Mago - Companheiro Do Narrador

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Companheiro do narrador para jogarodes de Mago no sistema storyteller,

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  • 2 Mago: Companheiro do Narrador

    CrditosEscrito por: Jackie Cassada e Nicky Rea, Kevin AndrewMurphyDesenvolvido por: Jess HeinigEditado por: Carl BowenDireo de Arte: Aileen MilesArte: Jeff Holt, Drew Tucker, Leif Jones, Shea Anton,Pensa, John Cobb, Richard Clark, Matt Mitchel, LarryMacDougall, Langdon Foss e Jeff Laubenstein, como oCastorArte da Capa: Richard ClarkDesign da Capa e Quarta Capa: Ron ThompsonLayout e Impresso: Ron Thompson

    Crditos daedio brasileiraCopyright: NenhumTtulo Original: Mage Storytellers CompaionCoordenao Editorial: Rogue Council

    Traduo: Ferreiro das Almas (Captulo Dois).Contato: [email protected] [email protected] (MSN Messenger). Guttemberg (Captulo Quatro, quarta capa e Crditos).Contato: Indisponvel. Sacerdote de Avalon (Introduo e Captulo Um).Contato: [email protected] Tehuti (Captulo 3 e Diagramao).Contato: [email protected]

    Abra seus olhos e Desperte Esse e-book resultado do trabalho de quatro

    amigos que se conheceram apenas pela internet. T-nhamos um objetivo em mente e nos sentimos orgu-lhosos do resultado de nossos esforos.

    Ainda assim, temos conscincia de que isso setrata apenas de um jogo. Enquanto voc l esse li-vro, joga dados, prepara sua ficha de personagem ouincrementa sua fantasia para o prximo live action,existem pessoas que enfrentam problemas reais.

    No esperamos retorno financeiro pelo nossotrabalho. Ele foi feito porque amamos o que faze-mos. O que pedimos que voc faa algo por quemrealmente precisa. Deposite pelo menos R$ 3,00 (TrsReais) na conta de alguma instituio de caridade sua escolha. um valor baixo e, tendo voc um com-putador (provavelmtente conectado internet) atra-vs do qual possa visualizar esse documento, espe-rado que muito mais possa ser feito. S necessrioquerer.

    A vontade pode, de fato, alterar a realidade.

    Atenciosamente,A equipe do Rogue Council.(www.roguecouncil.rg3.net)

    2000 White Wolf Publishing, Inc. Todos os direitos reservados. Areproduo sem permisso por escrito do autor expressamente proibida,exceto para o propsito de resenhas e pela planilha de personagem quepode ser reproduzida para uso pessoal. White Wolf, Vampire theMasquerade, Vampire the Dark Ages, Mage the Ascension, World ofDarkness e Aberrant so marcas registradas da White Wolf Publishing,Inc. Todos os direitos reservados. Werewolf the Apocalypse, Wraith theOblivion, Changeling the Dreaming, Hunter the Reckoning, Werewolfthe Wild West, Mage the Sorcerers Crusade, Wraith the Great War,Trinity e Mage Storytellers Companions so marcas registradas da WhiteWolf Publishing, Inc. Todos os direitos reservados. Todos os personagens,nomes, locais e textos desta obra pertencem White Wolf Publishing,Inc.

    Qualquer meno ou referncia a empresas ou produtos citados nocaracterizam violao das marcas e direitos autorais envolvidos.

    Este livro usa o sobrenatural para a criao de cenrios, personagens etemas. Todos os elementos msticos e sobrenaturais so fictcios e visamsomente o entretenimento. Aconselha-se dicernimento do leitor.

  • Sumrio 3

    SumrioIntroduoCaptulo um: A Histria at agoraCaptulo Dois: Os DiscrepantesCaptulo Trs: Espritos e AntevosCaptulo Quatro: Maravilhas

    46

    184252

  • 4 Mago: Companheiro do Narrador

  • Introduo 5

    Tempos difceis aguardam os magos das Tradi-es enquanto a Tecnocracia segura firme asrdeas da realidade. Da mesma forma que aGuerra da Ascenso termina com um estrondoe uma lstima, os sobreviventes procuram ref-gio onde podem. Isolados da maioria de seusprofessores e dos Reinos do Horizonte que umavez foram inviolveis, magos msticos de todosos tipos procuram novas maneiras de progredirem seus conhecimentos enquanto olham paratrs sobre seus ombros com uma parania bemmerecida.

    Assim como as guerras modernas impemduras penalidades populao civil, a Guerra da Ascenso extraiuum dobre de finados ainda maior dos Magos do Ofcios indepen-dentes e membros dos grupos discrepantes. Aqueles que no encon-traram segurana nos nmeros ou fizeram causa comum com anti-gos rivais acabaram, como as feras fantsticas das Eras Mticas, naobscuridade ou na aniquilao. O novo milnio chegou.

    Entretanto, A esperana no morre facilmente. A despeito dosgrandes esforos da Tecnocracia, praticantes de magia mstica per-sistem, apesar de encontrarem a estrada a sua frente mais longa,mais escura e mais perigosa do que nunca. Das runas da Guerra daAscenso, novas alianas surgem enquanto velhas desavenas dolugar necessidade de unio contra um inimigo maior. Velhos cesaprendem novos truques e afiam suas habilidades mundanas e m-gicas em becos, depsitos abandonados e cabines isoladas em locaisafastados. Estudiosos da histria olham de novo para o passado etentam perceber onde comearam os erros, fazendo apontamentospara a prxima vez.

    Como usar este livro

    O material contido nestas pginas provm informaes apropri-

    adas primariamente para Narradores, mas til a jogadores tambm. claro, Narradores podem querer escolher quais informaes elesdeixaro disponveis a seus grupos.

    A Introduo (que voc est lendo agora) Provm uma visogeral do que est neste volume.

    Captulo Um: A Histria At Agora d a cronologia dos pi-ces da Guerra da Ascenso, desde o nascimento das escolas de ma-gia, passando pela diviso entre magia e cincia at o golpe decisivousado pela Tecnocracia em sua guerra final contra os magos dasTradies e Ofcios. Alm disso, esse captulo revela informaespouco conhecidas a respeito do que realmente aconteceu parafracionar o mundo da magia verdadeira e d algumas linhas dedireo para atualizar suas crnicas com as informaes novas.

    Captulo Dois: Os Discrepantes D uma viso da repercussodo fim da Guerra da Ascenso sobre os magos independentes dosOfcios e as escolas Discrepantes de magia. Histrias e fatos sobre osOfcios agora defuntos, assim como uma descrio detalhada dospoucos grupos Discrepantes sobreviventes, oferecem caminhos paraNarradores e Jogadores atualizarem seus personagens no acordaraps a Guerra da Ascenso.

    Captulo Trs: Espritos e Antevos Explica o uso de vriasespcies de espritos em uma crnica de Mago e detalha alguns pou-cos exemplos especficos. Esta seo tambm fala sobre as BestasMticas que uma vez rugiram no mundo mas agora s so vistas naUmbra, exceto por raras aparies na Terra.

    Captulo Quatro: Maravilhas Descreve em detalhes os vriostipos de itens mgicos com os quais os Magos podem se deparar.Aqui voc tambm vai encontrar regras completas para construirnovas Maravilhas, usar Periaptos e Relquias e at prender Familia-res.

    Como de costume, sinta-se livre para pegar e escolher quais-quer informaes que voc encontrar aqui. Mantenha o que lhedeixar satisfeito, e ignore o resto. Aos vencedores, os esplios.

    Introduo

  • 6 Mago: Companheiro do Narrador

  • Captulo Um: A Histria At Agora 7

    A guerra faz a histria, assim como a hist-ria faz a guerra. Conflitos marcam a pro-gresso da histria humana desde as erasmais antigas. E isso continua verdadeiropara a histria da magia. A Guerra da As-censo tem seus princpios no oficiais nasmais primordiais explicaes dos princpiosde interpretao e modelao da realidade.

    Alm disso, nem todas as guerras tmlugar nos campos de batalha. Lutas filosfi-cas e ideolgicas ocupam o nterim do tem-po que os historiadores chamam de tem-

    pos de paz. Embora estas batalhas por poder raramente en-volvam baixas reais, elas embasam muitos dos encontros san-grentos que vm depois.

    A linha do tempo seguinte traa a evoluo do pensa-mento mgico e o desenvolvimento dos vrios paradigmasque resultaram no confronto de vontades entre as TradiesMsticas e as Convenes Tecnocratas. Mago: A Cruzadados Feiticeiros e Horizonte: A Fortaleza da Esperana for-necem outras fontes para catalogar a progresso histrica daGuerra da Ascenso.

    Linha do tempo da Guerra da AscensoOs Primrdios:

    Das Eras Mticas EraCristAs Origens da Magia

    Pre-histria: Xams tribais, msticos e curandeiros des-cobrem os preceitos ocultos da magia, identificando fontesnaturais e sobrenaturais de poder, no interior e no exteriordos limites da percepo. Magia, religio e cincia coexis-tem enquanto base da criatividade e do progresso.

    4000-2800 a.C: Cultos Tanatico e Exttico surgem nandia. A Irmandade de Akasha toma forma na China e noTibet. Sacerdotes-cientistas babilnicos descobrem os prin-cpios da geometria e astrologia, arraigando o poder da mate-mtica e dos cus sobre a vontade humana. Sacerdotes druidase praticantes de magia natural erguem Stonehenge de acor-do com o movimento dos corpos celestes.

    2800-1100 a.C: Seguidores da cincia e da magia explo-ram as complexidades de seus respectivos caminhos. No Egito,Imhotep - chamado de primeiro cientista verdadeiro - se

    CaptuloDois: A HistriaAt Agora

  • 8 Mago: Companheiro do Narrador

    eleva proeminncia. Ddalo, o Grande alcana status len-drio como um inovador e arteso da magia. A Era Douradada Magia Grega segue-se com as proezas msticas de feiticei-ros e magos como Orfeu e Media. Moiss e seu irmo magoAaron levam os israelitas do Egito, executando milagres daF ao longo do caminho.

    965-300 a.C: Salomo, o Sbio, constri um templo deacordo com os princpios Hermticos e estabelece os primei-ros dogmas da magia ritual. Em resposta Peste dos 10.000Gnios, Salomo e outros feiticeiros rabes obtm sucessoao aprisionar ou banir uma hoste de espritos malvolos edemnios. As Guerras do Himalaia duram 600 anos e levam rixa entre os Akshicos e os magi Hindus. O conflito resul-ta em uma retirada voluntria dos Akshicos para isolamen-to.

    580-200 a.C: A Era Dourada da Cincia Grega leva aum aflorar de descobertas e invenes para os primeiros ma-gos da cincia e constroi uma firme estrutura para o que seriamais tarde conhecido como Paradigma Ocidental de cren-a. Plato, Pitgoras, Hipcrates, Arquimedes e Aristtelesencontram-se entre as lideranas iluminadas deste perodo.

    560-200 a.C: Nas terras orientais, a Era Dourada daCincia Chinesa presencia os ensinamentos e as descobertasde Kung Fu-Tse, Lu Pan e outros mestres da filosofia e sabe-doria. O Paradigma chins nasce, com sua estrutura baseadana ordem csmica. Ao mesmo tempo, Cultos a Hermes flo-rescem na Grcia, Itlia e Egito. Divises entre as seitasAcusmtica e Matemtica culminam nas Guerras de Hermes.

    Os Primeiros Conflitos500 a.C: A Noite de Fana une um grupo de Akshicos

    discrepantes e Extticos em um novo grupo de magi conhe-cido como Alh-i-Batin.

    496-480 a.C: A Guerra do Rio do Drago coloca osAkshicos contra o Imperador dos Cinco Fantasmas. A de-vastao das batalhas mgicas resulta em uma dcada de fomee seca e traz os magos-artesos Daloulaoshi (que mais tardeseriam a base dos Cinco Drages de Metal) ao conflito.

    400-100 a.C: Conflitos entre Matemticos, Dedaleanose Acusmticos atingem seu pice durante as Guerras deHermes. Enquanto alguns grupos se ocultam e outros se frag-mentam, os Cultos de Mercrio conseguem sobreviver in-tactos. Nas terras Orientais, os Wu Lung (Ou Magos Dra-ges) provocam a ira dos Akshicos por sua perseguio amagos camponeses. O Acordo da Seda (190-170 a.C) uneDedaleanos e Daloulaoshi em um pacto baseado na trocade conhecimentos e comrcio. A Guerra do Tigre Ardente(160-100a.C) irrompe em uma batalha de trs lados envol-vendo os Akshicos, os Wu Lung e os Daloulaoshi.Akshicos derrotam e banem o Mago Demonaco Tau-tse eseu exrcito demonaco, mas no antes que as hordas infer-nais clamem as vidas de muitos magos de todos os lados doconflito.

    150 a.C: Cientistas-Filsofos Gregos reunem-se para for-mar o Monte Ossa Calyx em um esforo de preservar o co-nhecimento da Era Clssica.

  • Captulo Um: A Histria At Agora 9

    54-40 a.C: A Invaso Romana da Bretanha resulta nadestruio de muitos feiticeiros Celtas e druidas pelas legiesde Csar. O assassinato de Jlio Csar em 44 a.C alimenta ompeto de Lucius Casioli para transformao do Monte OssaCalix no Collegium Praecepti (a Irmandade da Regra).

    A Ascendncia da Magia:

    Da Era Crist ao PrimeiroMilnioDesvios dos Caminhos da Ascenso

    4 a.C-30 d.C: A vida e os ensinamentos de Jesus deNazar formam a base da religio Crist.

    10 a.C-400 d.C: A codificao das Artes Hermticasresulta no Corpus Hermeticum, atribudo a HermesTrimegistus. Atravs do sculos, as influncias pags dimi-nuem e as prticas Hermticas voltam-se para a Cristandade.Vozes Messinicas formam uma faco dentro dos Hermti-cos que esposa os ensinamentos de Cristo. Na Bretanha, umarebelio de feiticeiros Celtas e druidas tenta expulsar os Ro-manos de suas terras. A Rainha Boadicea morre na tentativade repelir os invasores Romanos.

    64 d.C: O Grande Incndio de Roma resulta na destrui-o da Biblioteca Hermtica e causa um cisma entre facescrists e pags. A faco das Vozes Messinicas torna-se objetode perseguio dentro da organizao Hermtica.

    121 d.C: Promovido pelo feiticeiro Romano MarcusFulgurator, o Castigo do Relmpago expulsa magi Celtas edruidas da Bretanha do sul para a Esccia. A Muralha deAdriano marca a diviso entre as terras Romanas e Inglesas.

    100-756 d.C: A Era do Rei Demonaco marcada umasucesso de sultes-feiticeiros influenciados por demnios portodo o Oriente Mdio. Os exrcitos do Profeta (Mohammed)e magi aliados finalmente destroem Al-Malek Al-Majun IbnIblis, o ltimo dos Reis Demonacos, acabando com o pero-do de terror.

    235 d.C: Disputas comerciais desfazem a aliana entreos Daloulaoshi e o Collegium Praecepti, terminando o Acor-do da Seda.

    300-1300 d.C: A Era Dourada da magia pag altera oequilibrio de poder na maior parte da Europa. Ela declinagradualmente enquanto os missionrios Cristos disseminamsua f e conquistam convertidos entre os primeirosgovernantes europeus.

    313 d.C: O Imperador Constantino adota o Cristianis-mo e impe esta f por todo o Sacro Imprio Romano. Con-flitos entre os recm revividos Vozes Messinicas e Hermti-cos Mitricos em Roma resulta em tumultos e desordem ci-vil.

    320 d.C: A Cabala do Pensamento Puro surge com aRevelao do Pensamento Puro de Deus, conforme Revela-do pelo Arcanjo Gabriel, Seu Mensageiro, esposando a dou-trina do um mundo, um Deus. Este documento lana o in-cio do movimento Gabrielita.

    389 d.C: A destruio da Grande Biblioteca de

    Alexandria resulta na perda de muitos documentos Herm-ticos e outros documentos mgicos.

    410 d.C: O Saque a Roma destri o centro da magiaHermtica e Crist europia. Sobreviventes se dispersam,disseminando suas filosofias particulares atravs da Europa.Muitos Hermticos fogem para Bizncio. A Idade das Trevascomea.

    537 d.C: A queda de Avalon sinaliza o fim da carreirade Merlin.

    As sementes do conflito590-650 d.C: Monastrios Akshicos, inclusive o ilustre

    templo Shaolin, caem sob o ataque da Corte Imperial Chi-nesa.

    630-1100 d.C: A fundao da religio islmica pelo pro-feta Mohammed inicia a Era Dourada do Isl, um perodomarcado pela cooperao entre a cincia e a f atravs doOriente Mdio. Durante este perodo, muitas guildas deartesos reestabelecem o Ars Praeclarus sob a gide da at-mosfera iluminada de Bizncio.

    650 d.C: Hazan-I-Sabbah rene Altos Mgicos persas,que declaram a si mesmos como Taftni, ou Teceles. Estegrupo de magos procura preservar os costumes antigos damagia, opondo-se ascendncia do fanatistmo muulmano.

    700 d.C: A Igreja Crist, centrada em Roma, consolidaseu poder e se dissemina atravs da Europa, unindoGabrielitas, Vozes Messincas e outras seitas sob a bandeirade um Deus nico.

    767 d.C: Doze mgicos Hermticos unem-se para insti-tuir a Pax Hermetica, tonando-se os fundadores das Casasoriginais da Ordem de Hermes.

    800 d.C: Um grupo de guerreiros msticos unidos porsua f crist formam os Cavaleiros Paladinos. Estes Cavalei-ros servem a Carlos Magno e tornam-se a base para os magosda f mais militantes, como os Templrios, Hospitalrios ealgumas faces do Coro Celestial.

    876 d.C: A Ordem de Hermes conquista a CapelaDoissetep de Infernalistas e a move para os Pirineus.

    997 d.C: Manicos estabelecem por si mesmos um gru-po distinto em Frankfurt.

  • 10 Mago: Companheiro do Narrador

    Conflito de Vontades:

    Do Primeiro Milnio RenascenaRumores da Guerra

    1003-1022 d.C: Divises internas vm a tona na Or-dem de Hermes, comeando com o extermnio da CasaDiedne - o refgio dos magos Druidas - e culminando natransformao gradual da Casa Tremere em um cl de vam-piros.

    1067 d.C: Fundao de Mistridge.1100-1300 d.C: As Cruzadas assolam a Europa e atra-

    vessam o Oriente Mdio. Guerras santas entre CavaleirosCristos e exrcitos Muulmanos espelha o conflito entre osGabrielitas (e seus aliados) e os praticantes no-cristos demagia. A Formao dos Cavaleiros Templrios e outras or-ganizaes de sacerdotes guerreiros arma a Cabala do Pensa-mento Puro com um exrcito sempre a disposio defortalecedores e promulgadores.

    1171 d.C: Basendo seus preceitos no manuscrito rabeKitab-al-Alacir, redescoberto em 1160, Lorenzo Golo fundaa Casa Hermtica Golo (mais tarde conhecida como Filhosdo ter).

    1188-1193 d.C: Lorenzo Golo deixa a Ordem de Hermespara se unir ao Gabrielita Simon de Laurent, formando aGuilda dos Filsofos Naturais. Fragmentaes na Guilda dis-persam seus membros em vrias guildas artess.

    1201-1325 d.C: A descoberta da infestao vampricana Casa Tremere leva Guerra de Massasa e ao banimentoda Casa Tremere da Ordem de Hermes. Nenhum dos doislados sente-se pronto para uma guerra aberta com o outro -movimento que ir assombr-los por todos os dias futuros.

    A Batalha se inicia1210 d.C: O pacto Manico reune-se com diversas

    guildas comerciais e de artesos no sul da Frana com o in-tento de se unir contra a Ordem de Hermes. Seu ataque bemsucedido contra Mistridge marca o incio oficial da Guerrada Ascenso.

    1210-1266 d.C: Os Hunos assolam a sia e a Europa.Conflitos entre Xams Mongis e suas contrapartes orientaisresulta numa dizimao de Akshicos, Taftni e outros gru-pos. A descoberta de foguetes pelas guildas Daloulaoshi for-nece uma arma efetiva contra os Mongis.

    1231 d.C: O surgimento da Inquisio, incentivado pe-los Gabrielitas e Vozes Messinicas, promove a caa s bru-xas atravs da Europa.

    1250 d.C: A aliana da Guilda Dourada acrescenta-ses fileiras dos Maons.

    1265 d.C: O Cisma da Piedade divide a Inquisio, re-sultando na excomunho dos Vozes Messinicas.

    1268 DC: O Acordo de Londres, promovido pelo gran-de arteso Roger Bacon, finaliza a guerra entre as guildasartess da Inglaterra.

  • Captulo Um: A Histria At Agora 11

    1300 d.C: Os Mestres Celestiais formam-se sob a lide-rana de Antonio Vello e a Condessa Mariana Sabine.

    1313 d.C: A traio aos Templrios envia os sobrevi-ventes para a obscuridade. Alguns se abrigam nas fileiras daCabala do Pensamento Puro ou do Coro Celestial, depen-dendo de suas filosofias pessoais.

    1315 d.C: Le Duc Luis Tristan de Varre funda osSolificati.

    1325 d.C: A Conveno da Torre Alva formaliza a Or-dem da Razo, consolidando os Gabrielitas, o CrculoCosiano, os Perseguidores do Vcuo, os Mestres Celestiais,os Manicos, os Artfices e os Solificati, todos sob a mesmabandeira.

    1330 d.C: A Perseguio da Universidade de Paris resul-ta na morte de muitos magos e culmina com a destruio daCapela Hermtica Le Ictus.

    1330-1420 d.C: Um sculo de pragas dizima a Europa efomenta perseguies a magos, bruxas, hereges, vampiros equaisquer outros grupos responsveis pela doena.

    1335 d.C: Os Solificati deixam a Ordem da Razo.1345-1350 d.C: A Guerra da Bruxa do P na regio em

    torno do Grande Zimbbue resulta na formao dos gruposde magi distintos Ngoma e Madzimbabwe.

    1356-1360 d.C: A Perseguio do Fantasma Bradantecoloca os magos Daloulaoshi e Wu Lung contra os Akshicos,forando uma recuada Akshica para as montanhas do Tibet.

    1420 d.C: O ano da Grande Doena leva a praga para oGrande Zimbbue e alimenta a guerra entre os Ngoma e osMadzimbabwe, que culpam uns aos outros pela causa dadoena.

    A Derrocada da Magia: DaRenascena ao sculo XX.O Avano da Cincia

    1431 d.C: O martrio de Joana dArc divide os Gabrielitase leva o patrono de Joana Gilles de Rais para as fileiras dosInfernalistas.

    1435-1442 d.C: O General Wyndgard da Cruz Verda-deira lidera uma massiva caa s bruxas pela Gr-Bretanha,matando muitos magos pagos e seus aliados fericos.Nightshade, a nica sobrevivente do massacre da Noite deSolstcio de Vero em Harrogate, assassina Wyndgard, aca-bando com sua campanha de morte.

    1440 d.C: Os Gabrielitas destroem a fortaleza pag deBaerwald, incendiando a guerra aberta entre magos pagos ecristos atravs da regio da Floresta Negra. A Primeira Con-vocao de Mistridge leva deciso dos magos Nightshade,Valoran, Shzar e Baldric La Salle de formar um conselho detodas as Tradies. Os quatro comeam a viajar atravs domundo, procurando trazer o mximo de representantes dediferentes estilos mgicos para o encontro quanto pudessem.

    1445 d.C: Os Solificati se restabelecem sob o patronatodos magos Hermticos.

    1448 d.C: Cerco a Doissetep por foras Dedaleanas daTorre Alva resulta na queda da fortaleza fsica e relocao doabrigo principal em um Reino do Horizonte.

  • 12 Mago: Companheiro do Narrador

    1449 d.C: A Segunda Convocao de Mistridge provo-ca a fria dos Manicos e Artfices. As perdas so severas,mas os magos msticos prevalecem sobre as foras da cinciae da razo. Devido a isso, os participantes do encontro auxi-liam a construir Horizonte como um lugar de segurana nosOutros Mundos.

    1450-1453 d.C: Tezghul, o Insano, e sua legio deinvocadores de demnios assola o Bltico, operando de suabase em Kupala Alka.

    1452 d.C: Foras Dedaleanas realizam um Juramento deFogo contra vampiros, magi e outros oponentes. Caas mai-ores tomam forma pela Europa e pelo mundo conhecido.Guerras irrompem na Frana no ano seguinte com osGabrielitas de um lado e os Hermticos e os pagos do outro.

    1453 d.C: Coprnico demonstra a validade de sua teoriade que a Terra e os outros planetas giram em torno do sol,desta forma demolindo a concepo geocntrico de universoe pondo abaixo um dos principais dogmas da f religiosa.Quer sua teoria tenha realmente mudado o universo ou sim-plesmente o observado de maneira diferente isso ainda per-manece como eixo de acalorados debates de estudo metafsico.

    1455 d.C: Em Viena, Hermticos e Cabalistas batalhamcontra foras dos Cosianos e da Alta Guilda. A guerra au-menta e engolfa os Artfices e Gabrielitas. Quatro fortalezasmgicas - Duas na Europa e duas na Persia - caem sob ata-que. A Corte de Artaxerxes na Prsia cai, mas Lyonesse,Stonehenge e o Desfiladeiro dos Qu-Dali sobrevivem.

    1457-1466 d.C: A Grande Convocao das Tradiestenta unir faces msticas de todo o mundo. Neste encon-tro, as Nove Tradies tomam forma, assimilando algunsgrupos, como os Madzimbabwe, em outras Tradies exis-tentes. Outros, incluindo os Taftni e os Ngoma, recusam-sea se afiliar, formando o ncleo dos grupos mais tarde conhe-cidos como Discrepantes. A aprovao das Resolues &Protocolos das Nove Tradies Mstikas serve como base ofi-cial para o Conselho dos Nove, formado por: Irmandade deAkasha, Alh-i-Batin, Chakravanti (Eutanatos), CoroCelestial, Oradores dos Sonhos, Ordem de Hermes, Viden-tes de Cronos (Culto do xtase), Solificati e Verbena.

    1466-1470 d.C: A Primeira Cabala, formada por ummembro de cada uma das Nove Tradies, faz seu caminhoatravs do mundo para tentar ganhar apoio para o novoConselho e fortalecer as energias hesitantes da magia msti-ca. A jornada acaba com a traio de um dos seus prpriosintegrantes, Heylel Teomin dos Solificati. O Conselho cap-tura o traidor e conduz um julgamento que resulta numasentena de Gilgul. Os Solificati rompem com a Tradies.

    1471 d.C: A fragmentao dos Solificati aps a execu-o de seu lder deixa um assento vago no Conselho. Rema-nescentes da Tradio encontram abrigo tanto na Ordem deHermes quanto na Ordem da Razo ou fogem para a obscu-ridade.

    1472 d.C: A Batalha de Harz marca a derrota de Tezghule seus exrcitos por foras Cosianas e Artfices.

    1475 d.C: A Guerra de Concrdia toma lugar quandoforas da Torre Alva assaltam as portas de Horizonte. Suafalha em tomar a cidade do Conselho de Concrdia atrasaseus esforos, e eles recuam aps uma campanha combinada

    de destruio que fatalmente enfraqueceu as Tradies.1480-1540 d.C: A carreira do Dr. George (Johannes)

    Faustus fornece um exemplo lendrio de infmia para todosaqueles que praticam artes mgicas.

    1486 d.C: A publicao do Malleus Maleficarum resultana declarao oficial de guerra entre as foras da f, da cin-cia e razo (a Torre Alva e seus aliados da Igreja) e as tradi-es msticas.

    1500 d.C: Os 12 Solificati remanescentes renomeiam suatradio como Filhos do Conhecimento mas optam por per-manecer fora do Conselho.

    A Retirada da Magia1525 d.C: A Batalha de Pavia inicia conflitos entre ma-

    gos Espanhis e Franceses no Reino Horizonte, criando tu-multo dentro das Tradies.

    1535 d.C: Um ataque de um grupo de Artfices ao Hori-zonte leva sua captura e assimilao forada Ordem deHermes.

    1542 d.C: A Ordem da Razo usa a proliferao de rel-gios mecnicos para solidificar o tempo de acordo com a suaconcepo de realidade, acertando fatalmente os Videntesde Cronos com isso.

    1563 d.C: Com a cumplicidade de Hermticos simpati-zantes aos Artfices, a Ordem da Razo se infiltra em univer-sidades na Europa, espalhando sua verso de verdade aosestudantes universitrios. Esta prtica continua at os diaspresentes.

    1625-1654 d.C: Um Tribunal de Paz realizado em Hori-zonte tenta mitigar as disputas e assumir guerras queflagelaram as Tradies desde a formao do Conselho dosNove. Apesar dos magos de Doissetep falharem em atender,a maioria dos magos considera esta tentativa parcialmentebem sucedida.

    1655 d.C: Doissetep captura o construto da Cpula doOlho Dourado, conquistando uma vitria maior sobre aUnio Tecnocrata.

    1736 d.C: Cresce o ressentimento contra as forasJanissari como guardis de Horizonte.

    1750 d.C: Magos das Tradies instauram um Tribunalde Recrutamento para compensar suas decrescentes afiliaes.

    1756 d.C: Mais de 100 Nativos Americanos retiram-sede Horizonte devido s tendncias contra magos tribais examanistas.

    1825 d.C: As Tradies experimentam uma onda de cres-cimento. Os Videntes de Cronos renomeiam-se comoSahajiya. Depois eles trocam de novo seu nome para Cultistasde Baco e, finalmente, para Culto do xtase.

    1834 d.C: A inveno de Charles Babbage de um dis-positivo analtico (tambm chamado de dispositivo diferen-cial), combinada s teorias da senhorita Ada Lovelace sobreprocessos computacionais estabelece os princpios da com-putao moderna e resulta em um novo grupo de magosTecnocratas auto intitulado Engenheiros do Diferencial.

    1850-1900 d.C: Cresce o interesse no oculto e noespiritualismo, coincidindo com o surgimento do movimen-to Teosofista na Europa e nos Estados Unidos, resultandonum enfraquecimento do paradigma cientfico e levando a

  • Captulo Um: A Histria At Agora 13

    um aumento no nmero de magos das Tradies.1865 d.C: A descoberta de Gregor Mendel da herana

    gentica d foras aos experimentos Cosianos sobre desen-volver humanos novos e melhores.

    1866 d.C: Membros da Guilda dos Filsofos Naturaismudam seu nome para Engenheiros Eletrodinmicos em ho-menagem s novas descobertas cientficas da era.

    1872 d.C: Magos das Tradies abrem dilogo com osEngenheiros Eletrodinmicos, magos Tecnocratas que pare-cem estar em vias de desero.

    1880 d.C: Em resposta s implicaes do trabalho deAlexander Graham Bell e outros experimentos anteriores emtecnologias de comunicao, os Engenheiros do Diferencialdescobrem o paradigma da realidade virtual e mudam seunome para Adeptos da Virtualidade.

    A Derrota da Magia:

    A Era ModernaA Guerra da Ascenso se agrava

    1900 d.C: Antigos Manicos e membros da Alta Guildaunem-se para formar o Sindicato.

    1904 d.C: Os avanos Tecnocratas no Oriente Mdio eseu monoplio de Quintessncia na regio causam sriosdanos aos Alh-i-Batin, fazendo com que eles diminuam emnmero significativamente.

    1905 d.C: Os Filhos do ter deixam a Unio Tecnocratae procuram afiliao no Conselho dos Nove, preenchendo oassento vago desde a retirada dos Solificati.

    1914-1918 d.C: A Grande Guerra envolve as maiorespotncias do mundo em um conflito monumental e devasta-dor que fornece a muitos magos Tecnocratas um palco deteste para seus novos projetos em mecnica e qumica blica.

    1914 d.C: Lord Vargo, um Filho do ter desiludido,tenta usar sua frota de aeronaves para conquistar o podermundial. A preveno disso pela Metodologia Operativa, umgrupo de Magos Tecnocratas no incio da Grande Guerra,leva eventual formao da Nova Ordem Mundial.

    1932 d.C: Os Alh-i-Batin retiram-se do Conselho emprotesto contra a explorao do Oriente Mdio por forasapoiadas pelas Tradies (para no mencionar a intervenoTecnocrata na regio).

    1939-1945 d.C: A II Guerra Mundial divide as Tradi-es enquanto os magos individualmente encontram-se ar-rastados por lealdades nacionalistas e tumulto poltico. Umaaliana temporria com a Tecnocracia derruba a influnciaNefndica, mas a cooperao vacila aps o final da guerra.Os Filhos do ter desempenham o papel de trazer as Tradi-es fracionadas de volta harmonia umas com as outras em1946.

    1945 d.C: A detonao de duas bombas atmicas sobreas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki demonstra adestruio encarnada possibilitada atravs de meios puramen-te cientficos.

    1947 d.C: Uma espaonave aliengena cai no deserto

  • 14 Mago: Companheiro do Narrador

    prximo a Roswell, no Novo Mxico. Sistemticas cobertu-ras pelos Engenheiros do Vcuo e a Nova Ordem Mundialmantm a verdade longe do conhecimento geral, mas rumo-res de homenzinhos verdes detonam uma demncia OVNIque persiste pelo resto do sculo.

    1958 d.C?: No fim dos anos 50, a Conveno Mecnicafica conhecida como Iterao X, adquirindo a terica perfei-o pela unio entre homem e mquina.

    Paz afinal1961 d.C: Os Adeptos da Vitualidade deixam a

    Tecnocracia e unem-se s Tradies, trazendo o nmero deassentos do Conselho de volta para nove.

    1969 d.C: O Festival de Woodstock une uma gerao dejovens Adormecidos na crena de que a iluminao e a pazpoderiam ser alcanadas atravs da msica, drogas, valorestribais e boas vibraes. Membros mais jovens do CoroCelestial, Oradores dos Sonhos e outras Tradies conside-ram este festival um divisor de guas na Guerra da Ascen-so, acelerando a conscincia coletiva da populao para maisprxima do Despertar em massa. Assim como este eventoampara o esprito das Tradies, a bem sucedida misso decolocar astronautas na lua d Tecnocracia (e aos Engenhei-ros do Vcuo em particular) uma tremenda vitria, promo-vendo a vitria de sua definio de realidade. Ironicamente,o temor e a maravilha causados pelo espetculo da caminha-da na lua tambm aumenta o desejo de acreditar na possibi-

    lidade do que era impossvel at aquele dia.1970 d.C: Os Vazios enviam uma petio ao Conselho

    para afiliao como Tradio, mas recebem uma rejeio fir-me.

    1981 d.C: O surgimento do computador pessoal IBMno mercado pblico abre o acesso ao mundo virtual para asmassas. Magos da Tecnocracia, Adeptos da Virtualidade ecorrelatos clamam este avano como uma vitria.

    1995 d.C: Uma 10 regio forma-se em Horizonte quan-do a Grande Fenda abre-se no continente de Posht, entre osterritrios pertencentes aos Filhos do ter e Adeptos daVirtualidade.

    1998 d.C: Uma terrvel Guerra nos Cus culmina nadestruio de Concrdia e na morte de muitos Arquimagosdas Tradies, inclusive o famoso Porthos Fitz-Empress daOrdem de Hermes. A liderana das Tradies vacila enquantoa maioria de seus magos mais poderosos e membros do Con-selho esto mortos.

    1999 d.C: Em uma grande demonstrao de poder, osTecnocratas detonam uma ogiva espiritual no Mundo In-ferior, com repercusses que resultam nas mortes de muitascriaturas sobrenaturais, magos infelizes o bastante para estarno raio de ao, e mais de um milho de Adormecidos semsorte. Este evento serve para notificar as Tradies que otempo acabou para elas. A Guerra da Ascenso estava forado alcance de suas mos - exceto pelo fato de que eles pude-ram sobreviver s conseqncias.

  • Captulo Um: A Histria At Agora 15

    Histria oculta: OFuturo descansa sobreo Passado

    Apesar dos Narradores deverem saber pelomenos o bsico do que est acontecendopor trs das cenas, os jogadores devem es-perar por uma linha na histria que os per-mita descobrir alguns destes progressivoseventos.Se voc planeja jogar uma crnica de Mago,ns sugerimos que voc pule esta parte dotexto para no arruinar nenhuma surpresaque seu Narrador tenha guardada.

    As OgivasEm 1999 a Tecnocracia usou msseis de neutron e espe-

    lhos orbitais para reduzir o Antediluviano Ravnos (o maisvelho de sua linhagem) a p. Isto pode ser tanto rumor quan-to conhecimento comum entre alguns magos das Tradies.O que no bem conhecido que a Tecnocracia tambmdetonou uma ogiva espiritual no Labirinto ao mesmo tempo,e uma ogiva relquia de Estgia destruiu Enoque. Tamanhaenergia espiritual solta de forma to violenta teve terrveisconseqncias. As aparies foram assoladas pelo SextoMaelstron (cuja fria foi sem precedentes), e a Pelcula reagiua isso de maneira to violenta que a magia ficoudesordenadamente mais difcil.

    A Tempestade de AvataresComo efeito inesperado da tremenda exploso de poder

    espiritual, a Tempestade de Avatares nasceu quando huma-nos e magos passaram a ter seus semi-corpreos Avataresespirituais fatiados pelo poder do Maelstrom e dos ventosespirituais. Pegos por este repentino temporal espiritual, atmesmo os mais poderosos magos foram deixados com poucotempo para escapar. Muitos magos poderosos fugiram paraalm da Terra, procurando abrigo nos Reinos do Horizonte.Uns poucos tentaram imunizar a si mesmos em seus Santu-rios.

    Outros no tiveram tal sorte. Surpreendidos pela des-truio uivante, alguns magos sofreram o Gilgul. Outros ex-perimentaram a devastao de ter seus Avatares esfolados,mutilados e transformados em runas espirituais enquanto ospedaos eram pegos e arremessados ferozmente pelos ventosdo Maelstrom. Desta forma, uma muralha voadora de frag-mentos cortantes de Avatares criou uma barreira quaseintransponvel, reforando a Pelcula e fazendo a magia real-mente difcil de se realizar na era moderna.

    O isolamento dos MestresAqueles que escaparam atravs da pelcula e fugiram da

  • 16 Mago: Companheiro do Narrador

    Terra agora acreditam ser impossvel voltar atravs da mes-ma barreira. Eles no ousam desbravar a Tempestade cor-rendo o risco de ter seus prprios Avatares destrudos pelatravessia, e no podem retornar para a Terra sem enfrentar apossibilidade de seu prprio poder rasg-los em pedaos eespalh-los atravs da Pelcula. A viagem espiritual tornou-se altamente perigosa ento. Desta forma, os Mestres - osmaiores praticantes de magia entre as Tradies - tm estadoseparados de seus aliados. Eles devem permanecer em exlioforado ou arriscar perder tudo o que so por toda a eterni-dade.

    A Ascendncia da TecnocraciaSofrendo a falta da maioria de seus grandes comandan-

    tes, as Tradies mal tm foras para continuar existido, muitomenos para tomar a batalha contra os Tecnocratas. Muitosmembros do Conselho esto mortos. Afastados da Terra, osMestres sobreviventes desistiram da tentariva de voltar poragora, reconhecendo formalmente que a Tecnocracia ven-ceu a Guerra da Ascenso. Em vez disso, eles fugiram paraseus prprios Reinos espirituais para fortific-los como abri-gos permanentes.

    Membros das Tradies que permaneceram para trsencontram-se cada vez mais isolados. Eles percebem que notm chance de destronar os Tecnocratas, ento eles acredi-tam no lugar disso em conciliar seus poderes, desaparecer

    para a obscuridade entre os Adormecidos e trabalhar maissutilmente para mudar as atitudes das pessoas. Sua esperan-a eventualmente mudar a maneira como as pessoas pen-sam o bastante para permitir que eles alterem o paradigma aum nvel individual. Por agora, porm, eles ainda permane-cem mais organizados que os Ofcios sobreviventes. As Tra-dies aconselham seus membros a manter suas cabeas bai-xas e a se virarem o melhor que puderem sozinhos.

    Os Ofcios FraturadosSe as Tradies acham as coisas difceis, os Ofcios foram

    devastados. Apesar de poucos Ofcios poderem ostentarMestres poderosos o bastante para estes se tornarem perdasnos ventos de Avatares, eles tambm encontraram a magiadifcil de praticar. Alm disso, eles se tornaram alvos de umacampanha deliberada para bani-los. Notando o sucesso decampanhas anteriores de assimilao e aniquilao como asEscolas Indgenas do velho oeste (que destruram os laosde crianas nativas americanas com suas tribos, crenas elinguagens), Choe Yong do Sindicato est modernizandoa educao. Controlando o qu e como as populaes ind-genas aprendem e associando tais conhecimentos a prosperi-dade futura, Yong mina as crenas culturais que servem debase para a maioria dos magos dos Ofcios. Desta forma, osOfcios acham cada vez mais difcil adquirir novos recrutas.Combinado aos golpes convencionais contra Ofcios indivi-

  • Captulo Um: A Histria At Agora 17

    duais, a campanha de Yong decretou um fim mortfero paraos Discrepantes. Sofrendo tanto a falta de recursos quantode unidade para lutar contra a campanha de manipulaessutis de Yong efetivamente, os Ofcios lentamente definham.Um a um, eles esto ou se unindo a uma Tradio que espo-sa vises similares de magia, ou tornando-se rfos enquan-to seus grupos se retiraram, tornando-se verdadeiros inde-pendentes trabalhando individualmente ou morrendo. Empouco tempo, os Discrepantes no mais existem em quais-quer nmeros grandes.

    Mos obraO Mundo das Trevas no um lugar esttico e seu jogo

    tambm no precisa ser. Voc pode usar as informaes da-das aqui independentemente do perodo de tempo no qualvoc situe seu jogo. Se voc joga algo que no a era moder-na, voc pode usar a linha do tempo e esta seo como umfuturo em direo ao qual seu jogo se move. Voc pode atdeixar dicas de eventos futuros assombrarem seus jogado-res na forma de vises ou estranhos Efeitos da Esfera Tempo.Seu grupo pode gostar de construir suas prprias crnicasindependentes da linha de histria aceita, fcil usar os even-tos como que ocorreria se os personagens no impedissemque ocorresse. Se, contudo, voc planeja jogar dentro dosparmetros dados, seu dever fazer com que os aconteci-mentos do momento sejam uma preocupao imediata paraos personagens dos jogadores. Se eles estiverem interpretan-do personagens criados recentemente, voc pode narrar umacrnica baseada em lig-los com aqueles que podem ensin-los ou inici-los em uma Tradio. Contrariamente, se osseus jogadores quiserem magos Tecnocratas, eles encontra-ro muitas oportunidades para aprender, e at podem serrequisitados para auxiliar a cumprir misses contra aquelesperigosos indivduos que professam independncia. E aindamais, eles podem ser Tecnocratas que entendem que cin-cia est se tornando magia medida que os cientistas desco-brem a cada dia mais estranhas anomalias. Eles podem serebelar contra as estruturas hierrquicas que os mantm pre-sos ou enxergar algum valor em algumas crenas das Tradi-

    es e tentar sabotar alguns dos planos da Tecnocracia. Elespodem at procurar beliscar o paradigma corrente para seusprprios intentos.

    Histrias similares podem envolver personagens vetera-nos. Apesar de Mago estar refocando a ateno na Terra enas aes daqueles que esto neste planeta, voc pode cons-truir uma crnica sobre voltar para a Terra e enfraquecer aPelcula. Talvez os jogadores no saibam se seus personagenspodem sobreviver a tal jornada at que tentem.

    Em histrias progessivas, tudo desde a detonao dasogivas, o fortalecimento da Pelcula at o isolamento dosMestres deve ter um efeito no pronunciado no que os per-sonagens fazem no futuro. Considerando que os mortferosventos espirituais tm o potencial de transformar seu Avatarem pouco mais do que lixo na Pelcula, hora de aprender aser sutil de verdade. Ento de novo as Tradies esto emdesordem e novo sangue necessrio para reconstituir oConselho. Pode ser a hora para personagens moderadamen-te poderosos darem um passo a frente e segurar as rdeas daliderana.

    Estes tempos de mudana trazem outra dificuldade paraos personagens, Enquanto descobrem mais e ficam mais per-to do entendimento completo, eles se tornam maisinitimamente sincronizados com seus Avatares. Quando issoocorre, o Arete aumenta. Se seu Arete torna-se muito pode-roso, eles podem estar em perigo de destruio pela Tempes-tade de Avatares que continua a assolar a Pelcula e que saipara arrastar aqueles cujo poder detecta. Como os persona-gens crescem e tornam mais sbios sem serem destrudos?Podem eles alcanar um ponto de equilbrio? Esta simplesquesto pode ocup-los com uma jornada de uma vida intei-ra tecida sobre tudo o que eles possam fazer.

    Finalmente, se quaisquer personagens so membros deum Ofcio, eles tm algumas decises difceis pela frente. Iroeles se juntar a uma Tradio? Virar Orfos? Ir para a obscu-ridade ou optar por independncia total? Qual ser o signifi-cado de suas decises em termos de aprendizado? Iro elesdesaparecer silenciosamente e trabalhar para minar oestragulamento Tecnocrata, ou vo eles se auto-destruir emum golpe final glorioso contra seus inimigos?

  • 18 Mago: Companheiro do Narrador

  • Captulo Dois: Os Discrepantes 19

    Certa poca, no havia grupos formais de ma-gos, apenas indivduos, Despertos que prati-cavam sua viso pessoal de magia - normal-mente para beneficiar suas tribos ou a si mes-mos. Com o passar do tempo, essas pessoasmudaram suas idias e formaram grupos depraticantes com a mesma mentalidade. Aten-tos ao chamado, alguns desses grupos se reu-niram para formar o Conselho e tornaram-seconhecidos como as Tradies. Alguns esco-lheram o caminho da tecnologia e tornaram-se Tecnocratas. Aqueles que escolheram no

    se envolverem na Guerra da Ascenso foram aqueles cujos esti-los e magia foram to culturalmente alicerados que eles noestavam interessados no conflito. Esses grupos tornaram-se osOfcios, tambm conhecidos como os Discrepantes. Nas mentesde muitos magos Tradicionalistas, magos dos Ofcios foram con-siderados um pouco mais que magos limitados. Eles eram sim-plrios, mal-informados e relutantes a carregar sob os ombrossua parte na batalha pela Ascenso. No pensamento deles, osOfcios estavam concentrados com afazeres locais ou praticavammagia em termos que os outros achavam aliengenas. Eles noviram a necessidade de unir-se com aqueles com quem tinhamto pouco em comum. Eles apenas queriam ser deixados sozi-nhos para praticar a magia da maneira das pocas honrosas deseus ancestrais e ascendentes. Eles no pediram pela ajuda dasTradies, e nenhuma estava por vir.

    Agora, tudo mudou. Dizimados por ataques da Tecnocracia,cambaleando da suas objeo de seu modo de vida e desorganiza-dos demais para contra atacar de forma efetiva, os Ofcios agora

    se encontram agonizantes ou sendo forados a e juntarem a Tra-dies simplesmente para sobreviver. uma amarga descobertasaber que sua prpria viso falhou e se perguntar se podem darum pouco do que acreditavam para aqueles aos quais j se recu-saram a se juntar. E eles tambm se perguntam - quanto tempoat as Tradies serem destrudas tambm?

    Destrudos, mas no esquecidosOs grupos detalhados aqui foram alguns dos mais fortes Ofci-

    os conhecidos. Ao longo de muitos anos de existncia, eles tmcado aos pedaos sem tomar nenhum dos lados da Guerra da As-censo. Eles podiam afirmar que no tinham nenhum interessenaquela guerra; lamentavelmente, eles estavam errados. Enquan-to os grupos desejavam estar de lado para fazer o que queriam,ambas as Tradies e Tecnocracia ajudavam a arruin-los.Freqentemente, os bem intencionados magos Tradicionalistas ten-taram agreg-los ou recoloc-los para seu prprio bem. Algumasvezes, como quando o Coro Celestial se encontrou com os Bataa,os pontos de vista foram simplesmente diferentes demais para per-mitir uma interao amigvel. Por um muito tempo, a Tecnocraciatanto os supervisionou quanto os estudou uma viso para uma fu-tura diplomacia. Agora, a Tecnocracia decidiu aniquilar esses peri-gosos desdobramentos e as culturas que os formaram. Nesses tem-pos difceis, os Ofcios so caados at a extino, forados a seassimilarem dentro de uma Tradio que reconhea algumas simi-laridades ou que esteja determinada a lutar at a morte. No umtempo fcil para ser um mago de um Ofcio, mas novamente, nun-ca foi.

    Captulo Dois:Os Discrepantes

  • 20 Mago: Companheiro do Narrador

    Nascidos da fuso da tradicional magia afri-cana, adorao aos ancestrais, conhecimen-to sobre fantasmas, laos espirituais com osnativos Caribenhos e Catolicismo Espanhol,os Bataa tornaram-se a sociedade mgica dosnativos e dos escravos trazidos para as IlhasCaribenhas h pouco mais que 200 anos atrs.Chamados assim por causa dos tambores quedespertam os espritos, os Bataa abrangemmsticos de vrias religies - Vodu, Santeria,Candombl e Catolicismo, para citar algumas.

    Os Bataa tm o objetivo de trazer a liberdade e prosperidadepara o povo de sua regio (independente de onde vivam ouqual religio sigam) e reuni-las com os espritos de sua terra.Ainda que eles tenham alcanado bastante sucesso em partesde seu objetivo, a regio permanece empobrecida e sujeita adesastres ambientais que sugam a vida tanto das pessoas quan-to da terra. At a liberdade acabou no sendo o que havia sidoprometido.

    Passionais, dispostos, assustadores e misteriosos, a socieda-de foi sempre sitiada por pavor e medo de intrusos. Os Bataapodem ser gentis e solcitos ou brutais e terrveis, muitas vezesdependendo de qual esprito eles sirvam ou tenham invocado.Os sbios caminham cuidadosamente no meio dessas pessoas eno falam mal deles, por suas maldies poderem ser letais.Sua inimizade para com aqueles que causam mal a eles ou que-les que protegem lendria. Os Bataa no so meramente umaprtica mgica para eles, mas seu modo de vida. Embora elespossam se esconder em demonstraes com a inteno de as-sustar os turistas semicticos e semizombadores, a magia queeles fazem mortalmente sria e muito perigosa para os envol-vidos.

    Uma ramificao nativa das ilhas, conhecidos como osQuara, j praticava uma Arte chamada quinshi quando os ex-ploradores Europeus vieram para as ilhas. Quinshi convoca osseus praticantes para se entregarem aos espritos e fantasmas,que os possuem. Muitas vezes, os hospedeiros morriam medi-da que os espritos se entregavam apetites sombrios ou come-tiam feitos terrveis durante a possesso. Apesar de tudo, osespritos recompensavam aqueles que se entregavam, garan-tindo a eles favores tais como protees de desastres ou abun-dantes colheitas.

    Piratas e posseiros vieram no rastro dos exploradores, coma Espanha e a Frana ocupando e colonizando as ilhas. Eleslogo escravizaram muitos de seus nativos, incluindo os Quara,que foram todos enfraquecidos pelas estranhas doenas Euro-pias que os invasores trouxeram com eles. Para repor os nati-vos escravos que morreram, os colonos trouxeram escravos afri-canos. Esses escravos traziam suas crenas com eles e se junta-vam com os Quara. Tentando salvar suas almas assim comosuas seculares contrapartes enriquecidas, missionrios batizaramtanto nativos quanto africanos, reclamando-os para o Catoli-cismo. Poucos entenderam que esses dois grupos pegaram ape-nas alguns dos smbolos e nomes da religio, cobrindo suas pr-

    prias crenas e convocando os novos espritos Cristos do mes-mo modo que eles tinham convocado seus fantasmas ances-trais e espritos da terra por geraes.

    Entretanto, a natureza mgica da terra desorientou e fez osEuropeus temerem. Eles temiam os Quara, eventualmente boi-cotando o quinshi e queimando seus praticantes como bruxos.Os espritos da terra ferviam de raiva, e caos estourou em se-guida. Terrveis tempestades ecoaram os Turbilhes atravs daPelcula, e a generosidade da terra virou p. Em meio ao caos,enquanto os antigos guardies estavam fracos, os vampirosSetitas declararam posse sobre a regio e tm corrompido suaterra desde ento.

    Ainda assim, antes dos Quara perecerem, eles transmiti-ram seu conhecimento aos escravos africanos cujas crenasespelhavam suas prprias. Antigos espritos da terra se torna-ram os novos Loas e Orixs das novas religies, tais como oVodu. Os proprietrios de terras, ainda temerosos, tentarambanir as religies e executar seus clrigos e sacerdotisas, masainda assim os Bataa perseveraram. Motivados por escravosfugitivos, desejo de punir mestres cruis e pelas as torturasinfligidas queles que se rebelavam, os Bataa formaram umasociedade dedicada a libertar os oprimidos e expulsar os opres-sores. Apesar de tudo, a nascente sociedade foi despedaada,com a inveja e as diferenas nas religies ou objetivos afastan-do a sociedade da unidade necessria.

    No incio do sculo XIX, em New Orleans, Marie Laveau eDr. John uniram as faces em um nico Ofcio. Dentro de 10anos, uma rede de hounfour (templos) cruzou as ilhas, forne-cendo ao Ofcio uma rede de trabalho solcita.

    Uma srie de rebelies foram contidas sucessivamente, masas pessoas voltavam mais fortes e mais determinadas a cadavez. Algumas Tradies (notavelmente o Coro Celestial, o Cultodo Estase e at porta-vozes da Ordem da Razo) vinham paraas ilhas buscando encontrar os magos para se alistarem na Guerrada Ascenso. Nenhuma delas compreendeu verdadeiramenteo que haviam encontrado.

    Em 1804, Hispanola ganhou sua independncia. Outrasilhas seguiram-na rapidamente. Parecia que, enfim, o Caribeera livre. Em 1915, as tropas dos Estados Unidos invadiram oHaiti, trazendo seu racismo junto com eles. A ilha sofreu sobditadores como Papa Doc Duvalier, e tentou encontrar algumaforma de estabilidade econmica na terra exaurida de recursos.Esse conflito continua at hoje.

    At mesmo quando a ordem parecia restaurada, a terra eseus espritos permaneciam em conflito. Les Idiots (o nome dadoaos forasteiros pelos Bataa) podem ser tanto mortais buscandoum lugar para frias ou uma sorte econmica inesperada quan-to magos que esperam ter acesso rica fonte de energia daregio. Ambos significam desastre para as terras e pessoas, as-sim como os Bataa que tm tentado ajud-las.

    H muita beleza nas prticas dos Bataa, como o conceitode duas pessoas viverem juntas como almas gmeas, a doaode si como um cavalo para os espritos (permitindo-os usa-rem o corpo mortal como um condutor) e a libertao e proteo

    Bataa: Os Corpos dos Espritos

  • Captulo Dois: Os Discrepantes 21

    de seu povo. Ainda, ela uma prtica sangrenta e algumasvezes mortal. Eles no acreditam no uso de magia que no sejadada atravs de auxlio espiritual. Aqueles que fazem magiasem agradecer e recompensar os espritos so vistos como la-dres e feiticeiros perigosamente egostas. Certamente, nem to-dos os espritos so igualmente benignos. Alguns so completa-mente o oposto. Nem os Bataa esperam que eles sejam outracoisa alm do que so. Aqueles que invocam o Baro Samediraramente querem alguma coisa alm de escravizar a alma dealgum que o ofendeu. Se eles querem invocar amor, eles po-dem invocar outro, como Erzulie. Embora eles geralmente en-viem um aviso para algum que esteja saindo da linha, eles novem problema em eliminar tal pessoa se ela se mostrarintratvel. O mtodo mais temido de se fazer isso, com certeza, transformar a pessoa em um zumbi, escravizando desse modoa alma do indivduo, forando-o a obedecer por toda a eterni-dade ou at que apodrea completamente.

    Mais de 100 milhes de pessoas seguem as vrias religiesque tem laos com os Bataa, e talvez um milhar desses tenha

    conhecimento real sobre eles, fazendo dos Bataa o maior Of-cio. Independente de nmeros, as intruses feitas pelaTecnocracia e a corrupo espalhada pelos outros cultos temtido um profundo efeito em sua viabilidade. medida em quemenos pessoas acreditam nas antigas tradies e mais pessoasdeixam a ilha procurando empregos em outros lugares, as basesdo Ofcio apodrecem. Poucos tm se oferecido para se torna-rem cavalos para os espritos e aqueles que o fazem geralmentetm objetivos ambiciosos. Assim, eles vem que sua morte comoum Ofcio inevitvel. Ainda assim, eles no desistem. Aoinvs disso, pediram para se unirem aos Oradores dos Sonhos eaos Verbena, os nicos verdadeiramente capazes de entender oque a crena e prtica dos Bataa. Ainda que eles no conti-nuem como um Ofcio independente, eles podem ao menosencontrar sangue novo desejando aprender o que eles podemensinar e como honrar os espritos da maneira que eles semprefizeram. Como os Bataa sempre acreditaram que a morte meramente um passo atravs da vida, eles vem a morte de seuOfcio como um passo necessrio em direo a uma nova vidacomo Tradicionalistas.

    Filhos do Conhecimento:Os ltimos Verdadeiros Alquimistas

    Os Filhos do Conhecimento constituem osremanescentes de uma antiga escola de ma-gia prtica - a transformao de materiaisbsicos em substncias mais puras atravsdo processo de alquimia. Traando sua ori-gem at o antigo Egito, esses magos afir-mam descender dos seguidores de Thoth, odeus da matemtica e da cincia, bem comodos discpulos de Hermes Trismegistus, ofundador da magia Helnica.

    Originalmente conhecidos como osSolificati, ou Coroados, os Filhos do Conhecimento seaprofundaram muito nos trabalhos organizados e metdicosda magia de transmutao. Especializando-se na relao en-tre matria (assim representados pelos quatro elementos) eesprito (assim representado pelo princpio unificador do uni-verso), os Solificati trouxeram o estudo da alquimia ao seuauge durante a Idade Mdia. Ampliados pelos conhecimen-tos da astrologia e medicina, os alquimistas descobriram se-gredos mgicos em sua pesquisa para a perfeita unio damatria e esprito simbolizada pela Pedra Filosofal.

    Os Solificati alcanaram seu auge como um grupo orga-nizado e magos alquimistas durante o sculo XIII. Emboraeles trabalhassem prximos com os magos da Ordem deHermes, estes magos recusaram a rgida estrutura de capelas,preferindo trabalhar em seus laboratrios solitrios com ape-nas um ou dois aprendizes para companhia e assistncia. Em1315, Le Duc Luis Tristan de Varre uniu muitos membrosalquimistas em torno de uma nica sociedade de Solificati.A conveno da Torre Alva, organizada em 1325, deu nasci-mento a Ordem da Razo, incluindo os Solificati entre seus

    nmeros. No final das contas, os Solificati perceberam seuengano em submetem-se viso nica do universo da Or-dem e deixaram a Ordem da Razo em 1335. medida em que mais e mais Solificati ficavam sob o fogoinimigo dos magos dogmticos da Torre Alva, os alquimistaspercebiam que sua nica segurana estava nos nmeros.Como medida de segurana, os Solificati decidiram se unirs Tradies sob os auspcios da Grande Convocao em1457, tornando-se os guardies da Esfera da Matria.

    Do Forno para a FogueiraA traio da Primeira Cabala por um membro Solificati, o

    Avatar-gmeo Heylel Teomim, significou o desastre para a Tra-dio. A priso de Heylel, julgamento pena mxima de Gilgulcolocou a sociedade inteira dos Solificati sob pesar. Incapazes eintransigentes para sustentar o estigma da uma casa de traio,os Solificati romperam com as Tradies em 1470. Fragmenta-dos entre si pelas faces condenando ou apoiando as aes deHeylel, os Solificati quase desapareceram como Tradio pormuitos sculos. Alquimistas individuais tanto procuraram re-fgio na Ordem de Hermes quanto se inseriram na Ordem daRazo, onde suas excntricas vises de cincia no fim das con-tas ajudaram o surgimento dos Engenheiros Eletrodinmicos edo Diferencial, precursores dos Filhos do ter e dos Adeptos daVirtualidade. Uns poucos Solificati desapareceram no anoni-mato, buscando solido como os alquimistas de tempos maisantigos.

    Um grupo de 12 Solificati recusou a desaparecer mas deci-diram mudar seu nome para os Filhos do Conhecimento e per-

  • 22 Mago: Companheiro do Narrador

    manecer juntos como um grupo coeso. Se aliando, mas no seunindo, Ordem de Hermes, os Filhos do Conhecimento ne-gociaram muitos de seus segredos por proteo, particularmen-te durante o auge da fora da Inquisio.

    Durante o fim da Renascena e depois disso, os Filhos doConhecimento gozaram de um breve respeito assim que a al-quimia e a astrologia ganhavam popularidade mais uma vez.Seus nmeros cresciam e os primeiros Solificati gradualmentechegaram a um acordo com relao s aes do Grande Trai-dor graas distncia temporal. Alguns membros dos Filhos doConhecimento defenderam a traio de Heylel, afirmando queo mago hermafrodita tinha inteno de aumentar o lao entreas Tradies sujeitando-as aos rigores da perseguio.

    O triunfo do paradigma cientfico durante o auge da Revo-luo Industrial conduziu os Filhos do Conhecimento aos bas-tidores mais uma vez. No fim das contas, eles descobriram queo nico meio de salvar sua viso de magia era transform-la deacordo com princpios alqumicos, criando a 10 Esfera que eleschamaram de Unidade. Sua inspirao deu aos Filhos do Co-nhecimento o mpeto que eles precisavam para preservar suamgica, classificado-os como um Ofcio ainda vivo no sculoXX.

    No fim est o princpioA descoberta durante 1940 dos efeitos das drogas psico-

    trpicas na expanso da conscincia presenteou os Filhos doConhecimento com uma nova estrada da alquimia para ex-plorar. Incentivados pela nova conscincia do consciente cs-mico trazida pelo misticismo do Oriente e das drogas aluci-ngenas durante 1960, os mais jovens membros dos Filhosdo Conhecimento praticaram sua magia mais abertamente

    que em qualquer poca anterior.Essa atitude, no entanto, causou-lhes a ateno da

    Tecnocracia e os fizeram de alvos de expurgos no final dosculo XX. medida em que a Tecnocracia estendia seuataque contra as Tradies com o intuito de incluir os meno-res Ofcios e grupos Discrepantes, os Filhos do Conhecimen-to perceberiam que eles no poderiam mais existir como umgrupo independente. Depois de uma srie de delicadas e de-sesperadas negociaes, os Filhos do Conhecimento uniram-se oficialmente Ordem de Hermes como a Casa Solificatinos ltimos anos do sculo XX.

    Sacrificando sua rdua conquista de independncia peladuvidosa segurana da associao com uma Tradio ino-cente, os ento Filhos do Conhecimento agora caminhamem uma linha tnue sob o estandarte Hermtico. Os Her-mticos observam cuidadosamente por sinais da Sndromede Heylel entre seus novos irmos e irms, enquanto os novosSolificati sabiamente acompanham de perto uns aos outros afim de prevenir qualquer pista de traio. Secretamente, noentanto, uns poucos Solificati ainda trabalham para limpar onome do Grande Traidor, sentindo que apenas assim elesremovero o estigma de sua Casa. Outros Solificati tentamdeixar o passado para trs e se concentrar no que eles acredi-tam ser a chave para reverter as vitrias da Tecnocracia.Muitos jovens membros da Casa Solificati tm se devotadoao estudo da fsica quntica e da teoria das supercordas.Conforme o conhecimento cientfico vai de encontro preci-pitadamente a uma parede de mistrio, os alquimistas da CasaSolificati sentem-se confiantes que a aplicao de seu conhe-cimento e acesso a magia possam finalmente preencher a la-cuna entre a matria e o esprito, voltando os avanos daTecnocracia contra eles mesmos.

    Entre as mais antigas das sociedades mgicaschamadas de Ofcios, os Hem-Ka Sobk temsempre mantido diferenas com muitos ou-tros magos (a quem se refere como Hekau).As origens do Ofcio repousam no antigoEgito que existiu antes das dinastias das pir-mides dos faras. Na regio dos lagos chama-da de Faiyum, vrias tribos caadorascultuavam a divindade do crocodilo a quemconsideravam ser o juiz dos mortos edevorador das almas sem valor.

    Com a vinda do Antigo Imprio, a divindade tornou-seconhecida como o Enfurecido. Ele foi altamente respeitado, eos crocodilos foram tidos como sagrados em sua honra. No en-tanto, medida em que o tempo passou, os sacerdotes Hekaudesejavam diminuir a importncia do Enfurecido, mudando-oseu nome Sobk e transferindo seu novo status como um aspec-to de Ra, o deus sol. Eles concordaram que ele ainda consumiaas almas dos condenados, mas ele no seria mais visto como o

    Hem-Ka Sobk:Os Devoradores de Pecados

    juiz das almas, o guardio das chaves da ps-vida ou o Senhordo Bakhu (conhecido pelos Ahl-i-Batin como Monte Qaf).

    Os sacerdotes procuraram reprimir ainda mais a adoraodo deus encorajando os faras a reivindicarem a regio dos la-gos para a agricultura. Hoje Faiyum uma das regies maisdensamente povoadas do Egito, e a rea do lago apenas umquinto do que foi. Sem suas guas, os sacerdotes justificaramque Sobk no seria mais prspero. Na poca, os sacerdotesHekau tinham alcanado seu objetivo. No entanto, os verda-deiros partidrios do deus crocodilo tinham abandonado o con-ceito do Enfurecido. Esse nome tinha sido mais um falso aspec-to do deus do que o deus em si dado aos reinados vindourospara apaziguarem-no, mas sem real poder.

    Aqueles que adoravam a verdadeira divindade tinhammudado seu nome para Hem-Ka Sobk (utilizando o novo nomeda divindade para seu prprio benefcio) e tornaram-se parteintegral das pessoas que foram impossveis de remov-los.

    Os Hem-Ka Sobk no atenderam ao chamado para se uni-rem s Tradies. Eles sempre desconfiaram de outros grupos

  • Captulo Dois: Os Discrepantes 23

    mgicos, com a exceo dos Ahl-i-Batin, os quais considera-vam meio que primos espirituais. A maioria das Tradies es-queceu at que os Hem-Ka Sobk existiram. Uma breve men-o sobre eles no sculo XV por um dos Ali-beh-shaar, repre-sentantes Batini no Conselho dos Nove, e uma breve tentativade localiz-los em Tebas por uma sbia rabe algum tempodepois, constituem a maior parte do que se conhece. A nicaoutra notcia sobre eles apareceu no sculo XX depois da divi-so do Monte Qaf, quando uma Capela de Oradores dos So-nhos relatou ter visto algo entre os sem-teto do Cairo. Eles semantm afastados dos outros magos.

    Os Hem-Ka Sobk tm sempre servido dentro da comuni-dade. Aqueles que agem como sacerdotes de Sobk formam doisgrupos dentro da sociedade. A primeira faco consiste de sa-cerdotes de meio-perodo chamados Kheri heb ashau. Eles po-dem ter acesso a poder limitado (feitiaria) dado a eles confor-me necessidade. Diferentes sacerdotes podem ter conhecimen-to de trilhas de Efmera, Cura ou Herbalismo. Cada trilha eritual que eles aprendem requerer uma diferente cicatriz paraagir como um foco. Os Kheri heb ashau vivem entre o povoagindo como sacerdotes e servindo comunidade. Eles podemdeixar o cabelo crescer, vestir-se de qualquer forma que preci-sarem, casar-se e at ter trabalhos regularmente enquanto com-partilham seu rendimento com a comunidade. Sua posio podeser passada para um filho ou filha. A despeito do respeito querecebem da comunidade, forasteiros os imaginam como sacer-dotes menores j que eles no so magos verdadeiros. Nostempos atuais, os Kheri heb ashau vivem entre os desabrigadosdo Cairo ajudando a limpar as pilhas de lixo da cidade por itensteis, ensinando os jovens a sobreviverem, curando suas doen-as e dispensando justia. Poucos deles se juntam aos Sunu, porseus antecedentes normalmente serem completamente diferen-tes.

    O segundo grupo dentro da sociedade so os Sunu e os su-mos oficiais conhecidos como os Kheri heb tep. Todos essesmagos so Despertos, e eles so recompensados com uma maiorparte do poder do Sobk que os sacerdotes de meio-perodo.Aqueles que esto do lado de fora da sociedade algumas vezeschamam os Sunu de assassinos de Sobk. Imensamente respei-tados e temidos, eles acreditam que carregam os julgamentosde Sobk, servindo literalmente como os dentes do deus croco-dilo. Cada Sunu um caador se reconciliando de uma vidaterrvel. Ele ou ela pode ter matado, estuprado, torturado oucometido outros atos odiosos. Cada um morre em seu sono,encontra o deus crocodilo e ofertada uma escolha entre adestruio eterna ou a chance para se reconciliar. Aqueles quedesejam se reconciliar tornam-se Sunu. Como um sinal de seuarrependimento, eles precisam manter-se calvos e sem barba,eles no podem se casar ou ter filhos, e eles podem vestir ape-nas o que for dado a eles. Eles so obrigados a viver dentro dasociedade e servir s necessidades dela enquanto no estiverematendendo aos seus deveres como caadores de Sobk. Os Sunuafiam seus dentes e marcam a si mesmo com cicatrizesritualisticamente. Cada cicatriz um foco para sua magia, que concedida atravs de Sobk.

    Os Hem-Ka Sobk crem que quando a adorao de Sobkfoi disseminada, ele concedeu aos seus fiis pedaos de seuprprio Sekhem (o poder que abastece a magia, ou nesse

  • 24 Mago: Companheiro do Narrador

    caso seu Avatar). medida em que sua adorao declinou,o Sekhem que ele dera aos outros foi sendo perdido, nascen-do naqueles que nunca Despertaram ou que viraram as cos-tas ao seu dom. o dever dos Sunu encontrar aqueles quecontenham pedaos de Sobk e julg-los. Se a pessoa dadacomo merecedora, tambm dada a ela a chance de se jun-tar aos Hem-Ka Sobk ou ser deixada ignorante e permitida irembora. Os Sunu caam e matam aqueles que eles achamdesmerecedores. Eles ento devoram o fgado da pessoa (paraimpedir que a pessoa renasa, eles dizem) e oferecem o cora-o a Sobk para que, assim, o deus possa recuperar seuSekhem perdido. Ao invs de oferec-los diretamente paraSobk, entretanto, eles enviam os coraes aos Kheri heb tep,como se estes fossem porta-vozes e representantes de Sobk.

    Os Kheri heb tep so recrutados pelos Sunu que fizeram apaz com seu passado e agora servem Sobk por amor e no maispor dever ou medo. Esses sumo-sacerdotes ouvem e interpre-tam as instrues do deus para o resto da sociedade. Ainda queos Sunu e Kheri heb tep sejam todos Despertos, eles no acre-ditam que a magia seja algo nascida dentro deles. Ao invsdisso, esse um dom entregue a eles pelo deus para ajud-los

    em seus deveres.Recentemente, os Kheri heb tep e os Sunu foram encon-

    trados mortos na manh aps um dos rituais mais importan-tes dos Hem-Ka Sobk. Seus corpos foram contorcidos comose os sacerdotes tivessem morrido numa dor intensa. Todosforam ressecados e cobertos com centenas de pequenas mar-cas de mordidas. Os Kheri heb ashau lacraram a rea doritual com protees mgicas e com os escassos materiais mo. Na noite seguinte, os selos foram quebrados. Imedia-tamente depois, os Kheri heb ashau comearam a demandarsacrifcios humanos para satisfazer Sobk, e uns poucos recla-maram o ttulo de Kheri heb tep. Os Sunu no se refizeram.

    Os errantes precisam agora prover seus sacerdotes comhumanos para serem sacrificados a Sobk, com o objetivo demanter a proteo que os sacerdotes provm, e tmseqestrado turistas solitrios. Os sacrificados sofrem a mes-ma morte agonizante que os verdadeiros Kheri heb tep sofre-ram. Alguns sussurram que Sobk no guia verdadeiramenteseus sacerdotes, que a sabedoria dos Kheri heb tep est per-dida para sempre e que os sacerdotes comuns servem a umaespcie de demnio.

    Kopa Loei: Os Guardies das ILhasLigados intimamente s terras e s guas desuas ilhas nativas, os magos xamanistas co-nhecidos como os Kopa Loei praticavamuma magia que enfatizava os laos entre aspessoas e seus ancestrais. Honrando umpanteo de deuses que incluam Pele, deusados vulces, Maui o trapaceiro, Kane, ochefe dos deuses e Kamo-hoalii, o deus tu-baro, os Kopa Loei protegeram e canaliza-ram o mana (ou poder) da terra e suas di-vindades. Atravs do uso de cnticos

    ritualsticos aprimorados e um complexo sistema de proibi-es religiosas (conhecidos como kapu ou tabu), esses xamsmantinham juntos a sociedade da trama da ilha e interpreta-vam a sabedoria dos deuses e ancestrais.

    Contando tanto com magos Despertos quanto com pra-ticantes de magia limitada entre suas fileiras, os Kopa Loeino fizeram distino entre as Esferas mgicas. Eles viam amagia como uma extenso do mundo natural assim eviden-ciada atravs da natureza dos deuses adorados pelos habitan-tes das ilhas. Chefes tribais, chamados alii, serviam comoreservatrios de mana e zeladores da terra, distribuindo suaQuintessncia em todos os lugares onde ela fosse necessria.Kahunas preenchiam muitos postos na sociedade da ilha,dependendo de suas preferncias mgicas. Alguns kahunasagiam como curandeiros, enquanto outros profetizavam ofuturo, interpretavam pressgios, invocavam espritos (tantoamigveis como maliciosos) e comandavam as foras da na-tureza. Tanto os alii quanto os kahuna vieram de posiesde notabilidade, e muitos desses xams possuam AvataresDespertos. A terceira classe dos Kopa Loei, os Criadores deTrilhas, tinham suas razes entre os populares, e

    freqentemente contavam mais com simples magia limitadado que com a verdadeira magia. Os Criadores de Trilhaspraticavam pequenos feitios que tinham mais aplicaesprticas na vida do dia-a-dia.

    Por sculos, os Kopa Loei no tiveram contato com ma-gos fora de seus reinos das ilhas. Eles concentraram toda asua ateno em servir aos deuses, proteger as terras e as guase conduzir seu povo. Ainda que eles recebessem um chama-do, junto com outros magos tribais, para a Grande Convo-cao do sculo XV, apenas uns poucos Kopa Loei fizeram ardua jornada atravs do mundo espiritual para investiga-rem os estranhos feiticeiros haoli (forasteiros). Percebendo odesdm dos magos Europeus pelos magos tribais e vendopoucas razes para unirem-se com pessoas to diferentes de-les mesmos, os Kopa Loei recusaram a se juntar s Tradi-es. Eles retornaram para seus lares nas suas ilhas e remove-ram essa experincia de suas mentes.

    O Mundo Ultrapassa as FronteirasAs ilhas do Pacfico sul comearam a atrair a ateno de

    exploradores Europeus no sculo XVIII, durante a poca dasgrandes exploraes martimas. Quando os rumores de fabulo-sas riquezas, de costumes sedutores e terras frteis da Polinsiachegaram Europa, as grandes companhias comerciais do lesteeuropeu correram para tomar vantagem de suas recentes terrasdescobertas. Membros dos Perseguidores do Vcuo fizeram ava-liaes preliminares da cultura e das prticas mgicas dos ma-gos das ilhas Havaiian e de outras ilhas da Micronsia ePolinsia. Seus relatrios para a Ordem da Razo resultaramem um esforo calculado pelos magos Tecnocratas para des-truir a ameaa oferecida pelos Kopa Loei, cujos seguidores m-

  • Captulo Dois: Os Discrepantes 25

    gicos no conheciam as leis da Cincia Iluminada.Tomando vantagem de uma lenda espalhada entre os habi-

    tantes das ilhas que profetizaram o retorno do deus Lono, aOrdem da Razo usou a chegada do Capito Cook Baa deKealakekua como um meio de ganhar o respeito e admiraodos habitantes das ilhas Hawaiian. Acreditando que o barcode Cook seria a ilha flutuante da profecia do retorno de Lono,a populao nativa abriu seus coraes e mentes aos recm-chegados - e logo pagaram o preo pela sua confiana. medi-da em que as doenas estrangeiras dizimavam a populao, osagentes da Tecnocracia se organizavam para impor sua visodo mundo sobre os habitantes das ilhas enfraquecidos.

    Embora eles tenham tentado lutar contra a invaso dos mo-dos dos haoli, os Kopa Loei sofriam com a carncia de organi-zao contra a Ordem da Razo. Ale disso, missionrios Cris-tos (bem intencionados ou no) se aglomeravam nas ilhasbuscando converter e civilizar os nativos primitivos. Entreesses indivduos obcecados por converterem pessoas, estavamuns poucos membros de mente estreita do Coro Celestial esti-mulados pela sua negao em reconhecer a validade das cren-as dos habitantes das ilhas.

    Pelos prximos 200 anos, a Ordem da Razo ajudou a soli-dificar o avano da civilizao Ocidental na Polinsia. Vistoque sua recusa em se juntar ao Conselho dos Nove efetivamenteassegurou que os Kopa Loei no poderiam receber a mnima ounenhuma ajuda das Tradies, os magos nativos das ilhas doPacfico travaram uma batalha perdida para salvar suas terras esua magia. A despeito do reconhecimento da independnciadas ilhas Hawaii pelos Estados Unidos, as foras da Cabala doPensamento Puro, agindo em conjunto com seus aliados polti-cos da Europa, conseguindo arrancar o controle da ilha dosKopa Loei. Enquanto a Inglaterra e os Estados Unidos compe-tiam pela posse das ilhas, a Tecnocracia trabalhou continua-mente para minar as bases da mgica nativa. O interesse Japo-ns nas ilhas tambm complicou o assunto, introduzindo maisuma influncia estrangeira que negava a cultura nativa e en-

    fraquecia seus alicerces mgicos.As conseqncias da Segunda Guerra Mundial tiveram um

    efeito devastador sobre os Kopa Loei por todos os lados do Pa-cfico Sul. A veloz explorao do Havaii como um centro paraentretenimentos comerciais e recreacionais junto com sua po-sio estratgica na poltica global traziam avanos tecnolgicos regio e seduziam nativos para fora de seu tradicional modode vida. Testes Atmicos por todas as ilhas menores do PacficoSul forneciam uma justificativa ideal para evacuar aquelas po-pulaes das ilhas, forando eles a se assimilarem dentro deoutras culturas e enfraquecendo os laos entre o povo e a terra.

    Poucos Demais, Tarde DemaisL pelo fim do sculo XX, os Kopa Loei quase desapare-

    ceram da existncia exceto por uns poucos pontos isoladosde trincheiras tradicionalistas. medida em que seus nme-ros diminuam, no entanto, os magos nativos das Ilhas doPacfico encontraram dentro deles mesmos uma fria cres-cente. Jovens membros dos Kopa Loei, em particular, con-quistaram apoio para uma campanha enfatizando o orgulhonativo e um retorno aos modos de vida tradicionais. Poucosdentre os Kopa Loei perceberam que sua nica esperanapara sobrevivncia estava no compromisso, assim eles se apro-ximaram das Tradies com um pedido de ajuda. Enquantomuitas Tradies se recusavam a ouvir os gritos dos KopaLoei, os Oradores dos Sonhos responderam com uma de-monstrao de boa vontade a aceitar os xams do PacficoSul dentro de suas variadas fileiras. Essa tentativa de alianaentre os Kopa Loei e os Oradores dos Sonhos deu aos magosPolinsios uma nova chance na retomada de seu lugar nomundo onde eles um dia governavam. Embora muito de suamgica tenha desaparecido junto com sua conexo com aterra, os Kopa Loei tm esperanas de que seus esforos pos-sam um dia traz-los de volta admirao e generosidadede seus antigos deuses.

    Wu Lung: Os Feiticeiros do DragoOs Wu Lung existem h mais de 4000 anos,mesmo que sua estrutura formal tenha se ini-ciado apenas aps o reino de Qin Shihuang,o Primeiro Imperador que unificou a Chinaem 221 d.C. Magos dessa sociedade afirmamque sua mgica vem na forma de um dom deseus ancestrais, que concedem seus Avatares.Nascidos da nobreza e altamente cultos, osWu Lung serviram como conselheiros e feiti-ceiros para a Corte Imperial Chinesa. Eles tmsempre atuado na vida cultural e poltica daChina at as pocas modernas.

    A mgica da sociedade est relacionada com os mortos e aps-vida, especialmente com os vrios infernos e parasos queconstituem a ps-vida Chinesa. Eles crem que tudo tem umaregra, e tudo precisa encontrar seu lugar dentro dessa ordem.Do mesmo jeito que os prprios parasos reverenciam uma Bu-

    rocracia Celestial, todas as coisas abaixo dele devem estar or-ganizadas.

    Sua magia muito regimentada, com os novatos sendo des-cobertos atravs de adivinhao e consultas com os ancestraisdos magos e do candidato. Os ancestrais dos escolhidos os gui-am ao seu lugar dentro da hierarquia dos Wu Lung e instituemseu Avatar. Como que eles negociam com os mortos tofreqentemente, muitos Wu Lung assumem estilos antiquadosde se vestir e de se comportar, parecendo particularmente comos lordes Mandarins ou falando de forma extremamente for-mal. Os ancestrais preferem desse modo. At mesmo os muitosWu Lung modernos podem adotar tal estilo. Devido a algumasdcadas de perseguio e exlio, porm, eles apenas o fazem emparticular, nunca quando tal atitude pode denunci-los aos seusinimigos.

    A verdadeira ascenso dos Wu Lung veio quando um deseus maiores feiticeiros, chamado Fu Xia, usou suas conexes

  • 26 Mago: Companheiro do Narrador

    com os mortos e a Burocracia Celestial para ganhar um lugarde poder para o imperador na ps-vida. Desde ento, quasetodos os imperadores tem conselheiros dos Wu Lung (at mes-mo durante o reinado Mongol). Tornando-se, desse modo, es-tabelecidos no governo, eles abraaram os conceitos doLegalismo, um sistema leis cruis, mas realistas. Eles usaramsua posio para destruir seus rivais mgicos, especialmenteaqueles dos Wu-Keng (a quem chamavam de Nung War oufeiticeiros camponeses) e a Irmandade de Akasha. Assim, elesesperavam manter a harmonia e o equilbrio como os Cus de-terminavam.

    Em 1321, uma faco dos Wu Lung que foram leaisLegalistas e que haviam se tornado Artfices dissidentes do gru-po, atenderam a Convocao da Torre Alva e se juntaram Ordem da Razo. Sculos de boas relaes se seguiram, en-quanto a Ordem concordava com os wu Lung na necessidadepela lei e disciplina nos trabalhos mgicos. Embora eles tenhamestado inclinados a atenderem Grande Convocao, o brevecontato hostil com a Ordem de Hermes e o fato de que osAkshicos tambm foram convidados formaram sua deciso emrecusar o convite.

    No sculo XVII, estimulados pelo medo do imperador delutar contra a valentia dos Shaolin, os Wu Lung ofereceram aele sua magia e habilidades marciais para combat-los. Houve-ram lendrias batalhas nas ruas entre os Wu Lung e os Akshicoscuja fortaleza repousava no Templo Shaolin. Os Wu Lung aju-daram as tropas do imperador a devastar o Templo, despeda-ando o poder os Akshicos na China e criando uma inimizadeentre as duas sociedades mgicas.

    Quando a Ordem da Razo transformou-se na UnioTecnocrata, no entanto, os Wu Lung se viram trados pelos co-nhecimentos dos Artfices sobre os estilos dos Feiticeiros doDrago. A Tecnocracia invadiu com armas de fogo e naviosmais avanados que qualquer China poderia conceber, e tam-bm saquearam o pas atravs de fraudes. Quando o Japo in-vadiu em 1930, o poder dos Wu Lung entrou em colapso.

    A crena nas tradies e ensinamentos de seus ancestraisdos Feiticeiros do Drago pouco se ajustou com o Comunismo,e o Ofcio teve de ir para o anonimato no despertar da Revolu-o Cultural. Embora que eles tenham se modernizado algunsdegraus (at ao ponto de comear a aceitar mulheres dentro desuas fileiras), eles ainda mantinham rituais e prticas antigas.Sua estrutura altamente hierrquica, com o Tien Kung teHuang Ti Wu Lung (divino Imperador dos Feiticeiros do Dra-go) atuando como lder supremo da ordem. A Feng HuangHou Wu (Feiticeira Imperatriz da Fnix) sua esposa, e elaposa exatamente abaixo do imperador. O terceiro grande lder o Hu Kuei Tsu Wu ou Feiticeiro do Lorde Tigre, que comandaas foras militares do Imperador do Drago. Abaixo esto oitolordes, supervisionando tais departamentos como educao,abastecimento, inteligncia, tradies e legalismo. Um degrau

    abaixo est o ministro que guarda os registros do conhecimen-to mgico dos Wu Lung. Professor, feiticeiros e estudantes se-guem cada um em seu posto, cada alocado na sua camada.

    Por causa de sua ligao com a tradio e de seu respeitopelos seus ancestrais e pela burocracia, os Wu Lung tm sempreboas relaes com a Burocracia Celestial. Sua influncia noestabelecimento do Primeiro Imperador como o Imperador doImprio Sombrio de Jade concede a eles favores de tal persona-lidade absoluta. Nada tem tornado a vida moderna mais fcilpara os Feiticeiros do Drago, no entanto. Os Wu-Keng, rivaisantigos dos Wu Lung, ajudaram a expuls-los da China quandoo povo da nova China de Mao ergueu-se para a proeminn-cia. Ainda que eles tenham se escondido em Hong Kong e te-nham tentado contra-golpear a China dentro de seu relativa-mente seguro abrigo, at mesmo essa ttica se tornou difcil.Com o retorno de Hong kong para a China, os Wu Lung tmescapado de momentos difceis. Atacados pelos seus inimigos edesnorteados com o fato de que poucos Chineses ainda prati-cam ou tm respeito pelos velhos costumes, ele no podem maispermanecer como independentes de maneira vivel.

    Recentemente, enormes tempestades varreram a UmbraNegra, levando embora muitos dos ancestrais dos Wu Lung emudando a paisagem de formas inesperadas. Ainda pior foi aperda do Tsu Tsung (Avatar) do Tien Kung te Huang Ti WuLung (Divino Imperador dos Feiticeiros do Drago) para as tem-pestades enfurecidas. Sua esposa, Feng Huang Hou Wu (Feiti-ceira Imperatriz da Fnix), e o Hu Kuei Tsu Wu (O Feiticeirodo Lorde Tigre) levaram o antigo imperador e escaparam paraum Reino divino onde eles estariam seguros contra as tempes-tades. Imediatamente depois disso, todas as comunicaesconfiveis com eles (e outros poderosos mestres que escaparampara evitar o mesmo destino) foram perdidas.

    Os Wu Lung remanescentes escolheram substitutos paraseus postos de alto escalo rapidamente. Trs verdadeiros Feiti-ceiros do Drago ascenderam a alturas com as quais podemainda no estar prontos para lidar, mas so o melhor que os WuLung tm a oferecer. Bai Beishi, conhecido pela sua serenida-de, equilbrio e sabedoria, foi escolhido para substituir o impe-rador. Xi Zhuanjii, a mais competente metamorfa dentro dosWu Lung, tornou-se sua imperatriz. Finalmente, Bai Beishi es-colheu o feroz e intimidador Choujingcha Yuguo para substi-tuir o Feiticeiro do Lorde Tigre como o lder militar.

    Em sua ascenso, o novo Tien Kung te Huang Ti Wu Lungconsultou o I Ching em busca de direo. O pressgio o pertur-bou, mas ele apresentou a resposta imperatriz e ao Feiticeirodo Lorde Tigre, e juntos eles concordaram que precisam seguiradiante e buscar aliana com seus antigos inimigos, a Irmanda-de de Akasha. Juntos, eles poderiam sobreviver. Separados, osCinco Drages de Metal (a Tecnocracia) poderiam despeda-los. Essa deciso no foi popular entre todos os Feiticeiros doDrago, mas muitos seguiram seu novo imperador. O que virdessa aliana ainda est por ser visto.

  • Captulo Dois: Os Discrepantes 27

    Os Poucos, Os Orgulhosos, Os FrgeisNem todos grupos dissidentes entraram nas Tradies ou morreram. Alguns poucos permanecem independentes. Relutantes e

    orgulhosos, eles se apegam aos antigos costumes com uma veemncia que apenas pode ser admirada - ou lamentada.

    Ahl-i-BatinAinda que um dia eles tivessem presidido a cadeira agora

    ocupada pelos Adeptos da Virtualidade no Conselho dos Nove,os Ahl-i-Batin continuam pouco conhecidos pela maioria dosmagos das Tradies. Aqueles que j ouviram falar dos Batiniassumem que eles foram varridos pela incurso da Tecnocraciano Oriente Mdio ou acreditam que eles sejam um Ofcio sempoder e quase sem membros meramente sobrevivendo na eramoderna. Embora os Ahl-i-Batin tenham atravessado dificul-dades e perdido muito durante os sculos desde sua formao,eles ainda no desapareceram nem se uniram de forma geral auma das Tradies. Os Sutis, h muito tempo, dominam artesde se ocultar e despistar. Talvez eles apenas ocultem seus mem-bros at o momento certo para seu ressurgimento.

    HistricoOs Ahl-i-Batin nasceram da mistura dos elementos extre-

    mos de duas Tradies a enquanto eles procuravam seguranacontra os inimigos pertencentes a outras Tradies. Durante asGuerras Himalaias de 900-600 a.C., um grupo Handura (quemais tarde se juntaria aos Eutanatos) lutou cruelmente paraexpulsar a Irmandade de Akasha das terras do subcontinenteIndiano. Dentro dos Akshicos existia um grupo de jovensaclitos e Iniciantes experientes no comrcio de edificaes ede construes. Enquanto viajavam entre monastrios, essesjovens Irmos se separaram de seus companheiros por causa deuma cilada dos Eutanatos que quase os destruiu conforme elesescapavam atravs da Passagem de Khyber dentro das terrasagora chamadas de Afeganisto.

    L eles encontraram um grupo de dervixes Extticos, e elesse juntaram dana, movidos por um impulso desconhecido.Durante seu entusiasmo, ainda disciplinado emocionalmente,um dos Irmos e um dos Extticos fundiram-se, dando origema uma entidade de duas faces chamada Khwaja al-Akbar. Essaentidade revelou ao grupo recentemente formado a Doutrinada Unidade. Na Unidade, todas as partes da Divindade pode-riam ser reunidas em um todo - ascendente e perfeito. O Khwajaal-Akbar convidou o grupo para desenvolver uma nova Trilhacuja misso era criar uma grande mandala de energia atravsda face da Terra. Essa mandala concentraria tanto os Adorme-cidos quanto Despertos para atingir um elevado estado de exis-tncia. Eles encontrariam um Ponto de Correspondncia deespao e tempo e da Mente Universal de maneira que todos sebeneficiariam e tornar-se-iam unos. A doutrina apoiava e re-conhecia que todas as doutrinas das Trilhas para Ascensomantinham uma certa associao. Todos se esforariam juntospara ento poderem superar seus inimigos e prosperarem uni-dos.

    Ironicamente, o chamado para a unidade foi interrompido

    pela chegada de membros do Coro Celestial enfurecidos pelosExtticos e por uma grupo de guerra dos Handura determina-dos em aniquilar os Irmos de Akasha. A Noite de Fana, comofoi chamada, terminou numa batalha to violenta que a plan-cie que um dia foi frtil tornou-se o Grande Deserto da Morteque cobre grande parte do Afeganisto de hoje.

    A recente Tradio sobreviveu, mas ela no se revelou paraoutros magos por sculos depois, preferindo ao invs disso tra-balhar atravs de meio sutis que beneficiaram a Prsia e outrasterras do Oriente Mdio. A estes magos atribuda a criaode qanats, canais subterrneos que transportam neve derretidaatravs dos desertos para abastecer as fontes e irrigar os jardinsdas grandes cidades. As prprias cidades foram entrelaadasnos padres da madala ligados por um rede de rotas comerciais.

    Combinando suas Artes com as revelaes do Khawaja al-Akbar, os Batini descobriram um lugar fora do tempo e do es-pao, um lugar que eles entenderam ser o Monte Qaf, o cora-o da criao. Esse Reino consistia de uma grande montanhaque repousava sobre uma plancie que a rodeava. Os Batiniviram a plancie como o mundo dos Adormecidos, com encos-tas ngremes sendo os magos plenos de entendimento e realiza-es. Nos mais altos pontos repousam os orculos, Celestinos eos Puros. E no cume est situada a Unidade, o Uno, que algunschamaram de Primrdio e associaram ao Ponto de Correspon-dncia contendo todas as coisas.

    Os Batini escolheram se tornar parcialmente conhecidosno incio de uma srie de terrveis invases de Desauridos ehordas de Gnios que saqueavam os viajantes nos desertos en-tre as cidades. Muitos Batini abraaram a f do Isl como per-sonificao de vrios dogmas que eles mantinhamafetuosamente como magos. A idia de uma f nica, eunificadora, e um Deus enriqueceram e ajudaram a moldaremsuas prticas e crenas. Tais crenas conduziram formao deum grande plano para desfazer as depredaes dos Desauridos.Representantes da Tradio assim despertaram para comporplanos para unificar as cidades com uma rede de Nodos ligadosao redor de um eixo central. Acompanhando o plano foi forja-do um convite para discuti-lo, assinado por poderosos mem-bros dos Hermticos, Akshicos e Extticos. A localizao foi olar de um rico mercador. Tal plano poderia destruir o poder dosDesauridos e sustentar o benefcio de todos.

    Os representantes da Tradio descobriram durante o en-contro que uma coalizo de Ofcios menores formava osidealizadores do plano, que demandava Quintessncia para sercanalizada pelos desertos atravs daqueles que oram e das aesdos agentes humanos. Enviada para um Nodo central, a Quin-tessncia poderia ser redirecionada para contribuir na aberturade Nodos, envolvendo a terra como era preciso erradicando ainfluncia dos Desauridos. Conhecida como a Teia da F, ela

  • 28 Mago: Companheiro do Narrador

    atuou como esperado e elevou a cultura e a civilizao mesmopara os Adormecidos cujas vidas tocou.

    Com esse sucesso, no entanto, veio a proliferao de seitasreligiosas e cultos menores organizados em torno de lderescarismticos que retirariam a energia de Teia. Logo, as Tradi-es comearam a tentar separar as vrias faces da Teia, te-mendo que suas razes quanto ao uso do poder pudessem sermentiras ou que seu poder pudesse superar o das Tradies jestabelecido. Temendo o banho de sangue como aquele feitopelos Handura, alguns poucos dos verdadeiros Mestres dos Ahl-i-Batin se revelaram a vrios lderes das Tradies e mostraramo Monte Qaf. Eles explicaram seu objetivo de levar todos aoPico Ascendente da Unidade e falaram sobre seu medo con-tnuo de se revelar enquanto os Handura existissem. Aindaque o resto dos magos das Tradies permanecesse igno-rante sobre sua verdadeira natureza, os Batini ganharampoderosos aliados e preveniram uma guerra santa em altaescala.

    Mesmo dispersos, os Batini mantinham-se ligadosatravs de uma rede de comunicaes de Mestres daEsfera de Mente que poderiam passar informaes deum grupo para outro na velocidade do pensamento.Eles fizeram uso de uma grande reserva de Quintessn-cia ligada por debaixo de suas regies natais para capa-citar sua magia, usando os qanat para canaliz-la e cri-ar Nodos temporrios quando necessrio. Ambas prti-cas foram mantidas em segredo das outras Tradies. Osdiplomatas Batini ajudaram a estabelecer a base para o Con-selho dos Nove tambm, mas quando assumiram sua cadeiraeles o fizeram como um grupo de Ofcios imprecisamente orga-nizados chamados de Coalizo Geomtrica. Muitos membrossuspeitaram que houvesse mais do que aparentavam nos Sutis,mas acreditavam que os Sutis eram muito desorganizados paraconstiturem qualquer ameaa. Os que conheciam a verdadeguardavam o segredo dos Batini.

    No incio do sculo XIX, a Tecnocracia tomou conheci-mento das reservas de Quintessncia interligadas sob o Orien-te