LIVRO DE RESUMOS - ufrr.br de resumos.pdf · Psicologia social, comunitária e relações com a...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE EDUCAÇÃO—CEDUC
CURSO DE PSICOLOGIA VI Semana de Psicologia da UFRR
Comissão Organizadora
Aline Cristina Baú
Anieli Chirlei da Costa Bezerra
Deusiana Rodrigues Ramos
Hannah Maia Noronha
Juliene Dias Pessôa
Karolayne de Melo Barbosa
Vitória Beatriz Reis
Comissão Científica Profª Msc. Ana Paula Rosa Deon
Profª Drª Fernanda Ax Wilhelm
Prof. Msc. Lázaro Batista da Fonseca
Prof. Msc. Marcelo Henrique Oliveira Henklain
Profª Msc. Soraya Ivon Ramirez Moreno
Editoração e Organização do Livro de Resumos Lázaro Batista da Fonseca
Os resumos publicados neste livro foram reproduzidos de cópias fornecidas pelos proponentes. As-
sim sendo, os conteúdos apresentados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. A Comis-
são Organizadora não se responsabiliza por consequências decorrentes de uso de quaisquer dados,
afirmações e opiniões inexatas (ou que conduzam a erros) publicados neste livro.
APRESENTAÇÃO
A VI Semana de Psicologia, realizada em conjunto com o II Encontro Local do Núcleo Abrapso Ro-
raima, ocorreu entre os dias 28 de setembro e 02 de outubro de 2015. Esta foi uma realização do Centro
Acadêmico de Psicologia (Capsi) da UFRR e da Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), com o
apoio da Universidade Federal de Roraima, do Centro de Educação (CEDUC) e da Coordenação Geral do
Curso de Psicologia.
O evento teve por objetivo proporcionar debates pertinentes aos problemas da saúde, não só no
estado de Roraima, mas em todo o Brasil, integrar as instituições de ensino da área de psicologia em Boa
Vista e envolver social e academicamente os alunos destas instituições. Também visou a proporcionar a
participação do público acadêmico e profissional em minicursos de atualização de conhecimentos profis-
sionais em psicologia e trazer pesquisadores e palestrantes para sociabilizar conhecimentos teóricos e
práticas atualizadas sobre a discussão da identidade e atuação do profissional psicólogo - seja em nível
local, regional e /ou nacional.
Nesse sentido, durante o evento fora disponibilizado um espaço de interlocução entre a produção cientifica em Psicologia no estado e o processo de formação dos estudantes, por meio de apresentação de Comunicações Orais de estudantes, profissionais e pesquisadores locais. Tais Comunicações, foram agrupadas em oito eixos. São eles:
Psicologia e saúde Psicologia e educação Psicologia social, comunitária e relações com a cidade Psicologia, neurociências e comportamento humano Psicologia organizacional e do Trabalho Pesquisa em psicologia (aspectos teóricos e metodológicos) Psicologia, gênero e sexualidade Psicologia, justiça e direitos humanos
Desse modo, o presente Livro de Resumos tem por finalidade dar publicidade à comunidade aca-dêmica e sociedade em geral do teor de tais pesquisas desenvolvidas no âmbito do nosso estado, assim como contribuir para o maior conhecimento e fortalecimento da produção técnico-científica em psicolo-gia, conforme se espera e é demandado de um centro de excelência como a Universidade.
Nesses termos, reiteramos a felicidade com os trabalhos desenvolvidos e esperamos que este livro possa auxiliar estudantes, docentes e profissionais da psicologia. Muito Obrigado a todos!
Comissão Organizadora
SUMÁRIO
Eixo I: Psicologia e Saúde pág. 05
A importância e potencial atuação do psicólogo em saúde na CASAI-RR pág. 06
Centro de Atenção Psicossocial em Boa Vista: políticas públicas e as práticas cotidianas pág. 07
Suicídio de adolescentes no Brasil pág. 08
Gravidez na adolescência: um estudo compreensivo dos fatores envolvidos em sua origem pág. 09
Vivências de mulheres em enfrentamento de HIV/Aids em Boa Vista pág. 10
Eixo II: Psicologia Social, Comunitária e relações com a cidade pág. 11
Sentimento de comunidade e apego ao lugar: estudo correlacional em situação de contradição social pág. 12
Identidade e processos de brincantes de quadrilha junina em Boa Vista/RR pág. 13
Eixo III: Psicologia, gênero e sexualidade pág. 14
Atitudes frente à adoção por homossexuais: evidências psicométricas de uma medida reduzida pág. 15
Eixo IV: Psicologia organizacional e do trabalho pág. 16
Criação e implantação de um modelo de seleção em empresa privada pág. 17
Trabalho-família e família-trabalho: um levantamento em empresas privadas de Boa Vista pág. 18
Violência doméstica contra a mulher e suas repercussões no contexto de trabalho pág. 20
Eixo V: Psicologia e Educação pág. 21
A perspectiva dos professores acerca da contribuição dos psicólogos nas SRM pág. 22
Eixo VI: Psicologia, Neurociências e comportamento humano pág. 23
Qualidade de sono de estudantes universitários: testando um modelo explicativo pág. 24
Eixo VII: Psicologia, Justiça e direitos humanos pág. 25
Um estudo sobre vivências de mães apenadas na separação dos filhos pág. 26
Mulheres no tráfico de drogas em Roraima: um estudo psicossocial dessa realidade pág. 27
Medindo a psicopatia na população geral e carcerária pág. 28
Eixo VII: Pesquisa em Psicologia (aspectos teórico-metodológicos) pág. 29
Análises de dados textuais em ciências humanas: o uso do software Iramuteq pág. 30
A cartografia como método: algumas considerações teórico-metodológicas pág. 31
A IMPORTÂNCIA E POTENCIAL ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM SAÚDE NA CASAI-RR
Idemar Dartora Filho Psicólogo, Secretaria Estadual de Educação de Roraima.
Carlos Eduardo Ramos Mestre em Psicologia Social, Professor do curso de graduação em Psicologia/UFRR. E-
RESUMO: O presente trabalho foi decorrente de uma pesquisa realizada no âmbito da CASAI -RR
(Casa de Saúde Indígena de Roraima) que é uma instituição criada para organizar e viabilizar o atendi-
mento em saúde às populações indígenas no estado a partir da aplicação de políticas públicas voltadas
para melhoria de qualidade de vida destas minorias. Não obstante, apesar das demandas, de natureza psi-
cológica, emergirem em todas as instituições de promoção de saúde, deparou-se com a seguinte realida-
de: ausência de um profissional de psicologia na CASAI-RR. Tal fato motivou a realização do presente
estudo que teve como objetivo investigar e compreender a necessidade da presença e quais seriam as po-
tenciais possibilidades de atuação do psicólogo na referida instituição. Tratou-se de um estudo qualitativo
de cunho exploratório. Participaram deste estudo cinco profissionais da área de saúde e de setores admi-
nistrativos. Estes responderam a um roteiro de entrevista semiestruturada. Os resultados apontaram para
o reconhecimento da necessidade e importância de um psicólogo atuando na CASAI-RR, no entanto, em
relação a atuação deste profissional, esta foi exclusivamente associada ao atendimento a demandas de
natureza afetiva e emocional relacionadas, por exemplo, a violências sexual e doméstica, suicídio e alco-
olismo que são demandas que corriqueiramente chegam à instituição. Contudo, a partir destas constata-
ções, o modelo de atuação em psicologia aplicada à saúde, nesta instituição, precisaria ser repensado uma
vez que contribuiria para a representação equivocada do trabalho do psicólogo restrita atendimentos indi-
vidualizados e de pouca abrangência. A CASAI-RR se mostrou um terreno fértil para intervenções psico-
lógicas que possam levar ao desenvolvimento de uma prática mais específica e eficiente para esta popu-
lação. Não obstante, tais práticas devem ser cuidadosamente desenvolvidas, visto que estes indivíduos
possuem organização e cultura peculiares.
Palavras-Chave: Saúde Indígena, Atuação do Psicólogo, CASAI.
6
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL EM BOA VISTA: ENTRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E AS PRÁTICAS COTIDIANAS
Rodrigo Scalabrin
Psicólogo [email protected]
RESUMO: Considerando que a Reforma Psiquiátrica Brasileira é um paradigma em construção,
ao qual preconiza um tratamento mais humanizado àquelas pessoas em sofrimento psíquico, e analisando
a evolução das políticas públicas em saúde e, especificamente em saúde mental do Brasil nas últimas dé-
cadas, as transformações têm-se pautado na substituição do modelo manicomial pela Atenção Psicossoci-
al, tendo como um dos principais instrumentos criados o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS. Sendo
assim, o objetivo deste estudo foi de verificar como é a dinâmica do trabalho realizado no Centro de
Atenção Psicossocial Dona Antônia de Matos Campos, no município de Boa Vista, identificando os pon-
tos convergentes e divergentes entre a política pública de saúde mental e as práticas dos profissionais ali
efetivadas. Para isso, realizou-se primeiramente um trabalho de observação para visitas ao CAPS. Essas
visitas resultaram em um diário de campo, com observações coletadas. À elas somam-se entrevistas fei-
tas em etapa seguinte do trabalho, com usuários e trabalhadores do serviço. A partir daí, chegou-se aos
seguintes resultados, que apontam tanto aspectos positivos quanto problemas a ainda serem soluciona-
dos: Os aspectos positivos são identificados tanto na participação social, quanto na reinserção social.
Quanto aos problemas, evidenciou-se que o principal é a sobrecarga de responsabilidade deste CAPS,
considerando que atualmente ele cumpre os papéis tanto de CAPSi como de CAPS-II, a cronificação dos
serviços de atenção psicossocial, a pouca participação dos familiares de usuários deste CAPS, além de
outros que ainda denotam uma certa patologização da loucura por alguns atores deste serviço. Longe de
exaurir-se em suas possibilidades, esse estudo possibilita um contato com a realidade local em saúde
mental. Enfim, por ser construído através da participação social, e por isso que cada CAPS tem suas pe-
culiaridades, torna-se importante a investigação científica e publicação desses trabalhos, não só para de-
bater problemas, mas também para subsidiar ideias.
Palavras-chave: Loucura. Saúde mental. Políticas públicas. CAPS.
7
SUICÍDIO DE ADOLESCENTES NO BRASIL
Jean Carlos Rodrigues Brustolin Acadêmico das Faculdades Cathedral
Fabiana da Costa Silveira Acadêmico das Faculdades Cathedral
Geilimone Barros
Acadêmico das Faculdades Cathedral
RESUMO: Os índices de suicídio no Brasil e no mundo são alarmantes, a preocupação está cada vez mais
acerca do tema devido seu aumento nos últimos 10 anos, principalmente nas idades mais novas, os adoles-
centes. Segundo a OMS de 1980 a 2006 o crescimento é de 29,5%. Embora haja visto que outros países
tiveram números mais elevados, ocupamos o oitavo lugar, contabiliza em 2012, em média 32 mortes por
dia no Brasil. Entre os estados da federação, Roraima está entre os 5 primeiros que compõe a lista com o
maior índice de suicídio. A faixa etária de 20 a 29 anos ocupa o primeiro lugar, sendo a maior incidência no
sexo masculino. Para o entendimento de motivos do suicídio podem se dar pela combinação de fatores bio-
lógicos, como a genética, bem como os fatores ambientais, como as adversidades ao longo da vida como
experiências traumáticas na infância, traços impulsivos, entre outros. O objetivo do presente trabalho é
compreender as causas do suicídio na adolescência. Para isso usamos como metodologia a pesquisa biblio-
gráfica. As causas mais populares de suicídio costumam abrange a presença de um transtorno psiquiátrico
como depressão. Em 90% dos casos nos Estados Unidos e na Europa, no que tange o adolescente é uma
fase de mudanças, conflitos e imediatismos. O adolescente não é mais a criança, mas também ainda não é
um adulto é uma fase de experimentação. Os pensamentos suicidas são frequentes na adolescência. É difícil
diferencial as reações consideradas normais de sinais de alerta. Afastamento da família, descuido com a
aparência. Concluímos que é necessário aprofundar os estudos para melhor entendimento sobre o suicídio
na adolescência, uma vez que o suicídio é um ato e não uma condição.
Palavras-chave: suicídio, adolescentes, causas.
8
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO COMPREENSIVO DOS FATORES ENVOLVIDOS EM SUA ORIGEM
Aléxya Cristal Brandão Lima
Universidade Federal de Roraima (UFRR) [email protected]
Talitha Lúcia Macêdo da Silva
Universidade Federal de Roraima (UFRR) [email protected]
RESUMO: A gravidez na adolescência vai contra uma expectativa contemporânea onde o sujeito precisa-
ria passar pelo processo de adolescer e, posteriormente, alicerçado em maturidade psicoemocional e auto-
nomia financeira, planejar a maternidade. No entanto, dados divulgados pelo IBGE em 2014, apontam que
Roraima é o estado com o maior índice de gravidez na adolescência do país, somando 20,1%, enquanto a
média nacional é de 11,8%, entre os anos de 2000 e 2010. Desse modo, a gravidez na adolescência é perce-
bida como precoce, mas, ainda assim, recorrente, justificando o objetivo da presente pesquisa, que é com-
preender quais fatores podem estar atuando para colaborar com a manutenção do fenômeno, em sua ori-
gem. Trata-se de uma pesquisa descritiva, qualitativa e exploratória, de orientação fenomenológica, que
ocorreu por meio de entrevistas semidirigidas com sete adolescentes entre 15 e 18 anos que realizam o
acompanhamento de suas gestações no Centro de Referência em Saúde da Mulher, na cidade de Boa Vista
– RR. A observação e escuta das participantes da pesquisa evidenciou que fator algum pode ser isolada-
mente responsável pela incidência dessas gravidezes, mas que estas são multifatoriais, envolvendo seus de-
senvolvimentos escolares, a dificuldade e o mau uso de métodos contraceptivos e até mesmo o modo como
a maternidade é compreendida por elas. A partir desta aproximação, tornou-se evidente que compreender a
gravidez na adolescência enquanto multifatorial é assumir que prevenção e intervenção diante desta são, do
mesmo modo, sistêmicas e envolvem tornar a educação um caminho passível de identificação, a acessibili-
dade de métodos contraceptivos e a ressignificação da maternidade enquanto destinação e meio de valoriza-
ção social.
Palavras-chave: Gravidez; Adolescência; Maternidade.
9
VIVÊNCIAS DE MULHERES EM ENFRENTAMENTO DE HIV/AIDS EM BOA VISTA RORAIMA
Luana Rios Moura dos Santos Psicóloga
Joelma Ana Gutierrez Espíndula Psicóloga Doutora, UFRR
RESUMO: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foi identificada há mais de 30 anos e ficou conhe-
cida no Brasil como Aids. Ao longo desses anos a epidemia veio transformando o mundo significativamen-
te. Nesse contexto, o número de mulheres diagnosticadas com o vírus HIV cresceu bastante a partir dos
anos 90 e continua crescendo atualmente, acometendo mulheres principalmente em idade reprodutiva, con-
figurando um problema amplo de saúde pública. O objetivo desse estudo foi compreender as vivências psi-
cossociais de mulheres diagnosticadas com o vírus HIV/Aids, participantes de um grupo de adesão, numa
Organização Não-Governamental. O método utilizado na pesquisa foi o método fenomenológico e a análise
se fundamentou sob o referencial da fenomenologia antropológica, apresentando as principais contribuições
que consistem em um modo de compreender o ser humano na sua totalidade, sendo esta, física, psíquica e
espiritual. Participaram desta pesquisa oito mulheres diagnosticadas com o vírus HIV, foram realizadas en-
trevistas individuais, ancoradas no referencial fenomenológico, seguindo a questão norteadora: “Para você,
como é viver com o vírus HIV?”. Os resultados indicam que as mulheres buscam o enfrentamento em di-
versos contextos, que foram analisados em quatro esferas tipológicas: corporeidade, afetividade, comunida-
de e busca de sentido. As colaboradoras buscam motivação para o enfrentamento do vírus nas suas relações
interpessoais e mostram que percebem na relação com o outro, a abertura, o respeito e a solidariedade no
contexto de suas comunidades, o que contribui efetivamente para o enfrentamento do HIV/Aids. Com isso,
ao compreender como as mulheres vivendo com HIV/Aids experienciam essa condição, nos seus modos de
viver, torna possível uma atuação mais efetiva por parte do profissional de saúde, pautado na ética, consi-
derando aspectos singulares do indivíduo e empreendendo a busca por melhoria da qualidade de vida e va-
lorização do ser humano.
Palavras-chave: Aids. Fenomenologia. Mulher. Saúde
10
SENTIMENTO DE COMUNIDADE E APEGO AO LUGAR: ESTUDO CORRELACIONAL EM SITUAÇÃO DE CONTRADIÇÃO SOCIAL
Bruna de Freitas Alves Azevedo
Psicóloga [email protected]
Leandro Roberto Neves
Psicólogo; Professor Doutor UFRR [email protected]
RESUMO: O apego ao lugar é definido enquanto o processo de vinculação ocorrido na inter-relação do
sujeito com o espaço. Nesse sentido, se coloca como objeto de estudo das disciplinas que se debruçam sob
as relações pessoa-ambiente. O presente estudo está centrado no âmbito da psicologia ambiental e busca
investigar como ocorre o processo de apego ao lugar, bem como relacionar o sentimento de comunidade à
vivência do lugar, em dois bairros da cidade de Boa Vista, sendo eles: São Bento e Caçari, de formação so-
cioeconômica diferenciada. Trata-se de uma pesquisa de cunho descritivo, situada a luz da abordagem qua-
litativa, apropriando-se do materialismo histórico dialético. Participaram da pesquisa 2 (dois) sujeitos pro-
venientes do bairro São Bento e 2 (dois) do bairro Caçari. Quanto aos resultados, foi verificado, no que se
refere ao “apego ao lugar”, a existência desta dimensão em todas as entrevistas, pois o elemento afetividade
se apresentou expressivo nos participantes, logo, “adoro meu bairro”, “sou muito apegada”, “meu bairro é
meu orgulho”, são recortes das falas que evidenciam tal vínculo. Entretanto, a formação do apego obedece
à processos peculiares em cada sujeito, tendo em vista estar ancorado na vivência ontológica do mesmo
com o lugar. Em relação a dimensão “sentimento de comunidade”, esta foi constatada nos sujeitos do bairro
São Bento. Não obstante, quanto aos sujeitos do bairro Caçari a dimensão foi apresentada de forma superfi-
cial, denotando aspectos de individualização nas vivências experienciadas com o entorno, o que pode estar
vinculado, dentre outros, à fatores socioeconômicos. Assim, entende-se que a dimensão econômica situa-se
enquanto influxo dentro do processo de apego ao lugar, nesse sentido, esta se faz presente no modo de vi-
venciar o espaço, de forma que atua como uma das parcelas constitutivas do sujeito.
Palavras-chaves: afetividade; comunidade; apego; socioeconômico.
12
IDENTIDADE E PROCESSOS DE BRINCANTES DE QUADRILHA JUNINA EM BOA VISTA/RR
Márcia Justino Ferreira Acadêmica do curso de graduação em Psicologia da UFRR, bolsista PIC-UFRR
Leandro Roberto Neves Doutor em Psicologia. Professor efetivo do Curso de Psicologia da UFRR
RESUMO: O ser humano é um ser social por excelência que cria, produz e reproduz o espaço em que ha-
bita. Seu trabalho, acumulado de gerações, é transmitido através da cultura. No seguimento cultural Festa
Junina, buscou-se investigar aspectos dos brincantes da quadrilha junina. Assim, este trabalho teve o objeti-
vo de compreender como se estabelece o processo de identidade do brincante de quadrilha junina. De abor-
dagem qualitativa, teve como primeiro momento uma revisão bibliográfica e, posteriormente, pesquisa de
campo, com entrevistas semiestruturadas. Utilizou-se o método materialista histórico dialético, precisamen-
te a técnica “história oral temática”. Foram criadas quatro categorias de análise a partir das entrevistas com
sete sujeitos, de ambos os sexos, média de idade de 30,5 anos e de quatro diferentes quadrilhas juninas.
Concernente às análises: Primeira categoria: História de Vida – verificou- -se que todos os participantes
tiveram trajetória longa no que se refere a dançar quadrilha; Segunda categoria: Tradição - para a maioria
foi a família responsável pela inserção do sujeito no movimento quadrilheiro; Terceira categoria: Vínculos
Amorosos ou de Amizade - verificou-se que a quadrilha junina se torna um grupo muito importante para
seus integrantes; Quarta categoria: Sentimento de Pertença Dentro da Quadrilha – neste se constatou que o
grupo de quadrilha junina é de grande relevância para cada brincante, pois todos consideram o grupo qua-
drilheiro como uma segunda família. Desta forma, conclui-se que dançar quadrilha faz parte da personali-
dade dos entrevistados, pois consideram que a dança está no “sangue”. Para alguns, seus familiares os pre-
cederam no movimento quadrilheiro, passando a tradição de uma geração à outra. Também ficou constata-
do que a quadrilha é um grupo coeso e que oferece certa segurança emocional a seus integrantes, principal-
mente em função dos familiares e dos laços de amizades que se fortalecem com o passar do tempo e, por
isso, sentem-se pertencentes ao grupo.
Palavras-chave: cultura, quadrilha junina, identidade, brincantes.
13
ATITUDES FRENTE À ADOÇÃO POR HOMOSSEXUAIS: EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS DE UMA MEDIDA REDUZIDA
Danilo Braga dos Santos
Acadêmico do curso de graduação em Psicologia/UFRR [email protected]
Leogildo Alves Freires
Psicólogo, Doutor em Psicologia Social, Professor do curso de Psicologia/UFRR [email protected]
Gleidson Diego Lopes Loureto
Acadêmico do curso de graduação em Psicologia/UFRR [email protected]
RESUMO: A constituição parental fora dos arranjos nucleares tem provocado questionamentos e confron-
tos do conceito tradicional de família. Nesse contexto, a homossexualidade apresenta-se como uma das ca-
tegorias que mais têm gerado debates. Vale ressaltar que, tal temática se constitui como um fenômeno soci-
al relevante no contexto atual em virtude das mudanças em relação à legitimação de direitos das minorias
sexuais no contexto nacional e internacional. No entanto, antes de qualquer empreendimento científico que
tenha em conta tal fenômeno é necessário dispor de um instrumento psicometricamente adequado para di-
mensionar o construto em questão. Dessa forma, o presente trabalho objetivou propor uma versão reduzida,
assim como reunir evidências de validade fatorial e consistência interna dos itens da Escala de Atitudes
Frente à Adoção por Homossexuais (EAFAH) por meio de dois estudos. O estudo 1, que consistiu na Aná-
lise Fatorial Exploratória (AFE) e Consistência Interna da escala, contou com 223 estudantes universitários
que tinham idades variando entre 18 e 51 anos (M = 22,5; DP= 4,42). Os resultados indicaram uma solução
bifatorial, apresentando índices de consistência interna satisfatórios (α = 0,89 e 093, respectivamente). O
estudo 2, Análise Fatorial Confirmatória (AFC), reuniu 261 sujeitos da população geral com idades varian-
do de 18 a 58 anos (M = 30,00 e DP = 9,35). As AFCs corroboraram a estrutura bifatorial, ora encontrada
no Estudo 1, após a testagem de modelos fatoriais alternativos baseados em critérios empíricos. O modelo
fatorial formado por seis e quatro itens em cada fator respectivamente, apresentou indicadores de ajuste
melhores que outros modelos testados [χ²/gl = 3,21, GFI = 0,91, AGFI = 0,86 e RMSEA = 0,09 (IC90% =
0,076 – 0,116)]. Conclui-se que a presente medida em questão reúne evidências de validade e precisão con-
sistindo em um instrumento psicometricamente adequado podendo ser usado, portanto, em estudos que le-
vem em conta essa temática.
Palavras-Chave: Homoparentalidade, Validade Fatorial, Consistência Interna .
15
CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE UM MODELO DE SELEÇÃO EM EMPRESA PRIVADA
Marcelo Henrique Oliveira Henklain Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos
Universidade Federal de Roraima [email protected]
RESUMO: Empresas privadas, geralmente, contratam psicólogos para atuar no RH selecionando pessoas,
tarefa cuja complexidade varia em função de fatores como porte da empresa, oferta de empregos na região,
equipe do RH, entre outros. Nesse contexto, o psicólogo precisa atuar orientado por parâmetros éticos e
científicos, mas atendendo às necessidades do cliente. Este trabalho é um relato da experiência do autor na
criação e implantação de modelo de seleção em empresa privada (pequeno porte) de TI. Os dados apresen-
tados foram obtidos em relatórios do RH e a análise foi feita mediante identificação dos efeitos do modelo
sobre quantidade de candidatos nos processos, duração da seleção, permanência dos contratados na empre-
sa e satisfação dos administradores com o serviço prestado. De 2002 (fundação) a 2009, a empresa não ti-
nha RH, tampouco modelo de seleção, ambos iniciados em 2010. Em 2015 contava com 102 colaborado-
res: 13 haviam entrado por contratação anterior ao modelo e 89 posterior. Esse modelo prevê, após divulga-
ção da vaga e triagem de currículos, a realização de um encontro com os candidatos escolhidos na triagem
para apresentação da empresa e aplicação de técnica de dinâmica de grupo. Os aprovados participam da
fase de entrevista com psicólogo, quando são aplicados testes de aptidão. Se aprovados, seguem para a en-
trevista técnica e, por fim, para uma entrevista com o diretor executivo. O que deve ser avaliado em cada
fase é definido com base na descrição de cargos, nos requisitos da vaga e na cultura organizacional. Recen-
temente foi iniciado processo de validação, dentro da empresa, dos instrumentos utilizados com o intuito de
aprimorar o processo seletivo. Defende-se a necessidade de maior troca entre profissionais (e entre profissi-
onais e estudantes) sobre as soluções desenvolvidas em contextos naturais, bem como a realização de estu-
dos aplicados para avaliar, por exemplo, a eficácia dessas soluções em outras empresas.
Palavras-chave: Modelo de seleção de pessoas, Recursos Humanos, Psicologia Organizacional e do
Trabalho.
17
TRABALHO-FAMÍLIA E FAMÍLIA-TRABALHO: UM LEVANTAMENTO EM EMPRESAS PRIVADAS DE BOA VISTA
Liliane Lima da Silva
Aluna do Curso de Administração da UFRR :[email protected];
Adreana Silva Costa
Aluna do Curso de Administração da UFRR [email protected]
Lucas Leonel da Silva
Aluno do Curso de Administração da UFRR [email protected];
Mariana Leonel
Aluna do Curso de Administração da UFRR [email protected];
Rodrigo
Aluno do Curso de Administração da UFRR [email protected];
Vanessa Campos Galvão
Aluna do Curso de Administração da UFRR [email protected].
Jaqueline Rosa
Mestre em Administração, professora do Curso de Administração da UFRR [email protected]
RESUMO: Em uma era de mudanças sociais rápidas e intensas, faz-se necessário compreender como os
indivíduos percebem a relação trabalho-família e família trabalho, uma vez que nessa confluência subjaz
questões que englobam a saúde do trabalhador. O trabalho não se resume em uma fonte originária de capa-
cidades, mas também em uma fonte de demandas as quais os indivíduos devem lidar (RODRIGUES; BAR-
ROSO; CAETANO, 2010). As transformações ocorridas na sociedade tiveram seus efeitos tanto no merca-
do de trabalho quanto no ambiente familiar. Este trabalho tem como objetivo identificar o nível de interfe-
rência do trabalho na família e da família no trabalho, dos funcionários de empresas privadas do segmento
de distribuição de alimentos e bebidas de Boa Vista. Para tanto, trata-se de pesquisa quantitativa e descriti-
va, tipo Survey de atitude, com análise de dados por meio da estatística descritiva a partir da frequência.
Fez uso de amostragem por conveniência, sendo distribuídos 222 questionários em 03 empresas privadas
do segmento de distribuição de alimentos e bebidas, as quais totalizam 320 funcionários.
18
Foram validados 200 questionários. O instrumento de pesquisa de Bastos e Aguiar (2014) utilizado é com-
posto de 10 questões, das quais 05 referem-se ao conflito trabalho-família e as demais, referem-se ao con-
flito família-trabalho. As evidências indicaram que o nível de interferência trabalho-família é moderado, e
o nível de interferência da família no trabalho é baixo. Indica-se que questões como gênero e a natureza do
trabalho possam ter implicações diretas nesse resultado. Sugere-se estudos futuros com pesquisa qualitati-
vas que possam traduzir as demandas familiares e realizar comparações entre gênero, a partir de uma amos-
tragem aleatória. Essa pesquisa traz contribuições empresariais ao proporcionar um levantamento das per-
cepções dos funcionários quanto à relação trabalho-família e família-trabalho que pode conduzir a mais es-
tudos por parte das empresas de forma a alcançar o equilíbrio entre esses dois domínios.
Palavras chaves: Conflito Trabalho-Família, Conflito Família-Trabalho, Psicologia Organizacional.
19
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER E SUAS REPERCUSSÕES NO CONTEXTO DE TRABALHO
Franceane Andrade Camelo
Discente do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Roraima [email protected]
Fernanda Ax Wilhelm
Docente do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Roraima [email protected]
RESUMO: A violência doméstica contra a mulher é um fenômeno complexo que pode ter impacto em
vários contextos, especialmente no ambiente laboral. Nesse sentido, o objetivo do estudo foi analisar as re-
percussões físicas, psicológicas e sociais da violência doméstica no contexto de trabalho de uma mulher
vitimada. Devido à complexidade de acesso às participantes, optou-se por realizar um estudo de caso. Para
a coleta dos dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado com categorias de análise pré-
estabelecidas. Posteriormente, foi realizada a recorrência, caracterizada pelo retorno à participante, com o
objetivo de clarificar dúvidas, conferir e validar as respostas. Os dados foram analisados com base na abor-
dagem da análise de conteúdo. A repercussão física foi relacionada à dificuldade para locomover-se devido
às agressões físicas sofridas, o rosto inchado “por chorar” e o desconforto dos hematomas no corpo, bem
como a utilização de vestuário para esconder, em um contexto de temperaturas altas. A repercussão psico-
lógica foi caracterizada pelo diagnóstico de depressão, diminuição da autoestima, dificuldade de concentra-
ção e insônia. A repercussão social foi relacionada à decisão de isolar-se da família e dos colegas de traba-
lho por sentimentos de vergonha, angústia, tristeza; por considerar que os colegas têm conhecimento da
situação e por entender que eles não acreditam em sua capacidade de produzir e não permitem sua partici-
pação em algumas atividades; por ausência de apoio social dos colegas e de alguns gestores. Concluindo, as
repercussões da violência doméstica estão inter-relacionadas e podem repercutir, também, no âmbito labo-
ral, durante e após a ocorrência das agressões, com diferentes prejuízos. Deste modo, é importante refletir
sobre a importância de profissionais qualificados para a escuta, acolhimento e sensibilização no desenvolvi-
mento de habilidades para lidar e apoiar mulheres, que vivenciam algum tipo de violência, de forma ética e
humanizada.
Palavras-chave: violência doméstica; mulher; trabalho.
20
A PERSPECTIVA DOS PROFESSORES ACERCA DA CONTRIBUIÇÃO DOS PSICÓLOGOS NAS SRM
Jéssica de Almeida Gomes
Acadêmica do curso de graduação em Psicologia da UFRR, bolsista PIBIC-UFRR [email protected]
Soraya Ivon Ramirez Moreno
Psicóloga, M.Sc., Profª. do Departamento de Psicologia da UFRR [email protected]
RESUMO: Ao se discutir as necessidades especiais, inclusão escolar e educação inclusiva tem-se como
resultado a necessidade de uma reorganização nas escolas que reconheça e valorize as diferenças, destacan-
do a função do psicólogo que contribui com o processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa objetivou
identificar a importância do psicólogo escolar nas salas de recursos multifuncionais-SRM na perspectiva
dos professores de escolas municipais de Boa Vista – RR, averiguar quais as contribuições da atuação do
psicólogo escolar na educação inclusiva, levantar dados sobre as salas de recursos multifuncionais do mu-
nicípio, além de verificar quantos alunos são atendidos, e constatar quais as expectativas em relação a atua-
ção do psicólogo escolar para as salas de recursos multifuncionais. Foi uma pesquisa qualitativa, de caráter
exploratório, que usou entrevistas semiestruturadas. Foram entrevistados 4 professores de escolas munici-
pais de Boa Vista-Roraima que trabalham em sala de recursos multifuncionais, responsáveis por alunos
com necessidades especiais que fazem uso dessa sala. Assim, de acordo com a percepção dos entrevistados,
estes consideraram importante a inserção de um profissional que colaboraria não apenas com o desenvolvi-
mento psicossocial das crianças com necessidades especiais, mas de todas as crianças que fazem parte do
contexto escolar, através de análises e intervenções no processo de ensino-aprendizagem, desenvolvimento
humano, relações interpessoais e integração família-comunidade-escola, uma vez que não há nenhum pro-
fissional de psicologia atuando diretamente nas escolas municipais de Boa Vista – RR. Este seria um pro-
fissional que contribuiria com o desenvolvimento das crianças, além de atuar em outras demandas, revelan-
do uma predisposição para um trabalho interdisciplinar entre professor e psicólogo nas instituições escola-
res. Concluiu-se que os profissionais da educação consideram relevante a inserção do psicólogo como pro-
fissional que auxilie no atendimento educacional de alunos com necessidades especiais, além de ter uma
visão de atuação profissional do psicólogo mais abrangente.
Palavras-chave: Psicólogo; Atuação; Inclusão Educacional; Educação Especial
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QUALIDADE DE SONO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: TESTANDO UM MODELO EXPLICATIVO
Erlândio Andrade de Sousa
Bacharel em Psicologia [email protected]
Leogildo Alves Freires
Doutor em Psicologia Social, professor do Curso de Psicologia/UFRR [email protected]
Gleidson Diego Lopes Loureto
Graduando em Psicologia/UFRR¹ [email protected]
RESUMO: Este trabalho objetivou desenvolver um modelo explicativo da qualidade de sono de estudan-
tes universitários, tendo como variáveis independentes o desconforto psicológico, o estresse, a fadiga, o uso
de cafeína, considerando a sonolência diurna como variável a ser explicada pelo modelo. Participaram 407
estudantes de uma universidade do munícipio de Boa Vista – RR. Estes tinham idade média de 23 anos (dp
= 6,75), sendo a maioria do sexo feminino e de cursos diurnos. Os participantes responderam a uma versão
online dos seguintes instrumentos: Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI-BR), Escala de Sono-
lência de Epworth (ESS-BR), Questionário de Cronotipo de Munique (MCTQ), Escala de Estresse Acadê-
mico (EEA) e informações demográficas. Inicialmente, verificaram-se os parâmetros psicométricos da me-
dida de estresse acadêmico. Após realizados os processos de validação indicados pela literatura especializa-
da, pode-se averiguar que a EEA é uma medida unifatorial, explicando 42% da variância total das respostas
aos itens e apresentando α de Cronbach de 0,88, podendo esta ser utilizada para alcançar os objetivos do
presente trabalho. Posteriormente, evidenciou-se que, dentre os componentes da qualidade de sono e da so-
nolência diurna, apenas a Latência de Sono apresentou diferenças significativas (p < 0,01) entre indivíduos
de diferentes cronotipos, sendo esta mais elevada entre vespertinos (m = 1,64; dp =0,96) do que nos matuti-
nos (m = 1,21; dp =0,88), com uma diferença média de 0,43. As análises de correlação de Pearson e regres-
são múltipla (stepwise) forneceram subsídios para a elaboração de um modelo explicativo envolvendo os
constructos de desconforto psicológico, estresse e uso de cafeína na explicação da qualidade de sono e esta,
por sua vez, juntamente com a fadiga, explicando, a sonolência diurna. No geral, este modelo se mostrou
ajustado aos dados empíricos: χ²/gl = 3,12, GFI = 0,99, AGFI = 0,95, CFI = 0,98 e RMSEA = 0,07 (0,03 –
0,12).
Palavras-chave: Qualidade de sono; Sonolência diurna; Cronotipo; Estudantes universitários.
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UM ESTUDO SOBRE VIVÊNCIAS DE MÃES APENADAS NA SEPARAÇÃO DOS FILHOS
Ana Jéssica Lima Loureiro Psicóloga
Lázaro Batista da Fonseca Mestre em Psicologia Social, Professor do curso de Psicologia/UFRR
RESUMO: Esta pesquisa objetivou investigar as vivências no tocante à experiências de mães aprisionadas
que passaram pelo processo de separação após período de amamentação dos filhos nascidos em ambiente
prisional. Este estudo abrigou-se na Cadeia Pública Feminina de Boa Vista - Roraima. Optamos pela entre-
vista semiestruturada como instrumento de coleta de dados. Duas mulheres foram entrevistadas, utilizando
um roteiro focalizando: o que é ser mãe; experiências de ser mãe na prisão; vivências gestacionais; senti-
mentos envolvidos na separação; vivências atuais desta separação e rede de acolhimento à criança. As co-
municações foram gravadas e transcritas. Os resultados foram descritos e avaliados segundo procedimentos
da Análise de Conteúdo, principalmente a categorização semântica, e revelaram que as mães significam a
maternidade nos moldes de pureza e benção divina. Contudo a prisão traz consigo as dificuldades cotidia-
nas de exercerem as práticas maternas e impedem-nas de acompanhar o desenvolvimento da criança tal co-
mo estas desejavam. A separação entre mães e seus filhos foi um evento de grande carga emocional que
atualmente continua refletindo em suas vivências. Revelou-se que o período de visitas mensais das crianças
às mães é ineficiente à promoção de contato entre estes por se tratar de um curto período de tempo em que
os bebês não conseguem assimilar àquela figura à materna, consequentemente trazendo grande pesar às en-
trevistadas. As crianças permanecem no seio familiar, sob os cuidados de suas avós.
Palavras-chave: Psicologia; Mães aprisionadas; Separação; Vivências.
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MULHERES NO TRÁFICO DE DROGAS EM RORAIMA: UM ESTUDO PSICOSSOCIAL DESTA REALIDADE
Silvana Rodrigues Mota
Graduanda do curso de Psicologia da Faculdade Cathedral
Talitha Macedo Mestre em psicologia clínica (UNICAP),
Professora da Universidade Federal de Roraima [email protected]
RESUMO: Sabe-se que há uma grande dificuldade da mulher, presidiária, em readaptar-se ao meio social,
à família e principalmente ao mercado de trabalho. Estes fatores aliados ao baixo nível de escolaridade e de
baixa auto-estima geram a probabilidade de uma possível reincidência no mundo do crime. Neste sentido, o
presente trabalho teve por objetivo compreender as repercussões psicosociais para às mulheres que cum-
prem pena por tráfico de drogas na cadeia Pública feminina em Boa Vista-RR. Tratou-se de uma pesquisa
qualitativa, onde através de entrevistas semi-dirigidas abordou-se reeducandas do sistema prisional, numa
faixa etária compreendida entre 18 à 65 anos. Foi possível observar grande incidência das raças
(autodeclaradas) parda e negra, e que a maioria não possuía ensino fundamental completo e provinham de
um baixo nível sócio-econômico (com renda familiar abaixo de um salário mínimo ao mês). Quando ques-
tionadas sobre os motivos que as remeteram ao mundo do crime alegaram influência do companheiro e
vantagens financeiras. Deste modo, Uma das dificuldades de reinserção social destas mulheres, são as pou-
cas alternativas de trabalho e qualificação profissional, e quando existem são ineficazes. No caso do siste-
ma prisional, são oferecidos para as mulheres cursos como bordado, costura e/ou artesanato, que não auxili-
am em uma qualificação profissional efetiva e eficaz para uma posterior reintegração à sociedade.
Palavras-chaves: Mulheres; tráfico de drogas; repercussões.
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MEDINDO A PSICOPATIA NA POPULAÇÃO GERAL E CARCERÁRIA
Juliana Cardoso Martins Psicóloga
Talitha Lúcia Macêdo da Silva, Mestre em psicologia Clínica, Profa da UFRR
Leogildo Alves Freires Doutor em Psicologia Social, Professor da UFRR
RESUMO: É grande o fascínio e o medo que o tema psicopatia exerce na população. Presente em inúme-
ros livros, filmes e séries, constantemente os psicopatas são retratados como pessoas frias, que não possu-
em empatia por ninguém. Geralmente são associados a crimes violentos e hediondos. No âmbito da mensu-
ração da Psicopatia, é possível identificar duas hipóteses principais, a taxônica segundo a qual o indivíduo
seria incluído numa categoria (psicopata ou não-psicopata), ou ainda que o construto pode ser compreendi-
do como uma variável dimensional, na qual a psicopatia estaria presente em todos os indivíduos, em um
determinado grau, assim, o objetivo principal desse trabalho foi conhecer a estrutura latente da Psicopatia
em indivíduos da população geral e carcerária, utilizando a análise taxométrica, que é uma ferramenta esta-
tística, que testa se um determinado construto é melhor representado por categorias ou por dimensões nas
quais os sujeitos variam. Assim, dois estudos empíricos foram realizados: O primeiro objetivou verificar a
estrutura latente da Psicopatia, na Triarchic Psychopathy Measure (TriPM), utilizando 100 indivíduos da
população carcerária de Roraima, que responderam à TriPM e perguntas demográficas. Utilizou-se três pro-
cedimentos taxométricos: MAMBAC, MAXEIG e L-Mode. Analisou-se conjuntos de dados categóricos e
dimensionais simulados, assim como os índices de ajuste CCFI. Os resultados encontrados apontaram para
um melhor ajuste ao formato dimensional em detrimento do taxônico, ou seja, a Psicopatia parece ser mais
bem representada como um transtorno, na qual os sujeitos estão distribuídos em um continuum e não numa
categoria. O Estudo 2 foi similar ao primeiro, porém, em indivíduos da população geral. Participaram 140
pessoas, que responderam os mesmos instrumentos e as mesmas técnicas taxométricas do estudo anterior.
Os resultados também apontaram para a dimensionalidade da Psicopatia. Estima-se que os objetivos foram
alcançados, aumentando o entendimento que se tem em torno do construto.
Palavras-chave: Psicopatia; Taxométrica; Dimensional.
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ANÁLISES DE DADOS TEXTUAIS EM CIÊNCIAS HUMANAS: O USO DO SOFTWARE IRAMUTEQ
Gleidson Diego Lopes Loureto Acadêmico do curso de graduação em Psicologia/UFRR.
Leogildo Alves Freires Doutor em Psicologia Social, Professor do curso de graduação em Psicologia/UFRR
RESUMO: A análise do tipo textual refere-se a um conjunto específico de análise de dados que tem como
material de análise dados verbais transcritos, portanto de textos produzidos de diferentes formas, tais como:
textos originalmente escritos, entrevistas, documentos, redações, dentre outras. Tais fontes são tradicionais
no campo das Ciências Humanas e Sociais. Nesse contexto, alguns softwares específicos para análise de
dados textuais são cada vez mais utilizados em estudos na área de Ciências Humanas e Sociais, sobretudo
em estudos em que o corpus, ou material textual objeto da análise, é bastante extenso. Para tanto, o presente
trabalho objetiva precipuamente discutir o uso de softwares para análises de textos nos referidos campos do
saber, assim como, sumariamente, apresentar um software que permite análises estatísticas de dados textu-
ais, chamado Iramuteq. Trate-se de um programa gratuito, desenvolvido sob a lógica da open source, licen-
ciado por GNU GPL (v2), ancorado no ambiente estatístico do software R (R Core Team) e na linguagem
python. Entre outras análises estatísticas, tal ferramenta possibilita a execução de análises de similitude e
nuvem de palavras. De todo modo, ressalta-se o reconhecimento das potenciais contribuições advindas de
avanços tecnológicos, na área da informática, que auxiliam na compreensão de grandes conjuntos de dados
como o desenvolvimento de softwares e hardware, concorrendo assim para tomada de decisões e transfor-
mação de dados em conhecimento. Ademais, são expostas as vantagens do uso de softwares em relação às
análises de textos, bem como o papel do pesquisador no emprego dessas técnicas. Por fim, almeja-se situar
o uso de softwares como um instrumento de exploração dos dados, portanto como uma técnica, não consti-
tuindo um método, enfatizando o papel ativo de interpretação por parte do pesquisador com base em conhe-
cimento teórico.
Palavras-chave: Dados Textuais; Análises Estatísticas; Ciências Humanas.
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A CARTOGRAFIA COMO MÉTODO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Marina Luiza Pereira Guimarães Graduanda em Psicologia (UFRR), bolsista PIBIC/UFRR
Lázaro Batista da Fonseca Mestre em Psicologia Social, Professor do Curso de Psicologia (UFRR)
RESUMO: Este trabalho busca apontar, de maneira breve e geral, alguns dos aspectos teórico-
metodológicos inerentes ao método cartográfico, assentando-se em algumas de suas principais característi-
cas: a inversão do sentido usual do método, sua inseparabilidade entre pesquisa e intervenção, assim como
a função e modalidades da atenção nas atividades do cartógrafo. Formulado por Gilles Deleuze e Félix
Guattari, a cartografia se interessa pelo acompanhamento de processos, em detrimento da pura e estrita re-
presentação de fenômenos ou objetos, ressaltando-se o primado da experiência como ponto de partida para
a emergência da produção do conhecimento. Além disso, a partir da análise e discussão de alguns dos fun-
damentos teóricos que demarcam o método (PASSOS; BARROS, 2009, KASTRUP, 2009), discute-se a
inseparabilidade entre o saber-fazer e a dimensão ético-política que tais pressupostos metodológicos trazem
consigo. Através das desestabilizações de padrões, daquilo que se encontra institucionalizado, o processo
cartográfico comporta a propagação e ampliação das forças inventivas, em busca da transformação da reali-
dade a qual acompanha e constitui. Destaca-se a atenção cartográfica como flutuante, concentrada e aberta,
comparando-a à atenção seletiva, enfatizando a abertura ao encontro de virtualidades e a possibilidade de
redirecionamento da atividade de pesquisa. Dentre as variedades da atenção do cartógrafo, o rastreio, o to-
que, o pouso e o reconhecimento atento são aqui discutidos. Espera-se, a partir dessas reflexões, contribuir
para a expansão do leque metodológico passível de utilização em pesquisa em Psicologia em Roraima, arti-
culando-a com saberes outros e tecendo questões que reverberem em novas possibilidades de emergência
dos modos de vida contemporâneos.
Palavras-chave: cartografia; atenção cartográfica; pesquisa em psicologia.
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