Livro de resumos do XIII SEMIC/UEFS 2009.

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1. i ORGANIZAO Prof. Dr. Jos Carlos Barreto de Santana Reitor Prof. Dr. Washington Almeida Moura Vice-Reitor Profa. Dra. Marluce Maria Arajo Assis Pr-Reitora de Pesquisa e Ps-graduao Prof. Dra. Norma Lucia Fernandes de Almeida Coordenadora de Iniciao Cientifica Profa. Dra. Accia Batista Dias Coordenadora de Pesquisa Prof. Dr. Cludio Cledson Novais Coordenador de Ps-Graduao Clcia Santana de Oliveira Wesley Pereira Mota Dbora Queite Leal Siqueira Flavius Almeida Lira Secretaria de Pesquisa e Iniciao Cientifica Alzilene de Andrade Lima Diego Emanoel Sousa Gonalves Janecleide Nascimento Santos Silva Secretaria de Ps-Graduao Dilma Pacheco de Oliveira Edlene Rizrio Falco Vilnia Maria Santana da Silva Secretaria da Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao 2. ii Comit Organizador do XIII SEMIC Profa. Dra. Norma Lucia F. de Almeida (Departamento de Letras e Artes) Profa. Dra. Accia Batista Dias (Departamento de Cincias Humanas e Filosofia) Prof. Dr. Alexandre Manoel de M. Carvalho (Departamento de Fsica) Prof. Dr. Antonio Azeredo (Departamento de Sade) Prof. Dr. Antonio Roberto Seixas da Cruz (Departamento de Educao) Prof. Dr. Ardemiro Barros (Departamento de Exatas) Prof. Dr. Edna Maria de Arajo (Departamento de Sade) Profa. Dra. Eliana Sandra Pitombo Teixeira (Departamento de Letras) Profa. Dra. Cristina Maria Rodrigues (Departamento de Tecnologia) Prof. Dr. Francisco de Assis Ribeiro Santos (Departamento de Biologia) Profa. Dra. Gracinete Bastos de Souza (Departamento de Cincias Exatas) Prof. Dr. Germano Pinto Guedes (Departamento de Fsica) Profa. Dra. Hely Cabral (Departamento de Letras) Prof. Dr. Lenaldo Muniz de Oliveira (Departamento de Cincias Biolgicas) Profa. Dra. Llian Miranda Bastos Pacheco (Departamento de Educao) Profa. Dra. Lucilene Reginaldo (Departamento de Cincias Humanas e Filosofia) Profa. Dra. Michele Fulvia (Departamento de Tecnologia) Prof. Dr. Nilo Rosa (Departamento de Cincias Sociais Aplicadas) Prof.Dr. Edinusia M. Carneiro Santos (Departamento de Cincias Humanas e Filosofia) Profa. Dra Ana Rita Duarte Guimares (Departamento de Sade) Profa. Dra Maria Lcia Silva Servo (Departamento de Sade) 3. iii PARECERISTAS SEMIC 2009 BIOLOGIA Alexa Paes Coelho Alexandre Clistenes A. Santos Ana Paula Trovatti Uetanabaro Anglica Maria Lucchese Aristteles Ges Neto Bruno Andrade C. de Carvalho Caio Graco Machado Cssio Van den Berg Claudineia Regina Pelacani Edson Luiz Camandaroba Eneida de Moraes M. Cerqueira Fbio Pedro S. de F. Bandeira Flora Acua Junca Francisco de Assis Ribeiro dos Santos Freddy Ruben Bravo Quijano Gilberto Marcos de M. Santos Ilka Biondi Jos Geraldo Wanderley Marques Jos Lzaro Lins Ribas Jos Marcos de Castro Nunes Jos Marcos de Castro Nunes Jos Raniere Ferreira de Santana Jucelho Dantas da Cruz Kelly Regina B. Leite Lenaldo Muniz de Oliveira Ligia Silveira Funch Luciene Cristina Lima e Lima Lus Fernando P. Gusmo Mrcia Maria de Souza Maria da Glria Sampaio Gomes Maria Gabriela Bello Koblitz Miriam Gimenes Priscila Paixo Lopes Roberto Lisboa Romo Solange Maria Costa de Amorim Suzi de Almeida V. Barboni Valdeci dos Santos CINCIAS HUMANAS E FILOSOFIA Accia Batista Dias Cloves Luiz Pereira Oliveira Edinusia Moreira Carneiro Elizete da Silva Eurelino Teixeira Coelho Neto Jemison Mattos Santos Jocimara Souza Britto Lobo Lucilene Reginaldo Mrcia Maria da S. Barreiros Leite Neide de Assis Santana Raquel de Matos Cardoso Vale Rinaldo Cesar Nascimento Leite Zeneide Rios de Jesus CINCIAS SOCIAIS APLICADAS Antonio Ricardo Dantas Caff Dermeval Passos da Hora Eugnio Lima Mendes Nilo Rosa dos Santos EDUCAO Andr Luiz Brito Nascimento Antonio Roberto Seixas da Cruz Denise Helena P. Laranjeira Llian Miranda Bastos Pacheco Marinalva Lopes Ribeiro Mirela Figueiredo Santos Solange Mary Moreira Santos Wilson Pereira de Jesus 4. iv EXATAS Alexandre Freitas Espeleta Ana Carla Percontini da Paixo Carlos Cesar Uchoa de Lima Cladio Eduardo Ges Davi Felix Martins Jnior Gracinete Bastos de Souza Jonei Cerqueira Barbosa Jos Garcia Vivas Miranda Liana Maria Barbosa Marcelo Ossamu Honda Marilda Santos Pinto Miedema Marjorie Cseko Nolasco Paulo Csar Machado A. Farias Suzana Modesto Oliveira Brito Washington de Jesus S. da F.Rocha FSICA Alexandre Leite Gadelha Amanda Amantes Neiva Ribeiro Caio Castilho Esdras Santana dos Santos Germano Pinto Guedes Jailton Souza de Almeida Jos David Mangueira Viana Jos Garcia Vivas Miranda Katemari Rosa Milton Souza Ribeiro Suani Tavares Rubim de Pinho LETRAS E ARTES Carla Luzia Carneiro Borges Cludio Cledson Novaes Eliana Sandra Pitombo Teixeira Hely Dutra Cabral C. da Fonseca Lysie dos Reis Oliveira Norma Lcia Fernandes de Almeida Rosana Maria Ribeiro Patrcio Silvana de Farias Silva Arajo SADE Alessandra Castro Alves Alexandro Branco Ana urea Alcio O. Rodrigues Ana Mayra Andrade de Oliveira Ana Rita D. Guimares Antonio Azeredo Carlito Lopes N. Sobrinho Dalva de Andrade Monteiro Edna Maria de Arajo Isaac Suzart Gomes Filho Isadora Cristina de Siqueira Manoelito Coelho dos Santos Junior Marcelo Torres Peixoto Mrcio Campos Oliveira Maria ngela A. do Nascimento Maria Conceio Oliveira Costa Maria Geralda Gomes Aguiar Maria Lucia Silva Servo Maricelia Maria de Lima Rosely Cabral de Carvalho Sandra Aparecida de Assis Tnia Maria de Arajo Waldelene de Arajo Gomes TECNOLOGIA Antonio Lopes Apolinrio Jnior Cristina Maria Rodrigues Silva Elisa Teshima Jos Mario Feitosa Lima Maria do Socorro C. S. Mateus Maria Gabriela Bello Koblitz Maurcio Cunha Escarpinati Michele Fulvia ngelo Pablo Rodrigo Fica Piras Paulo Roberto Lopes Lima Rosangela Leal Santos 5. v CONTATO Coordenao de Iniciao Cientfica Email: [email protected] Telefone: (75) 3224 8259 / Fax: (75) 3224 8027 EDITORAO ELETRNICA Ricardo Vilas-Bas Gomes UEFS [email protected] 6. vi APRESENTAO A Universidade Estadual de Feira de Santana vem, h mais de uma dcada, realizando o Seminrio de Iniciao Cientfica (SEMIC) com o objetivo de expor e discutir trabalhos realizados por estudantes que participam de programas de Iniciao Cientfica. A Iniciao Cientfica um instrumento que permite a formao no somente de jovens pesquisadores, mas tambm de jovens cidados e futuros profissionais conscientes de seu papel na sociedade. O dilogo entre orientandos e orientadores acrescenta novas contribuies cientficas e tecnolgicas, nas mais diferentes reas, para o desenvolvimento da pesquisa no pas. Assim, o XIII SEMIC prope a discusso sobre A Cincia na UEFS, em consonncia com o tema A Cincia no Brasil, da Semana Nacional de Cincia e Tecnologia (SNCT). Pretende-se discutir as produes aqui realizadas, como tambm quelas de outras instituies que podero ser apresentadas na UEFS. Estudantes da instituio podero se inscrever para apresentao oral ou em forma de pster. A primeira obrigatria para bolsistas PIBIC/CNPq/FAPESB, da cota UEFS. Estudantes de outras instituies devem fazer a inscrio na modalidade pster. O XIII SEMIC inova na sua estrutura abrindo espao para exposio de psteres apresentados por nossos estudantes em eventos nacionais ou internacionais ocorridos ao longo do ano. Assim, convidamos voc a participar deste importante evento em nossa Instituio que tem o objetivo de integrar a produo cientfica, tecnolgica, artstica e cultural da comunidade de iniciao cientfica da UEFS e de outras instituies! 7. Sesso I 8. 2 A AVIFAUNA DE DUAS REAS DE CAATINGA DA BACIA DO RIO SALITRE, BAHIA. Alan Daniel Cerqueira Moura1 e Caio Graco Machado 2 1. Bolsista Fapesb/UEFS, Graduando em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Professor Titular, Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: avifauna, Caatinga, inventrio. INTRODUO A Caatinga o nico bioma endmico do Brasil e ocupa uma rea de aproximadamente 735.000 km. Devido s suas variaes altitudinais, climticas e geomorfolgicas, este bioma apresenta uma paisagem extremamente diversificada que pode variar desde formaes ralas at verdadeiras florestas. (Andrade - Lima, 1981; Silva et al., 2004; Olmos et al., 2005). Embora nos ltimos anos tenha sido ampliado o nmero de estudos em reas de Caatinga, esta continua apresentando o menor grau de conhecimento biolgico do pas, o que no condiz com seu intenso processo de degradao (Santos, 2002). Apesar de ser considerado o grupo animal mais bem conhecido em relao taxonomia, distribuio e histria natural, os dados referentes s aves da caatinga ainda apresentam grandes lacunas (Pacheco, 2004). Pacheco e Bauer (2000) organizaram as informaes sobre as aves que ocorrem na vegetao de caatinga (caatinga strictu senso), e obtiveram uma lista com 347 espcies. Silva et al. (2003) ao incluir nesta lista informaes sobre a avifauna que ocorre nas reas de exceo como os brejos de altitude e os campos rupestres (caatinga lato senso), obtiveram uma lista com 510 espcies de aves (30 % da avifauna brasileira). Diante da crescente degradao ambiental e da carncia de dados ornitolgicos na Caatinga, se torna relevante o desenvolvimento de estudos sobre a composio, estrutura e dinmica das espcies de aves deste bioma. O presente estudo teve como principal objetivo inventariar as comunidades de aves de duas reas de caatinga da bacia do rio Salitre e analis-las quanto composio, estrutura trfica, uso do hbitat e sensitividade aos distrbios humanos. MATERIAL E MTODOS rea de estudo A bacia hidrogrfica do rio Salitre uma sub-bacia do rio So Francisco, situada no centro-norte do estado da Bahia, totalmente inserida no territrio baiano e no polgono das secas. Para o desenvolvimento deste estudo foram selecionadas duas rea da bacia do Salitre , sendo uma localizada no baixo (rea 1) e outra no alto curso do rio (rea 2). rea 1: O povoado do Junco (094130S/403528W) est localizado no municpio de Juazeiro, a uma altitude de 388m. Situa-se s margens do rio Salitre, apresentando no seu entorno uma vegetao de caatinga arbustivo-arbrea bastante devastada. A vegetao nativa desta localidade est reduzida s suas espcies mais resistentes antropizao e s espcies ruderais. (Frana et al., 2009). rea 2: A fazenda Olho Dgua (112513S/ 411037W) est localizada no municpio de Morro do Chapu, a uma altitude de 1059 m. Apresenta uma vegetao marcada predominantemente por uma caatinga arbrea, com dossel em torno de 4m de altura. Nesta localidade tambm foram observadas e amostradas reas de tabuleiro arenoso, onde se encontram nascentes de cursos dgua que iro formar o rio Salitre, alm de alguns afloramentos rochosos, localmente denominados de lajedos. De acordo com Velloso et al. (2002), que propem uma diviso do Bioma Caatinga em ecorregies, a rea 1 est inserida na Depresso Sertaneja Meridional, enquanto que a rea 2 faz parte do Complexo da Chapada Diamantina. Ambas constam na lista das reas consideradas de extrema importncia biolgica e prioritrias para a conservao (Velloso et al., 2002; Silva e Tabarelli, 2003), 9. 3 alm de pertencerem a duas IBAs (Important Birds reas) do estado da Bahia: 1- Cura; 2 - Morro do Chapu (Bencke et al. 2006). Coleta de dados Foram realizadas duas expedies com durao de seis dias para cada rea, sendo uma durante a estao seca e a outra durante a chuvosa. Na rea 1, a amostragem ocorreu em novembro de 2008 e janeiro de 2009 e na rea 2, em setembro de 2008 e maro de 2009. Em todas as coletas foram percorridas trilhas e estradas, onde foi registrada a ocorrncia de espcies de aves atravs de contatos visuais e auditivos. Os registros visuais foram realizados a olho nu ou com o auxlio de binculos 10x50 e 8x30. A identificao das espcies foi feita com o auxlio de guias de campo (Souza, 2004; Sigrist, 2007). Estas atividades foram realizadas do alvorecer ao meio-dia e das 14:00h ao crepsculo, totalizando 160 horas de esforo de campo (80 h/rea); incurses noturnas aleatrias foram realizadas para o registro de espcies noctvagas. Em todas as expedies, exceto a de setembro de 2008, foram montadas dez redes de neblina (9m X 2,5m, malha 1,5mm), da aurora ao meio dia e das 14:00h at o crepsculo, durante trs dias consecutivos, totalizando um esforo amostral de 20.250 h.m, calculado de acordo com Straube e Bianconi (2002). Os espcimes capturados foram identificados, sacrificados, taxidermizados e depositados na coleo da Diviso de Aves do Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (MZUEFS). As coletas se deram sob a licena permanente nmero SISBIO 13192-1. A lista de espcies registradas nas duas reas seguiu a classificao adotada pelo CBRO (2008), sendo as comunidades de aves analisadas quanto sua composio, estrutura trfica, uso do hbitat, sensitividade e status de conservao das espcies. RESULTADOS E DISCUSSO Foram registradas 146 espcies (96 na rea 1 e 120 na rea 2), distribudas em 40 famlias. Quarenta e nove espcies foram exclusivas da rea 2, 26 da rea 1 e 71 ocorreram em ambas. A riqueza de espcies registrada neste estudo foi semelhante encontrada em outras reas de caatinga (Santos, 2002; Lima et al.,2003; Olmos et al. 2005), que variaram de 72 a 191 espcies. As variaes que ocorreram entre as riquezas observadas podem ser reflexo de diversos fatores, sobretudo das diferenas nos esforos e tipos de amostragem, alm das peculiaridades ambientais e do grau de conservao das reas. Para uma anlise mais criteriosa, preciso se considerar todas as variveis existentes. Contudo, pode-se observar de modo geral, que as maiores riquezas foram encontradas naqueles estudos desenvolvidos em reas de reserva ecolgica, o que pode indicar a eficcia desta estratgia na conservao da avifauna da Caatinga. Foi observada uma tendncia de estabilizao nas curvas de acumulao de espcies, o que demonstra uma suficincia amostral e, portanto, uma eficcia da metodologia. A similaridade entre as reas foi 48%( Js= 0,48), o que indica que essas comunidades so parcialmente semelhantes, possuindo, cada qual, espcies exclusivas. As similaridades entre a estao seca e chuvosa no foram altas nas comunidades amostradas, sugerindo a existncia de um nmero considervel de espcies (cerca de 50%) exclusivas de cada estao, sendo sempre observada uma maior riqueza no perodo chuvoso. A ausncia de algumas espcies em certo perodo do ano pode estar relacionada com deslocamentos populacionais, que parecem ser uma resposta disponibilidade sazonal de alimento (Olmos et al., 2005; Machado et al., 2007; Machado, 2009). A famlia Tyrannidae foi a mais representativa em nmero de espcies nas duas reas, seguida por Columbidae e Emberizidae na rea 1 e por Thamnophillidae e Trochilidae na rea 2, o que caracteriza uma composio diferenciada das comunidades, indicando um reflexo das diferenas na estrutura dos habitats. Os insetvoros constituram a categoria trfica mais representativa, o que comum em ambientes tropicais (Motta-Jnior, 1990; Donatelli et al., 2004). Na rea 1, a terceira categoria trfica mais representativa foi a dos granvoros enquanto na rea 2 foi a dos frugvoros. Este resultado corresponde aos obtidos por Farias et al. (2005), que inventariaram a avifauna de 11 fitofisionomias de caatinga, e constataram que a categoria dos frugvoros predominante em reas florestais enquanto a dos granvoros ocorre com maior representatividade em reas de vegetao aberta. A maior escassez de ambientes florestais na rea 1 se refletiu sobre a composio da avifauna, que se mostrou predominantemente (51%), constituda por espcies independentes de estratos florestais e 10. 4 por um baixo percentual de espcies dependentes (12%). Na rea 2, onde o estrato arbreo predominante, a comunidades de aves se encontra distribuda de maneira mais uniforme quanto ao uso do hbitat, com maiores porcentagens relativas de espcies semi-dependentes (40%) e dependentes (25%). Com relao sensitividade das espcies a distrbios ambientais, observou-se o padro esperado para o bioma, caracterizado pelo predomnio das espcies de sensitividade baixa e mdia e por uma pequena parcela das de alta sensitividade. Neste estudo foram registradas sete espcies endmicas do Bioma Caatinga (Paroaria dominicana, Sakesphorus cristatus, Penelope jacucaca, Aratinga cactorum, Anopetia gounellei, Herpsilochmus sellowi e H. pectoralis), das quais duas encontram-se nacionalmente e mundialmente ameaadas de extino (Penelope jacucaca e H. pectoralis). CONSIDERAES FINAIS Considerando a falta de uniformidade nos padres de distribuio das espcies de aves da Caatinga e a carncia de estudos em nveis locais, os inventrios assumem grande importncia, por disponibilizarem dados inditos sobre a composio, estrutura e dinmica da avifauna local, fundamentais para referenciar estudos posteriores. Contudo, a anlise da riqueza, estrutura trfica, uso do hbitat e sensitividade das espcies indicaram composies avifaunstica distinta entre as reas inventariadas neste estudo. Os registros de espcies bioindicadoras de qualidade ambiental como os insetvoros especialistas, frugvoros de grande porte e predadores de topo foram mais pronunciados na rea 2, o que indica que esta encontra-se sob um melhor estado de conservao, devendo portanto ser considerada em estratgias conservacionistas do bioma Caatinga. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ANDRADE-LIMA,D. 1981. The Caatingas dominium. Revista Brasileira de Botnica. 4: 149-153. BENCKE, G.A., G.N. MAURCIO, P.F. DEVELEY E J.M. GOERCK. 2006. reas importantes para a conservao das aves no Brasil: Parte 1 Estados do domnio da Mata Atlntica. So Paulo: Save Brasil. 494p. CBRO, 2008. Comit Brasileiro de Registros Ornitolgicos. Listas das aves do Brasil. Verso 2008. Disponvel na Word Wide Web em: DONATELLI,R.J., COSTA, T.V.V. E FERREIRA, C.D. 2004. Dinmica da avifauna em fragmentos de mata na Fazenda Rio Claro, Lenis Paulista, So Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia. 21 (1): 97-114. FARIAS, G.B., SILVA, W.A.G. E ALBANO, C.G. 2005. Diversidade de aves em reas prioritrias para conservao da Caatinga. In: Arajo,F.S., Rodal, M.J.N. e Barbosa, M.R.V. Anlise das variaes da biodversidade do bioma Caatinga: suporte a estratgias regionais de conservao. Braslia. MMA. FRANA, F., MELO, E. E ROCHA, D.S.B. 2009. Avaliao da diversidade de fanergamas na bacia do rio Salitre, Bahia, Brasil. Relatrio apresentado para Workshop de Desertificao como parte dos resultados do projeto Mandacaru quando fulora na seca... Estudo multidisciplinar sobre processos de desertificao, estratgias adaptativas e empoderamento das comunidades que habitam nos sertes do estado da Bahia.Feira de Santana. Universidade Estadual de Feira de Santana. LEAL, I.R., SILVA, J.M.C., TABARELLI,M. E LACHER JR. T.E. 2005. Mudando o curso da conservao da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Megadiversidade. 1(1): 139-146. LIMA,C.P., SANTOS, S.S. E LIMA, R.C. 2003. Levantamento e anilhamento da ornitofauna da Arara- Azul-de-Lear (Anodorhyncus leari, Bonaparte,1856): um complemento ao realizado por H. Sick, L.P. Gonzaga e D.M. Teixeira,1987. Atualidades Ornitolgicas.112:11-22 MACHADO, C.G., COELHO, A.G., SANTANA, C.S. & RODRIGUES, M. 2007. Beija-flores e seus recursos florais em uma rea de campo rupestre da Chapada Diamantina, Bahia. Revista Brasileira de Ornitologia. 15 (2): 215-227. MACHADO, C.G. 2009. Beija-flores (Aves:Troquilidae) e seus recursos florais em uma rea de caatinga da Chapada Diamantina, Bahia,Brasil. Revista Brasileira de Zoologia. 26 (2): 255-265. MOTTA-JNIOR, J.C. 1990. Estrutura trfica e composio das avifaunas de trs habitats terrestresna regio central do Estado de So Paulo. Ararajuba. 1 : 65-71 11. 5 PACHECO,J.F. 2004. As aves da Caatinga: uma anlise histrica do conhecimento. In: Silva,J.M.C.; Tabarelli, M.; Fonseca,M.T. e Lins, L.V. Biodversidade da Caatinga: reas e aes prioritrias para a conservao. Braslia: MMA/UFPE. PACHECO, J.F E BAUER, C. 2000. As aves da Caatinga - Aprecieao histrica do processo de conhecimento. In: Workshop Avaliao e identificao de aes prioritrias para a conservao, utilizao sustentvel e repartio de benefcios da biodiversidade do bioma Caatinga. Documento temtico, Seminrio Biodiversidade da Caatinga. Petrolina. SANTOS, M.P.D. 2002. As comunidades de aves em duas fisionomias da vegetao de Caatinga no estado do Piau, Brasil. Ararajuba 12 (2): 113-123. SILVA,J.M.C., SOUZA, M.A., BIEBER, A.G.D. E CARLOS, C.J. 2003. Aves da Caatinga: status, uso do hbitat e sensitividade. In: In: Leal, I.R., Tabarelli, M. e Silva, J.M.C. Ecologia e conservao da Caatinga. Editora Universitria, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil. p 237-274. SILVA, J.M.C., TABARELLI, M., FONSECA, M.T. E LINS, L.V. 2004. Biodversidade da Caatinga: reas e aes prioritrias para a conservao. Ministrio do Meio Ambiente, Braslia. 382 p. SIGRIST, T. 2007. Guia de Campo: Aves do Brasil oriental Birds of eastern Brazil. So Paulo: Avis Brasilis.426 p. SOUZA, D. G. S. 2004. Todas as Aves do Brasil: guia de campo para identificao. Feira de Santana: Ed. Dall. 355p. STRAUBE, F. C. E BIANCONI, G. V. 2002. Sobre a grandeza e a unidade utilizada para estimar esforo de captura com utilizao de redes-de-neblina. Chiroptera Neotropical 8 (1): 150-152. VELLOSO, A.,SAMPAIO, E., PAREYN, F. 2002. Ecorregies propostas para o bioma Caatinga. Recife: Associao Plantas Do Nordeste/Instituto De Conservao Ambiental The Nature Conservancy Do Brasil. 75p. 12. 6 ESTUDO COMPARATIVO DA VARIAO INTRAESPECFICA NA PEONHA DE Crotalus durissus cascavella NO ESTADO DA BAHIA, BRASIL. Alexandre Amadeu Miranda; Ilka Biondi; Sidney Pereira dos Santos; Alexandre Martins Costa Santos4 , 1. Graduando em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Orientador, Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 3. Participante do Projeto, Graduando em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana. e-mail: [email protected] 4. Participante do Projeto, Instituto de Cincias Biolgicas, Universidade Federal de Minas Gerais. PALAVRAS-CHAVE: Crotalus durissus cascavella, Fracionamento, Variabilidade INTRODUO As serpentes da espcie Crotalus duriss us cascavella (Fig. 1) so largamente distribudas no territrio baiano,s o encontradas geralmente em regies secas e rochosas, com vegetao baixa no bioma caatinga (Freitas 2003). Os acidentes causados pela picada de serpente, nas regies em que ocorrem, so considerados um problema de sade pblica (FMO Pinho, 2001). As peonhas produzidas pelas diferentes espcies de serpentes apresentam uma grande variedade em sua composio bioqumica e efeitos biolgicos. Essas so misturas complexas de componentes com uma grande diversidade de ao e efeitos em suas presas e vtimas humanas, tais como neurotoxicidade, distrbios na coagulao, miotoxicidade sistmica, falha renal aguda, dentre outros (FRANCISCHETTI I. M.B, 2000). Alguns estudos apontam para variaes intraespecficas no perfil cromatogrfico das protenas dessas peonhas (CHIPPAUX J.-P,1991). Consequentemente, isso poder ocasionar efeitos patolgicos diferentes nas vtimas de picadas de serpentes, dificultando desde o diagnstico das leses administrao do soro antiveneno, alm da dificuldade de padronizao das peonhas para as pesquisas cientficas. Portanto, este trabalho teve por objetivo demonstrar diferenas qualitativas e quantitativas dos principais componentes proticos da peonha de Crotalus durissus cascavella proveniente de ecossistemas diferentes. Figura 1: Crotalus durissus cascavella MATERIAIS E MTODOS Extrao da Peonha As serpentes foram doadas pela populao e coletadas nas duas diferentes regies do estado da Bahia regio A e B e pertencem ao plantel do Laboratrio de Animais Peonhentos e Herpetologia da Universidade de Feira de Santana. As peonhas foram selecionadas de espcimes pertencentes a espcie Crotalus durissus cascavella e foram extradas e secas de acordo com os procedimentos padres para este experimento (CHIPPAUX J.-P,1991). A peonha seca foi mantida em temperatura ambiente ate o incio dos experimentos. 13. 7 Cromatografia de Excluso Molecular Aproximadamente 10 mg da peonha bruta foi solubilizada em 500uL da fase mvel, bicarbonato de amnia 50 mmol.L-1 mais cloreto de sdio 150 mmol.L-1 pH 7,5 a 25C. A amostra foi centrifugada a 14000 rpm durante um minuto e armazenada em banho de gelo at o momento do uso. O fracionamento da peonha bruta de Crotalus durissus cascavella foi realizado em um sistema de FPLC usando duas colunas de excluso molecular, Superose 12 HR10/30 (Pharmacia) em srie. A coluna foi submetida a um fluxo de 0,5 mL.min-1 e equilibrada com 5 volumes de coluna da fase mvel. Aps o equilbrio 500uL da peonha bruta solubilizada foi aplicada e foram coletados 500uL por frao. O perfil de eluio foi monitorado por detector ultravioleta em 280 nm. As fraes coletadas foram estocadas a -20 C at o momento do uso (Fig. 2). Determinao da Massa Molecular As protenas usadas para calibrao da coluna foram: Aprotinina (6.5 kDa), Citocromo C (17.4 kDa), Tripsinognio (24 kDa), Ovalbumina (45 kDa), Albumina do soro bovino (66 kDa), lcool Desidrogenase (150 kDa) e Beta Amilase (200 kDa) da Sigma foram usados para calibrar as duas colunas Superose 12 em serie em um sistema de FPLC. Foi aplicado 200 g para cada protena utilizada na calibrao. Os pontos de calibrao foram determinados em duplicata, e submetidos regresso linear utilizando-se o programa Origin 5.0 (Tab. 1 e 2) Cromatografia em Fase Reversa Os tubos originados da cromatografia de excluso molecular foram agrupados em quatro fraes e aplicados em uma coluna C18 do tipo monoltica com dimenses de 4.6 x 100 mm (Chromolith da Merck) com macroporos de aproximadamente 2000 nm e mesoporos de 132 nm, utilizando como mtodo, cromatografia de fase reversa em um sistema de HPLC. Foram utilizadas as seguintes fases movis: fase mvel A (soluo aquosa de TFA 0,1%) e fase mvel B (soluo aquosa de 100 % de acetonitrila mais 0,1% de Acido trifluoroactico-TFA). As fraes foram eludas a um fluxo de 4.0 mL/min em gradiente linear de 0 a 100% de fase mvel B em 4 minutos. O perfil de eluio foi monitorado por detector ultravioleta em 340, 280 e 214 nm. As fraes coletadas foram liofilizadas e estocadas - 20 C (Fig 3). RESULTADOS E DISCUSSO Resultados de ambas as metodologias de cromatografia em fase mostram que o veneno de Crotalus durissus cascavella das regies A e B contm diferentes propores do contedo de protenas. O procedimento cromatogrfico desenvolvido por excluso se mostrou eficiente e permitiu acompanhar diferenas nos perfis de protenas de serpentes da mesma espcie, vivendo em ambientes diferentes. A Figura 2 mostra os cromatogramas comparativos sobrepostos, obtida no curso de semi-purificao preparatria no SEC dos venenos de dois testes de serpentes regio A e B. Dados para o tempo retenes comparativa (t M) e rea relativa de cada pico da SEC de venenos das serpentes duas regies, A e B, esto na tabela 1. Resultados de testes biolgicos para a deteco de atividade de L-aminocido oxidase, paro os dois de venenos esto na tabela 2. A Figura 3, mostra a amplitude dos picos par ambas as serpentes, observando-se que algumas protenas se mostram comuns a elas (TM, 3,52 e 3,66), diferindo apenas na sua concentrao, enquanto outras como TM 3,85 e 4,10 , se fizeram apenas presentes exclusivamente no veneno de uma regio, e 4,0 presente na regio do veneno B. Os elementos obtidos dos testes realizados elucidam a existncia, de fato, de uma variao qualitativa e quantitativa nas peonhas das serpentes das diferentes regies, de modo que os grficos apontam essa diferena, a medida que apresentam valores distintos quando submetidos a cromatografia. Essa distino, se supe, ser condicionada pelo ambiente ao qual essas serpentes esto relacionadas. 14. 8 20 40 60 80 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Pico4 Pico3 Pico2 Pico1 Absorbance280nm(mAU) T im e (m im ) Figura 2: Cromatografia de excluso da peonha de duas serpentes de regies diferentes. Regies A (--) e B(-). Tabela 1: Variao de massa dos principais picos da cromatografia de excluso das duas peonhas de regies diferentes. Picos Biomas (Da) 1 Region A 273 146 Region B 279 158 2 Region A 107 72 Region B 113 80 3 Region A 55 36 Region B 70 40 4 Region A 29 15 Region B 35 - 17 Tabela 2: Tempo de reteno e rea relativa dos picos da cromatografia de excluso das duas peonhas de regies diferentes Picos Biomas Tempo (mim) Area Relativa (%) 1 P. Caatinga 42,5 7.41% P.Mata 41,75 13,06% 2 P. Caatinga 48,25 7.64% P.Mata 48,20 3,61% 3 P. Caatinga 54,00 9.52% P.Mata 52,75 10,68% 4 P. Caatinga 57,75 74.77% P.Mata 57,25 72,60% 15. 9 3 4 5 0 50 100 150 200 4,03 3,69 Absorbance280nm(mAU) Time (mim) a 3 4 5 0 50 100 150 200 4,03 3,69 Absorbance280nm(mAU) Time (mim) a 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 4,03 4,22 3,68 3,54 4,11 2,98 Asorbance280nm(mAU) Time (mim) b 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 4,03 4,22 3,68 3,54 4,11 2,98 Asorbance280nm(mAU) Time (mim) b 2 3 4 5 6 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 4,65 4,82 4,41 4,25 3,91 3,62 3,49 Absorbance280nm(mAU) Time (mim) d 2 3 4 5 6 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 4,65 4,82 4,41 4,25 3,91 3,62 3,49 Absorbance280nm(mAU) Time (mim) d 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 0 100 200 300 400 500 600 700 800 4,00 3,52 3,66 4,1 3,85 Absorbance280nm(mAU) Time (mim) c 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 0 100 200 300 400 500 600 700 800 4,00 3,52 3,66 4,1 3,85 Absorbance280nm(mAU) Time (mim) c Figura 3: Cromatografia em fase reversa obtida das fraes da cromatografia de excluso molecular das duas peonhas de regio diferentes. Regio A ( -- ) e B (). (a) Pico 1, (b) pico 2, (c|) pico 3, (d) pico 4. CONCLUSES Os resultados obtidos mostraram que o contedo das peonhas das serpentes da mesma espcie, Crotalus durissus cascavella, mas de populaes que vivem em regies distintas, diferem em seus perfis de protenas. Ainda que no se possa afirmar se as protenas esto presentes em baixas concentraes ou so exclusivas de algumas fraes, algumas dessas protenas podem ter uma funo importante na patologia das peonhas e poderiam ser resposta para as diferenas de sintomas causados por acidentes com essas serpentes. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS CHIPPAUX J.-P., Willians V., White J. 1991. Snake Venom Variability: methods of study, results and interpretation. Toxicon Vol. 29, No. I I , pp. 1279-1303. FMO Pinho, ID Pereira - Revista da Associao Mdica Brasileira, 2001. FREITAS, M.A. Serpentes Brasileiras, Malha-de-sapo publicaes, Lauro de Freitas/BA.2003. FRANCISCHETTI I. M.B., GOMBAROVITS M.E.C., VALENZUELA J. G. 2000. Intraspecific variation in the venoms of the South American rattlesnake (Crotalus durissus terrificus). Comparative Biochemistry and Physiology Part C 127 2336. SANTOS M. C., ASSISB E. B.,MOREIRA T. D., PINHEIRO J., FORTES-DIAS C. L. 2000. Individual venom variability in Crotalus durissus ruruima snakes, a subspecies of Crotalus durissus from the Amazonian region. Toxicon 46 958961 16. 10 RIQUEZA E ABUNDNCIA DA ENTOMOFAUNA NO VESPRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, MUNICPIO DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA Allan Rhalff Gomes Cerqueira; Geane Almeida de Oliveira; Jane Moreira Costa; Jaqueline Ribeiro de Carvalho4 e Maria Jos Santos Magalhes5 1. Bolsista auxlio tcnico UNDEC/UEFS, graduando em Licenciatura em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Bolsista PROBIC/UEFS, graduanda em Licenciatura em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 3. Graduanda em Bacharelado em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 4. Graduanda em Bacharelado em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 5. Graduanda em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: riqueza, abundncia e entomofauna. INTRODUO Devido ao fato dos artrpodes serem bons indicadores da qualidade dos ambientes, por responderem rapidamente s alteraes ambientais, e formarem um txon altamente diverso, vm sendo feita uma srie de levantamentos com os representantes deste grupo. (LANDAU et al., 1999). Dentre os artrpodes, a classe mais abundante para este tipo de trabalho a Insecta. Algumas das vantagens em se trabalhar com esta classe, que seus representantes vivem em ambientes muito diversos, alm de possurem a capacidade vo e um ciclo vital curto. Seu levantamento relativamente fcil e de baixo custo, e os exemplares podem ser mantidos por um tempo indefinido, com um baixo custo econmico para a manuteno da coleo. Para a coleta de insetos existem diversas metodologias, que seguem basicamente duas classificaes: ativa e passiva. Dentre as metodologias de coleta passiva se encontra a da armadilha conhecida como Malaise (TOWNES, 1972), que consiste num mecanismo de interceptao e conduo dos espcimes at um recipiente contendo uma soluo de lcool a 70% (GULLAN, 2005). Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento da abundncia e riqueza da entomofauna no Vesprio da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), no municpio de Feira de Santana, Bahia. MATERIAIS E MTODOS As coletas foram realizadas no Vesprio da UEFS durante os meses de maio, junho e agosto, num total de 4 coletas. Para a coleta dos insetos, foram utilizadas armadilhas Malaise (TOWNES, 1972) de cor preta, que capturam os insetos atravs de uma interceptao e conduo a um recipiente com uma soluo de lcool a 70%. Para o presente trabalho foram utilizadas duas armadilhas, sendo que uma foi instalada ao nvel do solo, embaixo de uma mangueira (famlia anacardiaceae), e a outra no topo de outra rvore da mesma famlia (Figura 1), distando uma da outra em cerca de trs metros. Os frascos contendo o material coletado foram devidamente etiquetados e, posteriormente, triados em laboratrio. Utilizando lupas para a identificao das amostras, a nvel de ordem, a identificao foi feita utilizando as chaves de identificao presentes em Borror (1992), atentando para a incluso da antiga ordem homptera dentro da ordem hemiptera. 17. 11 Figura 1. Malaise suspensa (A), e Malaise no solo (B). RESULTADOS E DISCUSSO Durante o perodo de coleta, foram amostradas um total de 451 espcimes pertencentes s ordens de insetos Hymenoptera, Lepidoptera, Thysanoptera, Diptera, Orthoptera, Hemiptera, Coleoptera e Psocoptera. Do total de amostras, 34 delas corresponderam aos grupos Collembola e Aranea que apesar de no serem insetos, pertencem tambm ao grupo dos artrpodos e tiveram uma representatividade relativamente grande das amostras coletadas (Grfico 1). Com a ordem Diptera, obteve-se a maior abundncia (35,48%), seguida das ordens Hymenoptera (27%) e Lepidoptera (20,85%), enquanto as demais ordens (Thysanoptera, Orthoptera, Hemiptera, Coleoptera e Psocoptera) e os outros dois grupos de artrpodos (Collembola e Aranea) somaram 18,9% (Tabela 1). Segundo Campos et al. (2000), a armadilha Malaise vem sendo amplamente indicada para a captura das ordens Hymenoptera, Diptera e Thysanoptera. As duas primeiras ordens foram as que justamente tiveram uma maior abundncia de espcimes amostradas, apesar da ltima apresentar um nmero menor (apenas sete espcimes). Este resultado para a ordem Thysanoptera pode ser decorrente das caractersticas ambientais do local de coleta, onde esta ordem pode no ter tanta representatividade, ou outra eventual explicao que no cabe ao objetivo deste trabalho. Grfico 1. Representao da abundncia e riqueza de ordens de insetos e dos dois grupos encontrados (collembola e aranea) Hymenoptera Lepidoptera Thysanoptera Diptera Orthoptera Hemiptera Coleoptera Psocoptera Collembola Araneae 18. 12 Tabela 1. Nmero total e porcentagem de indivduos capturados com armadilha Malaise durante o perodo de coleta, por ordem. Ordens N total de espcimes coletadas % (aproximado) Diptera 160 35,48 Hymenoptera 122 27 Lepidoptera 94 20,85 Thysanoptera 7 1,55 Orthoptera 3 0,66 Hemiptera 23 5 Coleoptera 17 3,79 Psocoptera 1 0,22 Collembola 16 3,55 Aranea 18 4 Total 451 100 Os resultados obtidos nesta pesquisa foram semelhantes aos encontrados por Dutra & Marinoni (1994) cuja ordem de maior abundncia tambm foi Diptera (53 574 indivduos), seguida das ordens Lepidoptera (3605 indivduos) e Hymenoptera (1990 indivduos). Alm destas, foram coletados indivduos das ordens Thysanoptera, Ephemeroptera, Odonata, Orthoptera, Isoptera, Plecoptera, Dermaptera, Psocoptera, Hemiptera-homoptera, Neuroptera, Coleoptera, Strepsiptera e Trichoptera. Bonatto e Filho (2007) realizaram um levantamento entomofaunstico, utilizando a armadilha Malaise para coleta das amostras, com o objetivo de identificar as ordens mais freqentes. Os resultados no foram muito diferentes, uma vez que as ordens mais abundantes foram Diptera, Hymenoptera, Coleoptera, Lepidoptera e Hemiptera-Homoptera, respectivamente. Resultados muito semelhantes foram obtidos tambm por Santos et al. (2007), cujas ordens mais abundantes foram Diptera (46.279 amostras), Hymenoptera (4.886 amostras) e Hemiptera-Homoptera (1.665 amostras). Por fim, foram coletados um total de 451 amostras, distribudas em 8 ordens de insetos e 2 grupos de artrpodos (Collembola e aranea). A ordem com maior abundncia foi a Diptera, semelhante ao que foi encontrado em outras pesquisas voltadas para o estudo da entomofauna utilizando a armadilha Malaise. REFERNCIAS BONATTO, S. R. & FILHO, M. N. 2007. Levantamento entomofaunstico e acompanhamento da diversidade de insetos em rea agrcola inserida em uma rea de proteo ambiental. Rev. Bras. Agroecologia, v.2, n.1, fev. BORROR, Donald J; TRIPLEHORN, Charles A; JOHNSON, Norman F. 1992. An introduction to the study of insects. 6. ed Fort Worth: Harcourt Brace College Publishers, cl. CAMPOS, W.G.;PEREIRA,D.B.S.;SHOEREDER, J.H. 2000. Comparison of the efficiency of flight- interception trap models for sampling Hymenoptera and others insects. An Soc. Entom.Bras., Londrina, vol. 9 (2), p. 381-389.jun. DUTRA, R.R.C. & MARINONI, R.C. 1994. Insetos capturados com armadilha Malaise na Ilha do mel, Baa de Paranagu, Paran Brasil, composio de ordens. Revista brs. de Zoologia.11 (2):227-245. GULLAN, P. J.; CRANSTON, P. S. c2005. The insets: an outline of entomology. 3. ed. Oxford: Blackwell Publishing. LANDAU, D.; COLWELL, D.; CARLTON, C.E.1999. Intensive versus long-term sampling to assess lepdopteran diversity un a Southernmixed mesophytic forest. Annals of the Entomological Society of America, v.92, n.3,p. 435-441. SANTOS, C.P. dos; RESTELLO, R.M.; MARTINELLO, J.P. 2007. Abundncia e riqueza da entomofauna de uma rea natural no norte do Rio Grande do Sul. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG TOWNES, H. 1972. A light-weight Malaise trap. Entomological News, Philadelphia, v. 83, p. 239-247. 19. 13 CARACTERIZAO GENTICA DE LINHAGENS DE SACCHAROMYCES CEREVISIAE ISOLADAS DE CACHAARIA DA BAHIA Ana Carolina B. Gonalves1 ; Aristteles Ges Neto2 ; Alice Ferreira da Silva3 ; Ana Paula Trovatti Uetanabaro4 1. Bolsista PIBIC/FAPESB, Graduando em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Aristteles Ges-Neto, Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 3. Programa de Ps Graduao em Biotecnologia, UEFS/FIOCRUZ, e-mail: [email protected] 4. Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Cachaa artesanal, diferenciao infra-especfica, microsatlite. INTRODUO No Brasil, o caldo-de-cana utilizado para produzir uma bebida destilada muito popular, denominada cachaa. Obtida a partir do mosto fermentado de cana-de-acar, a sua composio complexa, composta principalmente de gua e lcool etlico em propores variveis. O seu sabor e aroma caractersticos so formados durante a fermentao alcolica e durante o envelhecimento (LEHTONEN; JOUNELA-ERIKSSON, 1983). A produo de cachaa no Brasil data do incio da colonizao. Contudo, at 1945, as empresas eram rurais e rudimentares, no havendo caractersticas regionais e/ou padres. Porm, a produo aumentou bastante e, desde ento o processo de produo vem sendo aperfeioado e melhorado, o que tem acarretado melhorias no rendimento, produtividade e qualidade do produto final (PATARO et al., 2002). Estudos indicam que a padronizao na qualidade da cachaa resultaria em melhor aceitao do produto tanto por consumidores, como por novos apreciadores, criando condies para aumentar o volume de exportaes (BOZA; HORII, 1998). A melhoria da qualidade da cachaa e o aumento na eficincia do processo produtivo passam, necessariamente, pela seleo de uma ou mais leveduras apropriadas ao processo. A identificao e o estudo da diversidade das leveduras associadas produo de cachaa so informaes importantes para a determinao do papel destes microrganismos nos vrios estdios da fermentao, buscando a tipificao tecnolgica para o desenvolvimento de linhagens iniciadoras (PATARO et al, 2002). As caractersticas fenotpicas, usadas na sistemtica de leveduras, tm sido combinadas com o emprego de tcnicas moleculares, que possibilitam o acompanhamento da dinmica de populaes dos microrganismos durante o ciclo fermentativo. Desta forma, possvel verificar a influncia de parmetros como nutrientes, temperatura e aerao das dornas no surgimento ou desaparecimento de espcies e/ou linhagens e correlacionar estes fatores com a qualidade da cachaa produzida (VERSAVAUD et al., 1995; PATARO et al., 2000; GUERRA et al., 2001). Assim, este trabalho teve como objetivo caracterizar infra-especificamente as linhagens de Saccharomyces cerevisiae isoladas de uma cachaaria do semi- rido baiano. METODOLOGIA 1) Isolados de leveduras estudados A coleta, isolamento e identificao bioqumica das leveduras utilizadas no presente estudo foram realizados durante o projeto de Mestrado de Alice Ferreira da Silva PPGBIOTEC UEFS/FIOCRUZ-BA. 2) ISSR (Inter Sample Sequence Repeat) Para amplificao pela reao de PCR, os DNAs totais das linhagens foram extrados a partir de modificao do protocolo de DOYLE E DOYLE (1987). Os isolados cresceram em placas de Petri contendo meio gar Sabouraud (glicose 2%, peptona 1%, extrato de levedura 0,5%, gar 2%, cloranfenicol 0,01%) e aps 48h, as clulas foram transferidas para criotubos (capacidade de 2 mL) contendo 1,5mL de YPD (extrato de levedura 1%, peptona 2%, glicose 2%) e incubadas por 18h, a 27C e 180 rpm. Centrifugou-se as clulas a 13.000 rpm por 10min., descartou-se o sobrenadante, adicionou-se gua ultra-pura estril,procedeu-se a homogeneizao da suspenso e uma nova centrifugao. Em seguida, adicionou-se 650 L de CTAB e os criotubos foram colocados em banho-maria a 65C por 1h. 20. 14 Adicionou-se 650 L da soluo clorofrmio-lcool isoamlico (24:1 v/v), em seguida, os tubos foram colocados na placa agitadora por 10 min, e centrifugados a 13.000 rpm por 10 min. Aspirou-se o sobrenadante, transferindo-o para tubos estreis de 1,5 mL. Adicionou-se isopropanol gelado em igual volume e os tubos foram estocados a -80C por 10 minutos. As amostras foram ento centrifugadas a 13.000 rpm por 10 min, e aps descartado o sobrenadante, adicionou-se 1 mL de etanol 70% e procedeu- se a homogeneizao. Em seguida, os tubos foram novamente centifugados a 13.000 rpm por 10 min, sendo esta etapa repetinda por mais duas vezes, seguida pela lavagem com etanol 70%. Por fim, aps a secagem do material, adicionou-se 55 L de H2O ultrapura estril. O DNA foi ressuspendido e, em seguida, armazenados a -20C. A reao de PCR, modificado a partir de SILVA-FLHO (2003), foi realizada em uma mistura de 14,62 L de H2O destilada, 2,5 L de tampo PCR e BSA (soro albumina bovina), 1 L de mistura de dNTP, 2 L do iniciador GTG5 - (5- GTG GTG GTG GTG GTG -3), 1,25 L de MgCl2, 0,13 L de Taq Polimerase e 1 L de DNA. Com o iniciador GTG5 (5- GTG GTG GTG GTG GTG -3), o termociclador foi programado para um ciclo de desnaturao de cinco minutos a 94C seguido de 40 ciclos de desnaturao a 94C por 15 segundos, anelamento a 55C por 45 segundos, extenso a 72C por 90 segundos e extenso final a 72C por seis minutos. Os produtos de amplificao foram separados por eletroforese em gel de agarose 2%; submetidos a 7,5 volts/cm por 150 minutos em tampo TBE 0,5X, corados em brometo de etdeo, visualizados em transluminador ultravioleta e fotografados. 3) RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) O DNA mitocondrial foi purificado conforme modificao do protocolo de Querol e colaboradores (1992). As clulas foram cultivadas em 5 mL de meio YPD (1% extrato de levedura, 2% peptona, 1% glicose) por 18 horas e 150 rpm a 25C. Aps esta etapa o material foi centrifugado a 3000 rpm por 15 minutos. Descartou-se o meio de cultivo e lavou-se o material com 5 mL de H2O ultrapura estril, colocando-os no agitador de tubos, seguido de centrifugao a 3000 rpm por 15 min. e descartando-se o sobrenadante. O sedimento foi ressuspendido em 500 L de uma soluo de enzima ltica de Rhizoctonia solani (25 mg/mL em 1M sorbitol, 0,1 M EDTA, pH 7,5). As amostras foram colocadas em banho-maria a 45C por 2 horas. O material foi centrifugado a 8000 rpm por 10 minutos, descartando o sobrenadante na sequncia. Resuspendeu-se o sedimento em 500 L de Tris-HCl 1M e EDTA 0,5mM, pH 7,4; e foram adicionados 13 L de SDS 10%, incubados a 65C por 5 minutos e em seguida os criotubos foram mantidos em gelo. Adicionou-se 200 L de acetato de potssio 5M homogeneizando as amostras e mantendo-as no gelo por 10 minutos. Centrifugou-se por 15 minutos a 14000 rpm e o sobrenadante foi transferido para um tubo previamente identificado j contendo 700 L de isopropanol, e mantendo-se por 10 minutos em temperatura ambiente. Uma nova centrifugao foi realizada a 12000 rpm por 10 minutos, descartou-se o sobrenadante, o DNA foi novamente lavado com 500 L de etanol 70%, e centrifugado por 5 minutos a 12000 rpm,seguido de descarte do sobrenadante. O DNA foi seco a 37 C e o pellet ressuspendido em 20 L de H2O ultrapura estril. Fez-se a digesto do DNA mitocondrial com um mix para cada amostra contendo 1 L de enzima de restrio Hinf I, 2 L de tampo da mesma enzima, 1 L de RNAse e 6 L de gua ultrapura estril. Adicionou-se 10 L do mix em cada tubo de microcentrfuga e, em seguida, foi acrescentado 10 L do DNA mistura. A incubabao foi realizada por 6 horas a 37 C. A eletroforese foi realizada em gel de agarose (1%), TBE (Tris-borato 45 Mmol /L, 1 mmol/L EDTA, pH 8); Brometo de etdeo e visualizao no transluminador UV. RESULTADOS E DISCUSSO As 36 leveduras utilizadas neste estudo tiveram suas regies internas de seqncia simples repetidas (ISSR) amplificadas por reao de polimerase em cadeia (PCR) utilizando o GTG5 (5- GTG GTG GTG GTG GTG -3) como iniciador, de acordo com SILVA-FILHO (2003). Observou-se 25 diferentes perfis moleculares (A Z), sendo o perfil A o predominante, tendo aparecido nos tempos T0, T3 e T4, somando o total de 8 amostras com perfil tipo A (22% da populao). A prevalncia do perfil A pode ser devido melhor adaptao desta cepa s condies encontradas no processo fermentativo. A tcnica para deteco de polimorfismo por comprimento de fragmento de restrio (RFLP) do DNA mitocondrial (RFLP-mtDNA) foi empregada segundo uma modificao de Querol et al. (1992) e foram obtidos, das 36 leveduras, 7 grupos de perfis moleculares (a g). Dentre os perfis observados, o 21. 15 perfil molecular a (19,44% da populao) foi o predominante aparecendo pelo menos uma vez em cada um dos tempos de coleta. Os autores Silva-Filho (2003) e Bernardi (2007) explicam que a variabilidade dos perfis moleculares obtidos pela tcnica de ISSR influenciada pela temperatura de anelamento do oligonucleotdeo com a regio de microsatlite desejada no DNA durante a reao de polimerase em cadeia (PCR). Alm disso, os padres de banda no ISSR podem ser afetados por parmetros como o tipo e concentrao do iniciador escolhido, concentrao e pureza do DNA molde e magnsio (MEYER e MITCHELL, 1995). Provavelmente por estes motivos, foi observado maior nmero de perfis distintos na tcnica baseada em reao por cadeia de polimerase (PCR). A anlise de restrio do DNA mitocondrial (mtDNA-RFLP) uma das tcnicas mais usadas no momento devido sua alta reprodutibilidade, alm de ser uma tcnica simples, confivel, rpida e com melhor custo-eficcia. Tambm tem sido empregada em trabalhos que visam a diferenciao entre linhagens de leveduras isoladas do mesmo mosto e para monitorar a persistncia e prevalecncia de uma linhagem especfica durante o desenvolvimento do processo fermentativo (ARAJO, et al.2007). Observou-se, atravs das tcnicas utilizadas no presente trabalho, um alto grau de variao allica nos microssatlites das linhagens de S. cerevisiae analisadas. Estas tcnicas, bem como outras tambm baseadas em polimorfismo de DNA, tm sido combinadas por pesquisadores para o melhor acompanhamento da diversidade intraespecfica de linhagens durante o ciclo fermentativo (BALEIRAS COUTO et. al. 1996; PATARO, C. 2000; GUERRA, J. B., 2001; ARAJO, A. C. et al. 2007; OLIVEIRA et. al, 2008). Segundo Guerra et al. (2001) possvel que a diversidade molecular encontrada em linhagens de S. cerevisiae se deva s caractersticas seletivas nicas do processo fermentativo da cachaa como: ciclo fermentativo curto (em torno de 24-36 h), elevadas temperaturas ambientais, elevada concentrao alcolica ao final do processo e ciclos fermentativos dirios que duram de quatro a seis meses. A autora afirma ainda que as variaes nos lcus hipervariveis de cada linhagem devem acontecer pelo acmulo de pequenas mutaes nestas leveduras durante o sistema em fermentao, ou devido ao cruzamento mittico entre os isolados. CONSIDERAES FINAIS As duas tcnicas utilizadas para a diferenciao infra-especfica das linhagens de Saccharomyces cerevisiae isoladas de uma destilaria do semi-rido baiano foram capazes de detectar o alto grau de polimorfismo encontrado no mosto durante o ciclo fermentativo. Atravs das metodologias aplicadas observou-se a presena de pelo menos um perfil dominante durante todo o ciclo fermentativo sugerindo que estas linhagens foram mais aptas s condies encontradas no sistema. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ARAJO, R.A.C., F.C.O. GOMES., E.S.A. MOREIRA., P.S. CISALPINO & A.C. ROSA. 2007. Monitoring Saccharomyce cerevisiae populations by mtDNA restriction analysis and other molecular typing methods during spontaneous fermentation for production of the artisanal Cachaa. Brazilian Journal of Microbiology 38:217-223. BALEIRAS-COUTO, M. M., B. EIJSMA., H. HOFSTRA., J.H.J. HUIS INT VELD.,J.M.B.M. VAN DER VOSSEN. 1996. Evaluation of molecular typing techniques to assign genetic diversity among Saccharomyces cerevisiae strains. Applied and Environmental Microbiology v. 62 p. 41-46. BERNARDI, T.L. 2007. Tcnicas moleculares para a caracterizao de Saccharomyces cerevisiae associadas produo de cachaa. Universidade Federal de Lavras. Lavras. Dissertao de Mestrado. 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Tese de Doutorado. 23. 17 ESTUDOS ANATMICOS DESENVOLVIDOS NO LABORATRIO DE MICROMORFOLOGIA VEGETAL (LAMIV), UEFS Ana Paula Conceio Silva1 ; Flaviane Leite Araujo2 ; Marina Santos de Assis3 ; Cludia Elena Carneiro4 (1) Bolsista Plantaes Michelin da Bahia Ltda., Graduanda em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, e-mail: [email protected] (2) Bolsista PIBIC/CNPq, Graduanda em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, e-mail: [email protected] (3) Bolsista PIBIC/CNPq, Graduanda em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, e-mail: [email protected] (4) Orientadora, Departamento de Cincias Biolgicas, Laboratrio de Micromorfologia Vegetal, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: anatomia vegetal, Sapotaceae, Bahia. INTRODUO O Laboratrio de Micromorfologia Vegetal (LAMIV) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) foi fundado em 1995 pela Professora Na Andrade de Macdo, a qual foi a sua primeira coordenadora. Atualmente, o LAMIV est sob a coordenao da Profa. Dra. Cludia Elena Carneiro, sendo o local de desenvolvimento de pesquisas tanto de iniciao cientfica como tambm de ps- graduao. O referido laboratrio tem como linhas de pesquisa a palinologia e a anatomia vegetal, sendo esse ltimo o foco da realizao deste trabalho. Alm disso, o laboratrio tambm subsidia trabalhos em florstica e fenologia desenvolvidos em uma Reserva de Mata Atlntica na Bahia. Os estudos em anatomia vegetal, segundo Appezzato-da-Glria (2006), podem auxiliar a compreenso de vrios fenmenos relacionados ao corpo vegetal, bem como os estudos de identificao taxonmica. Assim, o desenvolvimento de pesquisas relacionadas estrutura interna da planta apresenta no apenas um carter descritivo, mais tambm de cunho taxonmico. As pesquisas desenvolvidas no LAMIV na rea de anatomia vegetal tm como nfase os representantes da famlia Sapotaceae. Essa famlia atualmente posicionada na ordem Ericales (Souza & Lorenzi, 2005) e compreende 53 gneros com aproximadamente 1.250 espcies, concentradas principalmente nas Amricas, sia, regio do Pacfico e frica (Monteiro et al. , 2007). No Brasil ocorrem 14 gneros e cerca de 200 espcies, principalmente na Floresta Amaznica (Souza & Lorenzi, 2005). A famlia inclui diversas plantas frutferas, como o abiu (Pouteria spp.), o sapoti (Malnilkara spp.), o abric-de-praia (Manilkara subsericea (Mart) Dubard) e diversas rvores que produzem madeiras de boa qualidade como a maaranduba (Manilkara spp.). Nas florestas estacionrias comum o agua (Chrysophyllum gonocarpum (Mart & Eichler) Engl) (Souza & Lorenzi, 2005). O presente trabalho teve como objetivo principal a divulgao das pesquisas com espcies de Sapotaceae em nvel de iniciao cientfica desenvolvidas no LAMIV, no que tange a anatomia vegetal, no intudo de subsidiar outras investigaes nessa rea, uma vez que esses conhecimentos so utilizados para entender o funcionamento do corpo da planta bem como nos estudos de identificao de espcies aplicados na taxonomia vegetal. MATERIAL E MTODOS A realizao de estudos em anatomia vegetal no LAMIV desenvolvida atravs da aplicao de tcnicas usuais utilizadas nessa rea. Atualmente, o rgo da planta usado para a investigao das caractersticas anatmicas a folha, coletada principalmente de espcies herborizadas depositadas no Herbrio da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS), pertencentes ao Projeto Flora da Bahia, desenvolvido por pesquisadores da instituio, e tambm materiais frescos coletados em diversas localidades da Bahia. Primeiramente, as amostras do material herborizado so submetidas ao processo de reidratao com gua destilada e algumas gotas de glicerina sendo submetidas fervura em manta aquecedora. Em seguida, so conservadas em lcool etlico a 70%. Quando utilizadas amostras frescas, essas so diretamente conservadas em lcool etlico a 70%. Aps esse processo, as amostras so submetidas a 24. 18 outros procedimentos para a obteno dos dados anatmicos como: (i) obteno da epiderme, (ii) seces transversais e longitudinais para a identificao das estruturas internas e (iii) diafanizao. Obteno da epiderme Para a anlise da epiderme utilizou-se o mtodo de Jeffrey (Macdo, 1997), sendo as folhas segmentadas transversalmente, com o intuito de retirar o mesofilo, o que promove o descolamento das epidermes abaxial e adaxial da folha. Posteriormente, as amostras de epiderme obtidas foram coradas com Safranina a 1%. Seces transversais e longitudinais (Identificao das estruturas internas) Para a anlise da estrutura interna da lmina foliar e do pecolo foram realizadas seces mo livre ou com o auxlio de micrtomo rotativo. As seces mo livre foram realizadas nas regies basal, mediana e apical da lmina foliar e no pecolo; os cortes obtidos foram clarificados com Hipoclorito de Sdio PA. a 4-6% , permanecendo de 15 a 35 minutos (variando a depender da espcie e da espessura da folha), sendo em seguida corados com Safranina e Azul de Astra (Kraus & Arduin, 1997). O processo de emblocamento para seco em micrtomo rotativo seguiu o protocolo descrito por Meira & Martins (2003), com adequaes quando necessrio. As folhas, aps serem retiradas do lcool 70%, foram submetidas desidratao em uma srie etlica crescente lcool etlico a 80%, 90% e 100% - e, em seguida, lcool etlico a 100% mais resina pura (1:1), com permanncia de duas horas em cada etapa. Aps esse procedimento, o material foi inserido em resina ativada por 24 horas e conservado sob refrigerao. Depois de desidratado, o material foi emblocado em resina (resina ativada + endurecedor) nos moldes de polietileno e levados a estufa histolgica a uma temperatua de aproximadamente 36 C, por 72 horas. Em seguida, os blocos foram montados em suportes de madeira sendo levados ao microtomo, onde foram realizados os cort espessuara sendo, posteriormente, corados com azul de toluidina 1%. Diafanizao Para estudos mais detalhados sobre a vascularizao das folhas foi necessrio uma maior transparncia do material, neste caso, empregou-se a tcnica de diafanizao com adequaes para as especias estudadas. Entre os dianifazores mais utilizados, temos o hidrato de cloral e hidrxido de sdio que se utilizam em soluo aquosa. Neste procedimento as folhas foram colocadas inteiras imersas em um recipiente contendo as substncias citadas, com um tempo especifico para da espcie, at alcanar descolorao total. Todas as amostras obtidas, aps serem coradas, foram montadas em preparaes semi- permanentes e/ou permanentes as quais so analisadas em microscopia ptica e fotomicrografadas. RESULTADOS E DISCUSSO Como resultados dos trabalhos desenvolvidos no LAMIV na rea da anatomia vegetal, temos o levantamento de caractersticas anatmicas da estrutura foliar e pecolo de diversos gneros da famlia Sapotaceae, dentre eles Chrysophyllum Mast, Diploon Cronquist, Ecclinusa Mart., Manilkara Adans, Micropholis (Grisebach) Pierre, Pouteria Aublet, Sarcaulus (A.DC.) Eyma e Sideroxylon L. desenvolvidos por alunos da graduao, que participam de projetos de iniciao cientfica com o apoio de instituies fomentadoras pesquisa, como CNPq, FAPESB, UEFS e Plantaes Michelin da Bahia LTDA. As caractersticas anatmicas identificadas nos estudos so, geralmente, os tipos de feixe vascular (Figura 1A); presena de estruturas secretoras (Figura 1B) caracterizao da epiderme foliar no que se refere aos tipos de estmatos e aspectos das clulas epidrmicas (Figura 1C-D); tipo de mesofilo (Figura 1E): ausncia/presena e tipos de tricomas (Figura 1F). Essas caractersticas quando combinadas so importantes para a singularizao das espcies. As estruturas anatmicas citadas para a famlia Sapotaceae so importantes para diferenciao das espcies e so de grande valia para estudos taxonmicos, uma vez que dentro da famlia Sapotaceae alguns grupos so de difcil circunscrio com base em caractersticas morfolgicas externas (Pennington, 1990). Os estudos presentes com os gneros de Sapotaceae, desenvolvidos no LAMIV, so em sua maioria de carter pioneiro, uma vez que no h literatura especfica com descries anatmicas da 25. 19 estrutura foliar dos gneros citados, com exceo de Pouteria, que recentemente foi fonte de estudos anatmicos da Flora do Rio de Janeiro. Os dados obtidos a partir das anlises e identificao das caractersticas anatmicas para os gneros da famlia Sapotaceae, so aplicados nos estudos taxonmicos do grupo, sendo estes dados utilizados para confeco de chaves de identificao, principalmente para aqueles grupos cuja identificao com base em caractersticas morfolgicas externas, no so suficientes para sua elucidao. Assim ressalta-se a importncia da utilizao das caractersticas micromorfolgicas como uma ferramenta a ser utilizada em estudos de carter taxonmico. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS APEZZATO-DA-GLRIA, B. & CARMELLO-GUERREIRO, S.M. (eds.) 2006. Anatomia Vegetal. Viosa, Editora UFV, 438p. KRAUS, J.E. & ARDUIN, M. 1997. Manual Bsico de Mtodos em Morfologia Vegetal. Seropdica, Editora Edur, 198p. MACDO, N.A. 1997. Manual de Tcnicas em Histologia Vegetal. Feira de Santana, Universidade Estadual de Feira de Santana, 98p. 26. 20 MEIRA, R.M.S.A & MARTINS. F.M. 2003. Incluso de Material Herborizado em Metacrilato para Estudos de Anatomia Vegetal. Revista rvore 27(1): 109-112. MONTEIRO, M.H.D.A; NEVES, L.J. & ANDREATA, R.H.P. 2007. Taxonomia e anatomia das espcies de Pouteria Aubl. (Sapotaceae) do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Pesquisas Botnicas n 58: 7-118. PENNINGTON, T.D. 1990. Flora Neotropica - Sapotaceae. New York, New York Botanical Garden, 708p. SOUZA, V.C. & LORENZI, H. (eds.) 2005. Botnica Sistemtica. Guia Ilustrado para identificao das Angiospermas da Flora Brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa, Instituto Plantarum, 704p. 27. 21 EFEITO DE AGENTES OSMTICOS NA CONSERVAO IN VITRO DE SYNGONANTHUS MUCUGENSIS GIUL. SUBSP. MUCUGENSIS1 Bruno Freitas Matos Alvim1 ; Jos Raniere Ferreira de Santana2 ; Mara Mrcia Sampaio Albuquerque3 e Alone Lima-Brito4 1. Bolsista PROBIC/CNPq, Graduando em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 3. Bolsista PIBIC/CNPq, Graduanda em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 4. Programa de Ps Graduao em Botnica, Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: sempre-viva; cultivo in vitro; crescimento mnimo; conservao ex situ. INTRODUO Syngonanthus mucugensis Giul. subsp. mucugensis uma eriocaulcea com potencial de utilizao no comrcio de flores secas pois suas inflorescncias mantm o aspecto in natura mesmo depois de coletadas, constituindo uma importante fonte de renda para a populao da Chapada Diamantina, Bahia (Parra, 2000; Ramos, 2005). Apesar de ocorrer em uma rea de preservao ambiental, encontra-se em risco de extino em conseqncia da explorao extrativista que sofreu nas ltimas dcadas (Ramos, 2005). O crescimento mnimo in vitro uma estratgia de conservao ex situ que garante a manuteno da integridade gentica e biolgica da espcie, apresentando diversas vantagens sobre o processo de conservao de germoplasma no campo, entre elas destacam-se: necessidade de menor espao para manter a coleo; manuteno de material vegetal livre de patgenos; disponibilidade de material para ser imediatamente propagado; alm da reduo dos custos financeiros, entre outros (Dorion et al., 1991). A conservao in vitro pode ser obtida pela adio de agentes osmticos no meio de cultura, como os carboidratos, que reduzem a disponibilidade de gua e nutrientes para a planta, induzindo o crescimento mnimo das plantas. O objetivo deste estudo foi avaliar a influncia da sacarose, manitol e sorbitol na conservao in vitro de S. mucugensis subsp. mucugensis. MATERIAL E MTODOS Os brotos micropropagados de S. mucugensis subsp. mucugensis, obtidos conforme metodologia proposta por Lima-Brito et al., (2007) foram inoculados em meio de cultura MS (Murashige & Skoog, 1962) com metade da concentrao salina (MS) suplementado com 60g.L-1 de sacarose e 15, 30, 45 g.L- 1 de sacarose combinados com 0 e 15g.L-1 de sorbitol ou manitol, em um delineamento experimental inteiramente casualizado. Cada tratamento foi composto de 10 parcelas com 4 amostras cada. As culturas foram mantidas em cmara do tipo B.O.D. 18C e fotoperodo 16 horas. Aos seis meses de armazenamento foram analisadas as variveis: porcentagem de sobrevivncia das plantas (%S), porcentagem de folhas verdes (%FV), comprimentos da parte area (CPA) e da maior raiz (CR), porcentagem de plantas com broto (%B), nmero de brotos por planta (NB) e comprimento dos brotos (CB). RESULTADOS E DISCUSSO No foram obtidas diferenas significativas entre os tratamentos com 15 e 30g.L-1 de sacarose para CPA e CR, sendo observada uma reduo dessas variveis com o aumento da concentrao de sacarose para 45 e 60g.L-1 ou com a utilizao de sacarose combinada com manitol ou sorbitol (Tabela 1). Estes resultados indicam que os carboidratos, quando utilizadas em altas concentraes diminuem o potencial hdrico do meio de cultura, o que inibe a absoro de gua e nutrientes pelo explante reduzindo o crescimento in vitro (Caldas et al., 1988; Engelmann, 1991). 1 Apoio Financeiro: FAPESB, CNPq 28. 22 Embora tenha sido observado um decrscimo do CPA e do CR em resposta a reduo do potencial hdrico do meio de cultura esta metodologia no indicada para a conservao in vitro de S. mucugensis subsp. mucugensis visto que o aumento da concentrao de carboidratos no meio reduziu a viabilidade das plantas. As mdias para %S obtidas em meio suplementado com 15 e 30g.L-1 de sacarose e 15g.L-1 de sacarose combinada com 15g.L-1 de sorbitol ou manitol no diferiram entre si, sendo significativamente superiores aos demais tratamentos. Para %FV o melhor resultado foi encontrado no tratamento que continha 15g.L-1 de sacarose, seguido dos meios suplementados com 30g.L-1 de sacarose e 15g.L-1 de sacarose combinado com sorbitol (Tabela 1). Os piores resultados para %FV e %S foram obtidas em meio contendo manitol, quando comparados com os meios suplementados com sacarose ou sacarose e sorbitol (Tabela 1), o que demonstra a ao deste carboidrato como agente osmtico, reduzindo o potencial hdrico do meio de cultura e consequentemente a viabilidade das plantas cultivada in vitro. Tabela 1. Efeito de diferentes concentraes dos agentes osmticos sacarose, sorbitol e manitol na conservao in vitro de Syngonanthus mucugensis Giul. subsp. mucugensis CPA- Comprimento da parte area; CR- Comprimento da maior raiz; S- folhas senescentes; FV- folhas verdes; B- n de plantas com brotos; NB- n de brotos por explante; CB- comprimento dos brotos. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem entre si ao nvel Tukey (5%) A reduo na sobrevivncia das plantas foi observada com o aumento na concentrao de carboidrato a partir de 45 g. L-1 e 30 g. L-1 de sacarose quando combinadas com sorbitol ou manitol. Esses resultados corroboram Ledo (2007), em um estudo sobre o efeito da sacarose e manitol na conservao in vitro de coqueiro ano (Cocos nucifera L.). Os melhores resultados para sobrevivncia dos brotos e nmero de brotos por explante foram obtidos nos tratamentos 30 g.L-1 de sacarose combinados com 15g.L-1 de manitol ou sorbitol, sendo que para nmero de brotos, no houve diferena entre este tratamento e o meio suplementado com 15 g.L-1 de sacarose combinados com manitol. provvel que a produo de brotos in vitro em S. mucugensis subsp. mucugensis a partir de planta intacta esteja relacionada ao estresse osmtico causado pela adio de carboidratos ao meio de cultura. Entretanto no foram encontradas altas taxas de %B, NB e CB nos meios com menor potencial hdrico, o que deve estar relacionado a reduo da viabilidade das plantas nestes tratamentos As mdias mais significativas para comprimento dos brotos foram obtidas com 15 e 30 g. L-1 de sacarose combinadas com 15 g.L-1 de sorbitol e 30 g. L-1 de sacarose combinadas com 15 g. L-1 de manitol (Tabela 1). Resultados similares foram encontrados por Faria et al. (2006) na conservao de Passiflora giberti,que obteve nessas mesmas concentraes de sacarose combinados com sorbitol os maiores comprimentos das brotaes. Os resultados indicam que os reguladores manitol e sorbitol, no so eficientes na conservao in vitro de S. mucugensis subsp. mucugensis. CONCLUSO A conservao in vitro de S. mucugensis subsp. mucugensis pode ser feita em meio de cultura MS contendo 15g.L-1 de sacarose, por at seis meses, sem subcultivo. Agente osmticos (g.L-1 ) Sacarose Sorbitol Manitol CPA(mm) CR (mm) S(%) FV(%) B (%) NB CB (mm) 15 - - 27,30 a 28,70 a 97,50 a 89,15 a 7,50 c 0,40 b 1,40 b 30 - - 23,40 a 23,40 a 97,50 a 71,75 a 10,00 c 0,70 b 1,00 b 45 - - 12,50 b 12,50 b 68,00 b 34,22 b 12,50 c 0,88 b 0,90 b 60 - - 6,90 d 7,00 c 42,50 c 15,00 c 2,50 c 0,03 b 0,30 b 15 15 - 21,70 a 24,70 a 92,50 a 73,88 a 22,50 b 0,75 b 2,50 a 30 15 - 17,50 b 18,80 b 65,00 b 38,13 b 37,50 a 1,38 a 3,50 a 45 15 - 6,20 d 4,30 c 25,00 c 9,33 c 7,50 c 0,33 b 0,90 b 15 - 15 15,90 b 26,00 a 90,00 a 51,38 b 20,00 b 1,78 a 1,30 b 30 - 15 12,60 c 18,20 b 60,00 b 27,25 b 35,00 a 1,65 a 2,90 a 45 - 15 4,50 d 5,00 c 22,50 c 8,75 c 15,00 b 0,45 b 1,30 b 29. 23 REFERNCIAS Caldas LS, Haridasan P, Ferreira ME. 1998. Meios nutritivos. In: TORRES, A.C.; Caldas, L.S.; Buso, J.A. (eds) Cultura de tecidos e transformao gentica de plantas, v.1. EMBRAPA, Braslia, p.87-132. DORION, N.; KADRI, M.; BIGOT, C. 1991. 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Orientadora, Departamento de Cincias Biolgicas/LAPH, Universidade Estadual de Feira de Santana, email: [email protected] 3. Participante do projeto, Biloga, Departamento de Cincias Biolgicas/LAPH, Universidade Estadual de Feira de Santana, email: [email protected] 4. Participante do projeto, Graduanda em Cincias Biolgicas/LAPH, Universidade Estadual de Feira de Santana, email: [email protected] Palavras-chave: Bothrops leucurus, peonhas, microcirculao. INTRODUO: A serpente Bothrops leucurus popularmente conhecida como jararaca-do-rabo-branco, o mais frequente agente causador de acidentes no estado da Bahia. A peonha botrpica caracterizada por ocasionar principalmente leses locais que incluem edema, equimose, dor, hemorragia e mionecrose, estando associados a distrbios cardiovasculares, hemodinmicos e leses renais. O presente trabalho teve como objetivo visualizar os efeitos causados pela peonha de Bothrops leucurus na microcirculao do msculo cremaster de camundongos. METODOLOGIA Camundongos foram anestesiados com 50mg/kg de pentobarbital sdico, o msculo cremaster do sacro escrotal de camundongo foi exposto cirurgicamente. Em seguida, foi aplicada por via tpica no msculo cremaster, 1,5g de protena/peonha de Bothrops leucurus em um volume final de 30l. Imediatamente a aplicao observaes por microscopia intravital foi realizada e fibras musculares do msculo cremaster dos camundongos. Como controle foi aplicado PBS na mesma quantidade do volume final (Figura 1). Os parmetros analisados foram: hipercontrao da fibra muscular, contrao, dilatao e estase das arterolas de 20-30um, rolamento de leuccitos em vnula ps-capilar com comprimento de 100um e 25-40 um de dimetro. Foi considerado como um leuccito firmemente aderido ao endotlio da vnula quele que permaneceu parado por, no mnimo, 30 segundos. RESULTADOS E DISCUSSO O aparecimento de trombos nas vnulas do msculo cremaster ocorreu aps os trs minutos da aplicao da peonha (Figura 2 a/b). As contraes das arterolas iniciaram aos cinco minutos aps a aplicao da peonha (Figura 3). Grandes reas hemorrgicas foram observadas, iniciando-se com trs minutos aps a aplicao da peonha (Figura 4 a/b). Foi possvel observar aumento do nmero de leuccitos em vnulas pscapilares, com aderncia eucocitria na parede do vaso, aos 10 minutos aps a aplicao da peonha. Aps uma hora foi possvel a contagem dos leuccitos, podendo observar uma grande interao entre leuccito-endotlio. 31. 25 Figura 1. Msculo cremaster do grupo controle inoculado com 30ul de PBS Figura 2 a/b. Trombos nas vnulas do msculo cremaster trs minutos aps aplicao da peonha. Figura 3. Contraes das arterolas do msculo cremaster cinco minutos aps a aplicao da peonha. Figura 4 a/b. reas hemorrgicas do msculo cremaster observadas trs minutos aps a aplicao da peonha. 32. 26 CONCLUSO A visualizao da microcirculao do msculo cremaster do camundongo, possibilitou a verificao de formao de trombos, contrao arteriolar, com grandes focos hemorrgicos desencadeados pela peonhas de Bothrops leucurus. REFERNCIAS FRANA, F.O.S., MLAQUE, C.M.S. 2003. Acidente Botrpico. In: Cardoso, J.L., Frana, F.O.S., Wen, F.H., Mlaque, C.M.S., Haddad, Jr., V. (Eds.), Animais peonhentos no Brasil: biologia, clnica e teraputica dos acidentes. Savier, So Paulo, pp. 7286. FARSKY, S.H., GONALVES, L.R.C., CURY, Y. 1999. Characterization of local tissue damage evoked by Bothrops jararaca venom in the rat connective tissue microcirculation: an intravital microscopic study. Toxicon v. 37, p. 10791083. ZYCHARA B.C., CASTRO JR. N. C., MARCELINO J. R., GONALVES, L. R. C. 2008. Phenol used as a preservative in Bothrops antivenom induces impairment in leukocyteendothelial interactions. Toxicon, v. 51, p. 11511157. Figura 1. Microcirculao normal do msculo cremaster. Dose de 30l PBS, foi aplicada via tpica no msculo cremaster de camundongos. Figura 2. Trombo nas vnulas do msculo cremaster, iniciando aps trs minutos a aplicao tpica da peonha. Dose de 1,5g de peonha foi aplicada via tpica no msculo cremaster de camundongos. Figura 3. Contrao na arterola iniciada aps cinco minutos do inicio da aplicao tpica da peonha. Dose de 1,5g de peonha foi aplicada via tpica no msculo cremaster de camundongos. Figura 4. reas hemorrgicas observadas a partir dos trs minutos aps aplicao da peonha. Dose de 1,5g de peonha foi aplicada via tpica no msculo cremaster de camundongos. 33. 27 LEVANTAMENTO E SISTEMATIZAO DO CONHECIMENTO TRADICIONAL DOS PESCADORES SOBRE AS AGREGAES REPRODUTIVAS DE PEIXES RECIFAIS NO BAIXO SUL DA BAHIA Cludio Dantas Baqueiro1 e George Olavo Mattos e Silva2 1. Bolsista PIBIC/Fapesb, Graduando em Cincias Biologicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Orientador, Departamento de Cincias Biologicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Peixes Recifais, Agregaes Reprodutivas, Pesca de Linha INTRODUO A crescente utilizao da zona costeira e marinha para atividades relacionadas explorao e produo de hidrocarbonetos tem suscitado preocupao acerca da poluio sonora gerada por essas atividades e seus efeitos sobre a biota. So observadas alteraes significativas nos padres comportamentais importantes no ciclo de vida de diversos organismos. Esse tipo de impacto bem conhecido em peixes, e referido na literatura especializada como efeito de afugentamento (scaring effect; Dalen & Raknes, 1985). O projeto Agregaes Reprodutivas de Peixes Recifais no Brasil - PR-ARRIBADA, inserido no Programa Termo de Compromisso de Ssmica Martima (Processo IBAMA n 02001.003030/2001- 82), sob superviso do ICMBio e executado atravs da Carteira Fauna Brasil/FUNBIO, visa produzir subsdio tcnico-cientfico ao processo de licenciamento ambiental da atividade de prospeco ssmica martima, mediante a determinao da localizao, poca de ocorrncia, caractersticas fsicas e biolgicas de agregaes reprodutivas de peixes recifais de importncia ecolgica e pesqueira. Inclui as regies da Costa Norte e do Baixo Sul da Bahia, integrando a denominada Regio Alvo 2 do projeto nacional. A pesca de linha sobre os peixes associados aos ambientes recifais a atividade econmica tradicional nessa regio, sustentando numerosas frotas linheiras locais de caractersticas essencialmente artesanais (Olavo et al. 2005). A proposta deste trabalho realizar o levantamento e sistematizao do conhecimento tradicional dos pescadores com relao a poca e local das agregaes reprodutivas, comportamento conhecido entre os pescadores como arribada ou arribao. Tem como meta resgatar informaes oralmente transmitidas ao longo de geraes que se apresentam fundamentais a compreenso da historia e dinmica das pescarias recifais e de seus recursos pesqueiros. Dentro deste contexto, diversos autores demonstram que a investigao do conhecimento tradicional uma ferramenta valiosa para o entendimento da dinmica de sistemas marinhos complexos, assim como para o desenvolvimento de planos de manejo e estratgias de gesto de recursos pesqueiros (Johannes, 1998; Berkes, 1999; Neis et al., 1999; Huntington, 2000; Seixas e Berkes, 2003; Gerhardinger et al., 2004). Resultados preliminares das etapas inciais do projeto so aqui apresentados, incluindo o reconhecimento da rea de estudo com a identificao dos principais portos das frotas linheiras do Baixo Sul da Bahia, o mapeamento dos principais mestres de pescarias (informantes chaves, especialistas tradicionais), e um primeiro embarque de observadores de bordo para documentao da pescaria da caranha (Lutjanus cyanopterus, Perciformes: Lutjanidae). MATERIAL E MTODOS OU METODOLOGIA (ou equivalente) A rea de estudo corresponde regio costeira do Baixo Sul da Bahia. O desenvolvimento da pesquisa inclui os seguintes passos: (1) mobilizao inicial; (2) identificao de informantes-chave; (3) entrevistas semi-estruturadas com informantes-chave e reunies com grupos focais; (4) apresentao e discusso dos resultados do projeto nas comunidades. O contato com os pescadores especialistas tradicionais ocorreram principalmente nos portos de desembarque, em visitas peridicas, onde tambm vem sendo realizado o monitoramento das pescarias dirigidas s espcies alvo do projeto e a amostragem das capturas. 34. 28 As etapas iniciais de mobilizao e identificao de informantes-chave foi realizada atravs do contato direto com os mestres e pescadores tradicionais, comerciantes e lideranas do segmento pesqueiro da regio, a partir de visitas de reconhecimento s principais comunidades de pescadores dos municpios de Valena (sede municipal), Cairu (Gamboa, Garapu, Boipeba, Morer e So Sebastio/Cova de Ona), Nilo Peanha (Barra dos Carvalhos e So Francisco), Camamu (sede municipal) e Marau (Barra Grande). Estas visitas foram realizadas entre dezembro/2008 e abril/2009.) Em um momento posterior, sero realizadas entrevistas semi-estruturadas, questionrios curtos (estruturados), pesquisa de campo participativa, construo de mapas cognitivos com grupos focais das comunidades pesqueiras e informantes-chave, entre outras tcnicas descritas em detalhe por Seixas (2005) e Bunce et al. (2000). Durante a amostragem dos desembarques so coletadas informaes sobre as reas de pesca e pesqueiros visitados, esforo de pesca realizado, composio especfica da captura, freqncia de comprimentos, capturas totais em peso e nmero de indivduos por espcies (Sparre e Venema, 1997). Os contatos inciais e as entrevistas podem ocorrer nos portos de desembarque, peixarias, residncias, ou at mesmo em alto mar, no acompanhamento das pescarias. RESULTADOS E/OU DISCUSSO Uma grande quantidade de informaes neste incio de trabalho foram coletadas e comeam tambm a ser sistematizadas e analisadas. O nmero de desembarques e embarcaes monitorados, assim como os portos onde vem sendo feita a amostragem biolgica das capturas so apresentadas na tabela a seguir: Portos Barcos Numero de Desembarques Camamu Compadre 5 Camamu Flor da Limeira 1 Camamu Cheguei Agora 2 Valena Dauntless 4 Valena Fenmeno 2 Valena Bel Mar IV 1 Valena Salmo 23 1 Valena Bugurrilho 1 Valena Douglas 1 Barra Grande Serra Grande II 3 Durante a etapa de identificao dos informantes chaves foi levada em considerao a questo qualitativa da informao em relao ao conhecimento e a frequncia das pescarias, sendo que, alguns mestres que esto apoiando o trabalho so acompanhados com maior proximidade. Alm destes informantes de grande relevncia a participao daqueles pescadores mais idosos afastados por aposentadoria, j que, uma das contribuies mais importantes que este trabalho se prope a fazer o resgate da memria da pescaria sobre as arribaes. Contribuiu ao andamento do trabalho o acompanhamento da equipe de embarque na pescaria da caranha, que foi documentada atravs do registro de imagens fotogrficas e caderno de bordo. Todo o procedimento de amostragem da captura e amostragem biolgica foram feitos no local, excerto a pesagem dos peixes com mais de 15 Kg. Esta pescaria foi descrita em todo o seu processo desde a confeco dos aviamentos de pesca, localizao, perodo, os tipos de isca, a pesca das iscas at a captura do peixe. 35. 29 CONSIDERAES FINAIS Podemos considerar como um momento importante nesta primeira etapa do projeto o embarque dos pesquisadores como observadores de bordo para acompanhamento, amostragem biolgica e documentao da pescaria da caranha, que alm de permitir a confirmao do perodo e local da agregao desta espcie na regio, possibilitou a coleta de gnadas e dados biomtricos para verificao do carter reprodutivo desta agrageo. Tambm o convvio a bordo e contato no mar com mestres e pescadores de diferentes portos de origem, forneceram as primeiras informaes de base para a construo do roteiro das entrevistas semi-estruturadas que sero aplicadas num segundo momento. Pretende-se para o bom encaminhamento do trabalho, no que se refere ao resgate da memria da pescaria sobre as arribaes, a construo de um roteiro de entrevista consistente capaz de fazer com que as comparaes entre passado e presente sejam sempre acompanhadas por relaes causais claramente fundamentadas em observaes cotidianas. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Berkes, F. 1999. Sacred ecology: traditional ecological knowledge and resource management. Philadelphia and London: Taylor and Francis. Bunce, L.; Townsley, P.; Pomeroy, R.; Pollnac, R. 2000. Socioeconomic manual for coral reef management. Global Coral Reef Monitoring Network (GCRMN). Australian Institute of Marine Science. Costa, P. A. S, Martins, A. S., Olavo, G., 2005. Pesca e potenciais de explorao de recursos vivos na regio central da Zona Econmica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional (Srie Livros, 13), 247p. Dalen, J., and Raknes, A. 1985. Scaring effects on fish from three-dimensional seismic surveys. Report No. FO 8504. Institute of Marine Research, P.O. Box 1870, N-5024 Bergen, Norway. Gerhardinger, L.C.; Freitas, M.O.; Medeiros, R.P.; Godoy, E.A.; Marenzi, R.C.; Hostim-Silva, M. 2004. Local ecological knowledge and marine biodiversity in the planning process of marine protected areas: a critical analysis. In: Proceedings of the IV Congresso Brasileiro de Unidades de Conservao, Curitiba. Pp.500-510. Johannes, R.E. 1998. The case for data-less resource management: examples from tropical nearshore finfish. Trends in Ecology and Evolution, 13:243-246. Neis, B.; Schneider, D.C.; Felt, L. 1999. Fisheries assessment: what can be learned from interviewing resource users? Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences, 56(10): 1949-1963. Huntington, H.P. 2000. Using traditional ecological knowledge in science: methods and applications. Ecological Applications, 10(5): 1270-1274 Seixas e Berkes, 2003. Learning from fishers: local knowledge for management design and assessment. In: Vieira, P.F. (org.). Conservao da diversidade biolgica e cultural das zonas costeiras: enfoques e experincias na Amrica Latina e Caribe. Florianpolis: APED. Pp. 333-371. Seixas, C.S. 2005. Abordagens e tcnicas de pesquisa participativa em gesto de recursos naturais. In: Vieira, P.F.; Berkes, F.; Seixas, C.S. Gesto integrada e participativa de recursos naturais: conceitos, mtodos e experincias. Florianopolis: Secco/APED. Pp 73-105. 36. 30 FUNGOS CONIDIAIS NO MUNICPIO DE MORRO DO CHAPU, BAHIA Dalila de Souza Santos1 e Lus Fernando Pascholati Gusmo2 1. Bolsista PIBIC/CNPq, Graduando em Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Programa de Ps-Graduao em Botnica, Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: semi-rido, Chapada Diamantina, Hyphomycetes INTRODUO Os fungos so um grupo de organismos eucariticos extremamente diversos, unidos primariamente pelo modo de nutrio absortiva (Rossman, 1997). Apresentam estruturas filamentosas (hifas) e se reproduzem sexuada e/ou assexuadamente, originando esporos e/ou condios (Maia, 2003). Dentre os organismos pertencentes ao Reino Fungi, encontram-se os fungos conidiais, formas anamorfas (fase assexuada) dos filos Ascomycota e Basidiomycota. Este grupo compreende cerca de 2.900 gneros e 15.950 espcies (Kirk et al., 2001). Saprbios por excelncia, esses fungos desempenham relevante papel de decompositores, vital para a ciclagem de nutrientes na natureza (Grandi, 1998) e de suma importncia para a manuteno do equilbrio nos ecossistemas (Mason, 1980). O levantamento de fungos associados decomposio de substratos na natureza tem se revelado um mtodo bastante eficaz para subsidiar o acesso biodiversidade, que em relao aos fungos conidiais incipiente no Brasil. Este trabalho teve como objetivo o estudo taxonmico e o conhecimento dos fungos conidiais associados serapilheira no municpio de Morro do Chapu, ampliando assim o conhecimento e a distribuio geogrfica dos fungos encontrados. MATERIAS E MTODOS O municpio de Morro do Chapu ocupa uma rea de 5.531,854 km e guarda uma diversidade de ambientes, sendo uma das 147 reas prioritrias indicadas para a conservao (MMA, 2002), o que torna imprescindvel a realizao de trabalhos de inventrios sobre a sua biodiversidade. O Morro do Chapu est includo na regio centro-norte da Bahia e sua vegetao em parte complexa e caracterizada por diversas formaes vegetais. Situado na regio setentrional da Chapada Diamantina, seu relevo caracterizado por formas tabulares, dispostas em patamares, que se elevam de 480m a mais de 1.000m de altitude. O municpio apresenta caractersticas climticas do tipo tropical que, no entanto, so fortemente alteradas pela altitude, apresentando, dessa forma, um clima tropical de altitude, com vero quente e temperaturas amenas, por volta de 18 a 24C. Foram realizadas duas expedies, entre outubro/2008 e fevereiro/2009, para o municpio de Morro do Chapu BA. Para a coleta do folhedo em decomposio, foram delimitados trs pontos dentro dos domnios de caatinga, campo rupestre e floresta estacional da regio, sempre em busca de uma maior diversidade de folhedo. Aps a coleta do material vegetal, as amostras foram levadas ao laboratrio e submetidas tcnica de lavagem em gua corrente (Castaeda-Ruiz, 2005). Em seguida, o material foi acondicionado em cmaras-midas e aps 72h foi iniciado a coleta das estruturas de reproduo dos fungos, sob estereomicroscpio, utilizando agulhas (tipo insulina) e estiletes. Os fungos foram colocados em lminas com meio de montagem (resina PVL - lcool polivinlico + lactofenol) para confeco de lminas semi-permanentes. Os fungos foram isolados em placas de Petri contendo meio de cultura (gar- Milho-Cenoura e gar-Aveia). Aps identificao, os mesmos foram acondicionados em laminrios e depositados no Herbrio da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). RESULTADOS E DISCUSSO Foram verificadas 35 espcies de fungos conidiais na serapilheira do municpio de Morro do Chapu. Destas, sete constituem novos registros (Figura 1), sendo dois para o Continente Americano (Dendryphiopsis biseptata e Sporidesmiella parva