MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIA DA … · O mapeamento da produção cientifica...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO
ADRIANA DA SILVA OLIVEIRA
MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO SOBRE AMBIENTES COLABORATIVOS
RECIFE
2015
ADRIANA DA SILVA OLIVEIRA
MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO SOBRE AMBIENTES COLABORATIVOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do grau de bacharel em Gestão da informação, do curso oferecido pelo departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco. Orientação : Prof. Dr. Fábio
Mascarenhas e Silva
RECIFE
2015
Á Sagrada Família de Nazaré,
que por mim olha,
por mim intercede,
que de mim cuida.
AGRADECIMENTOS
Eu realmente só tenho a agradecer. Primeiramente a DEUS que me atendeu a prece de estudar na UFPE, e por me permitir realizar a cada vez que ali entro e piso um pedaço desse sonho.
Agradecer a Maria Santíssima que também tantas vezes me ouviu pedir e tantas vezes intercedeu por mim.
Agradecer a minha flor, minha mãe Maria dos Prazeres, pelo prazer de ser sua filha, pela luta diária por mim, por não desistir dos seus sonhos e por cuidar tão bem de mim. Te amo mamis!
Agradecer a minha irmã Aline Oliveira, pela amizade e respeito.
Agradecer ao meu amor, meu noivo Bruno Crespo, pelas dicas, pela inspiração no tema desse trabalho, por me ajudar e compreender tantas vezes, pelo incentivo, pela amizade que me dedica, pelos conselhos e broncas e por todo cuidado. Amo você!
Agradecer ao meu orientador o prof. Dr. Fábio Mascarenhas, por aceitar me orientar nesse trabalho, pelo seu excelente exemplo de professor que dá, por sua dedicação em sala de aula, pela humildade com que se comunica com seus alunos, por corrigir o erro sem dizer que estamos errados. Desejo a todo aluno ter um professor como ele. Obrigada professor Mascarenhas!
Agradecer a todos do departamento de Ciência da informação, todos os professores, todos técnicos administrativos e auxiliares, de forma especial ao prof. Dr. Diego Salcedo pelo incentivo e interesse pela minha pesquisa e a Tereza secretária do curso de Gestão da Informação por sua simpatia e gentileza.
Agradecer a todos da minha turma GI 2012.1, tão amada e querida, principalmente aos meus amigos Elda Santana (Eldinha) por toda ajuda e colaboração , Micaela Carvalho (Mica) pela confiança, Tarcísio Carvalho e Dimas Assis que foram meus parceiros de trabalhos nas cadeiras, a Luana Talita por todo cuidado com o assuntos e avisos pra turma e Daniel Quirino, o chato gente boa. Obrigada minha gente, vocês estarão para sempre em minha lembrança.
Agradecer a minha família, a esses meus amores que fazem parte da minha vida e existência, pelo carinho, pelo cuidado, pela confiança, pela dedicação, pela graça de tê-los sempre comigo!! Obrigada família minha, meus amores, meus anjos!
Obrigada a todos vocês, que com certeza sem vocês eu não seria a mesma que sou e não teria realizado esse trabalho. Com muito carinho, obrigada!
EPÍGRAFE
“Estás em tudo que penso,
Estás em quanto imagino:
Estás no horizonte imenso,
Estás no grão pequenino.
Estás na ovelha que pasce,
Estás no rio que corre:
Estás em tudo que nasce,
Estás em tudo que morre.
Em tudo estás, nem repousas,
Ó ser tão mesmo e diverso!
(Eras no início das cousas,
Serás no fim do universo.)
Estás na alma e nos sentidos.
Estás no espírito, estás
Na letra, e, os tempos cumpridos,
No céu, no céu estarás.”
(UBIQUIDADE - Manoel Bandeira)
RESUMO
O objetivo deste trabalho é fazer uma análise em torno das publicações científicas sobre ambientes colaborativos publicadas nas bases de dados BRAPCI e Web Of Science, para saber o que se tem produzido sobre produção colaborativa e em quê está contribuindo essa nova maneira de construir e disseminar o conhecimento. O trabalho foi realizado em duas etapas. A primeira foi realizada pesquisa e análise de título e resumo dos artigos publicados na Base de dados referencial de artigos de periódicos em ciência da informação – BRAPCI, utilizando quatro categorias para análise de assunto. A segunda um levantamento de informações por meio de algumas categorias de análise de dados na base de dados Web Of Science, apresentando por gráficos cada resultado para facilitar a visualização dos resultados obtidos na pesquisa. Em todo o processo para realização desse trabalho, notou-se que o ambiente colaborativo tende a crescer e colaborar para construção conhecimento, em nova perspectiva de disseminação e análise dos assuntos produzidos e compartilhados no meio acadêmico, além de contribuir para o crescimento da pesquisa, tornando-as mais dinâmicas e interativas, somando produção e aprendizagem especificamente na área da ciência da informação.
Palavras-chave: Ciência da informação; Ambientes Colaborativos; Produção
Colaborativa; Análise de assunto; Banco de dados; Análise de conteúdo.
ABSTRACT
The objective of this study is to analyze around scientific publications on collaborative environments published in the databases BRAPCI and Web of Science, to know what has been produced on collaborative production and what is contributing this new way to build and disseminate knowledge. The study was conducted in two stages. The first was held research and analysis title and summary of articles published in the reference database of journal articles in information science - BRAPCI using four categories for subject analysis. The second survey information through some data analysis categories in the Web of Science database, featuring graphics for each result for easy viewing of the results obtained in the research. Throughout the process for carrying out this work, it was noted that the collaborative environment tends to grow and contribute to building knowledge in new perspective of dissemination and analysis of produced matters and shared in the academic environment and contribute to the growth of research, making them more dynamic, interactive, adding production and learning specifically in the field of information science.
Key-Words: Information Science ; Collaborative Environments; Collaborative
production; Subject analysis; Database; Content analysis.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Produções Colaborativas
22
QUADRO 2 Ambientes Colaborativos
22
QUADRO 3 Sistemas Colaborativos 23
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Origem dos autores (países)
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GRÁFICO 2 Idiomas das Publicações
25
GRÁFICO 3 Ano de Publicação
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GRÁFICO 4 Areas de pesquisa
27
GRÁFICO 5 Instituições de ensino
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GRÁFICO 6 Autores
29
GRÁFICO 7 Citações
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GRÁFICO 8 Publicações
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 6
2 REFERENCIAL TEÓRICO 9
2.1 Produção Colaborativa
2.1.1 Produção do Conhecimento e da Informação
2.1.2 Produção Colaborativa
2.2 Análise da produção científica
2.2.1 Produção Científica
2.2.2 Bibliometria e Cientometria
9
9
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15
15
17
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
3.1 Procedimentos metodológicos
19
19
3.2 Análise dos artigos nacionais na área da Ciência da
Informação sobre Produção colaborativa
19
3.3 Pesquisa na Web Of Science 23
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
31
33
6
1 INTRODUÇÃO
Muito se tem discutido acerca de compartilhamento da informação,
possivelmente motivado pelas mudanças recentes no acesso a internet, às redes
sociais, e também a dinamicidade dos objetos informacionais e da interatividade
entre seus usuários. Consequência da atividade própria da chamada web 2.0.1
Diante disso, dentre outros recursos, desenvolveram-se os dispositivos e práticas do
ambiente colaborativo, que é um espaço de trabalho coletivo, de troca, produção e
circulação de informações, sobre uma determinada área de atuação, termos ou leis,
como também um ambiente de construção e multiplicação de conhecimento,
facilitando o aprendizado e a formação de conteúdo de cada usuário desse
ambiente, facilitando a pesquisa, tendo como ferramenta de apoio a internet e a
informática.
A produção cientifica tem fundamental importância para área de Ciência da
Informação, pois, seu registro e pesquisas contribuem para análises e ampliação de
ideias entre as áreas de ensino e refletem o nível de aprendizagem e aplicabilidade
no ambiente acadêmico, seja em nível de graduação, mestrado, doutorado ou de
pesquisa. Por meio das publicações de artigos nos eventos e em periódicos é que se
identifica quais áreas estão mais atuantes, e tem participação na construção e
disseminação de conhecimento, produzindo mais conhecimento sobre determinado
assunto. Ao produzir um artigo e publica-lo, o pesquisador, estudante e professores
empregam seus saberes contribuindo para o crescimento da informação,
possibilitando que seja empregado o que foi aprendido, principalmente no meio
acadêmico.
O mapeamento da produção cientifica sobre o tema, tem o objetivo de auxiliar
a ciência da informação a quantificar e qualificar os estudos produzidos na área em
questão, sabendo como esta informação é usada, onde é produzida e com que
finalidade, servindo também para deixar mais fácil a visualização e utilização do
conteúdo. Para tal, a ciência tem se valido das técnicas bibliométricas de análise,
que consistem em ferramentas e processos de estudo da disseminação e uso da
informação, desenvolvendo padrões e modelos para medir e utilizar seus resultados,
e da cientometria para medir os quantitativos da produção científica, afim de saber o
1 A Web 2.0 vem a ser a segunda geração de serviços online e se caracteriza por aumentar as formas
de publicação e compartilhamento de informações, como também ampliar os espaços para a interação entre os usuários do processo.
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que se tem publicado sobre ambientes colaborativos na ciência da informação, e o
que esse ambiente de compartilhamento de informações está contribuindo para a
difusão do conhecimento nessa área.
O problema deste trabalho é saber onde, como e o quê estão produzindo
cientificamente sobre ambientes colaborativos, seja na sua estrutura de
compartilhamento de informação ou a maneira que a informação é disseminada
dentro desses ambientes colaborativos e qual a relevância e/ou contribuição desses
ambientes para ciência da informação, através da análise bibliometrica em torno da
produção cientifica sobre ambientes colaborativos. A fim de atender os objetivos
específicos que são: mapear as produções científicas sobre ambientes colaborativos
na BRAPCI e WEB OF SCIENCE, analisar os conteúdos das produções cientificas
sobre ambientes colaborativos, desenvolver os gráficos comparativos entre os
resultados obtidos na pesquisa, comparar os anos de publicações da produção
cientifica dos ambientes colaborativos, apresentar os resultados obtidos na
pesquisa.
O interesse por essa pesquisa veio da curiosidade de como o conhecimento
através do compartilhamento de informações tornam mais fáceis a percepção dos
assuntos e como o uso do ambiente colaborativo pode atingir grande número de
pesquisadores aumentando o nível de interatividade com determinados assuntos em
cada área, além de contribuir para o aumento da pesquisa, especificamente na área
da ciência da informação. Um ambiente colaborativo agrega muito valor, por sua
capacidade de fazer o conhecimento ser criado, armazenado e acessado por
diversos usuários e ainda esses mesmos usuários geram informações uteis aos
seus espaços acadêmicos, e suas pesquisas. Essa ferramenta de criação de
conhecimento e disseminação de informação tende a crescer ainda mais e contribuir
para a gestão da informação com a criação de informação de qualidade para
análises e tomada de decisões.
O trabalho foi realizado em duas etapas. A primeira foi realizada uma
pesquisa na Base de dados referencial de artigos de periódicos em ciência da
informação – BRAPCI, através do título e resumo dos artigos publicados, depois foi
feita uma análise utilizando quatro categorias para análise dos assuntos tratados nos
artigos. Na segunda etapa foi feito um levantamento de informações sobre a
palavra-chave “Produção Colaborativa” por meio de oito categorias de análise de
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conteúdo, na base de dados Web Of Science, depois apresentando por gráficos para
facilitar a visualização dos resultados obtidos na pesquisa.
A metodologia utilizada foi a chamada pesquisa documental. Por se
tratar de uma pesquisa em torno das publicações científicas, ou seja, documentos, a
técnica utilizada foi a de análise de conteúdo. A pesquisa foi desenvolvida em quatro
fases, duas para cada base de dados, onde envolveu análise e escolha dos artigos,
formulou-se as categorias para interpretação e tratamento dos dados, depois a
apresentação dos resultados.
Para fins de estruturação este TCC está subdividido em quatro seções, são
elas: a primeira é esta introdução, a segunda trata do referencial teórico, que foi
divido em duas subseções, sendo a primeira produção colaborativa, que aborda os
conceitos da produção do conhecimento e da informação e a produção colaborativa
propriamente dita, e a segunda conceitua sobre a produção cientifica e uma das
formas de análise da produção cientifica através do estudo bibliometrico e
cientometrico, a terceira seção trata da análise dos resultados das pesquisa feitas na
BRAPCI e na WEB OF SCIENCE, e por fim, a quarta seção com as considerações
finais.
Com isso trazer para ciência da informação a discussão que, a construção do
conhecimento pode ser mais fácil, se compartilhado em um ambiente em que todos
interessados aprendam e construam a informação que procuram.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Está seção tem o objetivo de conceituar sobre os assuntos a serem tratados
pelo tema deste trabalho, sendo eles Produção Colaborativa conceituando sobre
produção do conhecimento e da informação e produção colaborativa propriamente
dita e a análise da produção científica conceituando sobre produção científica e dois
exemplos dos métodos de análise das publicações científicas a bibliometria e
cientometria.
2.1 Produção Colaborativa
Para entender como se dar a produção colaborativa, precisamos entender
como adquirimos conhecimento e o transformamos em informação, para
investigações posteriores para isso, conceituamos a produção do conhecimento e da
informação, para aplicação do que aprendemos, e disseminação da informação
construída e depois discorreremos sobre a produção colaborativa.
2.1.1 Produção do Conhecimento e da Informação
Para começar a falar da produção do conhecimento, é necessário saber o
que é conhecimento, ou como geramos conhecimento. Conhecimento é na verdade
o que aprendemos todos os dias ao observarmos o nosso cotidiano e também o que
lemos, ou que assistimos e quando somados a novas experiências de leitura e
aprendizados modificamos nosso estado de conhecimento sobre determinado
assunto. Como especifica Le Coadic em seu livro “A Ciência da Informação”:
Nosso estado (ou nossos estados) de conhecimento a respeito de determinado assunto, em determinado momento é representado por uma estrutura de conceitos ligados por suas relações: nossa imagem do mundo. (LE COADIC, 2004, p. 8)
Então, para gerarmos conhecimento é necessário aprofundamento sobre o
assunto e transformar nosso conhecimento em informação, Barreto (2002, p. 67) em
seu artigo intitulado “A condição da informação” relacionou as três atividades
fundamentais a vida ativa do homem, baseado em Hannah Arendt, que são: o labor,
o trabalho e a ação, a geração da informação e conhecimento, para a condição
humana do trabalho:
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A condição humana do trabalho é a mundanidade. Uma das qualidades dessa condição humana é criação, e o registro, em código próprio, da informação e de sua representação. Com a apropriação e
elaboração gera-se o conhecimento. (BARRETO, 2002, p. 67)
Ainda sobre a produção do conhecimento Barreto diz:
As configurações, que relacionam a informação com a geração de conhecimento, são as que melhor explicam sua natureza, conforme finalistas, pois são associadas ao desenvolvimento do indivíduo e à sua liberdade, pelo poder de decidir sua vida. Aqui a informação é qualificada como instrumento modificador da consciência do homem. Quando adequadamente apropriada, produz conhecimento e modifica o estoque mental de saber do indivíduo; traz benefícios para seu desenvolvimento e para o bem-estar da sociedade em que ele vive. (BARRETO, 2002, p. 70)
Quando transformamos nosso conhecimento em informação, alteramos o
estado de conhecimento dos outros e assim construímos novos conhecimentos. A
capacidade de aprendermos está na forma que assimilamos uma informação a outra
sobre um objeto informacional ou assunto, assim construímos conhecimento.
McGarry (1999, p. 4) em seu livro “O Contexto Dinâmico da informação” diz que: “É
a maneira como explicamos as coisas para nós mesmos, e para os outros,
comparando coisas que se parecem mas não são literalmente idênticas.”
A criação de informação acontece quando externamos nosso conhecimento
em um suporte, permitindo assim seu acesso e leitura. Informação é quando o
conhecimento interno que possuímos se alia ao conhecimento externo que
adquirimos e o armazenamos, compartilhamos em um suporte informacional, ou
seja, um documento. Para que essa informação seja utilizada, ela precisa ser
ordenada e bem estruturada, fazendo com que tenha sentido para seu receptor.
Para Le Coadic (2004, p. 4) a “informação é um conhecimento inscrito
(registrado) em forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um
suporte.”
E segundo McGarry (1999, p. 11) “A informação deve ser ordenada,
estruturada ou contida de alguma forma, e transmitida por algum tipo de canal”.
Para esses dois autores a informação depende de um suporte para que seja
repassada, assimilada pelo seu receptor e assim modificar seu estoque mental de
conhecimento.
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Para a ciência da informação as definições de conhecimento e informação
são muito utilizadas, devido ao fato que só se tem conhecimento através da
informação, e por sua vez para que tenhamos informação é preciso ter
conhecimento, dessa forma, a produção de informação é enriquecida, se torna forte,
para que a área apresente produtividade no conhecimento científico.
2.1.2 Produção Colaborativa
Para discorrer sobre ambientes colaborativos, antes é preciso falar da web
2.0, que consiste na:
Segunda geração de serviços online e caracteriza-se por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo. (PRIMO, 2007, p. 1)
O uso de ambientes colaborativos cresceu a partir da web 2.0, por sua
dinamicidade e por oferecer ao seus usuários ampla liberdade de interação,
construção e compartilhamento de informação, usando de computadores conectados
a internet. Com isso, através da internet, alguns alunos e pesquisadores, como
também empresas, criam um ambiente em comum de pesquisa e criação de
informação, onde todos podem colaborar com seus conhecimentos sobre
determinado assunto e criar novas informações, novos métodos de pesquisa e
disseminação do conhecimento tanto acadêmico, como do meio interno de uma
organização, seja um setor ou até mesmo sobre ela como um todo.
A Web segue o modelo de comunicação muitos para muitos, em que muitas pessoas produzem conteúdos que serão consumidos por outros que, em determinado momento, se comportarão também como produtores de conteúdo. Este comportamento torna mais rápido o fluxo das informações e quase impossível demarcar precisamente as fronteiras da Web 2.0. (OLIVEIRA; DUTRA, 2014, p. 154)
Diante disso, surgiu o ambiente colaborativo, que consiste em um espaço de
trabalho coletivo, de troca, produção e circulação de informações, onde se conceitua
sobre assuntos de uma empresa, sobre uma determinada área de atuação, termos
ou leis, como também um ambiente de construção e multiplicação de conhecimento,
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facilitando o aprendizado e a formação de conteúdo de cada usuário desse
ambiente, facilitando a pesquisa, tendo como ferramenta de apoio a internet e a
informática.
A utilização desse ambiente contribui para que toda informação ali construída
gere mais informações para seu usuário e/ou pesquisador, tornando sua pesquisa
mais rica e também facilitando a disseminação e compartilhamento de conhecimento
tornando-os mais dinâmicos e interativos, dando acesso a todos para contribuírem
com os assuntos relacionados a pesquisa e não necessariamente os pesquisadores
devem está no mesmo espaço físico, podendo ter acesso a esse ambiente de
colaboração de onde estiver. Como disseram Alves e Barbosa que em seu artigo
denominam ambientes colaborativos como “Sistemas Colaborativos”:
E é nesse sentido que surgem os sistemas colaborativos ou ferramentas de redes sociais. Sistemas colaborativos são construídos ou adotados pelas organizações com a finalidade de promover a interação entre grupos e/ou indivíduos e, dessa forma, favorecer o compartilhamento da informação sem que haja necessidade de os envolvidos estarem no mesmo local. (ALVES; BARBOSA, 2010, p. 1)
No ambiente acadêmico, os ambientes colaborativos são utilizados para
facilitar o acesso a pesquisa, e também a facilidade de se conectar com o grupo que
realiza essa mesma pesquisa. Ter um ambiente onde se compartilha ideias e
informações sobre o assunto a ser pesquisado facilita a disseminação da
informação, e esse ambiente sendo online, torna ainda mais fácil a discursão do
assunto e também seu acesso pode ser de onde o pesquisador tiver, é o que fala
Ramos e Carvalho.
[...] Os sistemas de informação que dão apoio ao trabalho colaborativo, dispõem de mecanismos de comunicação que permitem independência de tempo e espaço para que o pesquisador possa colaborar com seus grupos de pesquisa, contemplando um espaço virtual compartilhado que pode ser acessado em qualquer horário e a partir de qualquer computador conectado à Internet, permitindo assim, uma maior autonomia de seu tempo e expandindo as oportunidades
de encontros dos grupos para além dos presenciais. (RAMOS;
CARVALHO 2007, p. 1)
E também Moura:
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A relativização das noções de tempo e espaço e a redução dos rituais sincrônicos abriram espaço para a mobilidade e o estabelecimento de comunidades não constrangidas pela dimensão geográfica e ocasionou também a implementação de novos padrões de cooperação. A difusão global de informações permitiu uma série de agregações que se constituem em torno do interesse informacional, tornado fluxo. É nesse contexto que surgem as comunidades virtuais, uma modalidade de agregação de sujeitos dispersos geograficamente em torno de interesses comuns. (MOURA, 2009, p.4)
Um ambiente colaborativo agrega muito valor, por sua capacidade de fazer o
conhecimento ser criado, armazenado e acessado por diversos usuários e ainda
esses mesmos usuários geram informações uteis aos seus espaços acadêmicos, e
suas pesquisas. Essa ferramenta de criação de conhecimento e disseminação de
informação tende a crescer ainda mais e contribuir para a gestão da informação com
a criação de informação de qualidade para análises e tomada de decisões.
Produção colaborativa pode ser definida como um processo criativo coletivo no qual a informação não possui caráter único, podendo ser alterada por todos que tenham contato com ela. Isso resulta numa obra em construção que sofre constante evolução, podendo ser adaptada para formatos distintos, de acordo com as características e necessidades dos usuários. (GUERREIRO-CASANOVA; FREITAS, 2012, p. 5)
Produção colaborativa, ambientes colaborativos, sistemas colaborativos, cada
autor tem uma definição para o que chamam de lugar interativo de criação,
compartilhamento e disseminação de informações no mesmo local de
armazenamento, onde seus usuários estão interligados através do uso de um
computador conectado a internet. Por possuir vários tipos, vários segmentos,
podendo ser no ambiente acadêmico (como falado anteriormente), organizacional e
até mesmo na área fundamental de ensino entre professores e gestores, o ambiente
colaborativo, tem característica interdisciplinar, seu uso não é restrito a um só tipo de
pesquisa. Segundo Gómez, interdisciplinaridade consiste em :
Geração de conhecimentos através de diferentes modalidades de interação visando a integração de conceitos, métodos, dados, ou as abordagens epistemológicas de múltiplas disciplinas em torno de uma ideia, problema, tema, ou questão em particular; A
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interdisciplinaridade se desenvolveria dentro do campo científico, buscando a superação e reformulação das fronteiras paradigmáticas. (GÓMEZ, 2003, P. 6)
Como exemplo de um ambiente colaborativo podemos citar as wikis, porque
sua definição se assemelha diretamente a um ambiente colaborativo de informação
e conhecimento. Ao utiliza-lo qualquer usuário pode acessar à página, podendo
alterar seu conteúdo, como também editar uma nova página, “Este sistema permite
corrigir erros e inserir novas informações, ou seja, ninguém é autor proprietário de
nenhum texto e o seu conteúdo é atualizado devido à possibilidade de ser
reformulado.” Blattmann; Silva (2007 p.202) .
Ainda, segundo Blattmann e Silva no artigo intitulado “Colaboração e
Interação na Web 2.0 e Biblioteca 2.0”:
O termo Wiki (do havaiano wiki-wiki = "rápido", "veloz", "célere") foi criado por Ward Cunningham, autor do primeiro Wiki. Cunningham, o qual denominou sua criação com este nome por ser a primeira expressão havaiana que aprendeu quando um atendente do aeroporto recomendou em sua primeira visita às ilhas que pegasse os ônibus expressos "wiki wiki" no Aeroporto de Honolulu. Disponibilizado na web em 1995 e chamado de Portland Pattern Repository (http://www.c2.com), Cunningham pretendia desenvolver um site no qual os próprios usuários poderiam gerar, gerenciar e disseminar conteúdos. Com o sucesso do sistema que desenvolveu, vários clones surgiram como alternativa para a construção participativa de textos e, até mesmo, como ferramenta para a gestão do conhecimento em empresas e
escolas. (BLATTMANN; SILVA, 2007 p.201)
Em vista dos argumentos apresentados o ambiente colaborativo aprimora os
processos de comunicação, transmissão de informação e aquisição de
conhecimento, e seu uso facilita a pesquisa e contribui para a atualização continua
dos termos e classificações utilizados na pesquisa.
2.2 Análise da produção científica
Existem vários métodos para se analisar a produção científica, neste trabalho
utilizaremos dois deles que são os métodos bibliométricos e cientometrico, para isso
conceituamos a produção cientifica e sua importância, para depois analisarmos o
uso e beneficio desses dois métodos de análise científica
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2.2.1 Produção Científica
Produzir um artigo científico é indispensável para o pesquisador, visto que,
sua pesquisa para ter fundamento precisa ser registrada, documentada e também
alinhada a pesquisa de outros pesquisadores, para que os resultados sejam uteis
para o crescimento da informação, e contribua para o avanço social da ciência.
Ao produzir um artigo, e publica-lo o pesquisador, estudante e professores
empregam seus conhecimentos contribuindo para o crescimento da informação
fazendo com que sejam empregados tudo o que foi aprendido e estudado
principalmente no meio acadêmico.
O registro da ciência é essencial à conservação e preservação de resultados, observações, cálculos, teorias, etc., possibilitando, assim, a crítica, aceitação ou não e aperfeiçoamentos posteriores. Entretanto, a comunicação desses registros é ação ainda mais importante, condição pela qual se possibilita o alcance público, permitindo, assim, a apropriação desses por outros indivíduos e, consequentemente, a geração de mais conhecimentos. (DROESCHERE; SILVA, 2014, p.171 )
A produção cientifica tem fundamental importância para área de ciência da
informação, pois, seu registro e pesquisas contribuem para as análises e a
ampliação de ideias entre as áreas de ensino e refletem o nível de aprendizagem e
aplicabilidade no ambiente acadêmico, seja em nível de graduação, mestrado,
doutorado ou de pesquisa. Por meio das publicações de artigos nos eventos e em
periódicos é que se sabe quais areas do ensino superior estão mais atuantes, e tem
participação na construção e disseminação de conhecimento, produzindo mais
informações relevantes sobre determinado assunto.
Os registros desses artigos são importantes para conservar, preservar e
renovar as teorias, as formas como os assuntos são defendidos e ensinados em
cada área do conhecimento, sem falar na ascensão da pesquisa e do pesquisador,
permitindo assim o contínuo crescimento da informação de qualidade.
O compartilhamento da riqueza científica, além de ser fundamental ao reconhecimento do talento do pesquisador, é considerado como uma obrigação moral, de modo a condenar a ocultação das descobertas científicas. (DROESCHERE; SILVA, 2014, p.173)
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O papel dinâmico da ciência, onde sempre surgem novas formas de estudar
um mesmo assunto e novos tipos de pesquisa, faz com que seus resultados sejam
sempre passíveis de mudança, e é o que motiva o pesquisador, por ocorrer sempre
uma nova maneira de se pensar e construir conhecimento, tornando também a
pesquisa interativa e enriquecedora para sociedade acadêmica.
A produção científica leva para sociedade informações e alternativas para
solucionar problemas e até mesmo a identifica-los, ela é um dos instrumentos que a
universidade tem para mostrar os resultados e relevância dos seus ensinos e
também a desenvoltura de seus alunos e professores, e faz com que a sociedade
como um todo reconheça o esforço e qualidade pertinentes a pesquisa e ao ensino
aplicados nela. É o que diz Santilone et. al.
A produção científica é uma das atividades de grande importância nas universidades, porque através dela é possível identificar as informações e o conhecimento gerado pelos docentes e discentes dentro de cada instituição. (SANTILONE ET. AL. 2012, p. 87)
A publicação das pesquisas e seus resultados trás avanços e diretamente
enriquecem a disseminação do conhecimento:
Desta forma, a divulgação dos resultados das pesquisas, através dos canais de comunicação científica, é de fundamental importância para que o ciclo da comunicação científica se efetive (pesquisa – divulgação – leitura – validação e aceitação pelos pares – pesquisa) proporcionando o avanço da ciência e possibilitando a criação de
novos conhecimentos. (CAFÉ; CARVALHO, 2010, p. 4)
Para a comunidade cientifica a visibilidade e disponibilização dos resultados
das pesquisas é uma forte característica, pela capacidade que tem de expor
informações de qualidade para o meio acadêmico tornando-se fonte de informação e
construção de conhecimento.
2.2.2 Bibliometria e Cientometria
Apesar do crescimento informacional dentro de todas as áreas, ainda é difícil
estipular quantos assuntos estão sendo disseminados entre elas, saber como fazem
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para difundir conhecimento, como se tem pesquisado e utilizado as informações
advindas dessas pesquisa. Para medir as publicações científicas existem alguns
mecanismos de mensuração da informação que são utilizadas para medir,
quantificar e criar indicadores de produções científicas, entre eles estão a
bibliometria e a cientometria. Quanto aos estudos métricos Santin diz que:
[...] Os estudos métricos surgem como mecanismos de mensuração e avaliação dos fluxos da informação e das estruturas do conhecimento em seus diversos domínios, possibilitando a utilização dos resultados para sustentar previsões e tomadas de decisão. (SANTIN, 2011, p. 109)
Onde para favorecer e possibilitar a análise em relação quantitatividade e
cognição da informação científica se faz uso dos indicadores. Que para Vanti:
[...] Indicadores quantitativos são utilizados dentro de uma área do conhecimento, por exemplo, mediante a análise de publicações, com aplicação no desenvolvimento de políticas científicas. Tenta medir os incrementos de produção e produtividade de uma disciplina, de um grupo de pesquisadores de uma área, a fim de delinear o crescimento de determinado ramo do conhecimento. (VANTI, 2002, p. 154)
Os indicadores apoiam os pesquisadores no desenvolvimento das atividades
científicas e também proporcionam outras possibilidades para aplicar outros
mecanismos de mensuração da informação, dentre esses mecanismos podem ser a
bibliometria e a cientometria.
A Bibliometria consiste em uma ferramenta de estudo da disseminação e uso
da informação, onde se aplicam métodos estatísticos e matemáticos com o objetivo
de quantificar a produção científica, desenvolvendo padrões e modelos para medir e
utilizar seus resultados e assim colaborar para a tomada de decisões. Bibliometria,
que segundo Guedes e Borschiver consiste em:
Uma ferramenta estatística que permite mapear e gerar diferentes indicadores de tratamento e gestão da informação e do conhecimento, especialmente em sistemas de informação e de comunicação científicos e tecnológicos, e de produtividade, necessários ao planejamento, avaliação e gestão da ciência e da tecnologia, de uma determinada comunidade científica ou país. (GUEDES; BORSCHIVER 2005, p. 15)
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Em suma, a partir de técnicas bibliométricas (e também os outros
mecanismos de mensuração) se medem as publicações de cada autor, faz
avaliações das produções e da qualidade das pesquisas, para saber quais autores
publicam, o quanto publicam e quanto são citados em outras pesquisas.
E a cientometria que de acordo com Hayashi (2012, p.4) tem o objetivo de
“Estudar a atividade científica como fenômeno social e mediante indicadores e
modelos matemáticos”. Por tanto a cientometria complementa a bibliometria, por
medir e quantificar por areas que publicam e sobre os assuntos que publicam,
contribuindo para sabermos quais os assuntos estão mais em discursão e quais
areas mais publicam, deixando visíveis quais as areas estão mais atuantes quanto a
produção cientifica proporcionando a análise e tomada de decisão.
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3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A seguir serão apresentadas as analises dos resultados na BRAPCI, que
foram feitas através de análise de conteúdo e os resultados da pesquisa na Web Of
Science, que foi baseada em dados bibliometricos e cientometricos, depois
transformados em gráficos.
3.1 Procedimentos metodológicos
A metodologia utilizada foi a chamada pesquisa documental. Que segundo Gil
(2002, p.45) “a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda
um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetos da pesquisa”. Por se tratar de uma pesquisa em torno das publicações
científicas, ou seja, documentos, a técnica utilizada foi a de análise de conteúdo pois
a pesquisa foi desenvolvida em quatro fases, duas para cada base de dados, onde
envolveu análise e escolha dos artigos, formulou-se as categorias para interpretação
e tratamento dos dados, depois a apresentação dos resultados.
As análises foram realizadas em duas etapas. A primeira focou na literatura
nacional, então usou dados da Base de dados referencial de artigos de periódicos
em ciência da informação – BRAPCI, através do título e resumo dos artigos
publicados, depois foi feita uma análise utilizando quatro categorias para análise dos
assuntos tratados nos artigos. Na segunda etapa foi feito um levantamento de
informações sobre a palavra-chave “Produção Colaborativa” por meio de oito
categorias de análise de conteúdo, na base de dados Web Of Science, depois
apresentando por gráficos para facilitar a visualização dos resultados obtidos na
pesquisa.
Maiores detalhes serão descritos em cada uma das etapas.
3.2 Análise dos artigos nacionais na área da Ciência da Informação sobre Produção colaborativa
Esta etapa da pesquisa foi baseada em artigos coletados a partir da BRAPCI -
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Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação,
utilizando como critério para a estratégia de pesquisa os termos “Produção
Colaborativa”, “Ambientes Colaborativos” e “Sistemas Colaborativos” buscados tanto
nos campos de título como de resumo dos artigos.
Para organizar os dados foi elaborada uma planilha no MS-Excel, onde foi
sistematizada a coleta dos dados e a análise do conteúdo. Para análise desses
artigos foram criadas quatro categorias de análise: Estudo de caso, Revisão Teórica,
Proposta de algum modelo e Estudos Métricos, a seguir caracterizadas:
1) Estudo de caso: corresponde aos artigos que estudam ou analisam um
ambiente colaborativo ou comparam ambientes colaborativos para
determinada atividade;
2) Revisão teórica: corresponde aos artigos que fazem um levantamento
bibliográfico, e descrições e análises conceituais e trazem definições sobre o
uso e a aplicabilidade de um ambiente colaborativo;
3) Proposta de algum modelo: corresponde aos artigos que propõem um novo
modelo de ambiente colaborativo, ou um novo método para estudá-lo, e/ou
um nova maneira de aplicar um ambiente colaborativo em determinada área;
4) Estudo métrico: corresponde aos artigos que fazem estudo métrico
quantificando e analisando os assuntos estudados em um ambiente
colaborativo.
Nos quadros 1, 2 e 3, observa-se as temáticas em maior destaque nos artigos da
pesquisa na BRAPCI para cada categoria:
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Quadro 1 - Produção Colaborativa
Fonte: Dados da pesquisa (2015)
Quadro 2 - Ambientes Colaborativos
Fonte: Dados da pesquisa (2015)
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Quadro 3 - Sistemas Colaborativos
Fonte: Dados da pesquisa (2015)
Diversos assuntos foram tratados em quase todos os artigos coletados, mas
um dos exemplos mais recorrentes foi o modelo peer-to-peer, que consiste em cada
usuário conectado a internet por meio do computador realizar funções de servidor e
cliente, tornando as funções convencionais de rede, descentralizadas. A partir disso,
começamos a pensar que grandes transformações nos sistemas de comunicação e
fluxo de informações para a modalidade de pesquisa acadêmica já estão
acontecendo, e cada dia o potencial dos ambientes de colaboração informacional,
contribuindo e conquistando seu espaço. Outros exemplos foram citados como o
website Overmundo, plataforma twiki , modelo semantic media , upbox data notes,
que são bons representantes dessa era de colaboração, consolidando o importante
papel da troca de informações, e a riqueza de informação que é construída em uma
pesquisa colaborativa.
As publicações sobre ambientes colaborativos na BRAPCI, são recentes
variam de 2007 a 2014, para essa pesquisa totalizaram 30 publicações, com
destaque para o anos de 2009 e 2014 todos os dois anos com 5 publicações cada,
dentro dessas 30 publicações o autor de mais destaque foi o pesquisador Clóvis
Ricardo Montenegro de lima, que sempre em grupo diferente de pesquisadores
pontua em seus artigos as formas colaborativas de produção na sociedade da
informação, a produção colaborativa de softwares livres, os novos enfoques para
licenças da propriedade intelectual e direitos autorais, o creative commons, a
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generalização do trabalho imaterial, sempre conceituando sobre o trabalho criativo,
solidário e atual de uma produção colaborativa de pesquisa e sua contribuição para
difusão e disseminação do conhecimento.
Diante desses resultados, se pode perceber que o uso de um ambiente
colaborativo nas areas de ensino ainda é recente e pouco aplicado, mas, que irá
crescer e ter maior visibilidade, devido a sua versatilidade e dinamicidade na
construção do conhecimento e também a variedade de temas que podem ser
tratados em um ambiente de construção coletiva de informação e aprendizagem,
sem falar na comodidade de acessá-lo de um computador ou outro tipo de
dispositivo conectado a internet.
3.3 Pesquisa na Web Of Science
A segunda etapa da pesquisa foi realizada na base de dados Web of Science,
sendo produção colaborativa a palavra chave pesquisada. A pesquisa na web of
science foi separada em 8 partes, sendo elas, Origem dos autores (países), idiomas
da publicações, ano de publicação, área de pesquisa, Instituição de ensino, autores,
citações e publicações.
Para cada um dos oito itens foi gerado um gráfico, no intuito de contribuir pra
um melhor entendimento dos resultados obtidos.
a) Origem dos autores (países)
Destaca-se a Inglaterra com 29 publicações ao todo e a Espanha com 16
publicações, Canadá com dez (10) publicações e os outros países citados no
gráfico, com menos de 10 publicações.
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Gráfico 1 : Origem dos autores (países)
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
Isso demonstra que os autores em sua maioria, são ingleses e que na
inglaterra a produção colaborativa já está mais consolidada do que no Brasil.
b) Idiomas das Publicações:
A língua inglesa teve destaque, o espanhol teve participação e português
apareceu, mas, ficou claro que a língua inglesa está conceituando bastante sobre
produção colaborativa.
Gráfico 2: Idiomas das Publicações
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
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Isso evidencia que os autores são em sua maioria da Inglaterra, por isso o idioma de
fato tem de ser o inglês, e ainda, que boa parte da comunidade científica tem preferido
publicar em lígua inglesa, ainda que não seja este o idioma nativo de vários autores.
c) Ano de Publicação:
Foi separado por décadas para que ficasse melhor a visualização. Nos anos
90 pouco se falava de produção colaborativa em comparação aos tempos atuais e
vem conquistando o interesse da comunidade científica.
GRÁFICO 3: Ano de Publicação
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
O fato de que em 1992 as redes sociais ainda não estarem consolidadas, e o
uso da internet para interação social ainda não era comum, tenha sido fatores
importantes para termos publicações mais recentes sobre o tema. Por isso que entre
os anos de 2010 a 2015 tem-se um maior número de publicações, justamente pelo
fato de haver um aumento na interação social através de redes colaborativas e das
redes sociais, o que proporcionou maior destaque na sociedade, a partir disso os
ambientes colaborativos ganham visibilidade intensificando as publicações cientificas
sobre o assunto.
d) Areas de pesquisa:
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As areas que mais produzem e disseminam a informação sobre a maneira
colaborativa de pesquisa é a Ciência da informação com o curso de biblioteconomia.
GRÁFICO 4: Areas de pesquisa
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
Isso representa a utilização de ambientes colaborativos principalmente em
bibliotecas, visto que se faz uso de ambientes virtuais de aprendizagem, que
facilitam e ampliam o acesso à informação para seus usuários. Por isso, torna a
visibilidade da produção colaborativa mas atrativa para o bibliotecário, fazendo com
que ele publique e conceitue mais sobre esse tema.
e) Instituições de ensino:
A Universidade do estado da Flórida e Universidade de Wolverhampton –
Reino Unido, estão em destaque, com seis e cinco publicações respectivamente, o
que não deixa muito atrás as outras universidades como a Universidade São Paulo –
USP, a Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, a Universidade da Califórnia
em Los Angeles e a Universidade de Indiana com quatro publicações cada, dentro
do assunto produção colaborativa.
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GRÁFICO 5: Instituições de ensino
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
A Universidade da Flórida destaca-se nas publicações sobre produção
colaborativa, por sua experiência no tema, através de cursos e pesquisa com ênfase
no tema, um deles, por exemplo, intitulado “Gestão Socioambiental Colaborativa”,
através do programa “Conservação e Desenvolvimento Tropical”. A Universidade de
Wolverhampton – Reino Unido, entra em segundo lugar, mais é dela que vem a
maioria dos autores que publicam sobre o tema produção colaborativa, como vimos
no item “a” descrito anteriormente neste trabalho.
f) Autores:
O autor com maior número de publicações sobre produção colaborativa é o
THELWALL M, com 5 publicações e MARTY PF com 4 publicações e GUPTA BM
com 3 publicações, os outros tem 2 publicações cada, como mostra o gráfico 6.
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GRÁFICO 6: Autores
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
O fato de ter vários autores entre os mais produtivos indica que ainda é uma
temática em fase de consolidação, pois mesmo os autores mais produtivos tem
pouca produção a respeito. Diferente de áreas mais reconhecidas.
g) Citações:
Nas citações em publicações da Web of Science, também como a categoria
ano de publicação, foi separado por décadas, sendo assim de 1994 a 1999 produção
colaborativa foi citado cinquenta (50) vezes, de 2000 a 2009 cento e noventa (190)
vezes e de 2010 à 2015 trezentos e setenta (370) vezes, o que nos mostra no
gráfico, o crescimento do uso do termo produção colaborativa.
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GRÁFICO 7: CITAÇÕES
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
Isso se dá pelo mesmo fato da letra C, no gráfico 3, que em meio aos anos de
1994 para 1999, as redes sociais ainda não estavam consolidadas, o uso da internet
para interação social ainda não era utilizado, por isso que agora nos anos de 2010
para 2015, tem maior número de citações, pelo fato de também ter aumentado o
número de publicações como veremos no próximo gráfico aumentou o uso de redes
sociais e ainda o conceito de compartilhamento interativo de informações.
h) Publicações:
Na categoria publicações, também separada por décadas, de 1989 a 1999
foram trinta e sete (37) publicações dentro do tema produção colaborativa, já na
década de 2000 à 2009 foram oitenta e três (83) publicações e de 2010 até o
momento dessa pesquisa noventa e nove (99) publicações.
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GRÁFICO 8 : PUBLICAÇÕES
Fonte: Dados da Web of Science (2015)
Como na letra C gráfico 3 e letra F gráfico 6 deste trabalho, o tema produção
colaborativa vem ganhando mais destaque agora, com o surgimento de novas ideias
e conceitos de como construir, disseminar e compartilhar o conhecimento, por isso
que desde o ano de 2000, se tem publicado com mais frequência sobre o assunto.
Após toda análise dos resultados a web of Science se pode perceber que a
produção científica sobre produção colaborativa, está em crescimento, assim como,
o uso de ambientes colaborativos para a realização de pesquisas e disseminação da
informação está contribuindo diretamente para termos uma nova visão e experiência
de se construir o conhecimento no meio acadêmico, através de novos métodos de
pesquisa.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do desenvolvimento deste trabalho percebeu-se que o assunto e o
termo “ambiente colaborativo” tende a crescer e colaborar para a construção do
conhecimento, em nova perspectiva de disseminação e análise dos assuntos
pesquisados no meio acadêmico.
A partir dos resultados conclui-se que em oito anos de publicações na
BRAPCI se conceituou muito sobre os avanços da web 2.0 e sua forma de
compartilhamento em rede, o trabalho colaborativo, criativo, solidário e atual de uma
produção cientifica compartilhada em um único ambiente e sua riqueza de ideias e
conceitos que modificam e melhoram os aspectos de pesquisa aumentando a
participação de pesquisadores principalmente na área de ciência da informação.
Sem falar nos modelos de citados nos artigos como o Peer-to-peer e o website
Overmundo, que são ótimos exemplos de redes de colaboração alternando a função
do usuário entre servidor e cliente do que produz, do que conceitua nesses
ambientes. E em vinte e seis (26) anos de publicações na Web Of Science a forma
colaborativa de construção de conhecimento vem crescendo e ganhando espaço,
contribuindo para novas formas de difusão e disseminação da informação.
Isso nos faz perceber que a utilidade de um ambiente colaborativo ainda não
foi reconhecida, mas, de acordo com o modo que estamos nos relacionando através
de redes sociais de interação, o ambiente acadêmico também tende a se comportar
dessa forma, fazendo com que as rotinas de pesquisas se modifiquem e se tornem
mais dinâmicas e interativas.
Por se tratar de um assunto relativamente novo, as limitações encontradas
para realização dessa pesquisa foi encontrar artigos mais consolidados, autores
mais atuantes, definição unificada de um ambiente colaborativo. Como ideia para
novas pesquisas que dê continuidade ao tema tratado, sugiro estudar a
confiabilidade da informação na construção colaborativa do conhecimento em
ambientes colaborativos, o fluxo de informação em ambientes colaborativos, os
novos rumos e métodos da pesquisa cientifica através da produção colaborativa.
Espera-se com essa pesquisa, estimular a forma compartilhada de pesquisar
e criar conhecimento, trazer para rotina acadêmica a facilidade e agilidade, o
conhecimento através do compartilhamento de informações que tornam mais fáceis
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a percepção dos assuntos e como o uso do ambiente colaborativo pode atingir
grande número de pesquisadores aumentando o nível de interatividade com
determinados assuntos em cada área, além de contribuir para o aumento da
pesquisa, especificamente na área da ciência da informação.
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