Manejo Do Estresse

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Teorias e manejos do estresse, Teorias e manejo da dor, Estilos de enfrentamento, O impacto da doença e da hospitalização sobre o doente e a família. Houve nas últimas décadas uma grande mudança por parte de to os níveis da sociedade, mudança esta que passou a exigir do ser h uma grande capacidade de adaptação física, mental e social. Muita a grande exigncia imposta !s pessoas pelas mudanças da vida mode conseq"entemente, a necessidade imperiosa de a#ustar$se a tais mu aca%aram por expor as pessoas a uma frequente situação d ansiedade, angústia e desesta%ilização emocional. & estress surge como uma conseq"ncia direta dos persistentes esforços adap da pessoa ! sua situação existencial. (o que se refere ao tra%alho, é importante lem%rar que o est na verdade, sempre existiu, a diferença é que nos dias de ho#e, e conscincia de seus efeitos positivos e negativos, nas pessoas e de tra%alho. )* a qualidade de vida no tra%alho tem sido cada vez discutida, levando em consideração o valor que se tem dado !s pes organizaç+es. & estresse, se#a ele de natureza física, psicol'gica composto de um con#unto de reaç+es fisiol'gicas que se exageradas intensidade ou duração podem levar a um desequilí%rio no organism reação ao estresse é uma atitude %iol'gica necess*ria para a adap situaç+es novas. -egundo ipp /01123, temos as primeiras referncias a stress, como significado de 4aflição4 e 4adversidade4, isso no sé século 5766, o voc*%ulo de origem latina passou a ser utilizado e para designar opressão, desconforto e adversidade. (os dias atuais tem se falado muito em estresse. 8iante de u feroz competição entre as empresas, a glo%alização, os pr qualidade, produtividade e tantos outros deixam o indivíduo estre Marins /9::;3.

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Manejo Do Estresse

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Teorias e manejos do estresse, Teorias e manejo da dor, Estilos de enfrentamento, O impacto da doena e da hospitalizao sobre o doente e a famlia.

Houve nas ltimas dcadas uma grande mudana por parte de todos os nveis da sociedade, mudana esta que passou a exigir do ser humano uma grande capacidade de adaptao fsica, mental e social. Muitas vezes, a grande exigncia imposta s pessoas pelas mudanas da vida moderna e, conseqentemente, a necessidade imperiosa de ajustar-se a tais mudanas, acabaram por expor as pessoas a uma frequente situao de conflito, ansiedade, angstia e desestabilizao emocional. O estresse patolgico surge como uma conseqncia direta dos persistentes esforos adaptativos da pessoa sua situao existencial.No que se refere ao trabalho, importante lembrar que o estresse, na verdade, sempre existiu, a diferena que nos dias de hoje, existe uma conscincia de seus efeitos positivos e negativos, nas pessoas e nos locais de trabalho. J a qualidade de vida no trabalho tem sido cada vez mais discutida, levando em considerao o valor que se tem dado s pessoas nas organizaes.O estresse, seja ele de natureza fsica, psicolgica ou social, composto de um conjunto de reaes fisiolgicas que se exageradas em intensidade ou durao podem levar a um desequilbrio no organismo. A reao ao estresse uma atitude biolgica necessria para a adaptao a situaes novas.Segundo Lipp (1996), temos as primeiras referncias ao termo stress, como significado de "aflio" e "adversidade", isso no sculo XIV. No sculo XVII, o vocbulo de origem latina passou a ser utilizado em ingls para designar opresso, desconforto e adversidade.

Nos dias atuais tem se falado muito em estresse. Diante de uma feroz competio entre as empresas, a globalizao, os programas de qualidade, produtividade e tantos outros deixam o indivduo estressado Marins (2003).

Estamos falando de uma reao muito forte do organismo quando o indivduo enfrenta qualquer tipo de evento seja ele bom ou mau e que altera a vida desse sujeito.

Com esses conceitos notou-se que um boa parte de pessoas admitem, em pesquisas e entrevistas de um modo geral, que reconhecem o estresse no momento que o sentem, e apesar de no ser unnime, j se observou certa concordncia na definio de estresse, como um desequilbrio fsico, mental e psquico.

Existe tambm o estresse positivo, que caracterizado pelo entusiasmo, gana, excitao, ou seja, quando as pessoas encaram os desafios, as presses do dia-a-dia como uma forma de crescimento pessoal e profissional.

Outro tipo de estresse o ocupacional, se refere a um estado emocional desagradvel, pela tenso, frustrao, ansiedade, exausto emocional em funo de aspectos do trabalho definidos pelos indivduos como ameaadores.

Podemos definir o estresse ocupacional a partir do enfoque nos estressores organizacionais que permitem diferenciar dois tipos de estudo: os de estresse ocupacional e os de estresse de forma geral. O primeiro, segundo Paschoal; Tamayo (2006) enfoca estressores relacionados ao ambiente de trabalho, e os de forma geral estressores gerais na vida do indivduo. Apontamos aqui a contribuio desses estressores para a identificao e compreenso de consequncias do estresse.Segundo Jones; Kinman (2001) a principal crtica a esta abordagem refere-se dificuldade em estabelecer se determinados comportamentos, estados afetivos e problemas de sade so consequncias de estresses organizacionais ou de outros contextos e eventos da vida do indivduo. Tal abordagem, que tem seu foco nos estressores organizacionais tem contribudo para a identificao de demandas organizacionais potencialmente geradoras de estresse. Apesar das contribuies, esta abordagem tende a considerar o carter objetivo dos estressores e tem sido

alvo de inmeras crticas.

Os estressores podem ser classificados em trs fatores na situao de trabalho: fsicos, sociais e emocionais.

Podemos considerar como fatores estressantes relacionados ao estresse funcional, a sobrecarga de trabalho causada pela designao de muitas tarefas com prazos curtos para sua execuo, e com muitas interrupes, a ambiguidade de prioridades, o nvel de autoridade e de autonomia, a incerteza quanto ao futuro e o convvio com colegas insatisfeitos.

Segundo Paschoal; Tamayo (2006) necessrio para que isto no ocorra, que a pessoa perceba e avalie os eventos como estressores. Os fatores cognitivos tm um papel central no processo que ocorre entre os estmulos potencialmente estressores e as respostas do indivduo a eles. O simples fato de existir de um evento considerado estressor na organizao no quer dizer que ele seja percebido desta maneira pelo indivduo.Para Lipp (1996) o estresse pode ter origem em fontes externas e internas:As fontes externas esto relacionadas com as exigncias do dia-a-dia do indivduo, como problemas de trabalho, familiares, sociais, morte ou doenas de um filho, perda de uma posio na empresa, no concesso de um objetivo de trabalho, dentro outros.

As fontes internas esto relacionadas com a maneira de ser do indivduo, tipo de personalidade e seu modo tpico de reagir vida. Muitas vezes, no o acontecimento em si que se torna estressante, mas a maneira como interpretado pela pessoa. O Estresse ocorre com freqncia em funo dos diversos tipos de cargos e ocupao que a pessoa exerce. Um exemplo disso o trabalhador que relata a existncia de excesso de trabalho, e pode no perceb-la como sendo prejudicial, e sim, como positiva e estimulante. Tais caractersticas situacionais e pessoais podem interferir no julgamento do indivduo. Assim, segundo Paschoal; Tamayo (2006) definir estresse ocupacional como estressores organizacionais deixa uma lacuna relativa avaliao do indivduo sobre os eventos do trabalho.O estresse ocupacional agrava-se quando h por parte do indivduo a percepo das responsabilidades e poucas possibilidades de autonomia e controle. As dificuldades em adaptar-se a essas situaes levam ao estresse. Dessa forma, a adaptao de um indivduo a uma nova situao requer um investimento de recursos que vai depender do seu tipo de comportamento, suas crenas e expectativas frente ao mundo.Segundo Lipp (2003) o estresse pode ser classificado em 4 fases: Alerta, Resistncia, Exausto e Quase exausto. Acompanhe conosco essas quatro fases mais detalhadamente:

1) Fase de Alerta: aqui a pessoa utiliza mais fora e energia para enfrentar a situao estressora, seu organismo se prepara para uma situao de luta ou fuga. Nos casos em que o estresse no excessivo, pode ocorrer um aumento de produtividade. Porm, quando o estressor contnuo, o organismo tenta reequilibrar sua homeostase interna, caracterizando a prxima fase (resistncia).

2) Fase de Resistncia: aqui existe h uma grande utilizao de energia, podendo ocorrer forte sensao de desgaste, cansao e falta de memria. Se o indivduo consegue adaptar-se, o processo de estresse interrompido sem sequelas. Porm, se suas defesas cedem e ele no consegue reestabelecer sua homeostase interna, inicia-se a fase de quase-exausto.

3) Fase de Quase-exausto: esse estgio mais crtico, aqui as doenas podem comeam a surgir, j que as resistncias do organismo esto diminudas. No so to graves como na fase de exausto, podendo haver oscilaes entre momentos de tranquilidade e momentos de desconforto, cansao e ansiedade. Porm, se o estressor for mantido, o indivduo pode entrar na fase de exausto.

4) Fase de Exausto: aqui as doenas se agravam tanto em nvel psicolgico (por exemplo: ansiedade, depresso), quanto fsico (por exemplo: lcera gstrica, hipertenso arterial, vitiligo e outros). O estresse em si no uma doena, mas sim um facilitador para que se instalem doenas para as quais o indivduo esteja predisposto, devido queda de imunidade que ele acarreta. Neste sentido, a presena do estresse pode influenciar o incio e a manuteno da dor crnica e produzir consequncias para o indivduo, para sua famlia, seu trabalho e sociedade em que vive.

No que se refere tanto aos estilos de enfrentamento do manejo do estresse quanto ao manejo da dor existem diferentes formas a se considerar, a terapia cognitivo-comportamental uma delas. Ela visa produzir mudanas cognitivas (pensamentos e crenas), emocionais e comportamentais duradouras, e enfoca o carter educativo, baseando-se na resoluo dos problemas atuais do cliente/paciente/usurio.

A cerca do enfrentamento atravs da TCC Borges et al. (2009) vem falar do Treino de Controle do Stress, este:

- possui durao breve e sesses estruturadas.

- uma modalidade TCC que tem como objetivo mudar hbitos de vida e de comportamentos, em quatro reas que constroem os pilares do TCS: 1 - nutrio anti-stress, 2 - relaxamento da tenso mental e fsica, 3 - exerccio fsico 4 - mudanas cognitivas comportamentais.

- as sesses envolvem tcnicas de resoluo de problemas, manejo do tempo, modificao do padro tipo A de comportamento, treino de assertividade, controle da ansiedade (respirao profunda) e reestruturao cognitiva.

- um dos objetivos fundamentais a identificao e consequente modificao das fontes internas de estresse. A existncia de uma interpretao disfuncional ou baseada em uma crena irracional, por exemplo, pode desencadear problemas emocionais e, consequentemente, stress, sendo importante a reestruturao de tais crenas.

- o tratamento se inicia com uma identificao dos estressores internos e externos do cliente. To importante quanto esta identificao, so as estratgias de enfrentamento utilizadas pelo indivduo para reduzir o impacto do stress sobre seu organismo. O impacto da doena e da hospitalizao sobre o doente e a famlia

Existem mudanas importantes que ocorrem dentro da famlia quando um de seus membros hospitalizado. Surgem angstias, medos, sofrimentos e dvidas, bem como incertezas em relao ao tratamento e ao prognstico. O contato com a equipe de sade torna-se relevante, assim como o trabalho do psiclogo hospitalar.

Uma desestruturao do desenho familiar e uma desorganizao da situao at ento conhecida, podem ser intensificados por uma angstia de morte que com frequncia aparece nesses momentos. Bem como o paciente, a famlia tambm se depara com dificuldades no enfrentamento da situao de adoecimento de um de seus membros, passando a vivenciar uma situao de estresse permanente, sofrimento interno, elevao de ansiedade, medos do desconhecido, e apreenso quanto s decises a tomar, e situaes a enfrentar, Lustosa (2007)

Nesse contexto a famlia pode se deparar com vrias dificuldades, como por exemplo:

- Falta de informaes adequadas sobre o estado de seu ente querido: levando em considerao que nem sempre a equipe de sade sabe informar famlia a respeito do estado de sade do paciente, ou mesmo tem disponibilidade interna e/ou externa para tal;

- Ritmo de vida incompatvel com horrios hospitalares: na vida atual, apressada, agitada e cada vez mais complexa, comum que no se disponha de muito tempo disponvel para visitas e acompanhamento de pacientes em internao hospitalar. Assim, a famlia pode se deparar com desafios na hora de eleger os membros que acompanharo o paciente em sua estada no hospital. Tarefa sempre difcil, alm de se considerar que, na maioria dos hospitais, horrios de visita nem sempre so to flexveis e compatveis com a vida dos membros da famlia que tem seus empregos, afazeres, etc. - Papel do paciente na dinmica familiar: em alguns casos, o paciente desempenha fundamental papel de apoio financeiro e/ou emocional da famlia, ficando esta sem com ele poder contar. Pode ser tambm que seja o membro a quem cabe decises em momentos importantes, e neste caso ,algum precisa substitu-lo; - A famlia nem sempre tem fcil acesso ao mdico responsvel pelo caso, dado, por exemplo, a sobrecarga de trabalho da categoria mdica em nosso pas. Com esta dificuldade, pode ocorrer de faltar, alm de importantes informaes, apoio deste profissional, que em muito poderia auxiliar no enfrentamento de tal situao crtica na vida de uma famlia. - Responsabilidade frente a decises difceis: no raro, a famlia se deparar com as exigncias de tomadas de decises angustiantes (amputaes, medicamentos, procedimentos invasivos, internao em CTI, etc), enfrentando situaes com intenso nvel de ansiedade e dvidas. Diante das situaes acima, a famlia pode lanar mo de defesas egicas, que nem sempre so adequadas. Quando isto ocorre, algumas caractersticas como um aumento de fragilidade, regresso, aumento de dependncia, infantilizao, sentimentos de culpas e remorsos comumente costumam ser apresentados. E especialmente neste momento que a famlia precisa de ajuda, pois ela se sente insegura, desabando, ansiando por um apoio efetivo, por uma compreenso profunda de sua situao, de um ambiente que lhe possa devolver o equilbrio,a segurana, a fora, enfim, a estabilidade.

Nesse momento, segundo Lustosa (2007) a presena do Psiclogo Hospitalar se torna fundamental, e pode funcionar como o diferencial deste momento existencial familiar. Este profissional traz, com sua compreenso terica e habilidade tcnica, a possibilidade de auxlio na reorganizao egica do todo familiar, frente ao sofrimento atual. Facilita a elaborao de fantasias, medos e angstias prprios de um momento como este. Pode dar suporte ao enfrentamento da dor, sofrimento e medo da perda do paciente.Outra tarefa fundamental do psiclogo hospitalar a deteco de focos de ansiedade e de dvidas entre o grupo familiar, levando sua extino ou diminuio. Alm disso, outro ponto importante que cabe a este profissional a aproximao entre o grupo familiar e a equipe de sade, facilitando a comunicao entre eles, contribuindo assim para o tratamento do paciente internado. E como uma ltima importncia temos a do sentido de deteco e reforo de defesas egicas adaptativas a este momento de crise familiar, com intuito de facilitar o enfrentamento de todos a este difcil momento vivido, Lustosa (2007) Aes Bsicas de Sade; Promoo; Preveno; Reabilitao; Barreiras e Comportamentos de Sade; Nveis de Ateno SadeFoi criado no ano de 1994 pelo Ministrio da Sade (MS), o Programa de Sade da Famlia (PSF), como uma estratgia para transformao do modelo de ateno sade no Brasil. Seu principal objetivo era o de provocar reflexes e mudanas nas instituies, alm de mudanas nos padres de pensamento e comportamento dos profissionais e cidados brasileiros.

Segundo Costa et al. (2008) o PSF vem a ser uma estratgia que envolve a comunidade, por meio dos Agentes Comunitrios de Sade (ACS) e que coloca as equipes multiprofissionais mais perto dos domiclios, das famlias e das comunidades. Tal proposta tinha por objetivo desde sua implantao, luta para substituir a forma de pensar e praticar sade, transformando o tradicional modelo sanitrio brasileiro, mdico, medicamentoso, curativo e individual que tem no hospital o lcus de soluo de todo e qualquer problema de sade, em um modelo de sade coletivo, multi e interprofissional, centrado na famlia e na comunidade.

A transformao da ateno sanitria centrada no procedimento em uma ateno centrada no usurio vem sendo o desafio colocado desde a implantao do PSF. Porm, mesmo depois de quase duas dcadas de existncia, surgem reflexes e questionamentos a cerca da prtica cotidiana dos PSFs na reformulao da forma de pensar e fazer sade. Existe um modo de pensar que e de atuar na sade que existia h dcadas, no modificado de forma to rpida, e o que se observa na prtica, no raras vezes, que as estruturas continuam permeveis ao modelo tradicional biomdico, e que as prticas de sade ainda so fortemente influenciadas pelo tradicional paradigma, cujo conceito de sade tomado em sua negatividade, ao pensar a sade enquanto a ausncia de doena, dor e morte.A estratgia do PSF traz no centro de sua proposta a reorientao do modelo assistencial a partir da ateno bsica. Com isso prope a reorganizao da ateno bsica em aes de promoo da sade, preveno e riscos de doenas, resolutividade na assistncia e recuperao, favorecendo uma maior aproximao dos servios populao. Falemos um pouco mais a respeito da ateno bsica:

- o primeiro nvel de contato, a porta de entrada dos indivduos, das famlias e da comunidade no sistema, para quaisquer novas necessidades. - a abordagem que forma a base, determinando o trabalho de todos os outros nveis do sistema de sade.

- Direciona-se aos problemas mais comuns da comunidade, oferecendo servios de preveno, promoo, cura e reabilitao para maximizar a sade e o bem estar.

- desenvolvida a partir de prticas gerenciais e sanitrias, democrticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigida a populaes de territrios (territrio-processo) bem delimitados.

- Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, com objetivo de responder aos problemas de sade das populaes de maior freqncia e relevncia.

- Orienta-se pelos princpios da universalidade, acessibilidade, continuidade, integralidade, responsabilizao, humanizao, vnculo, equidade e participao social.

- Deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, inteireza e insero scio cultural, alm de buscar a promoo de sua sade, a preveno e tratamento de doenas e a reduo de danos ou de sofrimentos que possam estar comprometendo sua possibilidade de ter uma vida saudvel.

Temos no Brasil, principalmente no SUS, a referncia ateno primria enquanto ateno bsica. Esta elaborao conceitual est relacionada a uma proposta da vigilncia sade que considera:

- o sujeito em sua singularidade, complexidade, inteireza e insero scio-cultural;

- o objeto da ateno que apresenta uma dimenso coletiva (problemas de sade de populaes e potencialidades de organizao social para a promoo da sade);

- uma dimenso individual (sujeitos portadores de problemas, projetos e/ou sofrimentos), sendo que o processo de trabalho deste nvel de ateno bsica deve se pautar no princpio da integralidade. Quando o PSF se prope a transpor a viso fragmentada do ser humano para uma compreenso integral na dimenso individual, familiar e coletiva, esse programa acaba por se destacar como estratgia inovadora e reestruturadora das aes e servios de sade. Ou seja, resgata a prtica generalista, compreendendo o processo sade-doena de forma mais abrangente, focando o individuo, mas no se limitando a ele, j que tambm so consideradas sua realidade local, comunitria e familiar. Niveis de Ateno Sade

O SUS atualmente est organizado de forma atender a populao em suas necessidades em sade de forma hierarquizada, conforme a complexidade da situao. Existem trs nveis de ateno sade, que so:

- Ateno bsica ou baixa complexidade: conforme foi descrita no item anterior, a porta de entrada da populao para os demais nveis. Neste nvel esto as aes de promoo da sade e preveno de doenas, ou de agravos das doenas pr-existentes. So responsveis pelo atendimento deste nvel os servios oferecidos pelas unidades bsicas de sade (UBS). O usurio deve procurar esse atendimento, para que seja classificado o tipo de assistncia necessria. Se for preciso, a equipe de enfermagem entra em contato com a central de vagas e faz o encaminhamento aos servios de maior complexidade.

- Ateno Secundria: so os ambulatrios especializados, que atendem demanda de ateno sade de mdia complexidade. Nesse tipo de ateno, enquadra-se o atendimento de clnicas mdicas, peditricas, consultas ambulatoriais eletivas e de especialidades. Para ser atendido neste nvel, o usurio precisa ter sido atendido obrigatoriamente no nvel primrio ou em servios de urgncia e emergncia. Se necessrio, o usurio referenciado para os servios de alta complexidade.

- Ateno Terciria: o atendimento de alta complexidade, e compreende a reabilitao da sade. Trata-se dos atendimentos realizados em hospitais, cuja entrada depende da passagem do usurio pelos demais servios ou servios de urgncia e emergncia. Neste nvel so atendidos os casos mais graves, incluindo internaes, cirurgias, partos de risco, especialidades e assistncia em unidade de terapia intensiva (UTI).

Tais nveis de ateno no esto isolados, eles so articulados entre si e mantm-se integrados por um sistema de referncia e contra-referncia. Ou seja, quando um paciente precisa de um nvel de maior especialidade, referenciado ao mesmo, e quando o caso diminui de complexidade, retorna ao nvel primrio por contra-referncia.

Neto (2010) vem fazer algumas consideraes nesse sentido. Segundo o autor, a progressiva e permanente transformao do SUS e a prtica requerida aos psiclogos nesse setor permitiram significativos avanos no desenvolvimento de uma atuao mais pertinente e resolutiva por parte dos psiclogos; entretanto, como mostra parte da literatura recente, ainda h muito a ser revisto.

Neto (2010) tambm afirma que temos um cenrio que aponta para a importncia da ampliao das aes no trabalho dos psiclogos na sade mental, ampliando no somente a clnica, mas tambm as intervenes extraclnicas. Ressalta, por fim, o impacto da implantao da sade da famlia como principal estratgia para reorientao do modelo assistencial de ateno sade, e a importncia da integrao que vem ocorrendo entre a atuao especfica das equipes de sade mental e as aes das equipes de sade da famlia.Referncia Bibliogrfica

Borges et al, Interveno cognitivo-comportamental em estresse e

dor crnica, 2009. Lipp, Marilda Emmanuel Novaes. Pesquisas sobre stress no Brasil Sade, ocupaes e grupos de risco. Campinas: Papirus, 1996.Lipp, organizador. Mecanismos neuropsicofisiolgicos do stress: teoria e aplicaes clnicas. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2003.LUSTOSA, M.A. A Famlia do Paciente Internado Rev. SBPH v.10 n.1 Rio de Janeiro jun. 2007. Disponivel em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-08582007000100002&script=sci_arttext Acesso em 07/06/2015.Marins, Luiz. Livre-se dos Corvos. So Paulo: Harbra, 2003.Neto, Joo Leite Ferreira. A atuao do Psiclogo no SUS: anlise de alguns impasses. Psicol. c. prof. vol.30 no.2 Braslia jun. 2010. Disponvel em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414 98932010000200013, acesso em 07/06/2015.Paschoal; Tatiane; Tamayo, lvaro. Ergonomia, Estresse e trabalho. Validao da escala de estresse no trabalho. Disponvel em:

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