LONA 469- 15/04/2009

8
Curitiba, quarta-feira, 15 de abril de 2009 - Ano X - Número 469 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Há mais de um mês, as avaliações sobre as previsões do Produto Interno Bruto (PIB) têm sido pessimistas. A última estimativa feita pelas instituições financeiras aponta uma possível queda de 0,3% em 2009. Os especialistas dizem que a mudança na análise feita pelas instituições leva em consideração os efeitos da crise, mas que talvez essa antecipação seja precipitada. Brasil deve ter maior queda do PIB dos últimos 17 anos Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 O pato que caiu Leonardo Schenatto Barroso Grupo reúne atrações do circo com técnicas de teatro; montagem contou história de menino que procura pato de borracha durante o espetáculo. Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Cultura Mesmo com reprodução, Mona Lisa continua como vedete do Louvre Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Cresce procura por técnicas de reprodução assistida Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Saúde Música Álbuns clássicos dos anos 80 e 90 Página 6 Página 6 Página 6 Página 6 Página 6 Serviço ProJovem abre inscrições em todo o Brasil Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 pelo ralo... Ensaio

description

JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

Transcript of LONA 469- 15/04/2009

Page 1: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira, 15 de abril de 2009 - Ano X - Número 469Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Há mais de um mês, as avaliações sobre as previsões do Produto Interno Bruto (PIB) têm sido pessimistas. A últimaestimativa feita pelas instituições financeiras aponta uma possível queda de 0,3% em 2009. Os especialistas dizemque a mudança na análise feita pelas instituições leva em consideração os efeitos da crise, mas que talvez essaantecipação seja precipitada.

Brasil deve termaior queda do PIBdos últimos 17 anos

Página 3Página 3Página 3Página 3Página 3

O pato que caiu

Leon

ardo

Sch

enat

to B

arro

so

Grupo reúne atrações do circo comtécnicas de teatro; montagem contouhistória de menino que procura pato deborracha durante o espetáculo.

Página 8Página 8Página 8Página 8Página 8

Cultura

Mesmo comreprodução,Mona Lisacontinua comovedete do Louvre

Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5

Cresce procurapor técnicas dereproduçãoassistida

Página 7Página 7Página 7Página 7Página 7

Saúde

Música

Álbuns clássicosdos anos 80 e 90

Página 6Página 6Página 6Página 6Página 6

Serviço

ProJovem abreinscrições emtodo o Brasil

Página 3Página 3Página 3Página 3Página 3

pelo ralo...Ensaio

Page 2: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira , 15 de abril de 20092

Opinião

Expediente

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalis-mo da Universidade Positivo – UP,

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins.Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesqui-sa: Luiz Hamilton Berton; Pró-Reitor de Planejamento e Ava-liação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Cur-so de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Profes-sores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida e Mar-celo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Cami-la Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

“Formar jornalistas comabrangentes conhecimentosgerais e humanísticos, capa-citação técnica, espírito cria-tivo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsa-bilidade social que contribu-am com seu trabalho para oenriquecimento cultural, so-cial, político e econômico dasociedade”.

Missão do cursode Jornalismo

Manifestação

Anna Luiza de Aguiar

Generalizações nunca foramadequadas para qualquer situa-ção, ainda mais no caso dos jo-vens. É impossível enquadrá-losem um grupo de característicaspreestabelecidas, já que nessa ida-de as opiniões estão a mil e sur-gem turmas com visões comple-tamente diversificadas.

É verdade que grande parteda juventude brasileira já nãoparticipa ativamente da políticaou das reivindicações sociais,como acontecia durante o perío-do ditatorial, seja por falta de in-teresse ou por preguiça de se em-penhar e levar para frente umacausa.

No entanto, alguns ainda re-conhecem o valor da liberdadede expressão e mobilização re-conquistada há pouco, e mais doque isso, conscientes da necessi-dade de respeito e cidadania nopaís, ainda assumem o compro-misso de lutar para que as mino-rias tenham respeitados todos osseus direitos como cidadãos.

É o caso do ato elaboradopelos estudantes de CiênciasSociais da UFPR. Após três reu-niões que tinham como finalida-de mostrar a indignação quan-to à violência moral e física daqual foi vítima outro estudanteda instituição, ficou decididoque a primeira manifestação teráinicio às 09h30 de hoje. Os sim-patizantes em relação à causa

Ato de combateà intolerância

sairão da frente da reitoria daUFPR, e o itinerário incluirá apassagem pelo Centro Cívico afim de cobrar uma postura dasautoridades. Para quem não pu-der comparecer, há ainda um atono sábado, às 10h30min — des-sa vez os manifestantes se en-contrarão na Praça Santos An-drade.

Não seria fácil explicar aatitude desses estudantes, que,sem ganhar nada em troca, im-primem, recortam e pregamcartazes pela cidade, visitamoutras faculdades e colégiospara divulgar o movimento, to-mam para si a luta contra algoque muitas vezes não os afeta-riam diretamente, tentam ga-nhar novos adeptos e pressio-nam os órgãos públicos — en-quanto poderiam simplesmen-te continuar inertes, sem o des-gaste e o perigo do envolvi-mento. Basta, porém, conversarcom um deles para perceber queé suficientemente satisfatório oganho de experiência pessoal, ea esperança de que o Brasil fi-que um pouco mais tolerantenesse sentido. A diversidade najuventude é enorme, e todas es-sas diferenças contribuem muitopara a riqueza cultural do país;entretanto, seria interessante quetodos (jovens adultos, crianças,idosos) compartilhassem do espí-rito coletivista e ativo dessa pe-quena parcela dos estudantes cu-ritibanos.

Camila Scheffer Franklin

Legalizar ou não a maco-nha no Brasil (Cannabis sativa)é uma questão que já deveriater sido determinada com umasó palavra: sim. A proibição damaconha afeta diretamente asociedade, principalmente asclasses mais desfavorecidas,uma vez que o tráfico está si-tuado em favelas e bairros debaixa renda. Com a legalizaçãoda maconha, o seu consumonão acabaria, porém o lucro donarcotráfico seria reduzido,uma vez que a maconha é umadroga barata e bastante procu-rada por diferentes classes so-ciais.

Com a maconha legalizada,decresceria o uso de criançasno tráfico e as chacinas ocorri-das em morros ocasionadaspelas disputas de “bocas-de-fumo” e dívidas de usuários.Descriminalizar também é umaquestão de respeito para com ousuário, uma vez que ele está

Legalizar épreciso

prejudicando a simesmo, por opçãoprópria. Em paí-ses como a Ho-landa, onde adroga foi descri-minalizada epode ser utiliza-da em cafés, onúmero de usuá-rios não aumen-tou significativa-mente, mas osconflitos ocorri-dos anteriormente por causa dadroga diminuíram drastica-mente. O dinheiro utilizadopelo governo em campanhascontra o uso de drogas poderiaser aplicado em outros projetospara diminuir as desigualda-des, a marginalização e a vio-lência, enfatizando principal-mente uma educação de quali-dade. Um país cuja populaçãopossui uma boa educação é umpaís que tende a crescer e obterdestaque, pois saber é sinônimode poder.

Ao pensar em legalização damaconha no Brasil, não deve-mos nos ater aos seus usuáriose, sim, aos benefícios que elapode trazer. O consumo continu-ará. Porém, o dinheiro geradopela venda da erva poderá serutilizado em projetos que real-mente farão a diferença no país.Portanto, a maconha deve ser li-berada para que a violência di-minua, o Brasil prospere e o di-reito à liberdade pessoal, comque o indivíduo escolhe o que émelhor para si, seja mantido.

Drogas

preciso

Após três reuniões que tinham comofinalidade mostrar a indignação àviolência moral e física da qual foivitima outro estudante da instituição,ficou decidido que a primeiramanifestação terá inicio às 09h30minda quarta feira, dia 15 de abril

Page 3: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira , 15 de abril de 2009 3

Economia

Marisa Rodrigues

A Secretaria Municipal doTrabalho e Emprego de Curi-tiba abriu inscrições para oprograma ProJovem Trabalha-dor, que oferece cursos dequalificação em diversas áre-as. O principal objetivo doprograma é propiciar a inser-ção social dos jovens por meioda capacitação e do desenvol-vimento de habilidades, facili-tando a entrada do estudanteno mercado de trabalho e am-pliando a renda familiar.

Os participantes precisamter idade entre 18 e 29 anos,renda mensal de meio saláriomínimo por membro da famí-lia e estar cursando ou já terconcluído o ensino funda-mental ou médio. Os cursostêm seis meses de duração,com carga horária de 350 ho-ras, nos turnos da manhã, tar-de e noite. O ProJovem tambémoferece aos alunos com 75%de freqüência nas aulas auxí-lio mensal de R$ 100.

Começam inscriçõespara o ProJovem

Programa oferece auxílio mensal e cursos decapacitação para pessoas de até 29 anos

CursosAs capacitações ofertadas são

para as áreas de esporte e lazer;construção e reparos; turismo ehospitalidade; transporte; vestu-ário; beleza e estética; serviçosdomésticos; administração; tele-mática e alimentação.

Além da formação técnica, osalunos recebem formação de de-senvolvimento humanístico, comaulas de ética e cidadania, no-ções de direito trabalhista, forma-ção de cooperativas, educaçãoambiental e inclusão digital. Osjovens também são estimuladosa dar continuidade aos estudos.

Serão oferecidas sete mil va-gas em Curitiba, com o início dasatividades previsto para junho.Os jovens desempregados terãopreferência na seleção. As inscri-ções são gratuitas e vão até o dia25 de maio na Secretaria do Tra-balho e no Centro de Referênciado Trabalhador das Ruas da Ci-dadania. Os interessados devemlevar cópia de documentos (RGe CPF), carteira de trabalho ecomprovante de escolaridade.

Programa ProJovemInscrições até o dia 25 de maio

Local: Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego - RuaBarão do Rio Branco, 45, 9º andar – Centro| Tel (41) 3221-9950, 3221-9974 A ficha de inscrição do programa está dis-ponível no site:

http://www.curitiba.pr.gov.br

Serviço

Educação e trabalho

Camila Scheffer FranklinMarisa Rodrigues

Pela sexta semana consecu-tiva, instituições financeirasbrasileiras reavaliaram a previ-são do Produto Interno Bruto(PIB) de 2009. Agora, a novaperspectiva é de redução de0,3%. Se isso acontecer, será opior desempenho econômico doBrasil desde 1992, quando ocor-reu uma queda de 0,46%. Para2010, a expansão de 3,5%, pre-vista nas últimas seis pesqui-sas, ainda não sofreu alteração.

Segundo o economista JoséGuilherme Vieira, trata-se de umreflexo da crise financeira mun-dial e acontece, principalmente,pela queda de investimentos daindústria.

“A diminuição do número defábricas, nas linhas de monta-gem e a menor compra de máqui-nas e equipamentos industriaisfazem com que os números cai-am”. Apesar disso, Vieira nãoconcorda com a projeção, e ga-rante que essa opinião tambémé compartilhada pela maioriados analistas financeiros. Paraele, não deve haver nem retra-ção, muito menos expansão. Osindicadores devem ficar próxi-mos a zero.

Para a em-presária Debo-ra Manzocki, ocrescimento doconsumo não éuma realidade,mas também nãofoi reduzido pelacrise.

“Eu percebo umadiminuição constantedo consumo, não sóneste momento específi-co, mas há quase dezanos, logo quando inicieimeu negócio”. Já a infla-ção, medida pelo IPCA (Ín-dice Nacional de Preços aoConsumidor Amplo) obteveum pequeno recuo, de 4,26%para 4,25% neste ano, e esti-mativas de 4,46% para 4,42%em 2010, não se enquadrandona meta do governo, que é de4,50%. Os sinais só tiverambom desempenho para a balan-ça comercial, com a expectativade aumento do superávit deUS$14,5 bilhões para US$15 bi-lhões. Os analistas também pre-veem um aumento no superávitdo próximo ano, que pode ir deUS$13,7 bilhões para US$14 bi-lhões. A taxa Selic não sofreumudanças com a última previ-são e deve se manter em 9,25%.

Brasil pode terpior queda doPIB desde 1992

Perspectivas

Análise prevê recuo da inflação, que deve ficar em 4,25% neste ano

“A diminuição do número de fábricas,nas linhas de montagem e a menorcompra de máquinas e equipamentosindustriais fazem com que os númeroscaiam”JOSÉ GUILHERME VIEIRA, ECONOMISTA

Page 4: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira , 15 de abril de 20094

CulturaPintura

Mona Lisa na época de suareprodutibilidade técnicaQuando a obra de arte perde a sua “aura” e quando as massas ganham com a sua reprodução

Gustavo Krelling

Todos o dias em Paris àsnove da manhã, exceto às ter-ças-feiras e em alguns feriadospúblicos, o Museu do Louvreabre suas portas - rua Rivolinúmero 99 - para milhares depessoas apreciarem cerca de 35mil obras de arte expostas per-manentemente. O acervo é com-posto por 380 mil itens em seus60 mil metros quadrados, sepa-rados em oito departamentos.Depois de dar o “bonjour”, tãonecessário na França, os milha-res visitantes falam para o pri-meiro funcionário que aparecer:“Where is Mona Lisa?”.

Ao entrar na pirâmide domuseu, o Hall de Napoleão, osmilhares começam a caçada.

Pagam osn o v e

euros de admissão, sobem a es-cada rolante que leva ao primei-ro piso do lado indicado comoSully e seguem as setas afoitosem busca de La Gioconda. Du-rante a busca feroz, os milharesdesprezam esculturas de “umartista qualquer” e pinturas de“um cara talentoso”. No meiodo caminho uma foto com a Vi-tória de Samotrácia, após subira escadaria Darú, é bem-vinda.

Os milhares, munidos desuas sonys, samsungs, nikons ecanons, correm pela sala núme-ro um, dois, três, que são para-lelas à sala de número quatro,avançam o corredor de pintoresitalianos do século XIII ao XV,dobram a direita na sala núme-ro seis e, eis que surge outramultidão em frente a uma obracoberta por um vidro à prova debalas com uns três ou quatroseguranças garantindo a dis-tância entre os mortais e a pin-tura. Os milhares não desa-nimam, engatilham

suas máquinas,

e começam os disparos. O so-nho de ser retido ao lado daMona Lisa é compartilhadocom uns quarenta rostos desco-nhecidos que estão nas proxi-midades, sendo que pelo menos25 são orientais que não paramde rir e você não compreende oporquê. Mas não é tão ruim,pelo menos o sorriso de caçadorde tesouro é dividido com o sor-riso enigmático de Mona Lisa.

Mas, no momento em que seolha para a Mona Lisa, pareceque já a tinha visto milhões devezes antes, ela é tão comum aoseu olhar. Ela é linda! Mas jáestava nos livros da escola, tal-vez na parede de casa, e é oexemplo clichê de obra de arteusada pelos leigos.

A Mona Lisa perde sua auraquando é reproduzida insisten-temente, sua autoridade é dis-solvida. A resposta para esseestranho déjà vu está nos nos-

sos tempos e foiprofetizada porWalter Benjamim

em seu ensaio de

1936 “A obra de arte na épocade sua reprodutibilidade técni-ca”.

Sempre houve reproduçãodas obras de arte, quando osromanos copiaram o legado ar-tístico grego, quando na IdadeMédia as imagens de santoseram reproduzidas por xilogra-vura (por meio de uma matrizde madeira), posteriormente nalitografia (matriz de pedra), elogo foi ofuscada pela fotogra-fia, que apresentou a maiorameaça à arte, mas que acaboua renovando. A fotografia, porsua vez, é elevada ao sistema decinema falado. Hoje, a internetpotencializa qualquer tipo dereprodução, e temos a certezade viver em um mundo em quenada se cria e tudo se copia.

Segundo Benjamim, nessareprodução incessante da obrade arte, ela perde o seu gêniooriginal, sai do pedestal. Emseu ensaio, ele escreve: “Mesmona reprodução mais perfeita,um elemento está ausente: oaqui e o agora da obra de arte,sua existência única, e somentenela, que se desdobra a históriada outra.”

Com a reprodução, a arteperde o seu individualismo;uma obra de arte antes vistaapenas em um salão de arte oumuseu agora é reproduzida evista mundialmente. Para Ben-jamin, as massas procuram aarte com o intuito de divertimen-to e distração, têm necessidadede entrar na obra, como é o casoda arquitetura. Para o conhece-dor de arte a obra é objeto de de-voção e recolhimento, e isso ofaz “entrar na obra”, mas nãosente a necessidade de obtermaterialmente a obra como amassa, o conhecedor se “dissol-

ve” na experiência da contem-plação.

A massa se encanta com apossibilidade de posar juntocom a Lisa, a la Gioconda, e as-sim se “apossar” da obra eter-namente pela fotografia. A coor-denadora do curso de Artes Vi-suais da UFPR, Marília Diaz,analisa o ato de tirar uma fotoao lado de um símbolo tão po-tente na história da arte da se-guinte maneira: “Ter, necessari-amente, não implica possuir oobjeto. Quando conhecemosalgo ou alguma coisa em pro-fundidade, de certa forma, tam-bém estamos construindo umpatrimônio, não material, masintelectual, e isso se configuracomo posse. Creio que registraro momento vivido implica dife-rentes questões: congelar aque-le instante, provar que estevenaquele contexto o que podeimplicar até em status e podesignificar também um fragmen-to de posse.”

Um exemplo do status, rela-tado pela coordenadora, podeser observado no site de relaci-onamentos Orkut na comuni-dade: “Eu vi o sorriso de MonaLisa”. Um participante do gru-po relata sua experiência dian-te da “deusa”: “cara, sei lá, doi-do eu vi ela sorrir e foi muito so-brenatural e eu tava ouvindo amúsica do torn ...e tipo eu fikeiimagiando o Leonardo pintan-do ela sabe..olhando pra ela seila ... soh sei q eu me apaixoneipor ela qnd eu vi o kadro com osom de torn .muitolokoooooooo”(sic).

A Mona Lisa é supervalori-zada. A “corrida” dentro domuseu é por essa celebridade,mas por que tanto desprezo àsoutras obras? Marília Diaz cre-Divulgação

Mona Lisatécnica

Page 5: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira , 15 de abril de 2009 5

dita esse desprezo a uma faltade alfabetização visual. “Mui-tas pessoas que nunca adentra-ram um museu em suas cida-des de origem, quando viajamao exterior vão viver a sua pri-meira experiência estética emespaços como o Louvre. Exis-tem casos em que a pessoa nemao menos visita um espaço dearte e cultura e prefere focar oseu interesse em compras ouparques temáticos. Infelizmente,acredito que a minoria das pes-soas, com condições de viveressa experiência, vão focar o seuinteresse em experiências esté-ticas e mergulhar nessa viagemde encantamento. Com certezao nível de alfabetização visualvai balizar as escolhas dasobras e locais visitados.”

Mas como melhorar o nívelde alfabetização visual da po-pulação? Muitos nunca terãoacesso ao Louvre. Talvez a épo-ca da reprodução da obra dearte seja positiva por esse moti-vo, disponibiliza a obra, mesmoque sem aura, para as massas,um ato de “generosidade”.

O crítico de arte e professorde história da arte da USP Ta-deu Chiarelli, em entrevista aosite net processo, apoia a demo-cratização da arte por meio dareprodutibilidade. “Na maioriadas vezes, as experiências quetemos de cultura no Brasil nãotem um trabalho efetivo de se-dimentar o conhecimento. Se apessoa não conhece, não é pro-blema dela apenas. Ela não co-nhece porque não tem meiosefetivos de acesso. Isso signifi-ca disponibilizar para esse pú-blico a obra de arte, criar cursos,criar dados para que ele possase aproximar da produção artís-tica. A pessoa muitas vezes não

gosta de algo porque ela nuncateve acesso àquilo.” A coorde-nadora da UFPR está de acor-do com Chiarelli: “Compartilhodesse pensamento, afinal se nãoprocedermos assim, aproxi-mando, esclarecendo, formandonovas potencialidades, corre-mos o risco de sermos públicode nós mesmos.”

Walter Benjamin merecetodo o mérito por conseguir en-tender a sociedade onde vivia eé soberbo em sua projeção epercepção sobre os rumos daarte. A obra é “xerocada” pelosmeios de reprodução e pelosque se encontram com ela, per-dendo assim sua aura. Baude-laire, em seus versos, já perce-

Soberana em uma pare-de só para si, essa é a realsituação da Mona Lisa noMuseu do Louvre, umluxo para uma obra dearte, afinal de contas queobra não quer ter uma pa-rede só para si? Mas porque ela é tão famosa? Tãovenerada?

Leonardo da Vinci co-meçou o retrato no ano de1503 e só o terminou em1507. Começar um traba-lho e demorar na sua fina-lização era uma de suascaracterísticas. Mas quem éMona Lisa? Os estudiososdividem opiniões, mas háduas hipóteses mais acei-tas. A primeira seria a deque o retrato é da esposade um rico comerciante flo-

rentino, Francesco Del Gio-condo, daí o nome Gioconda.A segunda hipótese é de quea tela seja um autorretrato deLeonardo, que revela nelasua inclinação homossexual.Leonardo só não foi perse-guido pela Inquisição devidoaos importantes serviços queprestava à Igreja Católica.

As questões técnicas tam-bém elevam a qualidade daobra. Além da perspectivaperfeita, Mona Lisa é a pri-meira obra a ser trabalhadana técnica do “sfumato”, ouseja, o artista dissolve o tra-ço forte do contorno, deixan-do as transições de planos ea relação entre figura e fun-do mais suaves. Outra carac-terística técnica marcante é oenquadramento escolhido

bia que a arte havia perdidoseu potencial divino, como naseguinte passagem do poema“Perda da Auréola”: “Deveriaao menos dar parte do desapa-recimento dessa auréola; comu-nicar o ocorrido ao comissário”.Só podemos comemorar a per-da da auréola. Sem a sua coroa,a arte se populariza e fica dis-ponível para os interessados,pelo menos suas reproduções.No entanto, há obras que nun-ca perdem sua majestade. LaGioconda é um exemplo disso,e a fila para a apreciar todos osdias, exceto às terças-feiras e emalguns feriados públicos, mos-tra que seus súditos não a aban-donaram.

pelo artista para realizar oretrato.

Mais um elemento miste-rioso na obra é o sorriso enig-mático. Da Vinci trabalhamuito bem a relação com otempo. Você não sabe seMona Lisa já sorriu, se estásorrindo ou se vai sorrir.

Mas segundo a guia tu-rística de Paris Amélia Lis-boa, a fama de Mona Lisa seconcretizou com o roubo daobra do Museu do Louvreem 22 de agosto de 1911. Naocasião até o poeta francêsGuillaume Apollinaire e opintor espanhol Pablo Picas-so foram presos e interroga-dos sob suspeita de rouboda obra. Muitos acreditaramque a pintura estivesse parasempre perdida, mas ela

Por que a Mona Lisa é tão famosa?

apareceu na Itália, na casade um antigo empregado doMuseu do Louvre, VincenzoPeruggia, o verdadeiro la-drão. Após o acontecimento,o quadro foi devolvido aoLouvre.

A coordenadora do cursode Artes Visuais da UFPR,Marília Diaz, apresenta maismotivos para o sucesso daobra. “Acredito que a MonaLisa, bem como outras obrasde arte, em exposição em di-ferentes países, mantêm, ain-da hoje, um outro tipo de‘aura’ como obra prima, pelofato de não se esgotarem ne-las mesmas, bem como pelasua atemporalidade. O valorhistórico e financeiro criamum glamour, um estigma quemoldam o senso comum”.

Depois da correria dos milhares de visi-tantes pelos corredores do Louvre, enfim,Mona Lisa

Gustavo Krelling

DivulgaçãoCultura

Page 6: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira , 15 de abril de 20096

OpiniãoMúsica

Suellen Cristiane Ferreira

Há muito tempo, os moradores do bairro Ca-ximba, em Curitiba, estão insatisfeitos com o lixãoque existe por lá. O cheiro ao redor do aterro sa-nitário é insuportável. Impossível é alguém pas-sar por ali sem sentir náusea por causa do odordesagradável que infesta o bairro.

O aterro da Caximba está no seu limite e suaampliação foi negada. Ainda bem, pois o aterro játeve sua vida útil ampliada por três vezes. Gra-ças a isso, o local parece uma bomba, pois, ali sãodespejadas quase 400 toneladas de lixo por dia.Realmente, não há nariz que aguente. Nem o meu.

Entretanto, não é apenas o olfato que é preju-dicado. Os rios e animais que vivem em sua beiratambém sofrem com o chorume. Apesar do nomeesquisito, o chorume é o resultado do apodrecimen-to do lixo que, em forma de líquido, que por sinalé muito mal-cheiroso, cai no rio Iguaçu, deixandosua água preta e fedorenta. Além do odor desa-gradável, o resíduo do aterro que vai para o rioestá acabando com o que resta de vida nas cavas.Peixes e animais estão morrendo. E os pescado-res da região ficam a ver apenas a água preta esem vida.

A Prefeitura de Curitiba quer estender o prazode selamento do aterro sanitário. A população écontra. E aí, o que fazer? Dá-lhe protesto. E foi oque aconteceu nesta semana. Os moradores da re-gião vetaram a entrada dos caminhões de lixo nodepósito. E agora, José? O que fazer? Ampliar odepósito é irresponsabilidade e está fora de cogi-tação, pois o aterro é dividido em dois grandesblocos: um que contém resíduos velhos e o outro,com lixo novo. É tanto lixo, minha gente, que nin-guém sabe definir quanto de material pode ser co-locado no topo dessa grande montanha de sujei-ra. Porém, na metade do ano o lixo deve atingir oseu limite, que é de 940 metros.

Vamos imaginar o que vai ser da cidade se essasituação do aterro da Caximba não for resolvida?O nariz dos vizinhos do depósito continuarão ainalar o “agradável” cheiro de podridão que exis-te no ar do bairro. Os animais do rio Iguaçu conti-nuarão morrendo. E aquelas três coletas diárias delixo serão deixadas de lado, pois não haverá ondecolocar todo esse material. Ou seja, é o caos na ca-pital do Paraná e na região metropolitana.

Pois é! Este lixão é uma vergonha para Curi-tiba, que tem demonstrado total incompetênciaem resolver um problema de saúde pública e eco-lógica! Aí a mídia diz que aqui é a “capital ecoló-gica”? Onde?

Lotadode lixo

Meio Ambiente

Microfonia a serviço daarte. No meio musical, mi-crofonia é aquele barulhoirritante de um microfonequando está muito alto.Desde o Velvet Under-ground, banda de Lou Reed

Os anos 90 foram uma espé-cie de década perdida para orock. Inundado de bandas des-cartáveis. Instituiu-se de formadefinitiva o formato “bandascom quinze minutos de fama”,previsto pelo artista plásticoAndy Warhol há trinta anos.

Eis que lá por 1991 surgiuuma música que fugia do pa-drão anos 90. Uma mistura derock, punk com um riff e um re-frão que grudavam no cérebro.Era o início de uma banda deSeattle, o Nirvana.

Caras usando blusas de fla-nela xadrez, gorros, bermudasde skatista, começavam a tomarconta do mundo. Era o Grunge,último grande movimento a mu-dar a face do rock. Existe umalenda que fala que quando orock está estagnado, sem força,sem mais nada para inventar,surge um novo movimento quetorna pó o que está sendo feito ecria uma nova página na histó-ria da música. Viagens à parte,o Grunge provocou essa mudan-ça, que tinha acontecido pela úl-tima vez no final dos anos seten-ta, com o punk. O CD todo foium sucesso, Come as You Are,

The Jesus and Mary Chain

Psychocandy

1985

e John Cale, uma banda nãofazia tanto “barulho”.

O Jesus and Mary Chain,banda escocesa dos irmãosJim e Willian Reid, lançouPsychocandy, seu álbum deestréia, em 1985. Era totalmen-te diferente de tudo que era fei-to na época, exceção feita tal-vez ao Sonic Youth, bandaamericana que sempre usoumicrofonias nas músicas.

Just Like Honey dá o tom dodisco. Uma base melancólicadedilhada na guitarra, distor-ção de dois pedais Fuzz usadosjuntos, vocais quase chorosos,uma bela canção, uma bela esimples melodia, presente atéhoje nos shows do Jesus.

Essa calmaria some no come-ço da segunda faixa, The LivingEnd. Na época chamavam essa

configuração de guitarras do Je-sus de “parede sonora” tal a for-ça com que entravam nas músi-cas. Taste of Cindy, Never Un-derstand e a fantástica You TripMe Up seguem a mesma linha.

Willian declarou algumtempo depois que ele e o irmãosabiam tocar apenas quatroacordes nessa época, e queaprenderam mais alguns pos-teriormente...

Os álbuns seguintes do Je-sus flertaram com batidasmais “eletrônicas” em Auto-matic, com baladas ao violãoem Stoned and Dethroned,mas sempre mantiveram essachama que deu fama a banda,provando que tudo é música,até barulhos aparentementeindesejáveis como a microfo-nia, basta saber usar.

Nirvana

Nevermind1991

Polly, In Bloom, inundaram osouvidos de quem não aguenta-va mais a mesmice.

A apresentação do Nirvanano Hollywood Rock em 1993,no Rio de janeiro, foi uma dasmais conturbadas da banda.Kurt passou o show todo ves-tido de mulher, tocou váriasmúsicas pela metade, cuspiunas câmeras da Rede Globo ese masturbou na frente de umadelas. A Globo imediatamentetirou a transmissão do ar, co-locando a reprise do show dabanda paulista Dr. Sin no lu-gar. Típica atitude Global...João Gordo, VJ da MTV, acom-panhou a banda em sua passa-gem por São Paulo. Falandosobre o astro Grunge, Gordodeclarou: “Kurt era muito de-pressivo, não ria nunca e sóqueria saber de heroína. O res-to do pessoal ficava na depen-dência dele e da louca da Cour-tney Love (mulher de Cobain).O que ele fizesse estava bompara todo mundo, pois eraquem mandava lá". Courtneytambém é um caso à parte. Co-menta-se que foi ela quem apre-sentou a heroína a Cobain, e

teria contribuído muito paraa decadência do marido. Échamada por alguns fãs deYoko Ono do Nirvana.Yokoera a mulher de John Lennon,dos Beatles, e foi uma dasmaiores causas da separaçãoda banda.

O Nirvana lançou maistrês álbuns depois de Never-mind, tornando-se ainda maispopular em todo o mundo.Kurt Cobain foi encontradomorto em sua casa, em Seattle,Estados Unidos, em cinco deabril de 1994. A versão oficialé que ele cometeu suicídio comum tiro na cabeça.

Textos: Marcos PauloFotos: Divulgação

Page 7: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira , 15 de abril de 2009 7

SaúdeReprodução Assistida

O aumento da busca por técnicas de reprodução assistida pode ser explicado pelo ritmo intenso da vida moderna

Camila Scheffer Franklin

Madrugada de 25 de julhode 1978. Próximo a Manches-ter, chegava ao mundo o pri-meiro bebê de proveta da huma-nidade. A inglesinha LouiseBrown nascia e revolucionava,tornando-se a esperança de ca-sais que mantinham o desejode ter seus filhos biológicosmesmo com as dificuldades en-contradas para a concepção.Se esse problema já existia há30 anos, hoje é mais comumpelas dificuldades encontradasna vida moderna.

Um casal é considerado infér-til após um ano de tentativas fa-lhas para engravidar. A infertili-dade masculina geralmente estáligada à produção deficiente deespermatozóides; a feminina, afatores hormonais, de formaçãodo sistema reprodutivo, endome-triose e causas psicológicas.

Com a mulher inserida nomercado de trabalho, e assimcomo o homem cada vez mais

atarefada e interessada emsua carreira profissional, osplanos para se consolidar umrelacionamento e ter filhos vãosendo colocados de lado. Maisindependente, a mulher buscaboas condições de vida para sie para oferecer aos futuros fi-lhos. As consequências detanta dedicação à vida profis-sional são a idade avançadapara a concepção e o estresse.

“No caso da idade avança-da das mulheres para a con-cepção, ou seja, acima dos 35anos, é importante reconhecerque o número de óvulos capa-zes de serem fecundados estáreduzido”, lembra Álvaro Pi-gatto Ceschin, médico e diretortécnico do Centro Médico daMulher – Feliccità. Consequen-temente, as chances de más-formações dos fetos e abortostambém crescem. Avaliadas es-sas possibilidades e tomada adecisão pelo tratamento, osprocedimentos devem ser pla-nejados para que todo o pro-

cesso seja rápido e objetivo.Apesar de ainda não haver

estudos definitivos sobre a rela-ção do estresse e a concepção,sabe-se que o hipotálamo regu-la tanto a resposta ao estressequanto a sexual. Assim, na mu-lher o ciclo menstrual pode seralterado ou suprimido e no ho-mem pode haver alteração naquantidade de esperma e volu-me de sêmen, além de falta delibido e ereção.

Segundo Ceschin, o estressetambém está relacionado à an-siedade e à cobrança que o pró-prio casal faz a si mesmo parater seu bebê. “Uma vez que acobrança é esquecida ou acon-tece a desistência, o casal aca-ba por conseguir engravidar”.

SucessoEm Curitiba, no Centro Mé-

dico da Mulher – Feliccità, atécnica mais realizada é a in-seminação artificial, apesar damaior procura ser pela fertili-zação in vitro. Dentre as paci-

entes atendidas, aproximada-mente 20 por mês, 20% têm su-cesso no procedimento de inse-minação e entre 35 e 40% têmsucesso na fertilização in vitro.Com a dificuldade para a con-cepção, o casal tende a desen-volver ansiedade e depressão.

Segundo o médico, é importan-te entender que não existe, nocasal, um culpado pela dificul-dade para concepção. Para au-mentar ainda mais as chancesde sucesso no tratamento, oacompanhamento psicológicoé recomendado.

Camila Scheffer

É o depósito de espermato-zóides dentro do útero. É umatécnica simples, rápida (3 a 5minutos) e praticamente indo-lor. Deve ser feita na sala deecografia, não havendo necessi-dade de anestesia. No processo,controla-se a ovulação com me-dicamentos para determinar odia da ovulação e aumentar aspossibilidades de sucesso. Nodia da inseminação deve sercolhida uma amostra de sêmen(com 3 a 5 dias de abstinênciasexual). Os espermatozóides são

separados no laboratório. De-pois de preparada a amostra éfeita a inseminação.

Inseminação Intrauterinaou Artificial

Fertilização In Vitro (FIV)

É um procedimento em queos óvulos são retirados da mu-lher e colocados com os esper-matozóides do seu parceiropara fecundar em laboratório.

Após a fecundação, os em-briões assim formados sãomantidos em uma estufa, atéque cheguem ao número idealde células para que possamser colocados dentro do úteroda paciente.

Injeção Intracitoplasmáticade Espermatozóides (ICSI)

É o procedimento conhecidocomo um “empurrãozinho” aosespermatozóides com pouca for-ça de locomoção. Com o auxíliode um microscópio especial e deuma microagulha, o espermato-zóide é injetado diretamente nointerior do óvulo. Com essa téc-nica, basta que se tenha umúnico espermatozóide saudávelpara a fertilização tornar-se pos-sível. Depois do procedimento emlaboratório, a implantação segueos mesmos princípios da fertili-zação in vitro convencional.

Transferência de gametaspara as trompas (GIFT)

A técnica é semelhante à uti-lizada na fertilização “in vitro”,com a diferença de que neste casoo processo de fertilização acon-tece no interior das trompas enão na estufa. É feita inicial-mente a aspiração dos folículos,via vaginal. A seguir, por meiode laparoscopia, os óvulos sãotransferidos à trompa com osespermatozóides. Daí em dianteo processo de fertilização segueseu caminho natural. É neces-sário que pelo menos uma dastrompas seja saudável.

As principais técnicas para a reprodução assistida

Um filho: desejo demuitos casais

Fonte: Centro Médicoda Mulher - Feliccità

Mais uma chancepara ter um bebê

Camila Scheffer

Divulgação

Page 8: LONA 469- 15/04/2009

Curitiba, quarta-feira , 15 de abril de 20098

EnsaioGrupo Roda Brasil

O circo submarinoTexto e fotos: Leonardo Schenatto Barroso

Trapezismo, contorcionismo e palhaçadas são números tradi-cionais do circo. Mas, unindo a eles a linguagem corporal, o tea-tro, jogos de iluminação e esportes radicais, o Roda Brasil foi umdos destaques da décima oitava edição do Festival de Teatro deCuritiba. O principal objetivo do Roda Brasil, criado a partir dajunção dos grupos teatrais Pia Fraus e Parlapatões, é elevar o cir-co ao nível das outras artes cênicas. Sua peça atual, Oceano, con-ta a história de um garoto que perde seu pato de borracha dentroda banheira e entra pelo ralo para encontrá-lo, sem saber que iráparar nas profundezas do oceano, onde muitas criaturas e surpre-sas o aguardam.

Antes mesmo do dia 17 de março, início do Festival, os ingres-sos para a primeira apresentação da peça já estavam esgotados e,além disso, uma sessão extra foi realizada no dia 29 para poderreunir todo o público que desejava ver o que o Roda Brasil tinha aoferecer. Ao todo, a peça foi apresentada oito vezes em Curitiba,reunindo um público de mais de sete mil pessoas.