LONA 500- 04/06/2009

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quinta-feira, 4 de junho de 2009 - Ano XI - Número 500Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Paraná mantémmenos de 1% da

mata de araucária

Dez troncos de araucárias apreendidas pelo Ibama estão ex-postos em pontos estratégicos da Rua XV de Novembro. Aação faz parte da campanha “Contagem Regressiva”, que pre-tende conscientizar as pessoas sobre a situação alarmante dapreservação da floresta de araucárias no Paraná. Os estantesestarão no local até amanhã. A maioria dos monitores queorientam os visitantes são voluntários de órgãos ligados aomeio ambiente. Mesmo com o frio que fez ontem na capital,várias pessoas se dispuseram a lutar pela causa da preserva-ção do meio ambiente.

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Gustavo Alberge/LONAchega àedição nº500500

Foram 500 jornais fechados desde 1999, ano em que o Laboratório daNotícia (LONA) começou a circular. A periodicidade era mensal e váriosdetalhes mudaram nos últimos 10 anos. Nesta edição, alguns dos repórte-res do LONA receberam a missão de traçar um “perfil” deste que é ojornal-laboratório do Curso de Jornalismo da UP. Entre as inúmeras histó-rias encontradas, o relato da experiência recente de uma das editoras,um apanhado geral sobre as mudanças no formato, impressão e diagrama-ção e até o depoimento de alguns leitores podem ser apreciados. Mascomo era de se esperar, não há como contar 500 edições de história emalgumas páginas. O LONA constrói sua identidade todos os dias. Os leitoresdo veículo comprometido com o papel social do jornalismo sabem queentre os equívocos nas datas, créditos ou sub-editorias estão os principi-antes da prática de hoje, mas que serão os profissionais de amanhã.

Páginas 2, 7 e 8Páginas 2, 7 e 8Páginas 2, 7 e 8Páginas 2, 7 e 8Páginas 2, 7 e 8

LONA

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Curitiba, quinta-feira, 4 de junho de 20092

Expediente

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalis-mo da Universidade Positivo – UP,

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins.Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Planejamento e Avalia-ção Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Cur-so de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Profes-sores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida e Mar-celo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Cami-la Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

“Formar jornalistas comabrangentes conhecimentosgerais e humanísticos, capa-citação técnica, espírito cria-tivo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsa-bilidade social que contribu-am com seu trabalho para oenriquecimento cultural, so-cial, político e econômico dasociedade”.

Missão do cursode Jornalismo

OpiniãoLona nº 500

Foto: Diego Henrique

Camila Scheffer Franklin

- Alô?! Camila?!- Sou eu.- Oi, é o Marcelo. Você pas-

sou na entrevista e é a nova es-tagiária do Lona.

- Nossa!...- Você pode trazer para o Ri-

cardo um comprovante de resi-dência, xerox do seu RG e CPFaté hoje às 18h?

- Posso...- Parabéns, então! Você co-

meça na próxima segunda.Foi mais ou menos assim

que aconteceu. Horas antes euestava na sala dele, respon-dendo algumas perguntas, ti-rando algumas dúvidas e con-cluindo a minha entrevistapara o estágio.

Eu queria muito. Desde oinício do ano falava para oprofessor Marcelo Lima nãoesquecer de avisar a data deentrevista para estagiar noLona. Todos os dias estavacorrendo atrás dele.

Deu certo.Naquela segunda-feira eu

estava a mil. Conheci a MarisaRodrigues e o Antonio Senko-vski, meus novos colegas de tra-balho. Começava ali uma par-ceria. Mais que isso, uma ami-zade.

No início foi tranquilo. OLona começou a ser publicadoquase um mês depois que eucomecei a estagiar. Durante assemanas calmas, eu e o Antoniomudamos o projeto gráfico dojornal e diagramamos algumasmatérias de gaveta. Ele tambémfoi meu professor de diagrama-ção. Eu sabia um pouco, masestava sempre acompanhandoele diagramar as páginas e co-nhecendo os atalhos do progra-ma e algumas “mandingas”.

Quando o jornal voltou àpublicação diária, as coisasmudaram muito.

13h. Início do horário do es-tágio. Lá está a Marisa sentadano computador do canto, in-conformada com os textos que

recebeu, arrancando os cabeloscom as reportagens sem assina-tura e roendo as unhas pelas fo-tos que nunca vêm. Ela mexe nabolsa, pega um cigarro e vai “pen-sar”. Pensar, no nosso vocabulá-rio, significa fumar para relaxar.Logo se acalma e volta a revisaros textos e ajeitar as fotos que vãopara a edição do dia seguinte.

14h. Lá vem o Antonio. Se eletiver feito matéria de telejornalis-mo um pouco antes do horário deestágio, ou tiver que fazer depois,pode ter certeza que ele vai estar“de bico”. Mas logo descontraicom as piadas e besteiras que fa-lamos na redação e se animapara trabalhar.

A tarde passa. Nós revisa-mos, ajeitamos, diagramamos eencaminhamos as páginas parao professor responsável por fe-char o jornal do dia. Muitas ve-zes nos perdemos sem saber se édia da Ana Paula Mira ou doMarcelo. Mas se o professor Mar-celo (vulgo “cabra”, “caboclo” eafins) for fechar o jornal, ele ligapróximo às 15h cobrando as pá-ginas diagramadas. Fim da dú-vida. Graças ao ritual do Marce-lo estamos salvos. Mas não temhora para acabar.

Faz três meses que estou aqui.Há três meses eu aprendi a li-

dar com as críticas. Se eu for co-locar na balança, as negativassão em maior número que as po-sitivas. De tempos em tempos meparam no corredor para reclamarde matérias não publicadas, dia-gramação esquisita e créditos in-corretos. Então eu lembro do con-selho da minha amiga Cariem.“Só ouça o que tem valor e vai fa-zer o seu trabalho melhorar.Quem precisa elogiar está elogi-ando”.

Já tive de ouvir até compara-ções do Lona com os jornais deoutras faculdades. Será quenunca leram o selinho que estána capa afirmando que o Lonaé o único jornal-laboratório diá-rio do Brasil? Se nós tivéssemosuma semana ou mais para fe-

char o jornal como os alunosdas outras instituições têm, cla-ro que o trabalho teria menos er-ros e as matérias seriam maisconsistentes. Nós damos o nos-so melhor. Assim como os alu-nos que colaboram com matéri-as e coberturas ou resolvem fa-zer estágio voluntário por aqui.Como o próprio nome do jornaljá diz, é um jornal-laboratório,nós também somos alunos e

também estamos aprendendo.Desabafo à parte, tenho orgu-

lho de ser uma “loneira” e par-ticipar da quingentésima edição.Aprendi muito e continuoaprendendo. Sentada na reda-ção conheço diversas pessoasda faculdade e algumas “figu-ras” que aparecem de vez emquando. Tive a oportunidade defazer inúmeras coberturas parao jornal e também já me desca-

A saga diária do LONAbelei desesperada com as maté-rias factuais que eu tanto espe-rava para a página três e nãochegavam jamais. Desenvolvimais a minha paciência e tole-rância. Mas acima de todos es-ses pontos, não trabalho mais.Faço parte do pensamento deConfúcio: “Escolha um trabalhoque você ame e não terá que tra-balhar um único dia a mais dasua vida”. Eu amo o que eu faço.

Diego Henrique/LONA

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Gustavo AlbergePaula Werner

Quem passou ontem pelocalçadão da rua XV de Novem-bro viu que a paisagem estavaum pouco diferente. Além dosprédios, vitrines de lojas e ban-cas de jornal, a rua se tornoupalco da exposição “ContagemRegressiva – não deixe chegarno zero”. Ao longo de todo ocalçadão, dez amostras de tron-cos de Araucária – com mais deum metro de diâmetro e algunscom mais de 200 anos – esta-vam expostos com frases deconscientização.

O evento foi desenvolvido emuma parceria entre o InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente(Ibama), Secretaria Estadual doMeio Ambiente (Sema), InstitutoAmbiental do Paraná (IAP) e So-ciedade de Pesquisa em Vida

GeralMeio Ambiente

Campanha alertasobre extinçãoda araucária“Contagem Regressiva” traz às pessoas pedaços de pinheiros apreendidos

Selvagem e Educação Ambiental(SPVS) e tem como objetivo aler-tar a população para a necessi-dade de medidas que protejam afloresta com Araucária.

De acordo com um estudorealizado em 2000 pelo Projetode Conservação e UtilizaçãoSustentável da Diversidade Bi-ológica Brasileira (Probio-Arau-cária), não existe nenhum frag-mento de floresta com Araucá-ria original no Paraná. Restamapenas 29,2% (24.275 km²) de

vegetação secundária – queocupa o ambiente após a retira-da da floresta original – muitofragmentada. Desse total, so-mente 0,8% (661 km²) está emestágio avançado de recupera-ção. A jornalista e organizado-ra da exposição, Tereza Urban,afirma que a intenção é mobili-zar as pessoas para que estascobrem das autoridades respon-sáveis medidas contra essa ex-ploração. “É preciso interrom-per esse processo [extração ile-gal] que não tem fim. Nós temosum mínimo de floresta e essemínimo continua caindo”, diz aorganizadora.

O trabalho de explicar a si-tuação das Araucárias e cons-cientizar sobre a exploraçãoindevida fica a cargo de moni-tores voluntários. Ivan Langeé um dos monitores e se sur-preende com a reação de algu-mas pessoas que passam pelolocal. “Até mesmo agora, queeu estou aqui, fazendo essaconscientização, tem genteque olha esse tronco de Arau-cária, que tem mais de 200anos e que foi apreendido peloIbama, e pensa em fazer fo-gueira”, conta.

Anna Luiza Moreira

Em um projeto que une os cursos de arquitetura e direi-to da Universidade Positivo e um grupo de jovens urbanis-tas norte americanos, foi desenvolvido um planejamentosurbano para a comunidade, não regularizada, Vila Progres-so e um levantamento sobre as mudanças ocorridas após aintervenção de uma empresa privada na comunidade Vilanova, ambas no município de Matinhos Paraná.

O intuito da parceria é permitir que os envolvidos criemuma nova visão, embasada em leis e pesquisas de campo, so-bre a questão da propriedade privada no Brasil. Além, é cla-ro, de possibilitar o contato com os moradores locais e dessemodo entender suas necessidades, o que gera um envolvimen-to mais humano na hora de planejar o loteamento.

Os responsáveis pela junção de cursos aparentementeimiscíveis como direito e arquitetura são os professores Le-andro Franklin Gorsdorf, de direito, e Jussara Maria Silva,de arquitetura. Para completar a mistura a professora deurbanismo da University of Florida ,Joseli Macedo, trouxepara a Universidade Positivo, pelo período de duas sema-nas, um grupo de jovens de extensão em urbanismo que es-colheram o Brasil para as seis semanas de projeto de verão.De acordo com os professores e com os próprios norte ame-ricanos a maior dificuldade encontrada foi entender as leisbrasileiras que são mais flexíveis na questão se proprieda-de privada do que as de seu país.

Depois de aprenderem um pouco mais sobre as leis deterra no Brasil, visitarem os assentamentos e os estudantese conversarem com os moradores locais sobre os pontos po-sitivos da regulamentação, os alunos e os intercambistas seempenharam no projetos que serão apresentados nesta sex-ta feira (05) no auditório do bloco bege da Universidade Po-sitivo a partir das 18:00h.

Alunos da UP e intercambistasda Flórida firmam parceria para

regulamentar assentamento

Intercâmbio

Diferente desse pensamento,ainda existem pessoas que sepreocupam com o meio ambien-te, como o estudante Robson Fer-raz que estava passando pelocalçadão e decidiu dar uma olha-da. Ele diz que a proteção aomeio ambiente é fundamentalpara todos. “A natureza é impor-tante assim como nós. Sem ela,como que a gente vai viver? En-tão é bom cuidar dela”, alerta.Tereza Urban também faz uma

análise. “O Paraná gosta de ter aAraucária como símbolo no seubrasão, mas não tem nenhuma leique proteja de fato essa árvore.Então, o Paraná tem que ser umestado coerente: ou ele muda abandeira ou muda o Estado”.

ServiçoA exposição vai até amanhã

e tem atendimento dos monito-res entre as 9h e 12h e entre as14h e 18h.

É preciso interromper esse processo[extração ilegal] que não tem fim. Nós

temos um mínimo de floresta e essemínimo continua caindo”

TEREZA URBAN, ORGANIZADORA DO EVENTO

“Até mesmo agora que eu estou aquifazendo essa conscientização temgente que olha para o tronco deAraucária, que tem mais de 200 anose que foi apreendido pelo Ibama,e pensa em fazer fogueira”IVAN LANGE, MONITOR VOLUNTÁRIO DA CAMPANHA

A Campanha “Contagem Regressiva” pode ser vista até amanhã

Gustavo Alberge/LONA

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EspecialMeio ambiente

Luana Rigoni

Bolacha, achocolatado, bar-rinha de cereal e pães são ali-mentos que possuem grandessemelhanças. Contudo, sãoitens que acabam se separandona hora de serem levados paracasa dentro de sacolas plásti-cas. O consumidor reclama daalta dos preços, mas não econo-miza na hora de levar emborasacolas a mais.

Por serem mais práticas ebaratas, essas embalagens sur-giram em 1862. A populaçãomundial começou utilizá-las deuma maneira descartável sempensar nos danos que isso tra-ria com o decorrer do tempo.Atualmente, o Brasil produzcerca de 18 bilhões de sacolas,plástico que demora entre 100 e500 anos para se decompor. Porminuto, o mundo todo consomeaproximadamente um milhãodessas sacolas, equivalentes a1,5 bilhões por dia e mais de500 bilhões por ano.

Segundo a bióloga JulianaCastro, as pessoas ainda não seconscientizaram porque não co-nhecem as consequências.“Poucos sabem que as sacolasentopem os esgotos e causamgrandes inundações, além decausarem danos na fauna ma-rinha”. Além do mais, todo diasão jogadas, largadas no mar o

Mundo plásticoSacolas plásticas polui desde a fabricação; especialistas dizem que o plástico oxi-bio degradável não é a solução

que acaba gerando a morte porasfixia de vários animais comobaleias, focas, tartarugas mari-nhas que confundem o plásticocom o alimento.

A poluição começa já na fa-bricação das sacolas. O plás-tico é vindo do petróleo, que éuma substância que não se re-nova e contém uma resina quedemora séculos para se decom-por. Com o passar do tempo, assacolas acabam se tornando tó-xicas, capazes de contaminartoda uma cadeia alimentar.

O mercado Druziki, locali-zado em Campo Largo, na re-gião metropolitana de Curitiba,confirma essas estatísticas. Oestabelecimento gasta, em mé-dia, 12 mil reais em sacolas queduram até quatro meses. O ge-rente Sérgio Rodrigues explicaque, quando os funcionáriosconseguem baixar o consumodelas, são sorteados cestas bá-sicas e brindes como forma deincentivo.

Mas, aos olhos do empaco-tador Ramon Barrazar, 18, a re-dução é quase impossível. “Aspessoas pedem sacolas a maise nós temos que colocar; se elaspedem para reforçar as com-pras, temos que reforçar”.

A bióloga diz que esse pen-samento das pessoas é um erro.“Aproximadamente 73,4% acre-dita que com as sacolas oxi bi-

odegradáveis o consumo nãoprecisa ser diminuído, e acabamusando o plástico como lixo dobanheiro e da cozinha”.

As sacolas percorrem omundo junto com sua polêmica.Na Austrália, entre 2003 e 2005,a venda de sacolas feitas de te-cidos, reutilizáveis, foram res-ponsáveis pela queda de 45%no consumo de plástico. Já naIrlanda, as sacolas custam emtorno de 40 centavos cada, oque fez o consumo dos plásti-cos cair em 90%. China, Irlan-da e Bangladesh proibiram ouso das inimigas do meio am-biente. A Alemanha, como a Ir-landa, cobra uma taxa paracada sacola que for utilizadanos mercados, caso não tenha asua própria. Já na Tanzânia, ogoverno proibiu completamen-te o uso delas. No Brasil, a po-lêmica ainda continua, masuma nova ação divulgada emnovembro do ano passado po-derá servir de exemplo e mode-lo para outras redes de merca-do de Recife e Salvador. O des-conto para o cliente que não uti-lizar as sacolas será de 0,03centavos pela unidade econo-mizada.

Querendo também inovar eadotar técnicas que possam sercolocadas em prática, a Secreta-ria de Estado do Meio Ambien-te e Recursos Hídricos (SEMA)começou a desenvolver oficinascom até 450 pessoas para reali-zar a confecção de sacolas fei-tas de banners que não sãomais utilizados. São sacolas re-tornáveis que podem substituiras plásticas. “As bolsas podemser levadas para os supermer-cados e feiras evitando o usodas tradicionais sacolas de

plásticos”, reforça a Secretaria.Roseli Vida, 53, dona de

casa, afirma que ganhou a sa-cola da neta e que a leva paratodo lugar, inclusive mercadose lojas. Já Camila Fontes, 35,possui a sacola e diz que nãoconseguiu se adaptar.

“Acabo esquecendo e todavez acabo levando para casa assacolas plásticas”, reforça Ca-mila.

Sem sacola, apenas com amochila, Leandro Marques, 24,conta que sempre vai com suamala ao mercado para ajudarna economia. “Não custa nadapara quem vem de carro levartudo em uma sacola de pano; euque pego ônibus tenho plenaconsciência de que estou fazen-do minha parte trazendo a pró-pria bolsa”.

Outro mercado que se desta-ca na região metropolitana deCuritiba é o Super DIP, que tra-balha com sacolas retornáveis.Eles tentam fazer com que osconsumidores as devolvampara assim reciclá-las novamen-te. É assim que explica o geren-te Robert Aparecido da Luz, 23.Ele reclama que, apesar dacampanha, até hoje apenas umcliente retornou o plástico.

“Não damos sacolas a maise todos os funcionários têm me-tas e sabem que não devem des-

perdiçar o que obviamente vaiacarretar muitos danos para anatureza. Temos que assumirnossa responsabilidade social”

O mercado possui a campa-nha dos 3 R’s em suas sacolas,Reciclar, Reutilizar e Reduzir,técnica muito utilizada que pre-vê a redução de lixos no país,já que o Brasil produz hoje 88milhões de toneladas, o que re-sulta aproximadamente 440quilos por pessoa.

Muito do que jogamos forapoderia ser reutilizado comopotes, vasilhas, papelão.

E reciclar metal, plástico, vi-dro e papel que vão para osaterros representa 50 % de lixo.

O processo da reciclagemadmite duas formas: mecânicaou química. Na mecânica o lixoacaba sendo classificado, fundi-do, triturado ou transformadoem grânulos servindo para mol-dar novos modelos.

Já na química o lixo é reci-clado e utilizado em refinariasou na produção petroquímica equímica.

Mas em Curitiba, um estabe-lecimento que possui grandesfiliais tem uma visão um poucodiferente. A gerente MariaOkahara afirma que eles nãopodem fazer nada para mobili-zar a população, porque o in-centivo deve partir dos repre-

“Poucos sabem que as sacolasentopem os esgotos e causamgrandes inundações, além decausarem danos na fauna marinha”JULIANA CASTRO, BIÓLOGA

“Não custa nada para quem vem decarro levar tudo em uma sacola depano; eu que pego ônibus tenho plenaconsciência de que estou fazendominha parte trazendo a própria bolsa”LEANDRO MARQUES, ESTUDANTE

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sentantes da Rede em que elatrabalha.

Entre economias e desperdí-cios, o paulista Paulo Ferreiraque estava fazendo comprasnesse mercado diz que aprovei-ta pegar sacolas porque o con-trole não é feito. “Aqui eu apro-veito para pegar sempre, gostode usá-las para levar coisas deviagem quando vou para SãoPaulo”

Há também quem assumaque não está nem aí para asquestões ambientais, como é ocaso de Wesley Gulshi, 21, queapenas diz, sorrindo, “ah lixo élixo”.

Outra idéia interessante demobilização que prova umasubstituição mais saudável doplástico é recomendada pelorestaurante Chauá, que fica nacapital paranaense, e serve ali-mentos orgânicos. Há avisos erecados no banheiro e na pare-de do local contando para aspessoas sobre uma técnica uti-lizada no restaurante que usa ojornal. As folhas de jornais re-vestem os lixos e depois sãoapenas amassados e jogados, jáque o papel é bem menos noci-vo à natureza.

“Mesmo com essas novastécnicas, a população tem difi-culdade em se adaptar ao novo,tem medo de se desprender dascoisas, por mais nocivas que es-tas sejam”, diz Juliana.

Segundo a estudante de bi-ologia Cristiane Albuquerque, anova geração também acabasendo uma nova alternativapara a economia.

Danilo Santos, 13, estudan-te da escola Clotário Portugalem Campo Largo, ao ser questi-onado sobre a economia de sa-colas, logo dispara o que apren-

deu: “só 1% das sacolas plásti-cas são recicladas”. Ele, juntocom seu colega José Antonio,carregava dois litros de refrige-rante sem sacolas, apenas coma sustentação dos braços. Elesalegaram que economizam sa-colas e que começaram a teressa consciência quando desen-volveram um projeto na escola.

A coordenadora do projeto,Adriana de Souza, diz que teveiniciativa de realizar esse traba-lho depois que os alunos rece-beram uma palestra da Prefei-tura Municipal de Campo Lar-go abordando temas da recicla-gem e incentivando todos a co-laborarem com o meio ambien-te por meio de seu programa“Reciclão”.

O Reciclão foi um persona-gem criado pela Prefeitura como intuito de convocar as pesso-as para a separação dos resídu-os sólidos do município. Adri-ana ainda disse que não espe-rava ter um trabalho tão reco-nhecido. Além de todos apren-derem um pouco mais, os prin-cipais disseminadores das in-formações foram crianças da6ª serie, da sala do menino Da-nilo. “Foi um desafio para to-dos, crianças de 13 anos tentan-do passar alguma coisa paraadolescentes de até 18, 19,anos”.

“Daremos continuidade aoprojeto já que obtivemos um nú-mero grande de interessados ealém do mais as escolas precisamse voltar para a educação ambi-ental, afinal é o nosso futuro”.

“As crianças ainda têmmais atitude de mudança, o quede certa forma deixa todos comesperança sobre possíveis atosde conscientização”, conclui abióloga.

EspecialMeio ambiente

“Não damos sacolas a mais e todos osfuncionários têm metas e sabem quenão devem desperdiçar o queobviamente vai acarretar muitos danospara a natureza. Temos que assumirnossa responsabilidade social”ROBERT APARECIDO DA LUZ, GERENTE DE SUPERMERCADO

Divulgação

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ColunaEsporte

Façamos uma homenagem

Fotos: divulgação

Política

ao nobredeputadoao nobre

deputadoGabriel Hamilko

É assim mesmo. Com esse tí-tulo eu inicio meu texto nesta se-mana. E daqui algum tempo, nãovamos duvidar que a AssembleiaLegislativa não proponha umahomenagem ao ex-deputado es-tadual Fernando Ribas Carli Fi-lho.

O fato é o seguinte, vários de-putados amigos de Ribas Carli, osaudaram pela sua atitude, quenas palavras deles “deu uma li-ção de caráter ao renunciar seumandato para responder semprivilégios ao inquérito criminal”do acidente em que ele se envol-veu, vitimando dois jovens.

O “momento homenagens”não para por aí. Seu tio quasechorando na tribuna disse que a“renúncia foi pessoal e sem ne-nhuma pressão”, e que o nobresobrinho “faz parte de uma gera-ção de jovens que estudam, tra-balham, dirigem empresas comseus anseios, ideias e erros. Nãohá nenhum fato que desabone aconduta dele”.

O próprio líder do governona casa, Luiz Cláudio Romane-lli (PMDB), não economizou noselogios ao antigo colega: respon-sável, de bom trato, sereno e commaturidade acima da média. Eleainda culpa a imprensa por “re-percutir de maneira exaustivapor ser um deputado somente”,como se um acidente dessa pro-porção não causasse revolta napopulação o suficiente.

Aliás, digo mais às declara-ções de Romanelli. A imprensarecuou inicialmente diante dosfatos e demorou em mostrar o queaconteceu e apurar mais severa-mente ao invés de noticiar os bo-letins do deputado, que nem se-quer tinham confiabilidade total.Qualquer cidadão que estivesseembriagado, andando a uma ve-locidade alta e atropelasse um

carro matando dois jovens seriamostrado pela mídia com furor eindignação. O peso que um de-putado tem nesses casos é de evi-tar que ocorra a impunidade.Que a influência e o poder políti-co consigam contornar a situa-ção, fato que chegou a acontecer,mas se não fosse a própria fixa-ção da mídia, a polícia não teriaprovas suficientes para levar ocaso adiante.

Ao tio e ao líder do gover-no diria o seguinte (palavrasque muitos que leram essa no-tícia compartilham): Comouma pessoa que é responsável,de bom trato, sereno e com ma-turidade acima da média se en-volve em uma tragédia dessas,na condição de acusado?Como uma pessoa com matu-ridade acima da média vai aum restaurante, toma uma gar-rafa de vinho, troca de mesa etoma praticamente sozinhomais quatro garrafas de vinho,saí cambaleando, não segue oconselhos de amigos (bemmais responsáveis que ele) quediziam que não teria condiçãode dirigir, pega seu carro e di-rige (mesmo sabendo de suascondições) em alta velocidadeem uma via pública atingindo

um carro de jovens. Será que osdeputados não se confundirame estavam falando das vítimas?Acho que não, não eram parla-mentares. Sobre os dois rapa-zes que tinham vidas, planos,trabalhos e metas não foi feitoum discurso de homenagem oupara expor suas qualidades,méritos.

E os deputados ainda têmcoragem de continuar falandona tribuna da Assembleia,quando o que a maioria diz sãodeclarações assustadoras.Acredito que a população nemtem mais que dar ouvidos acertos elementos que deveriamrepresentar ao povo, mas povopara eles, de certo modo, repre-senta somente os integrantesda casa.

Justiça seja feitaMas uma voz se levantou

em meio aos discursos exalta-dos pelo valor e responsabili-dade de Carli Filho. O deputa-do Tadeu Veneri se manifestoucontra as declarações. “CarliFilho agora parece ser a vítimado acidente. Não vi ninguémsequer citar que dirigir alcooli-zado, em alta velocidade e coma carteira cassada é crime.”

Luiz Fernandes

A vitória sobre o Juventudepor 1x0 na gelada noite de Ca-xias do Sul pode não ter sidobrilhante, mas certamente mo-tivou o torcedor paranista.Ouso até falar que desde a TaçaLibertadores, em 2007, a torci-da não tinha confiança no clu-be. Mas será que não é maisuma ilusão? Acredito que ago-ra a casa começa a se ajeitar.

Nada de brilhante. Tam-bém não estou falando que oParaná subirá a 1ª divisão nes-te ano, mas as vitórias sobreVasco (time reserva) e Juventu-de já trazem ares melhores aVila Capanema. Tudo isso mu-dou porque o Paraná mudou.A chegada de Zetti, Dinelson ealguns bons valores já deramuma nova cara ao tricolor. Res-salva: Esse ainda não é o timeideal para subir, pois o campe-onato é longo, como todos sa-bem.

Pode ser que Zetti tenha 11titulares, mas em um campeo-nato de pontos corridos é pre-ciso de 22 titulares. Bons joga-dores como Adoniram, Bebeto,Marcelo Toscano podem des-pontar no Paraná, mas existemposições que são carentes:Quem já ouviu aquele ditadopopular: “Um grande time co-meça por um grande goleiro”?

Posso ser contrariado pormuitos, e apesar de algumasboas defesas, na minha visão,Ney não pode ser o goleiro pa-ranista. Lembro-me do Coritibana 2ª divisão. O goleiro era oKleber, que veio do Fluminen-se. Era bom goleiro, mas não ti-nha aquele algo a mais que pre-cisa ter um goleiro. O Ney é amesma história. O Paraná ain-da precisa de um goleiro bome experiente que seja um líderdentro de campo.

Novamente uso o exemplodo Coritiba. Vinha mal no cam-peonato e quando Renê Simõeschegou, deu cara nova ao time.No Paraná também, Zetti estámostrando um novo Paraná,uma reencarnação daquele quefez grandes jogos na Libertado-res e depois caiu para o fundodo poço.

Desta vez acredito que o Pa-raná pelo bom momento quevive, e com a sorte ao seu lado,pode estar entre os oito melho-res do torneio. Mas a diretoriaainda precisa contratar maisdois jogadores bons e experien-tes, pois em alguns jogos a ex-periência pesa. Foi assim com oCoritiba. Ainda não é o timeideal, mas já é um começo paraum clube de tradição curta, po-rém respeitado tanto quanto oCoritiba e o Atlético Paranaen-se.

Torcedor, a sua parteAquela história de que o time

é ruim e está mal já não colamais. Novamente friso que éhora de torcedor ir a campo. Tor-cedor de verdade é o que vai noestádio e ajuda o clube, não aque-le que fica em casa escutando noradinho. Para ser emocionante épreciso que a torcida lote a VilaCapanema em todos os jogos,pois com certeza será um pontoa mais nessa caminhada de vol-ta a 1ª divisão. Faça a diferençatorcedor paranista.

Agora vai?

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O Laboratório da Notícia(LONA) foi lançado em 1999,com periodicidade mensal,logo no primeiro ano de fun-cionamento do curso. No iní-cio o jornal era produzido emformato standard, com 16 pá-ginas, a metade delas impres-sa em cores, com tiragem detrês mil exemplares.

O principal objetivo de suacriação, e que permanece atéhoje, é estimular a produçãoacadêmica, fazendo para isso,que os alunos coloquem emprática os conhecimentos ad-quiridos durante as aulas teó-ricas. Possibilitando assim,que o estudante, ainda nasprimeiras séries, tenha o con-tato com o dia-a-dia da profis-são.

No dia 24 de agosto de2004, o LONA se tornou, econtinua até hoje, o único jor-nal-laboratório diário do Bra-sil. Uma mudança significati-va não só na produção, masno amadurecimento do cursode jornalismo da UP. São cer-ca de 90 publicações anuais,em formato tablóide, que circu-lam de segunda a sexta-feira,de abril até o final de outubro.

Com a cobertura noticiosalocal de Curitiba e região me-tropolitana, todos os anos sãopublicadas cerca de 800 pági-nas, com aproximadamente1400 matérias e participaçãoem torno de 300 alunos. Al-

guns, durante um ano de pro-dução para o jornal, já chega-ram a publicar cerca de 30textos.

O LONA diário surgiu davontade adotar uma aborda-gem mais informativa, sendonecessária a criação de um ve-ículo mais ágil, que se aproxi-masse da dinâmica da grandeimprensa, isso sem tentar asimples reprodução dos proce-dimentos adotados pelas em-presas de comunicação, masapenas a incorporação do quehá de mais importante nelespara a formação dos alunos.

Para Vinicius Boreki, repór-ter do jornal Gazeta do Povo,que foi editor-chefe do LONAem 2005, a publicação diáriado jornal faz com que os alu-nos escrevam mais, e isso,com o passar do tempo, pro-porciona uma maior qualida-de na produção dos textos.

“Os estudantes ganhamtambém agilidade para redi-gir, um fator muito importan-te e que desqualifica grandeparte dos recém-formados.Além disso, o jornal diáriopermite aos estudantes, desdeque haja interesse, desempe-nhar todas as funções possí-veis. A qualidade do jornalnão é excelente, mas não éruim. Se considerarmos que éproduzido por acadêmicos detodos os anos de Jornalismo, aqualidade é boa”.

Produzido com a participação dos alunos doCurso de Jornalismo, o LONA publica cerca de800 páginas e 1400 matérias todos os anos

O LONA éde todos

ComemoraçãoLona nº 500

Editor-chefe do LONA du-rante 2007, Hendryo André, oaluno do 4º ano, afirma queseu estágio foi fundamentalpara adquirir experiência pro-fissional.

“Trabalhar em um veículode circulação diária é, ao me-nos, uma aventura. A correriado dia-a-dia, aliada à respon-sabilidade em fechar, no míni-mo, oito páginas tablóides, faz

com que o editor tenha muitasresponsabilidades: a elabora-ção de pautas – sempre com aprioridade da temática social –, a distribuição da equipe paraa produção de matérias, a revi-são de textos e o fechamentosão apenas alguns exemplos.Mais do que tudo isso, ser edi-tor do LONA faz com que oaluno trabalhe fundamental-mente a questão de relaciona-

mentos dentro de uma “mini-empresa” jornalística”.

Além das edições diárias,desde 2004 são editados diver-sos suplementos, como a pro-dução do jornal como cobertu-ra especial em parceria comoutros cursos da Universida-de. Assim, seminários, pales-tras e congressos contam sem-pre com a cobertura jornalísti-ca especial do LONA.

Gustavo Alberge/LONA

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EnsaioLona nº 500

Caros leitoresTexto e fotos: Marisa Rodrigues

Muitos dizem que jornal bom é aquele que serve para embrulhar peixe no diaseguinte. A factualidade das informações e a efemeridade das manchetes fazemcom que inúmeras páginas de textos, fotos, argumentos e citações, impressas dia-riamente em todo mundo percam sua autoridade de forma quase instantânea.

Mas, diferente dos jornais tradicionais, em um jornal-laboratório, como o LONA,a durabilidade ou instantaneidade dos assuntos são menos importantes que a prá-tica e a experimentação oferecida aos futuros jornalistas do curso.

Ver o texto publicado, receber elogios, conseguir uma boa fonte para uma entre-vista são grandes satisfações para os que colaboram com a produção diária dojornal, mas, melhor do que isso é saber como nossas informações e opiniões sãorecebidas pelos leitores.

O LONA passou a ser ainda mais inte-ressante para Maria de Fátima da Sil-va Gomes no momento em que pas-sou de leitora, para a personagemdo jornal. Foi no ano passado, quan-do o aluno Flávio Freitas a escolheupara escrever um perfil. “Peguei ummonte de jornal para guardar de re-cordação, mandei até para Altamirado Paraná, para as minhas irmãs. Fi-quei muito feliz e minhas colegas detrabalho também, porque na repor-tagem falava do nosso trabalho, dalimpeza das salas, de quantas eram,da limpeza dos banheiros e de tudoo que a gente faz. O LONA valorizounosso serviço e mostrou que a genteé muito importante aqui também”.

Logo de manhã, assim que chega à Universidade, Marcos Rober-to Pelaquin, que trabalha no refeitório da instituição, pega a edi-ção do LONA. Para ele, escolher qual a reportagem de que maisgostou, entre todas que já leu, é tarefa impossível. “São muitas,não tem como lembrar em detalhes. Uma das últimas, que acheibem interessante, foi sobre a narguilé. Tinha bastante informa-ção, coisas que eu realmente não sabia”. Ele também gosta mui-to dos ensaios e reage aos opinativos. “Li um texto que falavasobre o Orkut, não gostei, quer dizer, não concordei com muitacoisa que estava escrita ali”.

Assiduidade como Marcos, Jaqueline Jungles confessa que nãotem. Lê o LONA sempre que pode, entre os espaços de folga, en-quanto atende os frequentadores da cantina do bloco vermelho.Gosta de todo o tipo de texto e coloca o LONA Especial, produzidopara o debate sobre a união estável entre pessoas do mesmo sexo,como um dos seus preferidos. Os assuntos que considera mais im-portante acabam virando tema de conversa com as colegas de tra-balho.“Saiu uma matéria no LONA sobre um homem que estava atacan-do mulheres em universidades. Eu e minhas amigas recortamos afoto do sujeito e colamos na parede do banheiro dos funcionários.Se ele andasse por aqui, alguém poderia reconhecer”.