Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

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Manual de Boas Práticas para Empresas Ecoeficientes Programa Nisa Ecoeficiente

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A ecoeficiência foi um termo introduzido pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) em 1992, originalmente utilizado para descrever a minimização do impacto ambiental na produção de bens e serviços. Este termo foi adoptado para a elaboração deste Manual de Boas Práti- cas para Empresas Ecoeficientes, que tem como objectivo divulgar boas práticas junto das empresas que lhes permitam obter benefícios ambientais e económicos.

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Manual de Boas Práticaspara Empresas Ecoeficientes

Programa Nisa Ecoeficiente

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Empresas Ecoeficientes

Índice

Índice

Energia 8

2

Empresas Ecoeficientes 3

Boas Práticas 7

Anexos 24

Transportes

Água

Resíduos

16

18

Auditoria Ecoefiente 25

Referências

Sobre a

26

27

20

1.

2.

3.

4.

3.1.

3.2.

3.3.

3.4.

4.1.

4.2.

4.3.

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Empresas Ecoeficientes2

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Empresas Ecoeficientes

A ecoeficiência foi um termo introduzido pelo World Business Council for Sustainable Development

(WBCSD) em 1992, originalmente utilizado para descrever a minimização do impacto ambiental na

produção de bens e serviços. Este termo foi adoptado para a elaboração deste Manual de Boas Práti-

cas para Empresas Ecoeficientes, que tem como objectivo divulgar boas práticas junto das empresas

que lhes permitam obter benefícios ambientais e económicos.

Foram identificadas quatro áreas de actuação que vão permitir um aumento da ecoeficiência nas

actividades empresariais, sendo estas :

Para uma empresa se tornar Ecoeficiente deverá ter incorporado no seu modelo de gestão acções

que permitam:

Esta abordagem permite não só um aumento da eficiência ambiental como também uma redução

nos custos operacionais, incluindo os custos directos de produção, e o aumento da produtividade

da empresa. Ao adoptar este modelo de gestão são reduzidas na fonte as causas de poluição e de

impactos ambientais associados com o consumo ineficiente dos recursos naturais reduzindo, por

exemplo, os resíduos nos respectivos locais onde são gerados e o consumo de energia com origem

fóssil.

• A energia, que inclui o aumento da eficiência energética e de utilização de energias renováveis nos edifícios e infra-estruturas, indústria e serviços;

• Os transportes, que inclui as medidas de mobilidade sustentável em infra-estruturas rodoviárias e frotas;

• Os resíduos, que inclui a gestão e valorização de resíduos urbanos e industriais;

• A água, que inclui a redução das perdas, minimização do consumo e reutilização de água.

• Reduzir a intensidade energética por unidade de produto ou serviço prestado;

• Aumentar o potencial de reciclagem dos materiais usados;

• Reduzir os consumos de água e materiais por unidade de produto ou serviço prestado;

• Maximizar o uso de fontes de energia renováveis;

• Contribuir para a sistematização de boas práticas ambientais na empresa.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Empresas Ecoeficientes

A primeira fase para uma empresa se tornar Ecoeficiente é a realização de um diagnóstico que vai

permitir avaliar e monitorizar o desempenho da empresa nas quatro áreas da ecoeficiência (Figura

1). Após o diagnóstico são identificadas as boas práticas que deverão ser aplicadas na empresa

na Fase II. Terminada a identificação das boas práticas deverá ser definido um plano de acção que

permita a definição de metas e objectivos e um cronograma com o planeamento das acções. Desta

forma a empresa fica com uma ferramenta de gestão que lhe permite diminuir o seu impacto nas

emissões de gases com efeito de estufa e aumentar a produtividade e eficiência.

O plano para uma Empresa Ecoeficiente não deve terminar com a implementação das acções. A em-

presa deverá avaliar o seu desempenho ambiental após a implementação de boas práticas. Poderá

assim verificar se foram alcançados os objectivos e as metas traçadas e motivar o progresso em

direcção a novas metas e novas acções.

O presente Manual de Boas Práticas para Empresas Ecoeficientes permite às empresas escolher uma

selecção de boas práticas que permitem cumprir os objectivos definidos (Capítulo 3). Permite tam-

bém apontar outras referências que a empresa no seu interesse pode consultar de forma a aprofun-

dar o tema.

O Capítulo 3 está organizado nas 4 áreas da ecoeficiência: energia; transportes; resíduos e água. Para

cada área é identificado um conjunto de acções que são transversais a todos os sectores. Como o

manual está direccionado para os sectores de actividade que têm maior expressão no concelho de

Nisa, foram também identificadas acções específicas para cada tipologia de empresa nas áreas em

que se podem obter maiores benefícios.

Figura 1 – Plano para uma Empresa se tornar Ecoeficiente.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Fase IDiagnosticar

Fase IIIdentificar boas práticas

Fase IIIDefinir um plano de acção

Identificar as fontes de consumo,a quantidade consumida e o tipo:

• Energia consumida;

• Meios de transporte e combustíveis consumidos;

• Resíduos produzidos e materiaisconsumidos;

• Água consumida com origem na rede ou captação própria

• Estabelecer um cronograma para dar início às acções;

• Estabelecer metas e objectivos;

• Elaborar um plano de monitorização para avaliar o progresso e o cumprimento das metas traçadas.

Identificar as boas práticas quemelhor se adequam à Empresapara as 4 áreas da ecoeficiência:

Definir um plano de acção paraaplicação das boas práticasidentificadas na Fase II:

• Energia;

• Transportes;

• Resíduos;

• Água.

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Empresas Ecoeficientes

Na Figura 2 estão presentes os tipos de empresas dentro de cada sector de actividade e a secção

do capítulo onde são referidas acções específicas.

Figura 2 – Sectores de actividade abrangidos no Manual de Boas Práticas para Empresas Ecoeficientes

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Sector Industrial

Sector dosServiços

Indústria Agro Alimentar

Mercearias

Supermercados

Oficinas e

Serralharias

Lares de terceira idade,

pequenas residenciais e hotéis

Empresas de

Construção Civil

Restaurantes

Cafés

Cap. 3.1.2.1 Cap. 3.3.1.1

Cap. 3.4.1.1

Cap. 3.1.2.3

Cap. 3.1.2.2

Cap. 3.2.1.1

Cap. 3.1.2.4

Cap. 3.4.1.2

Cap. 3.1.2

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Boas Práticas3

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Empresas Ecoeficientes

3.1. Energia

Diagnosticar os fluxos de energia associados a uma empresa é extremamente importante para

quantificar os consumos e as perdas de energia. Este deve ser a primeira fase para uma empresa se

tornar ecoeficiente na área da energia.

No concelho de Nisa a energia eléctrica representa cerca de 64% do total de energia final consumi-

da. Numa empresa a área onde existe maior consumo de energia eléctrica é a iluminação (não estão

a ser consideradas as unidades de produção industrial, cujo perfil de consumo de energia é muito

variável de acordo com o tipo de produção).

No caso da iluminação as melhores estratégias para a redução no consumo de energia eléctrica

passam pela optimização dos níveis de iluminação de acordo com as necessidades da actividade.

Exemplos deste tipo de acções são trocar os aparelhos existentes por equipamentos mais eficientes;

utilizar controlos de iluminação automáticos e sistemas de gestão centralizada quando aplicável;

optar por equipamentos diferentes consoante as necessidades quer dos espaços interiores quer

do espaço exterior. Quando se pensa na troca de aparelhos de iluminação tem assim que se ter em

atenção a actividade que está a ser desenvolvida no espaço onde a iluminação vai ser instalada. A

Tabela 1 é exemplificativa das aplicações de cada tecnologia de iluminação.

AplicaçãoIncandescentes Halogéneo

FluorescentesCompactas

T12Fluorescentes

T8Fluorescentes

T5Fluorescentes LED

Tecnologia

Escritórios,Salas de conferências,

Salas de aula

Armazénse Oficinas

Lâmpadasde mesa

Sinalética(indicadores de

saída)

Parques de estacionamento

exteriores

Legenda: N/A - Não aplicável; Escala de adequação de tecnologia: - - - não adequado; - - adequação média baixa; - + adequação média; + + adequação média alta; + + + tecnologia adequada.

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N/A

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N/A

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N/A

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+ + +

+ + +

+ + +

N/A

+ + +

N/A

N/A

+ + +

+ + +

N/A

Tabela 1 – Nível de adequação da tecnologia de iluminação ao espaço

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Empresas Ecoeficientes

Para além da iluminação existem muitas outras áreas onde existem consumos não só de energia

eléctrica como de outros tipos de energia e combustíveis. Na Tabela 2 encontra-se uma selecção de

boas práticas que permitem diminuir o consumo de energia com baixos investimentos e que são

transversais a todos os sectores de actividade.

Existem também um conjunto de acções que permitem à empresa reduzir a factura energética.

Este tipo de acções não tem que ver directamente com o consumo de energia mas sim com os pa-

drões de consumo, como por exemplo o tipo de equipamentos usados na empresa, os horários de

funcionamento ou os horários de maior consumo. A Tabela 3 tem um resumo deste tipo de acções.

Tabela 2 – Boas Práticas na gestão dos consumos de energia numa empresa

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Desligar as luzes em zonas que não estão ocupadas ou em que a iluminação natural é suficiente para o exigido.

Desligar os equipamentos eléctricos nas tomadas, quando terminar a sua utilização de forma a evitar consumos desnecessários.

Regular os termóstatos da climatização para uma temperatura interior de 21 a 23º C no Verão e de 20-18ºC no Inverno.

Eliminar as frestas das portas e janelas com recurso a material isolante.

Verificar que os equipamentos de grande consumo não ficam em funcionamento por períodos longos de inactividade da empresa (por exemplo, noites ou fins de semana)

Estabelecer como critério para as compras de equipamentos a eficiência energética.

Estabelecer um plano de manutenção não só para os equipamentos com maiores consumos energéticos como também para a iluminação e todo o equipamento com consumo energético (e.g. manutenção nos computadores para verificação se os sistemas de poupança estão activos).

Instalar sensores de presença em zonas de passagem ou espaços pouco frequentados, para que a iluminação seja desligada automaticamente na ausência de movimento

Pintar as paredes e tectos de cores claras, uma vez que são as que apresentam melhores condições de reflexão permitindo, desta forma, restituir uma parte importante da luz emitida pelas lâmpadas.

Colocar sinalização nos equipamentos e zonas de grande consumo energético para que os colaboradores possam estar sensibilizados (consumo médio do equipamento, o custo associado e também algumas normas de manutenção).

Energia

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Empresas Ecoeficientes

Optimização do factor de potência contratada para fornecimento de energia eléctrica (válido para instalações com equipamentos de elevado consumo)

Simulação das várias opções de tarifa contratada (bi-horária, tri-horária) de forma a identificar a configuração mais adequada para o padrão de consumo energético da empresa.

Renegociação do contracto de fornecimento de energia/combustíveis com pedido de novos orçamentos a fornecedores para avaliar qual a melhor opção disponível no mercado para a empresa.

Optimização dos contratos de Energia

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3

Nas próximas secções são apresentados alguns exemplos de boas práticas e acções específicas para

alguns sectores de actividade. As boas práticas que vão ser apresentadas podem ter associados

valores de investimento elevados para a empresa e deverão ser cuidadosamente analisadas através

da realização de auditorias técnicas. Neste Manual são apresentadas algumas destas soluções de

eficiência energética a título ilustrativo.

Num supermercado ou mercearia os sistemas de refrigeração representam cerca de 40% do con-

sumo de energia eléctrica total. A Figura 3 permite ver a distribuição média do consumo de energia

eléctrica num supermercado de média dimensão.

3.1.1.1. Mercearias e Supermercados

3.1.1. Sector dos Serviços

Tabela 3 – Boas práticas que permitem reduções na factura energética

Figura 3 – Distribuição do consumo de energia de energia eléctrica numa mercearia ou supermercado

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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38%

23%

28%11%

Outros

Iluminação

Climatização

Sistemas de refrigeração

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Empresas Ecoeficientes

Na Tabela 4 é apresentada uma selecção de boas práticas que podem ser aplicadas aos sistemas

de refrigeração num supermercado ou mercearia.

Os desafios que se colocam em termos de gestão de energia nos lares, pequenas residenciais e hoté-

is são complexos. Para além de terem um funcionamento 24 horas por dia, são por vezes compostos

por vários edifícios com uma oferta muito variada de serviços, desde o alojamento à preparação de

refeições, lavandarias entre outros. É também da máxima importância que se tenha em atenção os

níveis de conforto e bem-estar dos clientes. Assim em muito casos são colocados à disposição dos

clientes ajustes de temperatura para o sistema de climatização. O uso de água quente é geralmente

também colocado ao critério do cliente. Todas estas particularidades podem levar a que se possa

ter um aumento dos consumos energéticos com o consequente aumento dos custos operacionais.

Verifica-se assim que a aposta na sensibilização quer dos colaboradores quer dos próprios clientes

pode permitir a redução dos consumos energéticos. A Tabela 5 contém uma selecção de boas práti-

cas para sensibilização quer de colaboradores quer dos utilizadores dos serviços prestados.

3.1.1.2. Lares de terceira idade, pequenas residenciais e hotéis

Tabela 4 – Selecção de Boas Práticas na gestão dos consumos de energia em sistemas de refrigeração para supermercados e mercearias.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Manter sempre que possível as portas fechadas: são as grandes flutuações de temperatura que levam aos maiores consumos energéticos. Sensibilizar os colaboradores e os clientes através da colocação de informação no local.

Verificar as definições de temperatura do sistema com frequência, para que os equipamentos trabalhem à temperatura adequada e desta forma não seja consumida energia desnecessária.

Efectuar uma limpeza periódica aos sistemas de refrigeração: a acumulação de pó leva a perdas de eficiência nos permutadores de calor existentes nos aparelhos de refrigeração aumentando assim os seus consumos de energia.

Efectuar uma verificação periódica ao sistema de selagem das portas: o funcionamento correcto das portas previne a entrada de ar quente no sistema. Estas entradas de ar quente têm como consequência o aumento do consumo de energia para arrefecimento e também a acumulação de gelo.

Programar limpezas periódicas no interior dos sistemas de refrigeração para prevenir a acumulaçãode gelo que provoca o aumento da ineficiência do sistema de refrigeração.

Proceder a uma avaliação dos equipamentos existentes e elaborar estudo económico/ambiental com vista à sua substituição por alternativas mais eficientes e mais adequadas às necessidades da empresa em termos de capacidade e eficiência energética.

Sistemas de Refrigeração

Assegurar que os sistemas de refrigeração têm ventilação adequada e não se encontram próximos de fontes de calor. Desta forma são evitados consumos desnecessários de energia.

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Colocação de sinalética e cartazes nas zonas com maior circulação de pessoas que permita aos utilizadores ter acesso a informação sobre boas práticas;

Acções de formação sobre eficiência energética para todos os colaboradores;

Elaboração e revisão do plano de manutenção das instalações com especial enfoquepara a gestão energética dos edifícios;

Sensibilização

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3

Outra medida de gestão energética é a substituição das fontes de energia usadas nas instalações.

Neste sector de actividade existem consumos muito elevados de energia eléctrica e energia térmica

(climatização; aquecimento de águas entre outros). Existem assim opções que permitem aumentar

não só a eficiência energética dos sistemas instalados como converter para uma tecnologia mais

limpa. Destacam-se assim duas acções na Tabela 6 que podem, mediante um estudo técnico das

instalações, ser colocadas em prática.

Tabela 5 – Boas Práticas para sensibilização de colaboradores e clientes de hotéis, pequenas residenciais e Lares de terceira idade.

Tabela 6 – Acções de conversão de tecnologias e combustíveis.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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A cogeração: sistema de produção sequencial de energia que é normalmente usada para produzir energia eléctrica e energia térmicanum sistema único e integrado a partir uma fonte de energia primária. Estes sistemas podem funcionar com a maior parte dos combustíveis sendo que os mais utilizados são o gás natural e a biomassa. Estes sistemas têm associados elevados investimentos. Existem em Portugal empresas que comercializam estas soluções através de mecanismos ESE termo em português do conceito das Energy Service Companies (ESCO) - modelo de parceria com operador privado,em que este suporta o custo de investimento e recebe em troca parte das poupanças obtidas.Contactar o Gabinete de Apoio à Ecoeficiência da C.M. de Nisa para mais informação. No capítulo 4 encontra também uma selecção de referências úteis sobre o tema.

Minigeração/Microgeração e Solar Térmico: instalação de sistemas de produção de energia eléctrica e térmica com recurso a energia solar como fonte de energia primária. Estes sistemas podem ter investimentos elevados e antes de os instalar deve ser efectuada uma auditoria às instalações. Devem também ser estudas todas as opções disponíveis com base nos padrões de consumoenergético da empresa.

Contactar o Gabinete de Apoio à Ecoeficiência da C.M. de Nisa para mais informação. No capítulo 4 encontra também uma selecção de referências úteis sobre o tema.

Conversão para combustíveis e tecnologias mais eficientes

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Empresas Ecoeficientes

3.1.1.3. Restaurantes e Cafés

A área com maior consumo energético no sector da restauração é a preparação de refeições que

representa cerca de 35% do total de energia consumida (Figura 4).

A performance dos equipamentos para preparação de refeições sofre alterações com o tempo e

utilização intensiva. Deve assim ser implementado um programa periódico de manutenção para

todos os equipamentos. Na Tabela 7 estão resumidas as boas práticas que se devem ter na utiliza-

ção de sistemas a gás.

Figura 4 – Exemplo da distribuição média dos usos de energia para um restaurante por área de consumo.

Tabela 7 – Selecção de boas práticas na gestão dos consumos de energia em sistemas de preparação de refeições a gás.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Deve ser elaborado um plano de manutenção e limpeza de forma a manter os equipamentos limpos e os queimadores afinados, respeitando sempre as recomendações do fabricante;

Após a utilização do equipamento verificar sempre se os aparelhos se encontram desligados. De forma a sensibilizar os colaboradores colocar sinalização próximo com indicação de boas práticas;

Certificar que as válvulas (torneiras) da instalação e de segurança se encontram bem fechadas nos períodos de inactividade da instalação.

Periodicamente deve proceder à revisão dos aparelhos a gás, recorrendo a empresas credenciadas para o efeito.

Sistemas de preparação de refeições a gás

Proceder à verificação periódica do isolamento das portas dos fornos, de forma a reduzir ao mínimo as perdas térmicas para o exterior a assim reduzir o consumo de energia.

Evitar temperaturas superiores ao estritamente necessário. Por exemplo ao cozinhar, quando a água estiver a ferver, a chama pode ser reduzida (no caso do aparelho a gás) uma vez que foi atingida a temperatura máxima, cerca de 100ºC, a partir deste ponto é apenas necessário fornecer energia para manter a temperatura.

Instale sistemas de controlo de tempo e iluminação no interior dos fornos para evitar a abertura de portas desnecessária e a consequente perda de energia térmica.

Deve optar-se sempre por adquirir equipamentos com maior eficiência energética. Ao substituir ou adquirir novos equipamentos deve ser pedida informação sobre os consumos médios de energia. Desta forma podem ser comparados não só preço como também os consumos e estimar os custos totais não só de aquisição como depois ao longo da utilização.

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Aquecimento de água

Iluminação

Climatização

Sistemas de refrigeração

Preparação de refeições

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Empresas Ecoeficientes

3.1.1.4. Oficinas e Serralharias

Para pequenas oficinas e serralharias que possuam motores eléctricos como complemento a outros

equipamentos tais como bombas, ventiladores e compressores, e que sejam usados em regimes

de funcionamento com variações importantes de carga, uma forma de optimizar o consumo de

energia eléctrica é através da instalação de variadores de velocidade (VEVs). Estes equipamentos

permitem comandar, com elevada eficiência energética, a velocidade e também, o binário dos mo-

tores eléctricos em função das necessidades do utilizador, por intermédio de variação electrónica da

frequência de alimentação dos motores.

A introdução destes sistemas permite economias de energia de cerca de 20% a 25% e o aumento

da duração do motor.

Os processos mais intensivos em termos de consumos energéticos são as operações de concent-

ração e purificação de produtos. Os processos convencionais de filtração podem ser substituídos

por processos de separação por membranas. Este processos podem ser usados para concentrar,

fraccionar e purificar produtos, a Tabela 8 tem exemplos da aplicação desta tecnologia na indústria

de produção de queijo.

3.1.2 Sector Agro Alimentar

A aplicação destes processos pode levar a poupanças energéticas e a períodos de retorno de capital

na ordem dos 3,5 anos. O tempo de vida útil das membranas pode chegar actualmente aos 10 anos.

Tabela 8 – Processos de separação com recurso a membranas de filtração.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Nos processos de filtração com recurso a membranas as partículas são separadas com base no seu tamanho e forma, utilizando para tal o efeito da pressão. Estes processos caracterizam-se pelo uso do escoamento tangencial (“cross flow”), uma particularidade que os distingue da filtração convencional, onde se promove a separação de partículas sólidas em suspensão de correntes líquidas ou gasosas em escoamentofrontal. A membrana é definida como uma barreira permeável e selectiva, que restringe a transferência de massa entre duas fases. Existem diversos métodos de filtração por membranas e em todos o objectivo é a separação ou concentração de substâncias:

• Por exemplo, no caso da produção de queijo pode ser usado o processo de Osmose Inversa. As partículas retidas são solutos de baixa massa molecular como sais ou moléculas orgânicas simples para concentração do soro (estas membranas retêm partículas cujo diâmetro varia entre 1 e 10 Å). Este processo de filtração reduz drasticamente a energia térmica necessária associada com os processos tradicionais de filtração, separação e evaporação. Existe no entanto um aumento do consumo de energia eléctrica que deriva de uma maior necessidade de bombagem. Outras aplicações são por exemplo a dessalinação de águas, concentração de sumos e desmineralização da água.

• A outra aplicação na indústria de produção de queijos é ultrafiltração do leite com recurso a processos de separaçãocom membranas. Durante o processo de fabrico de queijo, alguns dos nutrientes presentes no leite são perdidos no soro. Estas perdas têm consequências económicas consideráveis, no processo de transformação. A ultrafiltração é assim um meio eficaz para recuperar estes subprodutos que podem ser utilizados posteriormente para desenvolver novos produtos.

Processos de separação com recurso a membranas

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Empresas Ecoeficientes

3.1.3. Indicadores para monitorização

A terceira fase de um plano de ecoeficiência pressupõe a criação de um plano de monitorização de

consumos. No caso da energia um exemplo de indicadores úteis para a empresa poder comparar e

monitorizar os consumos de ano para ano é a Intensidade Energética = kWh/m2/ano (unidade de

consumo de energia por metro quadrado de área ocupada por ano);

Este indicador pode ser aplicado a todos os tipos de energia que são consumidos na empresa, por

exemplo, energia eléctrica, gasóleo de aquecimento entre outras fontes.

Na Tabela 9 são apresentados alguns exemplos da aplicação desta tecnologia em Portugal.

Tabela 9 – Processos de separação com recurso a membranas de filtração.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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• A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro desenvolveu um estudo sobre a introdução de tecnologia de filtração por membranas na produção de queijo, “Utilização de tecnologias de membrana para a melhoria da qualidade higiénica dos leites crus de ovelha/cabra e para a minimização do impacte ambiental dos efluentes de queijaria” – Projecto Agro 312, alguns resultados podem ser consultados em

• Existem já alguns produtores de queijo em Portugal com sistemas de filtração por membranas, por exemplo, no tratamento das águas residuais. Como é o caso de algumas queijarias na ilha do Pico (Açores) e na zona de Lamego (Douro).

• Existem também em Portugal vários grupos de investigação nas principais universidades que desenvolvem estudos nesta área e que poderão servir de ponto de contacto para aprofundar o conhecimento e estudar a aplicabilidade na região.

• Esta tecnologia é considerada como Best Tecnique Available pela directiva: Prevenção e controlo integrados da poluição (Directiva IPPC) que pode ser consultada com maior detalhe:

(acedido em Julho de 2011)

Contactar o Gabinete de Apoio à Ecoeficiência da C.M. de Nisa para mais informação. No capítulo 4 encontra também uma selecção de referências úteis sobre o tema.

Exemplos da aplicação da tecnologia de membranas na produção de queijo

http://www.drapc.min-agricultura.pt/home.php

http://europa.eu/legislation_summaries/environment/waste_management/l28045_pt.htm

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3.2. Transportes

Empresas Ecoeficientes

Os transportes são das áreas que mais contribuem para as emissões de gases com efeito de estufa.

Numa empresa as deslocações dividem-se em quatro tipos:

Em todos os quatro tipos é possível identificar boas práticas. A Tabela 10 contem uma selecção de

10 acções que permitem obter ganhos de eficiência no uso dos transportes.

• Deslocações dos colaboradores entre a casa e o local de trabalho;

• Deslocações ao serviço da empresa, quer para transporte de pessoas quer para transporte de mercadorias;

• Deslocações dos fornecedores para a empresa;

• Deslocações dos clientes à empresa.

Tabela 10 – As 10 boas práticas na selecção dos meios de transporte

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Frota da empresa - escolher o veículo com base em critérios de eficiência e economia de combustível. Para tal deverá ser solicitadojunto do fornecedor uma lista com as características dos veículos que inclua o consumo médio de combustível e as emissões de gases com efeito de estufa por quilómetro percorrido.

Criar campanhas de sensibilização para colaboradores para a utilização de transportes públicos e andar a pé no caso de distâncias curtas entre casa e trabalho.

Para o transporte de mercadorias seleccionar o meio de transporte mais eficiente disponível. Criar para tal uma pequena ferramenta ao dispor dos colaboradores que lhes permita através da introdução do destino final identificar o meio de transporte mais eficiente.

As viagens em serviço podem ser reduzidas com recurso às tecnologias de informação – teleconferência.

Promover junto dos colaboradores a partilha de veículo para as deslocações entre o trabalho e casa ou escola dos filhos.

Criar condições na empresa para os colaboradores que chegam de bicicleta, como a criação de parques e balneários.

Optar sempre que possível por fornecedores locais para minimizar as necessidades de transporte.

Informar os clientes de todos os meios de transportes disponíveis para chegar à empresa. Por exemplo através de um mapalocalizar as estações de transporte público e as distâncias a que se encontram.

Promover acções de formação em eco condução para todos os colaboradores. Estas práticas de eco condução permitem reduções até 25% no consumo de combustível.

Para a frota da empresa elaborar um plano de manutenção periódica que inclua a verificação da pressão dos pneus e a verificação do óleo. E sempre que possível considerar a conversão para combustíveis alternativos, por exemplo a conversão de um veículo a gasolina para GPL.

Transportes

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Page 17: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

3.2.2. Indicadores de monitorização

Uma forma de reduzir o transporte de mercadorias é dar preferência a fornecedores locais. Como

forma de poder identificar todos os fornecedores locais dos produtos que são comercializados nas

suas superfícies, a empresa pode iniciar junto dos produtores locais uma consulta para conhecer as

suas ofertas e possibilidades de poder vir a ser fornecedor. Devido às características do concelho

este tipo de iniciativas fará mais sentido para os produtos alimentares. No entanto esta consulta

pode ser alargada a todo o país e em último caso recorrer a importação de produtos.

Os indicadores que podem ser úteis para as empresas avaliarem o seu desempenho no uso de com-

bustíveis para transporte são:

Estes indicadores são válidos para empresas que possuam frota de veículos ao seu serviço quer para

transporte de mercadorias quer para transporte de passageiros. Nos casos de empresas em que essa

situação não se verifica os indicadores que se podem usar são, por exemplo:

• A avaliação dos meios de transporte usados pelos colaboradores para chegar ao local de trabalho,

ver exemplo na Figura 5.

• O consumo médio de combustível (gasolina ou gasóleo) por veículo por quilómetro percorrido, rep-resentado pelo quociente entre o consumo total de gasóleo no transporte rodoviário e o produto do número de veículos de transporte (mercadorias e de passageiros) pelos quilómetros percorridos por ano e por veículo. Consumo por veículo = Consumo de Combustível (l) /Quilómetros percorridos (km)

• O consumo médio por quilómetro por tonelada de mercadorias transportadas, representado pelo quo-ciente entre o consumo de energia final para transportes de mercadorias e o valor de toneladas quiló-metro transportadas.Consumo por veículo = Consumo de Combustível (l) / (Quilómetros percorridos (km) x toneladas de mercadoria transportada)

3.2.1.1. Mercearias e Supermercados

3.2.1. Sector dos Serviços

Figura 5 – Exemplo da monitorização do tipo de transporte adoptado pelos colaboradores de uma empresa. Como forma de reduzir o uso do veículo próprio esta informação pode ser disponibilizada a todos os colaboradores anualmente.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

17

23%

6%

28%

56%

A pé

Transporte público

Automóvel

Partilha de veículo com colega

A pé

Automóvel

Partilha de veículo com colega

40%

30%30%

2009 2010

Page 18: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

3.3. Água

Existe uma grande variedade de medidas de eficiência que podem ser aplicadas para controlar os

consumos de água. A primeira fase para a sua selecção será sempre a quantificação e identificação

das áreas onde existe consumo de água na empresa. Na Tabela 11 está uma selecção das boas

práticas válidas para todos os sectores de actividade.

Tabela 11 – Boas práticas para minimizar os consumos de água

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

18

Elaborar um plano de manutenção para identificar roturas nas canalizações

Construir um sistema de reaproveitamento de águas pluviais para rega de espaços exteriores e operações de lavagem que não necessitem de água tratada;

Escolher equipamentos com baixos consumos de água, quer para equipamentos sanitários como tambémpara equipamentos de lavagem mecânica entre outros.

Instalar sensores e temporizadores nas torneiras de forma a evitar que as torneiras fiquem abertas sem que estejam a ser usadas

Instalar redutores de caudal em torneiras e autoclismos.

Elaborar um plano de manutenção periódico para identificar fugas de água nas torneiras e outros equipamentos de fornecimento de água na empresa (por exemplo, mangueiras para rega).

Instalar medidores de caudal nos equipamentos com maior consumo de água de forma a poder controlarmelhor o seu consumo e detectar atempadamente fugas.

Reciclar águas cinzentas (provenientes das máquinas de lavar, dos lava loiças, lavatórios) para serem utilizadasnas descargas das sanitas, na rega dos espaços verdes e em operações de lavagem que não necessitem de água com elevada pureza.

Água

1

2

3

4

5

6

7

8

Page 19: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

3.3.2. Indicadores de Monitorização

• Medir o consumo de água primária (da rede, potável) por período de actividade da empresa.

• Medir o consumo de água secundária reciclada, caso seja aplicado um sistema de reutilização de água na empresa.

O sector da construção é um grande consumidor de água. Existem já empresas que utilizam siste-

mas para reutilização de água no estaleiro. Por exemplo a reutilização de água nos tanques de

produção de betão. Este sistema funciona através da instalação de tanques de decantação para

separar as lamas resultantes da lavagem dos tanques. O objectivo é incorporar a água que é usada

na lavagem das betoneiras na produção do betão. Este tipo de solução torna-se mais importante

para grandes obras onde podem ser atingidas poupanças de cerca de 25% no consumo de água.

3.3.1.1. Empresas de construção civil

3.3.1. Sector dos Serviços

Tabela 12 – Selecção de Boas Práticas para minimizar os consumo de água no sector da construção.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

19

A maior parte das operações de lavagem no sector da construção civil não necessitam de ser com água potável. As melhores práticas para reduzir o seu consumo são:• Instalação de redutores de caudal nos sistemas de abastecimento (torneiras)• Uso de sistemas de reaproveitamento de água com instalação de decantadores para clarificar a água a reutilizar;

Optar por usar sistemas de argamassa seca sempre que possível como forma de minimizar os consumos de água de potável.

Operaçõesde lavagem

Produção deBetão/Argamassa

Page 20: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

3.4. Resíduos

Empresas Ecoeficientes

Os objectivos fundamentais de gestão de resíduos traduzem-se, prioritariamente, na prevenção da

quantidade e da perigosidade dos resíduos, seguindo-se a maximização das quantidades reutiliza-

das, recicladas e/ou encaminhadas para valorização (incluindo a valorização energética), tendo em

vista a minimização da quantidade de resíduos enviada para eliminação.

Devem assim ser adoptadas por ordem de prioridade as seguintes formas de tratamento de

resíduos:

A Tabela 13 contém uma selecção de boas práticas adequadas a todos os sectores de actividade

para uma melhor gestão dos resíduos.

• Prevenção - as medidas destinadas a reduzir a quantidade de resíduos produzidos por uma empresa, bem como a redução do grau de perigosidade ambiental dos materiais ou substâncias neles contidas;

• Reutilização – que tem como objectivos a reintrodução de substâncias ou produtos nos circuitos de produção quer de produtos quer de serviços (por exemplo a utilização de papel de rascunho no es-critório)

• Reciclagem – que consiste no reprocessamento de resíduos com o objectivo de regenerar as matérias de que são constituídos e converter em novos produtos (a reciclagem de pneus, tabela 13);

• Valorização – é uma operação de reaproveitamento de resíduos onde se inclui a valorização energé-tica;

• Eliminação – A eliminação definitiva dos resíduos, nomeadamente a sua deposição em aterro, deverá constituir a última opção, justificando-se apenas quando seja técnica ou financeiramente inviável a prevenção, a reutilização, a reciclagem ou outras formas de valorização.

Tabela 13 – Boas práticas para optimizar a gestão de resíduos

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

20

Definir zonas específicas no interior da empresa, devidamente identificadas, para colocação dos recipientes de recolha e armazenamento dos resíduos que nela são produzidos.

Promover a eficiência de utilização de recursos junto dos colaboradores (exemplo: restringir as impressões apenas para documentos em que não existe alternativa – poupança de papel e tinteiros).

Selecção de fornecedores com base em critérios de Ecoeficiência (tenham em conta a prevenção na produção de resíduos).

Selecção de material com menor quantidade de embalagem, optando nas grandes encomendas por produtos vendidos por grosso sempre que exista a opção.

Acções de formação para os colaboradores sobre reciclagem dos resíduos que são produzidos na empresa.

Elaboração de mapas, e a sua colocação em local visível quer para os colaboradores quer para clientes, com os pontos de recolha dos diferentes materiais na empresa. No caso de a empresa usar os contentores municipais o mapa deverá também conter a sua localização.

Resíduos

1

2

3

4

5

6

Page 21: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

Como parte das acções de sensibilização para os colaboradores da empresa é importante dar a

conhecer os custos que estão associados à produção dos resíduos na empresa. Deve assim ser elab-

orada uma tabela dos custos totais associados aos resíduos produzidos na empresa tendo em conta

os seguintes pontos:

São gerados resíduos em todas as etapas do processo de construção. A primeira medida que dever

ser considerada é a selecção dos materiais a usar e dos fornecedores. Por exemplo a escolha dos

fornecedores de madeira deverá ter em conta o uso de práticas sustentáveis para a preservação da

floresta e biodiversidade. Assim como para todo o tipo de materiais usados na construção existe

uma grande variedade de fornecedores que utilizam processos com maiores ou menores impactos

ambientais. A escolha do fornecedor é assim um ponto determinante na prevenção da produção de

resíduos. A Tabela 14 tem uma selecção de boas práticas para o sector:

• Custos da matéria-prima (por exemplo, o papel para produção de projectos, ou o leite na produção de queijo ou mesmo quantidade de embalagens de plásticos que envolvem os produtos que chegam à mercearia);

• Custos dos sistemas de tratamento de efluentes líquidos e gasosos;

• Custos associados ao tempo com as operações de recolha; tratamento e reencaminhamento dos resíduos;

• Custos de armazenamento dos resíduos enquanto aguardam o reencaminhamento para as zonas de tratamento;

• E os custos de monitorização de descargas de efluentes (gasosos, líquidos ou sólidos).

3.4.1.1. Empresas de construção civil

3.4.1. Sector dos Serviços

Introduzir na empresa um sistema de selecção de fornecedores de equipamentos com base em critérios de ecoeficiência (que inclua para além do objectivo de redução de resíduos também a eficiência energética)

Adoptar sistemas de aquisição de matéria-prima que permitam a escolha de fornecedores com base na percentagem de material reciclado incorporado. Existe já em Portugal legislação que torna obrigatória, desde que tecnicamente viável, a utilização de 5% de materiais reciclados no total das matérias-primas usadas pelo sector da construção civil, Decreto-Lei nº 73/2011.

Adoptar práticas de manutenção do equipamento para evitar o desgaste e mau funcionamento que levam à diminuição da produtividade e também ao desperdício de material.

Sensibilização

1

2

3

Tabela 14 – Selecção de Boas Práticas para a gestão de resíduos no sector da construção.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

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Page 22: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

Um desafio importante que se coloca às empresas de construção é a diversidade de projectos que

decorrem ao longo da sua actividade. Torna-se assim mais difícil estandardizar as metodologias de

minimização de produção de resíduos. De forma a ultrapassar esta dificuldade pode ser construído

um diagrama de causa efeito (Figura 6), no início de cada obra. Com este diagrama podem ser avali-

ados no decorrer da obra os processos e as metodologias de construção adoptadas e assim identi-

ficar melhores oportunidades de melhoria, não só na prevenção da geração de resíduos como nas

outras áreas da ecoeficiência.

Figura 6 – Diagrama causa efeito ilustrativo da produção de resíduos numa obra de construção. As setas horizontais representam as causas que levam à produção indesejada de resíduos.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

22

Resíduos resultantes de uma obra de

construçãoCondições dearmazenamentode matéria-prima não adequadas

Matéria-primasobredimensionada

Parâmetros do equipamento incorrectos

Deficiente manutenção

Desgaste da máquina

Alterações ao projectono decorrer da obra

Deficiente inspecção na recepção das matérias-primase equipamentos

Envolvente Procedimentos Colaboradores

Matéria-prima Equipamento

Page 23: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

3.4.1.2. Oficinas de automóveis

Os principais resíduos gerados pelas oficinas de reparação automóvel são os pneus, baterias e

óleos usados. Todos estes resíduos podem ser encaminhados para reciclagem ou valorização.

Na Tabela 15 estão indicadas as empresas que devem ser consultadas de forma a poder ser feito

o reencaminhamento dos resíduos.

Os indicadores que podem ser usados pelas empresas na fase de monitorização e avaliação de des-

empenho são no caso dos resíduos:

3.4.2. Indicadores de Monitorização

• A quantidade total de resíduos, por tipo (perigoso/não perigoso) e o destino final do resíduo (por exemplo, enviado para reciclagem ou para aterro);

• A quantidade total de resíduos por tipo e método de tratamento por período de actividade, por exemplo, toneladas de papel enviado para reciclagem por ano de actividade.

Tabela 15 – Selecção de Boas Práticas para a gestão de resíduos no sector da construção.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

23

O processo de reciclagem mais utilizado consiste na extracção do electrólito e posterior trituração das baterias para separação dos seus constituintes:• O ácido sulfúrico é neutralizado com soda cáustica (e depois encaminhado para tratamento numa ETAR) ou convertido em sulfato de sódio (que pode ser utilizado p. ex. no fabrico de detergentes, vidro ou têxteis);• O chumbo é fundido, separado de impurezas e utilizado no fabrico de p. ex. novas baterias;• O plástico (PP) é processado por extrusão e utilizado no fabrico de p. ex. novas caixas de baterias, tubos de rega ou vasos para plantas.As baterias usadas deverão ser entregues para reciclagem na VALNOR – Valorização de Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.

O método de reciclagem mais utilizado envolve a trituração e separação do granulado nas fracções borracha, aço e têxtil, a que correspondem os seguintes destinos:• O aço é fundido em siderurgias, sendo posteriormente utilizado como matéria-prima para o fabrico de p. ex. vigas para a construção civil;• O têxtil é valorizado energeticamente ou depositado em aterro;• O granulado de borracha é utilizado p. ex. para relvados sintéticos ou pavimentos de parques infantis.Para além da reciclagem os pneus são também valorizados energeticamente, por co-incineração ou piróliseOs pneus usados que não apresentem quaisquer contaminações poderão ser entregues na VALNOR.

Os óleos lubrificantes usados passam após o tratamento prévio para eliminar as águas e as impurezas resultantes da contaminação física e das reacções químicas que ocorrem durante a sua utilização podem ser encaminhados para:• Valorização energética em caldeiras industriais (por ex. na indústria cerâmica); • Produção de um combustível semelhante ao gasóleo que é posteriormente consumido em motores diesel marítimos convencionais.• Podem ainda ser regenerados para produção de óleos de base usados na formulação de óleos novos.Os óleos usados deverão ser entregues à rede ECOLUB que é responsável pela gestão dos óleos usados.

Bateriasusadas

Pneususados

Óleosusados

Page 24: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Anexos4

Page 25: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

4.1. Auditoria Eco EficienteExemplos de tabelas para recolha de dados:

Energia Eléctrica

Gasóleo

Gás Propano

Gás Butano

Papel

Plásticos

Metal

Pneus

Gasolina

Gasóleo

GPL

km percorridos

Água da rede

Água reciclada

kWh

litros

quilogramas

quilogramas

toneladas

toneladas

toneladas

unidades

litros

litros

litros

quilómetros

litros

litros

Área Total Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Energia

Resíduos

Transportes

Água

Desagregação das áreaspor tipo de consumo;

Pode ainda ser feita a divisãopor zona (por exemplo,

escritórios; armazém)

Registo mensal do consumo:em valor e em unidades de consumo

(por exemplo, consumo de energiaeléctrica kWh e €/mês

ou a geração de kg de papel.

Registo dosconsumos anuais

Consumo total

Intensidade EnergéticakWh/m2 ano

Energia eléctrica

Gasóleo

Total

Toneladas/ano

m3/ano

Consumo total

Consumo/km

Gasolina/km

Gasóleo/km

Consumo total

% Água reciclada

Indicadores Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

Energia

Resíduos

Transportes

Água

Figura 7 – Exemplo de uma tabela de registo de consumos para as 4 áreas de ecoeficiência.

Figura 8 – Exemplo de uma tabela de registo de indicadores de consumo anuais.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

25

Page 26: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

4.2. Referências

No âmbito do programa Nisa Ecoeficiente foi criado o Gabinete de Apoio à Ecoeficiência na Câmara

Municipal de Nisa (e-mail: [email protected], telefone: 808 201 723). Este gabinete foi criado

para servir de apoio às empresas na implementação de medidas de ecoeficiência.

Outras referências úteis estão presentes na Tabela 16:

Tabela 16 - Selecção de referências úteis que foram consultadas para a elaboração do Manual de Boas Práticas para Empresas Ecoeficientes e que podem ser aprofundadas pelas empresas.

Acções de Sensibilização para o Programa Nisa Ecoeficiente

26

Área

Energia

Resíduos

Transportes

Água

Referências

Medidas de Eficiência Energética Aplicadas à Industria Portuguesa: Um Enquadramento Tecnológico Sucinto – SGCIE, ADENE 2011 disponível online:

Guias para reabilitação energético–ambiental do edificado Coberturas Eficientes, disponível em

Integrated Pollution Prevention and Control Reference Document on Best Available Techniques in the Food, Drink and Milk Industries, August 2006, Comissão Europeia disponível em:

Reference Document on Best Available Techniques for Energy Efficiency, Fevereiro 2009, Comissão Europeia disponível em:

Integrated Pollution Prevention and Control Reference Document on Best Available Techniques for the Waste Treatments Industries August 2006, Comissão Europeia disponível em:

VALNOR, empresa responsável pela recolha, triagem, valorização e tratamento de resíduos sólidos,

VALORCAR organiza e gere a recepção, o tratamento e a valorização dos resíduos resultantos dos veículos em fim de vida, e promove a melhoria do desempenho ambiental, económico e social da sua gestão em Portugal -

Valorpneu – Sociedade de Gestão de Pneus, Lda. é a entidade gestora de pneus usados, tem como principal objectivo criar e desenvolver um sistema que permita gerir e processar de forma adequada o fluxo de pneus usados anualmente gerados.

INAG – Instituto Nacional da Água

APA – Agência Portuguesa de Ambiente - BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável

IMTT – Economia de combustível para veículos:

Existem já em Portugal várias plataformas online de partilha de veículo em particular o grupo “Boleias em Tolosa” permite a partilha de veículo entre os habitantes da freguesia de Tolosa.ACAP – Associação Automóvel de Portugal

http://www.adene.pt/SGCIE/Pages/Default.aspx

www.adene.pt

www.valnor.pt

www.valorcar.pt

www.valorpneu.pt

www.apambiente.pt

www.bcsdportugal.org

http://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/Paginas/IMTTHome.aspx

http://eippcb.jrc.es/reference/

http://eippcb.jrc.es/reference/

http://eippcb.jrc.es/reference/

Page 27: Manual de Boas Práticas em Eco-eficiência para Empresas

Empresas Ecoeficientes

4.3. Sobre a Off7

A off7 é uma empresa de consultoria de gestão especializada na economia de baixo carbono. Pre-

tendemos mostrar que reduzir emissões de carbono é, mais do que um imperativo ambiental, uma

oportunidade para reduzir custos, desenvolver tecnologia inovador e comunicar uma imagem mais

sustentável.

A equipa da off7 possui competências em ambiente, tecnologias limpas, engenharia, gestão e co-

municação. Esta base alargada de conhecimento, em conjunto com parcerias com algumas das mais

importantes instituições académicas e associações ambientais nacionais, permite-nos oferecer ser-

viços únicos no mercado.

A off7 é membro da Carbon Neutral Network e Carbon Catalog.

Contactos

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Off7

Av. Duque de Ávila, Nº67, R/C E1000-139 LisboaPortugal

F: +351 210 961 834

E: [email protected]