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MÓDULO I
Electroforese
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Electroforese: uma técnica electrizante
Laboratório Virtual de Biotecnologia
Introdução
A electroforese é uma das técnicas
básicas da Biologia molecular e é uma
das mais utilizadas pelos cientistas no
seu trabalho diário. Esta técnica
permite a separação de moléculas de
diferentes tamanhos. Antes do seu
aparecimento, a separação de
fragmentos de DNA, por exemplo, era
feita recorrendo a um método
laborioso: a ultracentrifugação por
velocidade de sedimentação. Neste
método, as amostras de DNA eram
sujeitas a uma centrifugação de alta
velocidade envoltas num gradiente de
sal ou açúcar que separava os
fragmentos por tamanho.
Em 1970, Daniel Nathans utilizou
a electroforese em gel de
poliacrilamida como uma técnica
simples e rápida para separar
fragmentos de DNA. A partir daí esta
técnica disseminou-se de tal modo
que, actualmente, ela é utilizada em
virtualmente todos os laboratórios de
biologia molecular.
O que é a electroforese?
Electroforese significa literalmente
“transportar através de electricidade”.
Tem por base o princípio que
determina que a carga global de uma
cadeia de DNA é negativa. Portanto,
moléculas de DNA que se encontrem
em suspensão numa solução
electrolítica (isto é, que possua iões
livres) podem ser separadas através
da aplicação de uma dada voltagem.
No final do processo, as cadeias de
DNA estarão próximas do ânodo
(eléctrodo positivo), que atrai
moléculas de carga negativa. No
entanto, o objectivo desta técnica é
separar os fragmentos de várias
moléculas por tamanho. A solução é
“peneirar” esses fragmentos utilizando
para esse efeito crivos moleculares.
As moléculas são “empurradas”
através desse crivo pela corrente
eléctrica, e, de acordo com o tamanho
dos poros do crivo, passam ou são
retidas. O crivo utilizado é o gel de
agarose ou de poliacrilamida. Ao
solidificar, este gel forma uma rede
através da qual passam as moléculas
de DNA.
Para que se possa utilizar esta
técnica, é necessário montar todo o
material necessário:
Primeiro, é necessário preparar o gel
de agarose (mais utilizado do que o
gel de poliacrilamida). Para isso,
dissolve-se agarose (uma forma muito
pura de agar, substância obtida a
partir de algas marinhas) com a
solução-tampão que necessariamente
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irá cobrir o gel na montagem final do
material. Normalmente, na
electroforese de DNA, utiliza-se a
solução-tampão Tris-Acetato de EDTA
(TAE). Aquece-se a mistura para
facilitar a dissolução e deita-se
cuidadosamente a mistura na tina de
electroforese, recipiente que dará
forma ao gel e onde irá ocorrer a
electroforese. Antes que o gel
solidifique, coloca-se no local
adequado o pente que fará os poços
onde se colocarão as amostras. Após
ter solidificado, obtém-se o gel que
servirá de suporte à electroforese e
de crivo para as moléculas que irão
migrar. De seguida, preenche-se a
tina de electroforese com solução-
-tampão até o gel ficar totalmente
coberto por esta. Esta solução é
importante por duas razões:
possibilita a passagem da corrente
eléctrica e mantém as moléculas e o
pH da solução estáveis. Só depois de
tudo estar coberto pela solução-
-tampão é que se retira o pente,
ficando os poços onde se vão colocar
as amostras devidamente delimitados
no gel (Fig.1).
Quanto às amostras que serão
carregadas no gel, é importante
realçar que elas são previamente
misturadas com o tampão de amostra
(Loading dye), que tem como principal
função aumentar a densidade da
amostra e, assim, impedir que esta
comece a flutuar no tampão antes que
a voltagem seja aplicada ao sistema.
Além disso, o tampão de amostra
possui um corante, o que possibilita a
visualização do progresso da
electroforese (uma vez que o DNA não
é visível a olho nu). Normalmente
utiliza-se como tampão de amostra
uma mistura de azul de bromofenol
Figura 1 – Montagem do material necessário para realizar a electroforese.
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(Corante), xileno-cianol e glicose ou
glicerol (para aumentar a densidade),
dissolvidos na solução-tampão.
Quando todo o material está
preparado e todas as amostras são
carregadas nos devidos poços, inicia-
-se a electroforese: liga-se a fonte de
energia, o que faz com que seja
fornecida corrente a cada um dos
eléctrodos presentes de ambos os
lados da tina de electroforese,
criando-se um campo eléctrico ao
longo do gel. Os fragmentos de DNA
iniciam a sua migração, abandonando
os poços e movendo-se através do gel
de agarose. O DNA, carregado
negativamente, migra através dos
poros do gel em direcção ao eléctrodo
carregado positivamente (ânodo).
O movimento visível das moléculas do
corante (que também migram em
direcção ao ânodo) permite controlar
a migração relativa das moléculas de
DNA, que, nesta fase, não se
conseguem visualizar.
Após a electroforese, é necessário
corar o DNA para podermos visualizar
os resultados. Para isso, mergulha-se
o gel numa solução diluída de
brometo de etídio. O brometo de
etídio difunde-se através do gel
concentrando-se nas regiões onde
estão os fragmentos de DNA. Uma vez
que o brometo de etídio é uma
molécula planar, intercala-se nas
moléculas de DNA, corando-as
(Fig.2).
O gel corado é posteriormente
exposto a luz ultravioleta (UV). O
complexo DNA-brometo de etídio,
quando observado sob a luz UV,
torna-se fluorescente indicando a sua
posição no gel. É importante perceber
que uma banda de DNA observada no
gel de agarose não corresponde a
uma única molécula de DNA mas sim
a vários milhões de moléculas
idênticas, todas do mesmo tamanho.
Figura 2 – Moléculas de brometo de etídio
intercaladas na dupla hélice do DNA.
Aplicações da técnica de
electroforese
A electroforese é aplicada em
diversas áreas, sempre que é
necessário proceder à separação de
fragmentos de DNA ou de outras
moléculas. Dada a sua simplicidade e
facilidade de uso, esta técnica
substituiu outras técnicas de
separação. É utilizada para visualizar
fragmentos provenientes da digestão
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de enzimas de restrição ou para
visualizar produtos da reacção de
PCR. A análise dos padrões de bandas
obtidos no gel de agarose é muito
importante no diagnóstico de várias
doenças genéticas, por exemplo.
Questões de análise
No Laboratório Virtual de
Biotecnologia encontrará dois vídeos
que ilustram e explicam algumas
etapas da electroforese (canal 4 e 5
da LVBtv).
1 – Descreva o que ocorre durante
uma electroforese.
2 – Enumere as principais vantagens
desta técnica relativamente a outras
utilizadas anteriormente para separar
moléculas de DNA.
3 – Faça uma lista do material
necessário para realizar uma
experiência utilizando esta técnica.
4 – Indique duas aplicações desta
técnica.
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Desenho experimental:
Registos/Observações:
ALA CONCEPTUAL ALA METODOLÓGICA
Durante a electroforese
as moléculas de DNA
migram todas à mesma
velocidade? Princípios:
Conceitos:
Teoria: Conclusões:
Pista 1 Pista 2
Tamanho da molécula de DNA
Pista 1
Pista 2
300 pb 900 pb
1700 pb
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Desenho experimental:
Registos/Observações:
ALA CONCEPTUAL ALA METODOLÓGICA
A concentração em
agarose do gel
influencia a migração
das moléculas de
DNA?
Princípios:
Conceitos:
Teoria: Conclusões:
Pista 1 Pista 2
Tamanho da molécula de DNA
Pista 1
Pista 2
300 pb 900 pb
1700 pb
8
Desenho experimental:
Registos/Observações:
ALA CONCEPTUAL ALA METODOLÓGICA
A migração de um
fragmento de DNA
influencia a migração
de outro?
Princípios:
Conceitos:
Teoria: Conclusões:
Pista 1 Pista 2
Tamanho da molécula de DNA
Pista 1
Pista 2
300 pb 900 pb
1700 pb