Manual de Assistência a Pacientes Dependentes

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    Carta do Vera Cruz aos cuidadorese aos pacientes dependentes.O Hospital Vera Cruz faz uso de todos os recursos tcnicos e humanos damedicina moderna para manter a sade das pessoas. Assim, essas pesso-as podero desfrutar em sua plenitude a sua vida pessoal, familiar, pros-sional e social em todas as etapas, com a mxima qualidade possvel, doincio ao m de sua vida.Este manual foi elaborado pelo grupo de apoio e orientao aos cuidado-res de pacientes dependentes conveniados ao Hospital Vera Cruz, com o

    objevo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes dependentes, mi-nimizar o estresse dos cuidadores e familiares, diminuir o grau de depen-dncia do paciente e aumentar a conana e a autoesma do paciente ede seus cuidadores.Este grupo formado por uma equipe mulprossional que realiza o cursode cinco palestras direcionadas a uma pessoa da famlia que possui umpaciente dependente. As palestras so gratuitas e tm durao de uma horaaproximadamente, e acontecem nas dependncias da Fundao Roberto Ro-

    cha Brito, no Hospital Vera Cruz, sendo necessria a inscrio antecipada.A equipe composta pelo mdico coordenador Dr. Carlos Eduardo Sam-paio e pelas reas de enfermagem, nutrio, sioterapia respiratria esioterapia motora. O curso organizado pela Fundao Roberto RochaBrito, manda pelo Hospital Vera Cruz.

    Para agendar a parcipao no curso:Fundao Roberto Rocha BritoRua Onze de Agosto, 495 - 2 andarCampinas - SP - CEP 13013-900Tels.: 19 3734-3196 / 3231-0877e-mail: [email protected]

    Para informaes sobre suporte domiciliar:Hospital Vera CruzRua Onze de Agosto, 495 - 3 andarTel.: 19 3734-3354e-mail: [email protected]

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    ndice

    Cuidados:

    Mdicos pg.5 Enfermagem pg.7 Nutricionais pg.20

    Fisioterapia Respiratria pg.24 Fisioterapia Motora pg.28 Psicolgicos pg.40

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    Cuidados: mdicos

    CuidadorToda pessoa responsvel por suprir as necessidades bsicas e vitais de

    indivduos enfermos, atuando nas reas de higiene, nutrio, oferecendo

    medicao prescrita, mobilizao, curavos, etc.

    O cuidador pode serLeigo: familiares, elementos da comunidade ou grupo religioso de aux-lio, que correspondem grande maioria, sendo necessrio treinamento e

    orientao para que possam executar essas tarefas.

    Prossional: prossionais da rea de sade que so contratados para

    prestar assistncia domiciliar.

    O ato de cuidar requer disposio, atude, coragem, compaixo, doao

    e, principalmente, amor pelo enfermo.

    Dois conceitos bsicos devem ser enfocadosAutonomia: capacidade de governar sua prpria vida.

    Tomar decises de forma coerente, racional.

    Independncia: capacidade de poder realizar pelos prprios recursos,

    por exemplo, no depender de outros para tarefas motoras.

    Muito importante: todo cuidador deve, dentro do possvel, respeitar a

    autonomia e esmular a independncia do paciente.

    Grupos de pacientes e enfermidadesmais comuns: Sequelados de patologias neurolgicas (AVCI, traumas de crnio, he-

    morragias cerebrais);

    Doenas degeneravas cerebrais: Alzheimer, Parkinson;

    Idosos doentes;

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    Decientes sicos;

    Portadores de cncer em fase avanada;

    Doenas em geral que cursem com sequelas motoras ou cerebrais;

    Cuidados dispensados englobam as reas: mdica, de enfermagem,sioterpica, de nutrio e psicologia.

    Problemas complexosIdencar os novos agravos sade do paciente:

    Alterao comportamental aguda do enfermo, com dados como de-

    sorientao, agitao, agressividade, sonolncia, sempre um sinal

    de alerta, sendo a maioria dos episdios provocada por doenas org-

    nicas, como infeces (pneumonia, urina, pele), alteraes metabli-cas, efeitos colaterais de medicamentos, elevaes pressricas, etc.

    Neste caso sempre necessrio avaliao mdica;

    Presena de quadros depressivos: no paciente, mas principalmente

    no cuidador;

    Estruturao de um ambiente familiar adequado, em que um maior

    nmero de pessoas se envolva no ato de cuidar, evitando sobrecarre-

    gar um nico indivduo;

    Ambiente domiciliar organizado, com disposio de mveis, como

    cama e poltrona. E ambientes adaptados, como banheiro, que sejam

    sasfatrios ao paciente e facilitem ao cuidador;

    Estar consciente do grau de limitao do enfermo e das caracterscas

    prprias da(s) doena(s): isso faz com que possamos entender e acei-

    tar certos padres comportamentais do paciente;

    Atentar para o fato de que as doenas evoluem (manter contato em

    caso de dvida com o mdico responsvel); Criar recursos alternavos, a m de oferecer os cuidados necessrios

    de forma pouco dispendiosa.

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    Cuidados: enfermagem

    Cuidados de higiene aos pacientes dependentesA necessidade de higiene est inmamente ligada recuperao da sa-

    de do paciente. No s a higiene corporal, que proporciona maior conforto

    e bem-estar, como tambm a higiene do ambiente, que protege o doente

    contra outras doenas, evitando o aparecimento de infeces e controlan-

    do sua disseminao.

    O ambiente onde permanece o paciente deve ser limpo, arejado e com omnimo necessrio para o atendimento s suas necessidades. Isso evita

    o acmulo de poeira e facilita a limpeza diria. A higiene pessoal uma

    maneira de proporcionar conforto sico.

    BanhoA higiene corporal (banho) deve ser realizada respeitando-se o horrio de

    preferncia, a cultura e a privacidade do paciente.

    Deve-se optar sempre pelo banho de chuveiro e deixar o banho no leito

    apenas para ocasies nas quais o paciente esteja impossibilitado de sair

    da cama.

    Deve-se estar atento quando da locomoo do paciente ao banheiro, po-

    dendo ser necessrias, s vezes, algumas adaptaes ambientais, com o

    objevo de prevenir quedas e acidentes no percurso ou durante o banho.

    Entre as adaptaes, podemos citar a necessidade de:

    Barra de proteo slida;

    Cadeira de banho ou de plsco (po de jardim);

    Piso no escorregadio ou tapete anderrapante;

    Boa iluminao;

    Suporte de sabonete alcanvel;

    Ausncia de degraus no trajeto e no banheiro;

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    Torneiras po alavanca.

    Existem outros cuidados importantes que devem ser levados em consi-

    derao para a realizao da higiene corporal, como, por exemplo, nopermir que:

    A porta do banheiro seja trancada por dentro;

    Existam correntes de ar;

    A temperatura da gua no esteja adequada (considera-se ideal a

    temperatura entre 26 e 30 graus).

    Com todos esses cuidados, evitaremos possveis acidentes e suas compli-

    caes.

    Banho no leitoO banho no leito, como j vimos, deve ser realizado quando o paciente

    esver impossibilitado de sair dele, como, por exemplo, aps derrame,

    fratura da perna, etc. Se o paciente for muito pesado ou senr muita dor

    ao mudar de posio, deve-se contar sempre que possvel com a ajuda de

    outra pessoa, para evitar acidentes e cansao excessivo do cuidador, alm

    de proporcionar maior segurana e conforto ao doente. Esse tambm

    o momento do cuidador avaliar a integridade da pele, dos cabelos, das

    unhas e da higiene oral.

    O primeiro passo importante organizar todo o material necessrio,

    como: bacia, comadre, gua morna, sabo suave, toaIhas, escova de den-

    tes, pasta dental, lenis, forros plscos e roupas, evitando assim a in-

    terrupo do banho.

    A higiene dos cabelos outro aspecto a ser mencionado.

    Muitos pacientes dependentes, como os idosos, tm a crena de que la-var os cabelos com frequncia no faz bem. importante oferecer orien-

    taes a respeito dessa higiene, que serve tambm como esmulo para a

    circulao sangunea do couro cabeludo, alm de auxili-Ios a secar bem

    os cabelos.

    A higiene deve sempre se iniciar pela sequncia cabea-ps: primeiro

    os olhos, rosto, ouvidos, pescoo. Lavar os braos, o trax e a barriga,

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    secando-os e cobrindo-os. Cuidado especial na regio sob as mamas nas

    mulheres, enxugando bem para evitar assaduras e micoses. A seguir pas-

    sa-se s pernas, secando-as e cobrindo-as.

    No decorrer do banho colocar um forro plsco e apoiar a bacia comgua morna sobre a cama, lavando os ps com gua e sabo, realizando

    a higiene entre os dedos. Observar as alteraes sicas na pele e na rea

    entre os dedos dos ps e as condies das unhas. A secagem deve ser ri-

    gorosa. As costas devero ser lavadas, secadas e massageadas com leos

    ou cremes hidratantes para avar a circulao. A higiene dos genitais e da

    regio anal deve acontecer diariamente e aps as eliminaes urinria e

    fecal, procurando evitar umidade e assaduras.

    Se voc perceber que o momento do banho dicil para seu paciente(observar manifestaes como gemidos, dor, testa franzida ou agressi-

    vidade), pea ao mdico para avaliar a necessidade de usar um medica-

    mento analgsico, para facilitar o cuidado e diminuir o sofrimento e as

    contraturas do paciente.

    Higiene oralA higiene oral deve ser realizada sempre pela manh, quando o paciente

    acordar, aps as refeies e antes dele dormir, independente se o pacien-

    te ver dentes naturais ou no.

    A limpeza da boca tem a nalidade de eliminar restos de alimentos, pre-

    venir problemas nos dentes e infeces, esmular a circulao do sangue

    e deixar uma sensao agradvel na boca.

    Se o paciente tem condies de realizar sozinho a sua higiene oral, voc

    deve providenciar uma escova, um creme dental, um copo com gua e

    uma bacia para ele cuspir.Se o paciente no ajudar na limpeza, o cuidador dever:

    Posicion-Io adequadamente no leito (sentado num ngulo de 45

    graus ou deitado, com a cabea lateralizada);

    Realizar a escovao dos dentes naturais com movimentos rmes,

    de varredura, num ngulo de 45 graus entre as cerdas da escova e

    a gengiva, tanto na arcada superior como tambm na inferior, com

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    o intuito de limpar os dentes e massagear a gengiva. Para a parte de

    cima dos dentes, o movimento deve ser de vaivm. No se esquecer

    de limpar e massagear a lngua e a mucosa oral. Em seguida, enxaguar

    com gua limpa, desprezando-a no recipiente prprio, rependo esseprocedimento quantas vezes for necessrio, at que os dentes, a ln-

    gua e a mucosa oral estejam limpos;

    Realizar a limpeza dos espaos interdentais com o dental, onde a

    escova no promove limpeza eciente, no esquecendo de lubricar

    os lbios ao trmino do procedimento;

    Observar durante a realizao desse procedimento a cor, a sensibili-

    dade e a integridade dos lbios, gengiva, dentes e mucosa oral, alm

    da presena ou no de mau hlito e adaptao de prteses.Quando o paciente no possuir dentes prprios, importante lembrar

    que a higiene da boca necessria e o cuidado com as dentaduras con-

    siste em escov-Ias aps as refeies.

    Quando a dentadura no esver em uso, deve ser guardada em um copo

    com gua limpa, em local seguro.

    Higiene nmaA higiene nma deve ser realizada sempre aps o ato de urinar ou eva-cuar. Para isso, coloque uma comadre sob as ndegas do paciente. Em se-

    guida, deve-se ensaboar a regio genital, no sendo do pbis para o nus,

    e ento jogar gua com um jarro para enxagu-Ia. Caso os pelos estejam

    grandes ou muito volumosos, devem ser aparados para facilitar a limpe-

    za. Secar cuidadosamente, evitando assim irritaes, prurido e umidade,

    que podem contribuir para o aparecimento de leses ou assaduras. Se o

    paciente realizar ou auxiliar em sua higiene nma, lavar as mos dele aotrmino do procedimento.

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    O autocuidadoVoc estar esmulando o autocuidado em seu paciente se:

    Observ-Io bem, tentando idencar suas potencialidades;

    Dividir o cuidado com ele, fazendo com que o paciente planeje osseus prprios tratos;

    Der a ele a oportunidade de realizar alguma tarefa em seu benecio;

    Apoi-Io e elogi-lo pelo esforo despendido na realizao das tarefas.

    CuravosToda vez que ocorre a ruptura da pele, surge uma ferida. A ferida mais co-

    mum em pacientes dependentes a lcera por presso (tambm conhe-

    cida como escara). O que uma lcera por presso? uma ferida causada

    por presso constante da rea do corpo sobre a supercie do colcho,

    cadeira ou aparelho de gesso. Essa presso diminui a chegada de sangue

    na rea, prejudicando a nutrio e a oxigenao local. O paciente que

    ca muito tempo imvel tem grandes chances de desenvolver escaras ou

    lceras por presso.

    lceras por pressoFases de formao

    Vermelhido no local da presso;

    Inchao local com calor, podendo haver a formao de bolha de gua;

    Destruio das camadas da pele.

    reas em que as escaras aparecem com maior frequncia

    1. Nos pacientes deitados em decbito dorsal (costas no colcho)

    Atrs da cabea;

    Nas escpulas;

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    Nos cotovelos;

    No sacro e cccix;

    Na coluna vertebral;

    Nos calcanhares.

    2. Nos pacientes deitados em decbito lateral

    (Iado esquerdo ou direito)

    Nas orelhas;

    Na face;

    Nos ombros;

    Nas costelas; Nas faces laterais da coxa;

    Nos joelhos;

    Nos tornozelos.

    3. Nos pacientes deitados em decbito ventral

    (barriga para baixo)

    Nas orelhas;

    Na face;

    Nas mamas;

    No pnis;

    Nos joelhos;

    Nos dedos dos ps;

    No dorso dos ps;

    Nas escpulas; Na regio sacral;

    Nos trocanteres;

    Nos calcanhares.

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    Fatores que favorecem o aparecimento das lceras por presso

    Longa permanncia no leito;

    Presso constante ou prolongada sobre as salincias sseas; Estado de coma ou inconscincia;

    Umidade no leito;

    Pele frgil e debilitada;

    Circulao sangunea debilitada;

    Imobilidade no leito;

    Idade avanada;

    Perda involuntria da urina ou das fezes;

    Emagrecimento ou obesidade;

    Uso de instrumentos ortopdicos;

    Falta de cuidado ao colocar comadre;

    Condies inadequadas de higiene corporal;

    Desnutrio;

    Dobras, rugas e migalhas no lenol;

    Edema (inchao).

    Como podemos prevenir as lceras por presso

    Vigiar constantemente a pele para detectar possveis alteraes (in-

    chao, vermelhido, calor local, etc.);

    Realizar higiene corporal adequada, atravs de banhos no leito ou de

    chuveiro com sabonete neutro;

    Manter a higiene do local onde o paciente permanece sentado ou

    deitado (cama, cadeira de rodas ou poltronas); Passar creme hidratante na pele do paciente (po SANISKIN ou simi-

    lar) e no usar talco, pois resseca a pele;

    Trocar as roupas de cama sempre que necessrio. Os lenis devem

    estar sempre bem escados e livres de dobras;

    Evitar a presena de objetos ponagudos junto ao paciente (tesouras,

    facas, garfos, alnetes, etc.);

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    Realizar higiene nma adequada sempre que o paciente evacuar ou

    urinar;

    Usar fraldas descartveis ou forros de pano, principalmente no per-

    odo noturno; Colocar comadre ou papagaio com cuidado para no machucar a pele

    do paciente;

    Promover o alvio da presso local com travesseiros, almofadas, luvas

    de gua;

    Comunicar alteraes de pele em pacientes que usem instrumentos

    ortopdicos;

    Levar o paciente aos banhos de sol, sempre que possvel, no perodo

    da manh, antes das 10 horas, ou tarde, aps as 16 horas, durante15 a 30 minutos;

    Manter colcho caixa de ovo na cama ou cadeira de rodas;

    Cortar e lixar as unhas logo aps o banho;

    Oferecer gua, sucos e chs vrias vezes ao dia e em pequenas quan-

    dades;

    Manter o bom alinhamento de todas as partes do corpo no paciente

    acamado ou sentado por longos perodos;

    Realizar mudanas de posio e proteger as salincias sseas;

    Realizar massagens de conforto.

    Como devemos tratar as lceras por presso

    Uma avaliao mdica e de enfermagem faz-se necessria para a de-

    nio do tratamento das lceras por presso;

    O importante que o paciente, a famlia e os cuidadores sigam corre-tamente as orientaes fornecidas pelo mdico e/ou pela enfermeira;

    O tratamento no deve ser interrompido ou suspenso sem autorizao;

    O curavo deve ser trocado de acordo com a necessidade de cada

    paciente;

    importante evitar a presena de fezes ou urina diretamente sobre

    a ferida;

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    Toda e qualquer dvida deve ser esclarecida junto equipe.

    Atualmente, o curavo de uma lcera por presso se processa basica-

    mente da seguinte forma:Limpar o local com soro siolgico a 0,9%, em jato direto na ferida;

    Secar delicadamente com gaze estril;

    Aplicar soluo de Dersani ou similar;

    Ocluir o local com gaze e micropore;

    As grandes reas de necrose (destruio das camadas da pele) sero de-

    bridadas pelo mdico ou pelo enfermeiro;

    As pequenas reas de necrose sero debridadas com o uso de produtos

    qumicos, como, por exemplo, a papana a 2%, aps a avaliao do enfer-meiro ou do mdico.

    Cuidados com medicaes

    Orais Os medicamentos de uso oral devem ser tomados com gua e no

    com outro po de bebida (leite, suco, ch, caf ou bebidas alcoIicas);

    Os medicamentos no devem ser manipulados (esvaziar as cpsulas)

    sem consultar o mdico;

    Os medicamentos devem ser tomados em p ou sentado, engolindo

    sem masgar, a no ser que seja indicado;

    Os medicamentos de uso sublingual devem ser colocados debaixo da

    lngua e deixados at que se dissolvam, no devendo ser ingeridos

    com gua.

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    Via sonda nasoenteral a introduo de comprimidos e medicamentos Iquidos pela sonda en-

    teral (usada tambm para alimentos). Os comprimidos devero ser tritu-

    rados e misturados em um copo de gua. Com uma seringa de 20 ml, passar o medicamento pela sonda e, aps,

    ulizar mais duas seringas de gua ltrada. Fechar a sonda para que o

    remdio no volte e a sonda no se obstrua.

    Formas oalmolgicasSo colrios e pomadas para aplicao nos olhos.

    Deve-se ter cuidado para que a extremidade do frasco no toque nos

    olhos, para no contaminar;

    As preparaes olmicas, uma vez abertas, devem ser usadas e no

    conveniente que sejam aproveitadas novamente;

    Para aplicar um colrio, deve-se inclinar a cabea ligeiramente para

    trs. Deve-se ento baixar a plpebra inferior, colocando as gotas na

    cavidade assim formada;

    Para aplicar pomadas nos olhos, deve-se inclinar a cabea para trs,

    baixar a plpebra inferior e colocar a pomada na cavidade, nunca di-retamente nos olhos. Manter os olhos fechados por um ou dois minu-

    tos, para que a pomada possa espalhar-se por igual.

    Formas para ouvidoSo formas farmacucas para serem aplicadas no ouvido.

    Como primeira medida, o frasco deve ser aquecido entre as mos,

    devendo-se ento reclinar a cabea com suavidade e virar a orelha

    para cima e para trs, para que o medicamento penetre; O conta-gotas deve ser colocado sobre a orelha com cuidado, pro-

    curando no encostar. A gota deve cair de modo que deslize pelas

    paredes do ouvido;

    Uma vez colocadas as gotas, aconselhvel permanecer inclinado por

    alguns minutos; no tampar o ouvido com algodo seco, para no

    absorver as gotas.

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    Formas tpicasConsiste na aplicao de medicamentos sobre a pele em forma de poma-

    das, cremes e outros.

    Para conseguir um efeito local, a pele deve ser lavada antes de cada apli-cao. Depois de cada aplicao, o cuidador deve lavar as mos cuidado-

    samente para evitar que o medicamento chegue aos olhos e boca.

    Formas de uso retalConsiste na introduo de preparados slidos (supositrios), cremes ou

    pomadas no nus.

    Os supositrios devem ser colocados na geladeira para endurecer;

    Rerar a embalagem do supositrio e introduzi-Io no nus com a par-

    te mais na para dentro; juntar as ndegas, fazendo fora por alguns

    instantes;

    Evitar as evacuaes por uns vinte minutos depois da aplicao, a no

    ser que o supositrio tenha efeito laxante; caso o supositrio saia por

    inteiro, necessrio colocar outro;

    Com respeito aplicao de cremes e pomadas, necessrio primei-

    ramente lavar e secar a rea retal. A quandade a ser aplicada deveser pequena e distribuda adequadamente.

    Preparados vaginaisSo preparados para serem ulizados na vagina. Podem ser de pomadas

    slidas (vulos, comprimidos) ou cremes.

    Lembre-se de rar as embalagens que envolvem os vulos;

    A paciente deve deitar-se e separar as pernas; o remdio deve ser co-

    locado na vagina o mais profundamente possvel. Durante uns cincominutos depois da aplicao, importante que os quadris connuem

    um pouco levantados;

    Deve-se usar um aplicador para as formas de creme e, uma vez uli-

    zado, limp-Io com gua quente e depois guard-Io;

    Usar de preferncia noite.

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    Preparados de uso nasalSo medicamentos para serem colocados no nariz.

    Antes da aplicao do medicamento, deve-se assoar levemente o na-

    riz. Quando for colocado prefervel respirar pela boca, sentar-se einclinar a cabea para trs. Colocar o conta-gotas em um dos oricios

    do nariz, sem respirar, apertar o conta-gotas e pingar o nmero corre-

    to de gotas recomendado;

    Reper o mesmo processo no outro oricio nasal;

    Manter a cabea inclinada alguns instantes para que o produto pe-

    netre nos pulmes, respirar pela boca e no procurar assoar o nariz

    nesse tempo. possvel perceber um gosto de medicamento na boca.

    Dicas gerais O indivduo deve ser esmulado a assumir a responsabilidade pelo

    tratamento, tomando os medicamentos sozinho ou sob orientao,

    passando os cuidados para outra pessoa somente quando esver im-

    possibilitado (por exemplo: quando apresentar falhas de memria,

    decincia visual e outras limitaes);

    Caso haja mais de um cuidador responsabilizando-se pela administra-o de medicamentos, conveniente anot-Ios em um papel diaria-

    mente e risc-Ios conforme forem sendo ministrados;

    O prazo de validade deve ser observado;

    Devem ser ulizados somente medicamentos recomendados por m-

    dicos;

    As doses devem ser seguidas rigorosamente;

    Programe o horrio dos medicamentos com avidades do dia (caf da

    manh, almoo, jantar, etc.); Lave as mos com gua e sabo antes de pegar nos medicamentos.

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    Cuidados com pacientes inconscientesA inconscincia uma condio em que a funo cerebral est deprimida.

    As causas mais comuns so de natureza neurolgica, como, por exemplo,

    traumasmo craniano e derrame.

    A acumulao de secrees na faringe representa um srio problema.

    Como o paciente incapaz de deglur e os reexos farngeos esto

    ausentes, essas secrees devem ser reradas para eliminar o perigo

    de aspirao;

    A elevao da cabeceira do leito a 30 graus ajuda a prevenir a aspira-

    o de secrees;

    necessrio realizar aspiraes frequentes e tambm higiene oral;

    Para evitar o ressecamento dos lbios, recomenda-se a aplicao de

    uma na camada de vaselina;

    A mudana frequente de posio necessria para evitar formao

    de lceras de presso. indicado tambm o colcho caixa de ovo;

    Toda alimentao e toda medicao oral devem ser oferecidas por

    sonda enteral;

    Deve-se car atento aos sinais de conspao intesnal ou diarreias.Se isso ocorrer, procure o mdico.

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    Cuidados: nutricionais

    Uma dieta balanceada deve conter alguns nutrientes essenciais para uma

    boa sade, sendo eles:

    1. Carboidratos- acar, po, batata, macarro, arroz, etc.2. Protenas- carnes, leite, ovos, queijos, feijo, soja.3. Gorduras- leos, margarina, azeite.

    4. Vitaminas e minerais- frutas e verduras.

    Para que esses alimentos fossem ingeridos de uma forma equilibrada, foi

    criada a pirmide dos alimentos.

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    Dicas da pirmide

    1. GRUPO DOS CARBOIDRATOS:6 a 11 pores/dia. Consuma carboidratos de preferncia integrais (arrozintegral - 50 g, 1 faa de po, biscoitos, cereais). So boas fontes de vita-

    minas e evitam a obspao intesnal.

    2. GRUPO DAS VERDURAS E LEGUMES:3 a 5 pores/dia (2 colheres de sopa de legumes = 1 poro). Siga as

    pores estabelecidas usando sua criavidade, colocando as verduras e

    legumes em sus, purs e sopas.

    3. GRUPO DAS FRUTAS:2 a 4 pores/dia (1 ma = 1 poro).

    Acrescente as frutas em vitaminas, mingaus e purs.

    4. GRUPO DOS LATICNIOS:1 a 3 pores/dia (100 ml de leite = 1 poro).

    5. GRUPO DAS CARNES:2 a 3 pores/dia (1 bife de 100 g = 1 poro). Acrescente caldo natural de

    carne em sopas, feijo e outras preparaes.

    6. GRUPO DOS LEOS E GORDURAS:Usar em pequena quandade, evitando a gordura de origem animal e

    dando preferncia para o leo de canola associado ao leo de soja.

    A quandade que uma pessoa deve ingerir desses nutrientes depende de

    vrios fatores, como: idade, sexo, altura, avidade sica, po de doena e

    as condies do paciente: masgao, degluo e digesto.

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    Cuidado para no sobrecarregar a capacidade digesva da pessoa. Pro-

    cure dividir a dieta em pequenas pores durante o dia.

    Quando a ingesto alimentar por via oral (boca) no esver sendo sas-fatria, h a necessidade de suplementao atravs de dietas especcas

    suplementos nutricionais ou mediante alimentao por sonda (dieta

    enteral). Isso feito para evitar perda de peso, m cicatrizao de feridas,

    diarreia, obspao, inchaos e vmitos.

    A nutrio enteral o fornecimento de nutrientes em forma Iquida di-

    retamente no tubo digesvo, sem depender do apete e da colaborao

    do paciente.

    Esses nutrientes so absorvidos na corrente sangunea e ulizados pelo corpo.

    Os materiais necessrios para a nutrio enteral so:

    1 - Sonda jejunal;

    2 - Equipo simples;

    3 - Frasco descartvel;

    4 - Seringa (20 ml).

    Obs.: Bomba de infuso apenas em situaes especiais.

    Alguns cuidados so importantes na infuso dadieta enteral, como:

    1 - Manter o paciente sentado ou com a cabeceira da cama elevada;

    2 - Infundir a dieta lentamente para evitar diarreia, distenso abdominal,

    vmitos e m absoro;3 - Fracionar a dieta durante o dia (de acordo com orientao do nutri-

    cionista);

    4 - Infundir gua ltrada nos intervalos - quandade a ser denida pelo

    mdico ou pelo nutricionista;

    5 - Limpar a sonda com seringa com gua morna nos intervalos da dieta.

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    A dieta enteral pode ser preparada de vrias maneiras, podendo ser ca-

    seira ou industrializada. Porm, atualmente no h mais indicao de die-

    ta caseira, somente quando a famlia no dispuser de condies socioe-

    conmicas para adquirir.Quando o paciente no aceita a dieta enteral ou em casos especcos

    determinados pelos mdicos, prescrita a dieta parenteral, que consiste

    na oferta de nutrientes atravs da veia.

    A nutrio parenteral s ulizada quando no houver outra alternava

    para alimentao e seu controle dever ser rigoroso.

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    Cuidados: sioterapiarespiratria

    O objevo da sioterapia respiratria proporcionar aos cuidadores in-

    formaes bsicas dos cuidados respiratrios considerados importantes

    para o bem-estar do paciente.

    Adequao ambiental1 - O quarto deve estar sempre bem arejado e ser higienizado correta-

    mente para no acumular poeira.

    2 - Manter no quarto apenas o que for necessrio para ulizao do pa-ciente e do cuidador.

    3 - Receber sol com moderao em algum perodo do dia.

    Higiene das vias areas superioresSolicitar ao paciente que assoe o nariz. Se ele no conseguir, limpar com

    cotonetes as crostas que costumam acumular (no nariz) , com cotonetes.

    Em pacientes com muita idade ou que tenham alguma patologia cuja

    degluo mais lenta, o cuidador deve higienizar tambm a boca do

    paciente, impedindo que se acumulem resduos que poderiam provocar

    uma possvel microaspirao de alimento.

    Depois de realizada higiene do nariz e da boca, se possvel solicitar tosse

    e observar se h colorao na secreo.

    Higiene brnquica

    Mudanas de decbito

    So importantes para evitar acmulo de secreo. Devemos, portanto,

    ter a preocupao de proporcionar posies em que o trax esteja sem-

    pre livre, visando favorecer a venlao do paciente.

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    A orientao acima deve ser observada quando sentamos o paciente;

    Movimentar braos e pernas respeitando a amplitude de movimento

    do paciente aumenta o uxo respiratrio. Isso favorece a tosse quan-

    do a secreo se encontra em vias areas mais proximais; As manobras de higiene brnquica devem ser feitas quando o pacien-

    te apresentar um quadro de hipersecreo pulmonar com diculdade

    de tossir e expectorar.

    COMO FAZER?

    As manobras devem ser feitas sempre sob a orientao do

    sioterapeuta.

    Essas manobras so: tapotagem, vibrao, tosse assisda e aspirao

    (quando necessria).

    A aspirao pode ser:

    Nasotraqueal, orotraqueal e traqueal

    Aspirao nasotraqueal ou orotraqueal:

    A sonda introduzida pelo nariz ou pela boca do paciente, respecva-

    mente. Este procedimento deve ser realizado de maneira correta, evitan-

    do stress respiratrio ao paciente.

    Devemos tomar alguns cuidados quanto a estas aspiraes em pacientes

    com uso de sonda enteral para alimentao.

    Aspirao traqueal:

    Ao iniciar a aspirao a sonda deve estar aberta, e a aspirao deve ser

    realizada somente no momento da expirao do paciente.

    No caso de pacientes que fazem uso de oxignio, o mesmo deve estar

    sempre perto da traqueo no momento da aspirao.

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    Higiene do mandril

    Manter sempre o mandril da traqueostomia bem limpo (mandril a pea que

    se encaixa dentro da traqueostomia e que deve ser rerada para a higiene).Essa limpeza deve ser feita duas vezes ao dia em paciente sem muita secreo,

    podendo ser intensicada a parr do momento em que a secreo aumente.

    COMO FAZER?

    Limpeza do mandril: depois de rerado, o cuidador deve coloc-lo em-

    baixo de uma torneira com gua corrente para deixar que a gua limpe

    a secreo. Aps isso, deve passar uma gaze de um lado para o outro do

    mandril, limpando as secrees ressecadas, que obstruem a luz do mesmo.

    Aps a aspirao nunca devemos aproveitar a mesma sonda, pois a sonda

    que ca em qualquer recipiente, seja este com gua ou no, pode estar

    favorecendo uma infeco.

    No necessrio o uso de luvas estreis para estes procedimentos.

    Exerccios respiratrios Ulizao de incenvadores respiratrios (Respiron);

    Respirao diafragmca;

    Exerccios de brao associados respirao;

    Esmular caminhadas , se for possvel ao paciente, em ambientes are-

    jados. Caminhadas proporcionam um treinamento no qual a frequn-

    cia cardaca do paciente aumenta e, consequentemente, sua frequn-

    cia respiratria, esmulando assim um treinamento aerbico; Se o paciente esver fazendo o uso de inaladores, estar atento me-

    lhor posio em que ele deve estar durante esse procedimento, con-

    forme orientao do sioterapeuta;

    Sentado com o corpo ereto, solicitar que ele respire profundamente

    durante a inalao.

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    Inaladores

    Existem vrios pos de inaladores no mercado. Caso o cuidador tenha

    dvidas, solicitar orientao equipe de sioterapia.

    Aspiradores

    Existem vrios modelos no mercado, porm o mais indicado o AspiraMax.

    Oxignio

    Pacientes que fazem uso de oxignio devem seguir rigorosamente aorientao prescrita pelo mdico.

    Quando procurar um mdicoToda vez que o cuidador observar:

    1. Que o paciente se apresenta agitado;

    2. Que aumenta a frequncia respiratria;

    3. Que aumenta a frequncia cardaca;

    4. Que aumenta a secreo ou h mudana de colorao;

    5. Sensao de cansao;

    6. Sudorese;

    7. Febre.

    Orientao ao cuidadorO paciente deve receber todas estas solicitaes (tosse, exerccios res-

    piratrios, inalao, etc.) de uma maneira respeitosa e objeva, jamaiscomo uma ordem, pois isso far com que ele se sinta inl. Trat-lo sem-

    pre pelo nome e nunca infanliz-lo.

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    Cuidados: sioterapiamotora

    Adequao ambiental: adequao da moblia

    1) A escolha do quarto

    Este deve estar em um local de fcil acesso e comunicao com os outros

    cmodos da casa, que facilite o deslocamento dos cuidadores e do pa-

    ciente. O quarto do paciente deve conter apenas o necessrio, ou seja, mveis

    e utenslios para o uso do paciente. Rerar tapetes, cornas, tudo o

    que prejudique a sade do paciente e diculte o trabalho do cuidador;

    A cama deve estar posicionada de maneira que o paciente possa

    acompanhar toda a movimentao do ambiente, e no caso de pacien-

    te com derrame, que ele olhe pelo lado afetado para as avidades

    gerais ou de seu prprio interesse. Exemplo: TV, porta do quarto e

    outros;

    O quarto deve permanecer sempre com venlao e iluminao ade-

    quadas. necessrio que haja uma cmoda ou mesa prxima cama,

    onde estaro os objetos de uso dirio do paciente e do cuidador, fa-

    cilitando o seu trabalho roneiro, bem como em uma emergncia.

    Exemplo: medicamentos, luvas, sondas de aspirao, gazes, etc;

    O quarto deve conter tambm uma poltrona para que o paciente no

    permanea o tempo todo deitado, permindo assim uma maior in-tegrao dele com o ambiente. De preferncia a poltrona deve ser

    confortvel e favorecer a postura mais adequada possvel. Ela deve

    estar prxima cama, facilitando a mudana da cama para a poltrona

    e vice-versa.

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    2) Banheiro

    Devem ser feitas algumas modicaes e adequaes do ambiente, como,

    por exemplo: colocao de barras de proteo ao redor do vaso sanitrioe do bid e prximo ao box, para o paciente se deslocar com segurana e

    o mximo de independncia.

    3) Outros cmodos

    Recomendaes GeraisOs outros cmodos da casa no devem possuir pisos escorregadios, nem

    deve ser passada cera no cho. Os pisos devem ser, preferencialmente,

    porosos, que no escorreguem muito. Os ambientes no devem conter

    muita moblia. Devem ser mais largos, maiores, bem arejados e venla-

    dos. A distribuio dos mveis deve ser feita de maneira a possibilitar

    o fcil deslocamento do paciente e do seu cuidador, seja andando com

    andador ou bengala, seja na cadeira de rodas.

    4) Posicionamento do paciente no leitoIntroduoO posicionamento ideal deve proporcionar ao paciente conforto, como-

    didade, segurana e liberdade aos movimentos, para que possam ser re-

    alizados o mais cedo possvel. O paciente deve estar sempre em posies

    que facilitem o seu manuseio pelo cuidador, evitando assim complicao

    na postura de ambos (paciente e cuidador), como, por exemplo, luxaes

    de ombro, quadril, coluna, dores musculares, etc.Ao posicionar o paciente, o cuidador deve faz-Io com cautela e, se poss-

    vel, com a ajuda de outra pessoa, sendo necessrio orient-Io a respeito

    do que est sendo feito o tempo todo (ex.: agora a senhora vai sentar-se

    na cama e depois vai para a cadeira).

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    Dicas de posicionamento

    Deitado de costasO brao afetado deve estar es-tendido sempre com um travessei-

    ro embaixo, para seu relaxamento;

    e a perna afetada deve estar e-

    da (joelho dobrado) e tambm

    com um travesseiro ou almofada

    embaixo dela, para um melhor re-

    laxamento.

    Deitado de lado (em cimado lado afetado)O paciente deve car com o brao

    afetado em extenso (escado)

    frente do seu corpo, com apoio to-

    tal no leito (apoiado sempre por um

    travesseiro ou almofada). As pernas

    devem permanecer dobradas, com

    travesseiro entre os joelhos.

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    Deitado em cima do ladono afetadoO paciente deve car com o brao

    estendido frente do seu corpo,por cima do outro e com um tra-

    vesseiro entre eles.

    Sentado em cadeira ou poltrona

    A coluna do paciente deve estar em posio correta (alinhada), totalmenteapoiada no encosto da poltrona (desde o pescoo at o bumbum);

    Pernas edas (dobradas), com quadris e joelhos edos (a 90) e os ps

    totalmente em contato com o cho;

    Braos apoiados nos braos da poltrona ou cadeira, com os cotovelos

    dobrados e os ombros alinhados, prximos ao corpo do paciente.

    Obs.: O posicionamento dos braos na poltrona pode ser reforado por

    travesseiros ou almofadas do mesmo tamanho, favorecendo um bom ali-nhamento.

    Esse posicionamento vlido tambm para quando o paciente esver na

    cadeira de rodas.

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    5) Manuseio do paciente na mudanados decbitosPara o manuseio do paciente durante as mudanas de posio ou lugar,

    necessrio que o cuidador seja cauteloso e explique a ele tudo o que est

    sendo feito, a m de evitar colocar em risco sua sade e a do paciente.

    Transferncia da cama para a poltrona ou cadeiraMuitas leses podem ser provocadas no ombro e na coluna do paciente

    se essa transferncia for realizada de maneira errada.

    A cadeira dever ser colocada ao lado da cama. O paciente rolado

    sobre o lado em que ele tem maior diculdade de movimentao;

    O cuidador coloca uma das mos sobre o ombro compromedo dopaciente, leva suas pernas para a borda da cama com a outra mo e

    coloca-o sentado;

    O paciente pode apoiar-se sobre o cotovelo compromedo, colo-

    cando seu peso sobre ele. O paciente, com as mos entrelaadas

    sua frente, ajuda a se mover para a borda da cama, escorregando

    sobre o bumbum;

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    O cuidador coloca os braos sobre os ombros do paciente, com as

    mos apoiadas nas costas do mesmo, na altura dos ombros, enquan-

    to as pernas calam os ps e os joelhos do paciente. Os braos do

    paciente so colocados em torno da cintura do cuidador ou nos seusombros, no devendo entrelaar as mos. Seu tronco puxado para

    a frente e para baixo, a m de que o peso se distribua igualmente nas

    pernas;

    Sem levantar o paciente, o cuidador xa os ombros e os joeIhos dele,

    girando-o para coloc-Io sentado na cadeira.

    Obs.: O mesmo procedimento acima descrito ulizado tambm para

    transferir o paciente da cama para a cadeira de rodas, ou da cadeira de

    rodas para a poltrona, ou de volta para a cama.

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    6) Orientaes aos cuidadores no sendo depreveno de lceras por presso, vciosposturais e deformidades

    a) Preveno de lceras por pressoO mais importante na preveno de lceras por presso a mudana

    de posio. O paciente deve ser mudado de posio de hora em hora.

    medida que ele consiga permanecer mais tempo na mesma posio,

    pode-se mud-Io de 2 em 2 horas ou at de 3 em 3 horas.

    Um outro item importante na preveno de escaras o posicionamento,

    j citado anteriormente. Uma dica importante para prevenir escaras u-

    lizar apoios para evitar o atrito da cama ou da cadeira com as reas mais

    propensas ao desenvolvimento de escaras, como, por exemplo:

    ombros, cotovelos;

    base da cabea (prximo nuca);

    ndegas;

    regio lateral das ndegas;

    ossos do tornozelo e calcanhares.

    Esses apoios podem ser:

    Almofadas para desencostar essas regies da cama, da cadeira, etc.

    muito importante e fundamental que os cuidadores observem cons-

    tantemente, nas regies j citadas, o aspecto da pele (cor, textura,

    brilho, etc.);

    se ela se apresenta avermelhada;

    se a vermelhido concentra-se em uma grande regio ou apenas em

    pequenos pontos; se a colorao da pele permanece igual, no mesmo tom, aps a mani-

    pulao, se escurece ou se desaparece;

    se existem bolhas. Nesse caso necessrio muito cuidado para que

    elas no se rompam, formando feridas que podem ser contaminadas

    e causar dor ao paciente;

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    necessrio tambm observar as condies do lenol, forro e vestu-

    rio do paciente. Eles devem ser mandos sempre Iimpos, secos e sem

    dobras, a m de evitar o desconforto e/ou prejudicar a circulao da

    pele do paciente.

    b) Vcios posturais

    O que um vcio postural? quando o indivduo permanece em posies erradas, prejudicando ou

    aumentando ainda mais suas dores e/ou limitaes de movimentos.

    Se esses vcios no forem corrigidos a tempo, podem causar deformidades

    irreversveis, prejudicando at mesmo o tratamento dos sioterapeutas.

    c) DeformidadesAs deformidades ocorrem quando o indivduo adota vcios de postura,

    provocando o encurtamento dos tecidos moles (isto , dos tendes e Iiga-

    mentos) e o alongamento de outros nas arculaes (nas juntas).

    Dessa maneira, as juntas cam rgidas (duras), provocando assim defor-

    midades de dicil correo.

    PrevenoAs deformidades podem ser prevenidas com um posicionamento cui-

    dadoso do paciente dependente: na cama, poltrona e cadeira de rodas

    (como j foi descrito no item sobre posicionamento). Esse posicionamen-

    to deve ser feito de maneira que o paciente no permanea por um per-

    odo prolongado em uma mesma posio.

    Os membros e o tronco devem ser colocados em uma variedade de po-sies durante o dia, procurando alternar as posies de braos e pernas

    durante a permanncia do paciente em uma mesma postura (sentado ou

    deitado).

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    7) Preveno de leses nos cuidadoresEste item visa orientar os cuidadores quanto preveno de leses e

    maus hbitos de postura.

    A seguir, encontram-se algumas orientaes quanto postura do cuida-dor durante a mudana de posio do paciente no leito ou fora dele.

    Nas mudanas de posio do paciente no leito, o cuidador deve estar:

    prximo cama, do lado oposto para o qual ir virar o paciente. Por

    exemplo: ao virar o paciente para o lado esquerdo, o cuidador coloca-se

    direita do paciente. Suas pernas devem estar afastadas de tal modo

    que ele consiga maior equilbrio e sustentao. Os joelhos devem estar

    levemente exionados, permindo que o cuidador se movimente para

    baixo e para cima, como se fosse uma alavanca que impulsiona seu cor-

    po durante a transferncia, no muito inclinado, permindo assim que

    o mesmo gire livremente com os braos durante a mudana de posio.

    Essa postura permite ao cuidador realizar as mudanas de posio sem

    grandes esforos e prevenir leses e/ou alteraes posturais.

    Durante as transferncias do paciente da cama para a cadeira de rodas ou

    para a poltrona, o cuidador deve primeiramente posicion-Ia prximo

    cama e, em seguida, colocar o paciente sentado no leito.O cuidador deve permanecer sempre frente do paciente, mantendo

    durante todo o tempo a coluna alinhada, o quadril encaixado (glteos

    contrados), as pernas afastadas e os joelhos semiexionados. Os braos

    devem estar soltos, favorecendo maior liberdade de movimentos.

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    Alongamentos da cervical e de membrossuperiores

    Circular (rodar) a cabea, dando uma volta inteira, e reper para o outro

    lado (faa 3 vezes)

    Pender a cabea para a frente e contar at 15, depois para trs e para o

    lado (faa 3 vezes)

    Trazer o brao edo contra o peito

    (trax). Com a mo oposta colocada

    sobre o cotovelo, empurre o brao

    em direo ao peito, alongando-o.Reper com o outro brao. Mantenha

    a posio, contando at 15, sem sen-

    r dor, somente um leve esramento.

    No exione a coluna cervical para a

    frente. Tente car reto (faa 3 vezes).

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    Hospital Vera Cruz 39

    Alongamento da cervical e membros

    Estenda o brao esquerdo frente

    do corpo e coloque a mo direitasobre a esquerda, empurrando-a

    para baixo em direo ao corpo.

    Faa o mesmo com a mo esquer-

    da voltada para cima.

    Repita o alongamento com o brao direito.

    Execute cada um dos dois movimentos separadamente. Mantenha cada

    posio, contando at 15, sem senr dor, somente um leve esramento

    (faa 3 vezes).

    Alongamento da lombarPaciente deitado de costas (decbito dorsal)

    1Flexionar as duas pernas (membros infe-

    riores), at apoiar os ps no colcho.

    2Faz-se o alongamento puxando uma das

    pernas contra o peito (trax) e mantendo a

    outra exionada e o p de apoio no colcho.

    3Puxar as duas pernas juntas contra o peito

    (trax), devendo permanecer exionadas.

    O alongamento deve ser feito com 3 repe-

    es de cada um, contando-se 15 segundospara cada alongamento, e deve-se manter

    a perna ou pernas alongadas em exo ao

    retornar ao colcho (ao m do alongamen-

    to); no se deve estender (escar) a perna

    alongada.

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    Cuidados: psicolgicos

    Dentro dos aspectos psicolgicos veremos o que ser um cuidador, qual

    o perl e as caracterscas psicolgicas necessrias, bem como do seu

    paciente, com o objevo de realizar um auxlio no relacionamento, para o

    restabelecimento da sade aos pacientes dependentes.

    1. O que ser um cuidador?

    Ao sermos um cuidador, no podemos nos limitar a servir algumas

    horas, segundo o que consideramos nossa disponibilidade;

    imperioso que nos disponhamos a servir sempre, onde esvermos,

    com a gloriosa iniciava de fazer o que geralmente esperamos que os

    outros faam conosco;

    Ser cuidador no se trata de um comportamento para determinadas

    situaes, e sim de uma atude perante a VIDA;

    Os cuidadores tm que desenvolver algumas apdes, como a CON-VIVNCIA E O AMOR, para exercitar as excelncias da CARIDADE.

    preciso tambm:

    Ter cuidado com as palavras e os gestos, pois eles so muito sendos;

    Evidenciar o ambiente do lar, porque sempre mais restabelecedor;

    Solicitar a parcipao familiar, para melhor diviso das tarefas de cuidar;

    Saber e ter pacincia para ouvir o paciente. SER PERSEVERANTE.

    Essa caractersca:

    No se instala do dia para a noite;

    Nem desaparece da noite para o dia;

    Demanda tempo e vontade do cuidador.

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    2. O que ser um paciente dependente?

    a pessoa que vivencia a ocorrncia da transformao dos rgos e

    de todo o sistema do corpo humano; Tem que aprender a lidar com a situao de tomar remdio todos os dias;

    Na maioria das vezes, no tem condies de tomar decises;

    s vezes apresenta diculdades para dormir;

    Muitas vezes quesona os acontecimentos diceis e dolorosos, enve-

    redando por caminhos de rebeldia.

    Misso do cuidador:

    Combater a DEPRESSO do paciente dependente.

    3. Dicas para o sucesso entre cuidadorese pacientes dependentes

    No ter segredos, porque gera desconana;

    Incenv-Io a car ao lado da natureza;

    Incenv-Io a passear, se possvel; Incenv-Io a permanecer ao lado de pessoas queridas, pois mais

    restabelecedor;

    Incenv-Io a rezar constantemente, se for hbito pessoal;

    Incenv-Io a usar roupas alegres, ouvir msica;

    Incenv-Io a fazer o que gosta;

    Incenv-Io a escrever, documentar a sua vivncia;

    Incenv-Io a ler, pois ocupa a mente, ou ler para ele.

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    Manual de assistncia a pacientes dependentes42

    4. Mensagem nal

    Ser um cuidador no pode ser um problema. Deve ser

    uma bno.

    Cuidar de algum que no tem condies de cuidar de si

    mesmo , sobretudo, uma rara oportunidade de realizar-

    mos todos os dias um grande e verdadeiro ato de amor.

    Se hoje temos sade e energia de sobra para ajudar a um

    prximo que est to prximo, como nada acontece por

    acaso, legmo imaginar que esta misso possa merecer

    como recompensa a ajuda futura de mos to preciosas

    quanto as nossas. Aqui, ou mesmo em outras dimenses,

    cuja magnitude e beleza transcendem nossos conheci-

    mentos, compreenso, entendimento e sabedoria.

    Vocs, Cuidadores e Pacientes Dependentes, no esto

    sozinhos. Esto com o Hospital Vera Cruz.

    Cuidemo-nos.

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    Anotaes

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