Livro Farmacologia 1 Karina m Dulo I

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FARMACOLOGIA MÓDULO II

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  • FARMACOLOGIA MDULO II

  • CURSO: TCNICO EM ENFERMAGEM

    DISCIPLINA: FARMACOLOGIA

    CARGA HORRIA: 40 HORAS/AULA (20 h/a-Terico / 20 h/a-Prtico)

    PERODO LETIVO: 2014.1

    PLANO DE CURSO

    1 EMENTA

    Conceitos e princpios bsicos em Farmacologia. Absoro, distribuio, metabolizao e eliminao de drogas no

    organismo. Frmacos que atuam no sistema autnomo e no sistema cardiovascular. Farmacologia do processo

    inflamatrio e drogas antiinflamatrias. Interaes medicamentosas. Clculos e fracionamento de doses de frmacos.

    Farmacologia na urgncia/emergncia.

    2 OBJETIVOS

    2.1 Geral

    Proporcionar ao aluno do Curso Tcnico em Enfermagem, a formao necessria ao desenvolvimento de suas potencialidades com um conhecimento do contedo terico da Farmacologia, e simultaneamente com outras

    disciplinas integrando-o, educando-o, preparando-o e tendo a habilidade de observao e pesquisa para um bom

    desempenho no processo de promoo, recuperao e manuteno da sade da comunidade em conjunto com as

    equipes de Sade. Trazendo o hbito de procurar na literatura e na aplicao dos conhecimentos sobre

    Farmacologia uma condio indispensvel a uma atuao eficaz na rea da Sade.

    2.2 Especficos

    Conhecer os princpios da farmacologia, bem como conceitos de dose, farmacocintica, farmacodinmica, absoro e eliminao.

    Conhecer os principais grupos farmacolgicos e suas indicaes.

    Conhecer as diferentes vias de administrao.

    Identificar a ao dos frmacos no organismo.

    Saber o efeito e a ao dos principais frmacos utilizados.

    4 CONTEDO PROGRAMTICO

    Captulo 1 - Introduo farmacologia.

    Captulo 2 Noes de farmacocintica e farmacodinmica.

    Captulo 3 - Noes sobre medicamentos.

    Captulo 4 - Administrao de medicamentos.

    Captulo 5 - Interaes medicamentosas.

    Captulo 6 - Erros de medicao.

    Captulo 7 - Clculos bsicos.

    Captulo 8 - Clculos aplicados.

    Captulo 9 - Fracionamento de medicamentos.

    Captulo 10 - Dosagem de medicamentos para criana.

    Captulo 11 - Farmacologia do sistema nervoso autnomo.

    Captulo 12 - Farmacologia do sistema cardiovascular.

    GOVERNO DO ESTADO DO PIAU

    Secretaria Estadual de Educao e Cultura

    Superintendncia de Ensino

    Ncleo de Gestor do PRONATEC/PI

  • Captulo 13 - Farmacologia do processo antiinflamatrio.

    Captulo 14 - Farmacologia na urgncia / emergncia.

    5 METODOLOGIA DE ENSINO

    Aulas tericas e expositivas. Atividades individuais ou em grupos. Grupos de discusso (GD). Estudos dirigidos (ED).

    Trabalhos de reviso bibliogrfica. Seminrios.

    6 RECURSOS

    Quadro acrlico. Pincis. Data-show. Livro texto. Artigos. Internet.

    7 SISTEMTICA DE AVALIAO

    A avaliao da aprendizagem ocorrer na dimenso diagnstica, formativa e sistemtica. Esta avaliao ser feita com

    base nos dados coletados atravs de relatrios, provas orais e escritas, aulas prticas, entrevistas, seminrios, debates,

    bem como, da apresentao de trabalhos em grupos ou individuais. Os resultados das avaliaes sero registrados em

    menes, na escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando aprovado o aluno que obtiver nota igual ou superior a 6 (seis) e

    freqncia mnima de 75% do total das horas trabalhadas no mdulo. Os instrumentos de avaliao formal compem o

    valor mximo de 05 (cinco) pontos e tero um complemento de 05 (cinco) pontos considerando aspectos qualitativos.

    8 BIBLIOGRAFIA

    8.1 Bsica

    ASPERHEIM, M.K. Farmacologia para enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 256p.

    BRUNTON, L.L.; CHABNER, B.A.; KNOLLMANN, B.C. As bases farmacolgicas da teraputica de Goodman &

    Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. 2080p.

    SILVA, P. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

    8.2 Complementar

    HARVEY, R.A.; CHAMPE, P.C. Farmacologia ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Artes Mdicas, 2001.

    HOWLAND, R.D.;MYCEK, M.J. Farmacologia ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 560p.

    KATZUNG, B.G. Farmacologia bsica e clnica. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. 1060p.

    LIMA, I.L.; Ligio, E.M.M. Manual do Tcnico e auxiliar de Enfermagem. 6. ed. rev. ampl. Goinia: AB, 2000.

    PAGE, C.P. Farmacologia integrada. 2. ed. So Paulo: Manole, 1999.

    RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; FLOWER, R.J. Rang & Dale - Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro:

    Elsevier, 2007. 829p.

    ZANINI, A.C. Farmacologia aplicada. 5. ed. So Paulo: Atheneu, 1989.

  • CURSO: TCNICO EM ENFERMAGEM

    DISCIPLINA: FARMACOLOGIA

    CARGA HORRIA: 40 HORAS/AULA (20 h/a-Terico / 20 h/a-Prtico)

    PERODO LETIVO: 2014.1

    CRONOGRAMA DE EXECUO DO PROGRAMA

    DATA C/H CONTEDO / ATIVIDADE

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 1 - Introduo farmacologia.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 2 - Noes de farmacocintica e farmacodinmica.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 3 - Noes sobre medicamentos.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 4 - Administrao de medicamentos.

    ______ / _______ 02hs/a 1 AVALIAO TERICA

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 5 - Interaes medicamentosas.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 6 - Erros de medicao.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 7 - Clculos bsicos.

    ______ / _______ 02hs/a 2 AVALIAO TERICA

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 8 - Clculos aplicados

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 9 - Fracionamento de medicamentos.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 10 - Dosagem de medicamentos para criana.

    ______ / _______ 02hs/a 3 AVALIAO TERICA

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 11 - Farmacologia do sistema nervoso autnomo.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 12 - Farmacologia do sistema cardiovascular.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 13 - Farmacologia do processo antiinflamatrio.

    ______ / _______ 02hs/a Captulo 14 - Farmacologia na urgncia / emergncia.

    ______ / _______ 02hs/a 4 AVALIAO TERICA

    ______ / _______ 02hs/a PROVA FINAL

    ______ / _______ 02hs/a ENTREGA DE RESULTADOS

    TOTAL 40hs/a

    GOVERNO DO ESTADO DO PIAU

    Secretaria Estadual de Educao e Cultura

    Superintendncia de Ensino

    Ncleo de Gestor do PRONATEC/PI

  • SUMRIO

    Captulo 1 - Introduo farmacologia .............................................................................. 06

    Captulo 2 - Noes de farmacocintica e farmacodinmica .............................................. 09

    Captulo 3 - Noes sobre medicamentos ........................................................................... 13

    Captulo 4 - Administrao de medicamentos .................................................................... 19

    Captulo 5 - Interaes medicamentosas ............................................................................. 25

    Captulo 6 - Erros de medicao ......................................................................................... 29

    Captulo 7 - Clculos bsicos .............................................................................................. 34

    Captulo 8 - Clculos aplicados .......................................................................................... 49

    Captulo 9 - Fracionamento de medicamentos .................................................................... 55

    Captulo 10 - Dosagem de medicamentos para criana ...................................................... 61

    Captulo 11 - Farmacologia do sistema nervoso autnomo ................................................ 66

    Captulo 12 - Farmacologia do sistema cardiovascular ...................................................... 71

    Captulo 13 - Farmacologia do processo antiinflamatrio .................................................. 74

    Captulo 14 - Farmacologia na urgncia / emergncia ....................................................... 76

    Referncias .......................................................................................................................... 81

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    Introduo farmacologia 1

    HISTRIA DA FARMACOLOGIA

    Nos primrdios da civilizao utilizavam-se remdios base de plantas

    medicinais, escreveram farmacopias, e o mercado dos boticrios desenvolveu-

    se, porm esta teraputica no se parecia com os fundamentos cientficos. A China

    e o Egito foram os primeiros pases a listarem registros escritos sobre vrios tipos

    de remdios; alguns utilizados atualmente como frmacos e outros, na maioria,

    eram inteis ou nocivos sade. H 1.500 anos, houve vrias tentativas sem

    sucesso em inserir mtodos racionais na medicina, devido difuso de idias

    bizarras tais como curar feridas aplicando blsamo na arma que provocou a ferida, e outras.

    Prximo ao final do sculo XVII os mtodos da observao e

    experimentao comearam a serem aplicados na medicina. Uma vez que o

    impulso da farmacologia deu-se a partir da necessidade de melhorar os efeitos dos

    tratamentos teraputicos pelos mdicos, que na poca eram aptos na observao

    clnica e no diagnstico, mas, no geral, ineficazes na teraputica.

    No final do sculo XVIII e incio do XIX, os cientistas Franois Magendie e Claude Bernard

    desenvolveram os mtodos da fisiologia e farmacologia animal experimental. Ainda neste perodo houve

    avanos na qumica e na compreenso do funcionamento dos frmacos a nvel orgnico e tecidual. Assim,

    somente por volta do sculo XIX, a farmacologia nasce como uma nova cincia biomdica baseada nos

    princpios da experimentao. Tambm, algumas substncias qumicas ganharam grande importncia

    farmacolgica, tais como o xido nitroso e o ter dietlico que foram introduzidos como agentes anestsicos.

    Figura 1.1-Franois Magendie Figura 1.2- Claude Bernard

    No sculo XX, a qumica sinttica comeou a revolucionar as indstrias farmacuticas e,

    conseqentemente, a cincia da farmacologia. Antes disso, a farmacologia se relacionava com o que era

    compreendido dos tratamentos de substncias naturais (extratos botnicos) e algumas substncias qumicas

    txicas como o mercrio e o arsnio.

    A farmacologia, como mostra a Figura 1, uma disciplina que se desenvolveu a partir de uma

    teraputica pr-cientfica, com o comrcio dos frmacos no sc. XVII e que passou a assumir carter

    cientfico em meados do sc. XIX. Atualmente, grande parte das pesquisas farmacolgicas existe por

    motivaes comerciais, como diz Rang e Dale (2007).

    Farmacopia: livro

    que ensina a arte e a

    tcnica de preparar

    medicamentos.

    Boticrio: termo

    utilizado no passado

    para referir-se ao

    farmacutico.

  • 7

    Figura 1.3- Desenvolvimento da farmacologia (Rang & Dale, 2007).

    FARMACOLOGIA

    A etimologia da palavra farmacologia vem do grego pharmakon, significa drogas, e logos, significa

    cincia. Esta rea estuda os frmacos que interagem no organismo atravs de processos qumicos.

    A farmacologia hoje est estruturada em vrios compartimentos que se interligam a esta rea e a

    outros campos das cincias biomdicas, tais como:

    Biotecnologia: envolve o uso de clulas vivas para fabricar frmacos.

    Farmacoepidemiologia: estuda os efeitos dos frmacos em nvel populacional.

    Farmacogentica: estuda as influncias genticas sobre a resposta dos frmacos.

    Farmacogenmica: usa a informao gentica para definir uma teraputica individual.

    Farmacognosia: trata da obteno, identificao e isolamento de princpios ativos dos produtos naturais (animal, vegetal ou mineral) para uso teraputico.

    Farmacotcnica: estuda o preparo, a manipulao e a conservao dos medicamentos objetivando melhor aplicabilidade dos seus efeitos positivos ao organismo.

    Farmacovigilncia: cincia e as atividades relativas deteco, avaliao, compreenso e preveno de efeitos adversos ou outros problemas relacionados a medicamentos.

    Toxicologia: estuda os efeitos nocivos que decorrem das interaes das substncias qumicas sob o organismo em exposio.

    CONCEITOS BSICOS

    Ao estudar a farmacologia importante que se observe alguns conceitos bsicos bastante utilizados e

    que se faa distino entre eles para compreender os aspectos relativos ao contedo em questo. Segundo a

    Anvisa, vejamos alguns conceitos importantes:

    Antagonismo: efeito combinado de dois frmacos que menor que o efeito de um deles usado isoladamente.

    Antdoto: agente capaz de antagonizar os efeitos txicos de substncias.

    Diagnstico: ato de determinar a natureza da doena de um paciente.

    Dosagem: inclui a dose, frequncia de administrao e durao do tratamento.

    Dose: quantidade capaz de provocar uma resposta teraputica desejada no paciente de preferncia sem outra ao no organismo.

  • 8

    Droga: toda substncia capaz de modificar ou explorar o sistema fisiolgico ou estado patolgico, utilizada com ou sem inteno de benefcio do organismo receptor.

    Drogaria: estabelecimentos de sade que comercializam e orientam sobre o uso de medicamentos industriais.

    Efeito adverso: ao diferente do efeito planejado.

    Efeito colateral: efeito imprevisvel que no est relacionado principal ao do frmaco.

    Farmcia: estabelecimentos de sade que comercializam e orientam sobre o uso de medicamentos industriais e manipulados.

    Frmula farmacutica: descrio do produto farmacutico, isto , discriminao dos princpios ativos que o compem e de suas respectivas dosagens. Uma frmula farmacutica compe de: princpio ativo,

    coadjuvante, corretivo, veculo e excipiente.

    Posologia: estuda a dosagem do medicamento para fins teraputicos.

    Produto farmacutico: produto que contem um ou mais princpios ativos convenientemente manufaturados.

    Profiltico: medida usada para evitar doenas.

    Substncias qumicas: substncias que podem ser produzidas sinteticamente.

    Teraputica: tratamento da doena.

    Veneno: substncia qumica, ou mistura de substncias qumicas, que provoca a intoxicao ou a morte com baixas doses.

    QUESTES DE REVISO

    1) Associe as duas colunas com base nos fatos principais que marcaram a histria da farmacologia no

    mundo.

    A) Sculo XVII C) Sculo XIX

    B) Sculo XVIII D) Sculo XX

    ( ) Os mtodos da observao e experimentao comearam a serem aplicados na medicina.

    ( ) A qumica sinttica comeou a revolucionar as indstrias farmacuticas e a cincia da farmacologia.

    ( ) A farmacologia nasce como uma nova cincia biomdica com base princpios da experimentao.

    ( ) Os cientistas Franois Magendie e Claude Bernard desenvolveram os mtodos da fisiologia e

    farmacologia animal experimental.

    2) Qual a etimologia do termo Farmacologia?

    3) Defina Farmacologia.

    4) Conceitue farmacopia e boticrio.

    5) Defina as subreas da farmacologia: Farmacognosia, Farmacovigilncia e Farmacotcnica.

    6) Qual a diferena entre efeito colateral e efeito adverso.

    7) Diferencie dosagem, dose e posologia.

    8) Descreva a distino entre farmcia e drogaria.

    9) Pesquise um exemplo de veveno e um de antdoto.

    10) Cite e descreva sobre os componentes de uma frmula farmacutica (Pesquise).ma

  • 9

    Noes de farmacocintica e farmacodinmica 2

    FARMACOCINTICA

    A palavra farmacocintica, etimologicamente, do grego knets, significa mvel. Assim, a

    farmacocintica estuda a atividade do frmaco no interior do organismo a partir dos parmetros de

    velocidade da absoro, distribuio e eliminao do frmaco e de seus metablitos. Com os conhecimentos

    de farmacocintica e das caractersticas da patologia, possvel adequar a posologia, a via de administrao

    e, o intervalo entre cada dose, visando melhorar o resultado teraputico e, ao mesmo tempo, reduzir a

    probabilidade de desenvolver efeitos txicos potenciais.

    Um frmaco para ter ao eficaz precisa atravessar as barreiras fisiolgicas (fsicas, qumicas e

    biolgicas) do organismo. Dessa forma, vrios mecanismos foram desenvolvidos para romper essas barreiras

    a fim de contribuir para a absoro dos frmacos. Aps esta etapa, o frmaco se distribui no organismo

    atravs dos vasos sanguneos e linfticos para alcanar seu rgo-alvo. Mas o processo de distribuio pode

    ser limitado pela inativao do frmaco atravs da degradao enzimtica (metabolismo) e pela eliminao

    do corpo (excreo).

    A) Absoro de frmacos

    A absoro o transporte de um frmaco do seu local de administrao (oral, retal, sublingual,

    subcutnea etc) para a corrente sangunea. A via de administrao exerce grande influncia na velocidade e

    na eficincia da absoro. No caso da via IV, a absoro completa, ou seja, toda a dose do frmaco alcana

    a circulao sistmica. J nas outras vias, a absoro parcial, pois a dose se depara com as barreiras

    fisiolgicas.

    A biodisponibilidade determinada pela frao do frmaco administrado que alcana seus locais de

    ao moleculares e celulares atravs da circulao sistmica. Em termos quantitativos, a biodisponibilidade

    expressa pela seguinte equao:

    Existem fatores que podem influenciar na biodisponibilidade dos frmacos como:

    Frmacos absorvidos pelo TGI que passam primeiramente pelo fgado, reduzindo a quantidade que vai para a circulao sistmica.

    Frmacos muito hidroflicos (interagem com gua) que so pouco absorvidos ao atravessar as membranas celulares lipdicas. Ou muito hidrofbicos (no se dissolve em gua) que no tm acesso

    superfcie das clulas.

    Frmacos que so instveis a substncias qumicas do organismo, como o pH gstrico e as enzimas.

    Frmacos cuja formulao podem alterar a velocidade de absoro.

    Quando dois frmacos se relacionam no organismo mostrando biodisponibilidades comparveis e

    tempos similares para alcanar a ao teraputica significam que so bioequivalentes. Esses frmacos podem

    oferecer eficcia e segurana comparveis.

    Quantidade de frmaco que alcana a circulao sistmica

    BIODISPONIBILIDADE =

    Quantidade de frmaco administrado

  • 10

    B) Distribuio de frmacos

    A distribuio de frmacos consiste no processo em que o frmaco deixa a circulao sistmica e

    entra no lquido extracelular e/ou nas clulas dos tecidos. A distribuio ocorre primeiramente no sistema

    circulatrio e assim alcanar qualquer rgo-alvo. Os rgos e os tecidos variam quanto capacidade de

    captar diferentes frmacos, assim como o fluxo de sangue que varia entre os sistemas de rgos, como

    fgado, rins e crebro que recebem o maior fluxo.

    C) Biotransformao

    Nessa etapa os frmacos so eliminados por biotransformao atravs de reaes enzimticas.O

    fgado, por conter a maior diversidade e quantidade de enzimas, o principal stio de biotransformao.

    Porm, alguns frmacos podem ser biotransformados em outros rgos como: rins, TGI, pulmes, pele e

    outros, que contribuem para o metabolismo sistmico dos frmacos.

    D) Eliminao de frmacos

    A sada dos frmacos do organismo pode ocorrer atravs de diversas vias, sendo a principal os rins

    pela urina. A excreo renal desempenha um papel na depurao de numerosos frmacos; a vancomicina, o

    atenolol e a ampicilina esto entre os numerosos exemplos de frmacos em que os rins constituem a principal

    via de excreo. Outras vias como a bile, os intestinos, os pulmes e o leite nas lactantes podem, tambm,

    realizar a eliminao de frmacos. Certos frmacos, como os hormnios esterides, a digoxina e alguns

    agentes quimioterpicos para o cncer, so excretados, em grande parte, na bile.

    FARMACODINMICA

    A palavra farmacodinmica, etimologicamente, do grego dnamis, significa fora. Desse modo, a

    farmacodinmica estuda o mecanismo de ao dos frmacos, as teorias e conceitos relativos ao receptor

    farmacolgico, a interao droga-receptor, bem como os mecanismos moleculares relativos ao acoplamento

    entre a interao da droga com o tecido alvo e o efeito farmacolgico.

    A) Ligao frmaco-receptor

    A maioria dos frmacos exerce sua ao desejada ou indesejada relacionando-se com os receptores

    existentes dentro ou fora das clulas. Por receptores, entende-se como qualquer molcula biolgica qual o

    frmaco se liga para produzir uma resposta significativa. Os receptores ligam-se aos frmacos e medeiam

    suas aes farmacolgicas. Os frmacos relacionam-se com enzimas (substncias orgnicas catalisadoras),

    cidos nuclicos (compostos qumicos contendo informao gentica) ou receptores de membrana (protenas

    que desencadeiam reaes qumicas no interior da clula).

    Figura 2.1- Ligao frmaco-receptor.

  • 11

    B) Relao dose-resposta

    O grau de ao de um frmaco resulta da sua concentrao no stio do receptor, que determinado

    pela dose do frmaco e sua farmacocintica. Ou seja, a farmacodinmica de um frmaco pode ser

    quantificada pela relao entre a dose (concentrao) do frmaco e a resposta do organismo (do paciente) a

    este frmaco. Assim, a relao dose-resposta est intimamente ligada a relao de ligao frmaco-receptor,

    e pode-se constatar nas muitas combinaes entre frmaco-receptor. Existem dois tipos principais de

    relaes dose-resposta - gradual e quantal.

    A relao dose-resposta gradual refere-se a ao de vrias doses de um frmaco sobre o indivduo.

    Enquanto, a relao dose-resposta quantal aponta a ao de vrias doses de um frmaco sobre uma populao

    de indivduos.

    C) Interao frmaco-receptor

    Vrios receptores de frmacos podem se apresentar em estado ativo ou inativo, sendo que muitos

    frmacos agem como ligantes desses receptores e podem interferir em suas caractersticas, fazendo-os

    assumir um dos dois estado de conformao. Se um frmaco se liga ao receptor ativando-os, denominamos

    de agonista; porm, se outro frmaco inativa o receptor designamos como antagonista.

    Quando um frmaco se liga ao receptor e apresenta uma resposta biolgica que imita a resposta,

    denominamos de agonista. Assim, um agonista uma molcula que se liga a um receptor e o estabiliza

    numa determinada conformao (habitualmente na conformao ativa). Por exemplo, a fenillefrina

    (descongestionante nasal) produz os mesmos efeitos da norepinefrina (influencia no humor, ansiedade, sono

    etc).

    Porm, quando h frmacos que diminuem as aes de outro frmaco, chamamos de antagonista.

    Ou seja, os antagonistas bloqueiam a atividade dos agonistas. Desse modo, um antagonista uma molcula

    que inibe a ao de um agonista, mas que no exerce nenhum efeito na ausncia do agonista. Por exemplo, a

    protamina (anticoagulante) quando se liga a heparina (anticoagulante) inativa a ao anticoagulante dessa.

    Figura 2.2- Relao dose-resposta.

    No entanto, o conhecimento prtico da farmacocintica e da farmacodinmica essencial em todos

    os casos em que necessrio estabelecer a dose apropriada de um frmaco para um paciente especfico.

    QUESTES DE REVISO

    1) O que estuda a farmacocintica?

    2) Quais barreiras fisiolgicas so necessrias para ao dos frmacos?

    3) Descreva sobre os processos de absoro, distribuio, biotransformao e excreo dos frmacos.

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    4) Diferencie biodisponibilidade de bioequivalncia?

    5) Quais fatores podem influenciar na biodisponibilidade dos frmacos?

    6) O que estuda a farmacodinmica?

    7) Quais so as etapas da farmacodinmica?

    8) Defina receptores. E cite os tipos de receptores.

    9) Diferencie relao dose-resposta gradual da relao dose-resposta quantal.

    10) Conceitue frmaco agonista e frmaco antagonista. Exemplificando-os.

  • 13

    Noes sobre medicamentos 3

    O QUE SO MEDICAMENTOS?

    Os medicamentos so produtos farmacuticos tecnicamente obtidos ou elaborados com finalidades

    profiltica, curativa, paliativa ou para fins de diagnsticos. A ao dos medicamentos se deve a uma ou mais

    substncias com propriedades teraputicas cientificamente comprovadas, que fazem parte da composio do

    produto.

    Os medicamentos servem para diminuir ou eliminar sintomas sem atuar nas causas; eliminar as

    causas de determinadas enfermidades; corrigir a funo corporal deficiente de nutrientes ou hormnios;

    auxiliar o organismo a se proteger de determinadas doenas; auxiliar na deteco de determinadas doenas;

    avaliar o funcionamento de rgos e outros.

    TIPOS DE MEDICAMENTOS

    Segundo a Anvisa, os medicamentos podem ser:

    Medicamento de Referncia (ou Inovador, de Marca ou Original): produto inovador registrado no rgo federal responsvel pela vigilncia sanitria e comercializado no Pas, cuja eficcia, segurana e

    qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao rgo federal competente, por ocasio do

    registro.

    Medicamento Similar: aquele que contm o mesmo ou os mesmos princpios ativos apresenta a mesma concentrao, forma farmacutica, via de administrao, posologia e indicao teraputica, preventiva ou

    diagnstica, do medicamento de referncia registrado no rgo federal responsvel pela vigilncia

    sanitria, podendo diferir somente em caractersticas relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de

    validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veculos, devendo sempre ser identificado por nome

    comercial ou marca.

    Medicamento Genrico: medicamento similar a um produto de referncia ou inovador, que se pretende ser com este intercambivel, geralmente produzido aps a expirao ou renncia da proteo patentria

    ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficcia, segurana e qualidade, e designado

    pela Descrio Comum Brasileira (DCB) ou, na sua ausncia, pela Descrio Comum Internacional

    (DCI).

    Medicamento Aloptico: medicamento capaz de produzir no organismo do doente uma reao contrria aos sintomas que ele apresenta, a fim de diminu-los ou neutraliz-los. Por exemplo, se o paciente tem

    febre, o mdico receita um remdio que faz baixar a temperatura, se tem dor, um analgsico. A Alopatia

    a medicina tradicional e seus principais problemas so os seus efeitos colaterais e a sua toxicidade. Os

    medicamentos alopticos so produzidos nas indstrias em larga escala, ou em farmcias de manipulao

    de acordo com a prescrio mdica. So os principais produtos farmacuticos vendidos nas farmcias e

    drogarias.

    Medicamento Fitoterpico: medicamento industrializado obtido a partir de plantas medicinais. Exemplos: camomila, boldo-do-chile, alecrim, alho, arnica, carqueja, erva-cidreira, malva, e slvia. Os

    medicamentos fitoterpicos podem causar, tambm, diversas reaes como intoxicaes, enjos,

    irritaes, edemas (inchaos) e at a morte, como qualquer outro medicamento. Esses medicamentos

    devem seguir todas as normas sanitrias e os cuidados para o seu uso, e possuir registro na Anvisa.

    Medicamento Homeoptico: medicamento no agressivo que estimula o organismo a reagir, fortalecendo seus mecanismos de defesa naturais. Esse medicamento pode ser utilizado com segurana

    em qualquer idade, de recm-nascidos a idosos, com acompanhamento do clnico homeopata. A palavra

    homeopatia vem de origem grega, que significa doena ou sofrimento semelhante. Este mtodo

    cientfico focaliza no tratamento e na preveno de doenas agudas e crnicas. O medicamento

  • 14

    homeoptico preparado em um processo que consiste na diluio sucessiva da substncia, devendo

    seguir todas as normas sanitrias e os cuidados para o seu uso, como qualquer outro medicamento.

    FORMAS FARMACUTICAS

    As formas farmacuticas so diferentes formas fsicas que os medicamentos podem ser apresentados,

    para possibilitar o seu uso pelo paciente. Essas formas so diferentes porque servem para facilitar a

    administrao e a ingesto da substncia ativa, garantir a preciso da dose e a presena no local de ao,

    proteger a substncia durante o percurso pelo organismo. As formas farmacuticas podem ser slidas, semi-

    slidas ou pastosas, lquidas ou gasosas.

    A) Formas farmacuticas slidas.

    Adesivo: sistema destinado a produzir um efeito sistmico pela difuso do(s) princpio(s) ativo(s) numa velocidade constante, por um perodo de

    tempo prolongado.

    Ex.: Norelgestromina 6 mg + etinilestradiol 0,6 mg / Evra.

    Cpsula: forma farmacutica contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos, apresentada em um invlucro solvel duro ou mole, de

    formatos e tamanhos variados. Geralmente formada de gelatina, de amido ou de outras substncias.

    Alguns tipos de cpsula: dura ou mole.

    Ex.: Omeprazol 20 mg / Novoprazol.

    Comprimido: forma farmacutica contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos, obtida pela compresso de volumes uniformes de partculas. Pode ser de vrios tamanhos e formatos, ser revestido

    ou no e apresentar marcaes na superfcie. Alguns tipos de comprimido: efervescente, mastigvel, para

    soluo, para suspenso, revestido.

    Ex.: Cetoprofeno 100 mg / Profenid.

    Dispositivo intra-uterino: sistema para ser inserido no tero para prevenir a concepo efetiva a partir da liberao do princpio ativo a uma velocidade constante, por um perodo de tempo prolongado.

    Ex.: Levonorgestrel 52 mg / Mirena.

    Drgea: forma farmacutica contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos. O ncleo contm o medicamento, e revestido por goma-laca, acar e corante. As drgeas tm liberao entrica (boa

    absoro pelo intestino).

    Ex.: Dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafena 30 mg / Neosaldina.

    Goma de mascar: forma farmacutica slida de dose nica contendo um ou mais princpios ativos, que consiste de material plstico insolvel, doce e saboroso. Quando mastigada, libera o princpio ativo na

    cavidade oral. Destinada administrao pela boca. No deve ser deglutida.

    Ex.: Nicotina 21 mg / NiQuitin.

    Granulado: forma farmacutica slida contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos, com ou sem excipientes. Consiste de agregados slidos e secos de volumes uniformes de partculas de p

    resistentes ao manuseio. Algumas formas de granulado: efervescente, para soluo, para suspenso,

    revestido.

    Ex.: Pantoprazol sdico sesqui-hidratado 40 mg / Pantozol grnulos.

    vulo: forma farmacutica slida de dose nica que pode ter vrios formatos, mas que usualmente ovide. Contm um ou mais princpios ativos dispersos ou dissolvidos em uma base adequada. Adaptado

    para introduo no orifcio vaginal funde-se, derretem ou dissolvem na temperatura do corpo.

    Ex.: Nitrato de fenticonazol 600mg / Fentizol.

    Pastilha: forma farmacutica contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos, preparada por moldagem ou por compresso, contem uma base adocicada e com sabor agradvel. utilizada para

    dissoluo ou desintegrao lenta na boca. Algumas formas de pastilha: dura, gomosa.

    Difuso: movimento

    livre de partculas

    contidas em uma

    soluo.

  • 15

    Ex.: Cloridrato de difenidramina 5 mg + Citrato de sdio 10 mg + Cloreto de amnio 50 mg / Benalet.

    P: forma farmacutica contendo o(s) princpio(s) ativo(s) seco(s) e com tamanho de partcula reduzido, com ou sem excipientes. Algumas formas de p: aerossol,

    efervescente, liofilizado, para soluo, para suspenso.

    Ex.: benzocana 0,006 g + bicarbonato sdio 0,884 g + clorato de potssio

    0,11g / Albicon.

    Sabonete: forma farmacutica contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos, de forma varivel derivada da ao de uma soluo de lcali

    em gorduras ou leos de origem animal ou vegetal. Destinado aplicao na

    superfcie cutnea.

    Ex.: Triclosan 1% / Soapex.

    Supositrio: forma farmacutica contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos, de vrios tamanhos e formatos, adaptada para introduo no

    orifcio retal, vaginal ou uretral do corpo humano, contendo o(s) princpio(s)

    ativo(s) dissolvido(s) ou disperso(s) numa base adequada. Os supositrios

    fundem-se, derretem ou dissolvem na temperatura do corpo.

    Ex.: Glicerol 2,392 g / Glicerin.

    B) Formas farmacuticas lquidas

    Emulso: forma farmacutica contendo uma dose nica de um ou mais princpios ativos. Consiste de um sistema de duas fases que envolvem pelo menos dois lquidos imiscveis e na qual um lquido disperso

    na forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) atravs de outro lquido (fase externa ou contnua).

    Normalmente estabilizada atravs de um ou mais agentes emulsificantes. Alguns tipos de emulso:

    aerossol, gotas, injetvel, para infuso, spray.

    Ex.: Picossulfato de sdio 0,334 mg/ml + leo mineral 282,25 mg/ml + agar-agar 2,72 mg/ml / Agarol.

    leo: lquido gorduroso solvel em ter e insolvel em gua.

    Ex.: leo mineral 100%.

    Sabonete Lquido: soluo para aplicao na superfcie cutnea.

    Ex.: cido saliclico / Actine.

    Soluo: forma farmacutica lmpida e homognea, que contm o(s) princpio(s) ativo(s) dissolvido(s) em um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscveis. Alguns tipos de soluo: elixir,

    aerossol, gotas, injetvel, para diluio, para infuso, spray.

    Ex.: Fosfato dissdico de dexametasona 2 mg / soluo injetvel / Decadron.

    Suspenso: forma farmacutica que contm partculas slidas dispersas em um veculo lquido, no qual as partculas no so solveis. Alguns tipos de suspenso: aerossol, gotas, injetvel, spray.

    Ex.: Nistatina 100.000 UI por dose de 1 ml / Micostatin.

    Xampu: soluo ou suspenso para aplicao na superfcie do couro cabeludo.

    Ex.: Cetoconazol 20 mg / Nizoral.

    Xarope: forma farmacutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta no menos que 45% de sacarose ou outros acares na sua composio. Os xaropes geralmente contm agentes

    flavorizantes.

    Ex.: Betametasona 0,25 mg + maleato de dexclorfeniramina 2 mg / Celestamine.

    C) Formas farmacuticas semi-slidas (pastosas)

    Creme: forma farmacutica que consiste de uma emulso, formada por uma fase lipoflica e uma fase aquosa. Contm o(s) princpio(s) ativo(s) dissolvido(s) ou disperso(s) em uma base apropriada e

    utilizado normalmente para aplicao externa na pele ou nas membranas mucosas.

    Ex.: Clotrimazol 1,0 g + neomicina 0,5 g + dexametasona 0,04 g / Baycuten N.

    Liofilizao: processo

    que envolve a

    remoo de gua dos

    produtos pelo

    congelamento a

    presses

    extremamente baixas.

    Goma-laca: resina

    secretada pelo inseto

    Kerria lacca, depois

    refinada para diversas

    finalidades.

  • 16

    Emplasto: forma farmacutica semi-slida para aplicao externa. Consiste de uma base adesiva contendo o(s) princpio(s) ativo(s) distribudo(s) em uma camada uniforme num suporte apropriado feito

    de material sinttico ou natural. Destinado a manter o princpio ativo em contato com a pele, atuando

    como protetor ou como agente queratoltico.

    Ex.: Salicilato de metila 36,04 mg + associao / Salonpas.

    Gel: forma farmacutica com o(s) princpio(s) ativo(s), que contm um agente gelificante para fornecer firmeza a uma soluo ou disperso coloidal (um sistema no qual partculas de dimenso coloidal tipicamente entre 1 nm e 1 mm so distribudas uniformemente atravs do lquido). Um gel pode conter partculas suspensas.

    Ex.: Perxido de benzola 50 mg/g / Clindoxyl Control.

    Pomada: forma farmacutica para aplicao na pele ou nas membranas mucosas, que consiste de soluo ou disperso do(s) princpio(s) ativo(s) em baixas propores em uma base adequada.

    Ex.: Dipropionato de betametasona 0,5 mg + cido saliclico 30 mg / Diprosalic.

    Pasta: pomada contendo grande quantidade de slidos em disperso (pelo menos 25%).

    Ex.: xido de zinco 25% / Pasta dgua.

    D) Formas farmacuticas gasosas

    Gs: preparao gasosa utilizada com fins medicinais.

    Ex.: xido nitroso 50% + oxignio 50% / gs inalante.

    EMBALAGENS E ACESSRIOS

    A padronizao das embalagens segue nessa ordem: o material que est em contato com a forma

    farmacutica e o material que est em contato com o meio externo.

    A) Embalagens primrias

    Ampola: recipiente fechado hermeticamente, destinado ao armazenamento de lquidos estreis para uso por via parenteral e cujo contedo utilizado em dose nica.

    Aplicador preenchido: dispositivo com mbolo, preenchido com o medicamento, para administrao de dose nica.

    Bisnaga: recipiente flexvel, achatado e dobrado ou lacrado de um lado, com uma abertura removvel do outro lado. Utilizado para o acondicionamento de medicamentos semi-slidos.

    Blster: recipiente que consiste de uma bandeja moldada com cavidades dentro das quais as formas farmacuticas so armazenadas, normalmente com uma cobertura de material laminado selada parte

    moldada, que deve ser aberta ou rompida para acessar o contedo.

    Envelope: recipiente de material flexvel formado por duas lminas seladas contendo o medicamento.

    Flaconete: recipiente para o acondicionamento de lquidos para administrao em dose nica.

    Frasco: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito e de fundo plano ou cncavo.

    Frasco-ampola: recipiente normalmente de formato tubular, para o acondicionamento de medicamentos administrados por via parenteral, lacrados com material flexvel que deve ser perfurado para a

    administrao do medicamento.

    Frasco aplicador: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito, de fundo plano ou cncavo. Possui um dispositivo para administrao de um medicamento num local determinado do

    organismo.

    Frasco gotejador: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito e de fundo plano ou cncavo. Possui um dispositivo especificamente destinado para a aplicao de um lquido na forma de

    gota.

  • 17

    Frasco spray: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito e de fundo plano ou cncavo. Possui um dispositivo que expele o medicamento finamente dividido e carreado pelo ar. No

    utilizado para acondicionar aerossis, somente frasco de alumnio.

    Seringa preenchida: dispositivo cilndrico, com adaptador em forma de cnula, com ou sem agulha prefixada e com mbolo.

    B) Embalagens secundrias

    Caixas, cartuchos e envelopes.

    C) Acessrios

    Agulha: dispositivo cilndrico oco de fixao destinado administrao de formas farmacuticas lquidas.

    Aplicador: dispositivo para administrao dirigida de um medicamento.

    Colher-medida: dispositivo no formato de colher, utilizado para dosagem e administrao de um medicamento.

    Conta-gotas: dispositivo destinado aplicao de um lquido gota por gota.

    Copo dosador: dispositivo no formato de copo, utilizado para dosagem e administrao de um medicamento.

    Diluente: lquido utilizado na reconstituio e/ou diluio de um medicamento.

    Inalador: dispositivo por meio do qual um medicamento pode ser administrado por inspirao atravs do nariz ou da boca.

    Seringa: dispositivo cilndrico, com adaptador em forma de cnula, com ou sem agulha prefixada e com mbolo, para administrao por via parenteral de uma dose de um medicamento.

    Seringa dosadora: dispositivo cilndrico, com adaptador em forma de cnula e com mbolo, para administrao de um medicamento.

    CONCEITOS BSICOS

    Coadjuvante: toda substncia utilizada junto com o princpio ativo.

    Corretivo: todo ingrediente que visa corrigir o produto final em suas propriedades organolpticas.

    Denominao genrica: nome de aceitao universal, usado para distinguir um princpio ativo no amparado por marca comercial.

    Embalagem primria: embalagem que mantm contato direto com o medicamento.

    Embalagem secundria: embalagem externa do produto, que est em contato com a embalagem primria ou envoltrio intermedirio, podendo conter uma ou mais embalagens primrias.

    Excipiente: ingredientes inertes que misturados ao princpio ativo, servem para dar volume e peso ao medicamento.

    Frmaco: substncia principal da formulao do medicamento, responsvel pelo efeito teraputico. Composto qumico obtido por extrao, purificao, sntese ou semi-sntese.

    Nome de marca: nome de registro do produto. Propriedade privada do fabricante, que possui direitos de patente sobre a sua comercializao. Razo social utilizada para diferenciao dos competidores do

    mercado.

    Nome qumico: denominao empregada para indicar a estrutura qumica do frmaco, segundo as regras da IUPAC.

    Patente: ttulo de propriedade temporria sobre uma inveno ou modelo de utilidade, outorgados pelo estado aos inventores ou autores ou outras pessoas fsicas ou jurdicas detentoras de direitos sobre a

    criao.

    Princpio ativo: componente responsvel pelas aes farmacolgicas.

  • 18

    Profiltico: medicamento que atua como medida preventiva de enfermidades.

    Remdio: tudo aquilo que cura ou evita as enfermidades. Pode ser tanto substncia qumica quanto alguns agentes fsicos (Ex.: massagem).

    Veculo: parte lquida na qual esto dissolvidos os demais componentes.

    QUESTES DE REVISO

    1) Defina medicamentos.

    2) Cite 04 utilidades dos medicamentos.

    3) Conceitue:

    a) Medicamento de referncia

    b) Medicamento similar

    c) Medicamento genrico

    d) Medicamento aloptico

    e) Medicamento fitoterpico

    f) Medicamento homeoptico

    4) O que so formas farmacuticas? E como so classificadas?

    5) Descreva sobre as seguintes formas farmacuticas slidas:

    a) Adesivo

    b) Comprimido

    c) P

    6) Descreva sobre as seguintes formas farmacuticas lquidas:

    a) Emulso

    b) Soluo

    c) Suspenso

    7) Descreva sobre as seguintes formas farmacuticas lquidas:

    a) Creme

    b) Gel

    c) Pasta

    8) Conceitue embalagem primria e secundria e cite exemplos de cada.

    9) Relacione as colunas abaixo:

    a) Embalagem primria

    b) Embalagem secundria

    c) Acessrios

    ( ) Blster

    ( ) Caixa

    ( ) Aplicador

    ( ) Frasco spray

    ( ) Cartucho

    ( ) Seringa dosadora

    10) Diferencie nome qumico de nome de marca.

  • 19

    Administrao de medicamentos 4

    A administrao de medicamentos o processo de preparao e introduo de medicamentos no

    organismo humano, visando obter aes teraputicas. O processo de organizao e controle durante a

    administrao de medicamentos segue normas e rotinas que padronizam o trabalho em todas as unidades de

    internao. Os profissionais de enfermagem para administrar medicamentos de forma mais segura tm que

    utilizar a Regra dos Cinco Certos:

    Medicamento Certo: conferir o nome do medicamento com o que est na prescrio. Conferir se o paciente alrgico ao medicamento e associaes prescrito, identificando-o de forma diferenciada.

    Dose Certa: conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento, com redobrada ateno. E em caso de dvidas conferir com o prescritor (mdico).

    Paciente Certo: examinar o nome completo do paciente e utilizar no mnimo dois identificadores para confirmao. Em casos de baixo nvel de conscincia do paciente, conferir o nome do paciente descrito

    na prescrio com a pulseira de identificao.

    Via Certa: identificar a via de administrao prescrita. Verificar o diluente e equipamentos adequados para administrao do medicamento. Realizar os protocolos de antissepsia. E em caso de duvidar

    recorrer o prescritor (mdico).

    Hora Certa: preparar a medicao de acordo com as recomendaes do fabricante, e para que sua administrao seja realizada no horrio correto, a fim de garantir adequada resposta teraputica.

    Durante o processo de preparo e administrao de medicamento, o profissional de enfermagem deve

    estar atento para evitar erros, oferecendo segurana mxima ao paciente com uma medicao correta.

    VIAS DE ADMINISTRAO DE MEDICAMENTOS

    A princpio, as vias de administrao de medicamentos so determinadas pelas propriedades do

    frmaco e pelas finalidades teraputicas. Assim, existem duas vias principais de administrao de frmacos:

    a enteral e a parenteral. A administrao enteral usada para administrar frmacos nas formas slidas,

    semi-slidas ou lquidas que exigem do paciente a ingesto do medicamento. A absoro ocorre no trato

    gastrintestinal (TGI), iniciando-se na boca ou no estmago ou no intestino.

    Oral (VO): essa via de administrao pela boca a mais comum e a mais varivel, pois envolve um longo caminho at os tecidos. A metabolizao do frmaco em passagem pelo fgado ou pelo intestino

    limita a eficcia do mesmo, pois quando administrado via oral ocorre a destruio de parte da substncia

    pelas enzimas intestinais ou pelo baixo pH do estmago. Tambm, a ingesto de frmacos com

    alimentos pode influenciar na absoro, uma vez que a presena de alimento no estmago retarda o

    esvaziamento gstrico de forma que o frmaco destrudo pelo cido se torna indisponvel para a

    absoro.

    Sublingual: essa via de administrao sob a lngua deixa o frmaco se dispersar nos vasos capilares e entrar diretamente na grande circulao. A vantagem desse tipo de via consiste em impedir que as

    substncias passem por alteraes qumicas no organismo.

    Retal: essa via de administrao minimiza a biotransformao dos frmacos pelo fgado e pelo intestino. Sua vantagem est em evitar a destruio do frmaco pelas reaes qumicas. A via retal til em casos

    de reaes adversas pela administrao via oral e muito usada na administrao de frmacos que

    aliviam enjo, nuseas e vmitos.

    A administrao parenteral utilizada para frmacos pouco absorvidos pelo TGI e aqueles que so

    instveis nesse sistema. Essa via utilizada quando se deseja uma ao mais imediata da substncia ou

  • 20

    quando as outras vias no so indicadas. Alm, de garantir melhor controle a dose certa de um frmaco

    administrado ao organismo. A via parenteral pode ser de dois tipos: direta e indireta.

    A via parenteral direta consiste na administrao do frmaco no organismo, de forma que no seja

    pelo TGI e por meio de injeo. Esse modo de administrao de medicamentos necessita de dispositivos

    como seringas, cateteres, agulhas e equipos de infuso. As vias parenterais diretas mais comumente

    utilizadas so:

    Intravascular (IV): a administrao intravenosa (IV) ou endovenosa (EV) consiste na introduo do frmaco diretamente na corrente sangunea, e por ser administrada diretamente no plasma sua ao

    imediata. comumente usada para esta finalidade e tem como vantagem evitar a biotransformao da

    substncia pelo fgado. A via intravenosa pode ser prejudicial em casos de contaminao por bactrias no

    local da injeo, ou destruio dos eritrcitos do sangue ou, ainda, causa de algumas reaes adversas

    por concentraes elevadas do frmaco no sangue. Por isso devem-se controlar cuidadosamente todas as

    etapas de administrao por esta via. As formas de infuso endovenosa podem ser:

    Direta: administrao de medicamento por meio de um ponto de injeo no cateter. Pode ser denominada de bolus, quando o tempo e a durao da administrao for de menos de 1 minuto. E de

    EV lenta, quando durar de 3 a 10 minutos.

    Perfuso iminente: administrao de medicamentos injetveis diludos por meio de sistema de perfuso. Usada para volumes entre 50-100 mL velocidade de 120-210 mL/h.

    Perfuso contnua: administrao de medicamentos injetveis diludos por meio de sistema de perfuso regulada por bombas infusoras. Usada para volumes acima de 500 mL em velocidades

    variveis.

    Venclise: administrao EV por gotejamento controlado da soluo aquosa num perodo de tempo determinado. Esse procedimento deve ter trocas do conjunto de equipo a cada 40-72 horas, se

    necessrio.

    PREPARAO INDICAES LOCAL DE APLICAO

    AGULHA

    CALIBRE NGULO REGIO VEIAS / ARTRIAS

    Soluo aquosa

    (pH neutro entre

    6,0-7,5;

    isotnicas e sem

    pirognios).

    Suspenso e

    emulso

    (partculas < 7

    micras, em

    pequenos

    volumes).

    Para ao

    imediata ou

    inserir grandes

    volumes de

    solues

    aquosas.

    Ceflica e

    cervical

    Veia temporal superficial, auricular,

    occipital, jugular externa e interna.

    18G, 25G,

    26G, 30G.

    Entre 15

    a 30.

    Brao e

    antebrao

    Veia ceflica, ceflica acessria,

    baslica, mediana do cotovelo,

    intermdia do antebrao.

    Mo Veia ceflica, baslica, dorsal

    metacarpio, dorsal digital, dorsal

    superficial, venoso dorsal.

    Coxa e

    perna

    Veia safena interna e externa, ilaca,

    femural, popltea, tibial.

    P Arco venoso dorsal, safena magna.

    Intramuscular (IM): via de administrao direta de medicamento pelo msculo estriado devido sua alta vascularizao e pouca inervao sensitiva. Dessa forma, o medicamento facilmente absorvido e a

    administrao menos dolorosa. Mas nos casos em que as injees IM so dolorosas, algumas frmulas

    contm anestsicos locais, por exemplo, o lcool benzlico (Dormium) ou o clorobutanol

    (Syntocinon). Os volumes de soluo administrados variam entre 1-5 mL, e no ultrapassam 10 mL.

    PREPARAO INDICAES PERFIL

    CORPREO

    AGULHA

    LOCAL DE

    APLICAO COMPRIMENTO NGULO

    Soluo aquosa e

    oleosa;

    Suspenso.

    Injeo de

    medicamentos

    irritantes.

    Adulto normal

    e/ou > peso

    Deltide, glteo,

    ventro glteo

    Vasto lateral

    30 mm

    25 mm

    90

    Adolescente e

    adulto magro

    Glteo, ventro glteo

    Deltide, vasto lateral

    30 mm

    25 mm

    Crianas > 2 anos, Vasto lateral e glteo 25 mm

  • 21

    normal

    Crianas 2 anos, magro

    Vasto lateral e glteo 20 mm

    Crianas < 2 anos Vasto lateral 20 mm

    Intradrmica (ID): via de administrao de medicamentos na derme (entre a derme e o tecido subcutneo). Essa via comumente utilizada para testes alrgicos, diagnsticos e aplicar a vacina da

    BCG. Os efeitos adversos da injeo ID so decorrentes da falha na administrao da vacina como

    aplicao profunda, da dosagem incorreta e da contaminao.

    PREPARAO INDICAO AGULHA

    LOCAL DE APLICAO TAMANHO NGULO

    Soluo em pequeno

    volume (0,06 a 0,18

    mL).

    Vacina BCG Regio deltide do brao direito. 10 X 5

    13 X 4,5

    Entre 10 a

    15. Testes-diagnstico e

    de sensibilidade

    Regio escapular, face interna do

    antebrao.

    Subcutnea (SB): nesta via os medicamentos so administrados na regio subcutnea, isto , na hipoderme (tecido adiposo abaixo da pele) no tecido subcutneo. Esta via utilizada principalmente para

    substncias que necessitam de absoro lenta e contnua. Os locais de injees devem ser alternados e

    com uma distncia mnima de 2 cm da ltima injeo. Tambm, contra-indicado administrar em locais

    prximos as articulaes, nervos e grandes vasos sanguneos. A vantagem da injeo SC consiste na

    minimizao dos riscos associados a injeo IV.

    PREPARAO INDICAO LOCAL DE

    APLICAO

    PERFIL

    CORPREO

    TAMANHO

    DA AGULHA

    NGULO DA

    AGULHA

    Soluo em

    volume de 0,5 a

    1,0 mL.

    Vacina anti-

    rbica,

    hormnios

    (insulina),

    anticoagulantes

    (heparina) e

    outros.

    Parede abdominal

    (hipocndrio direito ou

    esquerdo); face anterior e

    externa da coxa; face

    anterior e externa do

    brao; regio gltea;

    regio dorsal, abaixo da

    cintura.

    Crianas

    eutrficas e

    obesas

    13 x 4,5 Reto de 90

    25 x 6 45

    Criana

    hipotrfica

    13 x 4,5 30 ou 2/3 da

    agulha

    introduzida

    Intra-raqudea (IR): via de administrao de medicamento pelo canal raquidiano. Pode ser por via subaracnidea ou intratecal e por via epidural ou peridural. A via intra-raqudea utilizada devido

    difcil passagem do frmaco do sangue para o tecido nervoso, em especial a regio do encfalo. Os

    medicamentos administrados no devem ter conservantes germicidas, pois podem lesar o tecido nervoso.

    Porm com o pequeno volume e a lentido de movimento do lquido cfalo-raquidiano (LCR), essas

    substncias devem apresentar pH e tonicidade prximos dos valores fisiolgicos. A via subaracnidea

    usada para frmacos que no atravessam a barreira hemato-enceflica e requer tcnicas especializadas,

    uma vez que no isenta de riscos. A via epidural a via alternativa para a via intratecal para anestesia

    de medula espinhal e razes nervosas.

    PREPARAO INDICAO VIAS DE

    ADMINISTRAO

    LOCAL DE

    APLICAO

    TIPO DE

    AGULHA

    Solues aquosa

    neutras, isotnicas,

    rigorosamente estreis

    e apirognicas.

    Anestsicos e

    analgsicos.

    Subaracnidea Entre a pia-mter e

    a aracnidea.

    Epidural Entre a dura-mter

    e a parede do canal

    raquidiano

    Agulha de

    puno lombar

    A via parenteral indireta consiste na administrao do frmaco no organismo, de forma paralela ao TGI, sem o uso de injeo. A vantagem dessa via est em agir diretamente no local do seu stio de ao,

    sem a necessidade da biotransformao de primeira passagem, o que resulta em pouca quantidade, mas

    efetiva, do frmaco sendo utilizada. As vias parenterais indiretas mais comumente utilizadas so:

  • 22

    Geniturinria: via de administrao de medicamentos introduzidos diretamente nesse aparelho a fim de exercer apenas atividade local. Essa via proporciona efeitos sistmicos no organismo, pela aplicao do

    frmaco na mucosa que poder facilitar o processo de absoro. No aparelho genital feminino, por

    exemplo, essa via muito utilizada nos tratamentos das infeces vaginais causadas por cndidas e

    trichomonas.

    Respiratria (Inalao): via de administrao de medicamentos que consiste na rpida oferta de frmaco pela mucosa broco-pulmonar, produzindo um efeito to rpido quanto ao efeito da via IV. Essa

    via utilizada para administrar frmacos na forma de gases (ex., alguns anestsicos) ou dispersos em

    aerossol ou em nebulizadores. Ainda, para pacientes com problemas respiratrios, essa via proporciona

    uma oferta de frmaco diretamente no local de ao, minimizando os efeitos sistmicos.

    Oftlmica: via de administrao de medicamentos que consiste na aplicao de pomada ou colrio na conjuntiva ocular com a finalidade de tratar infeces, proteger a crnea, dilatar pupila ou contra-la e

    anestesiar. Recomenda-se administrar por essa via, medicao de uso individual e limpeza com soro

    fisiolgico antes da medicao.

    Otolgica: via de administrao de medicamentos por meio do canal auditivo para fins teraputicos, como amolecimento de cera e tratamento de processos inflamatrios.

    Tpica: via de administrao de medicamentos sobre a pele, de vrios modos e formas farmacuticas diferentes, com a finalidade de exercer aes locais. O processo completo de absoro do frmaco

    depende das condies da pele, bem como do modo de uso e da forma do medicamento (aquoso, oleoso

    ou alcolico; creme, pomada ou pasta).

    Transdermal: via de administrao de medicamentos que proporciona efeitos sistmicos pela aplicao do frmaco na pele, por meio de um adesivo cutneo. A velocidade de absoro est associada s

    caractersticas fsicas da pele no local da aplicao. Freqentemente, usa-se essa via para uma oferta

    prolongada de frmacos.

    ASPECTOS LEGAIS NA ADMINISTRAO DE MEDICAMENTOS

    Cdigo de tica do Profissional de Enfermagem

    Das relaes com a pessoa, famlia e coletividade. Responsabilidades e deveres. Art. 12 - Assegurar

    pessoa, famlia e coletividade assistncia de Enfermagem livre de danos decorrentes de impercia,

    negligncia ou imprudncia. Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar aes que garantam o direito da pessoa

    ou de seu representante legal, de tomar decises sobre sua sade, tratamento, conforto e bem estar.

    Proibies. Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ao da droga e sem certificar-se da

    possibilidade dos riscos.

    Das relaes com os trabalhadores de enfermagem, sade e outros. Responsabilidades e deveres. Art. 41 -

    Prestar informaes, escritas e verbais, completas e fidedignas necessrias para assegurar a continuidade da

    assistncia.

    Proibies. Art. 42 - Assinar as aes de Enfermagem que no executou, bem como permitir que suas aes

    sejam assinadas por outro profissional.

    RDC/ANVISA n 45/2003 - Dispe sobre o Regulamento Tcnico de Boas Prticas de Utilizao das Solues Parenterais (SP) em Servios de Sade.

    3.1.1. A responsabilidade pelo preparo das SP pode ser uma atividade individual ou conjunta do enfermeiro e

    do farmacutico.

    3.2.2. O enfermeiro o responsvel pela administrao das SP e prescrio dos cuidados de enfermagem em

    mbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar.

    3.2.3. A equipe de enfermagem envolvida na administrao da SP formada pelo enfermeiro, tcnico e ou

    auxiliar de enfermagem, tendo cada profissional suas atribuies especficas em conformidade com a

    legislao vigente.

  • 23

    3.2.15. O paciente, sua famlia ou responsvel legal devem ser orientados quanto terapia que ser

    implementada, objetivos, riscos, vias de administrao e possveis intercorrncias que possam advir.

    3.2.30. da responsabilidade do enfermeiro assegurar que todas as ocorrncias e dados referentes ao

    paciente e seu tratamento sejam registrados de forma correta, garantindo a disponibilidade de informaes

    necessrias avaliao do paciente, eficcia do tratamento e rastreamento em caso de eventos adversos.

    Resoluo COFEN-210/1998 - Dispe sobre a atuao dos profissionais de Enfermagem que trabalham com quimioterpico antineoplsico.

    5- Competncia do profissional de nvel mdio de Enfermagem em servios de quimioterapia antineoplsica:

    Executar aes de Enfermagem a clientes submetidos ao tratamento quimioterpico antineoplsico, sob a superviso do Enfermeiro.

    Resoluo COFEN-257/2001 - Acrescenta dispositivo ao Regulamento aprovado pela Resoluo COFEN N 210/98, facultando ao Enfermeiro o preparo de drogas Quimioterpica...

    Alnea r - facultado ao Enfermeiro o preparo de drogas quimioterpicas antineoplsicas, onde no haja a presena do farmacutico.

    Decreto-Lei 94.406/84, no artigo 8, inciso I, alneas g e h: A administrao de medicamentos, por meio de port-cath e do Cateter Central de Insero Perifrica (PICC), ou por puno de veia jugular,

    so procedimentos de responsabilidade exclusiva de enfermeiros capacitados, pois envolvem alto

    risco e complexidade, que exigem conhecimento tcnico e deciso imediata.

    Resoluo COFEN-390/2011: Normatiza a execuo, pelo enfermeiro, da puno arterial tanto para fins de gasometria como para monitorizao de presso arterial invasiva.

    QUESTES DE REVISO

    1) Defina administrao de medicamentos.

    2) Qual a regra dos "Cinco Certos"?

    3) Cite e descreva sobre os dois tipos de via de administrao de medicamentos.

    4) Qual o rgo do corpo utilizado para administrar medicamentos pelas seguintes vias?

    a) Oral

    b) Sublingual

    c) Retal

    5) Cite e descreva sobre as formas de infuso da via endovenosa.

    6) Associe as colunas abaixo:

    a) Veia ceflica

    b) Glteo

    c) Via epidural

    d) Regio deltide do brao direito

    e) Parede abdominal

    7) Diferencie a via parenteral direta da indireta.

    8) Qual via representa cada rgo:

    a) Aparelho reprodutor

    b) Mucosa bronco-pulmonar

    c) Derme

    d) Canal auditivo

    e) Conjuntiva ocular

  • 24

    9) O que estabelece o Cdigo de tica do Profissional de Enfermagem quanto a administrao de

    medicamento?

    10) Cite e descreva sobre uma legislao a respeito da administrao de medicamentos.

  • 25

    Interaes medicamentosas 5

    A interao medicamentosa um caso clnico em que a ao de um medicamento pode ser alterada

    pela presena de outro frmaco, de alimento, de bebida ou de algum agente qumico. As interaes so as

    principais causas de problemas relacionados a medicamentos. Por isso, muito importante se informar sobre

    o uso correto do medicamento com o mdico ou o farmacutico.

    Em sntese, as interaes entre os medicamentos esto relacionadas s interferncias que ocorrem

    quando dois ou mais medicamentos administrados ao mesmo tempo, podem causar a diminuio ou o

    aumento do efeito esperado, ou ainda o surgimento de efeitos indesejados.

    Por exemplo:

    Reduo do efeito do anticoncepcional quando consumido com um antibitico.

    Inibio da resposta dos anticoagulantes orais com vitamina K.

    Diminuio da absoro dos medicamentos antiinflamatrios com anticido.

    Diminuio do efeito teraputico dos antibiticos (tetraciclina) quando engolidos com anticido.

    Os anticoagulantes podem causar hemorragia se utilizados com alguns antiinflamatrios (cido acetilsaliclico - AAS).

    As interaes medicamentosas podem ser classificadas em: fsico-qumicas, teraputicas e com

    alimentos.

    IMPORTANTE: Para evitar que um medicamento altere as propriedades do outro, o paciente deve informar

    sempre o mdico e o farmacutico sobre todos os medicamentos que estiver usando.

    INTERAES FSICO-QUMICAS

    Essas interaes ocorrem fora do organismo do paciente, ou seja, na seringa, no copo, no frasco de

    soro etc. Quando recomendado o uso de um medicamento diludo em soluo glicosada (SG) e no em

    soluo fisiolgica (SF), significa que entre o medicamento e a SF h uma interao fsico-qumica, no

    podendo, ento, ser usado este solvente. Nesse caso, por exemplo, pode-se usar a anfotericina B, que s

    solvel em SG. Outro exemplo a diferena de pH. Substncias cidas e bsicas, no podem ser misturadas,

    pois dessa mistura resulta um sal, que uma substncia distinta das originais.

    EXEMPLOS DE SUBSTNCIAS CIDAS EXEMPLOS DE SUBSTNCIAS BSICAS

    Vancomicina pH 2,4 a 4,5 Aminofilina pH 7 a 9,5

    Petidina pH 5 Furosemida pH 9

    Protamina pH 3 Fenobarbital sdico pH 9,5

    Complexo B pH 4,5

    As bebidas alcolicas quando associadas aos medicamentos podem induzir a efeitos indesejados

    graves, inclusive com risco de morte. O lcool tem a capacidade de potencializar os efeitos de um

    medicamento ou neutraliz-los. Portanto, importante ter especial ateno no uso de lcool com

    medicamentos principalmente os seguintes:

    Analgsicos, antipirticos e antiinflamatrios: podem causar perturbaes no TGI como lceras e hemorragias.

    Antidepressivos: diminuem os efeitos, podendo aumentar a presso sangunea.

    Antibiticos: podem causar nuseas, vmitos, dores de cabea e at convulses.

  • 26

    Antidiabticos: podem causar severa hipoglicemia (baixa glicose).

    Anti-histamnicos, tranqilizantes, sedativos: podem intensificar o efeito de sonolncia e causar vertigens.

    Antiepilpticos: a proteo contra ataques epilpticos significativamente reduzida.

    Medicamentos cardiovasculares: podem provocar vertigens ou desfalecimento, bem como reduo do efeito teraputico.

    INTERAES TERAPUTICAS

    Estas interaes ocorrem dentro do organismo do paciente logo aps a administrao do

    medicamento. Elas tm a capacidade de antagonizar efeitos de altas doses, prevenir efeitos txicos ou atuar

    como antdotos. Essas interaes podem ser: farmacocinticas ou farmacodinmicas.

    Por interaes teraputicas farmacocinticas entende-se as que acontecem durante a absoro,

    distribuio, biotransformao e eliminao do medicamento do organismo do paciente. Por exemplo,

    metoclopramida acelera o esvaziamento gstrico. Assim, se um medicamento for absorvido no estmago ter

    sua absoro diminuda, como a tetraciclina, o propranolol e a digoxina, entre outros.

    As interaes teraputicas farmacodinmicas acontecem durante a ao dos medicamentos. Esse tipo

    de interaes pode ocorrer por sinergismo ou por antagonismo. Por sinergismo, quando dois frmacos

    exercem a mesma ao, como, por exemplo, o cido acetilsaliclico (AAS) e a dipirona. E por antagonismo,

    quando dois frmacos tm ao contrria, como, por exemplo, um antitussgeno e um expectorante.

    INTERAES COM ALIMENTOS

    Os alimentos contm substncias qumicas, que podem induzir a interaes medicamentosas. Desse

    modo, podem ocorrer alteraes na ingesto de alimentos quanto na ao dos medicamentos. Por exemplo,

    as alteraes na ingesto de alimentos causadas quando um medicamento que provoca como efeito colateral

    nuseas e vmitos naturalmente levar o paciente a se alimentar mal. o caso dos antineoplsicos.

    Nos casos de alteraes na ao dos medicamentos, temos como exemplo, dietas com baixa

    concentrao de sdio podendo causar reabsoro de ltio, o qual pode atingir nveis txicos. Portanto,

    fundamental que no oferea alimentos ao paciente sem a autorizao do mdico ou do nutricionista.

    Em suma, na maioria das situaes, os medicamentos que interagem com alimentos, podem

    comprometer seriamente o tratamento, potencializando reaes adversas ou diminuindo as aes teraputicas

    dos medicamentos, conduzindo a diversos danos sade do consumidor. Temos como exemplos as seguintes

    interaes:

    Leite: pode anular o efeito da tetraciclinas.

    Os antiinflamatrios causam irritao no estmago, por isso devem ser administrados junto com as refeies.

    Alimentos gordurosos: favorecem a dissoluo da griseofulvina (antifngico), aumentando sua absoro.

    Acares em excesso: dificulta ou impedi a ao dos antidiabticos em pacientes que fazem uso.

    Sal: deve ser reduzido por pacientes hipertensos (presso alta).

    IMPORTANTE: Recomenda-se sempre tomar o medicamento com gua, a menos que o mdico d outra

    orientao.

    Assim, a importncia do profissional de enfermagem na interao medicamentosa est no seu

    contato com o paciente. ele quem prepara, administra o medicamento e acompanha o paciente, observando

    possveis reaes adversas ao medicamento.

  • 27

    EXEMPLOS DE INTERAES MEDICAMENTOSAS DE ALGUNS FRMACOS.

    MEDICAMENTOS INTERAES MEDICAMENTOSAS

    cido acetilsaliclico Pode acentuar o efeito hemorrgico sobre a mucosa gstrica com anticoagulantes.

    Aminofilina Pode ter sua ao aumentada por cimetidina e outros. Pode ter sua eliminao aumentada

    por fenitona e outros.

    Anfotericina B

    Pode aumentar a ao de digitlicos. Pode sofrer ou provocar aumento das reaes adversas

    com corticosterides e outros. Pode aumentar a chance de anemia com radioterapia. Pode

    causar grave diminuio de potssio no sangue com corticosterides, digitlicos e outros.

    Complexo B Pode aumentar o risco de arritmias cardacas com simpatominticos. Pode ter sua

    concentrao aumentada por digoxina.

    Digoxina Pode aumentar o risco de toxicidade com corticides. Pode ter nveis reduzidos com

    anticidos.

    Dipirona Pode diminuir a ao de ciclosporina. Pode sofrer ou provocar aumento das reaes

    adversas com clorpromazina.

    Fenobarbital sdico Pode ter sua ao aumentada por cido valprico e outros. Pode diminuir a ao de

    anticoagulante oral.

    Furosemida Pode aumentar os riscos de toxicidade nos ouvidos ou nos rins com anfotricina B. Ao

    aumentada de anticoagulantes pode aumentar o risco de problemas renais.

    Metoclopramida Pode ser antagozizada por analgsico opiide.

    Petidina Pode aumentar os riscos de hbito e de depresso do SNC com lcool e outros

    medicamentos. Pode ter sua ao diminuda por fenitona e outros.

    Propranolol Pode reduzir sua absoro intestinal com gel de hidrxido de alumnio. Pode diminuir a

    velocidade de absoro com lcool etlico.

    Protamina No associar com antibiticos na mesma injeo, pois pode ocorrer precipitao.

    Tetraciclina

    Por ser um quelato, no deve ser administrada com alimentos ou medicamentos que os

    contenham, essencialmente leite e seus derivados e medicamentos que contenham ferro,

    alumnio ou magnsio.

    Vancomicina Pode aumentar o bloqueio neuromuscular de anestsicos etc. Pode aumentar os riscos de

    reaes txicas nos ouvidos e nos rins com anfotericina B, furosemida e outros.

    QUESTES DE REVISO

    1) Conceitue interaes medicamentosas e cite 02 exemplos.

    2) Classifique as interaes medicamentosas.

    3) Defina interaes medicamentosas fsico-qumicas. Exemplifique.

    4) Qual(is) a(s) interao(es) entre bebidas alcolicas e os medicamentos abaixo:

    a) Antidepressivos

    b) Antibiticos

    c) Antidiabticos

    5) O que so interaes medicamentosas teraputicas?

    6) Diferencie interao teraputica farmacocintica da farmacodinmica. Exemplifique cada.

    7) O que voc entende por interao medicamentosa com alimentos?

    8) Qual(is) a(s) interao(es) provocadas pelos seguintes alimentos:

    a) Leite

    b) Alimentos gordurosos

    c) Sal

    9) Desreva as interaes dos seguintes medicamentos:

    a) AAS

    b) Tetraciclina

    c) Dipirona

  • 28

    10) Associe as colunas abaixo:

    a) Complexo B

    b) Vancomicina

    c) Digoxina

    d) Propanolol

    ( ) Diminui a velocidade de absoro com lcool etlico.

    ( ) Aumenta o ritmo de arritmias cardacas.

    ( ) Acentua o efeito hemorrgico sobre a mucosa gstrica.

    ( ) Nveis reduzidos com anticidos.

  • 29

    Erros de medicao 6

    Os eventos adversos relacionados a medicamentos podem levar a importantes agravos sade dos

    pacientes, com relevantes repercusses econmicas e sociais. Dentre eles, os erros de medicao so

    ocorrncias comuns e podem assumir dimenses clinicamente significativas e impor custos relevantes ao

    sistema de sade. Sendo, os erros de prescrio os mais srios dentre os que ocorrem na utilizao de

    medicamentos.

    Os erros de medicao esto relacionados aos acontecimentos que podem ser evitados, mas esto

    ligados ao uso inadequado de medicamentos. Este conceito nos remete ao fato de que o uso inadequado pode

    ou no lesar o paciente, mesmo que o medicamento esteja sob controle de profissionais da sade, do paciente

    ou do consumidor. O erro pode estar relacionado a uma srie de fatores que sero abordados adiante.

    CAUSAS DOS ERROS DE MEDICAO

    Estudos realizados pelas instituies FDA e USP-ISMP mostraram que as causas dos erros advm de

    vrios fatores e muitos deles relacionados fatos similares. Dentre as principais causas esto:

    1. Informao relacionada ao paciente.

    2. Informao relacionada ao medicamento.

    3. Comunicao relacionada aos medicamentos.

    4. Rotulagem, embalagem e nome dos medicamentos.

    5. Dispensao, armazenamento e padronizao dos medicamentos.

    6. Aquisio, uso e monitoramento de dispositivos para administrao dos medicamentos.

    7. Fatores ambientais.

    8. Educao e competncia dos profissionais

    9. Educao do paciente.

    10. Gerenciamento de risco e processos de qualidade.

    TIPOS DE ERROS DE MEDICAO

    A) Erros de prescrio: definido como erro de redao ou deciso, no intencional, que pode reduzir a eficcia do tratamento e aumentar os riscos de leso ao paciente.

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    Escolha incorreta:

    - Do medicamento; - Da dose do medicamento; - Da via de administrao do medicamento; - Da velocidade de infuso do medicamento; - Da forma de apresentao do medicamento. Prescrio ilegvel e incompleta.

    - Padronizar as prescries de medicamentos: evitar abreviaes, evitar uso de casas decimais, usar

    sistema eletrnico e outros.

    - Incluir farmacutico na equipe multidisciplinar. - No interpretar letras incompreensveis. - No executar prescries rasuradas.

    B) Erros de dispensao: definido como erro durante a distribuio incorreta do medicamento prescrito ao paciente. Esses erros, ainda, esto relacionados s divergncias entre a prescrio e o atendimento e aos

    erros por funcionrios da farmcia.

    Estratgias de preveno:

    Adotar sistema de distribuio de medicamentos por dose unitria.

    Disponibilizar local adequado para dispensao de medicamentos.

    Padronizar armazenamento adequado.

    Incluir um farmacutico clnico na equipe multidisciplinar.

  • 30

    Conhecer os rtulos dos medicamentos e verific-los com a prescrio.

    C) Erros de omisso: nmero de doses dispensadas menor que o prescrito ou nenhuma dose dispensada do medicamento prescrito.

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    - No administrao de um medicamento prescrito para o

    paciente.

    - Ausncia de registro da execuo da medicao.

    - Implementar a prtica de verificao dos 05 certos da terapia medicamentosa.

    - Seguir os protocolos de administrao de medicamentos. - Registrar corretamente a administrao do medicamento. - Preparar e administrar medicamentos sob a superviso de enfermeiro. - Atentar para o preparo de pacientes para exames ou jejum que possam

    interferir na administrao do medicamento.

    D) Erros de horrio: administrao do medicamento fora do intervalo de tempo estabelecido na prescrio.

    Estratgias de preveno:

    Implementar a prtica de verificao dos 05 certos da terapia medicamentosa.

    Seguir os protocolos de administrao de medicamentos.

    Registrar corretamente a administrao do medicamento.

    Preparar e administrar medicamentos sob a superviso de enfermeiro.

    Atentar para o preparo de pacientes para exames ou jejum que possam interferir na administrao do medicamento.

    Adequar os horrios de administrao dos medicamentos e rotina de uso j estabelecida pelo paciente.

    E) Erro de administrao no autorizada de medicamento

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    Administrao de medicamento:

    - No prescrito;

    - Ao paciente errado;

    - Errado;

    - No autorizado pelo mdico.

    Utilizao de prescrio desatualizada.

    - Padronizar o armazenamento adequado e a identificao completa e clara de todos os medicamentos utilizados na instituio.

    - Identificar e destacar a concentrao de um mesmo medicamento de diferentes fabricantes.

    - Utilizar sistemas de identificao do paciente e do leito.

    - Medicamentos prescritos se necessrio devem ter clara sua indicao.

    F) Erros de dose

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    - Administrao de uma dose maior ou menor que a prescrita.

    - Administrao de uma dose extra do medicamento.

    - Administrao de dose duplicada do medicamento.

    - Instituir a prtica de dupla checagem, por dois profissionais, dos clculos de diluio e administrao de medicamentos de alto risco.

    - Ter habilidade na realizao de clculos e medir doses com exatido.

    - Disponibilizar local adequado para o preparo de medicamentos.

    - Utilizar instrumentos de medida padro no preparo de medicamentos (copos graduados, seringas milimetradas) para medir doses com exatido.

    G) Erros de apresentao: consiste na administrao de um medicamento em apresentao diferente da prescrita.

    Estratgias de Preveno:

  • 31

    Buscar orientao com outros profissionais e consultar guias, bulas de medicamentos e protocolos em caso de dvidas acerca do nome do medicamento, posologia, indicaes, contra-indicaes, precaues

    de uso, preparo e administrao.

    Utilizar preparaes de medicamentos especficas para a via de administrao prescrita.

    H) Erros de preparo

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    - Medicamento incorretamente formulado ou manipulado antes da administrao.

    - Armazenamento inadequado do medicamento.

    - Falha na tcnica de assepsia.

    - Identificao incorreta do frmaco.

    - Escolha inapropriada dos acessrios de infuso.

    - Identificar corretamente os medicamentos preparados e os frascos de medicamentos que sero armazenados.

    - Realizar o preparo do medicamento imediatamente antes da administrao, a no ser que haja recomendao

    diferente do fabricante.

    - Adquirir conhecimentos fundamentais sobre farmacologia.

    I) Erros de administrao

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    - Falha na tcnica de assepsia ou de administrao do medicamento

    - Administrao do medicamento por via diferente da prescrita, em local

    errado, em velocidade de infuso

    incorreta ou prescrito incorretamente.

    - Associao de medicamentos fsica ou quimicamente incompatveis

    - Falha nos equipamentos ou problemas com acessrios da terapia de infuso

    - Padronizar equipamentos tecnolgicos (como bombas de infuso) na unidade, limitando a variedade de opes.

    - Realizar prescrio de enfermagem para o uso de bombas de infuso para administrao segura de frmacos.

    - No horrio de administrao do medicamento, levar ao local de administrao apenas o que se designa ao paciente especfico, no

    fazendo uso de bandeja contendo diversos medicamentos para

    diferentes pacientes.

    - Utilizar materiais e tcnicas estreis para administrar medicamentos por via intravenosa.

    J) Erros com medicamentos deteriorados

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    - Administrao de medicamento com data de validade expirada

    ou com integridade fsico-

    qumica comprometida.

    - Supervisionar o controle da temperatura da geladeira de acondicionamento de medicamentos, definindo parmetro mnimo e mximo.

    - Identificar corretamente os frascos de medicamentos manipulados que sero armazenados (com data e horrio da manipulao, concentrao do

    medicamento, iniciais do responsvel pelo preparo).

    K) Erros de monitorao

    TIPOS DE ERROS ESTRATGIAS DE PREVENO

    - Falha em rever um esquema prescrito para devida adequao ou deteco de problemas.

    - Falha em monitorar dados clnicos e laboratoriais antes, durante e aps a

    administrao de um medicamento, para

    avaliar a resposta do paciente terapia

    prescrita.

    - Desenvolver e implementar programas de educao centrados nos princpios gerais da segurana do paciente que incluam

    informaes sobre uso de novos medicamentos e treinamento

    da equipe multiprofissional nas diferentes etapas do sistema de

    medicao.

    - Informar ao paciente e famlia sobre eventuais reaes adversas aos medicamentos e como relatar equipe de sade.

  • 32

    L) Erros em razo da no aderncia do paciente e da famlia: considera-se erro o comportamento inadequado do paciente ou cuidador quanto a sua participao na proposta teraputica.

    Estratgias de preveno:

    Orientar paciente e famlia quanto terapia medicamentosa (objetivos da terapia, aes e efeitos esperados, reaes adversas, cuidados no preparo e administrao do medicamento).

    MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS MPPs

    Os medicamentos potencialmente perigosos so medicamentos que apresentam maior potencial de

    provocar leso grave nos pacientes quando ocorre falha em seu processo de utilizao. Essa definio no

    indica que os erros com esses medicamentos sejam mais frequentes, mas que sua ocorrncia pode provocar

    leses permanentes ou fatais. No quadro abaixo, esto relacionados os principais MPPs, conforme lista atualizada do ISMP de 2008.

    MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS

    CLASSES TERAPUTICAS

    Agonistas adrenrgicos intravenosos (ex. epinefrina, fenilefrina, norepinefrina); Anestsicos gerais, inalatrios e intravenosos (ex. propofol, cetamina); Antagonistas adrenrgicos intravenosos (ex. propranolol, metoprolol); Antiarrtmicos intravenosos (ex. lidocana, amiodarona); Antitrombticos (anticoagulantes):

    - Varfarina; - Heparinas no-fracionada e de baixo peso molecular (ex. enoxaparina, dalteparina); - Fator de coagulao X; - tombolticos (ex. alteplase, tenecteplase); - Inibidores da glicoprotena IIb/IIIa (ex. eptifibatide, tirofibana).

    Bloqueadores neuromusculares (ex. suxametnio, rocurnio, vecurnio); Contrastes radiolgicos intravenosos; Hipoglicemiantes de uso oral; Inotrpicos intravenosos (ex. digoxina); Medicamentos administrados por via epidural ou intratecal; Medicamentos na forma lipossomal (ex. anfotericina B lipossomal); Analgsicos opiides intravenosos, transdrmicos, e de uso oral (incluindo lquidos concentrados e

    formulaes de liberao imediata ou prolongada);

    Quimioterpicos de uso parenteral e oral; Sedativos moderados de uso oral em crianas (ex. hidrato de cloral); Sedativos moderados intravenosos (ex. midazolam); Soluo cardioplgica; Solues de dilise peritoneal e hemodilise; Solues de nutrio parenteral total.

    MEDICAMENTOS ESPECFICOS

    gua estril injetvel, para inalao e irrigao em embalagens de 100 mL ou volume superior; Cloreto de potssio concentrado injetvel; Cloreto de sdio hipertnico injetvel (concentrao maior que 0.9%); Fosfato de potssio injetvel; Glicose hipertnica (concentrao maior ou igual a 20%); Insulina subcutnea e intravenosa; Lidocana intravenosa; Metotrexato de uso oral (uso no oncolgico); Nitroprussiato de sdio injetvel; Oxitocina intravenosa; Prometazina intravenosa; Sulfato de magnsio injetvel; Tintura de pio.

  • 33

    CONCEITOS BSICOS

    Reao adversa: resposta nociva a uma droga, no intencional, que ocorre nas doses usais para profilaxia, teraputica, tratamento ou para modificao de funo fisiolgica.

    Eventos adversos: so considerados como qualquer dano ou injria causado ao paciente pela interveno mdica relacionada aos medicamentos.

    QUESTES DE REVISO

    1) Descreva sobre erros de medicao.

    2) Cite 05 causas dos erros de medicao.

    3) Escreva trs tipos de erros de medicao.

    4) Defina erros de prescrio e erros de dispensao.

    5) Cite 03 estratgias de preveno para os erros de omisso.

    6) Cite 03 estratgias de preveno para os erros de horrio.

    7) Quais so os tipos de erros de dose?

    8) Defina medicamentos potencialmente perigosos.

    9) Cite 05 classes teraputicas e 05 medicamentos especficos dos MPPs.

    10) Diferencie reao adversa de efeito adverso.

  • 34

    Clculos bsicos 7

    A terapia medicamentosa tornou-se uma das formas mais comuns de interveno no cuidado ao

    paciente, utilizada ao longo dos anos na cura de doenas. Cerca de 88% dos pacientes que procuram

    atendimento sade recebem prescries de medicamentos. A correta administrao requer conhecimento

    pleno dos integrantes da equipe de enfermagem envolvidos no cuidado ao paciente. Uma das maiores

    responsabilidades atribudas ao profissional de sade o preparo e a administrao de medicamentos.

    Qualquer erro pode trazer consequncias fatais para o paciente. Por isso, indispensvel que os profissionais

    dessa rea tenham muito conhecimento, conscincia e uma atuao extremamente cuidadosa.

    Todo profissional da sade deve conhecer os princpios bsicos da teraputica medicamentosa

    cotidiana, que compreende: ao, doses dirias, vias de administrao e efeitos colaterais. Deve ainda ter

    uma capacidade de observao aguada e conhecer as noes bsicas sobre as patologias em geral, sobre a

    teraputica medicamentosa referente s diversas patologias, sobre interao dos medicamentos e intolerncia

    individual. Alm de conseguir interpretar e adequadamente calcular os valores correspondentes em

    prescries mdicas. Toda prescrio mdica deve conter: nome do medicamento (genrico e/ou comercial);

    dose/dia; forma; via.

    extremamente arriscado fazer prescries verbais para o profissional de Enfermagem, o que deve

    ser evitado, exceto em casos de absoluta urgncia. Nessas situaes emergenciais, o profissional deve anotar

    os procedimentos necessrios na folha de prescrio do paciente, detalhando a medicao prescrita, o horrio

    de administrao dos medicamentos, as doses a serem administradas, as vias de administrao e o nome do

    mdico responsvel pelo paciente. Feito isso, logo que possvel, ele dever obter a prescrio por escrito e

    efetuar os clculos necessrios para o fracionamento e administrao do medicamento prescrito.

    A teraputica medicamentosa, devido a complexidade do sistema de sade, tem sido exercida em

    ambientes cada vez mais especializados e dinmicos, e muitas vezes sob condies que contribuem para a

    ocorrncia de erros. Estudos realizados ao longo dos ltimos anos tm evidenciado a presena de erros

    durante o tratamento medicamentoso. Os erros relacionados utilizao de medicamentos podem resultar em

    srias consequncias para o paciente e sua famlia, como gerar incapacidades, prolongar o tempo de

    internao e de recuperao, expor o paciente a um maior nmero de procedimentos e medidas teraputicas,

    atrasar ou impedir que reassuma suas funes sociais, e at mesmo a morte. Tendo em vista o grande nmero

    de intervenes s quais o paciente submetido durante a internao hospitalar, a incidncia de uma alta taxa

    de erros uma possibilidade, caso no existam medidas que visem sua preveno, deteco e interveno.

    Conhecer e aplicar adequadamente os fundamentos da aritmtica e da matemtica auxilia o profissional de

    sade na preveno de erros relacionados ao preparo, a dosagem e ou administrao de medicamentos.

    UM POUCO DE SISTEMA DE NUMERAO

    A origem do sistema de numerao que atualmente utilizado na maioria das culturas

    contemporneas do Ocidente muito antiga. Surgiu na sia, h muitos sculos, no vale do rio Indo, onde

    hoje o Paquisto. At que fosse desenvolvida a numerao decimal, com a introduo do valor posicional e

    a utilizao do zero, ainda se passariam alguns sculos. Provavelmente, essas modificaes tenham sido

    introduzidas na ndia por volta do sculo V a.C.

    Vale lembrar que o sistema decimal posicional desenvolvido pelos indianos recebeu influncias de

    diferentes povos, j que o princpio posicional era utilizado pelos mesopotmicos. A base dez era usada pelos

    egpcios e chineses e, quanto ao zero, tm-se indcios de que j era utilizado pelos mesopotmicos, na fase

    final de sua civilizao. Assim, deve-se o mrito da estruturao do sistema de numerao decimal aos

    indianos, que foram os que reuniram essas diferentes caractersticas num mesmo sistema numrico.

    A denominao indo-arbico, para o nosso sistema de numerao, deve-se ao fato de seus smbolos e

    suas regras terem sido desenvolvidos pelo antigo povo indiano, mas aperfeioados e divulgados pelos rabes.

  • 35

    Nosso sistema atual de numerao o Sistema de Numerao Decimal e os algarismos so conhecidos

    como indo-arbicos.

    Existem operaes fundamentais que identificam a adio e a subtrao (juntar/separar;

    aumentar/diminuir) e estas so consideradas elementares, sendo trabalhadas simultaneamente com as noes

    que contribuem para a concepo numrica. Ao mesmo tempo existem operaes elementares do tipo

    rene/separa, estas se classificam, segundo critrios como operaes de produto e razo

    (expandir/multiplicar, fracionar/dividir) a partir de caractersticas comuns a dois subconjuntos; existem

    operaes que tambm realizam seriaes e reconhece padres.

    TABUADA

    H diversas maneiras de construir uma tabuada, mas confira um modo simplificado de realizar as

    tabuadas do 6, 7, 8, 9 e 10 - chamada "tabuada dos dedos". Para isso, deve-se dar aos dedos, de ambas as

    mos, os seguintes valores: o dedo mnimo vale a 6, o dedo anelar vale a 7 o dedo mdio vale a 8, o dedo

    indicador vale a 9 e o dedo polegar vale 10.

    Aps enumer-los siga os seguintes passos: una os dedos que correspondem aos nmeros que se

    deseja multiplicar, por exemplo, 7 x 8.

    Cada dedo unido e os dedos abaixo deles "valem" 10 unidades (uma dezena) e devem ser somados.

    Na figura abaixo, as dezenas esto dentro do crculo vermelho.

    Os dedos acima