LONA 486- 15/05/2009

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Curitiba, sexta-feira, 15 de maio de 2009 - Ano XI - Número 486 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L A Delegacia da Mulher divulgou a foto do homem suspeito de violentar estudantes universitárias em Curitiba. A imagem foi capturada enquanto o possível criminoso entrava em um motel, na BR 277. Duas vítimas de estupro reconheceram o homem como autor dos crimes. A polícia espera que, com a divulgação do retrato, mais pessoas denunciem o possível estuprador. Autoridades da Delegacia da Mulher aler- tam que algumas medidas podem ser tomadas pelas mulheres afim de evitar situa- ções propícias à violência sexual. Polícia espera novas denúncias sobre estupro de universitárias Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Divulgação Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Especial Pesquisa classifica os esportes mais “sedentários” “sedentários” Jogar uma partida de xadrez ou então um bilhar com os ami- gos são consideradas práticas esportivas. Mas por serem classi- ficados como esportes não quer dizer que o movimento das pe- ças em um tabuleiro ou a preocupação de como será a sequên- cia de uma jogada sejam as melhores formas de exercício físico. Preparadores físicos alertam que o esforço exigido em ativida- des com pouca movimentação é mais mental, o que não deixa de ser importante para o bem-estar do corpo. Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Cuidar de crianças pode ser caminho para quem quer morar no exterior Programa de intercâmbio chamado au pair é uma das portas de entrada para quem pretende morar por um tempo no exteri- or. Culturas e línguas diferentes proporcionam uma troca de co- nhecimentos entre as pessoas, o que é importante também para a formação das crianças cuidadas. A preferência ainda é para mulheres, mas é possível encontrar homens que tomam conta de meninos e meninas em outros países por meio da forma de intercâmbio.

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, sexta-feira, 15 de maio de 2009 - Ano XI - Número 486Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

A Delegacia da Mulher divulgou a foto do homem suspeito de violentar estudantesuniversitárias em Curitiba. A imagem foi capturada enquanto o possível criminosoentrava em um motel, na BR 277. Duas vítimas de estupro reconheceram o homemcomo autor dos crimes. A polícia espera que, com a divulgação do retrato, maispessoas denunciem o possível estuprador. Autoridades da Delegacia da Mulher aler-tam que algumas medidas podem ser tomadas pelas mulheres afim de evitar situa-ções propícias à violência sexual.

Polícia esperanovas denúnciassobre estuprode universitárias

Página 3Página 3Página 3Página 3Página 3

Divulgação

Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5

Especial

Pesquisa classifica os esportes mais

“sedentários”“sedentários”Jogar uma partida de xadrez ou então um bilhar com os ami-

gos são consideradas práticas esportivas. Mas por serem classi-ficados como esportes não quer dizer que o movimento das pe-ças em um tabuleiro ou a preocupação de como será a sequên-cia de uma jogada sejam as melhores formas de exercício físico.Preparadores físicos alertam que o esforço exigido em ativida-des com pouca movimentação é mais mental, o que não deixade ser importante para o bem-estar do corpo.

Página 7Página 7Página 7Página 7Página 7

Cuidar de crianças pode ser caminhopara quem quer morar no exterior

Programa de intercâmbio chamado au pair é uma das portasde entrada para quem pretende morar por um tempo no exteri-or. Culturas e línguas diferentes proporcionam uma troca de co-nhecimentos entre as pessoas, o que é importante também paraa formação das crianças cuidadas. A preferência ainda é paramulheres, mas é possível encontrar homens que tomam contade meninos e meninas em outros países por meio da forma deintercâmbio.

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Expediente

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalis-mo da Universidade Positivo – UP,

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins.Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesqui-sa: Luiz Hamilton Berton; Pró-Reitor de Planejamento e Ava-liação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Cur-so de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Profes-sores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida e Mar-celo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Cami-la Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

“Formar jornalistas comabrangentes conhecimentosgerais e humanísticos, capa-citação técnica, espírito cria-tivo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsa-bilidade social que contribu-am com seu trabalho para oenriquecimento cultural, so-cial, político e econômico dasociedade”.

Missão do cursode Jornalismo

OpiniãoComportamento

Na ponta

Yohan Barczyszyn

Está nas transmissões tele-visivas, nas ondas de rádio,cobrindo as calçadas, em for-ma de folhetos, anúncios, car-tazes que revestem os murose janelas. Ela está diante doseu olhar, inclinada a ofere-cer uma felicidade sustentá-vel. A propaganda. A deusamais bela e horrenda do sécu-lo 21. Ela infiltra-se em seular, fazendo eternas promes-sas de plena satisfação. Suavoz e seu coração estão nasembalagens, comerciais e re-vistas. Um mundo vendendoa si próprio.

Por essa ousadia, existeum preço sendo cobrado. Vi-vemos em uma selva, e a má-quina capitalista permanecefixa no topo da cadeia ali-mentar, utilizando-se de umcolossal arsenal de armadi-lhas e disfarces para nos cap-turar, nós, suas dóceis e obtu-sas presas. Estamos conecta-dos ao restante do mundo emtempo real, todo o tempo.Lançamo-nos assimem busca de infor-mação, análisee diversifica-ção; e somosaos poucosferidos pelosespinhos su-tis da propa-ganda. Naspáginas deum jornal,entre os blo-cos de umnoticiário; so-mos perseguidos,arranhados e mor-didos por ofertas,condições, financia-mentos. Já adentramosuma cultura de maso-quismo social. Com-pramos o que nãoprecisamos, gastamoso que não temos. Ondehá conteúdo (ainda que se

mostre mutilado), há publicida-de, imposição de desejos e ali-enação subconsciente. No lu-gar de matérias, colunas ou ar-tigos, estão alojadas maravi-lhosas fotos, logomarcas e fra-ses de efeito. Partilha-se dessemodo um universo onde a rea-lidade, juntamente com seusfatos e consequências, torna-sepano de fundo de um cenárioonde a compra e a venda sãoas personagens principais.

Entretanto, apesar da gro-tesca ferocidade atribuída àpropaganda, ela não é autos-sustentável. É, sim, uma armade guerra da era contemporâ-nea e, como tal, precisa ser car-regada, engatilhada e dispara-da. Há algo ou alguém por trásdo gatilho; um ser cujo rostotem milhares de feições; suavoz surge das gargantas damultidão. Somos eu e você,nós, quem servimos como ma-téria-prima bélica para esteembate; somos o metal na pon-ta da bala, e o sangue na pare-de. Somos o fruto do nosso

próprio flagelo.

Confissões

de mãe? de mãe?Yasmin Taketani

Não sabia quem era MariaMariana Plonczynski de Olivei-ra e não me fazia falta. Mas, ins-tigada pelos comentários quesua entrevista à revista Épocasuscitou, resolvi dar uma olha-da. A atual mãe de quatro filhosficou famosa na década de 90pelo seu livro Confissões deadolescente, que logo viroupeça de teatro e seriado de TV.Até aí nada de mais, sempreaparece alguém desse tipo. A re-ação das pessoas quando ouvi-am falar na atriz, escritora e mãeme parecia um pouco exagera-da. Quase sempre vinha acom-panhada de uma risada nervo-sa e “Meu Deus, essa mulhertem problemas”.

Mas, depois de ler a entrevis-ta, entendi a revolta. Maria, quediz saber fazer “de um limãouma limonada”, sabe é fazer edizer besteira. Muita besteira. Oponto principal da autora deConfissões de mãe é a crítica aofato da maternidade estar embaixa. De acordo com ela, deve-ríamos retroceder ao discursodo século XIX: cuidar dos filhos

e da casa é a função social damulher, reproduzir é seu papelno mundo, ela deve ser submis-sa e o homem deve ser o prove-dor, visto que ele é frio e maisforte. Não são as feministas quedevem surtar com tais afirma-ções. Qualquer pessoa com bomsenso deveria, afinal, levamosséculos combatendo essa ideia:o que existe é uma construçãosocial dos papéis masculinos efemininos na sociedade, comoa construção social absurda deque o negro seria inferior aobranco, fato que “justificava”sua exploração em séculos pas-sados e é utilizada até hoje. En-quanto lutamos pela igualdadede gênero, Maria Mariana escre-ve um livro com ideias ultra-passadas que infelizmente te-rão influência em muitas pesso-as: “Apanhar cueca suja que omarido deixa no chão é umaprendizado de paciência e de-dicação”.

E isso veio de alguém quealega ter lido Dostoievski naadolescência e ter sido muitomadura. A maturidade ela jo-gou no lixo e o Dostoievskideve ter sido lido em chinês. Só

assim para ela não crer naigualdade de gênero e acredi-tar que a mulher que tiver umparto natural vai ser uma mãemelhor.

Hoje em dia sofremos, defato, muita pressão para que se-jamos profissionalmente bem-sucedidos (as) e acabamos ten-do menos tempo com nossas fa-mílias. Mas, a felicidade variade acordo com cada um de nóse pode ser encontrada de vári-as maneiras: não só profissio-nalmente, nem somente pormeio da maternidade. Poucaspodem largar a carreira profis-sional para cuidar dos filhos,nem todas querem e não é porisso que elas são mulheres in-feriores e que não “caminharãopara frente”, como ela afirma.Maria Mariana, com sua carasem expressão, tem condiçõespara ser mãe em tempo integrale criar seres humanos “mental-mente sadios, equilibrados, queconsigam se manter”, mas ago-ra tenho que finalizar esse tex-to para a minha mãe fazer o tra-balho dela. Ah, ela foi e é umaótima mãe. Mesmo trabalhandoe tendo feito cesárea.

da bala da bala

Divulgação

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SegurançaComportamento

Diego Sarza

Um estuprador vem chaman-do a atenção da Delegacia daMulher (DM) de Curitiba. Duasvítimas reconheceram o homem,que tem preferência por atacarestudantes universitárias. Com aliberação da imagem do suspei-to, capturada por uma câmerade segurança, a expectativa éque outras vítimas apareçam.

Segundo a DM, o suspeitoanda bem vestido, com roupasocial, tem boa aparência, ébranco, idade entre 30 e 35 anose tem aproximadamente 1,80 mde altura. Ainda segundo a de-legacia, o estuprador pede emvoz baixa perdão para Deusdurante o ato criminoso.

O último caso registradoaconteceu no dia 4 deste mês, omaníaco rendeu a garota emum bar localizado nas imedia-ções da Universidade Tuiuti, fezcom que ela entrasse em umcarro e a conduziu para a BR-277, onde entrou em um motel,

Polícia divulga imagemde suspeito por estupro

lá a universitária aproveitouum descuido do criminoso paraameaçá-lo com uma garrafa devidro, sem ter o que fazer, eleacabou fugindo do local.

Antes, porém, outra vítimafoi atacada pelo mesmo homem.O caso aconteceu em fevereiro,dessa vez a abordagem ocorreuno estacionamento da PontifíciaUniversidade Católica do Para-ná (PUC-PR), o estuprador en-trou no carro da garota e comum revólver a obrigou a dirigirtambém em direção a BR-277,entretanto no meio do caminho,pediu que a universitária entras-se em uma estrada sem movi-mento, onde a violentou.

A imagem do suspeito pôdeser feita graças à câmera de se-gurança do motel, que filmou ohomem no momento em que eleentrava no estabelecimento. Porcausa da película reflexiva dovidro do automóvel, ele achavaque não seria focalizado. Mas oequipamento conseguiu regis-trar o rosto do possível manía-

Casos como esse aparecem com frequência na mídia, mas existe alguma maneira de evitar aviolência sexual?

Segundo a delegada Sâmia Coser, algumas medidas podem ser tomadas a fim de impedir essetipo de situação. “As mulheres devem evitar ir sozinhas até o carro, elas devem pedir para quealgum amigo as acompanhe”, explica.

A doutora Samia também recomenda que ao estacionar o carro as garotas devem procurar sem-pre um local iluminado, perto de guaritas, que geralmente possuem câmeras de segurança, o queteoricamente inibe a ação de estupradores.

Segundo a delegada, caso a mulher perceba que está sendo seguida, o ideal é tentar entrarem um local movimentado, como um comércio, por exemplo. Além disso, ela fala que olhar fixa-mente para o possível estuprador o intimida. “Ele ficaria com medo que ela o reconhecesse”,afirma.

Sobre reação, Sâmia é enfática. “Caso ele esteja armado, como foi o caso da última moça, émuito difícil regir”. Mas se o bandido não portar um revólver há a possibilidade de escapar.“Geralmente quando a vítima tenta fugir e ele [bandido] não está armado, ela acaba conseguin-do”, completa.

Para denúncias, o telefone da Delegacia da Mulher é: (41) 3219-8605.

Prevenção e reação

Delegacia da mulher espera ter novas denúncias por parte de outras vítimas do estuprador

Divulgação

Prevenção e reação

co, que já foi reconhecido porambas as vítimas.

O caso de estupros envol-vendo estudantes universitári-as, leva à tona a falta de segu-rança dos campi e imediações

de faculdades e universidadesde Curitiba.

A estudante de sociologiada PUC, Marcela Ribas, revelaque nunca foi alertada para oscuidados a serem tomados den-tro e nos arredores do campus.“Na verdade, eu nem sabia queisso tinha acontecido”, afirma.

Ainda segundo a estudante,pessoas alheias à universidadetêm acesso ao campus o quegera maior de suspeita. “Vemospessoas estranhas dentro dauniversidade, inclusive no esta-cionamento, mas o pessoal quetrabalha fazendo a vigilânciasempre está em contato com osalunos”, contrapõe Marcela.

Já a estudante de administra-ção da Tuiuti, Renata Ehleke, dizque a segurança dentro do cam-pus é reforçada. “Sempre me sen-ti segura, mesmo por que, semprevi inúmeros vigias por lá”.

Por outro lado, a universitá-ria comenta que não dá para sa-ber quem realmente é estudante.“Como tem muita gente, é muito

difícil saber quem estuda e quemnão estuda lá, não há fiscaliza-ção nesse sentido”, completa.

Outros casosNo ano passado a cidade de

Bandeirantes, no norte do Esta-do, foi surpreendida por casosde estupros envolvendo estu-dantes universitárias. Só em2008, quatro garotas foram vio-lentadas na região.

O último caso aconteceu emagosto, quando um homem ar-mado invadiu uma república deestudantes e estuprou uma me-nina de 18 anos, estudante deenfermagem. Depois do ocorri-do, os moradores de Bandeiran-tes foram às ruas reclamar con-tra a insegurança no município.

O acusado, um rapaz de 21anos, foi preso e reconhecidopela vítima. Segundo o delega-do da cidade, ele já havia sidodetido anteriormente, acusadodo mesmo crime, mas foi soltoporque a vítima não quis regis-trar a ocorrência.

Curitiba, sexta-feira, 15 de maio de 20094

EspecialSedentarismo

Esporte:aliado ou inimigo?Pesquisa revela quais são os esportes considerados como “sedentários”; bilhar, vôlei e arco e flecha fazem parte da lista

Esporte

Cássio Bida de Araújo

- Então, doutor? Como estáo velho corpaço aqui?

- Bom... Poderia estar me-lhor. Você está acima do peso!Além do mais, a pressão e o co-lesterol estão altos demais.

- Eu sei que exagero um pou-quinho na comida, mas procu-ro me cuidar e evitar o sedenta-rismo.

- Certo. Pratica algum espor-te?

- Ah, sim! Jogo xadrez todosos dias e meu bilharzinho comos amigos no final de semana.

Quem fez algum exame mé-dico mais detalhado já passou,pelo menos uma vez, por estetipo de interrogatório. Aindamais se está com problemas depeso ou pressão. Quando o mé-dico chega com a recomendaçãode se praticar algum esporte,muitos torcem o nariz ao sair doconsultório. Alguns saem dessa

situação de forma espirituosa,como o caso da conversa fictí-cia ao lado. Apesar disso, o xa-drez e o bilhar podem, sim, sercaracterizados como esportes.

Mas, afinal, o que defineuma determinada modalidadecomo esporte? Segundo o dici-onário, esporte é a prática me-tódica de exercícios físicos, queconsistem, geralmente, em jogoscompetitivos entre pessoas, ougrupos de pessoas, organiza-dos em partidas. Outra defini-ção possível para esta palavra,tão aclamada pelos médicos naluta contra o temível sedentaris-mo, é que o esporte é toda ati-vidade física sujeita a regula-mentos e que geralmente visa àcompetição.

Fala-se tanto em atividadefísica, mas ambas as modalida-des acima não exigem muitoesforço físico. A revista MundoEstranho divulgou uma pesqui-sa que enumera as modalida-

des que menos exigem esforçofísico (ver quadro abaixo). Deacordo com a pesquisa, o bilharlidera a lista dos mais “seden-tários”, queimando apenas 176calorias após uma hora de ati-vidade. Entre os que menos gas-tam calorias, incluem-se tam-bém o vôlei (245 calorias) e oarco e flecha (273 calorias).

Desmistificando osedentarismo

Contudo, embora não hajamuito gasto calórico nestas mo-dalidades, a falta de esforço fí-sico é compensada pela alta ati-vidade mental exigida. O bilharé um dos esportes que utilizamuito a mente, visto que, cadatacada é um verdadeiro ritual.Desde a posição onde bater como taco na bola, até a trajetória fi-nal, visando à caçapa são diver-sas variáveis que surgem namente do jogador, principalmen-te matemáticas.

A origem do jogo é incerta,mas reivindicada por vários pa-íses. As primeiras referênciasmais claras surgiram ainda noséculo XVII em obras do escritoringlês William Shakespeare.Desde então, o jogo se desenvol-veu e foi aperfeiçoado. Em 1922,foi criada a Union Internationa-le des Fédérations d’Amateursde Billard (União Internacionalde Amadores de Bilhar). A par-tir dela, as regras foram defini-tivamente estipuladas.

No Brasil, o bilhar foi reco-nhecido como esporte em 1988,com a criação da FederaçãoBrasileira de Sinuca. Logo apósisso, as competições começaram

para valer no país e o esporte sepopularizou. Hoje não é difícilencontrar estabelecimentos emqualquer esquina que ofereçama “mesa verde” como uma op-ção de diversão.

Existem diversas variaçõesdos jogos de bilhar. A mais po-pular no Brasil é a Sinuca, joga-da com oito, dez ou vinte e duasbolas, dependendo da competi-ção. Entre essas bolas, uma, trêsou quinze são vermelhas e va-lem um ponto cada. Além dabranca (bola utilizada para acer-tar e encaçapar as outras) e davermelha, também se usam umabola amarela, uma verde, umamarrom, uma azul, uma rosa euma preta em sequência. Ao fi-nal do jogo, vence quem tivermais pontos após a bola pretaser encaçapada. A modalidademais popular entre os amadoresé conhecida como bola oito, queé bastante semelhante à sinuca.Com uma diferença: não há anecessidade de derrubar as bo-las de forma consecutiva. Ganhao jogo quem, ao final da partida,encaçapar a bola 8.

Para quem joga o bilhar porprazer, nos finais de semana,realmente o esforço não é mui-to exigente. Ao contrário dequem é atleta profissional.

“Chego a sair de alguns cam-peonatos, depois de dois, trêsdias de competição, bastantecansado. Tanto que, no dia se-guinte, chego em casa e caiodireto na cama”, relata NoelRodrigues Moreira, que prati-ca o esporte desde os dezoitoanos de idade.

Dono de um estabelecimen-to comercial no centro de Curi-tiba, um snooker bar que já temhá dez anos, Noel conseguiutudo graças ao esporte que, se-gundo ele, não tem nada de se-dentário. “Em algumas parti-das, o jogador chega a percor-rer cerca de 1200 metros emcerca de uma hora”, comenta.O atleta segue uma rotina detreinos disciplinada, cerca detrês a quatro horas por dia an-tes de cada competição impor-tante. O resultado: uma coleçãode títulos. No currículo, dozetítulos paranaenses, um sul-americano, quinze títulos daCopa Brasil e mais dois títulosbrasileiros.

A influência do fator psico-lógico merece destaque, especi-almente em jogos decisivos. “Asinuca é um jogo que mexecom o nervosismo da pessoa.Deixa os nervos à flor da pele,é impossível ficar parado”, ex-

“Quem está acima do peso, mas praticaalgum esporte regularmente, tem umavida mais saudável que um sedentárioem dia com a balança. Nem sempre sermagro é ser sadio”SAMIR DAHER, ESPECIALISTA EM MEDICINA ESPORTIVA

O xadrez é um esporte trabalha a mentee exige um grande esforço cardiovascular

Curitiba, sexta-feira , 15 de maio de 2009 5

EspecialSedentarismo

plica Noel Moreira, que já che-gou a jogar uma partida decisi-va pelo campeonato paranaen-se de sinuca que durou duashoras e 45 minutos.

Mesmo com a pouca movi-mentação do corpo, é necessá-ria uma preparação antes deiniciar o jogo. Um trabalho es-pecífico de alongamento na re-gião do braço ajuda a diminuiros riscos de dores na região, amais exigida.

Corpo e mente em dueloUm dos esportes que não

consta na pesquisa, mas quetambém merece destaque é o xa-drez. Embora não exija muitosmovimentos do corpo é um dosesportes que mais trabalha amente e, acredite, exige um gran-de esforço cardiovascular.

Assim como o bilhar, o xa-drez possui diversas variantes.A forma mais popular do jogoé de um tabuleiro com 32 peças,sendo 16 brancas e 16 pretas. Oobjetivo principal do jogo é der-rubar o rei adversário, jogadaconhecida como xeque-mate.Há a modalidade de jogo portempo, mas, em alguns casos, aspartidas podem durar horas.Por vezes dias, o que gera umgrande desgaste por parte dosatletas.

Por conta disso, faz-se im-portante uma boa preparaçãofísica para competições maislongas. O preparador físicoNuno Cobra, que já treinou atle-tas como Ayrton Senna, RubensBarrichello e Mika Hakkinen,escreveu um artigo sobre a exi-gência do preparo físico exigi-do cada vez maior para o bomdesempenho de um enxadrista.Quanto mais alto o nível dacompetição, maior o desgaste doatleta e, por consequência, a ne-cessidade de um bom funciona-mento do sistema cardiovascu-lar como um todo. “Uma bom-ba ejetora mais plena (o coração)colocará nas células do cérebrouma quantidade maior de oxi-gênio. Esse cérebro mais oxige-nado possibilitará maior eficiên-cia, maior lucidez e, principal-mente, maior velocidade dopensamento, de interpretação ereação aos movimentos comple-xos presentes no xadrez”, ex-plica Nuno.

Em algumas competiçõesmais tensas, atletas monitora-

dos chegaram a registrar per-da importante de peso apósuma, duas semanas de reali-zada a competição. Isso mes-mo recebendo uma dieta nor-mal e ficando no conforto dehotéis. Apenas uma demons-tração do quão desgastanteeste esporte quando praticadoem alto nível pode ser.

Embora seja uma batalha in-teressante, há poucos espaçospúblicos para a prática do es-porte. Um deles é a BibliotecaPública do Paraná. No segundoandar, há uma sala onde joga-dores das mais variadas idadesse enfrentam de segunda a sába-do, durante o horário de funcio-namento do local. O vendedorFlávio Costa é um deles. Joga xa-drez há vinte anos e frequentaocasionalmente o espaço aos fi-nais de semana. Para ele, é umaforma de manter a mente desen-volvida e ativa, além de ajudarem outras atividades.

“Sedentários”,mas com benefícios

Do ponto de vista da movi-mentação corporal, os esporteslistados na pesquisa não exigemmuito esforço. Contudo, elesproporcionam diversos benefíci-os, desde o aprimoramento nacoordenação motora até o au-mento da concentração. “Um es-porte como o vôlei, por exemplo,privilegia mais a parte técnico-tática em relação à preparaçãofísica. Mas traz benefícios damesma forma, como a prática dequalquer esporte”, cita a prepa-radora física Luciana Diniz Lell.

Segundo Luciana, o que fazde uma determinada modalida-de sedentária ou não é o gastoenergético. Quanto maior a mo-vimentação do atleta durante aprática do esporte, mais calori-as ele queima, embora a quanti-dade de calorias queimadas va-rie de acordo com cada organis-mo e da intensidade em que seexecuta a atividade.

Tanto entre amadores e pro-fissionais há um consenso quan-to aos perigos do sedentarismo.Isto porque ele representa a to-tal falta de atividade do corpo.Doença que tem evoluído emfunção dos hábitos decorrentesde alguns confortos da vida mo-derna, como o controle remoto,os automóveis e principalmenteo advento da informática. Atual-

mente, o computador e o videoga-me são as diversões preferidasdas crianças e também de algunsadultos. E a rotina diária acabasubtraindo o tempo das ativida-des esportivas.

Mesmo quem está acima dopeso, pode manter uma rotinade atividades físicas. “Quemestá acima do peso, mas prati-ca algum esporte regularmente,tem uma vida mais saudávelque um sedentário em dia coma balança. Nem sempre ser ma-gro é ser sadio”, alerta o espe-cialista em medicina esportivaSamir Daher.

Independente da preferên-cia por esportes que privilegi-em mais o corpo ou a mente, omais importante é não deixarnem corpo, nem mente para-dos. “É fundamental que sehaja um equilíbrio entre osdois, pois uma mente sem ocu-pação prejudica o corpo”, ex-plica Luciana.

A prática de um esporte, in-dependente de qual seja, pro-porciona uma melhoria naqualidade de vida e no bem es-tar da pessoa, além de melho-rar a disposição e aumentar aautoestima.

Fotos: Cássio Bida/LON A

Para jogar sinuca e evitar lesões, o alongamento da região dobraço é recomendado para diminuir tensões.

Considerando uma pessoa de 70 kg que realiza uma hora de atividade

Mais sedentários

1) Bilhar (176 calorias) – poucos deslocamentos, pouca aceleração do metabolismo. Traba-lha mais com a concentração do jogador.

2) Canoagem por lazer (185 calorias) – o esportista segue apenas o fluxo da água. Comonão luta contra a correnteza, os movimentos são mais leves

3) Dança livre (214 calorias) – apenas movimentos suaves, o que gera menos gasto calórico.4) Vôlei (245 calorias) – apesar de exigir saltos e movimentos intensos, os deslocamentos são

curtos. O que reduz o gasto calórico5) Arco-e-flecha (273 calorias) – esforço concentrado mais no braço, que precisa aguentar o

tranco da flechada. Trabalha mais a parte psicológica.

Menos sedentários

1) Boxe (932 calorias) – diversos deslocamentos durante a luta, fora a energia gasta com osgolpes.

2) Squash (890 calorias) – envolve muito deslocamento, velocidade, flexibilidade, força eresistência.

3) Judô (819 calorias) – é um esporte que exige muita força, além de flexibilidade e coordena-ção motora.

4) Natação - estilo Crawl (655 calorias) – é o esporte mais completo, exige bastante de bra-ços, costas e pernas.

5) Basquete (580 calorias) – grande deslocamento em quadra durante uma partida. Em mé-dia, um atleta percorre 8 quilômetros na quadra.

Fonte: Revista Mundo Estranho

Os mais e os menos sedentários

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ColunaCinema Chama o garçom!

Raphael Moroz

Do que você tem dúvida? Ocomportamento de determinadapessoa instiga você a duvidar desua conduta? Se até o futuro decada ser humano é incerto, por-que a dúvida não faria parte denossas vidas?

Ela faz. E é baseado nessa cer-teza que “Dúvida” constrói a sualinha narrativa. O ano retratadoé 1964, e o cenário do filme é aescola St. Nicholas, situada nobairro nova iorquino Bronx. Ainstituição, marcada pela rigidezdisciplinar, acaba de receber oseu primeiro aluno negro, Do-nald. Conforme o esperado, in-clusive pelos pais do menino,Donald é rejeitado pelos colegas,que o julgam por sua raça. Ape-sar disso, Donald tem um defen-sor na escola: o padre Flynn (Phi-lip Seymour Hoffman), que oacolhe em seus momentos de tris-teza e desânimo.

No entanto, após um estra-nho encontro do menino com opadre, a relação que os dois pos-suem - aparentemente de amiza-de - começa a ser monitorada peladiretora da instituição, a intocá-

vel irmã Aloysius (Meryl Streep).É a partir deste momento que

“Dúvida” diz, realmente, a queveio. Com seu imenso senso fare-jador, sempre desconfiando detudo e de todos, Aloysius nutre, docomeço ao fim do filme, uma certe-za: a de que o padre Flynn é umpecador em potencial, que se apro-veita do carinho que Donald lhetem para suprir seus desejos sexu-ais. Quanto a isso, o filme tem umcuidado impecável, já que os ter-mos “pedofilia”, ou até mesmo“homossexualismo”, não apare-cem em nenhum momento. Asconclusões do espectador quantoa isso provém de diálogos rechea-dos de insinuações – talvez umdos pontos mais altos do filme.

A tensão causada pela luta deAloysius para provar a possívelatitude imoral de Flynn faz comque o espectador grude seus olhosna tela do começo ao fim. Ela fazcom que o público preste imensaatenção em cada diálogo, em cadaolhar e em cada insinuação.

“Dúvida” não é só magistral-mente escrito, é também brilhan-temente interpretado. Ao assistirao filme, somos brindados comatuações magníficas, que nos en-

volvem dentro do enredo, e nosfazem sofrer com o conflito decada personagem. Amy Adams,como a assustada professora quenão sabe em quem acreditar, serevela um grande talento. Sãodela e de Meryl Streep os olharesmais expressivos do filme. ViolaDavis, como a mãe do menino, sóaparece em duas cenas de “Dú-vida”, e mesmo assim, garantiuuma indicação ao Oscar. É delaa atuação mais contida e provo-cante do filme, representando amãe que não possui esperançasquanto ao futuro do filho. É im-possível não se revoltar quando,em uma conversa dela com airmã Aloysius, ela, completamen-te insensível, afirma que nãopode fazer nada para mudar odestino doloroso do filho.

O longa é, ao contrário damaioria das produções cinemato-gráficas atuais, um filme para serdigerido aos poucos. É necessá-rio parar e repensar cada diálo-go, cada atitude dos persona-gens. Depois do filme nos envol-ver completamente com os seusquestionamentos, é inevitávelque saiamos do cinema pensan-do em nossas próprias dúvidas.

sem dúvida

Um filme memorável,

sem dúvida

Fotos: divulgação

Luiz Felipe Marques

Comecinho de 2006 e nas-cia o bar que acabou dandoorigem ao Saudosa Maloca,tema da coluna de hoje. Era oEsquina Brasil, cujo nome vi-nha justamente da localiza-ção, em mais uma esquina,dessa vez da Senador Xaviercom a Duque de Caxias. Já osobrenome Brasil descendiada decoração, do ambiente eda música: capas de discosdos nossos artistas por todo obar, uma gostosa descontra-ção todos os dias e samba –de altíssima qualidade.

Depois de um tempo, po-rém, as coisas mudaram. Osfinais de semana sempre desamba receberam dias de poprock nacional e estrangeiro.Um pouco descaracterizadoquase no fim de 2008, o bar foivendido e no ano seguinte, eisque surge o Saudosa Maloca.

Com o nome inspiradonuma das maiores obras dotambém saudoso AdoniranBarbosa, o intuito da casa é fa-zer uma referência a capitalpaulista, alguns de seus ilus-tres cidadãos, suas tradiçõese seu samba. Dessa forma,quem já conhecia e gostava dovelho Esquina, sente-se nova-mente abrigado por um bar, elogo ali, no mesmo endereço.

Diferente de casas que hojeatraem um grande público, oSaudosa Maloca não tem porobjetivo chamar bandas jo-vens de samba, samba rock,bossa e MPB para tocar novossucessos. Nada disso. A mú-

sica da casa é de grande quali-dade, dando ampla atençãopara aquelas canções eternas,que nunca se cansa de escutar.Nos sábados, por exemplo,quem toca lá é O Mimeográfo,trio formado por Amauri, Edsone Kalil. Grupo simples, de ótimamúsica e gostoso de ouvir comopoucos hoje.

Da música para o cardápio,o bar apresenta pratos diferen-tes mais elaborados e massas,mas sem deixar de lado – paraagrado de paulistanos, curiti-banos, novos baianos e todosmais brasileiros – as queridasporções, bem servidas e semmachucar muito o bolso. Paradar mais um toque da terra deAdoniran e dos Demônios, éservido um sanduíche de mor-tadela do mercadão.

Um bom ambiente, sambana medida e boas porções, po-rém, iam se sentir sozinhos, po-bres coitados, sem pelo menosum copo com colarinho, seja dochopp (preferencialmente oBrahma) ou da cerveja (agora avez da Original), que podem serescolhidos entre algumas mar-cas. Mais uma vez, preços nãoabusivos.

O Saudosa funciona de se-gunda a sábado, a partir das17h. Até as 19h a entrada é fran-ca, a partir deste horário são co-brados R$ 5,00 por pessoa, va-lor convidativo a quem ama,gosta, sente saudade, não co-nhece direito, ou mesmo aindanão aprecia, mas quer viver umpouco, mesmo que pelo tempode dois chopps, da querida ci-dade de São Paulo.

Dá licença de contá

Curitiba, sexta-feira , 15 de maio de 2009 7

GeralCinema

Allana Torres

Cuidar de crianças nuncafoi uma tarefa fácil e exige mui-ta responsabilidade. Mas, essaé a ideia do programa AUPAIR, uma das maneiras maiscomuns de fazer intercâmbio eaprender novos idiomas.

A intenção é que você vápara casa de alguma família noexterior e cuide das crianças en-quanto seus pais trabalham.Muito comum em vários países,este tipo de intercâmbio é regu-lamentado apenas pelo gover-no dos Estados Unidos, Holan-da, França e Alemanha, pormeio de agências vinculadas aopoder oficial.

O programa oferece, semexceção, trabalho em casa de

Cuidando eaprendendoCuidar de crianças no exterior é opção para quem quer morar fora eaprender uma nova língua, além de aspectos de uma cultura diferente

família com salário semanalde 176 dólares, quarto indivi-dual e todas as refeições e con-dições de subsistência. Alémdisso, o intercambista tambémrecebe uma bolsa de estudosde 500 dólares por um ano deprograma, autorização de per-manência no país, válida porum ano, que pode ser estendi-da por, no máximo, mais umano.

Apesar disso, muitas pesso-as perguntam por que se sub-meter a esse trabalho. Além daoportunidade de morar fora,ainda é possível praticar inglês,ter no currículo uma faculdadedo exterior, adquirir mais res-ponsabilidade e conhecimentode outras culturas.

Camila Muchynsk é inter-

cambista há dois anos e moraem Washington DC, nos EUA.“No Brasil eu tinha uma rotina,mas aqui tudo é diferente e valemuito a pena”. Ela cuida de trêscrianças, Lucas de um ano emeio, Madison de quatro, e De-rek de oito anos. “Eu amo essascrianças demais, aqui todomundo me trata como da famí-lia, ganho um dinheiro extrapara sair e tenho até meu pró-prio carro”.

Djeine Winiarski é a res-ponsável por encaminhar AuPairs na agência World Studye conta que esse tipo de pro-grama é muito procurado porser um dos intercâmbios maisbaratos atualmente. “Geral-mente, em outros programasde intercâmbio, o interessadofaz um investimento muitogrande para ficar poucos me-ses. O AU PAIR é um progra-ma barato, porque quem estábancando tudo são as famíli-as, que gastam em média 10mil dólares por au pair”, ex-plica. “Porém, muita genteacha que ao chegar lá não teráque trabalhar muito, que vaipoder viajar o tempo todo, masnão é bem assim. É muitocomplicado cuidar de crian-ças, independente da idade”.E isso é mais comum do que seimagina. Quem não possui ex-periência com crianças, ousimplesmente não consegue seadaptar à família, pode pediro “rematch”, que é a escolhade outra família com ajuda dainstrutora local.

Giselly Cordeiro Nunes, de22 anos, está em San Antonio

no Texas. Ela já pediu “rema-tch” três vezes. “Achei que se-ria fácil chegar aqui, mas pri-meiro eu tive problemas comminha “host family”, pois opai da família simplesmenteme ignorava. A hora que ficouinsuportável eu fui pra outrafamília. Depois de três meseseles começaram a passar pordificuldades financeiras e nãopodiam mais me pagar. De-pois, fui para uma famíliaonde a dona da casa era dese-quilibrada. Pedi para trocarpela terceira vez, e finalmenteachei essa família com que es-tou agora. Gostei tanto quepretendo estender o programapor mais um ano”.

Para elesAloísio Binni Silla, de 19

anos, está em Craston, RhodeIsland e decidiu procurar esseprograma por ser mais baratoe por incentivo de uma amigaque já havia feito. “Eu semprequis vir para os EUA, era umsonho antigo. Quando fiqueisabendo do programa me ins-crevi na hora. Sempre gosteide crianças e tudo aqui supe-ra minhas expectativas”. Porser garoto, Aloísio diz que de-morou um pouco mais para

“Geralmente, eles preferemgarotas. Acredito que seja por causado senso comum de que au pair ou‘nannys’ são sempre garotas”ALOÍSIO BINNI SILLA, 19 ANOS

achar uma família com que seidentificasse. “Geralmente,eles preferem garotas. Acredi-to que seja por causa do sen-so comum de que au pair ou‘nannys’ são sempre garotas,mas jamais sofri preconceitoou qualquer tipo de discrimi-nação.”

RazõesE o que faz famílias procu-

rarem uma pessoa estrangeira,que nunca viram na vida,para colocar dentro de casapara cuidar de seus filhos? So-phie Hunston é mãe de Elijah,10, e Carmem, de seis anos.Eles moram em Sacramento, naCalifórnia, e sua au pair é Ân-gela Contijo, de 23 anos. “AÂngela é a terceira au pair quetenho. Mas é a primeira brasi-leira. Já tive uma mexicana eoutra holandesa. Acho muitoimportante para meus filhosessa convivência com alguémde outra cultura. Meus filhosfalam outras três línguas alémdo inglês e isso é fantástico.Nunca tive problemas com ne-nhuma delas; é difícil no co-meço lidar com as diferençasculturais e de pensamento,mas mesmo assim acho issomuito importante”.

retribui carinho recebido pelo au pair Aloísio

Domingo no Câmpus apresenta recital de piano e fagoteNo próximo domingo, dia 17, o projeto Domingo no Câmpusapresenta obras de Johann Bach, Heitor Villa-Lobos, Paul Hin-denith e Camille Saint-Saëns, interpretadas por Fábio Cury, nofagote, e Josely Bark, no piano. O evento acontece às 11h, noTeatro Positivo, Pequeno Auditório, e os ingressos custam R$10,00. Professores, estudantes, doadores de sangue e pesso-as acima de 60 anos pagam meia.Mais informações no site www.up.edu.br.

Curitiba, sexta-feira, 15 de maio de 20098

EnsaioNova Iorque

A verdadeira capital do

Texto e fotos: Raphael Moroz

Andar em Nova York é se sentir em um filme. A cada quadra e a cada monumento, aimpressão que se tem é de que aquilo já foi visto antes, e realmente é possível, já que acidade é o cenário de milhares de filmes, dos mais variados gêneros.

Ao passar pela Brooklyn Bridge, os aficionados por filmes de desenho animado têm avaga sensação de que, a qualquer momento, o homem-aranha pode saltar de uma extremi-dade da ponte para a outra, usando suas teias extremamente resistentes. As fãs de históri-as românticas, ao andar pelas ruas da cidade, sentem-se poderosas e fabulosas, como Car-rie Bradshaw e suas amigas, na série de televisão “Sex and the City”.

Ao passar pelo luxuoso Plaza Hotel, é impossível não ter a impressão de que Kevin(Macaulay Culkin em “Esqueceram de Mim”) pode passar correndo a qualquer momento,indo em direção ao Central Park. Não importa o filme, a série ou a situação, Nova York éuma cidade para ser vivida intensamente.

Localizada no nordeste dosEstados Unidos , é a cidademais populosa do país e umadas cidades mais importantese influentes do mundo, já quenela está localizado o princi-pal centro financeiro mundi-al, bem como a sede da Orga-nização das Nações Unidas.Com seus 8 milhões de habi-tantes, a região onde a cidadese encontra é facilmente amaior de seu país e a segundamais populosa da América doNorte.

Nova Iorque é consideradauma das cidades mais inte-ressantes e fascinantes dosEstados Unidos - se não domundo - por muitas pesso-as, atraindo mais turistasdo que qualquer outra cida-de americana, sejam turis-tas domésticos ou interna-cionais. É frequentementetambém considerada a ci-dade mais cosmopolita domundo.

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