MANIFESTAÇÕES CULTURAIS COMO FATORES DE … · O ensino do conteúdo programático da disciplina...
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MANIFESTAÇÕES CULTURAIS COMO FATORES DE MOTIVAÇÃO NO
ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA
Rosangela de Fátima Morvan1
Rose Maria Belim Motter2
RESUMO:
Este artigo apresenta o resultado do projeto desenvolvido para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - 2010, do Estado do Paraná, que teve como objetivo proporcionar situações de discussão para ampliar o conhecimento de mundo do aluno, através de atividades de leitura, pesquisas e produção, refletindo sobre os aspectos culturais de outros povos, relacionados ao seu cotidiano e em relação às outras culturas abordadas. Seu enfoque centrou-se no aspecto da língua intrincada com a cultura, ou seja: a língua e cultura como fatores indissociáveis, olhando as manifestações culturais como fatores colaboradores na motivação do aluno na aprendizagem do inglês. Para isso, elaborou-se uma produção didático-pedagógica, compreendendo uma unidade didática: Manifestações Culturais como Fatores de Motivação no Ensino e Aprendizagem da Língua Inglesa, aplicada nas turmas de 1ª e 2ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Vital Brasil – EFM, em Vera Cruz do Oeste/PR. Após o estudo do material, os educandos foram capazes de confrontar as diferenças culturais existentes entre os países, perceber a importância de se respeitar essas diferenças e de valorizar a sua própria cultura, resgatando, assim, o valor da sua própria identidade.
Palavras-chave: Interculturalidade; Leitura crítica; Identidade; Cultura; Diferenças culturais.
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ABSTRACT
_______________________ 1 - Professora do Quadro Próprio do Magistério da Rede Estadual de Educação PDE/2011, @ seed.
pr.gov.br 2 - Professora Orientadora, do curso de Letras da UNIOESTE.
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This paper presents the outcome of the project developed for the Programa de Desenvolvimento Educational – PDE – 2011, from Paraná State, that aimed to provide situations for discussion that expand the students’ world knowledge through reading activities, research and production, reflecting on the cultural aspects of other people related to their daily lives and in relation to other cultures discussed. His approach focuses on the intricate aspects of language with culture, language and culture as inseparable factors, looking at the cultural factors as collaborators in student motivation in learning English. For this it was developed a didactic material, including the teaching unit: cultural manifestations as motivating factors in the teaching learning, which was applied at Colégio Estadual Vital Brasil – EFM, in Vera Cruz do Oeste, Pr. After studying the material, the students were able to compare the cultural differences among countries, to realize the importance of respecting those differences and appreciating their own culture, thus recovering the value of their own identity.
Keywords: Interculturality; Critical reading; Identity; Culture; Cultural differences.
1 INTRODUÇÃO
O trabalho realizado durante os dois anos do Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE, oferecido pelo Governo do Estado do Paraná teve como
principal enfoque centrar o aspecto da língua intrincada com a cultura, ou seja: a
língua e cultura como fatores indissociáveis, olhando as manifestações culturais
como fatores colaboradores na motivação do aluno na aprendizagem da Língua
Inglesa (Doravante LI), uma vez que são aspectos que já se disseminaram em
nosso contexto e possibilitam que se faça um diálogo com a cultura nacional.
Além disso, teve também o objetivo de estimular os alunos a desenvolverem o
gosto pela LI, por meio da utilização de diferentes gêneros textuais e da mídia
interativa com foco nas atividades que envolvem a tradição do Halloween,
propiciando uma consciência crítica acerca de tal tradição celebrada em nosso meio.
Levando-se em consideração que os alunos nem sempre têm muito acesso
ou não tem interesse em aprender sobre outras culturas estrangeiras elaborou-se,
então, um material didático em LI para promover discussões e reflexões, criando,
dessa maneira, um ambiente motivador para os alunos, pois muitos têm dificuldade
em aprender uma língua estrangeira, com a justificativa de que nunca “irão para
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outros países mesmo”, ou “pra que aprender inglês?”. E o estudo do Halloween
aliado à utilização de recursos midiáticos vem de encontro a essas necessidades,
pois o assunto em questão sempre foi motivador, tanto para as crianças, quanto
para os adolescentes e também para os adultos.
Sendo assim, ao aproximarmos o conteúdo ensinado à realidade do aluno
através da contextualização3 e da interculturalidade4 explorando os aspectos e
diferenças culturais dos países, tornamos o ensino mais prazeroso e funcional.
Para tanto, há a necessidade de buscar formas para aproximar a LI à
realidade do aluno, ajudando-o a desenvolver o gosto pela aprendizagem de outro
idioma e a refletir sobre os aspectos culturais de outros países, ao mesmo tempo em
que olha para a sua própria cultura. Porque se foi o tempo em que ensinar uma
Língua Estrangeira se prendia a memorizar fórmulas prontas e repeti-las
mecanicamente. O ensino deve ser um processo dinâmico, mutável, permanente e
significativo para o aluno, algo que realmente garanta a sua interação, ou seja, a
compreensão e a expressão da LI.
É fundamental que desde o início da aprendizagem de um novo idioma o
professor desenvolva a autoconfiança em seus alunos, para que eles acreditem na
própria capacidade de aprender um novo idioma. Faz-se necessário também
ressaltar aos educandos a importância e a utilidade prática de se aprender uma
nova língua e que ela significa um passaporte para o ingresso na sociedade da
informação. Não se aprende inglês apenas porque esta língua proporciona “status”,
e nem somente para fins imediatos como, por exemplo, preparação para o mercado
de trabalho, ou ir para o país da língua em domínio, mas para integrar-se ao mundo
globalizado em que estamos inseridos e usufruir do conhecimento que, via de regra,
está disponível em LI. Com efeito, esta permite ao educando ser um cidadão do
mundo. Dessa forma é um conhecimento fundamental para a atuação em diversas
esferas da vida.
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3- Entende-se por contextualização a aproximação do conteúdo de língua estrangeira da realidade do
aluno, através de textos autênticos para fomentar discussões entre eles. 4-
Adotou-se para esse projeto o conceito de interculturalidade, como sendo um conjunto de propostas de convivência democrática entre diferentes culturas, buscando a integração entre elas sem anular sua diversidade, ao contrário, “fomentando o potencial criativo e vital resultante da relação entre diferentes agentes e seus respectivos contextos.” (FLEURI, 2005). Fonte: http://www.cult.ufba.br/maisdefinições/interculturalidade.pdf
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É importante lembrar que, cada vez mais, nossos alunos usarão o inglês para
se comunicarem com pessoas que não são falantes nativos dessa língua, devido ao
avanço tecnológico e as mídias interativas.
Leffa (2006, p.357) deixa claro que “nenhum homem é uma ilha; todo homem
é parte do continente [...] Viver é, portanto, conviver. E a necessidade de
convivência aumenta na medida em que a humanidade evolui. Cada vez mais a
execução de uma tarefa depende da interação com os outros”. Essa necessidade de
comunicação nos leva a pensar que para viver em um mundo globalizado, o homem
precisa interagir com o outro tendo como propósito uma comunicação efetiva, ou
seja, ser capaz de se comunicar dentro de determinados contextos (sociais,
culturais, econômicos, políticos, dentre outros).
O ser humano precisa participar da constante evolução da humanidade
tornando-se sujeito ativo deste processo. Portanto, precisamos estar conscientes do
que está a nossa volta, para que possamos passar de meros expectadores a
personagens do processo evolutivo. E, como educadores, é nossa missão ajudar
nossos alunos a perceberem tudo isso.
Com a difusão da Internet e outros meios de comunicação o contato com
outras línguas é quase inevitável. E, particularmente, o Inglês dá acesso à Ciência, e
à Tecnologia modernas, à comunicação intercultural e permite também acessar bens
culturais da humanidade. É preciso mostrar também o uso social da língua e que “é
tão importante como aprender uma profissão” como diz Vera Lúcia Menezes de
Oliveira e Paiva (2005, p.18). Assim como a real necessidade de aprender outro
idioma: leitura de instruções, compreensão de uma música, um chat com pessoas
de outros países, entre outros. Melhor será ainda se o conjunto de propostas
conjugarem as habilidades de leitura e escrita, fala e audição.
Para que isso ocorra é preciso disponibilizar diversos textos, de diferentes
gêneros, assim o aluno perceberá que as formas linguísticas são diferentes e não
tem o mesmo significado, mas que variam de acordo com o contexto e a situação
em que a prática social de uso da língua ocorre.
O referido trabalho também teve outros objetivos como proporcionar situações
de discussão para ampliar o conhecimento de mundo do aluno através de atividades
de leitura de diferentes gêneros textuais que contemplem as tradições referentes ao
Halloween, como pretexto para o estudo da LI promovendo o conhecimento
linguístico. E também para aprimorar suas competências comunicativas e
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discursivas; enfocar a criticidade do assunto em destaque e ajudar o aluno a se
posicionar a respeito das celebrações do Halloween, observando significados e
importância na história para o povo de origem; oferecer a oportunidade para que ele
possa emitir sua opinião em sala de aula e interagir com seus colegas; preparar os
alunos para o processo de leitura através da contextualização dos conteúdos de
língua inglesa aproximando da realidade dele, com ênfase na consciência crítica da
linguagem e nos aspectos culturais; além de tudo isso, possibilitar ao aluno
compreender as práticas multiculturais que vive em seu cotidiano em relação àquela
que está sendo mostrada, confrontando-as para tornar-se capaz de delinear um
confronto para a sua própria identidade e promover a valorização da própria cultura.
2 DESENVOLVIMENTO
O ensino do conteúdo programático da disciplina de inglês na escola pública
limita-se à leitura, interpretação de texto, tradução, pontos gramaticais e
memorização de vocabulário, verbos e regras gramaticais (Almeida, 2007), o que
torna o processo de ensino-aprendizagem dessa disciplina insignificante e sem
estímulo para os alunos.
O papel do estudo gramatical relaciona-se ao entendimento, quando
necessário, de procedimentos para construção de significados usados na Língua
Estrangeira Moderna (LEM). Por conseguinte, o trabalho com a análise linguística
torna-se importante na medida em que permite o entendimento dos significados
possíveis das estruturas apresentadas. Ela deve ser subordinada ao conhecimento
discursivo, quer dizer, as reflexões linguísticas devem ser decorrentes das
necessidades específicas dos alunos, a fim de que se expressem ou construam
sentidos aos textos.
A aula de LEM deve ser um espaço para se desenvolver atividades
significativas, as quais explorem diferentes recursos e fontes, a fim de que o aluno
vincule o que é estudado com o mundo que o cerca. As discussões poderão
acontecer em Língua Materna, pois nem todos os alunos dispõem de um léxico
suficiente para ocorrer um diálogo.
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Sendo assim, muitos professores de LI vêm buscando, já há algum tempo,
metodologias que os desprenda da abordagem tradicional, particularmente dos
procedimentos característicos do método gramática tradução, que ainda hoje faz
parte da prática docente de alguns professores da rede pública.
Segundo as Diretrizes Curriculares não se concebe mais aquela aula
tradicional, na qual a metodologia e os conteúdos são fixos e estáveis e separados
da realidade do aluno, apenas com o objetivo de ensinar língua para comunicação e
que dificilmente promovem a interação
[...] a escolarização tem o compromisso de prover aos alunos meios necessários para que não apenas assimilem o saber como resultado, mas apreendam o processo de sua produção, bem como as tendências de sua transformação. (Diretrizes Curriculares, 2006, p.28).
Ainda, consideram a visão Bakhtiniana de linguagem enquanto fenômeno
social e dialógico, no qual “o sujeito se constitui assimilando as palavras e o discurso
do outro”, em que um dos pressupostos define que o homem é constituído no
conjunto das relações sociais, das quais a linguagem é parte indissociável.
O ensino-aprendizagem de LEM somente será significativo quando estiver
relacionado com contextos reais, será assim que esse processo irá adquirir nova
configuração. Vale ressaltar a teoria de Krashen (1987), segundo ele, o aprendizado
da língua estrangeira deve ocorrer de forma natural, não deve ser memorizada, mas
adquirida de forma gradual, em situações reais de comunicação. Para tanto, o
educador deve privilegiar uma linguagem que favoreça a comunicação dos
aprendizes com o contexto social em que vivem, possibilitando uma interação mais
efetiva.
Costa (1987) considera que:
A mediação do professor é fundamental em todo percurso de aprendizagem que abrange ainda o desenvolvimento e o aprimoramento de atitudes. Coloca-se a necessidade de intervenção do professor em relação às orientações sobre como organizar e lidar com o material de estudo, como desenvolver atitudes de pesquisa e reflexão sobre as descobertas, para promover a autonomia do aluno, sem a qual se torna mais difícil garantir avanços (COSTA, 1987, p. 67).
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Mas não se pode negar o fato que na escola pública a disciplina de inglês não
é valorizada. O currículo escolar não privilegia essa disciplina, a carga horária da
mesma é reduzida se comparada às outras disciplinas. O próprio aluno não valoriza
o inglês, mesmo tendo consciência que esse idioma é o instrumento de
comunicação no mundo globalizado e dos avanços tecnológicos dos tempos
modernos. Muito embora, muitos desses alunos, irão valorizá-la no momento em
que precisarem. Como, por exemplo, para desempate em um teste seletivo. Além
disso, é difícil para o professor trabalhar as quatro habilidades da LI com o número
excessivo de alunos nas salas de aula, tornando-se inviável o uso de metodologias
diferenciadas, que muito contribuem para a motivação do aluno.
De acordo com as Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna
(PARANÁ, 2008), ao estudar uma língua estrangeira o aluno deverá construir
significado e ao confrontá-la com outras culturas tornar-se capaz de construir sua
própria identidade. Para isso acontecer, deve-se proporcionar ao aluno uma
diversidade linguística e cultural que possibilite a construção de significados e a
transformação da prática social.
A nós, educadores, cabe rever nossas práticas pedagógicas e preocupar-nos
com a formação do gosto pela LI nos nossos alunos, mesmo com as dificuldades
existentes, através de atividades envolventes e providas de significado. Ajudá-los a
ampliar seus horizontes capacitando-os, dessa forma, para o seu efetivo exercício
da cidadania, como membro de uma sociedade pensante, crítica e ativa.
3 Relato da Implementação
Durante o segundo semestre do ano de 2010 foram realizados estudos que
culminaram em um plano de trabalho para posterior intervenção escolar. No primeiro
semestre do ano seguinte foi produzido material didático para implementação prática
deste plano de trabalho.
O conteúdo deste artigo foi apresentado em sala de aula durante o segundo
semestre do ano de 2011, aos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Vital
Brasil, com a faixa etária em torno de 16 anos. Os recursos utilizados para a
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apresentação do tema em sala de aula foram variados, incluindo rádio, TV pen
drive5, multimídia e material impresso.
Sabe-se que, de um modo geral, a utilização de práticas metodológicas
diferenciadas visa atender as exigências contemporâneas, uma vez que estas
permitem muitos resultados positivos e facilitam atingir os objetivos propostos.
A proposta de intervenção na escola teve como foco central a utilização de
práticas metodológicas diferenciadas na sala de aula. Como em uma sala de aula
convencional seria inviável a aplicação dessa proposta, tendo em vista as
dificuldades existentes, a mesma foi aplicada em contra turno aos alunos
interessados em participar do projeto.
O material didático produzido para o programa, no formato de Unidade
Didática que, segundo Zabala (1998, p. 18) significa: “um conjunto ordenado de
atividades, estruturadas e articuladas para a consecução de um objetivo educativo
em relação a um conteúdo específico”, foi amplamente utilizado pelo professor e
pelos alunos. Estes receberam cópias do material que foi lido e discutido nas aulas.
A primeira atividade a ser desenvolvida foi a sondagem do conhecimento dos
alunos a respeito do tema proposto. Para isso, entregou-se um questionário
contendo 13 questões sobre o que eles sabiam a respeito dos Celtas, do Halloween
e o que eles entendiam por cultura. As perguntas eram na língua alvo e os mesmos
deveriam respondê-las em inglês e em português, usando para isso os recursos
disponíveis como tradutor on line através do celular ou do computador.
Após responderem promoveu-se um debate onde cada um falou o que sabia
a respeito dos assuntos em questão. Cada um falou também sobre a pesquisa
realizada por eles. Em seguida, foi a minha vez de fazer uma explanação sobre o
conteúdo. Primeiramente falamos sobre o Povo Celta. Para tanto foram mostradas
imagens e conteúdo através do multimídia. Falou-se também sobre o Halloween e
como as pessoas têm uma visão errada dessa cultura. Comentou-se a respeito do
assunto nos EUA, no Brasil e também em outros países. Falou-se também sobre o
seu lado filantrópico.
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5- TV pendrive é um equipamento multimídia que possibilita a exibição de arquivos digitalizados de
áudio, imagem e vídeo através da recepção de grande diversidade de sinais: pendrive, cartão de memória, DVD, vídeo-cassete, câmera fotográfica digital, TV aberta, TV a cabo, celular, notebook, computador pessoal ou em rede. (SOUZA, Adriana) Disponível em: pt.scribd.com/doc/13330482/TV-Pendrive-Monitor-Educacional. Ultimo acesso em: 06 maio de 2012
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Após a explanação fomos à parte prática: fazer power point e movie maker
usando para tanto as pesquisas efetuadas. Para a realização dessa atividade os
alunos trouxeram notebooks, pois na escola em que ocorreu a implementação não
estava funcionando o laboratório de informática. E qual não foi a minha surpresa ao
descobrir que a grande maioria nem sabia o que era “Power point” ou “Movie Maker,
há que considerar que eles são nativos digitais.6
Houve também o momento de cada aluno mostrar aos demais o trabalho
realizado. Percebeu-se grande satisfação e entusiasmo pelos trabalhos realizados
por eles. Depois da mostra de slides começamos a fazer atividades escritas, como
leitura de textos informativos, compreensão, atividades como cruzadinhas, caça-
palavras e outras. Produção de convite e receita.
Assistimos também ao filme “Rei Arthur”, para realizarmos atividades
referentes ao mesmo.
Em seguida também foram desenvolvidas atividades para por em prática tudo
o que aprenderam. Os alunos foram divididos em grupos e cada grupo ficou
responsável em desenvolver algo diferente para ser exposto no dia da Feira
Interdisciplinar que aconteceria no colégio.
Para finalizar os encontros fizemos reflexão acerca da viabilidade da proposta
do trabalho. Foi gratificante ouvir que estavam com pena que estivesse terminando,
ou que foram poucas aulas. Além disso, foi falado também sobre tudo o que
aprenderam. Ao final das discussões fizemos algumas brincadeiras para marcar
esse grande momento e o fechamento das atividades.
A abordagem comunicativa norteou a prática em sala de aula. Os princípios
teóricos norteadores deste trabalho foram pautados nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica de Língua Inglesa (DCE) do Paraná (2008) Foram utilizados
alguns recursos metodológicos que elevaram o fator motivacional dos alunos.
Principalmente quando se fez uso das mídias interativas. Os mesmos participaram
de atividades, que até então, não tinham sido utilizadas na disciplina em questão,
tendo em vista as dificuldades que uma sala de aula normal possui, como por
exemplo, o número elevado de alunos.
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6- Para Prensky (2001), são considerados nativos digitais, aqueles que já nasceram em um universo digital, em contato com a Internet, computador e games. São jovens que usam com naturalidade e os recursos eletrônicos, como se esta fosse a língua materna deles. Encaram com facilidade as frequentes mudanças e novidades do mundo tecnológico e se adaptam a esta realidade inconstante com a mesma rapidez com que ela se transforma.
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Além disso, as atividades utilizadas durante a aplicação do projeto de
intervenção envolveram os alunos durante toda a realização do mesmo. Elas
permitiram o envolvimento total do aluno no processo de construção do seu
conhecimento linguístico, além de contribuir para o seu crescimento como cidadãos.
Essa prática favoreceu o desejo de aprender dos alunos, outorgando-lhes
responsabilidades e autonomia no processo ensino-aprendizagem. Observou-se,
que essa ação levou alunos, normalmente inseguros e tímidos, a desenvolverem a
comunicação oral, opinando sobre os diversos assuntos e participando ativamente
das atividades propostas.
Concomitante à aplicação do projeto em sala de aula, os professores
PDE/2010 foram tutores de um Grupo de Trabalho em Rede – GTR, que ocorreu de
forma virtual a partir de outubro de 2010. Aos professores da rede Estadual de
Ensino foi sugerido que analisassem e aplicassem o material pedagógico
apresentado em suas respectivas aulas. Foram ofertados o projeto e o material
didático como fontes de leituras. Questionamentos foram feitos para o
enriquecimento do trabalho que estava sendo realizado. Entre os comentários feitos,
várias opiniões e sugestões de colegas foram acrescentadas, falou-se também dos
pontos positivos e negativos presentes nos mesmos.
Trouxemos, a seguir, os pareceres de alguns professores do GTR e que
orientou nosso trabalho, com suas opiniões e apreciação, bem como sugestões.
Colocamos as respostas de acordo com o formato das tabelas disponibilizadas
dentro do ambiente virtual para não mexermos no original:
Tabela 1
Professor “A” Last edited: Monday, 31 October 2011, 03:57PM
Professora Rosangela,
Conhecendo a realidade dos nossos alunos do Colégio Estadual Vital Brasil (escola
pública) e analisando sua Produção Didático-Pedagógica, gostaria primeiramente de
parabenizá-la pelo excelente trabalho, pois acredito que o mesmo veio de encontro a
toda discussão, estudos e debates apresentados por você desde o início de seu
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trabalho.
Vejo que você conseguiu elaborar um plano de ação que atingiu o objetivo de
contemplar a habilidade de leitura através de diferentes gêneros, fazendo uso dos
recursos midiáticos e enfatizando a cultura do Halloween.
As atividades propostas, a meu ver, foram muito bem elaboradas e sequenciadas,
pois percebemos que houve a preocupação com a gradação da aplicação das
mesmas iniciando por uma sondagem daquilo que os alunos já conheciam sobre a
cultura do Halloween, exibição de imagens, pesquisa e produção de apresentação,
atividades diversificadas, gramática, atividades orais, atividades com filme,
introdução de outros gêneros, games, ou seja, houve a aplicação de atividades
bastante atrativas para o aprofundamento do assunto e ao mesmo templo da
estrutura da língua.
Acredito que você tenha conseguido sem sombra de dúvidas, despertar nos alunos
o gosto pela LI, mostrando que é possível através dos recursos presentes nas
escolas públicas desenvolver um bom trabalho em sala de aula.
Tornar a aprendizagem algo atrativo e significativo para nossos alunos hoje, não é
tarefa fácil, mas como vimos através de todo seu trabalho não é algo impossível,
basta acreditar, e por em prática nossos objetivos, pois como diz Paulo Freire: "Sem
a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo
nem ensino". "A educação necessita tanto de formação técnica e científica como de
sonhos e utopias”.
Tabela 2
Professor “B” Last edited: Friday, 4 November 2011, 05:19 PM
Rosangela, seu projeto está ótimo, pois realmente o aluno tem que conhecer a
cultura do país para compreender, respeitar e apreciar o idioma que está estudando.
Tendo acesso a outras culturas ele vai pensar o mundo de forma diferente e até a
valorizar mais a sua própria cultura.
Muito bem pensado envolver vários gêneros textuais com recursos midiáticos. São
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atividades diversificadas e interessantes e o professor com certeza irá escolher as
que mais se adaptará a realidade de sua turma.
Mudanças sempre são difíceis, porém necessárias, principalmente o uso da mídia
na educação. Muitas vezes é mais difícil para o professor se adaptar a esses novos
recursos do que para o próprio aluno. Porém cabe a cada um de nós procurar
conhecer, se atualizar e usar a tecnologia a nosso favor, preparando aulas criativas
e interessantes que com certeza vai despertar o interesse do nosso aluno para o
conteúdo a ser estudado. E com o seu projeto nossa tarefa se tornará mais fácil.
Como sugestão você poderia utilizar o assunto para montar um pelotão no desfile
cívico do município e também finalizar seu projeto promovendo uma festa a fantasia
com o tema "Halloween".
Parabéns pelo seu trabalho!!
Tabela 3
Professor “C” Last edited: Sunday, 6 November 2011, 03:39 PM
Cara amiga,
Lendo seu material como já dito na unidade anterior pode-se inferir que ele
traz uma excelente estratégia para se trabalhar no sentido de ampliar a visão de
mundo dos alunos por meio de manifestações culturais de outros países e o
confronto com as nossas. Muito interessante essa abordagem, pois ela vai além de
exercícios repetitivos que nada chamam a atenção de nossos alunos. O mundo atual
exige de nós educadores uma nova postura frente aos nossos alunos em relação
aos encaminhamentos de nossas aulas. É preciso encantá-lo e atraí-lo de forma que
ele passe a ver sentido naquilo que está sendo ensinado a ele na escola.
Nossos alunos são carentes culturalmente e assim torna-se pertinente na
escola desenvolver atividades como as de sua proposta. Contudo, como você
propõe, pois temos que estabelecer uma relação entre a cultura americana e a
nossa, pois ao contrario de nada vai adiantar. É preciso que trabalhar com esse
tema além da data comemorativa simplesmente é preciso, como você propõe
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contextualizá-la seja por meio de pesquisa ou outra estratégia. É muito interessante
quando o aluno descobre a verdadeira origem do Halloween e como ela se tornou
tão especial nos EUA.
Tabela 4
Professor “D” Last edited: Sunday, 6 November 2011, 05:00 PM
Na escola pública temos sempre a preocupação com o cidadão sendo este advindo
de várias áreas em um município, então é de suma importância a adequação de
uma produção didático-pedagógica para estas realidades. Devemos considerar
sempre o que o aluno já conhece, suas experiências, sua visão de mundo e adequar
nosso conteúdo fazendo com que ele aprimore seus conhecimentos tornando-os
científicos e que subsidiem uma mudança de comportamento.
Sendo assim avaliando esta produção da professora Rosângela observo esta
preocupação e parabenizo pelas leituras e atividades propostas, mesmo porque
observo estar em compatibilidade com as Diretrizes Curriculares. Considero sempre
o trabalho baseado nas quatro habilidades e neste trabalho com o tema Halloween,
consigo trabalhar estas habilidades e em todas as séries (desde o 6º Ano até o
Ensino Médio), claro colocando os objetivos de cada série. As sugestões propostas
são muito atrativas e incluí algumas nas minhas atividades para o próximo ano
trabalhar com o tema, pois utilizo esta temática já a alguns anos.
Com um tema como este fica fácil motivar nosso aluno, mas me preocupo, pois
quantas aulas são necessárias para que o trabalho surta o efeito esperado, o
sucesso, na LI. E este tempo nós não temos. Nosso trabalho nos permite fazer estas
intervenções somente poucas vezes no ano, pois temos uma lista de conteúdos a
ser seguidas que nos exigem uma resposta mais rápida.
Minha avaliação da proposta apresentada é EXCELENTE, pois as sugestões são
práticas e eficazes para o sucesso em LI.
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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A LI configura-se como disciplina obrigatória, tanto no Ensino Fundamental
como no Ensino Médio, destacando-se como um direito de todo cidadão. Ela
também encara o desafio de fornecer aos indivíduos um instrumento de ação no
mundo contemporâneo, exigindo-se assim que formemos alunos capazes de
entender os discursos que perpassam a vida social a fim de fazer escolhas éticas.
O conceito de “discurso” está intimamente atrelado ao conceito de prática
discursiva, emprestado de Foucault, define-se como:
(...) um conjunto de regras anônimas, históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço social, que definiram em uma época dada, e para uma área social, econômica, geográfica ou linguística dada, as condições da função enunciativa. (FOUCAULT, 1966/1995, p. 136)
Com base nos estudos de Bakhtin (apud PARANÁ. Secretaria de Estado da
Educação, 2008) entendemos língua como discurso, ou seja, um conjunto de
enunciados construídos historicamente, que revelam as relações de poder, ideologia
e cultura na qual foram constituídos, dentro de uma dinâmica comunicativa que
possibilita a construção de significados novos e ilimitados, sendo que as DCE de
Língua Estrangeira Moderna (LEM) estão embasadas na corrente sociológica e nas
teorias do círculo desse pesquisador. Bakhtin concebe a língua como discurso,
enquanto prática social. Segundo ele toda enunciação envolve a presença de pelo
menos duas vozes, a voz do eu e do outro. Então, conhecer e ser capaz de usar
outro idioma permite aos sujeitos serem integrantes da sociedade e participantes
ativos do mundo, além de construir significados para entender melhor a realidade.
Para Bakhtin o sujeito se constitui na interação social. Sua consciência,
portanto, não pode ser considerada individual e sim um fato sócio-ideológico, é
translinguística, é dialógica. O sujeito se constitui em interação com o outro, fazendo
com que palavras e discursos sejam processados de forma que se tornem, em
parte, as palavras do sujeito, e em parte, as palavras do outro. Esse dialogismo
pressupõe uma cultura não-unitária, e favorece uma produção cultural aberta às
diferenças, recíproca e descentralizada. Quando dizemos que o homem se perfaz no
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meio social em que atua, não percebemos que esse homem só se torna humano
pelas condições de partilha, de interação.
A interação social é enfatizada também pelas DCE de Língua Inglesa
(PARANÁ, 2008, p. 32) quando se referem ao ensino oral de uma língua estrangeira
para que o aluno possa “expressar ideias mesmo que com limitações” e também,
“familiarizar-se com os sons específicos da língua que está aprendendo”.
Para Bakhtin (apud PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação, 2008,
p.55), as relações sociais ganham sentido pela palavra e a sua existência se
materializa no contexto da enunciação. O homem é produto das relações sociais
nas quais está inserido e tem a capacidade de interferir nessa realidade produzindo
cultura. Essa interferência se o for mediante uma consciência crítica da realidade na
qual vive, pode propor alterações que venha, segundo a concepção de Paulo Freire,
a favor de sua libertação como homem. Caso contrário, perpetuará essa condição
de exploração do homem pelo homem e deste pelos interesses do capital.
Em linhas gerais a língua deve estar voltada à formação integral do
educando, para que possa interagir no mundo globalizado em que vivemos. As
diretrizes ainda enfatizam sobre a necessidade de que os educandos devem
interagir ativamente pelo discurso, sendo por diferentes maneiras e diferentes tipos
de texto. Entendendo-se que participam dos processos sociais de construção da
linguagem e seus sentidos, além de desenvolver senso crítico, de modo a atribuir o
próprio sentido ao texto.
Um dos princípios educacionais que orientam a escolha do ensino de uma
língua é proporcionar o respeito à diversidade linguística e cultural, bem como seus
benefícios para o desenvolvimento cultural do país, justamente para facilitar o
acesso a outras culturas, pois com o texto trazido em Língua Inglesa, também pode-
se gerar discussões e comentários sobre os problemas e situações mundiais. Dessa
maneira, o aluno passará a ter mais oportunidades de acesso às culturas de outros
países, bem como às informações.
Logo, percebemos que valorizar a leitura significa atender a um critério de
relevância social, contribuir para a formação geral do educando, a ênfase na leitura
possibilita acesso a um conhecimento extraordinário, que é possível ser priorizado
em nossas salas de aula. Trata-se, porém, de uma habilidade complexa que requer
atenção especial da parte do professor. Leffa (2006, p. 159) afirma que “ler é
compreender, interpretar e, sobretudo, construir significado e conhecimento”.
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Trabalhar a Língua Estrangeira pressupõe, então, o trabalho na diversidade
de gêneros textuais para alargar o entendimento dos diversos usos da linguagem.
Sendo que texto e leitura estão intrinsecamente ligados. Paulo Freire (2000), já
falava que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica
na continuidade da leitura daquele”. Quer dizer que a compreensão do texto se dá a
partir de uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto.
A leitura de um texto deve provocar efeitos de sentido no aluno e não apenas
ser usado como pretexto para se estudar a gramática, o vocabulário e estruturas
linguísticas. Deve ser um processo interativo, provocar reflexões, discernimento e
contribuir para uma leitura crítica.
Focalizar a questão pluralidade cultural representa para o aluno a
possibilidade de se transformar em cidadão do mundo, quer dizer, “ligado à
comunidade global, ao mesmo tempo em que pode compreender, com mais clareza,
seu vínculo como cidadão em seu espaço social mais imediato”. (Parâmetros
Curriculares Nacionais, 1998, p. 49).
De acordo com Giddens (SARMENTO, 2004, p. 5), “cultura consiste em
valores que os membros de um determinado grupo têm as normas que seguem, e
os bens materiais que criam”.
As normas e valores variam consideravelmente entre as culturas. Os grupos
sociais possuem e usam-na como uma ferramenta para a condução da atividade
humana. Isso significa que a ela é uma característica de todos. Sendo que é
impossível para os indivíduos dessa sociedade contemporânea não adquirir vários
tipos de cultura. E cada grupo segue um determinado padrão cultural.
Dessa forma quando se fala em ensino de LI relacionada à cultura é essencial
lembrar que, cada vez mais, nossos alunos estão usando o inglês para se
comunicarem com pessoas que não são falantes nativos dessa língua, mesmo
porque os falantes nativos são a minoria. A maior parte dos falantes acontece com
falantes não nativos, pois esse idioma é utilizado pelas mais diferentes comunidades
mundiais.
Isso implica para o professor um conhecimento mais abrangente de aspectos
culturais de outros povos que possam ser abordados e questionados pelos alunos
durante as aulas. Não há aprendizagem que não cite a cultura da humanidade ou o
momento histórico em que se situa.
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Portanto, faz-se necessário formar o educando no que diz respeito ao uso da
língua em prol dos objetivos sociais a que se propõe. Na mediação pedagógica, o
papel do professor demanda em ações reflexivas e investigativas, criando condições
que favoreçam o processo de construção do conhecimento dos alunos.
Como irá a instituição escolar responder a este desafio? Integrando as tecnologias de informação e comunicação ao cotidiano da escola, na sala de aula, de modo criativo, crítico, competente. (BELLONI, 2009, p.10)
A prática pedagógica deve refletir o reconhecimento de si mesmo e do outro
em sua diferenciação e singularidade, do respeito mútuo, do trabalho em grupo.
Afinal, é por meio do trabalho colaborativo de ensinar e aprender compartilhado
coletivamente que esse tipo de aprendizagem pode ocorrer. E é neste processo de
aprender e ensinar com o outro que todos podem se fortalecer na sua singularidade.
É nessa perspectiva de reconstrução da prática pedagógica que o uso da
mídia pode ser integrado às atividades pedagógicas no que se refere ao ensino de
outro idioma relacionado à aprendizagem de outras culturas confrontadas a dos
alunos, de modo a propiciar aos mesmos novas formas de aprender.
Ao docente, “que ao que tudo indica, tende a ser cada vez mais midiatizado”
(BELLONI, 2009, p. 28), requer a compreensão e a articulação de novos referenciais
pedagógicos que envolvem os conhecimentos das especificidades das mídias, entre
outras competências que o paradigma da sociedade atual requer. Ou seja, o
trabalho dos professores continua a ser imprescindível no sentido de ampliar a cada
etapa da escolaridade o processo de aprendizagem.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto, pelos resultados apresentados, mostrou-se viável e aplicável às
últimas séries do Ensino Fundamental e também ao Ensino Médio, pois o objetivo,
estimular os alunos a desenvolverem o gosto pela LI, por meio da utilização de
diferentes gêneros textuais e da mídia interativa com foco nas atividades que
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envolvem a tradição do Halloween, propiciando uma consciência crítica acerca de tal
tradição celebrada em nosso meio, foi alcançado com a maioria dos estudantes.
Constatou-se que a perspectiva teórica da pedagogia Histórico Crítica
contribuiu para encontrar meios de intervir nas práticas pedagógicas do professor e
especificamente trabalhar diversos gêneros textuais com foco no desenvolvimento
da leitura em LI.
O tema escolhido, Halloween, mostrou-se adequado aos estudantes do
Ensino Médio, devido ao enfoque realizado e as atividades propostas. Com a
implementação deste trabalho proporcionou-se a todos os professores envolvidos
momentos de repensar a prática de leitura e ensino da LI na sala de aula sob a
perspectiva teórica do sócio-interacionismo e constatar a validade de focalizar o
ensino integrando mídia, inglês e cultura para produzir novos conhecimentos, pois o
uso de mídias insere o educando em contextos globais e atuais numa prática aliada
ao uso da língua, bem como ao conhecimento de outra cultura. Um planejamento
que utiliza mídias é adequado à realidade atual dos educandos, uma vez que boa
parte deles tem contato e a maioria tem interesse em usá-las. Essa prática
contribuiu com o ensino e aprendizagem da LI.
Os materiais foram pertinentes para o nível dos alunos (ensino médio). Os
recursos escolhidos (filme, exibição de imagens, pesquisas, atividades
diversificadas, games, textos impressos, internet, etc.) abrangeram diferentes formas
de compreender, perceber e refletir sobre outra cultura e, por consequência, de sua
própria cultura. Foram desenvolvidas atividades sequenciadas que contemplaram
todos os aspectos do processo de aprendizagem da LI (línguísticos, culturais,
sociais e estruturais) de forma crítica, reflexiva e motivante.
Para o desenvolvimento do trabalho dividiu-se em várias partes, o que leva à
investigação a respeito do tema. A SEED tem sugerido para o ensino de LEM é de
que esse ensino esteja pautado em situações significativas e relevantes em sala de
aula e devem partir de um contexto de uso onde os alunos possam construir
significados por meio do engajamento discursivo. Como mediação pedagógica estão
algumas técnicas convencionais como: questionamentos e produções aliadas à
tecnologia disponível. Ao final do processo de aplicação os alunos tiveram uma
visão bem abrangente da tradição cultural do “Halloween”.
Para o ensino de uma LEM na sala de aula deve haver uma variedade de
atividades significativas e envolventes para tornar as aulas mais interessantes. Os
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alunos, durante a implementação da Unidade Didática, mostraram que eles
participam mais quando são desafiados pelas atividades diferenciadas trazidas para
a sala de aula.
Tornar a aprendizagem algo atrativo e significativo para nossos alunos hoje,
não é tarefa fácil, mas não é algo impossível, basta acreditar, e por em prática
nossos objetivos, pois como diz Paulo Freire: "Sem a curiosidade que me move, que
me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino". "A educação
necessita tanto de formação técnica e científica como de sonhos e utopias”.
6 REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, J. C. P. de. O professor de Língua Estrangeira em formação. Campinas: Pontes Editores, 2005.
BELLONI, M. L. O que é mídia-educação. São Paulo: Autores Associados, 2009.
COSTA, D. M. Porque ensinar língua estrangeira na escola de 1º grau. São Paulo: EPU/EDUC, 1987.
FOUCAULT, M. (1966) As palavras e as coisas. Trad. De S. T. Muchail. São Paulo, Martins Fontes, 1995.
FREIRE, P. A Importância do Ato de Ler: Em três artigos que se completam. 29. ed. São Paulo: Cortez, 1994.
____________Pedagogia da autonomia saberes necessário à pratica educativa. 36 ed. São Paulo: Paz Terra, 2007
LEFFA, V. J. (Org.) O Professor de Línguas Estrangeiras: Construindo a profissão. 2. ed. Pelotas, EDUCAT, 2006.
KRASHEN, Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987.
20
PAIVA, V. L. M. O. e (Org.) Ensino de Língua Inglesa – Reflexões e Experiências. Campinas, Sp. Pontes Editores, 3. Ed. 2005.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 5ª a 8ª série. Brasília, 1998.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba, 2008.
PRENSKY, Marc. Digital Natives, Digital Immigrants. MCB University Press, 2001. Disponível em: <http://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20%20Digital%20 Natives,%20Digital%20Immigrants%20‐ %20Part1.pdf>.Acesso em: 06 maio 2012.
SARMENTO, S. (2004). Ensino de cultura na aula de língua estrangeira. REVEL: Revista Virtual de Estudos de Linguagem. n. 2. Disponível em: <http://www.revelhp.cjb.net/ >. Acesso em 16 março 2012.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.