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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS LUCIANE STIVAL AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES São Leopoldo 2005

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

CIÊNCIAS ECONÔMICAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

LUCIANE STIVAL

AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES

São Leopoldo

2005

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LUCIANE STIVAL

AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.

Orientador: Prof. Dr. Carlos A. Diehl

São Leopoldo

2005

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a duas pessoas muito importantes na minha vida, sem elas este

sonho não teria se realizado. Dedico este trabalho aos meus pais Etelvino e Cecília Stival,

que para mim são exemplos de coragem, compreensão e amor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar à vida e me encorajar nos

momentos difíceis.

Agradeço ao Prof. Dr. Carlos Diehl pela orientação e dedicação direcionada a este

trabalho, promovendo com isso, meu crescimento pessoal e acadêmico.

Agradeço imensamente a meus pais que ao longo da jornada acadêmica estiveram do

meu lado compartilhando momentos de alegrias e angustias, me motivando e apoiando em

todas as situações.

Agradeço aos familiares e amigos que de alguma forma estiveram presentes e me

ajudaram.

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RESUMO

A concorrência no mercado fez com que as empresas buscassem alternativas para se tornar mais competitivas. Em conseqüência disso, percebeu-se que os fornecedores podem contribuir para esta competitividade. Devido a isso, está ocorrendo uma transformação na relação cliente-fornecedor no intuito de estreitar laços e buscar a qualidade no fornecedor e não apenas na empresa compradora.

Mediante este contexto este trabalho tem como objetivo de analisar de que forma a TFL pode melhorar seus métodos de qualificação e avaliação de fornecedores.

Para atingir este objetivo utilizou-se ao método de estudo de caso através de pesquisa descritiva. A pesquisa partiu da análise dos métodos atuais de qualificação e avaliação de fornecedores da empresa, no intuito de identificar pontos a serem melhorados. Na seqüência foram sugeridas melhorias, nas quais, foram testadas internamente, e também, nos fornecedores.

Os resultados obtidos com a pesquisa podem ser considerados satisfatórios, pois as sugestões testadas realmente contribuíram para a melhoria dos métodos atuais, assim como, para quantificar a qualidade oferecida pelos fornecedores.

Palavras-Chave: Buscar a qualidade nos fornecedores.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mudança de papéis de compras:Compra Reativa versos Compra Pró-ativa........... 25

Figura 2 : Relacionamento Transacional ................................................................................ 26

Figura 3 : Relacionamento Mútuo .......................................................................................... 26

Figura 4 : Processo de Qualificação de Fornecedores da TFL ................................................ 54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 : Relação de garantia de qualidade entre fornecedor e comprador ............... 30

Tabela 2 : Demonstração dos resultados do questionário de qualificação .................. 85

Tabela 3 : Levantamento das não conformidades dos fornecedores ........................... 87

Tabela 4 : Demonstração dos resultados da Avaliação in loco em % ......................... 90

Tabela 5 : Resultados gerais dos fornecedores ............................................................ 90

Tabela 6 : Resultado do desempenho dos fornecedores com relação às escalas ......... 91

Tabela 7 : Desempenho dos fornecedores nos quesitos de maior impacto no

formulário ................................................................................................... 91

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 : Mudança de papéis de Compras: Compra Reativa versos Compra

Pró-ativa ..................................................................................................... 23

Quadro 2 : Comparativo da forma de Compras antiga versos Nova ........................... 27

Quadro 3 : Relatório de Avaliação Industrial .............................................................. 37

Quadro 4 : Modelo de Método de Classificação ......................................................... 39

Quadro 5 : Desenvolvimento de Fornecedores da TFL .............................................. 40

Quadro 6 : Característica das Classes de Desenvolvimentos ...................................... 41

Quadro 7: Evolução da Avaliação de Fornecedores .................................................. 42

Quadro 8 : Classificação de Fornecedores da TFL ..................................................... 60

Quadro 9 : Formulário de Avaliação de Fornecedores ............................................... 69

Quadro 10 : Pontuação dos Quesitos da Avaliação Comercial .................................. 78

Quadro 11 : Pontuação dos Quesitos da Avaliação de Qualidade de Matéria-prima . 79

Quadro 12 : Comparativo de Conceitos-Método Atual e Método Novo .................... 79

Quadro 13 : Comparativo de Notas e Conceitos- Modelo Atual e Novo .................... 86

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Quadro 14 : Demérito no Método Atual ..................................................................... 88

Quadro 15: Demérito no Método Sugerido ................................................................. 88

Quadro 16 : Demonstração dos Resultados da Avaliação in loco ............................... 89

Quadro 17 : Quadro Resumo das Falhas dos Métodos Atuais e Sugestões

de Melhorias ........................................................................................... 93

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LCQ – Laboratório de Controle de Qualidade

P&A – Pesquisa e Aplicação

RATMP – Requisição de Amostra e Teste de Matéria-Prima

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................13 1.1 Definição do Problema .................................................................................15 1.2 Objetivos.......................................................................................................17

1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................................17 1.2.2 Objetivos Específicos .........................................................................17

1.3 Justificativa ...................................................................................................17

2 DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES............................................20 2.1 Logística........................................................................................................20 2.2 A área de compras.........................................................................................21

2.2.1 Relacionamento cliente-fornecedor ....................................................24 2.3 Garantia de Qualidade ..................................................................................27

2.3.1 Garantia de qualidade no fornecedor ..................................................28 2.4 Seleção e avaliação de fornecedores.............................................................30 2.5 Desenvolvimento de Fornecedores...............................................................40

3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS .................................................................43 3.1 Delineamento da Pesquisa ............................................................................43 3.2 Unidade de caso ............................................................................................44 3.3 Técnicas de coleta de dados..........................................................................45 3.4 Técnicas de análise de dados ........................................................................46 3.5 Limitações da pesquisa .................................................................................46

4 O CASO TFL DO BRASIL INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA ........................47 4.1 Apresentação da empresa..............................................................................47

4.1.1 Caracterização da área de estudo........................................................48 4.2 Qualificação e avaliação de fornecedores na TFL do Brasil ........................49

4.2.1 Qualificação de fornecedores .............................................................50 4.2.2 Avaliação de Fornecedores.................................................................55

4.3 Análise crítica do método atual de qualificação e avaliação de fornecedores DA TFL .....................................................................................................................60

4.3.1 Qualificação de fornecedores .............................................................61 4.3.2 Avaliação de fornecedores..................................................................61

5 SUGESTÕES DE MELHORIAS......................................................................72 5.1 Qualificação de Fornecedores.......................................................................73

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5.2 Avaliação de fornecedores a cada recebimento............................................75 5.3 Avaliação in loco no fornecedor...................................................................80 5.4 Resultados esperados com a aplicação das sugestões...................................81

5.4.1 Qualificação de fornecedores .............................................................81 5.4.2 Avaliação de fornecedores a cada recebimento..................................82 5.4.3 Avaliação in loco ................................................................................83

5.5 Resultados obtidos com a aplicação das sugestões de melhorias .................84 5.5.1 Qualificação de fornecedores .............................................................84 5.5.2 Avaliação a cada recebimento ............................................................86 5.5.3 Avaliação in loco ................................................................................89

5.6 Considerações finais do caso ........................................................................92

6 CONCLUSÃO.....................................................................................................96

REFERÊNCIAS ....................................................................................................99

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA INTERNA ............................101

APÊNDICE B - LISTA DE DOCUMENTOS E FONTES DE DADOS CONSULTADOS NA TFL ...................................................................................102

APENDICE C-QUESTIONÁRIO DE QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIA-PRIMA ........................................................................................103

APÊNDICE D - PROJETO PARA SOFTWARE DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES................................................................................................105

APÊNDICE E - EXPLICAÇÃO DOS ITENS AVALIADOS NA AUDITORIA IN LOCO .................................................................................................................107

APÊNDICE F- FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO IN LOCO.........................108

ANEXO A – REQUISIÇÃO DE AMOSTRA E TESTE DE MATÉRIA-PRIMA.................................................................................................................................114

ANEXO B – FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIA-PRIMA...............................................................................................115

ANEXO C – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL .................116

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1 INTRODUÇÃO

A relação cliente - fornecedor evolui gradativamente e este fato provem da mudança

cultural de mercado que vem surgindo ao longo dos anos. A abertura das fronteiras comerciais

na década de 80 e 90 acirrando a concorrência foi um fato relevante para esta mudança.

A partir destas décadas a competição entre as empresas acentuou-se de forma

diferenciada a anos anteriores. A situação de conforto, na qual elas se encontravam foi

alterada. Conceitos relacionados à produtividade, gerenciamento, inovação e qualidade, aos

poucos foram ganhando destaque como responsáveis pelo sucesso das organizações. Desta

forma apresentou-se uma nova postura organizacional. As empresas necessitaram fazer

ajustes as suas formas de trabalho para tentar garantir suas rentabilidades, lucratividades e

diferenciais.

Os fatos mencionados impactaram na relação cliente-fornecedor. As empresas

perceberam a necessidade de formar alianças com intuito de promover melhores negócios.

Com isso, verificou-se a importância e influência do fornecedor nos resultados das empresas.

Isto é comprovado, pois uma empresa não consegue mudar sua política de estoque ou a

qualidade de seus produtos se não houver colaboração de seus fornecedores.

Com isso, a relação entre as empresas aos poucos deixou de ser individual para ser

interligada. Parcerias são formadas servindo como fonte de benefícios e soluções em conjunto

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com intuito de garantir posições perante a concorrência. Como exemplo disto é possível citar

a negociação. Ela ultrapassa a forma tradicional que é baseada apenas em preço, prazos de

entrega e qualidade do produto para ser baseada em relacionamentos sólidos, nos quais sejam

possíveis criar ligações que agreguem valor para ambas companhias. Ou seja, um

relacionamento de parceria caracterizado pela negociação ganha-ganha.

Inserido neste contexto de mudança foi abordado especificamente a busca pela

qualidade nos fornecedores. São perceptíveis mutações no mercado em relação à qualidade,

pois o mesmo fez com que a qualidade passasse de forte diferencial competitivo a pré-

requisito para qualquer empresa. No entanto, sua importância não diminuiu, pois conforme

Ishikawa (1995), deve-se considerar a qualidade de uma forma ampla. Ou seja, avaliar a

qualidade de trabalho, serviço, processo, informação, pessoal e sistema. E de fato, estes itens

influenciam diretamente na competitividade das organizações.

Neste cenário a diferença em relação à qualidade está na forma como as organizações

trabalham para garantir que a mesma esteja sendo alcançada continuamente. Conforme

mencionado anteriormente, a qualidade não pode ser um fator isolado, ela deve estar presente

desde o início do processo, ou seja, no fornecedor (ISHIKAWA, 1995). Para isso ocorrer a

empresa necessita ter visão do sistema como um todo e ter indicadores que possibilitem esta

visualização.

Uma forma de tentar garantir a qualidade no sub-contratado é ter um processo de

avaliação de fornecedor definido dentro da empresa. Este processo é importante, pois cada

vez mais é imprescindível ser pró-ativo identificando problemas antes que eles cheguem na

empresa.

A avaliação de fornecedores tem um significado abrangente. O seu objetivo é garantir

a qualidade num aspecto mais amplo do que a inspeção de matéria-prima a cada recebimento.

Ela tem como premissa buscar competitividade em conjunto com fornecedores. Contudo, para

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que a competitividade seja atingida, é essencial que o fornecedor seja envolvido e entenda a

importância da sua participação neste processo.

No intuito de ajudar a organização a buscar a qualidade de forma ampla e a

competitividade em parceria com os fornecedores, o objetivo deste trabalho é analisar de que

forma a TFL pode melhorar seus métodos de qualificação e avaliação de fornecedores de

matéria-prima no mercado nacional.

Para desenvolver o trabalho foram consultados referenciais teóricos com relação à área

de compras, relacionamento cliente-fornecedor, a garantia de qualidade, seleção, avaliação e

desenvolvimento de fornecedores. Na seqüência foram vistos os procedimentos da TFL em

relação a qualificação e avaliação dos seus sub-contratados. Com base nestes levantamentos

foram sugeridas melhorias nas quais foram testadas. O método utilizado para realizar o

trabalho foi estudo de caso através de pesquisa descritiva.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A TFL é uma companhia que presa pela qualidade de seus serviços, processos e

produtos. Esta preocupação com a qualidade é difundida pela empresa através de suas atitudes

e métodos de trabalho. Para exemplificar, menciona-se o fato da empresa exigir uma área

comercial com qualificação técnica com intuito de oferecer um serviço diferenciado e

qualificado para seus clientes. Sua preocupação em padronizar os processos da empresa

através das ISO 9001 e 14001 e seu procedimento de analisar todos os lotes de produtos

fabricados também são exemplos da preocupação com a qualidade.

Na intenção de assegurar esta qualidade no início do processo a organização tem um

procedimento aplicável a seus fornecedores de matéria-prima localizados no mercado

nacional que é a qualificação e avaliação dos mesmos.

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Apesar da TFL já utilizar este processo, é possível fazer algumas restrições ao sistema

atual com relação a sua estrutura, praticidade e aplicação.

A avaliação de fornecedores é feita através de formulário individual para cada matéria-

prima e seu respectivo fornecedor. Com esta estrutura a TFL possui dificuldade em

transformar os dados obtidos em informações relevantes para a empresa. Isto ocorre, pois para

obter o percentual de matéria-prima reprovada, entregas realizadas com atraso, faz-se

necessário um trabalho extenso e demorado. É preciso entrar em cada formulário, fazer a

verificação e efetuar a contagem manualmente. Desta forma é possível constatar a falta de

praticidade e eficiência no modelo utilizado.

Outra questão que interfere na confiabilidade e eficácia do método é o fato da

avaliação ser anual. Ou seja, ocorre o input das ocorrências anormais no sistema apenas uma

vez ao ano, antes deste período, as não conformidades não são analisadas. Neste contexto, não

há um acompanhamento e controle do desempenho do fornecedor mensalmente.

O ideal para qualquer empresa é tentar evitar que um problema chegue até ela. Com

relação a fornecedores, para fazer com que isto aconteça é sugerido a aplicação de auditoria

nas instalações dos sub-contratados. O modelo utilizado pela TFL não contempla a visita in

loco. Contudo ela é importante para que se possa conhecer melhor os fornecedores com os

quais se está trabalhando, e também, para garantir a qualidade desde o início do processo.

Mediante estes problemas, se apresenta a seguinte questão:

De que forma a TFL do Brasil pode aprimorar seus métodos de qualificação e

avaliação de fornecedores de matéria-prima com intuito de garantir a qualidade para a

empresa?

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar de que forma a TFL pode melhorar seus métodos de qualificação e avaliação

de fornecedores de matéria-prima do mercado nacional.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Descrever o método atual de qualificação e avaliação de fornecedores de matéria–prima;

• Identificar vantagens e desvantagens nos métodos atuais;

• Sugerir melhorias no sistema atual de qualificação e avaliação de fornecedores de matéria - prima;

• Testar melhorias sugeridas nos métodos atuais;

• Criar um roteiro de auditoria para avaliar os fornecedores;

• Testar o roteiro de auditoria em fornecedores.

1.3 JUSTIFICATIVA

Não há novidade em dizer que o mercado está em constante mudança. O que pode ser

considerado novidade no contexto atual, é a transformação do relacionamento entre as

empresas. Percebe-se a movimentação pela busca de parcerias estratégicas, pela

aproximação cliente-fornecedor com intuito de se tornar mais competitivo, buscando a

qualidade de forma ampla conforme Ishikawa (1995).

Conforme já mencionado, a qualidade não é sinônima de diferencial competitivo.

Entretanto, se a organização não buscar por ela continuamente, a mesma pode correr o risco

de perder posições por não atender as necessidades impostas pelo mercado.

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Ser reconhecida no mercado devido a sua qualidade agrega valor para a empresa. Por

isso, não basta apenas a organização ter bons equipamentos, processos produtivos de última

geração ou um ótimo sistema logístico, a empresa tem que estar atenta para toda a cadeia. A

organização deve buscar a qualidade na etapa anterior ao processo produtivo, ou seja, no

fornecedor.

A cada dia que passa as organizações sentem a necessidade de conhecer as empresas

com as quais estão trabalhando. Este cenário, é oriundo da busca pela qualidade e

competitividade. Logo, estabelecer um relacionamento na base da confiança fazendo valer o

conceito de parceiro é um passo importante para alcançar as exigências impostas por este

contexto.

Buscar a qualidade no processo anterior é aprofundar a relação entre as empresas.

Então, além da qualificação e avaliação de fornecedores contribuir para a mensuração da

qualidade técnica das matérias - primas, ela pode estabelecer um relacionamento transparente

entre fornecedor e cliente. Isto se justifica, pois a utilização destes métodos ajuda a descobrir

a identidade dos parceiros que estão ou irão trabalhar junto com a empresa. Estas ferramentas

demonstram os pontos fortes e fracos que os fornecedores possuem. E isto é importante para

que a organização analise se o parceiro desenvolvido atende as necessidades com status

satisfatório e se a política utilizada por este fornecedor é compatível com a da TFL.

Avaliar fornecedor é buscar um meio de se tornar mais competitivo, pois a avaliação

serve para mostrar pontos que podem ser melhorados entre as empresas. Isto ocorre, pois seu

objetivo é que cliente e fornecedor troquem informações, e que estas informações tragam

benefícios para ambos. Por isso, se menciona a importância do envolvimento e

comprometimento das duas partes no processo de avaliação.

A questão fornecedor é um fator importante para qualquer organização e ter este fator

mensurado é a forma mais adequada para a empresa conhecer seus parceiros. Mediante este

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pensamento, este trabalho pode ajudar a empresa a mensurar a eficiência e eficácia do sistema

atual de avaliação de fornecedores para garantir a qualidade desde o início do processo. E

também, ajudar a demonstrar os benefícios que um sistema de avaliação bem estruturado pode

trazer para a empresa.

A TFL utiliza matérias–primas, tais como, monômeros, concentrados e tensoativos

representantes de no mínimo 50% do custo total do produto final, desta forma torna-se

importante se aproximar de seus fornecedores. Logo, verificar de que forma é possível

garantir a qualidade no processo anterior, analisar o sistema de qualificação e avaliação de

fornecedores e apontar melhorias para o mesmo, ajudará a empresa a dar continuidade ao seu

objetivo que é garantir a qualidade.

Também é oportuno estudar este tema, pois hoje o sistema de avaliação de

fornecedores de matéria-prima da empresa não trás resultados que agregam valor. Além disso,

as versões de certificação das normas ISO 9001 e 14001 estão cada vez mais exigentes, logo

é importante para a empresa estar sempre preparada para as auditorias e modificações da ISO.

Outra questão que incentiva o desenvolvimento deste trabalho é o interesse da área

responsável pela qualificação e avaliação de fornecedores por reformular o método de

trabalho atual da empresa.

Este trabalho é viável, pois o pesquisador trabalha na empresa e no setor responsável

pela a avaliação, facilitando assim, o acesso as informações e aos fornecedores. Além disso, a

empresa está disposta a ceder horário e recursos para a funcionária se dedicar a este trabalho.

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2 DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES

2.1 LOGÍSTICA

Com a necessidade das organizações tornarem-se mais competitivas a partir da década

de 90, outro conceito passou a fazer parte do meio empresarial. A partir deste momento as

organizações abriram suas portas para a logística com intuito de se diferenciar no mercado.

A logística busca integrar internamente e externamente os processos de forma que a

empresa seja beneficiada significativamente em setores diferentes. A logística tem este

objetivo, pois conforme definição de Iman (1996, p.1) logística é:

O processo que integra, coordena e controla: a movimentação de materiais, inventário de produtos acabados e informações relacionadas; dos fornecedores através de uma empresa; para satisfazer as necessidades dos clientes.

O interesse das empresas pela logística originou-se da busca por um novo modelo de

gestão. Elas queriam sair do sistema tradicional, no qual os setores eram independentes,

tendo objetivos individuais e diferentes, para uma gestão integrada. Trabalhar com esta gestão

integrada é ter os setores interligados fazendo com que o fluxo de informação, serviço,

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produto, processo sejam mais ágeis e conseqüentemente com custo mais baixos e satisfatórios

para a empresa e para o cliente.

A logística procura minimizar custos, sendo que, segundo Iman (1996) isto se aplica a

diferentes áreas da empresa, sendo elas: compras, produção, inventário, distribuição e

administrativo. Entre as áreas citadas, este trabalho tratará em particular da área de compras e

suas ações para contribuir para a competitividade da empresa.

2.2 A ÁREA DE COMPRAS

Compete a área de compras fazer a intermediação das necessidades internas da

empresa com o ambiente externo, fazendo com que estas necessidades sejam supridas

quantitativamente e qualitativamente em tempo hábil e satisfatório para a empresa. A área de

compras deve conseguir qualidade, quantidade, prazo de entrega e melhor custo

simultaneamente. E conseqüentemente, reduzir o número de problemas com relação a estes

itens, buscando adicionar lucro as suas atividades.

Arnold (1999, p. 209) indica quatro categorias em que a função compras pode ser

subdividida:

• Obter mercadorias e serviços na quantidade e com a qualidade necessária;

• Obter mercadorias e serviços ao menor custo;

• Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor;

• Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e desenvolver fornecedores potenciais.

Para satisfazer a esses objetivos, devem ser desempenhadas algumas funções básicas.

(ARNOLD, 1999, p. 209):

• Determinar as especificações de compra: qualidade certa, quantidade certa e entrega certa (tempo e lugar);

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• Selecionar o fornecedor (fonte certa);

• Negociar os termos e condições de compra;

• Emitir e administrar pedidos de compra.

Nota-se que o autor descreve a área de compras de uma forma simples, no entanto, a

função compras vem despertando maior interesse dentro das organizações devido às

mudanças de mercado. A rápida inovação de produtos, a agilidade no fluxo de materiais e

informações, sistemas integrados, conscientização em relação ao custo total de aquisição,

envolvimento dos fornecedores para a redução de custos e a aproximação com eles são alguns

exemplos dessas mudanças segundo Baily, Farmer, Jones e Jessop (2000).

Com isso, nota-se que a função compras tem um objetivo maior do que simplesmente

atender requisições de compras. Neste contexto de mudanças este setor consegue demonstrar

sua capacidade de agregar valor contribuindo para a competitividade da empresa.

Conforme Baily, Farmer, Jones e Jessop (2000), a função compras tem

responsabilidades que ultrapassam a forma tradicional de atribuições como, por exemplo,

comprar na quantidade e qualidade certas, da fonte correta, no prazo e preço certos.

Para estes autores a função compras é definida de uma forma ampla. A área de

compras deve suprir com seguridade as necessidades da empresa, buscando sempre manter

um bom relacionamento com seus sub-contratados atuais, e também, buscando novas

alternativas. Este setor precisa valorizar sabiamente os gastos gerados para a empresa,

administrando os estoques da melhor forma possível. Dar suporte a outras áreas fornecendo

informações relevantes para assegurar as operações eficazmente, desenvolver funcionários e

políticas organizacionais para atingir objetivos também fazem parte do escopo de compras.

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Além destes, Baily, Farmer, Jones e Jessop (2000, p. 31) apontam objetivos mais

específicos, como:

Selecionar os melhores fornecedores do mercado, ajudar a gerar desenvolvimento eficaz de novos produtos, proteger a estrutura de custos da empresa, manter o equilíbrio correto de qualidade/valor, monitorar as tendências do mercado de suprimentos, negociar eficazmente para trabalhar com fornecedores que buscarão benefício mútuo por meio de desempenho economicamente superior.

Compra Reativa Compra Pró-ativa

Compras é um centro de custo Compras podem adicionar valor

Compras recebe especificações Compras (e fornecedor) contribuem para as especificações

Compras rejeita materiais defeituosos Compras evita materiais defeituosos

Compras subordina-se a finanças ou à produção Compras é importante função gerencial

Compras respondem às condições do mercado Compras contribui para o desenvolvimento dos mercados

Os problemas são responsabilidades dos fornecedores Os problemas são responsabilidades compartilhadas

Preço é variável-chave O custo total e o valor são variáveis-chaves

Ênfase no hoje Ênfase estratégica

Sistema independente de fornecedores Sistema pode ser integrado aos sistemas dos fornecedores

As especificações são feitas por designers ou usuários Compradores e fornecedores contribuem para as especificações

Negócios ganha-perde Negócios ganha-ganha

Muitos fornecedores=segurança Muitos fornecedores=perda de oportunidade

Estoque excessivo=segurança Excesso de estoque=desperdício

Informação é poder A informação é valiosa se compartilhada

Quadro 1: Mudança de papéis de compras:Compra Reativa versos Compra Pró-ativa

Fonte: Baily, Farmer, Jesop e Jones (2000, p. 20).

Apresentou-se com o quadro 1, o perfil comparativo da compra reativa e pró-ativa

criado pelos autores.

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2.2.1 Relacionamento cliente-fornecedor

A importância da aproximação entre cliente e fornecedor foi detectada pelos japoneses

na década de 50 por uma questão estratégica. Os japoneses perceberam que por mais

qualidade que depositassem em seus trabalhos internos, tudo estaria perdido se recebessem

peças defeituosas. Com base nisto, eles partiram para o desenvolvimento de seus fornecedores

(ISHIKAWA 1993). No decorrer dos anos outras culturas foram despertando para a

aproximação com seus sub-contratados. Como exemplo é possível citar as empresas da

Inglaterra (BAILY, FARMER, JESSOP e JONES 2000).

O ano de 1990 também marcou a relação cliente – fornecedor. A Confederation of

British Industry lançou o projeto “parceria de suprimentos”. Este projeto incentivava a idéia

de que manter um bom relacionamento com fornecedores, compartilhar idéias e mantê-los

próximos contribui para a redução do custo global, e também, para a melhoria na qualidade e

inovação.

Dentro deste conceito o relacionamento é baseado no compromisso da alta gerencia,

franqueza e confiança, objetivos conjuntos claros, relacionamento a longo prazo, pró-

atividade e não reatividade, administração da qualidade e qualidade total, trabalho conjunto,

flexibilidade e envolvimento de todas as disciplinas relevantes. Sendo que, o objetivo da

parceria de suprimentos é comprometer-se com o cliente independentemente seu porte,

visando sempre atingir a competitividade, mudando assim, a filosofia da empresa.

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A figura 1 ilustra o método de trabalho da parceria de suprimentos.

Figura 1. Principais características da parceria de suprimentos

Fonte: Baily et al (2000, p. 207)

Percebe-se que dentro deste conceito a área de compras não pode ter uma visão

transacional. Segundo Baily, Farmer, Jesssop e Jones (2000) a visão transacional está baseada

na simples troca, o comprador se limita a preço. Os autores não condenam este estilo da

função compras para a aquisição de comoddites, mas salientam que não é o método ideal para

a maioria das compras.

Os autores sinalizam a migração do relacionamento transacional para o

relacionamento mútuo. Este, é baseado em investimentos de confiança com intuito de

conquistar valor para ambas empresas. Seguem figuras demonstrando a diferença entre o

relacionamento transacional e mútuo.

Parceria de Suprimentos

Envolvimento de todas as disciplinas

relevantes

Flexibilidade

Trabalho conjunto

Administração da qualidade total

Proatividade e não reatividade

Relacionamento a lonsgo prazo

Objetivos Conjuntos claros

Franqueza e confiança

compromisso da alta administração

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Figura 2. Relacionamento Transacional Fonte: Baily, Farmer, Jessop e Jones (2000, p. 21)

Figura 3. Relacionamento Mútuo Fonte: Baily, Farmer, Jessop e Jones (2000, p. 22)

O livro do Iman (1996) já havia sinalizado esta mudança no relacionamento entre as

empresas. No conceito dele, as empresas já estavam reconhecendo os benefícios de uma

logística eficiente e efetiva nas práticas de compras, conforme ilustra o quadro 2.

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Atividade A forma antiga A forma Nova

Tamanho de lote Grande, entrega menos freqüente Pequeno, entrega freqüente

Seleção de fornecedores Múltiplas fontes, contratos a longo

prazo

Fontes únicas, contratos a curto prazo

Avaliação dos fornecedores Permitir dois por cento de defeitos dos

fornecedores

Zero defeitos

Negociação em fornecedores Preço baixo/braços longos Qualidade e custo total de

aquisição/colegas

Inspeção de entrada Responsabilidade do comprador Eliminada

Programa de entrega Responsabilidade do fornecedor Responsabilidade do comprador

Projeto do projeto Pouco envolvimento dos fornecedores Fornecedores envolvidos

Papel de trabalho Formal e um grande acordo Menos, mudanças aceitas por telefone

Embalagem Padrão Por encomenda

Inventário Um ativo Um passivo

Lead times Podem ser longos curtos

Quadro 2: Comparativo da forma de compras antiga versus nova Fonte: Iman (1996, p. 55)

2.3 GARANTIA DE QUALIDADE

O conceito de qualidade é evolutivo. Ele passou de adequação de padrões para

satisfação das necessidades dos clientes.

A qualidade pode ter seu significado interpretado de duas formas. Ela pode ter um

significado restrito a qualidade do produto, mas também pode ter um significado mais amplo,

conforme citado a seguir (ISHIKAWA, 1995, p. 44):

Interpretação da qualidade de forma mais ampla significa qualidade de trabalho, qualidade de serviço, qualidade de informação, qualidade de processo, qualidade de visão, qualidade de pessoal, incluindo operários, engenheiros, gerentes e executivos, qualidade de sistema, qualidade de empresa, qualidade de objetivos etc. Nosso enfoque básico é controlar a qualidade em todos as suas manifestações.

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Não se deve analisar a qualidade isoladamente, é preciso levar em consideração o

custo, a capacidade produtiva, a capacidade pessoal, resíduos e imperfeições do processo

como um todo. Além disso, a empresa precisa definir o que é qualidade para ela e as

características verdadeiras de qualidade. Ou seja, a empresa precisa definir quais os fatores

que podem ou devem interferir no seu negócio, na sua competitividade.

2.3.1 Garantia de qualidade no fornecedor

A garantia de qualidade no fornecedor é a certificação de que o material

disponibilizado por ele está na qualidade desejada pelo cliente. Nesta situação a empresa não

precisa fazer inspeção a cada recebimento, pois o fornecedor garante a qualidade

internamente. Ou seja, na visão de Ishikawa (1995) a responsabilidade pela garantia de

qualidade é do produtor.

Conforme Ishikawa (1995, p. 79), o comprador deve trabalhar com o sistema de

compra garantida, conforme definido na seqüência:

As matérias-primas precisam ter sua qualidade garantida pelos fornecedores. Os compradores inspecionam no momento da compra apenas se houver dúvida quanto à confiabilidade dos fornecedores. Se os fornecedores forem confiáveis na questão qualidade, a compra pode ser feita sem inspeção. Este é o chamado sistema de compra garantida.

A garantia de qualidade no fornecedor é um processo evolutivo, que se movimenta a

partir da confiança adquirida no fornecedor. A seguir apresenta-se passo a passo o sistema de

compra garantida, e também, tabela com demonstração do processo.

O passo número um é o estágio menos desenvolvido, onde o fornecedor e comprador

não se preocupam com a inspeção, sendo que, esta ocorre apenas na produção. Nesta situação

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não há como inspecionar o material adequadamente. Desta forma a empresa não consegue

garantir a qualidade dos produtos.

O passo dois exige que o comprador realize 100% da inspeção. Entretanto, se os

métodos deles forem inadequados a inspeção não será confiável e o comprador continuará

fazendo inspeções.

No passo três, o produtor passa a fazer 100% da inspeção e da mesma forma procede a

empresa compradora.

Quando a inspeção do fornecedor se torna mais confiável entrasse no passo quatro, no

qual o comprador inspeciona por amostragem.

Levando-se em consideração que a responsabilidade da qualidade é do produtor, a

responsabilidade fica na fábrica do fornecedor, onde cada setor produtivo é responsável pela

garantia de qualidade. Nestas condições, a empresa se encontra no passo cinco.

No passo seis, o fornecedor está com a divisão da fábrica mais confiável em relação a

inspeção e garantia de qualidade. Neste estágio qualquer irregularidade encontrada no

processo produtivo é identificado e aplicado ações corretivas. Aqui o controle de qualidade é

mais rigoroso.

No momento que a inspeção é feita 100% pela divisão de fabricação, o controle de

qualidade se torna confiável. Nesta fase a divisão de inspeção pode selecionar amostras e

inspeciona-las no ponto de vista do consumidor garantindo a qualidade ao comprador. Este é

o sétimo passo.

O passo oito é a situação ideal, na qual, a análise do processo progrediu, as

capacidades do processo aumentaram e foi implantado um controle de processo confiável.

Para melhor visualização apresentam-se os oito passos na tabela 1.

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Tabela 1: Relação de garantia de qualidade entre fornecedor e comprador:

Passo Fornecedor Comprador Divisão de fabricação Divisão de inspeção Divisão de Inspeção Divisão de

Fabricação 1 - - - Inspeção 100% 2 - - Inspeção 100% 3 - Inspeção 100% Inspeção 100% 4 - Inspeção 100% Inspeção por

amostragem ou verificação

5 Inspeção 100% Inspeção por amostragem

Inspeção por amostragem ou verificação

6 Controle de processo Inspeção por amostragem

Inspeção por amostragem ou verificação

7 Controle de processo Inspeção por verificação

Inspeção por verificação ou sem inspeção

8 Controle de processo Sem inspeção Sem inspeção Fonte: Yshikawa (1995, p. 172).

Para se atingir este estágio de confiança máxima na relação de garantia de qualidade

entre fornecedor e comprador, a empresa necessita aplicar processos de seleção e avaliação de

fornecedores, pois assim, a empresa poderá ter maior probabilidade de garantias que a

qualidade está assegurada.

A seguir será demonstrado formas de mensurar esta garantia de qualidade, não

somente na questão do material, mas levando em consideração o conceito amplo de qualidade

mencionado por Ishikawa (1995).

2.4 SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES

Segundo Ishikawa (1995) é necessário estabelecer princípios entre cliente e fornecedor

para garantir a qualidade. Estes princípios se referem a postura e respeito que ambas empresas

devem ter para garantir a qualidade e estabelecer um relacionamento na base da confiança.

Estes princípios têm como base, a troca e sigilo de informações, a confiança, cooperação no

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sistema de qualidade, cumprimento de acordos, responsabilidades pelos produtos e serviços e

objetivos comuns para satisfazer os clientes.

No contexto em que vivemos, os clientes exigem do mercado produtos de qualidade

com um preço justo. Contudo, para a empresa conseguir alcançar este desejo do cliente há

questões dentro da empresa que devem ser analisadas para que isto seja possível. Questões

estas, que são relacionadas com o objetivo da empresa, sua estrutura organizacional, sua

capacidade produtiva e recursos, sua forma de gestão, seus processos fabris, administrativos,

de comunicação e qualidade. Com isso, se percebe que para a empresa poder oferecer um

produto de qualidade e com um bom preço é preciso avaliar a companhia como um todo, pois

cada etapa pode contribuir positivamente ou negativamente para a organização oferecer

produtos competitivos para seus clientes.

Na interpretação ampla de qualidade no ponto de vista de Ishikawa (1995) ao que

tange fornecedores, ele indica critérios para a empresa adquirir e manter a qualidade desejada.

Para ele é importante que a empresa faça auditorias internas nos fornecedores.

A auditoria nos fornecedores obviamente pode não possibilitar a resolução de todos os

problemas da empresa, mas ela pode ajudar na identificação dos mesmos. A avaliação pode

proporcionar isto para a empresa, pois ela direciona seus esforços em detectar métodos e ou

processos que contribuem para a competitividade da empresa. Paralelo a isso, ela pode

detectar perdas no método e ou processo do fornecedor que interferem diretamente nos custos

dele e conseqüentemente nos custos do cliente.

Para se ter maior qualidade na auditoria, é necessário que seja formado um grupo de

auditores capacitados nas seguintes áreas: compras, controle de qualidade, tecnologia

industrial, controle de produção, fabricação e contabilidade.

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Segue na seqüência os aspectos a serem avaliados em auditoria na visão de Ishikawa

(1995, p. 168-169):

• A filosofia de administração da empresa. A personalidade, conhecimentos, capacidade gerencial e compreensão da qualidade do administrador e da equipe;

• A preocupação com o cliente demonstrada pelo fornecedor; • As organizações com as quais os fornecedores possuem negócios e a avaliação

desses clientes em relação a empresa; • A história corporativa e seus últimos desenvolvimentos; • Tipos de produtos mantidos pelo fornecedor; • Informações sobre os equipamentos, processos e capacidades de produção; • O sistema de qualidade do fornecedor e a educação em controle de qualidade e

os programas implantados; • O controle feito pelo fornecedor da obtenção de matéria – prima e dos sub-

contratados secundários.

Para Ishikawa (1995) as análises em relação aos fornecedores são continuas. Logo, o

fornecedor deve buscar melhorias em aspecto amplo de qualidade para manter o fornecimento

para a empresa. Isto é importante para que se crie um vinculo estreito e confiável entre as

empresas, visando negociações futuras. São expostas abaixo as verificações a serem avaliadas

nos fornecedores citadas pelo autor:

• Manter um estreito contato com fornecedor com intuito de acompanhar as mudanças, e

também, para estabelecer um relacionamento de confiança mútua;

• Analisar os registros da avaliação a cada recebimento e os registros de desempenho dos

bens adquiridos durante e depois do uso do bem;

• Realizar auditoria de controle de qualidade para identificar questões importantes de

qualidade. Comunicar ao fornecedor qualquer irregularidade e aconselhá-lo;

Estabelecer prêmios aos fornecedores pela execução do controle de qualidade.

Promover um programa de qualidade no fornecedor.

Outro modelo de seleção e avaliação de fornecedores é exposto por Baily, Farmer,

Jessop e Jones (2000). Eles acreditam em cinco métodos para avaliar a capacidade dos sub-

contratados. São eles: desempenho anterior, reputação, visita e avaliação, certificação de

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terceiros e avaliação de amostras de produtos. Na seqüência são explicitadas sua

funcionalidade e finalidade.

• Desempenho anterior – Este método é indicado para selecionar fornecedores de itens

comprados em grande quantidade e de muitos fornecedores. É necessário que registros

de desempenho sejam facilmente resgatados e analisados. Este método incentiva a

melhoria continua do fornecedor.

• Reputação – O fornecedor ter uma boa reputação de qualidade no mercado é um fator

valioso a ser analisado pelo comprador. Não se refere aqui em desempenho de

propaganda, mas sim no desempenho real da empresa. Estas informações podem ser

adquiridas através de conversas, conhecimento de mercado ou solicitação de referencias

aos fornecedores.

• Certificação de Terceiros – São visitas e avaliações feitas por instituição ou organização

independente, na qual, é feita publicação de resultados da avaliação de qualidade.

• Visita de avaliação – Este método se refere a visita de auditoria do cliente no fornecedor

para avaliar suas instalações, seus métodos de trabalho em âmbito geral, ou seja, em

toda a organização.

• Avaliação de produto – Este estágio é considerado chave para o controle da qualidade.

Aqui é feito diagnóstico final do bem fornecido através de inspeção por amostragem

quando necessário.

A necessidade de ter estes procedimentos dentro da empresa nada mais é do que

buscar a garantia da qualidade em uma etapa na qual não prejudique o andamento da empresa

e tão pouco sua imagem perante os clientes. Em um primeiro momento, este processo parece

ser oneroso e demorado, entretanto, no decorrer do tempo pode trazer benefícios para a

empresa como por exemplo, a redução de custos.

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Conforme estudos feitos por Deming, Juran et al (apud BAILY, FARMER, JESSOP E

JONES, 2000,p. 136), o custo de qualidade pode ser dividido em três classificações: custos de

prevenção, custos de avaliação e custos de falha.

• Custos de prevenção – custos incorridos na prevenção de defeitos pela primeira vez;

• Custos de avaliação – custos incorridos em checagem e inspeção; • Custos de falha – aqueles realmente decorrentes de erros. Podem ser divididos

em custos de falhas internas, incorridos em erros de produção e detectados internamente e custos de falhas externas, decorrentes de erros transferidos a clientes.

Para o autor, o custo de qualidade pode se tornar uma economia quando ele passa de

custo de falha para custo de prevenção. Isto seria um processo evolutivo, partindo do

principio que os problemas identificados nas falhas fossem tratados para evitar falhas no

futuro. Em conseqüência, este processo é gerenciado tornando-se preventivo. No gráfico a

seguir é demonstrado resultado do estudo da economia da qualidade.

Gráfico 1. Representação esquemática da mudança do custo da qualidade no decorrer do tempo. Fonte: Deming, Juran et al (apud BAILY, FARMER, JESSOP E JONES, 2000, p. 136)

Economia de Qualidade

0

50

100

1 2 3 4Tempo

Valo

r

Custos de falha Custos de avaliação

Custos de prevenção

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Entre os modelos citados, os autores despendem atenção particular ao método visita de

avaliação mencionado anteriormente. Conforme entendimento de BAILY et al (2000), as

organizações gastam 80% de seu orçamento com 20% de seus fornecedores. Baseando-se

neste dado, eles incentivam uma avaliação aprofundada nestes sub-contratados. Normalmente

os parâmetros de escolha do fornecedor são a qualidade, quantidade, timing, serviço e preço.

Contudo, por trás destes parâmetros é possível visualizar uma estrutura complexa que

interfere diretamente no resultado da empresa.

Prestar um bom serviço implica em conquistar a confiança do cliente através da

facilidade de contato com vendedor, sua agilidade, retorno, assistência técnica, pós-venda,

confiança na entrega. Isto faz com que o comprador tenha agilidade na decisão de compra,

confiabilidade na utilidade e disponibilidade do produto, reduzindo assim, trabalhos

desnecessários.

A estabilidade financeira e uma boa administração também são variáveis importantes a

serem analisadas no fornecedor. A saúde financeira interfere diretamente na pontualidade de

entrega do produto, pois se o fornecedor não possuir recursos não conseguirá comprar

matérias-primas, produzir e pagar suas dividas. O mesmo pode ser observado na

administração. Se ela for bem estruturada, possui menor risco de fabricar produtos

defeituosos, consegue desenvolver melhores métodos de trabalho e isto impacta diretamente

na qualidade de processo, produto e redução de custos.

Para fazer esta avaliação, os autores (Baily, Farmer, Jessop e Jones, 2000, p. 192)

recomendam o uso de checklist. Em geral, há perguntas de praxe que são contempladas neste

formulário, por exemplo:

Eles fazem negócios com nossos concorrentes? Os documentos confidenciais são apropriadamente controlados? O comprador tem apoio técnico? Com que freqüência pesquisam o mercado? Há quanto tempo estão estabelecidos? Quais seus planos de investimentos?

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Existem outras verificações indicadas pelos autores a serem feitas, sendo que estas,

são divididas em quatro áreas: “ferramentaria (capacidade), máquinas, planejamento e

controle de qualidade”.

Dias (1993) diz que para selecionar um fornecedor, requer analisar questões como,

estrutura e Know-How do fornecedor, condições do fornecedor atender as necessidades dos

clientes com relação a preço, prazo de entrega e pagamento, suas condições financeiras e

tendências à inovação.

Para fazer esta avaliação, Dias (1993, p. 301) divide a mesma em duas etapas. Uma

etapa se refere a avaliação técnica e a outra a avaliação administrativa.

Avaliação técnica: Composição do corpo técnico em relação às necessidades da empresa, recursos técnicos disponíveis e utilizados, disponibilidade de operadores, máquinas, ferramentas e instrumentos adequados às exigências técnicas. Avaliação administrativa: Composição de staff responsável pela administração da empresa,procedimentos usuais e conceituação no mercado, grau de interesse em participar do corpo de fornecedores.

Com isso, percebe-se que para Dias (1993) a visita em loco no fornecedor também é

importante para garantir a qualidade. Para isso ele sugere um roteiro de inspeção, no qual

constam itens relevantes a avaliação conforme quadro 3 na próxima página.

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Valor médio Ponderado Quadro 3. Relatório de Avaliação Industrial Fonte: Dias (1993, p.305).

• Matéria-prima: Os itens que constam neste quesito são importantes para garantir a

qualidade técnica do produto. Aqui é analisado se o fornecedor apresenta condições de

cumprir exigências com relação a especificação de matéria-prima, local de armazenagem

para conservar a qualidade do material e a capacidade de fornecimento.

• Ferramental: Neste quesito se analisa a condição da empresa em manter a fábrica em

funcionamento, ou consiga solucionar algum problema em tempo hábil para não prejudicar

a qualidade do produto ou entrega.

• Capacidade técnica: Aqui se quer analisar se a empresa tem condições de auxiliar o cliente

em alguma situação. Também se analisa neste quesito a preocupação da empresa em

capacitar seus funcionários para atingir a qualidade. Além, disso se avalia a capacidade

produtiva no aspecto de equipamento e planejamento de produção.

Empresa: Local: Avaliador:

Data:

Item Descrição Peso Valor Produto1. Matéria – Prima -Inspeção no recebimento, controle de especificações e certificação de

origem -Estocagem em almoxarifado, depósito a céus aberto -Disponibilidade de estoques -Previsão e suprimento

7 2 3 5

2. Ferramental -Calibres, gabaritos, matrizes e ferramentas -Fabricação própria -Manutenção e controle

7 3 7

3.Capacidade técnica -Assistência técnica recebida pela fábrica -Assistência técnica prestada aos clientes -Qualidade, treinamento e supervisão do pessoal -Planejamento da produção e projetos -Equipamentos da produção -Pesquisa e desenvolvimento -Experiência e tradição -Manutenção -Segurança Industrial

1 4 7 7 7 2 7 2 2

4.Controle de Qualidade

-Inspeção na fabricação -Inspeção do produto acabado -Laboratório

6 7 6

5.Organização Industrial

-Controle de custos -Layout -Embalagem e expedição -Possibilidade de ampliação

2 2 1 1

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• Controle de qualidade: Esta analise é importante, pois identifica em que ponto ocorre a

certificação da qualidade do produto disponibilizada pelo fornecedor.

• Organização industrial: Este ponto é analisado para verificar se a empresa apresenta

condições de melhorar seus custos, pois com isso o fornecedor poderá oferecer preços mais

competitivos para seus clientes.

No entender de Ioshinaga (1993) a avaliação é um processo continuo que busca

desenvolver uma cultura voltada para melhorias. Sendo o objetivo da avaliação de

fornecedores, garantir a qualidade constantemente ao longo da cadeia de suprimentos cliente-

fornecedor. Para o autor, a avaliação de fornecedores classifica as empresas de acordo com

sua capacidade e qualidade de fornecimento nos níveis desejados e compatíveis com a

empresa contratante. Para isso, é necessário analisar aspectos como a capacitação fabril,

engenharia de produto e sistema de qualidade. Com relação a capacidade fabril, é analisado a

capacidade prática do fornecedor produzir os materiais. No aspecto de engenharia de produto

se quer avaliar a capacidade de adaptação e desenvolvimento do fornecedor perante as

constantes inovações tecnológicas. E por último, o sistema de qualidade deve ser analisado

para assegurar a capacidade do fornecedor em atender as exigências de qualidade estipuladas

pelo cliente.

Além dos autores já citados, é possível fazer mais uma referencia em relação à

importância de conhecer os fornecedores que fazem ou irão fazer parte da Cadeia. Arnold

(1999) aponta critérios como, habilidade técnica, capacidade produtiva, confiabilidade,

serviço pós-venda, localização e preço.

• Habilidade técnica: É preciso se questionar se o fornecedor tem condições reais de atender

as especificações impostas pelo cliente, e também, se ele tem estrutura para proporcionar

melhorias e inovações, tanto em especificação como em custo.

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• Capacidade produtiva: O fornecedor tem que demonstrar capacidade para atender as

exigências do cliente em relação a custo, quantidade, qualidade, planejamento e controle

de produção garantindo assim, o fornecimento.

• Confiabilidade: O fornecedor precisa passar confiança através de sua reputação e

solidificação financeira.

• Serviço pós-venda: A empresa deve dispor de serviço de atendimento pós-venda.

• Localização: É importante que o fornecedor esteja próximo ou mantenha estoque local para

facilitar e garantir a entrega.

• Preço: É essencial que o fornecedor seja capaz de oferecer preços competitivos, levando

em consideração a capacidade de fornecer na quantidade e qualidade exigida no tempo

estipulado pelo comprador.

Para fazer uma seleção final dos fornecedores o autor menciona o método de

classificação exposto abaixo (ARNOLD, 1999, p. 221).

• Selecionar fatores relevantes a seleção dos Fornecedores Potenciais; • Atribuir um peso a cada fator, analisando sua importância através de escala de 1

a 10; • Atribuir uma pontuação para os fornecedores quanto a cada fator através de

escala de 1 a 10; • Classificar os fornecedores. Para cada Fornecedor o peso de cada fator é

multiplicado por sua pontuação naquele fator.

O método de classificação serve para quantificar a qualidade do fornecedor em atender

as exigências do comprador facilitando a escolha do fornecedor certo.

Fator Peso Pontuação do Fornecedor Classificação do Fornecedor Fornecedor A B C A B C Função 10 8 10 6 80 100 60 Custo 8 3 5 9 24 40 72 Serviço 8 9 4 5 72 32 40 Assistência técnica 5 7 9 4 35 45 20 Termos de crédito 2 4 3 6 8 6 12 Total 219 223 204

Quadro 4. Modelo do Método de Classificação Fonte: Arnold (1999, p. 221)

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2.5 DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES

Com base nas condições atuais de mercado, desenvolver os fornecedores tornou-se

necessário para a empresa manter sua competitividade. Desenvolver fornecedores exige uma

relação estreita baseada em apoio significativo do cliente, e também, envolvimento profundo

do fornecedor.

Martins (apud VILLARINHO, 1999) diz que:

Desenvolvimento é um esforço organizacional sistemático para criar e manter uma rede de fornecedores competentes. O cliente auxilia o fornecedor a obter as condições necessárias para o fornecimento. Promove-se um grau de interação entre ambas, de tal forma que a qualidade do produto é alcançada em função de esforços comuns.

Apresenta-se o quadro 5 demonstrando o modelo de desenvolvimento:

Aspectos Observados Modelo de Desenvolvimento

Ênfase no fornecedor Processo produtivo

Formas de avaliação Acompanhamento nas instalações do fornecedor

Auxilio ao fornecedor Cursos, equipamentos

Características do programa Não é obrigatório, é indicativo

Exigências A empresa consente que seus fornecedores adotem os conceitos da qualidade na medida em que estejam convencidos dos seus benefícios e da sua aplicação

Quadro 5: Desenvolvimento de Fornecedores Fonte: Martins (apud VILLARINHO, 1999) adaptado pelo pesquisador

No entender de Figueiredo e Reis (apud VILLARINHO, 1999), o desenvolvimento

está direcionado para a “redução de desperdícios ocasionados por tempo de espera, unidades

defeituosas, estoque supérfluos, movimentações desnecessárias, processamentos inúteis e

excesso de transporte”.

Para fazer o desenvolvimento dos fornecedores Merli (1994), apresenta três

classificações:

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Classe III: fornecedor normal

Classe II: fornecedor integrado (só comakership operacional)

Classe I: fornecedor comaker (comakership global/parceiros nos negócios)

É exposto na seqüência as características e formas de avaliação das três classificações:

Classificação Foco Características Avaliação Classe III Abordagem convencional

Avaliação técnica das saídas

Negociação focada em preço; Fornecimento baseado em lotes individuais a curto prazo; Inspeções sistemáticas dos recebimentos; Necessidade de estoque de segurança.

Preço; Qualidade dos produtos; Tempos de entrega; Confiabilidade das entregas

Classe II Melhoria da qualidade e Integração Operacional

Avaliação global do desempenho do fornecedor

Possibilidade de oscilação de preços com base em critérios acordados; Qualidade garantida e auto-certificação; Responsabilidade global pelo produto fornecido; Nenhuma inspeção no recebimento; Abastecimento direto no setor usuário; Fornecimentos freqüentes e em pequenos lotes; Aperfeiçoamento sistemático da qualidade; Consultoria e treinamento dos fornecedores.

Avaliação da classe III; Custos globais; Aptidão do processo; Sistemática de garantia total;Nível tecnológico; Nível dos recursos humanos;Sistema gerencial; Flexibilidade; Capacidade e tendência de melhoria.

Classe I Integração estratégica

Avaliação estratégica do fornecedor

Cooperação nos projetos de novos produtos e tecnologias; Investimentos comuns e pesquisa e desenvolvimento; Intercâmbio contínuo de informações sobre os produtos e processos.

Avaliação da classe II; Capacidade de desenvolvimento tecnológico; Coerência com as estratégias do cliente; Capacidade de negócio.

Quadro 6: Características das Classes de Desenvolvimento Fonte: Merli (1994), quadro criado pelo pesquisador.

Para o autor, a idéia deste modelo é que os fornecedores passem por estas classes de

forma crescente, ou seja, conforme for evoluindo a relação cliente-fornecedor, alguns sub-

contratados passem da classe III para as classes II e I. É possível perceber que na classe III o

relacionamento é caracterizado pela forma tradicional, ou seja, simples troca. Na classe II, o

fornecedor começa a ter envolvimento com os negócios de seus clientes e a confiança começa

a fazer parte do relacionamento. Na classe III, o fornecedor é totalmente envolvido com seu

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cliente, inclusive participa das estratégias e desenvolvimentos do mesmo, caracterizando o

conceito de parceria, no qual Merli denomina como comakership.

O sistema de avaliação de fornecedores deve ser adaptado conforme a estratégia da

empresa. Por exemplo, para sub-contratados que fornecessem matérias-primas comoddites

que agregam pouco valor no produto final, a empresa pode optar por deixá-lo na classe III. No

entanto, para matérias-primas que causam impacto significativo no custo e na qualidade do

produto final, a empresa pode buscar desenvolver o fornecedor para que o mesmo chegue na

classe I.

Segue abaixo quadro demonstrando a evolução da avaliação de fornecedores:

Nível Técnico Fatores Preço Especificações

qualitativas Desempenhoqualitativo Entregas Capabilidade

do processo

Contribuiçãoem produto

ou organização

Estratégias de negócios

e TQC

Fatores e Nível Lógico

1 Negociação X X 2 Certificação X X X 3 Desempenho

Logístico X X X X

Avaliação das saídas do

fornecedor

4 Integração Operacional X X X X X

5 Comaker 1° nível X X X X X X

Avaliação dos processos do fornecedor

6

Comaker 2° nível X X X X X X X

Avaliação global do processo cliente

fornecedor

Quadro 7: Evolução da Avaliação de Fornecedores Fonte: Merli (1994, p. 66)

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3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O trabalho em questão teve o objetivo de analisar o processo de qualificação e

avaliação de fornecedores de matéria-prima. Para fazer esta analise o pesquisador descreveu o

método já utilizado na empresa com intuito de fazer conclusões sobre o sistema e poder

sugerir e testar melhorias. Também foram realizadas pesquisas com fornecedores com a

finalidade de descrever e descobrir a forma de trabalho dos mesmos.

Com estas características o método apropriado para obter os resultados desejados foi a

pesquisa descritiva. Para os autores Roesch (1999) e Malhotra (2001), o objetivo desta

pesquisa é descrever características de determinado mercado, fenômeno ou população.

Malhotra (2001) ainda especifica a pesquisa descritiva como ideal em situações nas

quais o enunciado do problema é claro, há hipóteses especificas e necessidade de

desdobramento de informações. Com isso, confirma-se a aplicação da pesquisa descritiva,

pois houve clareza na questão problema e formulação prévia de hipóteses conforme

mencionado na questão problema.

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Para realizar o trabalho foi utilizado o método de estudo de caso, pois a pesquisa tratou

de um assunto presente, atual na empresa, proporcionando detalhado conhecimento sobre o

assunto.

Conforme Young (apud ROESH, 1999) o estudo de caso é definido da seguinte forma:

... um conjunto de dados que descrevem uma fase ou a totalidade do processo social de uma unidade, em suas várias relações internas e nas suas fixações culturais, quer seja essa unidade um pessoa, uma família, um profissional, uma instituição social, uma comunidade ou uma nação.

3.2 UNIDADE DE CASO

Como unidade caso trabalhou-se com a TFL do Brasil, especificamente no setor de

compras desta empresa. Este setor foi escolhido, pois o mesmo tem interesse de reformular o

sistema atual de avaliação de fornecedores de matéria-prima do mercado nacional. Dentro

desta proposta, fez-se necessário envolver alguns setores da TFL, e também, alguns

fornecedores.

A pesquisa foi dividida em duas partes. Primeiramente, foi realizada pesquisa interna

na TFL. Na seqüência da pesquisa interna, fornecedores foram envolvidos para conclusão da

pesquisa. A escolha destes fornecedores foi por conveniência, com base em julgamento do

pesquisador. Malhotra (2001) denomina este método de seleção como amostragem por

julgamento.

A escolha dos fornecedores que participaram do trabalho foi embasada no impacto que

as matérias-primas oferecidas causam no produto da TFL com relação a custo e quantidade na

formulação. Estas informações foram geradas através de um levantamento feito pela área de

custos, compras e planejamento e controle de produção.

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3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

O estudo de caso envolveu pesquisa dos procedimentos internos da TFL, assim como,

pesquisa externa aplicada a seus fornecedores. Para a realização deste estudo de caso

trabalhou-se com entrevista em profundidade, roteiro (APÊNDICE A), incidentes críticos,

observação do participante e documentos (APENDICE B).

É possível ainda, fazer uma divisão na coleta de dados no que tange a parte interna da

pesquisa. Um dos objetivos da pesquisa foi descrever os métodos atuais de qualificação e

avaliação de fornecedores no intuito de identificar vantagens e desvantagens dos mesmos.

Para obter estas informações foram utilizadas as seguintes técnicas: documentos, incidentes

críticos, observação do participante e entrevista em profundidade. Foram entrevistadas nesta

etapa: uma pessoa da área de compras, duas pessoas do laboratório de controle de qualidade e

uma do setor da qualidade.

Para o objetivo especifico, criar um roteiro de auditoria in loco, foi feito entrevista em

profundidade. Os setores envolvidos nas entrevistas foram: qualidade, laboratório de controle

de qualidade, compras, planejamento e controle de produção, produção, financeiro, custos,

recursos humanos, recebimento, expedição, segurança, manutenção, gerencia industrial e

financeira.

As entrevistas foram conduzidas com roteiros pré-definidos. Foi utilizada a técnica de

incidentes críticos com a finalidade de captar mais informações internas na TFL e nos

fornecedores em momentos de dificuldades ou irregularidades ocorridas dentro da empresa.

Para complementar e comprovar as informações coletadas nas técnicas anteriores foram

consultados documentos, referentes a registros feitos anteriormente, os quais trouxeram

informações pertinentes para averiguação dos dados levantados com a entrevista e incidentes

críticos.

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3.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS

Os dados coletados foram submetidos a uma análise qualitativa e quantitativa. No que

tange a analise qualitativa foi feito analise interpretativa e analise de conteúdo na analise

critica referente ao método atual de avaliação de fornecedores conforme indicada por Roesch

(1999). A análise quantitativa também foi utilizada no método de análise estatística, na qual

foi possível calcular médias, percentuais conforme exposto por Roesch (1999).

3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Apesar do estudo de caso ser um método indicado para este tipo de trabalho, o mesmo

apresentou limitações, como por exemplo, a não generalização dos resultados. No caso da

empresa ser muito diferente das demais inseridas no mesmo ramo de atividade, os resultados

obtidos podem ser equivocados.

O fato da pesquisa ser constituída por uma parte qualitativa com aplicação de

entrevista em profundidade, ela necessita de mais tempo para análise e compilação dos dados.

Devido ao fato do pesquisador ser funcionário da empresa, foram utilizadas outras

fontes de evidências, tais como, entrevistas com outras pessoas envolvidas na qualificação e

avaliação de fornecedores, e também, documentos pertinentes ao tema abordado no trabalho.

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4 O CASO TFL DO BRASIL INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A TFL do Brasil Industria Química LTDA foi fundada em 1944, com o nome de

Indústria Químico Sulriograndense LTDA. Após 24 anos a mesma foi comprada pela

empresa alemã Rohm, passando a se chamar Rohm Brasileira Indústria Química LTDA.

Além desta venda, a TFL passou por mais dois processos. Em 2001 ela foi adquirida pelo

fundo europeu de investimento Schroder Ventures – Permira. Esta transação ocasionou a

mudança da razão social da empresa para TFL do Brasil Indústria Química LTDA. E por

fim, em novembro de 2003 a TFL foi vendida para Odewald.

A TFL é a única empresa com atuação global voltada exclusivamente à indústria do

couro possuindo linha completa em todas as fases de tratamento. Atualmente a TFL possui

15 plantas em todo o mundo, sendo que, no Brasil ela possui a fábrica em São Leopoldo e

um centro de distribuição na cidade de Franca em São Paulo.

O histórico da TFL é baseado em um crescimento contínuo, pois a empresa sempre

reinvestia recursos na ampliação das instalações, solidificando e estabilizando a economia

da empresa. Para a empresa, o conceito “qualidade e melhorias” também estiveram

presentes ao longo de todos esses anos.

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A TFL é certificada pela Bureau Veritas Quality International, sendo que, ela foi

pioneira na conquista simultânea das ISO 9001 e ISO 14001 no Brasil no ramo químico. A

justificativa da empresa para esta conquista vem da cultura organizacional voltada para a

qualidade. Isto se comprova, pois, a TFL precisou fazer apenas pequenos ajustes para alcançar

este resultado. Além disso, ela também recebeu prêmios de Responsabilidade Social RS e

empresa Química do Ano.

4.1.1 Caracterização da área de estudo

A área de estudo em questão foi o setor de compras. Esta área é constituída por uma

coordenadora, duas analistas de compras, uma analista de importação e um analista de

recebimento. As analistas se comprometem a áreas especificas, ou seja, uma é responsável

pela compra de material produtivo (matéria-prima e embalagem utilizada na produção) e

transporte, a outra por material de consumo (material de escritório, laboratório,

informática, segurança e manutenção) e demais serviços. Já a analista de importação é

responsável pela importação de material produtivo e de consumo e o analista de

recebimento, pelo fluxo interno dos materiais comprados, desde o recebimento até o

armazenamento do mesmo.

No escopo da TFL do Brasil, a área de compras tem como responsabilidade suprir as

necessidades internas da empresa ao que tange compra de materiais e contratação de

serviços. Atrelado a isso, se tem como objetivo fazer negociações que beneficiem

qualitativamente e monetariamente a organização, a aproximação com fornecedores para

promover melhores negócios, buscar novas fontes de suprimentos, qualificar e avaliar

fornecedores com intuito de buscar permanentemente a qualidade para a TFL.

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Dentre as atividades da área, o presente estudo tem como cenário a qualificação e

avaliação de fornecedores de matéria-prima,pois atualmente este setor é responsável pela

administração destes dois métodos. Conforme mencionado anteriormente, a TFL necessita

aprimorar seus métodos de trabalho para fazer com que a qualificação e avaliação de

fornecedores adicione valor para ela.

4.2 QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES NA TFL DO BRASIL

A TFL julga-se uma empresa direcionada para a qualidade e este conceito é estendido

tanto para seus clientes, quanto para seus fornecedores. Sendo o foco deste trabalho a questão

fornecedor, foi tratado aqui especificamente a preocupação da TFL em relação a busca da

qualidade nos sub-contratados.

A TFL busca a qualidade nos seus fornecedores, pois entende que para obter um bom

resultado no seu cliente é preciso monitorar seus processos internos, e também, seus

fornecedores. Para buscar a qualidade nos sub-contratados a empresa possui um procedimento

de qualificação e avaliação implantado na empresa desde 2001.

O procedimento de qualificação de fornecedores da empresa é baseado em dois

pilares, sendo estes, qualificação de matéria-prima e qualificação ambiental. Com este

processo aprovado, o fornecedor passa a fazer parte da cadeia de fornecedores da TFL e em

conseqüência disso é aplicado o procedimento de avaliação de fornecedores. Este

procedimento tem como objetivo avaliar os fornecimentos dos sub-contratados com intuito de

averiguar a qualidade dos mesmos.

Na visão TFL, o procedimento de qualificação é direcionado exclusivamente a

fornecedores novos. Mas cabe dizer aqui, que em 2001 ela aplicou o procedimento em todos

os fornecedores já existentes com intuito de padronizar a qualificação de fornecedores.

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Atualmente a qualificação de fornecedores é usada quando surge a necessidade de

compras buscar novas fontes de suprimentos. Esta necessidade provém das seguintes

situações: o fornecedor (ou fornecedores) atual não está atendendo as necessidades da

empresa, a entrada de novas matérias-primas que não façam parte da gama de produtos dos

fornecedores atuais, a necessidade de ter mais opções de fornecimento, a falta de produto do

fornecedor atual e a busca por um custo mais baixo.

A seqüência deste trabalho é a avaliação de fornecedores. Esta avaliação é baseada no

histórico de fornecimento e tem como objetivo conceituar o sub-contratado com relação a sua

qualidade comercial, ambiental e da matéria-prima. A TFL é constituída por 114 fornecedores

ativos no mercado nacional, considerando o histórico de fornecimento de 2005, sendo que,

40% são fabricantes e 60% são distribuidores. O sistema de avaliação é aplicado a todos eles a

partir do primeiro fornecimento e o seu conceito é obtido ao final de cada período da

avaliação.

Na seqüência desta pesquisa é apresentado como funciona o método de qualificação e

avaliação de fornecedores de matéria-prima no mercado nacional da TFL do Brasil.

4.2.1 Qualificação de fornecedores

O processo de qualificação de fornecedores da TFL é conduzido pela área de compras,

pois a mesma é responsável pelo contato com as fontes de suprimentos, assim como, a

negociação com as mesmas. Dentro deste processo há também, a participação do laboratório

de qualidade (LCQ), doravante será chamado de LCQ e pesquisa e aplicação (P&A), que será

citado no restante do trabalho como P&A.

Na realidade TFL, qualificar fornecedor é estabelecer pré-requisitos e condições, nos

quais os sub-contratados devem atender satisfatoriamente. Com base nisto, a TFL qualifica

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seus fornecedores através de dois critérios: qualidade de matéria-prima e ambiental. Com

relação ao critério de qualidade de matéria-prima, o fornecedor é qualificado por produto. Ou

seja, se o fornecedor ofertar outro produto para a TFL, ele terá que enviar amostra para teste,

sendo assim, conclui-se que o fornecedor pode ser aprovado para uma matéria-prima, mas

para outra não. Referente a questão ambiental, a mesma é feita por instalação física do

fornecedor, portanto, se a empresa possui filiais, ela será qualificada em todas as unidades.

Paralelo a isso, o custo da matéria-prima também é considerada neste processo inicial,

no entanto, não influi na aprovação ou reprovação do fornecedor. O custo serve de parâmetro

para escolher de qual fornecedor solicitar a amostra. Além disso, ele á analisado para verificar

a viabilidade da formulação do produto acabado da TFL com relação ao custo. Ou seja, o

fornecedor pode ser aprovado tecnicamente e ambientalmente, mas seu material não ser

utilizado devido ao custo ser considerado alto.

4.2.1.1 Qualificação da matéria-prima

Na sistemática existente na empresa, fica sob responsabilidade da área de compras

fazer o contato com o fornecedor solicitando a amostra, e também, documentos pertinentes a

análise da matéria-prima. Esta documentação é composta pela ficha de segurança de produto

químico, boletim técnico e laudo de análise. Assim que a amostra chega na TFL é verificado a

documentação enviada pelo fornecedor e é preenchido o formulário de Requisição de

Amostra e Teste de Matéria-Prima (RATMP) demonstrado no anexo A. Este formulário é o

controle interno das amostras, no qual identifica a amostra recebida e fornecedor. A próxima

etapa é enviar a RATMP juntamente com a amostra para análise.

Os setores responsáveis pelo critério qualidade de matéria-prima são P&A e LCQ,

logo, a amostra é encaminhada a estes setores para análise. Apesar de P&A e LCQ serem

responsáveis pela aprovação da amostra, suas tarefas são divididas da seguinte forma: quando

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há necessidade de aprovar uma amostra de uma matéria-prima nova, a mesma é enviada para

P&A; quando a amostra é um contra-tipo de alguma matéria-prima já utilizada pela TFL, a

mesma é enviada para o LCQ.

Em alguns casos, para se ter aprovação da matéria-prima, faz-se necessário um teste

piloto em produção. Nestes casos a área de compras solicita uma amostra maior ou efetua a

compra da quantidade necessária para a realização do teste. Exceto a compra para teste piloto,

o setor de compras somente poderá comprar a matéria-prima, após receber a cópia da RATMP

com a respectiva aprovação.

A partir do momento que compras recebe a RATMP o setor comunica ao fornecedor o

resultado da amostra. Caso ela seja aprovada, considera-se o fornecedor qualificado, no caso

de reprovação, considera-se o fornecedor desqualificado para fornecer a matéria-prima.

O documento de RATMP é arquivado na pasta de amostra de matérias-primas para

controle da área de compras independente de seu resultado.

4.2.1.2 Qualificação Ambiental

O fornecedor será qualificado se apresentar evidências de que o órgão ambiental

referente a cada Estado estiver ciente das atividades e processos da empresa. Esta

comprovação se dá através do envio da Licença de Operação se o fornecedor estiver no Rio

Grande do Sul ou Licença de Funcionamento ou Instalação se o fornecedor estiver em outro

Estado.

No procedimento da TFL consta que o critério qualidade da matéria-prima é o item

principal a ser considerado no processo de qualificação, contudo, se o fornecedor não for

aprovado no quesito ambiental, o mesmo é desqualificado. Ou seja, a amostra da empresa

pode atender as necessidades da TFL, mas se a empresa não comprovar que está operando

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com o conhecimento do órgão ambiental de seu estado, a mesma não poderá fornecer à TFL

até regularizar a situação.

4.2.1.3 Responsabilidades referente a qualificação de Fornecedores atribuídas à P&A, LCQ e

Compras

a) Compete à P&A e LCQ: Aprovar ou reprovar a matéria-prima analisada / testada, requisitar

teste piloto de produção, devolver a área de suprimentos a cópia da RATMP devidamente

preenchida com a especificação físico – química desejada pela TFL, autorizar suprimentos

a efetuar compra e manter arquivo da primeira via do formulário de RATMP.

b) Compete a Compras: fazer contato com fornecedores, solicitar amostra, cópia da

documentação pertinente a qualificação e manter arquivo da mesma, manter os registros do

processo de amostra na pasta de amostra de matéria-prima, manter arquivo da segunda via do

formulário de RATMP, cadastrar o fornecedor e matéria-prima qualificada no sistema SAP,

mediar os processos de ajustes de matéria-prima entre fornecedor e a TFL caso seja

necessário e informar o fornecedor o resultado dos testes e especificações desejadas pela TFL.

Para um melhor entendimento do processo de qualificação, apresenta-se na

seqüência um fluxograma:

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Figura 4: Processo de Qualificação de Fornecedores da TFL Fonte: Fluxograma elaborado pelo pesquisador

Necessidade de amostra Compras verifica fornecedores potenciais

Compras solicita cotações e documentos pertinentes a qualificação e analisa as mesmas

Início

Documentação ok

Não Fornecedor não poderá enviar amostra até regularizar a situação

Sim

Compras solicita amostra

A amostra é contra-

tipo Sim

Não é nova

Amostra encaminhada para o LCQ

Fim

Amostra enviada para P&A Amostra é testada

Compras recebe resultado e informa o

fornecedor Amostra é aprovada Não

Sim

Fornecedor não está apto a fornecedor a

TFL

Fornecedor está apto a fornecer a TFL

Fim

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4.2.2 Avaliação de Fornecedores

A ferramenta Avaliação de Fornecedores é utilizada pelas empresas para avaliar a

capacidade do fornecedor disponibilizar determinado produto, serviço ou processo nas

condições desejadas pela empresa compradora. Fica a critério de cada empresa, estabelecer o

período necessário a esta avaliação. Para a TFL, o tempo considerado necessário para efetuar

a avaliação é de um ano.

A avaliação dos sub-contratados da TFL é feita com base nos recebimentos dentro do

período de um ano. Logo, os critérios da avaliação são inspecionados a cada entrega do

fornecedor, sendo que, o registro é baseado pelas não conformidades ocorridas. Esta inspeção

é dividida entre os setores de compras, recebimento e LCQ.

A TFL é certificada pela ISO 9001 e 14001, por este motivo, a avaliação da TFL

engloba critérios comerciais e de qualidade da matéria-prima em conseqüência da 9001, e

critérios ambientais por causa da 14001, sendo o item de maior peso a qualidade da matéria-

prima.

Com relação ao critério qualidade, o fornecedor é avaliado por matéria-prima. Sendo

assim, se o sub-contratado fornece três insumos diferentes ele será avaliado três vezes.

4.2.2.1 Avaliação referente a quesitos comerciais e de qualidade de matéria-prima

Esta avaliação é efetuada anualmente com base no histórico de fornecimento através

de formulário específico conforme anexo B. Cada fornecedor recebe uma nota de zero a dez,

conforme o seu desempenho em relação aos critérios estabelecidos pela TFL. Os itens da

avaliação que servem como parâmetro são: pontualidade, condições de chegada da carga,

políticas de preço e prazo de pagamento, organização documental, feedback, administração de

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problemas, laudo de análise e qualidade. Estão descritos a seguir os itens aos quais os

fornecedores são avaliados, sendo que, suas fórmulas estão demonstradas no anexo B.

a) Pontualidade: É o cumprimento do prazo de entrega e da quantidade acordada entre as

partes oficializado na emissão do pedido. O prazo de entrega é avaliado pela data

efetiva de entrada do produto no almoxarifado da fábrica. Este item corresponde a

14% da nota do fornecedor.Os atrasos causados por acidentes no trânsito ou

equipamento ou devido a fenômenos da natureza são relevados quando justificados

pelo fornecedor.

b) Condições de chegada da carga: Este item é avaliado mediante inspeção da condição

física da carga no momento de chegada na TFL, sendo o responsável por esta

averiguação, o analista de recebimento. Quando o frete é de responsabilidade do

fornecedor, a reclamação é feita para o mesmo. No caso do frete ser responsabilidade

da TFL, a reclamação é feita para a transportadora contratada, no caso de ser

constatado problemas no transporte. Do contrário, a reclamação é feita ao fornecedor.

Este item corresponde a 4% da nota.

c) Política de preços e prazos de pagamento: É o cumprimento das condições de venda

acordadas entre a TFL do Brasil e o fornecedor no momento da negociação e

colocação de pedido. Este quesito é avaliado através da conferência das notas fiscais

emitidas pelo fornecedor. Este item corresponde a 4%.

d) Organização documental: Este item engloba o envio da nota fiscal, envelope com ficha

de emergência do produto e laudo de análise, pesando 4% na nota. Faz-se necessário

explicar as particularidades relevantes a cada documento para que não ocorra desconto

na nota do fornecedor:

• Nota Fiscal: ela deve estar devidamente preenchida com valores corretos referente a

preço, prazo de pagamento, alíquota de ICMS e IPI;

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• Ficha de Emergência: neste documento constam informações relevantes sobre a matéria-

prima no caso de acidentes, isto serve tanto para o transporte quanto para um

derramamento dentro da TF;

• Laudo de Análise: Referente a este documento, é analisado se o mesmo, foi enviado

juntamente com a nota fiscal e se consta o número do lote da matéria-prima enviada, a

data de fabricação e a validade;

e) Feedback: É o acompanhamento feito pelo fornecedor desde a colocação do pedido, até

a chegada da carga na TFL do Brasil. Ou seja, a pró-atividade do fornecedor em

relação aos pedidos colocados pela TFL, por exemplo, a comunicação de algum atraso

no pedido em tempo hábil para a TFL ter outras alternativas. Este item corresponde a

4% da nota, sendo os valores da pontuação: 10 – Bom; 5 – Satisfatório; 0 –

Insatisfatório.

f) Administração de problemas: É a forma como o fornecedor responde e resolve

problemas. Este item corresponde a 10% da nota, utilizando a seguinte pontuação: 10

– fornecedor empenhado, ágil e eficaz; 5 – fornecedor lento na resolução do problema;

2.5 – fornecedor pouco empenhado na resolução; 0 – fornecedor não se envolve no

problema.

g) Laudo de analise: É o documento que reporta o resultado das análises físico-químicas

do lote da matéria-prima enviada para a TFL do Brasil. Este item é avaliado pelo

LCQ, sendo que, quem controla a pontuação é compras e a forma utilizada de

comunicação entre compras e LCQ é correio eletrônico. Este item corresponde a 15%

da nota.

h) Qualidade: O LCQ possui as especificações detalhadamente de cada matéria-prima e

com base nisto, é considerado matéria-prima qualificada, aquela que atende

integralmente a estas especificações. Em caso de desacordo, o LCQ emite um

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documento de registro de não conformidade via correio eletrônico para compras ter

conhecimento da inconformidade e entrar em contato com o fornecedor. Este item

corresponde a 45% da nota, sendo utilizada a seguinte pontuação: 10 – aprovada; 5 –

aprovada com restrição; 0 – reprovada.

4.2.2.1.1 Responsabilidades referente a Avaliação de Fornecedores atribuídas aos setores

envolvidos

A área responsável pelo registro, compilação, controle e arquivo dos dados da

avaliação de fornecedores é compras, entretanto, a inspeção a cada recebimento é dividida

entre o setor de recebimento, LCQ e compras.

a) Compete a área de recebimento o item condições de chegada da carga com as

seguintes responsabilidades: Inspecionar o acondicionamento da carga no caminhão,

inspecionar se houve alguma avaria na embalagem e comunicar compras caso aja

alguma irregularidade detectada no recebimento.

b) Compete ao LCQ os itens referente ao laudo de análise e qualidade, com as seguintes

responsabilidades: Fazer a análise da matéria-prima (quando necessário) verificando a

qualidade, verificar se as especificações exigidas pela TFL constam no laudo e

comunicar a área de compras caso aja alguma irregularidade detectada na análise ou

no laudo da matéria-prima.

c) Compete a área de compras os itens pontualidade, política de preços e prazo de

pagamento, organização documental, feedback e administração de problemas, com as

seguintes responsabilidades: Fazer a inspeção pertinente a cada item citado acima,

entrar em contato com o fornecedor caso aja alguma não conformidade referente aos

itens da avaliação de fornecedores. Isto tem validade, não somente aos itens que estão

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sob sua responsabilidade de inspeção, mas também, os do recebimento e LCQ. Além

disso, dar feedback a área que identificou a não conformidade, controlar o desconto

da pontuação do fornecedor em caso de não conformidades, fazer a avaliação anual

dos fornecedores e passá-la para o LCQ.

O formulário (anexo B) utilizado para fazer a avaliação anual de fornecedores, é

constituído com as fórmulas. Sendo assim, é necessário apenas colocar o número de

ocorrências não conformes, pois devido as fórmulas existentes, as notas se ajustam

automaticamente.

4.2.2.2 Avaliação referente ao quesito ambiental

O fornecedor é avaliado através de questionário conforme anexo C, onde cada item

tem uma pontuação pré-definida, totalizando 100 pontos. Este questionário é enviado ao

fornecedor a cada 3 anos, desta forma, a nota vale para todas as avaliações feitas neste

período. Uma vez apurada a pontuação do fornecedor, multiplica-se a nota por 0,1, obtendo-se

uma nota de zero a dez. Se o fornecedor for signatário do programa de Atuação Responsável

ou é certificado pela ISO 14001, fica dispensado de responder o questionário e recebe nota

máxima no quesito ambiental.

4.2.2.3 Resultado final da avaliação dos fornecedores

Conforme demonstrado nos itens acima, a nota final da avaliação dos fornecedores é

obtida através de critérios baseados em quesitos comerciais e na qualidade da matéria-prima,

e também, no quesito ambiental da empresa.

Para se ter o resultado final se utiliza a seguinte fórmula:

Nota Final = avaliação comercial e qualidade + avaliação ambiental/dois

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4.2.2.4 Pontuação e Classificação de Fornecedores

Com o fechamento da nota das avaliações (comercial, qualidade e ambiental) compras

obtém a pontuação do fornecedor podendo assim, enquadrá-lo nos conceitos de classificação

abaixo:

Quadro 8 : Classificação de Fornecedores da TFL Fonte: Instrução de trabalho da TFL.

Após a conclusão do conceito do fornecedor, compras tem a incumbência de informar

ao sub-contratado seu conceito caso ocorra alguma alteração.

Os fornecedores que possuem conceito excelente sofrem analise no LCQ a cada oito

recebimentos.

4.3 ANÁLISE CRÍTICA DO MÉTODO ATUAL DE QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO

DE FORNECEDORES DA TFL

A TFL é uma empresa certificada pela ISO 9001 e 14001, em conseqüência disso,

a mesma possui um sistema de qualidade implantado na empresa. Este sistema, nada mais é

do que uma ferramenta que tem como objetivo garantir a qualidade da empresa. Contudo,

nota-se que a TFL poderia se aprofundar e explorar mais os métodos de qualificação e

avaliação. Veremos a seguir que a TFL trabalha com poucos parâmetros para a qualificação e

NOTA CONCEITO

De 8,6 a 10 Excelente

De 6,1 a 8,5 Bom

De 4,1 a 6 Regular

Inferior a 4 Fraco

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avaliação de seus parceiros. Além disso, é possível fazer ressalvas ao método de controle dos

registros utilizados atualmente e, até mesmo, a avaliação propriamente dita.

4.3.1 Qualificação de fornecedores

Para qualificar um fornecedor na TFL são analisadas a questão ambiental e a

especificação físico-química da matéria-prima através de amostra. Para a TFL o processo de

qualificação se resume a estes critérios e ela o julga como sendo um processo rápido e

satisfatório. Mas ele não assegura qualificação com relação à política e a forma de trabalhar

do fornecedor. A etapa de qualificação poderia ter mais critérios, como por exemplo, os

critérios do método de classificação sugerido por Arnold (1999).

Mediante a analise feita, verificou-se que a TFL utiliza poucos critérios para

qualificar o seu sub-contratado, inclusive é possível caracterizar a relação cliente-fornecedor

como transacional, ou seja, a simples troca de dinheiro versus trabalho. A TFL não está

baseada no relacionamento mútuo conforme os autores Baily et al (2000). Este

relacionamento tende a buscar confiança e beneficio para ambas empresas e não apenas o

menor custo. Conforme os autores, o relacionamento transacional não pode ser considerado

errado, mas ele não deve ser base para a relação da companhia com todas as empresas que

trabalham com ela.

4.3.2 Avaliação de fornecedores

Um sistema de avaliação de avaliação de fornecedores serve para gerenciar o

atendimento do sub-contratado com relação a qualidade do produto, serviço e processo, com

intuito de buscar a qualidade para ambas empresas. Este gerenciamento se dá a partir do

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controle, monitoramento e analise do desempenho do fornecedor. Isto pode ser baseado no

histórico de fornecimento e/ou em vista in loco na empresa ofertante.

Ter um sistema de avaliação confiável que proporcione informações relevantes e

fidedignas sobre o desempenho dos fornecedores é essencial para a empresa ter um bom

resultado no processo de avaliação. Logo, a empresa necessita ter uma ferramenta prática e

eficaz, critérios e pontuações coerentes, um procedimento de controle eficiente e

comprometimento da organização e do fornecedor.

O processo de avaliação de fornecedores está direcionado a buscar a qualidade no sub-

contratado e conseqüentemente na empresa compradora, pois se o fornecedor conseguir fazer

melhorias, automaticamente seu cliente se beneficiará com isso também. Paralelo a isso, a

avaliação pode beneficiar a empresa com relação a redução de custos, agilidade no processo,

redução de re-trabalhos causados pela má qualidade, aumentar a confiabilidade do fornecedor

e incentivar melhorias continuas.

Com base no sistema da TFL, a avaliação pode propiciar redução de custos com

analise de matéria-prima, pois fornecedores excelentes não sofrem analise no recebimento.

Em conseqüência, o processo de liberação da matéria-prima para a produção é mais ágil. Isto

pode ocasionar em compras mais freqüentes com quantidades menores, reduzindo assim,

custo de estoque de matéria-prima.

A lógica, a finalidade da avaliação de fornecedores vai de encontro com o modelo de

relacionamento mútuo mencionado por Baily et al (2000). Este relacionamento é baseado na

parceria de suprimentos. Esta parceria prega o trabalho em conjunto administrando a

qualidade com base na franqueza e confiança. Sendo a avaliação de fornecedores um meio de

detectar pontos fortes e fracos com relação a qualidade no fornecedor com intuito de haver

troca de informações buscando melhorias, a avaliação está de acordo com o modelo de

relacionamento mútuo.

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A TFL julga-se uma empresa que zela pela qualidade e com o tempo ela foi efetuando

algumas modificações com o intuito de buscar a qualidade continuamente. Isto é perceptível

através do sistema de avaliação de fornecedores que engloba critérios comerciais, técnicos e

ambientais. Apesar disto, é possível detectar lacunas no método atual de avaliação de

fornecedores da TFL. Para um melhor entendimento dos problemas identificados, criou-se

uma categorização com relação a eles conforme segue: forma de comunicação e registro,

estrutura do sistema, período da avaliação, pontuação, abrangência da avaliação e falta de

comprometimento interno da TFL.

a) Forma de comunicação e registros da avaliação:

As comunicações das não-conformidades deveriam ser obrigatoriamente por e-mail,

no entanto, acontecem situações em que a comunicação se dá por telefone. Desta forma a não-

conformidade não é formalizada, logo, parte do histórico de ocorrência é perdido.

Oficialmente, o correio eletrônico é o meio de ligação com a área de compras para informar as

irregularidades, contudo, o setor de compras não tem uma pasta eletrônica para arquivar os e-

mails recebidos. Devido a isso, no momento da avaliação anual, o setor de compras faz um

levantamento dos e-mails recebidos do LCQ e do recebimento para fazer o levantamento das

não-conformidades ocorridas no período. O mesmo ocorre para problemas detectados quando

a matéria-prima já está na área produtiva. As ocorrências são tratadas, mas não são

computadas na avaliação.

Conforme visto, compras é responsável pelo input de dados da avaliação, sendo assim,

o setor tem acesso ao formulário de avaliação diariamente. Desta forma é possível fazer os

registros automaticamente no momento em que as não-conformidades chegam a seu

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conhecimento, mas isto não é feito e mais uma vez obtêm-se como resultado, falhas no

histórico das ocorrências anormais causadas pelos fornecedores.

As falhas no registro da avaliação provém da forma como foi estipulado seu método

de registro. Foi possível constatar isto, pois o procedimento de avaliação de fornecedores não

determina que os registros das não-conformidades devem ser feitos no momento de sua

incidência. Na instrução de trabalho diz apenas que as não-conformidades devem ser levadas

em consideração na avaliação anual. Isto justifica o por quê de compras não ter como regra

fazer os registros simultaneamente a sua ocorrência. Esta lacuna no processo causa grande

parte das distorções nos conceitos dos fornecedores, pois o procedimento não exige input de

dados em período mais curto ao da avaliação anual.

Além dos apontamentos feitos, constatou-se que há poucos registros das não-

conformidades. Em geral, o feeling da área de compras é usado na hora de fazer a atualização

da avaliação anual de fornecedores. Este processo demonstra que a avaliação é subjetiva, pois

nem todos os acontecimentos do período são quantificados, logo, o conceito final do

fornecedor pode não estar de acordo com a realidade.

É fato que estas falhas detectadas na comunicação e registro causam distorções nos

conceitos dos sub-contratados. Isto pode ser comprovado com os quesitos qualidade e laudo,

no qual fazem parte da avaliação da TFL e são de responsabilidade do LCQ. Mesmo sendo

responsabilidade deste setor, as informações pertinentes a estes quesitos devem ser enviadas a

compras para que se faça o registro das mesmas. Observou-se que a maioria das não-

conformidades que chegam ao conhecimento de compras é de natureza grave. Consideram-se

inconformidades graves problemas nas matérias-primas que causam sua devolução ou laudos

de analise nos quais não constem nenhumas das especificações exigidas pela TFL. Falhas

menores são relevadas e não são encaminhadas para compras, conseqüentemente, não são

inseridas na avaliação do fornecedor.

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Como fruto destas falhas, a empresa enfrenta situações como, por exemplo,

fornecedores com conceito excelente, nos quais não sofrem analise no recebimento, enviando

laudos com especificações incompletas para a TFL. Como resultado, o LCQ acaba analisando

a matéria-prima para se assegurar que a especificação exigida está sendo cumprida pelo

fornecedor. Apesar da não-conformidade não ser grave, nota-se que a avaliação não é eficaz,

pois um fornecedor excelente não poderia cometer erros básicos como este. Além da empresa

conviver com a insegurança na qualidade da matéria-prima, ocorrem gastos com analises que

poderiam ser evitados se a avaliação fosse eficaz.

b) Estrutura da avaliação

A TFL faz sua avaliação de fornecedores por matéria-prima e este método é lógico

para o quesito qualidade do material enviado. No entanto, ao que tange a questão comercial e

ambiental este modelo contribui pouco, pois em casos nos quais os sub-contratados fornecem

mais de um tipo de matéria-prima, o fornecedor acaba ficando com conceitos diferentes.

Nota-se com isso, que a avaliação da TFL não consegue ter um conceito definido para cada

fornecedor, a avaliação serve para conceituar se a matéria-prima tem conceito excelente, bom,

etc e não os fornecedores propriamente ditos.

Para a área de compras, na qual é responsável pela avaliação comercial, não importa se

o fornecedor atrasou a entrega da matéria-prima A ou B, o que é relevante é registrar que o

fornecedor atrasou a entrega e será demeritado por isso.

Outra questão que dificulta o andamento do modelo atual de avaliação é o fato do

método ser totalmente manual. O sistema de avaliação não faz interface com o sistema SAP

utilizado por compras e nem com o Calli, utilizado no LCQ. Como a avaliação é baseada no

número de recebimentos, é necessário fazer o levantamento das entradas das matérias-primas

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individualmente. Isto leva tempo e é passível de erro porque compras necessita fazer a

contagem manualmente e separar por fornecedor quando necessário,sendo o próximo passo,

transcrever os dados encontrados para o formulário de avaliação anual.

Trabalhar com o formulário é outro fator limitante, pois ele deixa a avaliação como um

simples dado. Esta estrutura apresenta falta de praticidade, pois os formulários são arquivados

em planilhas individuais em uma pasta eletrônica. Então, para a empresa saber o percentual de

fornecedores que entregaram com atraso, percentual de fornecedores que apresentaram

problemas de qualidade de matéria-prima ou laudo, o setor de compras necessita entrar em

cada formulário e fazer anotações e cálculos paralelos para obter este resultado.

Esta estrutura dificulta a transformação dos dados da avaliação em informação

relevante para a empresa. Observe que os resultados destes percentuais são o que

mensurariam a qualidade do fornecedor que trabalha com a TFL. É em cima destes dados,

desta quantificação que a TFL visualizaria a eficiência e eficácia efetiva do seu método de

avaliação. Além disso, são estas informações que fariam a TFL enxergar os pontos a serem

melhorados e garantir a qualidade desde o inicio do processo. Mas, devido a dificuldade de se

obter estes números isto não acontece na empresa.

Cada organização define o tempo que julga suficiente para avaliar seus fornecedores,

mas independente do período a empresa deve buscar acompanhar o desempenho do

fornecedor, se os seu objetivo é buscar a qualidade continuamente. Para a TFL o tempo

considerado eficaz para fazer a avaliação é a cada 12 meses, no entanto sua avaliação não

contempla fazer o acompanhamento do desempenho (mensal, trimestral, semestral) de seus

sub-contratados.

No método atual, as não conformidades são tratadas por compras no momento de sua

identificação, mas elas sofrem input e são quantificadas apenas na avaliação anual, ou seja,

uma vez ao ano. Este modelo possibilita que o fornecedor cometa erros novamente durante o

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período, pois não há dados quantitativos que o force a se empenhar e fazer melhorias. Isto

ocorre, pois a estrutura atual não permite fazer esta quantificação já que os registros são feitos

uma vez ao ano.

c) Pontuação da Avaliação

A TFL considera o quesito qualidade da matéria-prima o fator mais importante a ser

avaliado, tanto que, 60% da pontuação da avaliação incide sobre este quesito e 40% na parte

comercial. Esta divisão é plausível baseando-se que a matéria-prima é algo que impacta

diretamente no negócio da TFL e na busca do reconhecimento do mercado pela qualidade dos

seus produtos.

Esta divisão da pontuação atende a necessidade de garantir ênfase na qualidade da

matéria-prima, no entanto, o demérito de cada quesito não apresenta a mesma garantia. É

possível fazer ressalvas ao modelo vigente na empresa.

A primeira observação é direcionada para os quesitos pontualidade, condições de

chegada da carga, política de preços e prazos de pagamento, organização documental e laudo

de analise. Estes quesitos são alimentados conforme a incidência de erros, contudo, não há um

peso atribuído para cada ocorrência. Por exemplo, para cada erro cometido, será descontado

dois pontos do fornecedor em determinado quesito. Em conseqüência da não utilização de

peso nas incidências, o demérito causa pouco impacto na nota do fornecedor.

A segunda observação se aplica aos quesitos feedback, qualidade e administração de

problemas. Faz-se necessário comentar os itens separadamente. Com relação a feedback e

administração de problemas a pontuação é insuficiente perante as possibilidades que podem

ocorrer. Esta pontuação apresenta inflexibilidade, pois não trabalha com intervalos e sim com

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valores fixos com conceitos ligados a eles. Inclusive a relação de valores e conceitos não

apresenta uma lógica coerente e padronizada nos quesitos avaliados.

No feedback a pontuação 10 equivale a bom, mas uma nota 10 expressa que não há

falhas, mas o conceito bom não dá o mesmo sentido. Também ocorre, diferença entre a

pontuação mais alta (10) e a segunda (5). Poderia haver uma nota e conceito intermediário

entre 10 e cinco, pois há situações que não estão cobertas no sistema de pontuação atual. Para

exemplificar, poderia se ter uma nota sete no quesito administração de problemas no qual

caracterizaria que o fornecedor se envolve no problema, não é ágil, contudo é eficaz.

No que tange o quesito qualidade, a incoerência da pontuação é maior. As opções da

pontuação são: 10-aprovado; 5-aprovado com restrição; 0-reprovado. Conforme o

procedimento da TFL os fornecedores são avaliados por recebimento de matérias-primas e as

respectivas incidências de erro, logo, esta pontuação não pode ser aplicada no formulário. Isto

se explica da seguinte forma: um fornecedor envia 10 vezes a matéria-prima para a TFL.

Destas 10 vezes, seis foram aprovadas, duas foram aprovadas com restrição e uma foi

reprovada e devolvida ao fornecedor.

Com base nas opções de pontuação oferecidas pelo sistema, não é possível pontuar

este quesito, conforme demonstrado no formulário (ANEXO B) a qualidade é abrangente

tendo como peso total 45% da nota. Não há divisão desta pontuação para se aplicar os valores

10, cinco e zero. Em casos como este a área de compras pontua com base na situação de

maior incidência no período.

Outro ponto questionável é a escala dos conceitos dos fornecedores, como por

exemplo, o conceito excelente. Este conceito abrange as notas de 8,6 a 10. Levando em

consideração que excelente é o conceito máximo da TFL se subentende que somente os

fornecedores que causaram não-conformidades próximo a zero são realmente excelentes.

Nestas condições, esta escala é incoerente, pois conforme visto, há muitos fornecedores que

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cometeram várias falhas durante o ano e apesar disto estão com conceito excelente devido a

abrangência da escala.

Para um melhor entendimento do problema da pontuação, segue um formulário para

exemplificar a situação. Entre parênteses está o peso atribuído a cada quesito:

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS

Observações

Data Inicial: 1-abr-04 Data Final: 31-mar-05 Fornecedor: W1W1W1 Matéria-prima: B1B1 Nome comercial: B1B1 Nº de recebimentos no período: 14 Pontualidade (1,5) 1.33 nº atrasos 7

O fornecedor teve 50% de atraso e seu demérito não chegou a 50% na nota.

Condições de chegada da carga (0,40) 0.40 nº entregas não conformes 0 Política de preços e prazos de pagamento (0,40) 0.39 nº divergências 2

Ele cometeu dois erros e seu demérito não impactou mais que 0.01% na nota.

Organização documental (0,40) 0.39 nº erros 2

Ele cometeu dois erros e seu demérito não impactou mais que 0.01% na nota.

Feedback (0,40) 0.20

pontuação 5

Inflexibilidade na pontuação. Cinco é considerado satisfatório, mas numa escala de um a 10 equivale a 50%. Seguindo esta lógica, um fornecedor com um bom feedback não deve ter apenas nota cinco. Mas, também não deve ganhar um 10, pois não é excelente.

Laudo de análise (1,5) 1.45

nº de não conformidades 5

Ele cometeu cinco erros e seu demérito não impactou na nota. Note que, cinco erros equivalem a 35% dos recebimentos do fornecedor com não conformidades.

Qualidade (4,5) 2.25

Pontuação 5

Na fórmula, cinco representa entregas com restrição. Mas das 14 entregas, uma foi devolvida e três foram liberadas com restrição. Se este formulário fosse utilizado a cada recebimento, seria possível usar esta pontuação. No entanto ele é anual, desta forma a pontuação é incoerente, pois não tem como registrar as não-conformidades da devolução e da liberação com restrição. O quesito qualidade deveria ter estes dois itens abertos para fazer estes registros.

Administração de problemas (0,40) 0.25 pontuação 2,5 Questionário 7.6 pontuação 76 Nota Final: 7.133 Conceito: BOM

Quadro 9 : Formulário de Avaliação de Fornecedores De Matéria-Prima Fonte: Instrução de Trabalho da TFL, adaptado pelo pesquisador.

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d) Abrangência da Avaliação

Ao longo do trabalho foi citado que a TFL deve buscar a garantia de qualidade desde o

início do processo, ou seja, no fornecedor. A TFL atualmente se certifica da qualidade no

início do processo dentro da sua fábrica. Nota-se que a avaliação de fornecedores da TFL se

resume a registros internos, entretanto, este conceito de buscar a qualidade no fornecedor

exige maior profundidade. A TFL deveria analisar o processo interno do seu fornecedor com

visita in loco conforme sugerido por Dias (1993), Yoshinaga (1993), Ishikawa (1995),

Arnold (1999) e Baily (2000).

A TFL hoje está restrita em analisar em profundidade apenas a qualidade do produto

fornecido pelo sub-contratado. Mas, não se deve analisar a qualidade isoladamente, é preciso

levar em consideração, por exemplo, o custo, a capacidade produtiva, a capacidade pessoal,

resíduos e imperfeições do processo do fornecedor como um todo (ISHIKAWA 1995). Com

base nesta avaliação, a TFL poderia buscar desenvolver os fornecedores que são estratégicos e

causam impacto no seu negócio.

e) Envolvimento cliente-fornecedor no processo de avaliação

O objetivo da avaliação de fornecedores é buscar a qualidade para a empresa desde o

início do processo. Isto pode ser atingido através do levantamento e acompanhamento do

desempenho do fornecedor. A finalidade deste acompanhamento de desempenho é verificar

pontos fortes e fracos do fornecedor com intuito de buscar melhorias ou manter a qualidade

atual desejada pelo cliente.

Yoshinaga (1993) e Ishikawa (1995) mencionam que para alcançar o sucesso no

processo de avaliação é necessário o envolvimento tanto do cliente, quanto, do fornecedor.

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Todavia, na TFL o fornecedor não é envolvido no processo de avaliação, pois o sub-

contratado é informado das suas não-conformidades de forma pontual com intuito de fazer o

fornecedor resolver o problema gerado em momento especifico.

Apesar de constar no procedimento da TFL dar feedback do resultado da avaliação ao

fornecedor, isto não é feito formalmente para todos os sub-contratados. Fazer a comunicação

do resultado de desempenho do fornecedor durante o ano é uma forma de aproximá-lo da TFL

com intuito de fazê-lo se envolver no processo de avaliação.

O fato do fornecedor saber que está sendo mensurado e avaliado, faria com que ele

buscasse se empenhar para não ocorrerem falhas. Ser comunicado das não-conformidades de

forma consistente poderia desencadear um processo de mapeamento interno no fornecedor

com o objetivo de descobrir onde está ocorrendo a falha no seu processo. Automaticamente

esta ação corretiva ajudaria o fornecedor à não cometer erros futuros. Com isso, tanto

fornecedoras quanto clientes seriam beneficiadas.

Mediante esta analise, foi possível constatar que o processo de qualificação e

avaliação da TFL é apenas um dado e não informação. A empresa não utiliza o resultado

obtido para interagir com os fornecedores na intenção de buscar melhoras para ambas as

partes. A TFL não usa o conceito de qualificar fornecedor como sendo um processo continuo

formado por uma qualificação inicial do fornecedor, uma avaliação do desempenho com base

em seus recebimentos e uma avaliação in loco para se certificar da qualidade do fornecedor

como um todo. A TFL não trabalha com esses procedimentos interligados, com isso, percebe-

se que atualmente a empresa não tem como política desenvolver seus fornecedores.

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5 SUGESTÕES DE MELHORIAS

Os métodos de qualificação e avaliação de fornecedores da TFL do Brasil podem ser

reformulados, principalmente a avaliação de fornecedores. Um dos objetivos deste trabalho

foi sugerir melhorias para os métodos atuais, e também, propor um formulário de avaliação in

loco no fornecedor.

Para formular a proposta de qualificação e avaliação de fornecedores da TFL do

Brasil, fez-se um levantamento das exigências e necessidades atuais da empresa com relação

aos seus fornecedores. Constatou-se que a TFL exige ter fornecedores na sua cadeia de

suprimentos trabalhando de forma legal. Devido às exigências de mercado a TFL necessita

buscar ainda mais um equilíbrio entre qualidade e preço. E como a empresa tem preocupação

com a qualidade do seu processo, produto, serviço e meio-ambiente, conseqüentemente ela

espera que seus fornecedores tenham o mesmo objetivo.

Com base neste levantamento fez-se o desdobramento das necessidades da TFL dentro

do processo de qualificação e avaliação de fornecedores de matéria-prima. As melhorias

sugeridas englobam um processo de qualificação continua do fornecedor. Este processo tem

uma qualificação inicial, posteriormente um gerenciamento do desempenho do fornecedor e

uma certificação de qualidade.

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5.1 QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES

Qualificar fornecedor é um processo que tem como objetivo averiguar o perfil da

empresa que faz ou fará parte da cadeia de suprimentos com intuito de manter um padrão de

qualidade de forma ampla conforme Yshikawa (1995). Para isto, a empresa estabelece

requisitos nos quais os fornecedores devem atender de forma satisfatória para serem

considerados qualificados. Cada organização pode definir o que acha importante analisar em

seu sub-contratado para qualificá-lo.

O processo de qualificação da TFL é simples e rápido de ser aplicado, no entanto, esta

simplicidade leva a TFL a resumir sua relação com os fornecedores ao modelo transacional

exposto por Baily et al (2000). No intuito de ajudar a empresa a identificar o perfil dos

fornecedores que irão fazer parte da sua cadeia de suprimentos, assim como, seus sub-

contratados atuais apresenta-se sugestão para qualificação de fornecedores.

O processo de qualificação de fornecedores foi divido em três etapas: verificação da

condição legal do fornecedor através da licença de operação; verificação da qualidade da

matéria-prima atrelada ao custo; verificação da qualidade de processo e meio-ambiente.

No processo atual da TFL, para uma empresa poder fornecer é necessária

comprovação que a empresa está operando com autorização do órgão ambiental. O processo

sugerido também partiu deste pré-requisito, ou seja, a empresa só poderá enviar amostra e ou

fornecer a TFL se estiver com sua licença de operação legalizada.

A partir deste processo, compras poderá solicitar amostra para a empresa. Em casos

nos quais, há mais de uma opção de fornecimento, compras solicitará amostra para até três

empresas. A justificativa para este procedimento é a necessidade atual da TFL buscar um

equilíbrio entre qualidade e preço. Em posse do resultado da amostra, compras seguirá com o

processo de qualificação nos casos em que a amostra for aprovada.

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A próxima etapa do processo é qualificar o fornecedor no quesito qualidade de

processo e no quesito ambiental. Esta qualificação será através da aplicação de um

questionário abrangendo qualificação de processo e meio ambiente. Caso o fornecedor seja

certificado pela ISO 9001 ele fica isento de responder as questões direcionadas a qualidade de

processo. Se ele for certificado pela ISO 14001, fica isento de responder as questões

relacionadas a meio ambiente. Com a apresentação dos certificados, a empresa receberá nota

máxima nos respectivos quesitos.

Devido ao fato da licença de operação e as certificações da ISO 9001 E 14001 terem

validade, a proposta de qualificação contempla revisão anual desta documentação. Além

disso, a nota obtida na qualificação da empresa será revista anualmente. Em casos nos quais a

empresa seja certificada, a atualização da nota de qualificação será através do envio do

certificado atualizado do fornecedor. Nos casos nos quais a nota foi composta pelo

questionário, a TFL consultará este fornecedor com intuito de verificar se no período de um

ano a empresa não foi certificada. Caso o fornecedor não seja certificado no período de dois

anos após sua primeira qualificação, ele será obrigado a responder o questionário novamente

com intuito de verificar se houve modificações na empresa referente aos itens do questionário.

A criação do questionário partiu da analise das atividades e processos internos na TFL,

nos quais ela julga fazer a diferença no resultado da empresa. Juntamente com isso, foi

verificado o que as normas ISO 9001 e ISO 14001 verificam em suas auditorias para certificar

uma empresa. Estas informações foram obtidas através de entrevista com os departamentos de

qualidade, laboratório de qualidade, compras e pesquisa das normas ISO 9001 e 14001. Para

validar o questionário foi feito um fechamento com a gerencia industrial.

Cada questionário vale 100 pontos, sendo que, a nota final de qualificação será a

média entre as notas de qualidade de processo e ambiental. A pontuação pertinente a cada

questão será demonstrada no questionário. Esta pontuação está localizada ao lado do número

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de cada questão estando atrelada a resposta sim. Caso o fornecedor responda não, ele estará

zerando a questão. A questão na qual consta a opção de resposta não aplicável terá pontuação,

caso seja marcada, apenas empresas que trabalhem com produtos sólidos.

O questionário de qualificação de fornecedores e sua respectiva pontuação estão

expostos no apêndice C.

Com intuito de verificar a preocupação dos fornecedores da TFL com relação a

qualidade de processo e meio ambiente, o questionário foi enviado para todos os fornecedores

ativos da TFL. O levantamento dos fornecedores ativos foi baseado no histórico de compra do

ano de 2005, totalizando 114 fornecedores.

5.2 AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES A CADA RECEBIMENTO

O objetivo de propor melhorias no processo de avaliação de fornecedores da TFL é

fazer com que a empresa consiga quantificar e analisar o desempenho do fornecedor de forma

clara, rápida e fidedigna com a realidade. Além disso, transformar os dados em informações

relevantes, nos quais, cliente e fornecedor sejam beneficiados.

A proposta de avaliação acarreta em mudança na estrutura, na forma de registro, na

divisão da responsabilidade da avaliação, na pontuação e conceito. Na seqüência do trabalho

será demonstrado o impacto dessas modificações no método atual.

Em busca dos objetivos citados, o novo sistema de avaliação apresenta uma nova

forma de registro. Ao contrário do método atual, os inputs das não conformidades serão

simultâneos as suas ocorrências e não mais uma vez ao ano.

A finalidade desta modificação é ter uma nota mensal do desempenho dos

fornecedores e no final do período de 12 meses ter uma reavaliação com base nos

recebimentos durante o período, gerando assim, sua nota anual de avaliação de recebimento.

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A nova avaliação contempla ter um conceito anual único dos fornecedores e não mais

por matéria-prima conforme visto na descrição e analise critica do sistema atual. O conceito

final anual dos fornecedores será formado a partir das notas geradas na reavaliação de

desempenho mensal somadas as notas da qualificação de processo e meio ambiente. Este

conceito valerá para o ano seguinte, mas durante este período o fornecedor será avaliado

mensalmente novamente com intuito de fazer um acompanhamento do seu desempenho e

gerar novo conceito para o ano subseqüente.

Para facilitar operacionalmente o novo sistema de avaliação, a TFL pode criar um

software interno, no qual, reúna informações pertinentes a avaliação. As informações que a

nova estrutura irá reunir são: avaliação comercial e de qualidade de matéria-prima a cada

recebimento durante o mês, conceito final mensal, indicadores de acompanhamento de

desempenho mensal, nota de qualificação de processo e meio ambiente, conceito final anual e

histórico de classificação anual.

Este software fará interface com os sistemas utilizados por compras (SAP) e LCQ

(Calli) formando assim, um software único para os dois setores otimizando o processamento

das informações. Sendo assim, a responsabilidade da avaliação a cada recebimento pode ser

dividida entre os dois setores. Ou seja, compras controlará os registros e notas dos

fornecedores ao que tange a parte comercial e o LCQ, ficará encarregado da qualidade da

matéria-prima e laudo de analise. O conceito da avaliação de recebimento anual do fornecedor

virá da união das duas avaliações. Desta forma, o formulário individual de avaliação será

extinto.

No que tange a área de compras, o banco de dados da avaliação será o relatório de

pedidos, no qual é gerado quando se coloca um pedido com o fornecedor. Para efeito da

avaliação, serão extraídos deste relatório, através de transferência, a lista de fornecedores e

número dos pedidos com intuito de verificar quantas entregas serão feitas dentro do mês.

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O relatório de pedidos será passado para o setor de recebimento para o mesmo ter

controle das entregas dos sub-contratados e é através dele que se fará a verificação da

pontualidade do fornecedor. Será de responsabilidade do recebimento informar compras sobre

qualquer não-conformidade nos quesitos pontualidade, carga avariada, diferença de peso e

número de lotes entregues. Em posse destas informações compras fará os registros das

ocorrências no sistema no instante em que as não-conformidades chegarem a seu

conhecimento.

Em relação ao LCQ, a forma de registro será diferente. Ao contrário do SAP, o

sistema Calli é flexível com mudanças de layout. Desta forma, os critérios referentes a

questão de qualidade da matéria-prima serão parametrizados dentro do Calli. Sendo assim, os

registros da avaliação de qualidade serão feitos no Calli e posteriormente transferidos para o

software de avaliação

Faz-se necessário dizer que a avaliação comercial será baseada no número de

recebimentos dos fornecedores. Logo, se o fornecedor efetuar mais de uma entrega dentro do

mês, o mesmo será avaliado novamente. Já a avaliação de qualidade será baseada nos lotes

recebidos. Ou seja, se o fornecedor enviar uma matéria-prima com três lotes diferentes o LCQ

irá gerar nota de avaliação de qualidade para os três. O mesmo acontecerá se o fornecedor

fazer mais de uma entrega durante o mês. Como a proposta da nova avaliação é ter um

conceito único dos fornecedores, caso isto aconteça, o sistema fará uma média das notas de

cada recebimento comercial e de qualidade separadamente. Após esta média concluída, o

sistema fará a união das duas notas, obtendo-se assim, nota e conceito final mensal dos

fornecedores e conseqüentemente nota anual.

Dentro da proposta de avaliação de fornecedores de matéria-prima, compras será

responsável pela avaliação comercial equivalendo a 30% e o LCQ com a qualidade da

matéria-prima equivalendo a 70% do conceito do fornecedor.

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Faz-se necessário comentar que os critérios utilizados no método atual de fornecedores

não podem ser considerados ineficientes, tanto que, alguns deles continuam na proposta

exposta neste trabalho. O problema do método atual com relação aos critérios são as

pontuações atribuídas a eles. Com base nisto, a proposta apresenta uma nova pontuação e

pequena modificação nos critérios aos quais os fornecedores serão avaliados, conforme

demonstrado a seguir.

A pontuação da avaliação comercial foi baseada no impacto de cada quesito no

processo produtivo da TFL, sendo esta, constituída por 100 pontos e sub-dividida entre os

quesitos da avaliação.

Quesito Impacto Peso Descrição Pontualidade Alto 30 Este quesito é baseado nos atrasos dos fornecedores e possui alto

impacto no processo da TFL, pois o atraso na entrega pode atrasar o processo produtivo da empresa.

Organização documental

Baixo 8 O fornecedor será penalizado neste quesito se enviar o produto sem o laudo de análise, ficha de emergência ou cometer erros na confecção da nota fiscal, como por exemplo, preço errado. Este quesito é considerado de baixo impacto, pois sua resolução é fácil e rápida e não atrapalha o processo produtivo.

Feedback Médio 18 Toda vez que o fornecedor não informar a TFL em tempo hábil sobre algum problema com o pedido, haverá penalidade. Este quesito é considerado de médio impacto, pois a falta de feedback pode causar atraso no processo produtivo.

Envolvimento na resolução de problemas

Baixo 8 Este quesito é baseado na agilidade e receptividade do fornecedor em se envolver no problema gerado por ele. Possui baixo impacto, pois não interfere diretamente no processo produtivo.

Carga avariada

Baixo 7 O fornecedor será penalizado quando efetuar entrega de produto com avaria. É considerado de baixo impacto, pois não interfere diretamente no processo produtivo.

Diferença de peso

Médio 14 Este quesito é baseado nas diferenças de peso detectadas no recebimento. Possui médio impacto, pois em alguns casos quando ocorre diferença de peso é necessário fazer fracionamento de embalagem e isto causa atraso e custo adicional no processo produtivo.

Entrega com mais de um lote

Médio 15 O fornecedor será penalizado quando enviar uma matéria-prima com mais de um lote na mesma entrega. Possui impacto médio, pois as amostras são retiradas por lote. Isto despende maior tempo no processo de retirada de amostra, custo de analise e liberação da matéria-prima para a produção, podendo ocasionar atrasos no processo produtivo.

Pontuação Geral do Recebimento Somatório dos deméritos dos quesitos da avaliação Nota 100 – Pontuação Geral do Recebimento Pontuação Parcial da Avaliação Nota * 30% (peso da avaliação comercial) Quadro 10 : Pontuação dos Quesitos da Avaliação Comercial Fonte: pesquisador

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A pontuação da avaliação de qualidade de matéria-prima foi baseada no impacto de

cada quesito no produto final da TFL, sendo esta, constituída por 100 pontos e sub-dividida

entre os quesitos da avaliação.

Quesito Impacto Peso Descrição Qualidade da

matéria-prima no

recebimento

Alto 60 O fornecedor será demeritado toda a vez que a matéria-prima não atender as especificações exigidas pela TFL. Este item possui impacto alto, pois interfere diretamente no produto final da TFL.

Problema na matéria-

prima detectado na

produção

Médio 30 O fornecedor sofrerá penalidade caso a matéria-prima apresente alteração no seu aspecto físico-químico, no qual não foi identificado no recebimento. Possui médio impacto, pois normalmente o impacto se dá no processo produtivo e não especificamente no produto final.

Laudo de Analise

Baixo 10 O fornecedor será demeritado quando enviar laudo de analise sem informações de identificação da empresa, sem os resultados da analise e ou sem as especificações exigidas pela TFL.

Pontuação Geral do Recebimento

Somatório dos deméritos dos quesitos da avaliação

Nota 100 – Pontuação Geral do Recebimento Pontuação Parcial da Avaliação Nota * 70% (peso da avaliação comercial) Quadro 11 : Pontuação dos Quesitos da Avaliação de Qualidade de Matéria-Prima Fonte: Elaborado pelo pesquisador

No intuito de buscar a garantia de qualidade para a empresa, decidiu-se restringir a

escala de conceito dos fornecedores. Segue abaixo comparativo dos conceitos do método atual

e do novo.

Método Atual Método Novo

Faixa das Notas Conceitos Faixas das Notas Conceitos

8,6-10 EXCELENTE 91-100 EXCELENTE

6,1- 8,5 BOM 81-90 OTIMO

4,1-6,0 REGULAR 71-80 BOM

Inferior a 4,0 FRACO 61-70 REGULAR

Inferior a 60 DESQUALIFICADO

Quadro 12 : Comparativo de Conceitos – Método Atual e Método Novo Fonte: Elaborador pelo pesquisador

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Os fornecedores que obtiverem nota inferior a 60, serão considerados desqualificados

e só poderão voltar a fornecer a TFL, caso comprovem que os problemas que causaram a

desqualificação foram resolvidos.

A sugestão da avaliação a cada recebimento é ter um conceito anual, mas no decorrer

deste período será feito um acompanhamento do desempenho do fornecedor. Devido a isso, se

o fornecedor apresentar conceito regular em três entregas, o mesmo deverá apresentar um

plano de melhoria para poder continuar fornecendo a TFL. Esta melhoria será avaliada pelo

setor de qualidade, juntamente com o setor de compras e laboratório de qualidade.

Para uma melhor visualização apresenta-se o projeto do software com a estrutura de

avaliação de recebimento, na qual foi testada durante o mês de outubro no apêndice D.

5.3 AVALIAÇÃO IN LOCO NO FORNECEDOR

A melhoria no método da avaliação também contempla conhecer em maior

profundidade os fornecedores da TFL. Para atender este objetivo, criou-se um roteiro de

avaliação in loco no fornecedor. O formulário de avaliação serve para fazer uma analise em

profundidade do fornecedor no intuito de certificar a qualidade do mesmo buscando um

fornecimento com qualidade assegurada.

A criação deste roteiro partiu do conceito do autor Ishikawa (1995), no qual diz que

não se deve analisar a qualidade isoladamente, ao contrário, deve-se analisar toda a

corporação. Além disso, o autor menciona que antes de qualquer analise, é preciso definir o

que é qualidade para a empresa.

Com base nisto, para descobrir o que a TFL considera qualidade num aspecto amplo

conforme mencionado pelo autor, fez-se um levantamento dos setores que podem causar

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impacto na competitividade da empresa. Na seqüência, se pesquisou quais são as atividades e

ou processos destes setores que podem interferir no negócio da TFL, definindo-se assim,

quais seriam as atividades e processos a serem analisadas nos fornecedores da TFL. O

Apêndice E explica a escolha dos setores e processos que foram avaliados in loco.

Para o presente trabalho, o formulário de avaliação foi testado apenas em alguns

fornecedores. A escolha das empresas foi sustentada num levantamento feito com base nas

matérias-primas que impactam significativamente no produto final da TFL com relação a

custo e quantidade.

A partir destas informações, contatou-se alguns fornecedores no intuito de aplicar o

formulário de avaliação in loco. Foram contatadas 10 empresas, sendo que, foi possível visitar

seis fornecedores. A TFL foi representada nas auditorias pelos setores de qualidade, compras

e LCQ. O formulário de avaliação in loco está exposto no apêndice F.

5.4 RESULTADOS ESPERADOS COM A APLICAÇÃO DAS SUGESTÕES

5.4.1 Qualificação de fornecedores

Conforme visto na empresa, o processo de qualificação de fornecedores é simples e

não proporciona conhecer os fornecedores que trabalham ou irão trabalhar com a TFL. Com

isso, o processo de qualificação apresentado tem como objetivo ajudar a empresa a descobrir

o envolvimento do fornecedor com a qualidade de processo e meio ambiente.

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5.4.2 Avaliação de fornecedores a cada recebimento

Neste novo procedimento, os registros das não conformidades serão simultâneos as

suas ocorrências. Com base nisto, se espera diminuir, ou ainda, eliminar a perda do histórico

das não conformidades.

O novo procedimento proporcionará a TFL fazer o acompanhamento mensal do

fornecedor. Isto ajudará a empresa a conhecer os fornecedores que estão trabalhando com ela,

pois será possível quantificar e analisar a qualidade do fornecedor em relação a seu produto e

serviço. Com base nos números gerados nas avaliações, a TFL poderá estipular metas de

melhorias juntamente com seus fornecedores com intuito de evitar reincidências futuras. Com

este procedimento a TFL estaria efetivamente buscando a qualidade no seu fornecedor

continuamente.

A criação do software irá facilitar e agilizar o processo de avaliação, pois ele terá

poucas etapas manuais. Ele ajudará também, a transformar os dados da avaliação em

informações relevantes de forma rápida para a empresa. Estas informações serão trabalhadas

com os fornecedores objetivando o envolvimento de ambos no processo, com intuito de

implementar melhorias, nas quais, beneficiem ambas empresas.

O software pode ajudar também, na divisão da responsabilidade da avaliação entre

compras e LCQ. Com esta divisão, se elimina do processo a etapa de comunicação para efeito

de registro entre os dois setores. Isto gera um ganho no sistema de avaliação, pois a falha

neste processo contribui para a perda do histórico e conseqüentemente para a distorção do

conceito final do fornecedor. Além disso, compras não ficará sobrecarregado com os inputs de

dados relacionados a qualidade da matéria-prima. Sendo assim, compras poderá direcionar

esforços em analisar o desempenho do fornecedor e buscar o envolvimento dos mesmos no

processo de avaliação.

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A mudança na pontuação também é um fator importante, pois conforme observado, a

pontuação atual deixa a desejar devido a seu demérito causar pouco impacto na nota e

conceito do fornecedor. Com esta modificação a TFL se beneficiará também, com relação as

normas da ISO 9001. Na nova versão, é solicitado que a avaliação de fornecedores contemple

um método de avaliação a cada recebimento e um método de reavaliação do desempenho do

fornecedor, formando assim, um conceito final. Desta forma, a nova estrutura atende a norma,

pois terá uma avaliação a cada recebimento e no final de 12 meses, terá a reavaliação, na qual

irá gerar o conceito final do fornecedor.

5.4.3 Avaliação in loco

O roteiro de avaliação in loco foi sugerido para proporcionar a TFL um conhecimento

aprofundado de seus fornecedores. Espera-se com ele, poder identificar se a empresa sub-

contratada é estruturada de forma que a suas atividades estejam direcionadas a proporcionar

qualidade para seus clientes de forma ampla conforme Ishikawa (1995).

A avaliação in loco ajudará a identificar os sub-contratados que apresentam melhores

condições de fornecimento com garantia de qualidade assegurada. Juntamente a isso, a

avaliação in loco poderá identificar quais pontos precisam ser desenvolvidos nos fornecedores

para que ambos sejam beneficiados e façam negócios mais competitivos.

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5.5 RESULTADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DAS SUGESTÕES DE

MELHORIAS

5.5.1 Qualificação de fornecedores

A aplicação do questionário de qualificação de fornecedores proporcionou a TFL

descobrir o envolvimento de seus sub-contratados com relação a qualidade e meio ambiente.

Foram enviados 114 questionários no mês de outubro, sendo que, 83 foram devolvidos e

analisados até a primeira semana de novembro.

Os resultados obtidos com relação a qualidade de processo, pode ser considerado

satisfatório, pois 70% dos fornecedores que devolveram o questionário à TFL são certificados

pela ISO 9001. Já com relação ao meio ambiente, apenas 24% dos fornecedores são

certificados pela ISO 14001. Foi possível constatar que os fornecedores certificados pela ISO

14001 também são certificados pela ISO 9001. Entende-se com estes resultados que as

empresas buscam a qualidade do seu produto através da padronização, qualificação e controle

dos seus processos. Esta iniciativa dos fornecedores impacta na TFL de forma positiva, pois

se o fornecedor possui esta preocupação em padronizar e qualificar seus processos,

conseqüentemente ele terá mais condições de oferecer um produto e serviço com qualidade.

Além desta analise com relação as certificações, foi analisado o perfil dos

fornecedores que não são certificados. Na qualidade de processo, as questões sete, nove e

onze merecem destaque, pois foram respondidas de forma satisfatória pelos 32 fornecedores

não certificados. Na seqüência, com 90 e 80% estão as questões cinco, 12, 15 - dois, seis, oito

e 10.

Estes percentuais demonstram que as empresas, mesmo sem certificação, buscam

padronizar seus processos. Demonstra também, a preocupação dos sub-contratados em

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controlar os processos de aquisição e produção dos materiais. Além disso, as mesmas

acreditam que o treinamento deve estar presente na empresa. Constatou-se também, que

apesar da maioria das empresas não possuírem missão, visão e planejamento estratégico, há

uma política a ser seguida dentro da empresa. Isto ajuda o sub-contratado a trabalhar com

base em objetivos comuns.

Apesar do baixo percentual de fornecedores certificados pela ISO 14001, constatou-se

que 44% dos fornecedores não certificados possuem uma política ambiental conhecida pelos

funcionários. No entanto, as questões que obtiveram melhores resultados foram a cinco, seis,

oito e 14. Entende-se com estes percentuais que, mesmo as empresas que não são

certificadas, movimentam-se para preservar o meio ambiente.

Segue tabela demonstrando os resultados obtidos com a aplicação dos questionários:

Tabela 2: Demonstração dos resultados do questionário de qualificação

Qualificação de Fornecedores de Matéria-Prima Considerando 83 questionários

Qualificação de Processo Qualificação Ambiental Questão Quantidade % Questão Quantidade %

1 58 70 1 20 24 Considerando os questionários dos fornecedores que não são certificados

ISO 9001 – 32 fornecedores / ISSO 14001 – 63 fornecedores

Qualificação de Processo – 32 fornecedores Qualificação Ambiental – 63 fornecedores Questão Quantidade % Questão Quantidade %

2 26 80 2 28 44 3 10 30 3 28 44 4 19 60 4 40 63 5 29 90 5 62 97 6 26 80 6 47 75 7 32 100 7 28 44 8 26 80 8 49 78 9 32 100 9 28 44 10 26 80 10 33 53 11 32 100 11 33 53 12 29 90 12 42 66 13 22 70 13 42 66 14 19 60 14 47 75 15 29 90 15 47 34

16 19 60

Fonte: Elaborado pelo pesquisador para demonstrar os resultados obtidos com a aplicação dos questionários.

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5.5.2 Avaliação a cada recebimento

A avaliação de recebimento foi testada no mês de outubro com o objetivo de fazer um

acompanhamento do desempenho dos fornecedores, e também, verificar a eficácia da

pontuação sugerida, assim como, um comparativo com as notas atuais.

A TFL recebeu entregas de 53 fornecedores diferentes durante o mês e dentre elas, 19

empresas foram demeritados, isto corresponde a 36% dos fornecedores. Foi possível constatar

que 14 empresas tiveram suas notas alteradas para baixo.

Segue levantamento dos deméritos dos fornecedores, juntamente com um comparativo

entre as notas e conceitos atuais e os propostos:

Fornecedor Nota teste Conceito teste Nota Atual Conceito Atual G 92.47 EXCELENTE 9,2 EXCELENTE H 83.45 OTIMO 9,3 EXCELENTE I 72.0 BOM 7,8 BOM J 88.6 OTIMO 9,3 EXCELENTE L 76,6 BOM 8,0 BOM M 96.4 EXCELENTE 8,3 EXCELENTE N 78 BOM 8,1 BOM O 97.6 EXCELENTE 10 EXCELENTE P 98.8 EXCELENTE 10 EXCELENTE Q 89.2 ÓTIMO 10 EXCELENTE R 89.4 ÓTIMO 9,3 EXCELENTE S 89.4 ÓTIMO 9,1 EXCELENTE T 89.2 ÓTIMO 9,9 EXCELENTE U 93.0 EXCELENTE 9,3 EXCELENTE V 93.0 EXCELENTE 7,3 BOM X 86.0 ÓTIMO 9,9 EXCELENTE Z 93.0 EXCELENTE 10 EXCELENTE W 93 EXCELENTE 9,7 EXCELENTE Y 93 EXCELENTE 9,3 EXCELENTE

Quadro 13: Comparativo de notas e conceitos-Modelo Atual e Novo. Fonte: Elaborada pelo pesquisador

Outra consideração relevante obtida com o teste foi que as maiorias dos problemas

aconteceram na avaliação comercial e não na avaliação de qualidade de matéria-prima.

Conforme os dados levantados, das 77 entregas feitas no mês, 21% delas ocasionaram

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deméritos para os fornecedores na avaliação comercial. Já na avaliação de qualidade de

matéria-prima, 15% dos lotes analisados causaram deméritos. Foram detectados 26 problemas

relacionados a parte comercial e 12 relacionados a parte de qualidade de matéria-prima.

Na seqüência apresenta-se levantamento dos problemas ocorridos no mês de outubro.

Tabela 3: Levantamento das não conformidades dos fornecedores

Pontualidade

Organi-zação

documental

Feedbackdemorou

Não deu feedback

Envolvimento na resolução de

problemas

Diferençade peso

Mais de um lote

Liberadocom

restrição Laudo

Matéria-prima com

problema na produção

9,09% 9,09% 6,49% 2,60% 1,30% 5,19% 1,30% 1% 13% 1%

Fonte: Elaborado pelo pesquisador

Com a estrutura sugerida, a TFL pode identificar, quantificar e acompanhar o

desempenho dos fornecedores. O teste feito em outubro mostrou que a qualidade no processo

e serviço dos fornecedores podem ser melhoradas. Percebeu-se isto, pois conforme visto na

tabela 3, não ocorreram muitos problemas com a qualidade da matéria-prima.

Foi possível perceber que a estrutura sugerida proporcionou o monitoramento do

desempenho do fornecedor, com isso, a TFL pode gerenciar seus sub-contratados utilizando

os quesitos da avaliação como indicadores de qualidade dos fornecedores.

Os problemas que se destacaram estavam relacionados ao acompanhamento do pedido

entre a colocação do mesmo e entrega na TFL, conforme demonstrado pelos quesitos

pontualidade e feedback. E também, com a organização do fornecedor em relação aos

documentos enviados, nos quais, são importantes para dar andamento no processo dentro da

TFL. Além disso, o controle de pesagem das embalagens não foi eficaz em alguns casos e

para finalizar, os sub-contratados emitiram laudos com especificações incompletas o que

acarretou em gastos adicionais com analises no LCQ.

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Um dos problemas da avaliação atual é o fato dos deméritos não causarem impacto na

nota do fornecedor. Conforme será demonstrado a seguir, o modelo sugerido contribui

significativamente na resolução deste problema. Para exemplificar foi simulada uma situação

em que o fornecedor atrasa a entrega e não passa feedback ao cliente.

Na atual circunstância, a empresa tem os seguintes deméritos:

Quesito Peso do quesito

N° de não conformidade e nota de demérito Nota depois do demérito

Pontualidade 1,40 1 (N° de não conformidade) =(10-(n° de atrasos/n° de recebimento))*0,14 = 1,26

Feedback 0,40 0 (nota do quesito feedback) = pontuação*0,04 = 0

Quadro 14: Demérito no Método Atual Fonte: Elaborada pelo pesquisador

Considerando que os demais quesitos não tenham sido demeritados, a nota do

fornecedor é 9,73 e o conceito é excelente.

No modelo sugerido o fornecedor teria os seguintes deméritos:

Quesito Peso do quesito nota de demérito Nota depois do demérito

Pontualidade 30 30 para cada incidência 100-30=70

Feedback 6 6 70-6= 64 *0,30=19,20

Notas Comercial=19,20 Qualidade=70 89,20

Quadro 15: Demérito no Método Sugerido Fonte: Elaborada pelo pesquisador

Na pontuação sugerida o fornecedor fica com a nota 89,20 e conceito bom.

Com isso, se constata que a pontuação sugerida elimina o problema do baixo impacto

do demérito na nota do fornecedor, no qual ocorre atualmente.

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5.5.3 Avaliação in loco

Os resultados obtidos na avaliação in loco podem ser considerados positivos, pois dos

seis fornecedores visitados, apenas dois ficaram com pontuação inferior a 70%, ficando a

pontuação média em 74%.

Os dados obtidos demonstraram que em média, os quesitos avaliados nos

fornecedores que apresentaram menores pontuações foram: recursos humanos e compras com

60% e gestão corporativa com 62%. Já os quesitos gestão da qualidade e manutenção

apresentaram 70 e 79%. Os demais quesitos, planejamento e controle produção/industrial,

segurança, recebimento e expedição, custos/financeiro e informática ficaram com pontuação

mínima de 80%.

De forma geral, os fornecedores avaliados oferecem uma certa segurança na qualidade

de forma ampla conforme demonstrado na seqüência através dos quadros e tabelas:

Quadro 16: Demonstração dos Resultados da Avaliação in loco Fonte: Criada pelo pesquisador

Pontuação Pontuação Máxima A B C D E F Média

Gestão Corporativa 150 73 68 68 100 114 138 94 Gestão da Qualidade e Meio Ambiente 125 62 75 89 95 101 113 89

Recursos Humanos 75 30 36 53 42 59 50 45 Planejamento e Controle de Produção / Industrial

150 112 120 128 116 127 130 122

Compras 125 42 56 48 93 83 125 75 Laboratório de Controle de Qualidade 125 107 80 120 95 117 117 106

Segurança 50 23 44 50 44 48 50 43 Manutenção 50 22 38 38 38 50 50 39 Recebimento e Expedição 50 44 44 50 44 39 44 44

Custos/ Financeiros 75 67 59 59 53 59 61 60 Informática 25 23 23 23 23 23 23 23 TOTAIS 1000 605 643 726 743 820 901 740

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Tabela 4: Demonstração dos resultados da Avaliação in loco em %

Tabela de Percentual Pontuação Máxima A % B % C % D % E % F % Média %

Gestão Corporativa 150 49 45 45 67 76 92 62

Gestão da Qualidade e Meio Ambiente 125 50 60 71 76 81 90 71

Recursos Humanos 75 40 48 71 56 79 67 60

Planejamento e Controle de Produção / Industrial 150 75 80 85 77 85 87 82

Compras 125 34 45 38 74 66 100 60

Laboratório de Controle de Qualidade 125 86 64 96 76 94 94 85

Segurança 50 46 88 100 88 96 100 86 Manutenção 50 44 76 76 76 100 100 79

Recebimento e Expedição 50 88 88 100 88 78 88 88

Custos/ Financeiros 75 89 79 79 71 79 81 80 Informática 25 92 92 92 92 92 92 92 TOTAIS 1000 61 64 73 74 82 90 74

Fonte: Criada pelo pesquisador Foi possível constatar que as empresas de pequeno porte possuíram maior dificuldade

para atender os quesitos de forma satisfatória. Segundo Merli (1994), empresas de estruturas

menores direcionam-se para esta característica.

As tabelas abaixo demonstrarão os resultados gerais dos fornecedores:

Tabela 5: Resultados gerais dos fornecedores

Fornecedor Pontuação Percentual A 605 61% B 643 64% C 726 73% D 743 74% E 820 82% F 901 90%

Fonte: Elaborado pelo pesquisador para demonstrar pontuações e percentuais obtidos nos

fornecedores.

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Tabela 6: Resultado do desempenho dos fornecedores com relação às escalas

Fornecedor Escalas Atende Integralmente

Atende Parcialmente

Atende Pouco

Não Atende ou Não possui

A 21 23 8 5 Quantidade 0.37 0.40 0.14 0.09 Percentual B 18 20 13 6 Quantidade 0.32 0.35 0.23 0.11 Percentual C 32 19 4 2 Quantidade 0.56 0.33 0.07 0.04 Percentual D 28 27 1 1 Quantidade 0.49 0.47 0.02 0.02 Percentual E 34 19 3 1 Quantidade 0.60 0.33 0.05 0.02 Percentual F 36 19 1 1 Quantidade 0.63 0.33 0.02 0.02 Percentual

Fonte: Elaborado pelo pesquisador para demonstrar a pontuação e percentual com relação as escalas

Apenas nas empresas A e B predominaram o atende parcialmente, nos demais

fornecedores predominou o atende integralmente.

Conforme determinado no formulário de auditoria in loco, os processos, nos quais, a

TFL acredita causar impacto significativo no seu negócio são: gestão corporativa,

planejamento e controle de produção-industrial, gestão da qualidade, compras e laboratório de

qualidade. Com base nisto, segue abaixo desempenho dos fornecedores com relação a estes

quesitos.

Tabela 7: Desempenho dos fornecedores nos quesitos de maior impacto no formulário

Quesitos A B C D F G MédiaGestão Corporativa 49% 45% 45% 67% 76% 92% 62% Planejamento e Controle de Produção / Industrial 75% 80% 85% 77% 85% 87% 82%

Gestão da Qualidade e Meio Ambiente 50% 60% 71% 76% 81% 90% 71% Compras 34% 45% 38% 74% 66% 100% 60% Laboratório de Qualidade 86% 64% 96% 76% 94% 94% 85%

Fonte: criado pelo pesquisador

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Nas observações feitas percebeu-se que as empresas apresentam lacunas com relação

aos seus objetivos organizacionais, assim como, no acompanhamento do desempenho da

empresa. Além disso, percebeu-se uma tendência das empresas visitadas tratarem a área de

compras de forma tradicional , conforme exposto por Baily (2000). No entanto, este autor

menciona que esta área está, cada vez mais, sendo reconhecida na empresa como um setor que

agrega valor, contribuindo assim, para a competitividade das mesmas. Dentro desta visão, os

fornecedores podem aprimorar esta área no intuito de fazer melhores negócios e

conseqüentemente favorecer seus clientes.

Apesar dos aspectos negativos detectados na gestão corporativa e compras, os

fornecedores conseguem proporcionar de forma satisfatória os quesitos planejamento e

controle de produção/industrial e laboratório de qualidade. Estes quesitos refletem

diretamente na qualidade do produto fornecido a TFL, mas conforme visto, mesmo os

percentuais não sendo baixos, eles podem ser melhorados para chegar no conceito de compra

garantida conforme Ishikawa (1995).

Com base no que a TFL julga importante e mediante os resultados obtidos, a

organização poderia montar um plano de desenvolvimento de fornecedores, principalmente

nas empresas A e B que apresentaram uma pontuação inferior às demais empresas visitadas.

Por se tratar de sub-contratados que fornecem produtos considerados impactantes no negócio

da empresa, os fornecedores poderiam ser desenvolvidos de acordo com o modelo de

classificação de desenvolvimento exposto por Merli (1994).

5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CASO

Este trabalho teve o objetivo de analisar de que forma a TFL poderia melhorar seus

métodos de qualificação e avaliação de fornecedores de matéria-prima no mercado nacional.

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Para isto, fez-se uma analise da situação atual da empresa, na qual foram identificadas

algumas falhas e em conseqüência das mesmas foram sugeridas algumas melhorias, nas quais

foram testadas no mês de outubro. O quadro 17 demonstra um resumo das falhas identificadas

e as sugestões de melhoria.

Método Falhas Sugestões de melhoria Qualificação -Poucos critérios de qualificação

-Método não permite ter um perfil inicial dos fornecedores

-Criação de um questionário de qualificação de processo e Meio ambiente, no qual identifique processos nos fornecedores nos quais impactam na TFL.

Avaliação -Falha no método de registro (anual) e na comunicação -Perda do histórico das não-conformidades -Estrutura impossibilita acompanhamento do desempenho dos fornecedores -Dificuldade de transformar os dados em informação -Inexistência de conceito único por fornecedor. O conceito é por matéria-prima -Inconsistência na pontuação e escala de conceitos -Avaliação de fornecedores com base nos recebimentos, o sistema não contempla auditoria in loco e projetos de melhorias voltadas para o desenvolvimento do fornecedor -Falta de envolvimento do fornecedor no processo de qualificação e avaliação

-Registros das não conformidades no momento da sua ocorrência e não mais anual, evitando perda do histórico -Uso de software como ferramenta para otimizar o processamento das informações, transformando os dados em informações relevantes -Escala com intervalo menor de conceito -Nova forma de quantificar os deméritos -Criação e teste de um formulário de auditoria in loco no fornecedor, possibilitando identificar pontos a serem desenvolvidos. -Envolver o fornecedor no processo de avaliação, tanto o de recebimento quanto o in loco, passando feedback, no intuito do fornecedor e cliente buscar melhorias.

Quadro 17: Quadro resumo das falhas dos Métodos Atuais e Sugestões de Melhoria Fonte: Criado pelo pesquisador

Os dados gerados pela analise critica da qualificação de fornecedores apontou que o

processo atual da TFL é simples, mas não proporciona ter informações do fornecedor, nas

quais podem impactar na TFL. Esta descoberta acarretou na criação do questionário de

qualificação, no intuito de ter informações iniciais das empresas. Os resultados da aplicação

dos questionários foram satisfatórios, pois se constatou que as empresas de forma geral estão

voltadas para a qualidade dos processos. O mesmo ocorre com o meio ambiente, porém em

proporções menores atualmente.

Com relação a avaliação de recebimento, a estrutura sugerida proporcionou analisar o

desempenho dos fornecedores durante o mês de outubro. Conforme visto, 36% dos sub-

contratados sofreram deméritos. Baseando-se no que Iman (1996) indica como ideal (zero

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defeitos) este resultado pode ser considerado alto. Isto deixa explicito a necessidade de

trabalhar os fornecedores no intuito de melhora-los e evitar reincidências.

O teste da avaliação de recebimento demonstrou que os fornecedores garantiram mais

a qualidade do produto fornecido do que os processos e serviços posteriores a produção e

controle de qualidade, como por exemplo, o controle de pesagem das embalagens, o

acompanhamento do pedido colocado com o fornecedor com relação a feedback e

pontualidade.

A mudança na pontuação também contribuiu para melhoria do método atual da

empresa. Apesar da avaliação ser testada apenas durante um mês, foi possível detectar

alterações nas notas e conceitos dos fornecedores. Os quadros 14 e 15 constantes na página 88

demonstraram a melhoria proporcionada com a pontuação sugerida.

A avaliação in loco também foi uma experiência válida no trabalho, pois possibilitou

conhecer alguns fornecedores em maior profundidade de forma ampla sugerida por Yshikawa

(1995).

Os resultados obtidos foram positivos por dois motivos. O primeiro, pois se constatou

que os fornecedores avaliados pontuaram o formulário positivamente ficando com percentuais

médios superiores a 70% em oito dos onze quesitos avaliados. Com este resultado, se entende

que os fornecedores proporcionam uma determinada qualidade a TFL.

O segundo motivo se direciona a funcionalidade do formulário de avaliação. Apesar

dos resultados não serem ruins na sua maioria, fazer a auditoria no fornecedor permitiu

identificar claramente em quais pontos os fornecedores necessitam ser desenvolvidos. Ou

seja, o formulário permitiu identificar pontos fortes e fracos nos sub-contratados. A partir

desta analise, a TFL pode estruturar projetos de desenvolvimento dos seus fornecedores,

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buscando assim, a qualidade na etapa anterior ao seu processo produtivo, ou seja, no sub-

contratado.

De forma geral, foi possível perceber que os fornecedores da TFL atingem um nível de

qualidade considerável. No entanto, existem melhorias a serem feitas nos sub-contratados

para se chegar num relacionamento de qualidade assegurada mencionado por Yshikawa

(1995). Para atingir este patamar, a TFL deveria dar continuidade aos processos de visita in

loco, no intuito de conhecer seus fornecedores e desenvolve-los em prol do crescimento e

competitividade de ambas empresas.

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6 CONCLUSÃO

O tema abordado neste trabalho é um assunto, no qual, necessita ser explorado em

maior profundidade no mundo acadêmico. Conforme visto no desenvolvimento da pesquisa,

há poucas referencias tratando do assunto. Isto de certa forma dificultou o andamento da

pesquisa.

Para um melhor entendimento da importância deste tema, foi feita uma introdução da

situação atual do mercado baseando-se na mudança no relacionamento cliente-fornecedor

causado pela concorrência acirrada. Juntamente com isso, a relevância de buscar a qualidade

nos fornecedores através da avaliação dos mesmos.

Na seqüência, este tema foi trazido para a realidade TFL, no intuito de demonstrar o

quanto a empresa está envolvida com a busca da qualidade no fornecedor. E foi possível

perceber que a organização podia explorar mais este tema, conforme demonstrado na questão

problema e na analise critica.

Apesar da dificuldade apresentada com relação as referencias, acredita-se ter cumprido

o objetivo geral da pesquisa, no qual era analisar de que forma a empresa pode melhorar seus

métodos de qualificação e avaliação de fornecedores de matéria-prima do mercado nacional.

O mesmo pode ser dito para os objetivos específicos.

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Conforme visto no trabalho, descrever e analisar os métodos atuais da empresa

possibilitou visualizar falhas nos processos, sendo estas, cruciais para gerenciar o desempenho

dos fornecedores e conseqüentemente buscar a qualidade nos mesmos continuamente.

Outro ponto positivo que o trabalho apresentou com relação ao cumprimento dos

objetivos, foi os testes feitos com as sugestões de melhorias. A aplicação das mesmas

proporcionou visualizar a qualidade dos fornecedores, tanto num estágio inicial, com a

aplicação do questionário, quanto, numa situação de maior profundidade com a visita in loco.

A estrutura de avaliação de recebimento sugerida, também foi bem sucedida, pois

pode minimizar problemas, como por exemplo, a perda do histórico das não conformidades

dos fornecedores e o baixo impacto dos deméritos. Mas, ela contribui principalmente com a

transformação dos dados em informações relevantes para a empresa, tais como, o percentual

de fornecedores que apresentaram problemas com a qualidade da matéria-prima.

Com base nas informações apresentadas, foi possível concluir que este trabalho

contribui para a TFL, ajudando-a a descobrir a preocupação e envolvimento de seus sub-

contratados com relação a qualidade de processo e meio ambiente. Além disso, a pesquisa

apresentou um novo modelo de avaliação de recebimento no qual possibilitou a empresa fazer

um monitoramento do desempenho do fornecedor com relação às entregas dos mesmos,

quantificando os problemas gerados por eles.

O trabalho contribui também, para o conhecimento em maior profundidade dos

fornecedores com a aplicação do formulário de avaliação in loco. Este teve um peso

significativo com relação à garantia de qualidade no fornecedor, pois sua abrangência

direcionou-se para toda a empresa visando identificar pontos fortes e fracos nos fornecedores,

nos quais a TFL julga impactar no seu produto, negócio e competitividade.

Para pesquisas futuras, sugere-se fazer um trabalho demonstrando o impacto da

avaliação e desenvolvimento de fornecedores na redução dos custos da má qualidade gerada

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pelo fornecedor, pois este assunto pode incentivar as empresas a buscar a qualidade nos sub-

contratados.

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REFERÊNCIAS

ARNOLD, J.R. Tony. Administração de materiais. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

BAILY, Peter et al. Compras: princípios e administração. 8°.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais - uma abordagem logística, 4°.ed. São Paulo: Atlas, 1993.

IMAN. Gerenciamento da logística e cadeia de suprimentos. 1°.ed. São Paulo: Instituto IMAN, 1996.

ISHIKAWA, Kaoru. Controle de qualidade total. Rio de Janeiro: Editora Campos, 1995.

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MERLI, Giorgio. Comakership: a nova estratégia para os suprimentos.Rio de janeiro: Qualitymark Ed. 1994.

ROESCH, Sylvia. Projetos de estágio de pesquisa em administração – guia de estágios, trabalhos, dissertações e estudos de caso. São Paulo: Atlas, 1999.

YOSHINAGA, Ciro. Avaliação, desenvolvimento e certificação da qualidade dos fornecedores. 1°.ed. São Paulo: Instituto IMAN, 1993.

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VILLARINHO, Maria. Um sistema de qualificação de fornecedores através da aplicação da metodologia do gerenciamento de processos. 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999.

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA INTERNA

ROTEIRO DE ENTREVISTA INTERNA TFL

1 Fazer entrevistas com os setores de qualidade, compras e LCQ, referente aos métodos atuais de qualificação e avaliação de fornecedores. 2 Fazer levantamento das atividades e processos relevantes para a qualidade em cada setor. Entrevistar estes setores. 2.1 Definir em quais quesitos os fornecedores da TFL devem ser analisados. 3 Listar por importância estes quesitos. 4 Comparar dados levantados na entrevista com a teoria . 5 Definir em conjunto os critérios que farão parte do formulário de avaliação de fornecedores. 6 Fundamentação teórica: Logística, área de Compras, Garantia de Qualidade no Fornecedor, no Fornecedor, Seleção e Avaliação de Fornecedores.

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APÊNDICE B - LISTA DE DOCUMENTOS E FONTES DE DADOS CONSULTADOS

NA TFL

ITR – Instrução de Trabalho Manual da Qualidade da TFL NBRs ISO 9001 versão 2000 e ISO 14001 versão 14001 Método de qualificação e avaliação de fornecedores Formulário de avaliação de fornecedores Planilha dos conceitos dos fornecedores Relatório de analise de matéria-prima no sistema Calli no setor de controle de qualidade Relatório de não conformidade relacionado ao fornecedor Documentos eletrônicos-e-mails

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APENDICE C-QUESTIONÁRIO DE QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE

MATÉRIA-PRIMA

Como fornecedor de produtos químicos, sua empresa deve estar devidamente licenciada pelo órgão ambiental competente do seu estado. Favor enviar cópia da licença de operação. Na falta da licença de operação, favor encaminhar a licença prévia, de instalação, ou ainda, o protocolo comprovando o encaminhamento do processo de licenciamento junto ao órgão competente. Caso sua empresa não possua o licenciamento ou, seja considerada isenta, pedimos que nos envie a devida justificativa e documentação comprobatória. (resolução CONAMA 237/97) Sua empresa pode possuir ainda o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadores de Recursos Naturais (instrução normativa IBAMA 10/01 – Lei federal 10165/00). Favor encaminhar uma cópia. Se a empresa possui mais de uma unidade, na qual, possa ser despachado cargas para a TFL do Brasil, favor encaminhar os documentos solicitados acima referentes a esta unidade. Se sua empresa utiliza depósito terceirizado, favor encaminhar cópia do contrato entre as partes, bem como, licenciamento ambiental referente ao depósito. Ao receber o questionário de qualificação devidamente preenchido, licenças e documentos comprobatórios solicitados, a TFL do Brasil irá qualificar seus fornecedores (*). Dentro desse processo de qualificação poderão ser realizadas visitas às instalações do fornecedor para verificação das informações prestadas através deste levantamento. Na hipótese do fornecedor não responder integralmente o questionário, as questões não respondidas terão pontuação zero, ocasionando o demérito na nota de qualificação da empresa. O fornecedor responderá pelas perdas e danos causados por eventual inverdade ou imprecisão das informações fornecidas por meio do questionário de qualificação. (*) empresas que já fornecem à TFL do Brasil estarão sendo re-qualificados através deste questionário.

QUALIDADE 1) (100) A empresa possui Sistema de Gestão da Qualidade certificado – ISO 9001? 2) (10) A empresa possui uma política da Qualidade conhecida pelos funcionários?

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3) (6) A empresa possui Missão, Visão e Planejamento estratégico desdobrado em indicadores setoriais?

4) (4) A direção avalia o desempenho da empresa através dos indicadores? 5) (6)A empresa possui sistemática de treinamento e reciclagem dos seus funcionários,

garantindo a preparação dos mesmos para a realização das atividades? 6) (10 ) A empresa possui seus processos estruturados e documentados para a gestão da

qualidade (procedimentos, instruções, planos de controle etc)? 7) (8) A empresa controla seus processos de aquisição para assegurar que o material comprado

esteja de acordo com seus requisitos? 8) (10) A empresa tem procedimento de qualificação e avaliação de fornecedores? 9) (10) A empresa possui critérios e métodos de execução e controle dos processos produtivos,

garantindo a qualidade e rastreabilidade dos mesmos? 10) (10) Todos os lotes produzidos passam pelo controle de qualidade? 11) (6) Há prática para separação e tratamento de produto “não conforme”? 12) (6) Existe algum processo para tratar reclamações de clientes? 13) (4) A empresa possui manutenção preventiva e ou preditiva? 14) (6) A empresa possui programa de prevenção de riscos ambientais conforme legislação de

segurança? 15) (2) A empresa possui plano de controle médico ocupacional? 16) (2) A empresa possui plano de emergência?

MEIO AMBIENTE 1) (100) A empresa possui Sistema de Gestão Ambiental certificado – ISO 14001? 2) (8) Sua empresa possui uma política ambiental conhecida pelos funcionários? 3) (8) A empresa possui seus processos estruturados e documentados para a gestão de Meio Ambiente

(Procedimentos, instruções, planos de controle, etc.)? 4) (8) A empresa possui sistemática para identificar e cumprir a legislação aplicável ao Meio

Ambiente? 5) (10) A empresa encontra-se “SEM” pendências junto aos órgãos ambientais? 6) (10) Existe um gerenciamento dos resíduos gerados, tanto no seu processo produtivo (ex.: gases,

sólidos, varredura etc), quanto nas demais atividades da sua empresa (ex.: descarte de embalagens, lixos dos escritórios, resíduo alimentar etc.)? Os resíduos gerados são devidamente tratados e / ou destinados a locais adequados?

7) (10) Existe um gerenciamento de efluentes líquidos gerados pela empresa? A destinação de efluentes está apoiada em autorizações e requisitos legais?

8) (8) A empresa adota boas práticas ambientais, tais como: coleta seletiva, reciclagem de resíduos, uso racional dos recursos naturais (água e luz), redução do uso de materiais descartáveis?

9) (6) Os aspectos relacionados ao meio ambiente são medidos, monitorados e analisados objetivando sua melhoria?

10) (6) A empresa utiliza embalagens recicladas? 11) (4) Na aquisição de matérias-primas, insumos, componentes, etc, utilizados pela empresa é levado

em consideração critérios ambientais de seus fornecedores? 12) (8) Na contratação de frete a empresa leva em consideração pré-requisitos para transporte de carga

química? Pré-requisitos: licença de operação, motoristas devidamente habilitado (MOPP, quando aplicável), kit de emergência, placas da ONU e lacres (quando aplicável), sistema de socorro de carga em caso de acidentes?

13) (6) A empresa efetua checklist no carregamento com relação a pré-requisitos para transporte de carga química mencionados na questão anterior? Além disso, é analisada a condição física do caminhão (pneus em bom estado, controle de velocidade, checklist da placa na licença de operação etc)?

14) (6) Existe identificação clara e inequívoca no seu produto quanto ao tipo, cuidados, riscos, armazenamento, manuseio e preservações necessárias?

15) (2) A empresa mantém algum programa de apoio social à comunidade?

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APÊNDICE D - PROJETO PARA SOFTWARE DE AVALIAÇÃO DE

FORNECEDORES

Conceito Final Mensal Conceito Final Mensal JANEIRO FEVEREIRO

Fornecedor Comercial MP Nota Classificação Fornecedor Comercial MP Nota Classificação X1X1X1 15 49 64 REGULAR X1X1X1 18 42 60 REGULAR Y1Y1Y 23.1 42 65.1 REGULAR Y1Y1Y 28.2 35 63.2 REGULAR W1W1 19.2 63 82.2 OTIMO W1W1 28.5 63 91.5 EXCELENTE A1A1A 30 70 100 EXCELENTE A1A1A 25.5 70 95.5 EXCELENTE

Acompanhamento do Desempenho Mensal dos Fornecedores

Janeiro Fevereiro Dezembro Média Final de Recebimentos

Fornecedor Nota Nota Nota Nota Final X1X1X1 64 60 69.3 64.43 Y1Y1Y 65.1 63.2 69.8 66.03 W1W1 82.2 91.5 83.5 85.73 A1A1A 100 95.5 96.7 97.40

CONCEITO FINAL DOS FORNECEDORES DE MP - 2005

Fornecedor Nota Final de Recebimentos Nota de Qualificação Nota Final Conceito Final Anual

X1X1X1 64.43 71 67.72 REGULAR Y1Y1Y 66.03 90.5 78.27 BOM W1W1 85.73 88 86.87 OTIMO A1A1A 97.4 87.5 92.45 EXCELENTE

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Indicador de Acompanhamento de desempenho de Fornecedores de MP

Avaliação Comercial Indicador Atrasos de Entrega

Meta de 1% de atraso de entrega Tolerância 1% Mês Previsto (%) Realizado (%) Status

Jan 1 2 Fev 1 1 Março 1 0.5

QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES 2005 QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES 2006

Fornecedor Nota do

Qualificação de Processo

Nota do Qualificação Ambiental

Nota Final de Qualificação Fornecedor

Nota do Qualificação de Processo

Nota do Qualificação Ambiental

Nota Final de Qualificação

X1X1X1 70 72 71X1X1X1 70 72 71Y1Y1Y 100 81 90.5Y1Y1Y 100 81 90.5W1W1 93 83 88W1W1 100 83 91.5

Histórico de Classificação de Fornecedores de Matéria-Prima

Ano 2003 Ano 2004 Ano 2005 Fornecedor Nota Conceito Fornecedor Nota Conceito Fornecedor Nota Conceito X1X1X1 62.9 Regular X1X1X1 64.7 Regular X1X1X1 67.72 Regular Y1Y1Y 71.5 Bom Y1Y1Y 75.9 Bom Y1Y1Y 78.27 Bom W1W1 79.5 Bom W1W1 83.4 Otimo W1W1 86.87 Otimo

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APÊNDICE E - EXPLICAÇÃO DOS ITENS AVALIADOS NA AUDITORIA IN LOCO

DEPARTAMENTOS AVALIADOS

EXPLICAÇÃO

Gestão corporativa Pontos pertinentes a Gestão da empresa foram abordados para verificar se a empresa possui diretrizes nas quais estão desdobradas nos setores. Além disso, verificar a expectativa de crescimento da empresa e planos de redução de custos.

Gestão da qualidade e meio ambiente

Estes pontos foram avaliados para verificar a intensidade do conceito de qualidade e a capacidade da empresa em padronizar seus processos, buscando melhorias constantemente. Além disso, a preocupação com o meio ambiente.

Recursos humanos A gestão de RH sofreu avaliação para verificar se a empresa proporciona treinamento, assim como, crescimento e desenvolvimento dos funcionários. Desta forma, foi possível perceber se o funcionário é motivado a desempenhar um bom trabalho. Além disso, averiguar se há rotatividade excessiva na empresa.

Planejamento e controle de produção / industrial

Estes itens foram selecionados para verificar a capacidade do fornecedor em atender as necessidades da TFL com relação a quantidade, prazo, qualidade. Verificar também, o custo que a empresa tem devido a utilização de sua capacidade, assim como, seu custo devido a política de estoque utilizada.

Compras Estes itens foram considerados importantes, pois demonstram o envolvimento e eficiência do setor de compras em fazer bons negócios devido ao fato de estar bem informado. Além disso, verificar se ela garante o fornecimento para a produção através de uma boa sistemática de colocação de pedidos. E se há preocupação da área de compras com relação a qualidade do fornecedor que faz parte da sua cadeia.

Laboratório de controle de qualidade

Os itens citados foram escolhidos com intuito de verificar se o fornecedor consegue garantir a qualidade do produto enviado a TFL através de um procedimento de inspeção de qualidade confiável. Isto, contemplando a organização e limpeza do setor, rastreabilidade e equipamentos em bom estado, aferidos e adequados.

Segurança Estes itens foram avaliados para se certificar que o fornecedor proporciona condições de trabalho adequadas para seus funcionários, minimizando acidentes que acarretem atraso em sua produção e conseqüentemente na entrega ao cliente.

Manutenção A manutenção também será analisada para verificar se a empresa possui procedimentos que garantam o bom funcionamento da fábrica. Não somente com ações corretivas, mas também preventivas e preditivas.

Recebimento e expedição Estes itens foram escolhidos, pois demonstram a preocupação do fornecedor em se certificar que estão recebendo e expedindo conforme pedido. Se há preocupação com o acondicionamento dos produtos, assim como, sua validade e compatibilidade.

Custos / financeiro Estas áreas foram averiguadas para detectar se a empresa possui controle de suas despesas, assim como, de suas finanças. A importância desta verificação se justifica, pois se o fornecedor tiver controle dos seus custos poderá proporcionar aos clientes melhores preços.

Informática A informática foi consultada com intuito de verificar se a empresa oferece um sistema confiável, e também, ágil no qual o fornecedor possa ter as informações rapidamente para o cliente sem correr o risco de perda de informação e histórico.

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APÊNDICE F- FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO IN LOCO

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FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO IN LOCO DE FORNECEDORES DE MATÉRIA-PRIMA - TFL DO BRASIL EMPRESA: DATA DA AVALIAÇÃO: 08/11/05

Departamentos e critérios de avaliação pertinentes aos mesmos Escalas Atende Integral

Atende Parcial

Atende Pouco

Não Atende ou não possui

Classificação

GESTÃO CORPORATIVA Peso 30 5 3 1 0 Pontos GeralA empresa possui missão, visão e planejamento estratégico formalizado 7 0 Desdobramento da estratégia dentro da empresa 6 0 A empresa mede seu desempenho através de indicadores 5 0 Plano de redução de custos e despesas 6 0 Investimento da empresa focado em crescimento 6 0

0

GESTÃO DA QUALIDADE E MEIO AMBIENTE Peso 25 5 3 1 0 Pontos GeralA empresa possui todos os seus processos estruturados e documentados ou é certificada 4 0 Há procedimento de rastreabilidade aplicado a toda empresa 3 0 A empresa utiliza ferramentas de qualidade (espinha de peixe,PDCA, CCQ, CEP, 5 S etc) 3 0 A empresa controla e monitora os custos gerados pela má qualidade 3 0 Há procedimento para tratar não conformidades (cliente, fornecedor e processo) 3 0 É rotina na empresa ter projetos de melhoria (documentado e formalizado) 3 0 A empresa trabalha para reduzir o impacto ambiental gerado pela sua atividade 3 0 Há gerenciamento e tratamento dos resíduos gerados (sólidos, gasosos e líquidos) 3 0

0

RECURSOS HUMANOS Peso 15 5 3 1 0 Pontos Geral% de carga horária de treinamento para os funcionários 4 0 Desenvolvimento de competência, habilidade e atitude 3 0 Programa de benefícios e processos motivacionais 3 0 Avaliação de desempenho 2 0 % de turnover e absenteísmo da empresa 3 0

0

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Departamentos e critérios de avaliação pertinentes aos mesmos Escalas Atende Integral

Atende Parcial

Atende Pouco

Não Atende ou não possui

Classificação

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO-INDUSTRIAL Peso 30 5 3 1 0 Pontos Geral Planejamento baseado na previsão de vendas, histórico e crescimento de mercado 4 0 Planejamento e política de estoque (via sistema) 4 0 Cronograma de produção 4 0 Flexibilidade para atender demandas inesperadas 3 0 Layout adequado 3 0 Fornecedor utiliza processo descritivo para produzir 4 0 Controle de pesagem da matéria-prima e inspeção da embalagem 3 0 Utilização da capacidade produtiva 5 0

0

COMPRAS Peso 25 5 3 1 0 Pontos Geral Estratégia direcionada a fornecedores 5 0 Captação de informações de mercado 4 0 Processo de acompanhamento dos custos das matérias-primas (mesmo sem compra) 3 0 Compras trabalha com programação junto a fornecedores 3 0 Processo estruturado indicando prazo de entrega dos fornecedores 3 0 Processo de qualificação, avaliação e desempenho de fornecedores 7 0

0

LABORATÓRIO DE CONTROLE DE QUALIDADE Peso 25 5 3 1 0 Pontos Geral Organização e limpeza do laboratório 5 0 Aferição dos equipamentos 5 0 Laboratório possui sistemática de identificação de especificações dos clientes 4 0 Processo de inspeção de qualidade de matéria-prima 5 0 Processo de inspeção de qualidade de produto acabado 6 0

0

SEGURANÇA Peso 10 5 3 1 0 Pontos Geral A empresa atende a legislação de segurança-Programa de prevenção de riscos ambientais 4 0 A empresa possui plano de controle médico ocupacional 1 0 A empresa possui CIPA, brigada de emergência, mapa de risco, sistema de alarme 2 0 Programa de prevenção de acidentes 3 0

0

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Escalas Atende Integral

Atende Parcial

Atende Pouco

Não Atende ou não possui

Classificação

MANUTENÇÃO Peso 10 5 3 1 0 Pontos Geral Sistemática de trabalho da manutenção (preditiva, preventiva, corretiva) 6 0 Lista de equipamentos com relação a criticidade do mesmo 2 0 Ferramental adequado e disponível na empresa 2 0

0

EXPEDIÇÃO E RECEBIMENTO Peso 10 5 3 1 0 Pontos Geral Organização e limpeza do deposito 1,5 0 Armazenagem e acondicionamento de matéria-prima e produto acabado adequado 1,5 0 Inspeção da carga no recebimento e na expedição de produto 3 0 Sistema de localização de matéria-prima e produto acabado 3 0 Sistema de liberação de lote FIFO 1 0

0

CUSTOS / FINANCEIRO Peso 15 5 3 1 0 Pontos Geral Custos/despesas controlados por departamento 4 0 Integração entre a área de custos, compras e mercado 4 0 Acompanhamento dos custos totalmente via sistema 4 0 Acompanhamento e analise de indicadores financeiros e questões fiscais 3 0

0

INFORMATICA Peso 5 5 3 1 0 Pontos Geral Sala de equipamento e servidor adequado 1 0 Servidor com capacidade, anti-vírus e backup confiável (HP, IBM, DELL) 1 0 Atualização do sistema operacional e equipamentos 1 0 Sistema integrado entre os setores (sistema único) 2 0

0

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ANEXO A – REQUISIÇÃO DE AMOSTRA E TESTE DE MATÉRIA-PRIMA

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ANEXO B – FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE

MATÉRIA-PRIMA

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS Data Inicial: 1-abr-04 Data Final: 31-mar-05

Nome do Fornecedor: Matéria-prima: Nome comercial: Nº de recebimentos no período:

Pontualidade - 1.4 pontos (10-(n° de atrasos/n° de recebimentos))*0.14 nº atrasos

Condições de chegada da carga (10-(n° de entregas não conformes/n° de recebimentos))*0.04 nº entregas não conformes

Política de preços e prazos de pagamento (10-(n° de divergências/n° de recebimentos))*0.04 nº divergências

Organização documental (10-(n° de erros/n° de recebimentos))*0.04 nº erros

Feedback Pontuação*0.04 pontuação

Laudo de análise (10-(n° de não-conformidades/n° de recebimentos))*0.15 nº de não conformidades

Qualidade (10-(nota/n° de recebimentos))*0.45 pontuação

Administração de problemas Pontuação*0.1 pontuação

Questionário Pontuação do questionário de avaliação ambiental*0.1 pontuação Nota Final: ((somatório dos pontos da avaliação)+nota do questionário)/2 Conceito: EXCELENTE

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ANEXO C – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE FORNECEDORES

Fornecedor: ...................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................... FORNECEDOR CERTIFICADO ISO 14001 => Dispensado de responder

NOTA: Anexar cópia do certificado.

Natureza da atividade:( ) Fornecedor ( ) Prestador de serviço Tipo de atividade: ( ) Produtos ( ) Beneficiamento ( ) Transportes ( ) Laboratório/Calibração ( ) Reciclagem de resíduos ( ) Consultoria/Treinamento ( ) Outros: _______

• Existe algum sistema de gestão ambiental em implantação na sua empresa? ( ) Sim ( ) Não

• Sua empresa possui política ambiental formalmente definida, implementada e compreendida por todos na organização? ( ) Sim ( ) Não

• Assinale abaixo os itens que descrevem atividades já adotadas por sua empresa: ( ) Lixo seletivo ( ) Tratamento de efluentes ( ) Redução de toalhas de papel ( ) Redução e controle dos recursos naturais (energia elétrica/água) ( ) Controle e destino de resíduos seja de origem produtiva, do refeitório etc. ( ) Redução do uso de copos e materiais descartáveis ( ) Outros:

• Sua empresa possui LO (Licença de Operação) dentro do prazo de validade? ( ) Sim, anexar cópia da licença ( ) Não, justifique:

As leis ambientais aplicáveis ao seu negócio/empresa estão sendo cumpridas/atendidas integralmente? ( ) Sim ( ) Parcial, justifique: ( ) Não, justifique:

• Os aspectos e parâmetros relacionados ao meio ambiente são medidos, monitorados e analisados, objetivando sua melhoria? ( ) Sim, quais os critérios: ( ) Não, justifique:

• Para os produtos químicos e/ou perigosos fornecidos à TFL do Brasil, existem fichas de segurança contendo orientações aos usuários quanto aos riscos e disposições em caso de acidente? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não aplicável

• Existe identificação clara e inequívoca no seu produto quanto ao tipo, cuidados, riscos, armazenamento, manuseio e preservações necessários? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não aplicável

• Sua empresa possui planos de emergência, assinale quais: ( ) Derrame ( ) Evacuação ( ) Primeiros Socorros ( ) Incêndio

• Nos seus produtos ou serviços são utilizados matérias-primas e/ou insumos ecologicamente corretos (biodegradáveis, recicláveis, etc.)?

• Sua empresa participa de algum programa comunitário?

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( ) Sim, qual (s)? ( ) Não • As embalagens após o uso do produto podem ser:

( ) Recicladas ( ) Reutilizadas ( ) Outro destino, qual: ( ) Incineradas ( ) Destruídas ( ) Não aplicável

• Seu produto ou serviço gera algum tipo de impacto ambiental relevante? ( ) Sim ( ) Não

• Na aquisição de matérias-primas, insumos, componentes, etc., utilizados em seu produto ou serviço, sua empresa leva em consideração critérios de qualidade e ambientais de seus fornecedores? ( ) Sim ( ) Não

• Os tanques e locais para armazenamento de produtos e matérias-primas atendem às normas de segurança aplicáveis (Ex.: diques/dispositivos de contenção, etc.)? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não aplicável

• Os resíduos líquidos do seu processo são drenados e tratados em estação de efluentes ou similar? ( ) Sim, qual: ( ) Não, justifique: ( ) Não aplicável

• No caso de resíduos de seu processo produtivo, os mesmos são adequadamente reciclados, tratados ou

descartados? ( ) Sim, quais e como: ( ) Não, justifique: ( ) Não aplicável

• Assinale abaixo os critérios utilizados por sua empresa no transporte de produtos (frota própria ou terceiros): ( ) Motoristas devidamente habilitados ( ) Treinamento periódicos dos motoristas ( ) Kit de emergência ( ) Treinamento dos ajudantes de descarga ( ) Manutenção preventiva do veículo ( ) Etiquetas de alerta/código ONU ( ) Pneus em estado adequado ( ) Lacres (onde aplicável) ( ) Controladores de velocidade ( ) Seguro (qual a abrangência/cobertura) ( ) Não é de nossa responsabilidade, ou não faz parte do nosso controle

( ) Socorro da carga em caso de acidentes por equipe treinada, especializada

( ) Controle de emissão de gases na atmosfera ( ) Limpeza e monitoramento da área afetada no acidente

( ) Exames médicos/psicológicos periódicos do motorista

( ) Laudos e destino e monitoramento dos resíduos do acidente

( ) Kit de segurança/sinalização ( ) Outros: • Os veículos são adequados ao transporte dos produtos químicos ou perigosos?

( ) Sim ( ) Não, justifique: ( ) Não aplicável • Os motoristas e ajudantes estão orientados para seguir e acatar as regras e procedimentos de segurança da

TFL do Brasil? ( ) Sim ( ) Não, justifique: ( ) Não aplicável

• Sua empresa é submetida à auditorias de qualidade e ambientais: ( ) Internas ( ) Externas (mencionar a instituição) ( ) de Clientes

• Sua empresa possui a certificação ISO 9000? ( ) Sim, qual o escopo (envie certificado anexo) ( ) Sistema em implantação ( ) Não

• Sua empresa tem alguma sugestão para contribuir com o nosso sistema de qualidade e gestão ambiental? Todas as suas sugestões serão bem vidas.

Respondido por: Nome Função Data