Manual de Projectos de Investimento

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Área de Formação: 345 – Gestão e Administração Eixo Prioritário 2 - Adaptabilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida Tipologia: 2.3 Formações Modulares Certificadas Carina Antunes 25H

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Área de Formação: 345 – Gestão e Administração

Eixo Prioritário 2 - Adaptabilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida

Tipologia: 2.3 Formações Modulares Certificadas

Carina Antunes

25H

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Índice

Introdução 2

Noções de um projecto de investimento 3

Fases de um projecto de investimento 4

Plano de negócios 7

Conclusão 12

Bibliografia 14

Projectos de investimento

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INTRODUÇÃO

Este manual pretende dotar os formandos de ferramentas básicas possíveis para poder

entender de que se trata um projecto de investimento, quais as suas fases, a importância

da sua elaboração para as empresas.

Este manual pretende para além do enunciado anteriormente, sensibilizar os formandos

acerca da estrutura de um plano de negócios, que será toda a base inicial do projecto de

investimento, e crucial para o conhecimento do seu negócio e respectiva envolvente.

No final deste manual, o formando deverá estar apto para iniciar o esboço e toda a

análise económica do seu projecto, e estruturá-lo até á sua análise financeira.

Para tal, dividiremos este manual em 3 partes, numa primeira fase abordaremos o tema

projectos de investimento, qual a sua importância e propósitos. Numa segunda fase, as

etapas de um projecto de investimento, e numa última fase, “ultima mas não menos

importante”, abordaremos a importância do plano de negócios como inicio de um

estudo de projecto, a sua composição, em que consiste e como é importante para nos

introduzir factos que talvez não nos ressaltassem á vista se não seguíssemos esta

estrutura.

Projectos de investimento

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1. NOÇÕES DE UM PROJECTO DE INVESTIMENTO

Um “Projecto" é geralmente entendido como um conjunto de informações destinados a

fundamentar uma decisão de investimento.

Assim, o chamado projecto de investimento é o ponto de partida incontornável de

qualquer iniciativa empresarial, de uma análise com vista a apurar se este é ou não uma

aposta válida á partida. È acima de tudo, um objecto de análise que permite desde logo,

tirar algumas conclusões e diagnosticar certas fraquezas e debilidades determinando se

vale ou não apena avançar com a concretização ou realização desse investimento.

Entende-se por investimento o conjunto de despesas feitas com a aquisição de activos

imobilizados bem como todos os encargos que a empresa irá suportar decorrentes dessa

decisão de aquisição.

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2. FASES DE UM PROJECTO DE INVESTIMENTO

De uma forma simplificada, este processo passa por seis fases distintas:

1. Identificação

2. Preparação

3. Análise

4. Decisão

5. Execução

6. Funcionamento e controlo

1ª Fase – Identificação

Trabalho de análise de conjuntura, visando a formalização de ideias concretas acerca

de quais são os projectos prioritários ao desenvolvimento do país ou região em que

se enquadra o projecto.

2ª Fase – Preparação

Estudos a levar a cabo para que os projectos a realizar satisfaçam os requisitos

necessários, permitindo que os mesmos sejam analisados e se torne rentável a sua

realização.

Os requisitos são de três ordens:

1. Técnicos

2. Económicos

3. Financeiros

Projectos de investimento

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Estes estudos incidem, normalmente sobre: os aspectos comerciais,

1. Os aspectos técnicos,

2. Os aspectos económicos,

3. Os aspectos financeiros,

4. Os aspectos jurídicos,

5. Os aspectos políticos,

6. Enquadramento institucional .

3ª Fase – Analise

Vai permitir a tomada de decisão final quanto à realização ou não do(s) projecto(s)

que se tem em vista.

Para tal, existem duas ópticas de análise conhecidas:

1. Análise financeira sob o ponto de vista da rentabilidade empresarial

Em função das condições actuais e futuras, verificar se os capitais investidos são

remunerados e reembolsados de modo a que as receitas geradas superem as despesas

realizadas (investimento e funcionamento) num período mais ou menos longo de

tempo.

2. Análise económica sob o ponto de vista rentabilidade para a

colectividade

Chamada análise social ou análise custo-benefício, onde os dados não são tratados a

preços de mercado mas sim a preços de mercado corrigidos de todas as distorções

(restrições ás importações, taxas de câmbio oficiais, controlo de preços, etc) que

alteram o seu valor real, "preços sombra", também chamados "preços de referência".

4ª Fase – Decisão

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O momento de optar por aceitar ou rejeitar o projecto de acordo com o nível de

satisfação das perspectivas da entidade promotora alcançado. Na eventualidade de o

projecto ser rejeitado, o mesmo poderá ser reconsiderado, promovendo-se novos

estudos para a sua concretização. Se for aceite passa-se à fase seguinte, a de

execução.

5ª Fase - Execução

Neste ponto, é altura de se proceder à revisão dos estudos técnicos e financeiros

efectuados, do calendário de realização de projectos, etc.

Com isto pretende-se, por um lado, aprofundar detalhadamente as operações a

realizar, e, por outro lado, actualizar os preços dos bens utilizados na eventualidade

do referido período ter sido bastante longo e tal se justifique.

Neste ponto serão então desencadeadas as acções necessárias para pôr em

funcionamento o projecto, por exemplo:

Construção civil,

Montagem de equipamentos,

Recrutamento e formação de pessoal,

Lançamento do sistema de gestão,

Contratos de funcionamento, etc.

6ª Fase – Funcionamento e controlo

Percorridos todos os passos anteriores, a última fase consiste na verificação do bom

cumprimento do calendário de realização dos investimentos, na análise dos desvios

de funcionamento e na implementação das respectivas acções correctivas.

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3. PLANO DE NEGOCIOS

De que se trata?

É um estudo do ramo ou do sector em que o empresário/empreendedor pretende actuar, onde se formaliza a ideia, detectam-se as oportunidades de mercado, dimensiona-se o investimento e estimam-se os riscos.

Por meio de um roteiro detalhado do negócio, o plano deve conter:

1. As características do empreendimento

2. A definição da missão do negócio, com o foco no cliente

3. As exigências legais específicas

4. Taxas, que dependem do tipo de actividade, da natureza do empreendimento e do montante de vendas estimadas

5. Objectivos/metas (onde se quer chegar?) vislumbrando o negócio, a curto, médio e longo prazo

6. A análise do segmento de mercado, avaliando sua dimensão e tendências

7. A análise dos factores internos e externos que poderão influenciar o negócio

8. A avaliação dos pontos fortes e fracos do negócio

9. Conhecimento das alternativas tecnológicas

10. Volume de investimento necessário, inclusive instalações

Deve ainda :

11. Identificar a qualificação da mão-de-obra necessária e onde encontrá-la.

12. Identificar as vantagens e desvantagens competitivas em relação à concorrência

13. Identificar um diferencial que o coloque em posição privilegiada junto aos concorrentes

14. Levantar necessidades para instalações físicas (investimento fixo);

15. Fazer uma análise global do investimento

16. Identificar fornecedores e custos das matérias-primas principais

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De uma forma geral, é fundamental recolher o máximo de informações sobre as características, condições e necessidades do negócio a ser implementado.

Essas informações indicarão ao empresário/empreendedor qual o capital necessário para a implantação e/ou expansão, e se necessitará de recorrer a recursos de terceiros (empréstimos) para complementar o investimento.

Interessa ter em atenção alguns conceitos específicos antes da elaboração do plano de negócios:

Mercado – mercado não implica nenhum lugar específico onde os consumidores se encontram com os clientes, não necessita de uma unidade física de tempo ou espaço para que exista. Basta apenas o confronto entre a oferta e a procura de um determinado bem, serviço ou capital.

Quando falamos de procura de um bem, estamos a referir-nos á quantidade de um bem que os compradores estão dispostos a adquirir a determinado preço.

Lei da oferta e da procura – O preço varia na razão directa da variação da procura e na inversa da variação da oferta, mantendo-se tudo o resto inalterável. Ou seja, o preço aumenta se a procura aumenta e desce se a oferta aumenta. Não será difícil de entender, está relacionado com a escassez, se há muito de determinado produto “banaliza” e fica ao desbarato, se há pouco, há muita procura e o preço sobe.

Apresentação da ESTRUTURA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS:

a) FORMAÇÃO PESSOAL Nesta fase requere-se uma apresentação da empresa a nível de dados informativos, como seja, a morada, denominação social e comercial se assim se justificar, números fiscais, certidão, etc. Neste mesmo ponto, é conveniente apresentar a constituição da sociedade, quotas e valores, bem como o perfil dos sócios (um género de resumo curricular), onde serão apresentadas as habilitações, actuações anteriores, tempo de experiência e as suas futuras competências e responsabilidades na empresa actual/futura.

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FORMA JURÍDICA (a seleccionar de forma consciente, possível e que beneficie a actividade dos sócios ou promotores).

b) APRESENTAÇÃO DO NEGÓCIO

Mais importante que os restantes factores que englobam o planeamento de negócios será a apresentação do próprio negócio.

Esta apresentação deve ser breve, ou seja, sintética para que quem a leia fique desde logo com uma ideia geral de aspectos tais como qual a actividade da empresa e como a irá levar a cabo, o que de facto vai fazer e em que consiste o negocio.

Apesar de neste ponto apenas se pretender uma introdução ao plano que se seguirá, ele é muito importante na medida em que dará a quem o leia a primeira impressão sobre o negócio e o empreendedor, indicando nomeadamente o grau de empenhamento que foi posto nos preparativos de lançamento.

O QUE SE PRETENDE?

Uma análise que englobe a descrição dos produtos ou serviços da empresa, bem como de todo o processo produtivo subjacente, com o intuito de estabelecer claramente o que distingue o negócio da concorrência.

Benefícios para o consumidor

Demonstração do porquê do produto/serviço ser único, distinto ou de qualidade superior relativamente aos outros disponíveis no mercado.

CustosIdentificação dos custos com os recursos humanos (remunerações) e com os materiais (fixos e variáveis).

Necessidades de investimento

Apresentação das necessidades de investimento em equipamentos e instalações, referindo neste último caso, os motivos da escolha de uma determinada localização (caso este seja aspecto relevante).

Tecnologia

Considerações sobre a tecnologia, sobretudo no caso de esta ser inovadora ou única, incluindo elementos como caracterização de processos e a possibilidade de protecção de propriedade industrial (patentes registadas).

ProduçãoDefinir se a empresa vai produzir o produto ou subcontratar e elaborar uma definição clara do processo produtivo, assim como respectivos custos.

Evolução do produto

Apresentação das perspectivas quanto à evolução do produto no futuro, sejam elas de criação de novos produtos (complementares ou extensões de gama) ou de simples ajustamentos/alterações nos produtos actualmente oferecidos.

Fonte: Portal do empreendedor

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c) ANÁLISE DO MERCADO

Neste ponto deverá constar a identificação do mercado alvo e das formas de segmentação adoptadas pela empresa, de forma a assegurar a penetração no mercado. Mais concretamente a segmentação de mercado.

Após definido o segmento de mercado, passamos á análise dos consumidores e dos concorrentes, bem como factores de sucesso e diferenciação que permitirão enumerar as oportunidades e ameaças em relação às suas competências.

ConcorrênciaEnumeração e caracterização dos principais concorrentes (actuais e potenciais). Incluir análise da área de negócio em geral.

ConsumidoresEnumeração e caracterização dos principais consumidores (actuais e potenciais)

SucessoExplicar em que medida o produto ou serviço tem condições de sucesso no respectivo mercado apresentando quais as necessidades de mercado que satisfaz.

DiferenciaçãoExplicar em que moldes o produto ou serviço se diferenciam da concorrência em termos de qualidade, preço, localização ou outros factores.

Fonte: Portal do empreendedor

Neste mesmo ponto teremos de enunciar os nossos pontos fortes e fracos, bem como uma análise aos fornecedores.

d) PLANO DE MARKETING

Nesta secção são definidas a estratégia global de marketing e as diversas políticas do Marketing Mix (produto, preço, distribuição e comunicação) que serão desenvolvidas para implementar o produto ou serviço no mercado. Podem também, integrar esta parte as previsões relativas à evolução futura das vendas, bem como os pressupostos assumidos nessa previsão.

Estes são alguns dos pontos a incluir:

Estratégia global de marketing

Identificação dos principais elementos do programa de marketing e da forma como se interligam num todo coeso.

PreçoExplicação e justificação da política de preços (métodos de determinação e objectivos subjacentes).

VendasReferência ao método de venda dos produtos/serviços (no estabelecimento, no domicílio do comprador, se vai ou não constituir uma força de vendas especializada, etc.).

Distribuição Descrição dos canais de distribuição que pretende utilizar.Comunicação Apresentação do mix de comunicação que a utilizar para promover o

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negócio junto do seu público-alvo.

ProdutoAspectos que não tenham sido abordados na secção do plano relativa à análise do produto (embalagem, marca, etc.).

Fonte: Portal do empreendedor

e) ANALISE FINANCEIRA

Esta análise abrange o plano financeiro da empresa, integrado no plano de negócios, de modo a traduzir em valores quantitativos todos os aspectos anteriormente enumerados. Deve ser feita uma previsão para um período que não ultrapasse os três a cinco anos.

Dados geraisPrazo médio de recebimento, taxa de IVA aplicada, taxa média de IRCS, taxa de IRC.

Volume de negóciosQuantidades vendidas de produtos ou serviços, taxa de crescimento, preço unitário para o mercado nacional ou exportação.

Mercadorias e matérias

consumidas

Definir o preço de custo total de produção e o custo das matérias-primas.

Fornecimento de serviços externos

Definir o custo com serviços externos fixos ou variáveis, nomeadamente a electricidade, combustíveis, rendas, seguros, comunicações, ferramentas e utensílios, seguros, contencioso e notariado.

Custos com o pessoal

Descrever os investimentos em imobilizado, nomeadamente despesas de instalação, propriedade industrial, terrenos, equipamentos,

Fundo de maneio Valor previsto da reserva para segurança na tesouraria

InvestimentoDefinir os valores e a forma de investimento (capitais próprios, empréstimos)

Demonstração de resultados

Elaborar uma demonstração de resultados previsional e respectivo balanço.

PERFIL DA GESTÃO

Os recursos humanos são parte integrante de uma empresa, e constituem uma das suas maiores mais-valias. Assim, no perfil da gestão deverão ser apresentados os perfis dos gestores, dos colaboradores e dos profissionais externos contratados para prestarem apoio em certas áreas específicas, entre outros. Esta secção reveste-se de grande importância dado que as qualidades e a experiência da equipa, sobretudo dos mais altos responsáveis da empresa, tendem a ser um aspecto considerado absolutamente fundamental pela generalidade dos investidores. Atentando a isto, deverão figurar no perfil os seguintes pontos:

EmpresaEstrutura organizacional da empresa, incluindo títulos e níveis responsabilidade.

Principais responsáveis

Realizações e experiência dos principais responsáveis da empresa.

Recursos Estrutura de recursos humanos (dimensão, competências, etc.) actual e

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humanos a sua desejada evolução no futuro.Profissionais

externosApresentação dos profissionais externos (advogados, contabilistas, consultores) aos quais a empresa recorre ou pretende vir a recorrer.

CONCLUSÃO

Após a análise do projecto de investimento confirma-se a viabilidade do

projecto. Tal deve-se fundamentalmente ao facto de o projecto de investimento

apresentar valores para os critérios de análise de investimento mínimos previamente

definidos, após a análise económica (plano de negócios) parecer coerente, consistente e

motivadora.

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BIBLIOGRAFIA

Portal do empreendedor – www.portaldoempreendedor.pt

Portal da Ange – www.ange.pt

Portal do IEFP – www.iefp.pt

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