LONA 704 - 26/04/2012

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[email protected] lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 704 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, quinta-feira, 26 de abril de 2012 @jornallona Portfólio Inspiração ‘012 é realizado por alunos de Design O evento busca na inspiração um modo de aproximar estudantes de Design por meio de palestras e concurso Pág. 3 Joana Castro FUTEBOL Deu zebra na Liga. Chelsea surpreende e derrota Barcelona Pág. 2 CULTURA A maior emissora de televisão do Brasil completa 47 anos Pág. 4 OPINIÃO Última Bienal do Livro teve sucesso na era do ebook Pág. 2

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quinta-feira, 26 de abril de 2012

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O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 704Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, quinta-feira, 26 de abril de 2012

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Portfólio Inspiração ‘012 érealizado por alunos de Design

O evento busca na inspiração um modo de

aproximarestudantes de

Design por meiode palestrase concurso

Pág. 3

Joana Castro

FUTEBOL

Deu zebra na Liga.

Chelsea surpreende e

derrota Barcelona

Pág. 2

CULTURA

A maior emissora de televisão do Brasil completa 47 anos

Pág. 4

OPINIÃO

Última Bienal doLivro teve sucesso na

era do ebook

Pág. 2

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ExpedienteReitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comu-nicação Social: André Tezza Consentino | Coordenado-ra do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Apa-recida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editora-chefe: Suelen Lorianny | Repórter: Vitória Peluso | Pauteira: Renata Silva Pinto | Editorial: Danilo Georgete.

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Como pode um país como o Brasil ficar à mercê de problemas técnicos da rede de telefonia? Como pode um país que acha que pode tudo, inclusive se-diar uma Copa, não se preocupar com eventuais pro-blemas como o que aconteceu ontem?

Tudo bem que assessores da ANATEL e etc. in-formaram que foi um problema passageiro, que isso acontece. Mas onde está a previsão e a solução rá-pida do problema? Qual a área de escape para que a gente não fique novamente na era sem internet? Solução rápida eu não digo que é conseguir voltar a normalidade no fim da tarde, mas sim no máximo 30 minutos depois.

Imaginem se uma pane como essa ocorre durante a Copa do Mundo de 2014. Já pensaram na vergo-nha que passaríamos? O que iam pensar do Brasil, da nossa estrutura telefônica? Em 2014 teremos por aqui turistas desembarcando com smartphones de-mandando velocidades que não temos hoje. O nú-mero de pessoas conectadas via dispositivos móveis será muito maior no mundial.

Os desafios para suportar a transmissão em massa dos jogos da Copa do Mundo são vários, o problema de ontem nos mostra que não temos aporte neces-sário para conseguir comportar o mundo ligado na nossa rede. Um dos desafios é o suporte ao cresci-mento das redes móveis de alta velocidade.

Alguns estudos apontam que o crescimento da banda larga no mundo será de 176% entre 2007 e 2012. A Internet é, portanto, um ponto crítico que deve ser vista com toda atenção, para garantir que os serviços de mídia sejam entregues em todo o mundo com padrão internacional, ainda mais o Brasil que pretende ter a primeira Copa em alta definição.

A banda larga brasileira é uma das piores do mun-do, é cara, lenta e mal distribuída. A maioria das cidades-sede não possuem opções de rota alternati-va, caso ocorra algum dano na rede. O Brasil precisa investir pesado na infraestrutura para garantir a es-tabilidade do sistema, isso sim pode ser um legado para a população brasileira.

Editorial

O livro poderia ser básicoElisa Schneider

Opinião

Abril é considerado o mês da literatura e ainda vamos acompanhar mui-tas iniciativas voltadas para a venda e divulgação de autores nacionais.

A última Bienal do Livro de São Paulo, em 2010, atraiu centenas de visitantes. As vendas foram ótimas. O evento deste ano pretende ser maior e melhor. Outras capitais seguem o exemplo e inauguram esse ano feiras de livros em Brasília e Fortaleza.

O incentivo à leitura pode ser uma ótima estratégia de marketing para influenciar a venda de livros de papel na era do ebook. Muitas pessoas não conseguiram terminar um livro em PDF, mas sentiram-se motivadas ao ter o mesmo título em mãos.

Como mostrar a todos que ler é bom? Os livros precisam chegar até as pessoas. O desafio é criar essa situação. Existe uma ideia que poderia resol-ver esse problema de tato com o livro.

O autor infanto-juvenil Ziraldo, disse em entrevista para TV Brasil, que defende a ideia de que o livro deveria ser incluído como item da cesta bási-ca. A cada mês, um livro. Por ano são doze.

Porém, um dos maiores problemas do Brasil é a educação. Não basta ter um livro na mão para compreender o que ele diz. Isso não é suficiente.

Infelizmente, a evasão escolar é alta no Brasil, de 100 alunos que in-gressam na primeira série, apenas cinco concluem o Ensino Fundamental (IBGE, 2007). As escolas precisam ser mais atrativas para o jovem e de fácil acesso para as crianças. Iniciativas grandes, como as bienais, só fazem sentido se conseguirem cumprir a missão de refletir seus objetivos no inte-rior da sociedade.

Um legado decente da Copa

Daniel Zanella

O imprevisível e o imponderável

A desclassificação do Barcelona para o Chelsea na semifinal da Copa dos Campeões da Europa de 2012 pode ser estudada a partir de diversos aspectos, nenhum deles capazes de atribuir significado completo a uma das disputas es-portivas mais emocionantes dos últimos anos. Podemos especular sobre o des-gaste do modelo de jogo do Barcelona, a vitória das defesas sobre o futebol pro-dutivo, a imprevisibilidade do futebol e o próprio formato da competição, que possibilita que resultados menos ortodoxos aconteçam com mais naturalidade.

Se por um lado, o futebol não se diferencia dos demais esportes ao fazer do resultado um método transparente de sucesso, por outro lado, não é possível, no caso específico e singular do Barcelona – um dos maiores times da história –, dizer que o modelo de jogo do time catalão é equivocado, superado ou algo que o valha. Se esta fosse uma competição de menor margem de absurdo, o placar que estabeleceria mais justiça aos dois confrontos seria 7 a 3 ao Barcelona, que teve mais de 70% de posse de bola, chutou quase 30 vezes, mas teve seus joga-dores decisivos com desempenho abaixo da média – o que também não deixa de ser um mérito da equipe inglesa, que fez da aplicação tática e da entrega física e mental a forma de buscar equiparar as forças.

É por resultados como desta última terça-feira que o futebol mobiliza multi-dões, um esporte imponderável, cruelmente ilógico, apaixonante em suas con-tradições, também por isso demasiado humano, rompedor da ordem e do mérito.

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Curitiba, quinta-feira, 26 de abril de 2012

Grupo de Design Daniela Kool, MauraCaetano, Géssica Secchi, André Cavalheiro, Bianca Sávio, Tatiane Dias e Guilherme Tanamati.

Joana Castro

Evento de design buscainspiração e criaçãoAmanhã um grupo de alunos do curso de Design da UP realizará o Portfólio Inspiração ‘012, evento que pretende inspirar os estudantes

Giuliana NogaraJoana Castro Maria Luiza de Paula

O evento chamado Portfólio Inspiração ‘012, organizado pelos alunos de Design – Projeto Visu-al da Universidade Posi-tivo, será realizado nesta sexta-feira (27) no Bloco Bege da Universidade, ás 8h. O evento traz o tema inspiração como principal maneira de alcançar estu-dantes de Design de Curi-tiba e outras regiões. Se-gundo os organizadores do evento, Tatiane Dias Abib, André Cavalheiro e Bianca Sávio, este ano a ideia é diferente: mos-trar que inspiração é algo recorrente da profissão e dos profissionais de De-sign.

Para isso o evento con-tará com a presença dos famosos designers Beto Janz (criador da marca Vírus e designer na agên-cia Taste), Fred Freire (ex-grafiteiro que atual-mente trabalha com ani-mação e motion), Filipe Fernandes (fundador do blog Choco La Design) e Rafael Quick (editor, dia-gramador e ilustrador da Revista Super Interessan-te).

O ex-aluno de Design, que agora faz pós-gradu-ação em Arte Visual na Universidade Positivo, Fred Freire conta que cria com seu repertório e sua

experiência de vida. “Eu acredito que o designer cria o tempo todo, é um profissional que vive da sua curiosidade, da sua insatisfação com o mundo ao redor, então esta sem-pre criando soluções para problemas do cotidiano”, diz o ex-grafiteiro que atualmente trabalha com animação e motion. Para o criador da marca Vírus, Beto Janz, inspiração é algo pessoal, cada um se inspira de forma e através de estímulos diferentes, e observar isso, pode aju-dar no processo.

Dicas

Os convidados Fred Freire e Beto Janz deram algumas dicas aos alunos de Design da Univer-sidade Po-sitivo. Fred diz: “Pri-meiro que eles não aceitem as coisas do jeito que elas são, não se dei-xar seduzir pelo visual. A segunda coisa é que se mante-nha curio-so, sempre aberto a c o m p r e -ender no-vas coisas, p r o c u r a n -do novas

experiências. A terceira coisa é fazer o que você de fato acredita, porque o mercado de Designer vive de ondas, então é importante que o Desig-ner se mantenha atualiza-do, mas não esquecendo de fazer aquilo que gos-ta. Se você acredita que existe uma forma de fa-zer que é só sua, busque e construa ela”. E Beto aconselha: “O importante é gostar daquilo que está fazendo, e por mais cli-ché que seja, tirar o má-ximo de proveito de todo e qualquer projeto sempre tentando aprender algo, inclusive com os erros. No mais é muita prática e paciência”.

Edições anteriores

Em edições anterio-res o evento era feito de professores do curso para os alunos, com a ideia de trazer egressos e con-tar como é a experiência no mercado de trabalho pós-niversidade. No ano de 2010 surgiu a ideia de chamar o evento de “por-tfólio”, sendo elaborado pela turma de quinto pe-ríodo de cada modalidade do curso – Moda, Visual e Produto - todo ano.

Concurso

Além das palestras com os convidados, será feito um concurso de car-tazes que, segundo a or-ganização, tem o objetivo de chamar atenção do pú-

blico quanto ao formato diferenciado do evento. “Além de criar uma com-petição entre os alunos, dando uma experiência ao que eles vão encontrar no mercado de trabalho assim que se formarem e se tornarem profissio-nais”, completa Tatiane Dias Abib, uma das or-ganizadoras do evento. O ganhadore será presente-ado com uma tatuagem do estúdio El Cuervo, uma shape de caveira criada por Beto Janz (convidado do evento) e um quadro ilustrado por Fred Freire (também convidado).

“Inspiração não é apenas como um insi-ght, que aparece nos

momentos de criação, e sim como extrair essa inspiração do mundo das ideias e

materializar”.

Tatiane Dias Abib, uma das organizadoras do evento.

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Curitiba, quinta-feira, 26 de abril de 2012

Rede Globo completa 47 anos4 Geral

Há 47 anos nascia a Rede Globo, no Rio de Janeiro, criada pelo jor-nalista Roberto Marinho, em 26 de abril de 1965. A emissora é vista diaria-mente por 150 milhões de pessoas, cobrindo 98,44% do território brasileiro e atingindo 99,50% da po-pulação.

Ela é uma das maiores emissoras de televisão e uma das maiores produ-toras de telenovelas do mundo. Sua sede princi-pal fica no Rio de Janei-ro. Conta também com 122 emissoras próprias e afiliadas e com a TV Globo Internacional, que transmite para cerca de 130 países.

A Globo foi oficial-mente criada em 1965, mas a aprovação da sua concessão de televisão feita em julho de 1957, pelo então presidente da República, Juscelino Ku-bitschek.

Em 1962, as Organiza-ções Globo assinaram um acordo com a empresa de direitos autorais Time-Life, que proporcionou a Roberto Marinho um capital de cerca de US$ 6 milhões, dando recur-sos para comprar equipa-mentos e montar toda a

sua estrutura. Em troca, a Time-life ficou com uma participação de 30% nos lucros.

A Globo chegou ao estado de São Paulo em 1966 e dois anos depois a Belo Horizonte. Em 1969, a Globo começou a trabalhar com emisso-ras afiliadas, no mesmo ano de estreia do Jornal Nacional, que até hoje é o mais visto do telejor-nal do Brasil. A partir de 1977, toda a programação passou a ser transmitida em cores, e em 1982, co-meçaram as transmissões via satélite.

Segundo Sandra No-dari, professora de tele-jornalismo da Universi-dade Positivo, a Globo estabeleceu os padrões de qualidade dos telejornais do país, o famoso Padrão Globo de Qualidade.

Ela ex-plica que existe um manual que delimita a q u a l i d a d e mínima que um mate-rial precisa ter para ser exibido nos telejornais da emissora. “É um Padrão que não permite imagens com problemas técnicos”, diz Sandra. Ela afirma tam-bém que esse padrão é es-tendido para as afiliadas.

A maioria das outras

emissoras não consegue manter esse mesmo pa-drão. Devido à disputa acirrada por audiência, hoje elas conseguem che-gar a níveis próximos, ex-plica a professora. Princi-palmente a Record, que é a principal concorrente da Globo. Mas ela afirma que nas outras emissoras ainda é possível assistir programas fora do padrão de qualidade. Enquan-to na Globo isso nunca acontece.

Mas por que esse pa-drão é tão eficiente? “O padrão da Globo não cau-sa ruído de comunica-ção”, explica Sandra. Um ruído de comunicação é tudo aquilo que tira a atenção do telespectador da notícia. “Isso faz com que você use o que Um-berto Eco chama de sus-

pensão da descrença”, ela expli-ca. “Como aquilo não tem ne-nhum ru-ído, você a c r e d i t a . Você parti-cipa visual-

mente daquela experiên-cia”, completa.

Apesar da eficiência desse padrão, Sandra ex-plica que ele acaba mui-tas vezes se tornando um defeito, pois falta inova-ção. Segundo ela, não há espaço para que a criati-

vidade seja usada. O jeito como as notí-

cias são contadas nos jor-nais é o mesmo desde que a Rede Globo foi criada. “O que vai mudando é a transformação tecnológi-ca. A gente conta as notí-cias do mesmo jeito”, diz a professora.

Ao longo desses 47 anos, seu viés ideológico já foi questionado diver-sas vezes. Segundo o pro-fessor de história do Bra-sil Emerson Castro, isso se deve principalmente a acontecimentos ligados ao governo militar.

Ele explica que pela emissora ser de conces-são pública, ou seja, por precisar da permissão do governo para funcionar, ela não poderia criticá-lo por motivos de censura. “Mas em alguns casos, como é o caso da Globo, mais que censurada, ela apoiou”, explica.

“Isso ficou bastante evidente em vários mo-mentos”, explica Emer-son. Ele cita casos dos anos 70, de como os pro-gramas da emissora cos-tumavam ter ajuda dos militares para produzir as reportagens.

Além de histórias de manipulações da notícia que botaram em cheque várias vezes a credibili-dade da emissora. Entre elas, o caso de edição do debate entre Collor e Lula, em que os próprios

Giuliana NogaraJoana Castro Maria Luiza de Paula

membros da emissora chegaram a reconhecer o erro.

Mesmo com todos es-ses problemas, Emerson diz que não se pode apenas dizer coisas ruins sobre a Rede Globo. “Eles já fi-zeram vários trabalhos de minisséries, baseados em autores brasileiros, isso é muito positivo”, diz.

Ele explica também que com esses trabalhos, a Globo ajudou a popula-rizar muitos elementos da cultura brasileira, inclu-sive no exterior por conta das novelas. A professo-ra Sandra Nodari diz que mesmo com todos esses casos de comprovação de manipulação, segundo pesquisas realizadas, o seu nível de credibilidade ainda é bastante alto.

Os dois concordam, entretanto, que a supe-rioridade de audiência da Globo pode estar com os dias contados. “Eu não sei se hoje o Jornal Nacional tem o poder de preponde-rância que já teve”, afir-ma Castro.

Já Sandra diz que isto tem a ver com a falta de inovações. “As Classes C, D e E estão mais cansadas de assistir esses jornais que as deixa de lado”, afirma ela. Ela comple-ta dizendo que com essa perda de espaço, a Glo-bo talvez comece a ten-tar coisas diferentes para manter a sua audiência.

Em 47 anos a Globo se mantém na liderança do jornalismo no país,estabelecendo padrões de qualidade e influenciando a sociedade brasileira

“As Classes C, D e E estão mais cansadas

de assistir esses jornais que as

deixa de lado”, afirma.