doutorado) e a nível técnico
profissionalizante, formando e capacitando mais de sete mil profissionais em
saúde ao longo dos anos.
Essas instituições estão vinculadas à Coordenadoria de Educação na
Saúde (COES) da Secretária de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul,
e exercem papel fundamental na prestação de serviço de formação de recursos
humanos em saúde desde 1986 no estado. A essa coordenadoria vincula-se
ainda a Biblioteca em Ciências da Saúde (BCS), Dr. Sérgio Arouca, que tem
como missão coordenar ações que promovam o acesso e uso das fontes de
informação em saúde como apoio ao ensino, pesquisa, extensão e práticas
profissionais, contribuindo para a potencialização do conhecimento técnico e
científico junto à comunidade em que está inserida.
Contudo, o desenvolvimento e implementação do observatório em
saúde se apresenta como um desafio, posto que a informação científica a ser
utilizada se encontra ainda desorganizada, descentralizada, com parcos registros
em diferentes sistemas de informação e não preservada, sendo necessária uma
intervenção de modo a realizar a sua organização, gestão e preservação.
5
Diante desse desafio, este projeto se propõe a realizar o mapeamento
e identificação da produção intelectual de pequeno quinhão dessa informação,
concentrando os esforços em um eixo temático, que trata sobre a temática de
“gestão do trabalho de profissionais em saúde”, no estado de Mato Grosso do Sul,
mais especificamente junto aos cursos de pós-graduação oferecidos pela Escola
de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser.
É importante salientar, sobre o papel fundamental das Escolas
Técnicas do SUS (ETSUS) nesse contexto da pesquisa como formadoras de
recursos humanos em saúde, e mesmo não sendo fontes produtoras de dados e
informação científica para a construção de um repositório temático, elas
concomitantemente são potenciais usuárias desse serviço de informação.
Portanto, promover a organização do material existente junto à Biblioteca em
Ciências da Saúde que também atende essa instituição, é primordial para o
alcance dos objetivos estabelecidos em sua missão.
E, como forma de se lograr este objetivo, pretende-se utilizar o
repositório temático como ferramenta de gestão desse acervo documental, além
de propiciar a otimização da acessibilidade, uso, visibilidade, preservação e
impacto desta produção intelectual; deste modo, auxiliando a retroalimentação
das atividades de pesquisa e ensino dessas instituições.
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2. JUSTIFICATIVA
A Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser e a Escola Técnica
do SUS (ETSUS) Ena de Araújo Galvão atuam há mais de vinte e cinco anos no
processo de formação dos profissionais em saúde no estado de Mato grosso do
Sul, oferecendo cursos em nível lato sensu (especialização), estrictu senso
(mestrado e doutorado) e em nível Técnico Profissionalizante, tendo formado e
capacitado mais de sete mil profissionais em saúde ao longo dos anos, nesse
estado.
O Setor de Educação destas duas instituições vem trabalhando
exaustivamente na melhoria da capacitação de profissionais em saúde para
atendimento às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.
Contudo, carecem de informação para a reorientação de seus processos de
trabalho, oferta de novos cursos ou capacitação especifica. Acredita-se que
essas instituições vem cumprindo com os seus papéis, mas há uma necessidade
de que sejam desenvolvidas e/ou incorporadas novas ações e novas tecnologias
para melhorar as informações contidas nas bases de dados existentes, das
pesquisas em andamento e de outras fontes, de forma a potencializar o uso das
informações em saúde, visando apoiar a gestão e a gerência no âmbito local
nessas instituições.
Pensando no aprimoramento e melhoria das condições de saúde no
estado, a Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser iniciou recentemente o
desenvolvimento e implantação de um Observatório em Saúde, que surge da
necessidade de se verificar de forma acentuada e localizada as demandas nos
ambientes social, psicológico e físico da população no estado de Mato Grosso do
Sul, no sentido de estreitar e dirimir as iniqüidades existentes por meio de estudos
e pesquisas pautadas em dados e informações oriundas das mais variadas bases
de dados.
O Observatório da Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser
está sendo estruturado para analisar e estudar seis eixos temáticos distintos, a
saber: 1. Condições de vida e saúde; 2. Capacidade instalada; 3. Financiamento e
gastos em saúde; 4. Gestão da força de trabalho em saúde; 5. Gestão da
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informação em saúde; 6. Participação e controle social. No entanto, foi destacado
como maior importância ao grupo de pesquisa, trabalhar o eixo temático sobre
“gestão da força de trabalho em saúde” no sentido de se valorizar e conhecer o
que já foi produzido pelos cursos de pós-graduação da Escola de Saúde ao longo
destes vinte e cinco anos sobre essa temática.
Diante dessa necessidade, levantam-se os seguintes questionamentos,
qual a produção intelectual registrada produzida pelos cursos de pós-graduação
da Escola de Saúde Publica?, como estas produções estão sendo gerenciadas de
forma a terem fácil acesso e visibilidade?, quantas dessas produções tratam
sobre a temática de “gestão da força de trabalho em saúde”?
Atualmente a unidade que tem responsabilidade de gerenciar e cuidar
dessas produções é a Biblioteca de Ciências da Saúde Dr. Sérgio Arouca,
vinculada a COES, que as recebe da secretaria acadêmica, setor responsável
pelo processo de registro de entrega dos trabalhos. Contudo, são muitas as
dificuldades encontradas pela biblioteca e pelo profissional bibliotecário, pois a
mesma ainda não conta com sistemas informatizados para gestão do acervo e
materiais, faltam recursos humanos e infraestrutura tecnológica adequada para o
atendimento das demandas, ocasionando deficiências, sobre tudo no tratamento
e gerenciamento das produções e coleções existentes.
Diante desse desafio é que se propõe o projeto para realizar o
mapeamento e identificação da produção intelectual que versem sobre a temática
de “gestão do trabalho de profissionais em saúde” no estado de Mato Grosso do
Sul junto aos cursos de pós-graduação oferecidos pela Escola de Saúde Pública
Dr. Jorge David Nasser. Espera-se que este projeto seja o primeiro passo para a
implantação de um repositório temático que balize e auxilie na implementação do
Observatório de Saúde.
Neste sentido, pretende-se que o repositório atue na otimização dos
processos de gestão da informação científica ao organizar, registrar, preservar,
dar visibilidade e garantia de acesso aos resultados da produção intelectual dos
cursos de pós-graduação da Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser, no
que tange a “gestão da força de trabalho em saúde” de profissionais em saúde no
estado de Mato grosso do Sul.
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Cabe ressaltar que as Escolas Técnicas do SUS (ETSUS), não são
fontes produtoras de dados e informação científica para a construção de um
repositório institucional ou temático. Contudo, são instituições formadoras de
recursos humanos em saúde e potenciais usuárias desse serviço. Portanto,
promover a organização do material existente junto à Biblioteca em Ciências da
Saúde que atende essa instituição, é primordial para o alcance dos objetivos
estabelecidos em sua missão.
Dada à importância do tema e posto o cenário que se apresenta, fica
implícito o desafio à Biblioteca de Ciências da Saúde Dr. Sérgio Arouca e ao
profissional Bibliotecário em implementar esta iniciativa, no sentido de apoiar os
pesquisadores do Observatório em Saúde e os gestores das Escolas vinculadas a
COES na elaboração de novos instrumentos e políticas de desenvolvimento
institucional e social voltados para a força de trabalho do SUS, no âmbito do
estado de Mato Grosso do Sul, além de promover a visibilidade das produções
intelectuais destes cursos de pós-graduação como resposta a sociedade pelos
investimentos na realização destas pesquisas.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
“O que é percebido como importante e interessante é o que
tem chances de ser reconhecido como importante e
interessante pelos outros.” (BOURDIEU, 1983)1
O final do século XX foi marcado fortemente pelo avanço no
desenvolvimento e uso das tecnologias de informação e comunicação e
principalmente pela popularização da internet na década de 90. Tal fenômeno
trouxe vários benefícios em termos de avanço científico, busca de novos
conhecimentos, lazer, comunicação, processamento de dados e a criação de
diversos sistemas de informação. Contudo, despertou no ser humano um grande
dilema no que diz respeito à saturação da informação, pois a máquina substituiu o
papel e tornou-se a forma mais fácil e prática de acumular dados e informações.
Pensando nesses desdobramentos é que se tem investido no
desenvolvimento de ações e sistemas que promovam a coleta, organização e
tratamento dessas informações para facilitar e ampliar o desenvolvimento do
campo científico. Segundo Jannuzzi (2002) a área da saúde teve uma crescente
demanda por informações sociais e demográficas para fins de elaboração de
estudos e monitoramento de políticas públicas e, nesse sentido, investe-se tempo,
recursos humanos e financeiros na organização destas informações.
No entanto, ainda se busca consolidar iniciativas que integrem práticas
de gestão da informação para a melhoria constante de suas ações junto à
sociedade. Muito se evoluiu quanto ao tratamento e organização dessas
informações por parte dos profissionais da informação e das instituições onde
estas são geradas permitindo seu uso e reuso quando necessário. Exemplo disso
são as iniciativas de acesso aberto que reforçou o sentido de se realizar o
tratamento adequado das fontes de informação, de seus metadados e dos objetos
digitais existentes, a fim de promover o seu acesso de forma gratuita e ao mesmo
tempo preservar essas informações a longo prazo.
1 BOURDIEU, Pierre. O campo científico. In: ORTIZ, R. Bourdieu: Sociologia. São Paulo: Ática, 2003.
10
A esse movimento integram-se as soluções tecnológicas open source
(software livre) cada vez mais evidente nas instituições públicas como forma de
reduzir custas operacionais e ao mesmo tempo prestar contas devido à lei de
acesso aberto à informação e também a lei da transparência. No entanto, ainda,
encontram-se muitas informações fragmentadas e sem o tratamento adequado,
devido à compartimentalização das diversas instituições que atuam no setor da
saúde o que dificulta a alocação de recursos adequados para a melhoria dos
serviços prestados à população.
Aperfeiçoar tecnologias de planejamento e controle de informações no
âmbito local é imprescindível para fazer avançar a implementação e gestão do
SUS nos estados e municípios. Com o desenvolvimento de ações bem
planejadas e coordenadas é possível realizar grandes transformações em âmbito
local. A Carta de Ottawa promulgada na Primeira Conferência Internacional de
Promoção da Saúde, menciona que:
“[...] as estratégias e programas na área da saúde devem adaptar-se às necessidades locais através da construção, elaboração e implementação de políticas públicas; criação de ambientes favoráveis à saúde; reforço a ação comunitária, desenvolvimento de habilidades pessoais e a orientação dos sistemas e serviços em saúde.” (BRASIL, 2001)
Esta afirmação corrobora com as ações que vem sendo empreendidas,
desde 1974, com a implantação do primeiro observatório regional de saúde.
3.1 Os Observatórios em Saúde: Considerações e Finalidades
Os observatórios em saúde surgem da necessidade de se verificar de
forma acentuada e localizada as demandas nos ambientes social, psicológico e
físico das populações, no sentido de estreitar e dirimir as iniquidades existentes
por meio de estudos e pesquisas pautadas em dados e informações oriundas das
mais variadas bases de dados. (BRASIL, 2001).
São definidos por Siqueira e Carvalho (2003) como instituições sociais
de todo o mundo para iniciativas que visam estudar e observar uma variedade de
fenômenos sociais. Dessa forma, um observatório tem como objetivo básico
acompanhar e monitorar um tema específico de interesse podendo estudar
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diferentes aspectos de problemas relacionados direta ou indiretamente com as
condições de saúde da localidade onde está inserido.
Segundo Hemmings e Wilkinson (2003), o primeiro Observatório de
Saúde Regional surgiu na França, em 1974 com o objetivo de identificar
propostas que pudessem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da
população, atuando e auxiliando nas decisões relacionadas com as políticas e
programas sociais e de saúde. Ainda, segundo os autores, o primeiro
Observatório de Saúde Pública foi criado na Inglaterra, em 1990, na cidade de
Liverpool, com a finalidade de disponibilizar informações e relacioná-las com o
contexto e as perspectivas existentes, a fim de subsidiar as práticas de vigilância
em saúde.
Siqueira e Carvalho (2003) mencionam que redes de sindicatos,
organizações comunitárias, agências multilaterais e governamentais e
universidades foram formadas ao longo das últimas décadas para descrever e
analisar o impacto das políticas econômicas nacionais e internacionais sobre a
saúde das populações, e as mudanças no mundo do trabalho causadas pela
globalização das políticas neoliberais e de desenvolvimento de recursos humanos
na área da saúde.
Portanto, os observatórios são instituições que geram novas fontes de
informação a partir de outras fontes primarias, pois sintetizam as informações
acessadas em áreas específicas, possibilitando o fornecimento de respostas
rápidas, de acordo com a demanda, e sua implantação e implementação estão
relacionados com a consciência mundial crescente de que só se pode entender a
realidade "pensando globalmente e agindo localmente." (SIQUEIRA; CARVALHO,
2003).
Segundo Hemmings e Wilkinson (2003), os observatórios em saúde
agregam duas funções, uma envolvendo diversos e diferentes parceiros nas suas
atividades, e outra produzindo e disponibilizando dados regionais relevantes de
alto nível em um curto espaço de tempo, a fim de possibilitar e oferecer aos
gestores e grupos sociais argumentos necessários na tomada de decisão, para a
melhoria das condições de saúde de uma determinada localidade ou região. A
partir desse entendimento do papel social dos observatórios para a redução das
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iniquidades no campo da saúde, iniciou-se um movimento tímido, mas que trouxe
resultados satisfatórios em curto espaço de tempo.
De acordo com Novelli (2006) os observatórios nas Américas do Sul e
Central estão focados nas questões dos recursos humanos em saúde e na saúde
dos trabalhadores dos serviços de saúde devido aos esforços empreendidos
pelos Ministérios da Saúde do Brasil e de Costa Rica, com o apoio da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), na criação da Rede de
Observatórios em Recursos Humanos (Rorehs), no inicio dos anos 2000. Esta
rede é constituída por um conjunto de instituições de pesquisa e assistência que
busca contribuir para superar os desafios da consolidação e do fortalecimento do
Sistema Único de Saúde (SUS) no que se refere ao trabalho em saúde e a
formação dos trabalhadores desse setor. (BRASIL, 2004).
No entanto, a preocupação hoje com estes serviços prestados pelos
observatórios recai na atenção em como tem sido tratada as fontes de informação
de forma que seja possível localizar estas informações e ao mesmo tempo dar
retorno à sociedade sobre os resultados gerados por estes trabalhos que se
utilizam de recursos públicos, pois qualquer tipo de projeto que não possibilita
divulgar informações sobre a sua produção e resultados, deixa de explicitar seu
papel e importância social.
Por isso, se torna importante o papel da biblioteca na prestação desse
serviço de coleta, organização e tratamento das fontes de informação e
principalmente do profissional bibliotecário que possui condições de propor
soluções adequadas a este tipo de demanda de acordo com seu perfil de
formação.
Contudo, vale salientar que se faz necessário promover um despertar
nos gestores e coordenadores dessas instituições sobre a importância no
tratamento destas fontes de informação e ao mesmo tempo conduzi-los a
seguirem o movimento de acesso livre à informação cientifica com o uso de novas
tecnologias visando proporcionar uma projeção e visibilidade de suas instituições
no cenário local, nacional e internacional.
13
3.2 O Observatório em Saúde da Escola de Saúde Pública
A Escola de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul Dr. Jorge David
Nasser, surgiu da necessidade de preparar e qualificar em nível lato sensu
(especialização) e strictu sensu (mestrado e doutorado) os recursos humanos
para o setor da saúde e afins, visando ao desenvolvimento, sustentação e
efetivação dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS) no
estado de Mato Grosso do Sul. (SANTOS; MATEUS, 2004).
Em relação à formação técnica de nível médio e profissionalizante,
cabe a Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (SUS), denominada (ETSUS)
Ena de Araújo Galvão, a responsabilidade em formar e qualificar esses
trabalhadores em saúde e outras clientelas para o exercício profissional. Ambas
as escolas atuam há mais de vinte e cinco 25 anos em educação em saúde e
estão vinculas a Coordenadoria Estadual de Educação na Saúde (COES) da
Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul.
O Setor de Educação destas duas instituições vem trabalhando
exaustivamente na melhoria da capacitação de profissionais em saúde para
atendimento às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.
Contudo, carecem de informação para a (re)orientação e retroalimentação de
seus processos de trabalho, análises de impacto sobre a formação e capacitação
destes profissionais e oferta de novos cursos.
A princípio essas instituições vem cumprindo com o seu papel, face os
números apresentados pelas secretarias escolar e acadêmica, que mostraram a
formação nesses 25 anos de mais de cinco mil profissionais em nível técnico e
aproximadamente dois mil profissionais em nível de especialização, além da
realização de vários eventos organizados por essas instituições em parcerias com
outras instituições de ensino.
Como resposta a esta necessidade das escolas de compreender a
evolução no processo de formação dos recursos humanos, foi proposto o
desenvolvimento e implantação de um Observatório em Saúde pela Escola de
Saúde Pública no final do ano de 2012, a fim de observar e estudar melhor essa
realidade da "gestão do trabalho dos profissionais em saúde" no estado de Mato
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Grosso do Sul, para avaliar possíveis melhorias no processo de gestão e
capacitação desses profissionais ou até mesmo a criação de novos cursos.
O observatório em Saúde irá atuar com base em seis eixos temáticos a
saber: 1. Condições de vida e saúde; 2. Capacidade instalada; 3. Financiamento e
gastos em saúde; 4. Gestão da força de trabalho em saúde; 5. Gestão da
informação em saúde; 6. Participação e controle social. Essa estrutura foi definida
para permitir flexibilização na atuação dos pesquisadores quanto às demandas
por informação dentro do estado, e, serão realizadas por grupos de pesquisa
nomeados para tal finalidade, tendo como marco inicial no projeto piloto a
temática do eixo quatro “Gestão da força de trabalho em saúde”.
No sentido de valorizar a história da instituição e verificar a produção
intelectual já desenvolvida e registrada nos cursos de pós-graduação sobre a
temática pretendida, definiu-se que o ambiente mais propicio para iniciar a
realização do levantamento seria junto à Biblioteca em Ciências da Saúde, que há
vinte e cinco anos é a responsável por armazenar e gerenciar essas produções.
É importante ressaltar que durante o levantamento de informações
para o projeto identificou-se que a Escola Técnica do SUS (ETSUS) não é uma
fonte produtora de dados ou informação científica para compor uma proposta de
repositório institucional ou temático. Contudo, é necessário destacar o papel
fundamental dessa instituição como formadora de recursos humanos em saúde, e
a organização da produção intelectual produzida pelos cursos de pós-graduação
da Escola de Saúde Pública que estão em posse da biblioteca, contribuirá
significativamente no processo de formação dos alunos de ambas as instituições
e da comunidade em geral.
3.3 A Biblioteca em Ciências da Saúde Dr. Sérgio Arouca
A Biblioteca em Ciências da Saúde (BCS) Dr. Sérgio Arouca, vinculada
à Coordenadoria de Educação na Saúde (COES), foi implantada em 23 de
outubro de 1989, com o objetivo de dar apoio às atividades da escola de Saúde
Pública e da escola Técnica do SUS (ETSUS), através de ações que promovam o
acesso e uso das fontes de informação em saúde como apoio ao ensino,
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pesquisa, extensão e práticas profissionais, contribuindo para a potencialização
do conhecimento técnico e científico junto à comunidade em que está inserida.
Atualmente este espaço conta um profissional bibliotecário que é o
responsável por toda a gestão e planejamento dos serviços oferecidos, contudo
devido a não possuir recursos humanos e tecnológicos suficientes, algumas
atividades e processos ficam prejudicados, não sendo possível dar retorno em
tempo hábil às necessidades dos usuários, e ate mesmo para promover o
desenvolvimento de novos projetos de inovação para a biblioteca pela falta de
investimento financeiro especifico nesse setor.
A biblioteca conta com um acervo de materiais impressos (livros,
periódicos, cartazes, mapas, teses, dissertações, monografias etc.), e os não
impressos, como filmes cinematográficos, fotografias, fitas sonoras, discos,
microformas, cederrons, devedês, programas de computador etc.), apenas de
forma organizada e mantidos para leitura, visualização, estudo e consulta.
Portanto, destaca-se o papel fundamental da biblioteca como um
agente interveniente nesse contexto, pois de acordo com Müller (1984) a
biblioteca é uma instituição social dinâmica, em permanente evolução, justamente
pelo fato de relacionar-se diretamente com os setores da sociedade no sentido de
promover a organização, tratamento e transmissão dos saberes registrados no
percurso da história.
[...] influenciada e influenciando a estrutura social que a circunda, refletindo e contribuindo para o desenvolvimento social. [...] responsável pela organização do conhecimento, a difusão dos produtos culturais e a administração do fluxo do conhecimento registrado. (MÜLLER, 1984).
Em face dessa colocação as bibliotecas, por sua vez deverão estar
preparadas para mudanças, redimensionando seus espaços, trabalhos, serviços e
produtos, acompanhando a evolução tecnológica disponível, principalmente
voltada para um usuário (cliente) cada vez mais conhecedor de tecnologias e
consumidor de informação. Para os autores Drabenstott, Burman e Macedo
(1997) a transmissão eletrônica da informação dá novo sentido à biblioteca, cujo
propósito é tornar o conhecimento acessível aos usuários finais, integrando
múltiplas tecnologias disponíveis.
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Leite (2009) destaca que as bibliotecas detêm a "legitimidade" para
obter e armazenar o material institucional. Contudo, é necessário que as
instituições onde haja este serviço percebam sua importância e os seus gestores
promovam os esforços necessários para a melhoria e adequação à realidade.
Lemos (2008) menciona que a sobrevivência da biblioteca como instituição,
depende da adaptação dela em relação às mudanças políticas, sociais e
tecnológicas, o que por si só, seria suficiente para deixar evidente que lhe cabe
desempenhar uma importante função, embora essa função nem sempre alcance
pleno reconhecimento em todas as sociedades, por razões de ordem histórica e
cultural.
Para Lemos (2008) as bibliotecas, são tidas basicamente como
repositórios de materiais impressos, onde é possível ter uma visão mais
adequada de sua função quando encarada sob a perspectiva cultural, como
memória coletiva do grupo social e, por extensão, da própria humanidade, e da
perspectiva de serviço público voltado para o fornecimento de informações,
conhecimentos registrados necessários ao exercício de atividades profissionais, e
de meios que ensejem a fruição do saber e o prazer da leitura.
Partindo dessa relação do papel social e institucional da biblioteca,
busca-se ao mesmo tempo verificar as fontes de informação existentes para o
projeto do observatório e integralizar e fortalecer as ações de promoção da
biblioteca como instituição responsável pelo processo de gestão, organização,
preservação e acesso à produção cientifica dentro da Coordenadoria de
Educação na Saúde.
Figura 1. Modelo de integração para Repositório.
REPOSITÓRIO
INSTITUCIONAL
BIBLIOTECA EM CIÊNCIAS DA
SAÚDE
OBSERVATORIO EM SAUDE
ESCOLA TECNICA DO
SUS
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA
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3.4 Movimento de Acesso livre e os Repositórios Institucionais
O “Acesso Livre” emerge, em 2001, como uma tentativa de mudança
no paradigma vigente da comunicação científica, em face das aspirações da
comunidade científica e de pesquisadores na atualidade. (HENNING, 2013).
As fontes de informação sempre foram essenciais para que a pesquisa
pudesse prover continuidade ao estudo e trouxesse resultados para o avanço da
ciência e da tecnologia. Desse modo, as bibliotecas, que sempre exerceram um
papel importante no desenvolvimento da aprendizagem, do ensino e da
investigação, passaram de acervos exclusivamente físicos para acervos híbridos,
ao disponibilizarem fontes de informação tanto no formato impresso quanto no
formato digital multimídia, acessível a qualquer ponto de conexão com a Internet.
Castro, discorrendo sobre os efeitos da informação na gestão da saúde
para promoção de novos contextos, diz que:
“o acesso à informação organizada e adequada aos contextos locais e globais pode contribuir para a elaboração de políticas sociais e de saúde que atuem para minimizar as situações de iniquidade. Adiante afirma que a promoção do acesso e do uso da informação garante uma maior participação da comunidade no processo de gestão local da saúde e os níveis desejáveis de desenvolvimento da cidadania”. (CASTRO, 2002).
Como afirma Leite (2009), os repositórios constituem inovação no
sistema de comunicação científica da ciência e no modo de gerenciamento desta
informação. E, para tal, contempla a reunião, armazenamento, organização,
preservação, recuperação e, por conseguinte, a ampla disseminação da produção
científica, quer seja em um determinado tema, quer seja, de uma determinada
instituição.
Neste contexto, a construção de um repositório pode se destacar como
um marco na otimização dos processos de gestão da informação científica,
gerando como resultado o amplo acesso aos resultados de pesquisas científicas.
O pesquisador Leite (2009) aponta para várias justificativas para o uso do
repositório como ferramenta de gestão da informação científica, tais como,
melhoria da comunicação científica; maximização da acessibilidade, uso,
visibilidade e impacto da produção do conhecimento científico; retroalimentação
das atividades de pesquisa científica e apoio às atividades de ensino e
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aprendizagem; além de contribuir para a preservação deste conhecimento, dentre
outros aspectos.
Guimarães e colaboradores (2009) ensinam que uma das justificativas
para o desenvolvimento e implementação de um repositório seria o
aprimoramento do sistema de comunicação acadêmica; se apresentando como
uma estratégia de gestão de conteúdos intelectuais. Há diversos entendimentos
da importância ou justificativa para o uso de um repositório, a partir de diferentes
perspectivas. O repositório pode ser utilizado como um serviço de informação
com destaque no gerenciamento, organização e acesso; mas também como uma
base de dados na web com funções de interoperabilidade; ou até mesmo como
uma estratégia para consolidação do movimento de acesso aberto à produção
intelectual ou ampliação da visibilidade de determinada produção.
Com base no levantamento e nas necessidades verificadas, para esse
projeto, observa-se a aplicabilidade ao final do mapeamento e da organização do
material existente, que será viável a implantação e implementação em uma
segunda etapa de um repositório temático.
Segundo Leite (2009) os repositórios podem ser classificados como:
1) repositórios institucionais: voltados à produção intelectual de uma instituição, especialmente universidades e institutos de pesquisa; 2) repositórios temáticos ou disciplinares: voltados a comunidades científicas específicas. Tratam, portanto, da produção intelectual de áreas do conhecimento em particular; 3) repositórios de teses e dissertações (Electronic Theses and Dissertation – ETDs): repositórios que lidam exclusivamente com teses e dissertações. Muitas vezes a coleta das muitas ETDs é centralizada por um agregador. (LEITE, 2009).
A fim de somar esforços e responder a questão norteadora do grupo de
pesquisa, com relação ao que já foi produzido sobre a temática de “gestão do
trabalho de profissionais em saúde” no estado de Mato Grosso do Sul, contidas
nas produções intelectuais dos cursos de pós-graduação, oferecidos pela Escola
de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser, é que se propõe o presente projeto.
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4. OBJETIVOS
4.1 GERAL
Identificar a produção intelectual sobre o tema gestão do trabalho de
profissionais em saúde no estado de Mato Grosso do Sul, produzidas pelos
cursos de pós-graduação da Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser.
4.2 ESPECÍFICOS
Identificar quais cursos de pós-graduação oferecidos pela Escola de
Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser;
Identificar as fontes de informação da produção científica dos cursos de
pós-graduação da Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser;
Identificar a disponibilidade dos registros bibliográficos e documentos
na Biblioteca em Ciências da Saúde da Escola de Saúde Dr. Jorge
David Nasser;
Identificar a disponibilidade em formato digital da produção científica;
Desenvolver metodologia de busca da produção científica, produzidas
pelos cursos de pós-graduação da Escola de Saúde Pública Dr. Jorge
David Nasser, sobre o tema "gestão do trabalho de profissionais em
saúde" no estado de Mato Grosso do Sul;
Desenvolver metodologia de monitoramento da produção científica,
produzidas pelos cursos de pós-graduação da Escola de Saúde Pública
Dr. Jorge David Nasser, sobre "gestão do trabalho de profissionais em
saúde" no estado de Mato Grosso do Sul.
Propor implantação de um Repositório Temático com base na produção
intelectual levantada sobre a temática de "gestão do trabalho de
profissionais em saúde" no estado de Mato Grosso do Sul.
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5. METODOLOGIA
Como se pretendeu argumentar até aqui, trata-se de um projeto de
mapeamento de fontes de informação sobre a temática de "gestão do trabalho de
profissionais em saúde" no estado de Mato Grosso do Sul oriundas das
produções científicas dos cursos de pós-graduação lato sensu e estrictu sensu da
Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser.
Para que a proposta de mapeamento, identificação, coleta e
organização dessas fontes de informação seja cumprida, determinou-se a
execução do projeto em três etapas distintas.
Etapa 1: Mapeamento, Identificação das Fontes de Informação:
Verificar, junto à secretaria acadêmica, quais os cursos de pós-graduação
foram realizados desde a criação da Escola de Saúde Pública;
Identificar, junto aos atores (secretaria acadêmica, professores e
coordenadores) responsáveis pelos cursos de pós-graduação, quais os
meios de divulgação/comunicação da produção intelectual,
Identificar, junto à biblioteca da Escola de Saúde Pública, a existência,
disponibilidade e organização dos registros bibliográficos da produção
intelectual dos cursos de pós-graduação;
Identificar, junto à biblioteca e à secretaria acadêmica da Escola de Saúde
Pública, a disponibilidade dos documentos em formato digital;
Definir para quais cursos de pós-graduação da Escola de Saúde Pública a
metodologia de busca e monitoramento será aplicada;
Definir os termos a serem utilizados na metodologia de busca e
monitoramento;
Propor, em face da disponibilidade e organização dos registros
bibliográficos da produção intelectual dos cursos de pós-graduação, a
sistemática de pesquisa documental a ser adotada;
Quantificar em meio às produções levantadas as que não possuem seus
objetos digitais disponíveis e providenciar a sua digitalização, seguindo
critérios definidos para aplicação e uso em repositórios institucionais;
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Identificar o quantitativo da produção científica produzida pelos cursos de
pós-graduação da Escola de Saúde Pública, sobre "gestão do trabalho de
profissionais em saúde" no estado de Mato Grosso do Sul;
Identificar e coletar as informações dos metadados, do conjunto de
documentos selecionados;
Identificar por meio de registros documentais, possíveis restrições de
direitos autorais para os documentos selecionados;
Etapa 2: Organização e Estruturação das Informações coletadas:
Organizar e registrar os dados bibliográficos dos documentos levantados
em planilhas de controle do Microsoft Excel;
Salvar os documentos em formato digital de acordo com as
recomendações existentes na literatura para aplicabilidade em um
repositório institucional, a fim de garantir sua preservação;
Disponibilizar ao grupo de pesquisa, as informações alcançadas a partir da
sistemática de busca utilizada;
Etapa 3: Monitoramento e Acompanhamento:
Propor metodologia de monitoramento, junto à secretaria acadêmica e à
biblioteca da Escola de Saúde Pública, em períodos regulares, conforme a
sistemática de organização dos cursos de pós-graduação previamente
selecionados.
Acompanhara trimestralmente junto aos atores responsáveis pelos cursos
de pós-graduação a existência de novas fontes de informação que possam
ser incorporadas à produção intelectual existente.
Propor a implantação de um Repositório Temático com a produção
cientifica especifica selecionada;
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6. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que este projeto de mapeamento e identificação da
produção intelectual, produzida pelos cursos de pós-graduação da Escola de
Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser sobre a temática de "gestão do trabalho de
profissionais em saúde" no estado de Mato Grosso do Sul, seja um marco
norteador para dar apoio aos pesquisadores no desenvolvimento e
implementação do Observatório em Saúde no sentido de promover a pesquisa
para a elaboração de novos instrumentos e políticas de desenvolvimento
institucional e social voltadas para a força de trabalho do Sistema Único de Saúde
(SUS), no âmbito do estado de Mato Grosso do Sul.
Pretende-se ainda a partir da identificação dessa produção intelectual,
promover a visibilidade dessas produções como resposta à sociedade sobre os
investimentos em pesquisa com a utilização de recursos públicos e ao mesmo
tempo caminhar para uma proposta de implantação de um Repositório Temático
tanto na perspectiva de uma ferramenta de gestão da informação, mas também
no propósito de garantir a organização, registro, preservação e acesso ao acervo
documental produzido nessa importante instituição do setor de formação de
recursos humanos em saúde.
Por fim, a proposta de construção do repositório atuará como balizador
para a implementação e efetivação do Observatório em Saúde, no intuito cabal de
torná-lo um instrumento social para fomentar os processos de tomada de decisão
dos gestores e das instituições nas ações de saúde no estado de Mato Grosso do
Sul.
Busca-se assim com esse projeto, legitimar a identidade da Biblioteca
em Ciências da Saúde Dr. Sérgio Arouca, como uma instituição importante e
necessária na perspectiva de serviço público, voltada para o fornecimento de
informações organizadas e preservadas, e promotora do acesso livre ao
conhecimento registrado, tão necessário ao exercício das atividades estudantis e
profissionais em saúde no estado de Mato Grosso do Sul.
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7. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Observatório de recursos humanos em saúde no Brasil: estudos e análise. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. Brasília, DF: s.n, 2001. CASTRO, Elenice de. Informação para apoio à tomada de decisão em saúde: parâmetros de produção de informação territorializada. São Paulo: USP, 2002. Dissertação (Mestrado em Ciências da Informação e Documentação), Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, 2002. Disponível em: < http://ambienteaprendiz.bvs.br/pdf/Castro_Elenice_mestrado.pdf> acesso em: 10/10/2013. DRABENSTOTT, Karen M., BURMAN, Celeste M., MACEDO, Neuza Dias de. Revisão analítica da biblioteca do futuro. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 26, n. 2, p. 1997. GUIMARÃES, M. C. S.; SILVA, C. H.; NORONHA, I. H. RI é a resposta, mas qual é a pergunta? Primeiras anotações para a implementação de repositório institucional. In: Sayão, Luis et al. (Org.). Implantação e gestão de repositórios institucionais: políticas, memória, livre acesso e preservação. Salvador: EDUFBA, 2009. p.261-281. Disponível em: http://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/1342/1/RI%20%c3%a9%20a%20respostam%20mas%20qual%20%c3%a9%20a%20pergunta.pdf, acesso em 27/11/2013. HEMMINGS, J; WILKINSON, J. What is a public health observatory? J Epidemiol Community Health, Boston, v. 5, n. 57, p.324-326, 01 May 2003. Mensal. Disponível em: <http://jech.bmj.com/content/57/5/324.full.pdf+html>. Acesso em 10 out. 2013. HENNING, Patricia Corrêa. Micro e Macropolíticas de informação: o acesso livre à informação científica no campo da saúde no Brasil e em Portugal. Rio de Janeiro: Fiocruz, Tese (Doutorado em Informação e Comunicação em Saúde), Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, 2013. Disponível em: http://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6998/1/TESE_PATRICIA_HENNING.pdf, acesso em 25/11/2013. JANNUZZI, Paulo de Martino. Repensando a prática de uso de indicadores sociais na formulação e avaliação de políticas públicas municipais. In: KEINERT, Tânia Margaret Mezzomo; KARRUZ, Ana Paula (Orgs.). Qualidade de Vida: observatórios, experiências e metodologias. São Paulo: Annablume, 2002.
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LEITE, Fernando César Lima. Como gerenciar e ampliar a visibilidade da informação científica brasileira: repositórios institucionais de acesso aberto. Brasília – DF: IBICT, 2009. LEMOS, Antônio Agenor Briquet de. Bibliotecas. In.: CAMPELLO, Bernadete Santos; CALDEIRA, Paulo da Terra (Orgs.). Introdução às fontes de informação. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. (Coleção ciência da informação, v. 1). MÜLLER, Suzana Pinheiro Machado. Biblioteca e sociedade: evolução da interpretação de função e papéis da biblioteca. R. Esc. Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p. 7-54, mar. 1984. NOVELLI, Virgínia de Fátima. Observatório de saúde: uma revisão. São Paulo: Secretaria de Estado de Saúde; Coordenadoria de Controle de Doenças, 2006. 163 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências, Secretaria de Estado de Saúde; Coordenadoria de Controle de Doenças, São Paulo, 2006. SANTOS, Mariza Pereira; MATEUS, Marina Lopes Fontoura. O desenvolvimento da pós-graduação na área de saúde coletiva 1989-2004. Campo Grande: Escola de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul, 2004. SIQUEIRA, Carlos Eduardo; CARVALHO, Fernando. The Observatory of the Américas as a network in environmental and worker health in the Americas. Ciênc. saúde coletiva. 2003, vol. 8, n. 4, p. 897-902. ISSN 1413-8123. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232003000400012>. Acesso em 10 out. 2013.
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8. CRONOGRAMA
Este projeto terá um prazo de execução estimado em 12 meses conforme as etapas a serem seguidas.
ATIVIDADES MÊS-1 MÊS-2 MÊS-3 MÊS-4 MÊS-5 MÊS-6 MÊS-7 MÊS-8 MÊS-9 MÊS-10 MÊS-11 MÊS-12
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 1: Mapeamento, Identificação e Coleta das fontes de informação;
Etapa 2: Organização, Estruturação e Registro das fontes de informação;
Etapa 3: Acompanhamento e monitoramento para verificar inclusão de novas fontes;
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9. ORÇAMENTO
O orçamento abaixo relaciona os recursos financeiros a serem
utilizados ao longo do projeto. Quanto a material de consumo serão utilizados
aqueles disponíveis na Escola de Saúde Pública e na Biblioteca.
QTDE. DESCRIÇÃO CUSTO
UNITÁRIO VALOR TOTAL
03 Aquisição de Computadores R$ 1.500,00 R$ 4.500,00
01 Scanner R$ 1.500,00 R$ 1.500,00
01 Bolsista R$ 4.000,00 R$ 4.000,00
02 Estagiários* R$ 0,00 R$ 0,00
TOTAL DO PROJETO R$ 10.000,00
*Já existe parceria para a cedência de campo de estágio supervisionado
obrigatório (não remunerado) entre o Curso de Biblioteconomia do Instituto de
Ensino Superior da Funlec com a Escola de Saúde Pública.