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FATORES DE TEXTUALIDADE: ANÁLISE EM TIRINHAS DE MAFALDA Disciplina: Produção e Linguística Textual Profª Me. Kátia Regina Franco.

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MAFALDA

FATORES DE TEXTUALIDADE:ANLISE EM TIRINHAS DE MAFALDADisciplina: Produo e Lingustica Textual

Prof Me. Ktia Regina Franco.

COESO

COERNCIAintencionalidadeaceitabilidadesituacionalidadeintertextualidadeinformatividadePRODUO E INTERPRETAO TEXTUAL

FATORES DE TEXTUALIDADECoesoCoerncia

IntencionalidadeAceitabilidadeSituacionalidadeIntertextualidadeInformatividadeCentrados nos aspectos lingusticos do texto.Relacionados a fatores pragmticos.Condies Para que seja textoo pragmtico: seu funcionamento enquanto atuao informacional e comunicativa;o semntico-conceitual: de que depende sua coerncia;o formal: que diz respeito sua coeso.TEXTOTEXTUALIDADE / TEXTUALIZAOUm princpio geral que faz parte do conhecimento textual dos falantes e que os leva a aplicar a todas as produes lingusticas que falam, escrevem, ouvem ou leem um conjunto de fatores capazes de textualizar essas produes.

Explicando melhor: no vamos entender a textualidade como algo que est nos textos, mas como um componente do saber lingustico das pessoas.

Qualquer produo lingustica, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situao de comunicao humana, isto , numa situao de interlocuo. Nenhum texto tem sentido em si mesmo, por si mesmo. Todo texto pode fazer sentido, numa determinada situao, para determinados interlocutores.Coeso e coernciaAs normas de coeso e coerncia so importantssimas, fundamentais para a estrutura e a compreenso de textos.Porm, a intencionalidade aceita um certo tipo de tolerncia caso ocorra algum tipo de deteriorao das estruturas de coeso e coerncia.Isso ocorre quando o produtor textual alcana uma certa aceitabilidade por parte do receptor, independentemente de tal deteriorao, efetivando uma interao comunicativa. Em decorrncia disso, pode-se entender que as aes de produo e recepo de textos no se do exclusivamente como processos lingusticos, mas tambm como uma forma de atividade discursiva relevante no que se refere ao cumprimento de uma meta determinada prevista intencionalmente pelo produtor e que necessita de aceitao por parte do receptor. H casos em que o produtor textual encontra dificuldades em realizar coesiva e coerentemente seu texto: fatores como a presso e impacincia do receptor, pela falta de palavras adequadas, etc. (Fabiano D. Medeiros, 2007 dissertao de mestrado)A intencionalidadeBaseia-se numa noo centrada no produtor textual, e no somente no texto, como so as coeso e coerncia. Nela, h uma explicao mais ampla do funcionamento da atividade comunicativa em que esto implicados os produtores e os receptores do texto. Refere-se atitude do produtor textual: que uma srie de sequenciais oracionais constitua um texto coeso e coerente uma consequncia do cumprimento das intenes do produtor (transmitir conhecimento ou alcanar uma meta especfica dentro de um plano).

TIRINHA 1Mafalda: saber intencionalmente se teria de sair do pas quando se formasse no jardim de infncia. 2. quadrinho: as palavras lhe parecem faltar, ou no consegue explicar-se de maneira coerente em relao possvel compreenso por parte de sua me. 3. quadrinho: a situao se agrava; gera impacincia na me; dificulta a concretizao da intencionalidade da menina. ltimo quadrinho: consegue objetivar e concluir sua inteno.

TIRINHA 2Intencionalidade que, embora aparentemente incoerente com o contexto, est propositalmente sendo usada para atingir seu objetivo.Mafalda comea toda sua fala defendendo as galinhas; questiona sua me a respeito da culpa que no teriam e do mal que no fizeram as galinhas. No h aqui uma construo coerente, ao menos aparentemente, por parte de Mafalda em relao ao fato de estar diante de um prato de sopa. Entretanto, sua fala tem a inteno real de no tomar a sopa, e no de defender as galinhas. Ela usa intencionalmente um discurso tentando demover sua me do objetivo de faz-la tomar a sopa.

TIRINHA 3Mafalda diz ser uma velhinha e por isso no pode tomar a sopa. A inteno, mesmo que no declarada explicitamente, est clara em sua fala.Tem inteno de informar me algo relevante. Para tanto, deve ter cuidado em seu discurso para que seja bem compreendida e tenha sua inteno alcanada: no tomar a sopa.

Os pais de Mafalda tm a inteno de falar a sua filha a respeito da chegada de um irmozinho. Quem dar a notcia? j se percebe a dificuldade que o assunto apresenta e o cuidado que requer para ser falado. Essa presso se percebe ao analisarmos as falas do pai (5 quadrinho da Tirinha A e 1 da Tirinha C). No consegue expressar-se corretamente e produz um texto com problemas de coeso - ltimo quadrinho da C- em que interrompe sua fala algumas vezes dificultando o entendimento da menina.Por fim, alcana seu intento, informando objetivamente a chegada do irmozinho.

TIRINHAS 3, 4 e 5Mafalda -produtor textual- demonstra sua inteno de comear um dilogo dando uma opinio sobre algo, comentando uma situao especfica ou simplesmente fazendo referncia a uma data comemorativa. Nesses casos, importante que o receptor, alm de aceitar tal recurso, tenha conhecimento do assunto que se apresenta.percebe-se que a personagem Mafalda, ao dizer que daqui a um ms Natal (1 quadrinho), tem a inteno de comear um dilogo. Miguelito, o receptor, d continuidade ao intento da Mafalda, mesmo que fazendo uma outra leitura da data.Conhecimentos enciclopdicos com acervos diferentes.

TIRINHA 6Miguelito, produtor do texto, utiliza o recurso de falar de si prprio fazendo referncia a uma outra pessoa. Sua inteno saber a opinio dos outros sobre ele mesmo, e para isso no pode identificar-se.

TIRINHA 7A aceitabilidadeO processo de aceitabilidade por parte do receptor textual est diretamente relacionado intencionalidade do produtor do texto. No caso do texto dialogal, por exemplo, a inteno do locutor ao produzir um texto e a aceitao do interlocutor so fatores essenciais para que a comunicao se estabelea coesiva e coerentemente.Do ponto de vista do receptor, pode-se dizer que, se sua meta dar continuidade ao dilogo, mantendo um certo nvel de coeso e coerncia, ele apresentar uma tolerncia a provveis imperfeies oriundas do produtor textual: faz inferncias e contribui para o sentido do texto em questo. Por outro lado, se o receptor diminui o grau de aceitabilidade, o processo comunicativo pode fragilizar-se e a conversao pode no avanar, ao menos ponto de vista da coerncia.

TIRINHA 8 possvel verificar com bastante clareza a interao comunicativa que se estabelece entre Mafalda e Miguelito. Miguelito inicia a conversao afirmando ou colocando uma opinio acerca das vantagens de ser criana, o que demonstra sua inteno em iniciar um dilogo ao mesmo tempo em que define sua opinio. Mafalda d sequncia ao dilogo concordando com a opinio de Miguelito, o que marca a aceitabilidade da personagem com relao inteno apresentada pelo locutor, Miguelito. Mesmo que em decorrncia de um novo contexto que se apresentou durante o dilogo tenha havido uma mudana de opinio, no houve alterao no processo de interao comunicativa, o que corrobora com a continuidade do dilogo.

TIRINHA 9A aceitabilidade do receptor textual, Mafalda, se d atravs de uma inferncia, ou de uma contribuio, fala inicial do produtor, Miguelito, sem prejudicar a continuidade do dilogo.Conhecimento de mundo.

TIRINHA 10Miguelito comea o dilogo com uma pergunta direta, com a inteno de dar continuidade a um dilogo. Mesmo contendo uma informao equivocada, ou incoerente do ponto de vista do conhecimento popular, Mafalda (2 quadrinho) demonstra certa tolerncia e aceitabilidade em relao inteno de Miguelito. Ela, mesmo que interferindo na informao de Miguelito e apresentando uma outra verso, no prejudica a continuidade do dilogo.

TIRINHA 11 possvel verificar que o personagem Felipe (1 quadrinho), ao dizer Mos ao alto!, tem a inteno de fazer com que Manolito d sequncia brincadeira - levantando as mos. Entretanto, Manolito, mesmo dando continuidade ao dilogo, remete a fala de Felipe a outra situao, o que demonstra a no- aceitabilidade no processo comunicativo que se estabelecia e a consequente interrupo do dilogo.

TIRINHA 12Liberdade, a receptora, no d sequncia proposta do locutor ao responder de maneira equivocada aos questionamentos da profesora.A aceitabilidade, nesse caso, independe da inteno do produtor e dos nveis de coeso e coerncia de seu texto, pois o receptor que demonstrar, intencionalmente ou no, condies de dar continuidade ao dilogo.A professora tenta estabelecer um dilogo coerente, respeitando o contexto do estudo de matemtica na aula, com a personagem Liberdade. Porm, em todos os casos, Liberdade responde aos questionamentos da professora desrespeitando o contexto, ou, em outras palavras, responde professora fazendo referncia a outra situao. Nesse caso, a no aceitabilidade de Liberdade no permitiu a continuidade coerente do dilogo proposto pela professora.

A situacionalidadeEm geral, se refere aos fatores que fazem com que um texto seja relevante com relao situao comunicativa em que aparece. A localizao situacional tem valor de influncia sobre o texto de acordo com a subjetividade dos interlocutores. Normalmente, aquilo que evidente aos participantes em uma determinada situao comunicativa real se mistura com o conhecimento prvio e com as expectativas que esses participantes tm sobre tais situaes. comum, nesses casos, a tentativa do produtor textual de conduzir ou reconduzir as situaes comunicativas de acordo com sua viso. justamente por isso que, ao ser analisada uma situao comunicativa sob a tica da situacionalidade, no se podem deixar de lado as duas normas de textualidade vistas anteriormente. A intencionalidade do produtor textual e a aceitabilidade do receptor esto normalmente ligadas situao (em) que se apresenta no dilogo. TIRINHA 13Observar a importncia do receptor e da situao no processo de interao comunicativa.A professora (produtor textual) inicia sua fala dentro das normas textuais estabelecidas de coeso e coerncia, inclusive deixando a construo em aberto para que o interlocutor, Liberdade, desse continuidade fala, respondendo a sua indagao. A professora usa recursos lingusticos (frases incompletas, etc) para atingir seu intento. Liberdade remete a fala da professora a uma outra situao, bem diferente da intencionada pelo produtor textual, pois responde indagao sem se preocupar com a questo dos pontos cardeais proposta pela professora. Houve uma interrupo da interao comunicativa, visto que a fala do interlocutor no foi aceita. O produtor textual insiste em seu intento, pois busca marcar a situacionalidade de sua fala com o desejo de que o interlocutor demonstre o nvel de aceitabilidade necessrio para que haja a continuidade do dilogo.

TIRINHA 13 Novamente a professora no tem sucesso, outra vez busca uma situao que esteja ao alcance do interlocutor, que mais uma vez no d o retorno desejado. possvel perceber que, mesmo que uma construo textual siga adequadamente as normas textuais de coeso e de coerncia que a inteno do locutor seja exposta de diferentes maneiras, demonstrando sua conscincia da dificuldade de aceitao do interlocutor, fundamental, para que haja a aceitabilidade do interlocutor e, consequentemente, a interao comunicativa, que esse interlocutor esteja disposto a aceitar a continuao da atividade discursiva e que ambos se refiram a mesma situacionalidade. Caso contrrio, ocorre o mesmo que no exemplo analisado, em que o dilogo foi encerrado pelo locutor por no haver conseguido dar continuidade a sua inteno.